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Como elaborar e gerenciar projetos

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Como elaborar e

gerenciar projetos

Sumário

Introdução

Capítulo 1 - Princípios do Gerenciamento de Projetos

1.1 O que é um Projeto

1.2 Gerenciamento de Projetos

1.3 Benefícios do Gerenciamento de projetos

1.4 Papéis do Gerente de Projetos

1.5 Ciclo de vida de um Projeto

Capítulo 2 - Processo de Planejamento

2.1 Fase de iniciação/análise/concepção e Preparação do Projeto

2.2 Escopo do Projeto

2.3 Detalhamento das atividades

2.4 Planejamento Operacional de um Projeto

2.5 Detalhamento dos recursos

2.6 Gerenciamento do Tempo

2.7 Cronograma do Projeto

2.8 Estimativa de custo e orçamentação

2.9 Orçamento

2.10 Riscos do Projeto

2.11 Elaboração da proposta do Projeto

Capítulo 3 - Detalhamento do Projeto

3.1 Estruturação

3.2 Execução

3.3 Encerramento do Projeto

Capítulo 4 - Gestão de Prioridades

4.1 Ranking de Projetos

4.2 Avaliação de Projetos

Capítulo 5 - Apresentação do Projeto

5.1 Roteiro para apresentação do projeto

Apresentação

Gerenciar projetos é algo que fazemos cotidianamente em nossas vidas,

embora nem sempre estejamos conscientes disso. É difícil encontrar alguém

que nunca tenha estabelecido os projetos prioritários de sua vida, tais como:

concluir um curso superior, casar, construir ou comprar um imóvel, etc.

A partir de agora você irá conhecer todas as informações e dicas

necessárias para elaborar e gerenciar projetos para sua empresa, faculdade,

novos empreendimentos e também para sua vida pessoal.

No decorrer dos estudos você conhecerá as ferramentas e os conceitos

principais para elaboração e gerenciamento de projetos.

Introdução

Sabe-se que nem todos conseguem levar do princípio ao fim seus

projetos de vida. Todos os projetos concorrem por seu tempo, dinheiro e sua

energia para serem concluídos. Em consequência, às vezes, temos que

priorizar alguns e abandonar ou postergar outros.

Nas empresas, por exemplo, não é diferente, apenas tornamos este

processo menos intuitivo e mais estruturado.

Podemos perceber que o planejamento e a execução de projetos vêm

sendo praticados e realizados há milhares de anos pelas civilizações.

Para se ter ideia da grandiosidade de um projeto, na construção da

pirâmide de Gizé, foram necessários 100.000 trabalhadores por mais de 20

anos para construir a Grande Pirâmide. Ela era composta de 2,3 milhões de

enormes blocos de calcário - estima-se que cada um pese três toneladas.

Que conclusões você tira desses projetos realizados e implementados

há milhares de anos e de sua administração?

É interessante que, muitas vezes, pensamos e não associamos um

projeto a alguns atributos como, por exemplo, inovação, desenvolvimento,

renovação, busca, construção, exploração ou descoberta.

Será que esses projetos das pirâmides e das construções mostradas

anteriormente não foram desenvolvidos buscando atender a um desses

atributos?

Costumamos imaginar que, um projeto surja somente em resposta a um

problema concreto. Elaborar um projeto não atende a este objetivo único; é,

antes de qualquer coisa, contribuir para a solução de problemas, transformar

ideias e oportunidades em ações.

Um projeto pode ter início para aproveitar uma oportunidade, para

atender a um pedido do cliente, a um avanço tecnológico, a uma exigência

legal ou a uma necessidade social ou ambiental.

Você já parou para pensar como é importante ter um projeto para tudo

em nossa vida?

Seja qual for a profissão ou a especialidade a que se dedique, mais cedo

ou mais tarde, você vai envolver-se com projetos. Para iniciar sua própria

empresa ou implantar um novo sistema em uma empresa existente, lançar um

novo produto e realizar qualquer empreendimento temporário, você vai precisar

das técnicas e conceitos da administração e gestão de projetos. Até mesmo

para fazer seu trabalho ou monografia de conclusão de curso, se faz

necessário elaborar um projeto.

Capítulo 1

Princípios do Gerenciamento de

Projetos

Agora aprenderemos quais são os principais conceitos sobre o gerenciamento

de projetos. E assim, teremos uma visão geral da sua importância quanto à sua

elaboração e gestão.

1.1 O que é um projeto

Pois bem, primeiramente, vamos conceituar de forma simples e objetiva o que

consideramos como projeto.

Imagine uma empresa, onde todos os produtos e serviços oferecidos por ela

são realizados por meio de dois tipos de atividades.

Atividades

Funcionais

Projetos

São rotineiras, que se repetem

sempre do mesmo modo, com

pequenas variações ao longo do

tempo, sem perspectiva de

terminar. Exemplo: atividades de

vendas, finanças, serviços e etc.

Outras atividades são realizadas

uma a uma, sob encomenda. Os

projetos compreendem tarefas

especiais que fogem da rotina.

Nelas se pode observar começo,

meio e fim. Ex. Construção de

uma casa, busca de

financiamento para sua empresa

e etc.

Projeto:

temporário –

único e

progressivo

Um projeto é

um esforço

temporário

empreendido

para criar um

produto,

serviço ou

resultado

exclusivo.

Operacional

Projetos Operacionais

Projetos Operação

Construção do Software XPTO. Gerar relatório gerencial mensal.

Viagem de férias ao Nordeste. Matricular alunos.

Casamento. Atender requerimento.

Construção de uma casa. Apropriar horas de Trabalho.

Os projetos são atividades ou empreendimentos que têm começo e fim

programados, devendo resultar em um produto final.

Têm algumas similaridades com as operações e atividades funcionais, porque

ambos são realizados por pessoas e limitadas aos recursos disponíveis.

A maior diferença entre as operações e um projeto está na continuidade e na

repetição das operações.

Projetos são os veículos necessários para as mudanças empreendidas pelas

empresas, a fim de competir num mundo de permanentes desafios e de novas

oportunidades.

Os projetos são uma forma de organizar atividades que não podem ser

incluídas nos limites operacionais. Dessa forma, as organizações utilizam projetos

para atingir suas estratégias, seja uma demanda de mercado, uma necessidade

organizacional, um avanço tecnológico, entre outras.

Um projeto é resultante da atividade de planejamento, em função do desejo de

superar um problema ou aproveitar uma potencialidade. Assim, o projeto representa a

formalização da estratégia e das atividades a serem desenvolvidas para se obter o

resultado final esperado.

Os projetos são normalmente autorizados ou são resultado de uma ou mais

das seguintes considerações estratégicas:

Uma demanda de mercado – Exemplos:

Construção de uma nova fábrica para atender à demanda;

Lançamento de um novo produto.

Avanço Tecnológico – Exemplos:

Informatização da empresa;

Projetos de automação.

Necessidade Organizacional – Exemplos:

Reestruturação Organizacional;

Capacitação de funcionários;

Projetos de Melhoria Contínua;

Obtenção de recursos financeiros em Bancos.

Solicitação do Cliente – Exemplos

Campanha política.

Desenvolvimento de um novo produto ou serviços de Monografias.

Importante:

Cada projeto requer um tratamento diferenciado. Projetos diferentes resultam

em procedimentos diferentes.

Lembre-se: Uma mesma necessidade não quer dizer que o projeto e o

gerenciamento devam ser os mesmos.

Singularidade

Rigor das Metas

Complexidade

OUTROS CONCEITOS IMPORTANTES

Vimos a diferença entre projeto, operações e programas. Mas precisamos

avançar mais um pouco no assunto, então, no próximo tópico, estudaremos a

importância do gerenciamento de projetos que envolvem diversas atividades que

poderão culminar em sucesso ou em fracasso.

1.2 Gerenciamento de projetos

O Gerenciamento de Projetos inclui: Planejamento, organização, supervisão e

controle de todos os aspectos do projeto, em um processo contínuo, para alcançar

seus objetivos. O Gerenciamento de Projetos enfatiza a aplicação de: conhecimentos,

habilidades, ferramentas e técnicas.

O Gerenciamento Envolve

Planejamento Monitoria e controle

Definição e previsão de

requisitos, cronograma, recursos,

esforço e custos.

Acompanhar, avaliar, monitorar,

resolver.

Organograma do projeto e

alocação da equipe.

Realização das atividades

(progresso do projeto).

Infraestrutura necessária

(ambiente, treinamentos e etc.).

Riscos e custos.

Estrutura de comunicação.

Qualidade dos artefatos.

Problemas (levantar riscos).

Motivação e coesão da equipe.

Problemas e conflitos (tomar

ações corretivas).

O Gerenciamento de qualquer projeto é importante, pois, segundo estatísticas,

28% dos projetos elaborados são abortados; 46% extrapolam prazos/recursos e,

apenas 26% são bem-sucedidos. Portanto, não adianta fazer apenas o projeto. É

preciso gerenciá-lo de forma eficaz. Aí está nossa primeira dica para o sucesso de

qualquer projeto: Gerenciamento.

Para ilustrar as estatísticas apresentadas, vamos relatar um caso real e

conhecido.

Caso Eurotunnel

Quando finalmente o Projeto Eurotunnel entrou em construção, muitos

comemoraram, pois, após décadas de concepção técnica e política, tudo que era

ficção começou a virar realidade. Mas poucos sabiam que, durante as comemorações

do lançamento de sua construção, o projeto estava mais de um ano atrasado, com

orçamento batendo à casa dos US$15 bilhões, o que significava quase o dobro do

previsto inicialmente.

Somente para ilustrar os problemas ocorridos na sua construção, citamos um

deles. A escavação. Segundo relatos, a máquina utilizada para escavar o túnel, com

um sofisticado controle computadorizado, foi projetada para trabalhar em solos

macios. Num determinado momento do trajeto, o solo encontrado, mais duro, gerou

infiltração de água no sistema eletrônico. Dois problemas surgiram, um no manuseio

da máquina e, outro, no encaixe dos segmentos de concreto pré-moldados. Para

resolver isso, foi necessário injetar uma massa especial solidificadora não prevista no

escopo do projeto.

O Eurotunnel hoje liga a França à Grã-Bretanha, e foi considerado o maior

projeto do século passado.

Você percebe que, mesmo nos grandes projetos, há falhas e imprevistos no

planejamento e no gerenciamento. Portanto, o que estamos repassando para você irá

minimizar em muito os problemas decorrentes da elaboração e do gerenciamento de

projetos.

Descreveremos a seguir os passos para um bom gerenciamento de projeto.

Vamos a eles.

Os passos no processo de gerenciamento de um projeto são simples. Executá-

los é que pode não ser. Vamos observar quais são esses passos.

Não vamos detalhar neste momento esses passos. No decorrer de nosso

estudo, vamos trabalhar cada um deles.

Defina o

Problema/necessidade

Desenvolva as opões de

soluções.

Planeje o Projeto

O que deve ser feito?

Quem vai fazê-lo?

Como será feito?

Quando deve ser feito?

Quanto vai custar?

O que precisamos fazer?

Execute o Projeto

Acompanhe e Controle o

Progresso

Estamos dentro das metas?

Se não, o que deve ser feito?

O Plano deve ser mudado?

Conclua o projeto

O que foi bem?

O que deve ser melhorado?

O que mais podemos aprender

com o projeto?

Imagine como é frustrante tanto para o funcionário quanto para o gestor passar

vários meses trabalhando em projetos diferentes e, ao final do ano, não ver nenhum

concluído. Ou pior: não saber nem em que ponto eles pararam de existir!

O fato, bastante comum, ocorre geralmente pela forma como o projeto é

conduzido. Mais que planejamento, é preciso acompanhamento; caso contrário, valerá

uma frase bastante popular: "Os projetos não são concluídos, são abandonados".

Você se lembra de algum? Acredito que sim.

Por esse motivo, achamos importante, antes de iniciarmos a elaboração de

nosso projeto, mostrar que tudo poderá ir por água abaixo se não houver

gerenciamento e acompanhamento. Nossa segunda dica: Acompanhamento.

Para facilitar o gerenciamento e a implementação de qualquer projeto, vamos

dividi-lo em nove áreas do conhecimento, que descreveremos a seguir:

Gerenciamento da Integração

Descreve os processos e as atividades que integram dos diversos elementos

dos projetos.

Gerenciamento do Escopo

Descreve os processos envolvidos na verificação de que o projeto inclui todo o

trabalho necessário, para que seja concluído com sucesso.

Gerenciamento do Tempo

Descreve os processos relativos ao término do projeto no prazo correto.

Gerenciamento dos Custos

Descreve os processos envolvidos em planejamento, estimativa, orçamento e

controle de custos, com o intuito que o projeto termine dentro do orçamento aprovado.

Gerenciamento da Qualidade

Descreve os processos envolvidos na garantia de que o projeto irá satisfazer

os objetivos para os quais foi realizado.

Gerenciamento de Recursos Humanos

Descreve os processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto.

Gerenciamento das Comunicações

Descrevem os processos relativos à geração, coleta, disseminação,

armazenamento e destinação final das informações do projeto, de forma oportuna e

adequada.

Gerenciamento dos Riscos

Descreve os processos relativos à realização do gerenciamento de riscos em

um projeto.

Gerenciamento dos Suprimentos

Descreve os processos que compram ou adquirem produtos, serviços ou

resultados, além dos processos de gerenciamento de contratos.

1.3 Benefícios do Gerenciamento dos Projetos

Terminar tudo no prazo acertado, com o custo combinado e da forma como os

clientes desejam. Isso é o que se espera de qualquer empresa, seja uma multinacional

ou uma microempresa. Porém, a experiência mostra que, na maior parte das vezes,

esse não é um desafio fácil de ser cumprido. Inúmeras ações podem fazer com que as

expectativas não se cumpram. Os erros vão desde o estabelecimento das

expectativas até a execução dos projetos.

As boas práticas de Gerenciamento de Projetos trazem diversos benefícios às

empresas, como a redução de custos e do tempo para desenvolvimento de novos

produtos e soluções, o aumento de vendas e receita para reinvestimento, tanto do

capital humano quanto da estrutura da organização; o aumento da carteira de clientes

e consequente fidelização destes e o aumento de sucesso na execução dos projetos.

Outros benefícios:

• Maior satisfação do Cliente;

• Ciclo de desenvolvimento mais curto;

• Custos menores;

• Decisões mais eficazes;

• Menos improviso;

• Afastamento de surpresas;

• Antecipação das situações desfavoráveis;

• Fornecimento de um mecanismo de medição de desempenho;

• Planejamento e compartilhamento de recursos no

aprimoramento da eficiência (reduz custos);

• Comparação do Realizado com o Planejado na melhoria do

desempenho dos projetos.

No próximo tópico, mostraremos as diferentes funções e papéis que o

Gerente de Projetos assume durante as diferentes fases de um projeto, isto é,

em todo o seu ciclo de vida - Iniciação, Planejamento, Execução, Controle e

Encerramento.

1.4 Papéis do Gerente de Projeto

Descrevemos o que é um projeto e mostramos a importância do seu

gerenciamento. Agora se faz necessário falarmos sobre a figura do gestor de

um projeto. Se quisermos fazer um Projeto, ele deverá ser gerenciado por

alguém. Mas qual é o perfil dessa pessoa, quais serão suas responsabilidades,

quais as habilidades que ele deverá ter? Essas respostas voce conhecerá a

partir de agora.

A gerência de projetos é de responsabilidade de um indivíduo intitulado

Gerente de Projetos. Idealmente, esse indivíduo raramente participa

diretamente nas atividades que produzem o resultado final. Em vez disso, o

Gerente de Projetos trabalha para manter o progresso e a interação mútua dos

diversos participantes do empreendimento, de modo a reduzir o risco de

fracasso. O Gerente de Projetos deverá ter controle absoluto sobre o projeto a

ser executado.

Cada fase de um projeto exige do Gerente de Projetos diferentes

habilidades. Em todas elas, ele desempenhará o papel de gestor, e dele são

exigidas as características fundamentais para um Gerente de projetos:

excelente habilidade de comunicação; elevada habilidade em administrar

conflitos; grande poder aglutinador de pessoas; liderança; capacidade de

negociação com o cliente, com a equipe e com o restante da empresa;

relacionamento habilidoso com o cliente.

Gerenciar projetos é essencialmente uma arte, combinada com alguma

necessária metodologia.

Uma característica do Gerente de Projetos que ajudará muito o seu

sucesso nos próximos projetos é a generosidade. Ele deverá ser capaz de

dividir com as pessoas os méritos de um projeto bem-sucedido. Ser capaz de

comunicar e disseminar o prazer do dever cumprido e saber reconhecer o

mérito de seu time. Saber remunerar as pessoas com a única parte do salário

que lhe cabe pagar: o reconhecimento.

Atividades do Gerente de Projetos

Aloca recursos;

Define prioridades;

Coordena as interações com clientes e usuários;

Procura manter a equipe focada na meta do projeto;

Supervisiona, delega, motiva e gerencia o estresse;

Resolve conflitos de stakeholders com diferentes expectativas e

necessidades;

Gerencia riscos, escopo, tempo e custo;

Estabelece um conjunto de práticas para assegurar a qualidade dos

artefatos do projeto;

Identifica requisitos.

A principal tarefa do gerente é assegurar a preparação do projeto, com

garantia de qualidade técnica, recursos aprovados e consenso de todos. Ao

começar o projeto, o gerente deve ter uma ideia bem clara de como vai

terminá-lo e o que acontecerá no decorrer do projeto.

Como organizador, o gerente de projetos deve prever e mobilizar os meios,

especialmente as pessoas, para realizar o projeto.

Pois, um bom profissional que esteja envolvido com a realização de projetos,

deve saber que suas responsabilidades estão diretamente relacionadas a:

• Alcançar todos os objetivos pré-estabelecidos para o projeto;

• Concluir o projeto dentro do prazo pré-determinado;

• Concluir o projeto respeitando o custo orçado;

• Entregar os 'produtos' do projeto conforme a qualidade acordada

inicialmente.

Habilidades do gerente de projetos

Comunicação;

Planejamento;

Orçamento;

Resolução de conflitos;

Negociação e influência;

Liderança;

Formação e motivação de equipes.

O gerenciamento de projetos tenta adquirir controle sobre três variáveis:

Pessoas

Gerenciamento de Projeto

Processos Ferramentas

O sucesso de um projeto depende muito da postura do gestor, que precisa

buscar em sua equipe o melhor de cada um. Trata-se de algo bastante complexo e,

por isso, a culpa da falta de conclusão não pode ser atribuída apenas ao líder. Sendo

assim, você, como coordenador ou simples membro de um grupo, deve ter

consciência dessas dificuldades, procurando vencê-las com seu time.

Principais STAKEHOLDERS:

Agora que já sabemos da necessidade de se ter um gerenciamento e um

responsável pelos projetos como forma de obter sucesso e resultados satisfatórios,

chegou o momento de falarmos sobre o ciclo de vida e as fases que irão compor o seu

projeto.

1.5 Ciclo de vida do projeto

Falamos sobre a importância do Gerenciamento do Projeto, que deverá ser

realizado por intermédio da integração de alguns processos. É sobre esses processos

que iremos trabalhar a partir de agora.

O ciclo de vida é a sequência de fases que vão do começo ao fim de um

projeto. O entendimento do ciclo de vida permite a visualização sistêmica do projeto,

O Chefe Patrocinador

Organização O Time

O Cliente

Gerente de

Projeto

PROJETO

desde seu início até a conclusão, facilitando o estudo e a aplicação das técnicas de

administração de projetos.

Planejamento

Estratégico

Inicialização Planejamento

Controle Execução

Fechamento

Para facilitar o entendimento, no próximo capítulo, vamos fazer uma breve

caracterização dessas fases.

Capítulo 2

Processo de Planejamento

Neste capítulo você aprenderá sobre a importância de um planejamento bem

elaborado para se obter os resultados almejados em projeto.

2.1 Fase de Iniciação/Análise/Concepção e Preparação do

Projeto

Esta fase dá início ao projeto, um conjunto de percepções, vontades e

interesses, em geral estimulado por uma demanda, necessidade da empresa, interna

ou externa, ou por uma oferta e oportunidade. Tudo começa com a identificação de um

problema ou oportunidade e termina com a elaboração da proposta básica para a

realização do projeto.

Exemplos: Elaboração de um projeto para captação de recursos no mercado

financeiro para aquisição de equipamentos e capital de giro, projeto de expansão de

uma empresa, etc. A proposta básica deve conter uma previsão dos objetivos e meios

ou recursos necessários para realizá-los. Os meios ou recursos transformam-se em

estimativas de custos e prazo do projeto.

Vamos ver como fica esta fase? Observe:

Necessidades do projeto

Necessidade: problema que o projeto procura solucionar.

Produto: produto ou serviço que soluciona o problema.

Objetivo: utilidade do produto e sua contribuição para solucionar o problema.

Reconhecimento formal do projeto

Necessidades

Demanda de mercado

Necessidade do Negócio

Pedido de Cliente

Avanço tecnológico

Exigência Legal

Necessidade Social

Após a identificação da ideia inicial ou a descoberta de uma necessidade de se

elaborar um projeto, é o momento de definir seu objetivo. É sobre ele que falaremos a

partir de agora.

Como começar a elaboração de um Projeto?

O trabalho começa pelo "coração" do projeto: a definição concreta do objeto de

trabalho, os propósitos, os objetivos que se tem uma visão clara dos problemas que se

quer resolver com a realização da ideia central. É importante discutir a ideia central da

proposta desde o início com todas as pessoas interessadas, pois seu envolvimento

futuro nos trabalhos será motivado pelas visões compartilhadas nesta primeira etapa.

Para isso, serão necessários encontros ou reuniões do grupo de trabalho envolvido na

elaboração do projeto.

Por que definir em reunião?

- Para se ver a expectativa e esclarecer as ideias e objetivos de todos e a todos, a fim

de recortar o escopo do projeto e definir o público alvo que se quer trabalhar;

- Motivar todos os presentes para agir;

- Reunir as informações necessárias para desenvolver o projeto;

- Procurar informações sobre as fontes de recursos.

Quem deve Participar?

- Todas as pessoas envolvidas com o tema, especialmente as interessadas em

elaborar o projeto escrito e depois participar de sua realização.

Todo projeto precisa ter metas e objetivos a serem atingidos ao longo do

horizonte de tempo de execução do mesmo.

O objetivo do projeto deve descrever as mudanças que se pretende alcançar

por intermédio de sua execução e definir os resultados que se pretende ou que devem

ser atingidos.

Um projeto é organizado com um objetivo que consiste em executar um

conjunto de ações que devem estar voltadas para uma única resultante, que é o

produto do projeto.

Todo objetivo ao ser escrito, deverá ser observável e verificável: é necessário

haver mecanismos que permitam medir e verificar, ao longo do tempo, se o objetivo foi

cumprido ou não.

O objetivo deve ser redigido com o máximo de cuidado, para ser claro e sem

ambiguidades. A redação deve conter:

• Ação - definida por um verbo no infinitivo, iniciando a declaração

do objetivo como projetar, desenvolver, construir, transformar, modernizar,

ensaiar, levantar, determinar, obter, transportar, etc.

• Objeto - sobre o qual a ação se exerce e ou da qual ele resulta -

uma ponte, um dispositivo, um processo administrativo ou operacional, um

treinamento, um software, uma simulação, etc.

• Requisitos – São restrições ou condições complementares na

qual destacamos: desempenho, tempo, local, qualidade, quantidade, áreas de

aplicação e etc.

Para seu melhor entendimento, vamos dar exemplos para clarificar os

conceitos acima.

Você se lembra da primeira ida do homem à Lua?

Histórico – NASA – Programa Espacial

– Projeto Homem à

Lua

• Milhares de

fornecedores,

capacitados

• Site NASA com

templates

documentos,

• Técnicas de gestão

HISTÓRICO - NASA – Programa Espacial

Em 1961, o Presidente John F. Kennedy, estabeleceu a meta de uma viagem

tripulada à Lua para antes do final da década. Essa era a meta do Programa Apollo. A

NASA desenvolveu o programa Apollo em três partes:

Nave Apollo - uma nave para levar astronautas até a órbita da

Lua e trazê-los de volta.

Módulo lunar – um veículo de excursão lunar para levar os

astronautas dessa nave até a superfície e trazê-los de volta à órbita da Lua.

Saturno V – um veículo de lançamento, para colocar tudo isso

na órbita da Terra e dar o impulso para a viagem à Lua.

John F. Kennedy foi assassinado em 1963, mas seus sucessores Johnson e

Nixon prosseguiram com seu projeto. Em 1967, o Saturno V subiu pela primeira vez.

Em julho de 1969, como Kennedy previra, dois americanos desceram à Lua e voltaram

em segurança ao planeta Terra. Depois disso, a exploração do espaço entrou em nova

fase.

Os objetivos implícitos da viagem à Lua eram dar aos Estados Unidos a

liderança e a competência em voos espaciais tripulados e definir as potencialidades do

homem como explorador do espaço. Até hoje, há quem diga que foi desperdício de

dinheiro. Não se ganhou muito com isso e, por essa razão, nunca mais a viagem foi

feita.

Outro exemplo de objetivo:

Preparar um treinamento de x horas para os funcionários da empresa, a fim de

capacitá-los nas áreas de atendimento e vendas até o final do próximo ano.

Agora vamos a um exercício prático.

Identifiquem, nos dois exemplos, os três componentes recomendados (ação,

objeto e complementos).

Parabéns! Se você apontou que, no primeiro exemplo, a ação foi “colocar”, o

objeto foi um “homem” e complementos na Lua até o final da década.

No segundo exemplo, a ação foi “preparar”, o objeto um “treinamento” para

funcionários da empresa e complementos “capacitá-los” nas áreas de atendimento e

vendas até o final do próximo ano.

Não foi difícil.

Dica:

Você tem liberdade para apresentar os objetivos de seu projeto de outras

maneiras.

Por exemplo, podem-se apresentar separadamente o produto, a necessidade

ou justificativa, o objetivo imediato e o objetivo final.

Percebe-se que mudamos um pouco a questão dos objetivos, para mostrar a

flexibilidade que temos para elaborar nossos projetos.

Vamos dar novos exemplos para clarear nossas ideias.

Imagine que você tenha que apresentar um projeto de curso de formação de

supervisores de telemarketing.

Portanto, o produto será o curso de formação de supervisores de

telemarketing.

A justificativa do projeto - será o volume de dados com os quais os

supervisores têm que lidar diariamente. É muito grande e ainda está em crescimento.

Os supervisores precisam dominar ferramentas que lhes permitam tratar e interpretar

esses dados, para tomar decisões rapidamente e orientar os operadores de

telemarketing de sua empresa.

O objetivo imediato é o de capacitar 30 pessoas para desempenhar a função

de supervisão de operadores de telemarketing, com o uso de técnicas para a análise e

tomada de decisões.

O objetivo final é aprimorar a capacidade de análise de dados e tomada de

decisão, no departamento de telemarketing, contribuindo assim, para a

competitividade da empresa.

Ao pensar nos objetivos de seu projeto, lembre-se da palavra REMAR (a favor

da corrente). Associe essa palavra aos objetivos. Cada uma das letras dessa palavra

terá um significado importante na definição dos objetivos. Vamos a elas.

R - Realista (s) - objetivo(s) deve(m) ser realista(s)

E - Específico

M - Mensurável

A - Alcançável

R - Rápido

A ideia inicial, que se transforma no objetivo do projeto, nasce com o problema

ou a necessidade. Os objetivos são os produtos ou serviços que o projeto deve

fornecer. Vamos falar um pouco sobre os produtos de um projeto no próximo tópico,

mas podemos adiantar que usamos a palavra “produto” para designar produtos físicos

e também serviços.

A especificação do objetivo responde as questões: PARA QUÊ? PARA

QUEM?

Objetivo de um Projeto

Agora que já sabemos como elaborar um objetivo de um projeto, reflita sobre

as duas questões a seguir:

• O que você está querendo alcançar com o projeto?

• Que necessidade de seu cliente ou sua é satisfeita pelo projeto?

Dica:

Os objetivos de um projeto nascem do esclarecimento das necessidades que

os clientes ou você apresenta. O esclarecimento das necessidades permite tornar

evidentes os objetivos.

Vamos aos exemplos:

Necessidade: aproveitar as oportunidades criadas pela expansão do mercado.

Objetivo do projeto: construir uma nova unidade industrial.

Necessidade: incrementar vendas.

Objetivo do projeto: criar, desenvolver e lançar campanha de conquista de

novos clientes.

2.2 Escopo do Projeto

Agora, com as informações levantadas na fase de iniciação, procede-se ao

planejamento, estabelecendo-se progressivamente o escopo do projeto.

Gostaríamos de começar esse tópico contando um pequeno trecho da famosa

história de Alice no País das Maravilhas.

Essa história revela uma preocupação singular de um coelho, sempre

apressado. Essa preocupação pode ser resumida num diálogo entre Alice e o tal

coelho.

Alice – Onde fica a saída?

Coelho – Mas para onde a senhora quer ir?

Alice – Para qualquer lugar.

Coelho – Para qualquer lugar, qualquer saída serve.

Este diálogo nos demonstra que, no projeto, precisamos estar cientes do que

queremos para obtermos as respostas que queremos ouvir. Pense nisso!

As preocupações com as intenções e com a abrangência do projeto, com a

busca efetiva de seus objetivos, são empreendidas pela área do conhecimento que

considera o gerenciamento de escopo. Elas não podem ser genéricas, como no

diálogo apresentado.

O primeiro passo do planejamento de projetos é elaborar o detalhamento do

escopo do projeto. Mas o que é escopo de um projeto?

No Gerenciamento de Projeto tradicional, as ferramentas para descrever o

escopo do projeto são a estrutura de detalhamento produto/serviço e a descrição do

produto/serviço.

O escopo/âmbito é o “foco” do projeto.

O projeto é elaborado a partir da definição do escopo, para que possa ser

gerenciado de forma eficaz.

O que devemos fazer?

Precisamos definir a declaração do escopo e sua definição.

Ainda tem dúvida sobre o escopo?

Vamos ajudá-lo(a) a entender!

Nota-se que o Escopo é um componente do Plano do Projeto que responde as

seguintes questões:

De que se trata o projeto? Qual a situação, problema ou necessidade

que deu origem ao projeto?

Por que vale a pena investir recursos no desenvolvimento do projeto?

Para quais finalidades o projeto vai ser conduzido? Que resultados

podemos esperar com a realização do projeto? O que se pretende realizar com seu

desenvolvimento? Que benefícios são esperados? Quais serão os benefícios com

sua realização?

Qual a área de atuação do projeto? Qual sua dimensão em termos de

público alvo? Que volume de recursos deverá ser investido?

Estes são componentes essenciais para elaboração do escopo.

Exemplo de um escopo mal redigido

Como o cliente explicou

e entendeu

Como o gerente de

projetos entendeu

Como o projetista e a

empresa construíram

O que a empresa cobrou O que o cliente queria

do cliente

O que pode acontecer com os projetos que se iniciam com escopo mal

definido? Ele pode aumentar de tamanho, mudar, não atingir os objetivos

iniciais, demorar mais, ficar mais caro, etc.

A boa Gestão do Escopo passa pela definição clara do que deve ser

feito durante o projeto e de como isso será realizado. Essa definição deve ser

feita com base nos resultados esperados para o projeto e nas restrições que se

terá para sua realização.

Depois de definido o escopo, é preciso controlá-lo. Não há nada de

errado em mudar o escopo do projeto. O problema é que isso não pode ser

feito sem a consideração do contexto como um todo. Qual será o impacto

dessa mudança de escopo no tempo do projeto? Na sua qualidade? Quais os

riscos dessa mudança? Essa mudança pode trazer algum custo?

Uma ação importante para a definição do escopo do projeto é

transformar a declaração de 'resultados esperados do projeto' em uma lista de

atividades que precisam ser realizadas. Para fazer isso, é preciso “quebrar”

sucessivamente o “resultado esperado do projeto” em partes menores. Essa

divisão deve ser feita até que seja atingido o nível de detalhe que se pretende

gerenciar. O nível mais detalhado é chamado de “pacote de trabalho”.

Agora, vamos conhecer um modelo de impresso que poderá ser utilizado

para a declaração do escopo de seu projeto.

DECLARAÇÃO DE ESCOPO DO PROJETO

Nome do Projeto:

JUSTIFICATIVA DO PROJETO (NECESSIDADES QUE O PROJETO DEVE

ATENDER)

PRODUTO QUE DEVE SER ENTREGUE AO FINAL DO PROJETO (DESCRIÇÃO)

SUBPRODUTOS DO PROJETO QUE DEVERÃO SER ENTREGUES NO

DECORRER DA EXECUÇÃO

INDICADORES E METAS

REGISTROS

Anexos:

Data: Assinatura do autorizador:

2.3 Detalhamento das atividades

Inicialmente, sugere-se elaborar um planejamento preliminar. Pois, o

detalhamento do projeto, quando realizado adequadamente, irá explicitar todas as

entregas desejadas e necessárias no âmbito do projeto.

Observe a seguir:

O planejamento do projeto deve ser executado, de forma preliminar, para

estimar o prazo, o custo, as necessidades de aquisições, de RH, sua qualidade, e

analisar os riscos do projeto.

O nível de detalhe dependerá das exigências do cliente e do prazo, do esforço

que poderá ser despendido para a elaboração da proposta, assim como, da

necessidade de exatidão das estimativas de prazo e de custo.

2.4 Planejamento Operacional de um Projeto

O planejamento é de fundamental importância num projeto, porque executar

um projeto implica em realizar algo que não tinha sido feito antes.

O ponto de partida do planejamento das atividades é o desenho da estrutura

analítica do produto. O produto do projeto é que será entregue ao cliente e que deve

estar referido no objeto do projeto. O produto é o novo bem ou serviço criado pelo

projeto.

Na definição do produto que será fornecido, é importante que sejam

mencionados de forma sucinta os produtos que serão fornecidos ou contemplados no

projeto. A definição do escopo é uma relação detalhada dos produtos que serão

fornecidos ou contemplados no projeto.

Os produtos dos projetos classificam-se em três categorias principais -

produtos físicos, conceitos e eventos.

Produtos físicos

Exemplo: Casas, rodovias, veículos, máquinas e equipamentos, etc.

São exemplos de projetos de produtos físicos:

• Reformar uma casa.

• Desenvolver um novo equipamento para caminhões.

Produtos conceituais ou intangíveis

Ideias, roteiro de filmes, mapas, sistemas, organogramas, rotas, processos,

plantas, etc.

São exemplos de projetos de produtos conceituais:

Escrever um livro

Desenvolver um sistema de telemarketing

Organizar os jogos olímpicos

Eventos

Eventos são produtos que consistem na realização de tarefas, serviços ou

atividades.

Exemplos:

Planejar, organizar e realizar estudos, pesquisas e diagnósticos,

cursos, reuniões, etc.

Implantar sistemas, processos e modelos de organização.

Fazer reformas, renovações e ampliações de equipamentos.

Importante:

Nenhum projeto pertence a apenas uma categoria. Todo projeto sempre

combina elementos físicos, conceitos e serviços.

Imagine por exemplo, um projeto de realização de uma copa do mundo, que

envolve conceitos (planejamento), produtos físicos (construções) e eventos (os jogos).

A estrutura analítica permite fazer a ligação entre o objetivo (produto) e as

atividades necessárias para realizá-lo. A estrutura analítica é a base para a

construção de uma lista de atividades. Vamos observar o desenho a seguir.

Produto: Construção de uma casa

Projeto Fundações Alvenaria Acabamento

Contratar arquiteto

Definir especificações da casa

Analisar alternativas de plantas e orçamentos.

Escolher planta

Definir orçamento

Aprovar planta na prefeitura

Contratar construção

Adquirir materiais

Construir instalações para trabalhadores.

Disponibilizar equipamentos.

Limpar terreno. Preparar

terreno. Iniciar

escavações Construir

fundações

Adquirir materiais.

Construir alvenaria.

Acompanhar e inspecionar construção.

Verificar entrega de materiais.

Controlar Orçamento.

Instalar sistemas de iluminação, energia, água e

esgoto.

• Fazer orçamento de acabamento.

• Buscar e avaliar alternativas de fornecedores.

• Adquirir materiais.

• Finalizar construção.

• Obter habite-se. • Mudar para a

casa nova.

2.5 Detalhamento dos Recursos

Agora vamos entrar em detalhes sobre o planejamento de um projeto.

Previsão de Recursos

Paralelamente à identificação das atividades, o processo de planejamento

operacional procura definir inicialmente quais recursos são necessários para realizá-

las. A lista de atividades mostra quais recursos são necessários para realizar o projeto:

pessoas, materiais, instalações, fornecedores, etc.

Sem insumo não tem projeto!

Insumos ou recursos são:

Pessoas

Equipamentos e ferramentas

Materiais

Dinheiro

Uma das primeiras perguntas que Gestores de Projetos (e seus

superiores) se fazem é:

Os recursos disponíveis são suficientes para executar o projeto com os

objetivos definidos?

E também:

Os recursos financeiros e tecnológicos são compatíveis com o tempo

disponível? Se não, que resultados se podem obter com os recursos

disponíveis? Os apoios políticos internos são suficientes para a realização das

expectativas? É possível mobilizar pessoas de todos os departamentos

envolvidos ou será preciso contratar pessoas especialmente para o projeto?

Perguntas como essas são necessárias para a elaboração de

estimativas realísticas (que nem sempre correspondem às expectativas dos

seus patrocinadores) sobre os recursos necessários à realização de um

projeto.

Planejamento do

Escopo

Detalhamento do

escopo

Detalha-

mento das

atividades

Detalhamento

dos recursos Estimativa de

custos

Sequência-

mento das

atividades

Desenvolvimento do

cronograma

Orçamento dos

Custos

Desenvolvimento do

plano do projeto

Para os processos de execução

Estamos

aqui

Os recursos necessários para a realização das atividades classificam-se,

geralmente, em quatro categorias principais:

- Mão-de-obra

- Material permanente (equipamentos e instalações)

- Material de Consumo (combustível, material de escritório, peças de reposição,

materiais de manutenção, etc.)

- Serviços (viagens, transporte, hospedagem, serviços técnicos especializados,

etc.)

Disponível X Necessário

Listar o que está disponível e o que é necessário

Informações:

Nome

Grupo ou equipe que integra

Número máximo de horas alocável

Quantidade total de horas

Custo por tempo

Alterações no preço projetadas

Insumos consumíveis

Fixo

Unitário

Por tempo de uso

Lista de insumos

Nome

Preço

Previsão de aumento

Atividades e recursos exigem o gasto de dinheiro. Nos estágios finais

do processo de planejamento operacional, deve-se definir o custo dos recursos

necessários para assegurar a realização dos objetivos.

2.6 Gerenciamento do Tempo

Planejamento do

Escopo

Detalhamento do

escopo

Detalha-

mento das

atividades

Detalhamento

dos recursos Estimativa de

custos

Sequencia-

mento das

atividades

Desenvolvimento do

cronograma

Orçamento dos

Custos

Desenvolvimento do

plano do projeto

Para os processos de execução

Estamos

aqui

A etapa seguinte no processo de planejamento operacional de um projeto

consiste em associar períodos, datas e prazos às atividades. São as decisões que

estabelecem quando as atividades acontecem. Esse é o processo de programação,

que significa planejar, associando o tempo ao trabalho. Estamos falando do

Gerenciamento do Tempo. Mas se ele é tão importante, como podemos conceituá-lo?

O Gerenciamento do Tempo é o processo que objetiva garantir que o Projeto

seja completado no tempo previsto.

Os principais processos desta gestão são: Definições, Sequenciamento,

Estimativa de Recurso, Estimativa de Duração das Atividades,

Desenvolvimento e Controle do Cronograma destas Atividades.

O processo de sequenciamento das atividades permite identificar e documentar

as relações de dependência entre as atividades.

O fundamental para o Gestor do Projeto é ponderar quanto a real necessidade

do estabelecimento de vínculo de dependência entre as atividades, pois elas devem

ser sequenciadas de modo a elaborar um cronograma realista e viável, sem

amarrações desnecessárias, que aumentarão a duração do projeto como um todo.

Dependências entre atividades

• Atividades podem ser predecessoras ou sucessoras.

• As dependências podem ser do tipo padrão ou parcial.

Dependências parciais

• Atividades podem ocorrer ao mesmo tempo.

• A referencia pode ser o início ou o fim de outra atividade.

Para melhor ilustrar o que dissemos sobre o Gerenciamento do Tempo de

projeto, mostramos a figura a seguir.

Definições das Atividades: identificação das atividades

específicas do cronograma que necessitam ser executadas para produzir os

diversos tangíveis do projeto.

Sequenciamento das Atividades: identificação e

documentação das dependências entre as atividades do cronograma.

Estimativa de Recursos de Atividade: estimativa do tipo e das

quantidades dos recursos requeridos para executar cada atividade do

cronograma. Exemplo: se você estiver construindo sua casa e quiser estimar o

tempo necessário para concretar a laje de sua casa, precisaria decidir quais

recursos terá disponíveis. Você utilizará uma empresa especializada com

caminhão betoneira ou os pedreiros da obra farão o serviço, utilizando um

carrinho de mão e preparando eles mesmos a receita do concreto?

Estimativa de Duração de Atividade: estimativa do período

que será necessário para a conclusão individual de cada atividade do

cronograma.

Desenvolvimento do Cronograma: análise da sequência das

atividades, suas dependências, duração e recursos requeridos para criar o

cronograma.

Controle do Cronograma: controle das alterações efetuadas no

cronograma.

Para melhor visualizar seu projeto quanto à administração e gestão do tempo,

existem técnicas de programação e representação gráfica para definir o tempo de

cada atividade e como elas se relacionam.

Dentre elas, destacamos:

Diagramas de Redes:

As redes de programação são gráficos que representam não apenas a

distribuição das atividades no tempo, mas também sua interdependência e,

automaticamente, suas relações de precedência.

Para desenhar uma rede, começa-se com uma lista das atividades específicas,

que contribuem para a realização de uma tarefa maior ou do objetivo principal. Em

seguida, definem-se as relações de dependência entre essas atividades, por meio de

duas perguntas básicas:

Para que a atividade n possa acontecer, quais outras devem ter sido

realizadas? As respostas a essa pergunta identificam as atividades das quais a

atividade n depende.

Uma vez que a atividade n tenha sido realizada, quais outras devem ocorrer

em seguida? As respostas a essa pergunta identificam as atividades que dependem

da atividade n.

Vamos ao exemplo:

Cada atividade, num diagrama de precedência, tem um tempo de duração.

Como as atividades são paralelas, há vários caminhos ou sequências que vão do

início ao fim da rede. O caminho mais longo é a sequência de atividades que

consomem mais tempo. Esse é o caminho crítico, cuja extensão determina a duração

total da rede.

Tipos de Atividades

Atividades com folga: podem ser atrasadas sem afetar muito o prazo final.

Atividades Críticas: o atraso da atividade implica em atraso igual no final.

Estimativas de Tempo

Atividades governadas pelo esforço.

Resulta do Investimento de honorário/hora, equipamentos ou dinheiro.

Atividades governadas pela duração.

O tempo é fixo, não importa o esforço.

Exemplo: 9 mulheres grávidas não produzem um bebê em um mês.

Vamos ao exemplo. O caminho crítico está representado pelas setas mais

largas.

Lembramos que o caminho crítico não pode ter atrasos. Se houver, o tempo

total de execução da rede aumenta.

Parar o carro Abrir o tanque Reabastecer Pagar

Abrir o capô Verificar água e

óleo

Fechar o capô

Imagine se você fosse um escritor e precisasse escrever um livro para

publicação.

O diagrama a seguir corresponde à seguinte lista de atividades, para a tarefa

de publicar um livro:

A – planejar sequência de capítulos.

B – escrever

C – finalizar originais

D – enviar originais para a editora

E – assinar contrato com a editora

F – contratar ilustrador

G – finalizar ilustrações

H – fazer revisão das provas

I – publicar

J – comparecer ao lançamento do livro

Legenda

O prazo de execução deste diagrama é de 18 dias.

Agora vamos conhecer outro exemplo.

O projeto é a construção de uma casa.

Fases Precedência Duração (dias)

01 -

Serviços

Preliminares

-x- 20 dias

02 - Projeto -x- 40 dias

03 -

Construção

01;02 214 dias

04 -

Sistemas

03 70 dias

05 -

Acabamento

04 142 dias

J = código da atividade.

Duração da atividade.

Soma com a duração da

atividade anterior mais

demorada.

A B

D

F G

C

E H I

J 2 2

2 4

10 12

1 3 10 13

1 14

1 15 1 16 2 18

0 18

06 –

Serviços

Complementares

05 20 dias

Vamos conferir.

Vamos ver outra representação do exemplo anterior

Para praticar, siga o exemplo que foi estudado e faça o seu diagrama.

Dica:

Em qualquer projeto, você deve identificar esses caminhos críticos, para que

não haja comprometimento do seu projeto.

1

2

3 4 5 6

7

0 0

20 40

Projeto – 40 dias

Serv.Preliminares 20

dias

40 40

Construção –

214 dias

254 254

Sistemas – 70 dias

324 324

Acabamento – 142 dias

466 466

Serviços Complementares – 20

dias

486 486

486 dias ( ~16 meses )

Serviços

Preliminares

1 20 d

17/7/xx 11/8/xx

Construção

3 214 d

11/9/xx 5/7/x0

Sistemas

4 70 d

6/7/x0 11/10/x0

Acabamento

5 142 d

12/10/x

ox

28/4/x0

Projeto

2 40 d

17/7/xx 8/9/xx

Serviços

Complementares

6 20 d

29/4/x0 26/5/x0

2.7 Cronograma do Projeto

No mínimo, datas de início e término de cada tarefa;

Versão provisória até que se defina e confirme os recursos;

Representação gráfica;

Diagrama de redes com datas;

Gráfico de barras (Gantt), entre outros.

Um cronograma ou gráfico de Gantt (o nome de seu criador) é uma técnica de

representação gráfica de decisões que mostra, dentro de um calendário, quando as

atividades deverão ocorrer. Em sua forma mais comum, chamada cronograma de

barras, o gráfico é uma tabela ou matriz, cujas colunas (dimensão horizontal)

representam a passagem do tempo. As linhas ou barras (dimensão vertical)

representam as atividades a realizar.

O cronograma responde a pergunta QUANDO?

Os projetos, como já foram comentados, são temporalmente bem definidos

quando possuem datas de início e término pré-estabelecidas. As atividades que serão

desenvolvidas devem se inserir nesse lapso de tempo.

O cronograma é a disposição gráfica das épocas em que as atividades vão se

dar e permite uma rápida visualização da sequência em que devem acontecer.

Há muitas formas de desenhar cronogramas. Partindo do exemplo já citado da

construção de uma casa, temos:

Serviços Preliminares

Projeto

Construção

Sistemas

Acabamento

Serviços

Complementares

20

40

214

70

142

20

Outro exemplo:

Janeiro/xx Fevereiro/xx Março/xx

1 8 1

5

2

2

2

9

5 1

2

1

9

2

6

5 1

2

1

9

2

6

Jamais estabeleça prazos audaciosos demais e lembre-se que prazo é prazo e

é importante ser respeitado.

2.8 Estimativa de custos e orçamentação

Agora, vamos dar mais um passo em nosso projeto. Sendo um momento em

que se mexe no bolso, todo cuidado é essencial.

O orçamento

Cronograma de desembolsos.

O custo de um projeto não é o mesmo que o preço ao qual o cliente vai

pagar. Quando o cliente contrata o trabalho de alguém ou alguma empresa

especializada em projetos, além dos custos para o desenvolvimento do projeto, o

cliente paga o preço para se desenvolver o projeto, ou seja, o valor do trabalho.

Portanto, o custo do projeto acrescido do preço para se desenvolvê-lo resulta no

valor que o cliente pagará pelo projeto.

Atividade 1 Atividade 2 Atividade 3 Atividade 4 Conclusão

Planejamento do

Escopo

Detalhamento do

escopo

Detalha

mento das

atividades

Detalhamento

dos recursos Estimativa de

custos

Sequência-

mento das

atividades

Desenvolvimento do

cronograma

Orçamento dos

Custos

Desenvolvimento do

plano do projeto

Para os processos de execução

Estamos

aqui

Riscos do

Projeto

Você deve estar perguntando:

Quanto vai custar o projeto?

Após um planejamento detalhado das atividades, pode-se perguntar quanto

custará o projeto, quando se darão as despesas e quando os recursos deverão estar

disponíveis. O orçamento é um resumo ou cronograma financeiro do projeto, no qual

se indica como e quando serão gastos os recursos e de que fontes eles virão.

Você pode estimar os custos depois que você atribuir os recursos.

Lembre-se de que você já poderá conhecer as pessoas que irão participar do

projeto ou você já poderá ter utilizado e atribuído nomes genéricos ou os tipos

de recursos de que você necessita.

A estimativa de custos deve ser feita com muito cuidado e com o maior

nível de detalhes possível. São esses números que irão determinar se o projeto

será viável ou não do ponto de vista econômico e financeiro. Para a iniciativa

privada, a viabilidade econômica é muito forte e critério básico na seleção de

projetos. Se não for viável economicamente e financeiramente ou se houver

outro projeto mais viável, certamente este será descartado.

Para atividades sociais e sem fins lucrativos, o que mais importa é a

viabilidade financeira. Se não houver o dinheiro para realizá-lo, nem será

iniciado.

Já para uma empresa pública, existe a necessidade de que o custo do

projeto esteja previsto no orçamento anual. Se não estiver, mesmo que haja

sobra de recursos, o projeto não poderá ser realizado.

Na etapa anterior, no item "Planejamento dos recursos", já foi feita a

identificação dos recursos necessários para a realização do projeto. Cabe,

agora, para cada item relacionado, estimar seu custo. O ideal é buscar o preço

de cada item no mercado. Porém, nem sempre isso é possível ou viável.

Quando isso não pode ser feito, lança-se mão de índices e estatísticas

confiáveis, de projetos semelhantes e de analogias.

Embora a estimativa possa ser feita com grande precisão, ela raramente

se realiza em sua plenitude. Certamente tem uma variação para cima ou para

baixo. É importante que, essa variação também seja estimada, de acordo com

a expectativa da equipe do projeto. É claro que é melhor quando essa variação

é pequena. Mas, antes disso, o mais importante é o grau de confiabilidade na

previsão, que deve ser significativo.

Além da estimativa e orçamento dos custos, deve-se desenvolver o

Plano de Gerenciamento dos Custos, que envolve:

Estimar os custos de mão-de-obra. Em níveis muito elevados, os

custos do projeto são estimados com base nos custos de mão-de-obra, nos

itens relacionados e não relacionados. O custo de mão-de-obra calcula-se

analisando as horas de trabalho de cada recurso e multiplicando-as pela

remuneração paga por hora.

Em muitas empresas, os custos estimados com a mão-de-obra de

funcionários internos são presumidos como zero, pois os seus custos já estão

incluídos no orçamento do departamento. Isso não implica a ausência de

custos. Pelo contrário, presume-se que não existem custos adicionais acima

daqueles que a empresa já está pagando.

Se você calcular um custo médio por hora dos funcionários, esse

número pode ou não incluir os benefícios. Em algumas empresas, os

benefícios dos funcionários são adicionados às estimativas totais do projeto.

Em outras empresas, esses custos não são calculados. Se você incluir os

custos de benefícios, normalmente eles serão calculados como um percentual

fixo do custo por hora.

Se você utilizar recursos contratados, os seus custos deverão ser

sempre calculados e orçados. Você deverá determinar o tipo de recursos

externos de que você precisa, qual a remuneração horária que será paga a

esse recurso e então multiplicar pelo custo total por recurso. Se você não

estiver seguro sobre os custos atuais dos recursos externos, você necessitará

fazer algumas suposições baseadas no tipo de recurso geral.

Por exemplo, poderá haver um custo por hora padronizado para os

analistas de sistemas contratados e os programadores. Se você não estiver

seguro de que seu projeto incluirá recursos externos, poderá fazer algumas

suposições básicas e documentá-las.

Estimar os custos para os itens não relacionados diretamente com

os custos de mão-de-obra. Nessas despesas, inclua todos os custos não

relacionados diretamente com os salários dos funcionários e os custos dos

contratados. Algumas dessas despesas, tais como treinamento e

desenvolvimento de equipe, estão relacionados às pessoas. Entretanto, essas

despesas continuam sendo consideradas como custos não relacionados

diretamente com os custos de mão-de-obra, porque eles não são relacionados

com os salários dos funcionários ou com os custos dos contratados. Cada

Gerente de Projeto deve saber das regras de contabilidade da sua empresa

para assegurar-se de que os custos com a mão-de-obra e os custos não

relacionados sejam alocados corretamente.

Para preparar a estimativa de custos, três informações são necessárias.

Custo unitário de cada recurso

Facilmente pode-se observar que existem diferentes tipos de despesas que

podem ser agrupadas de forma homogênea, como por exemplo: material de consumo;

custos administrativos; equipe permanente; serviços de terceiros; diárias e

hospedagem; veículos, máquinas e equipamentos; obras e instalações.

No orçamento, as despesas devem ser descritas de forma agrupada, no

entanto as organizações financiadoras exigem que se faça uma descrição detalhada

de todos os custos, que é chamada memória de cálculo.

Memória de cálculo

Na memória de cálculo, devem ser descritos todos os itens de despesa

individualmente, conforme o exemplo a seguir:

- Material de consumo - são materiais como: papel, lápis, embalagens para

mudas, pequenas ferramentas, combustível, etc. Dê a especificação do material

(papel, lápis, etc.), unidade de medida (metros, kg, etc.), marca (quando couber),

quantidade, custo unitário e custo total.

- Custos administrativos - são despesas correntes, necessárias ao

funcionamento das entidades, tais como, aluguel, contas de luz, telefone, material de

escritório, etc. Normalmente, se faz uma proporção do uso dessas coisas para cada

projeto.

- Equipe Permanente - é a equipe de técnicos e de outras pessoas que

estarão envolvidas durante e com a implementação do projeto. Indique os técnicos e

outros profissionais que serão contratados para a execução do projeto, dando nome

(se conhecido previamente), número de horas que irão trabalhar, quantidade e custo

de cada um.

- Serviços de terceiros - são os serviços temporários prestados ao projeto,

por pessoas físicas ou jurídicas. Especifique o serviço (serviços de medição de áreas,

serviços de engenharia florestal, etc.) unidade de medida (horas, dias e meses),

quantidade e custos.

- Diárias e hospedagem - são despesas correntes de viagem e estadias de

pessoas da equipe em função de atividades previstas no projeto (vistoria em campo,

cursos, seminários) ou de consultores de outras instituições solicitados para tarefas

específicas. Especifique a atividade (curso, seminário, reunião, etc.) para a qual serão

necessárias as diárias ou hospedagens.

- Veículos, máquinas e equipamentos - dimensionem bem a aquisição de

veículos, máquinas e equipamentos e especifique o tipo de veículo (utilitário pick up,

automóvel, etc.) ou do bem a ser adquirido (fax, TV, vídeo, etc.), quantidade,

marca/modelo e custo.

- Obras e instalações - Relacione o tipo (casa, galpão, depósito, etc.) de obras

e instalações necessárias à implantação do projeto. Indique a unidade de medida

(m2), a quantidade e o custo. Anexe projeto ou croqui detalhado da obra: tipo de

construção, prazo de execução, áreas e dependências a serem construídas ou

ampliadas, cronograma financeiro da obra, documentação comprobatória de

propriedade ou cessão de posse do terreno.

O primeiro passo que você deve dar é buscar referencial de custo para a obra.

Dica: Caso você não tenha informações detalhadas das atividades do projeto,

busque e procure informações em revistas especializadas, sites, sindicatos, etc. A

partir dessa busca, já terá os primeiros resultados do nosso custo.

Utilizaremos como exemplo, parâmetros fornecidos pelo sindicato da

construção civil.

Portanto, vamos à tabela encontrada: custo m² – padrão de acabamento.

Observe:

Região Padrão Luxo Padrão

Médio

Padrão

Simples

Norte 1.153,83 795,80 704,42

Nordeste 1.123,40 773,72 684,25

Centro-

Oeste

1.181,30 814,15 720,40

Sudeste 1.350,64 926,23 817,44

Sul 1.282,17 795,80 773,13

Média 1.218,27 821,14 739,93

Suponhamos que você esteja na região Centro-Oeste e o padrão de

construção desejado seja o médio. Então teremos: Custo por m² = 814,15 x metragem

da casa.

A metragem da casa é de 368m² = R$ 299.644,00 = R$ 300.000,00.

Após essa estimativa de custo, é necessário discutir a disponibilidade de caixa

que você terá que ter durante a construção. Vamos considerar neste exemplo: 15

meses.

Teoricamente, você teria que disponibilizar de R$ 20.000,00 mensalmente,

para que, ao final dos 15 meses, você tivesse concluído a obra.

Tendo em vista o valor total do projeto, suponhamos que haja uma redução na

metragem da casa, para 331m². O custo baixou para R$ 276.811,00.

A partir da definição da metragem e do custo total, uma nova consulta deve ser

feita para definir a estrutura dos custos de construção. O auxílio de um especialista é

fundamental para que você chegue à tabela a seguir.

Fases % Custo

1 – Serviços

Preliminares

2 5.536,22

2 – Projeto 8 22.144,88

3 – Construção 35 96.883,85

4 – Sistemas 16 44.289,76

5 - Acabamento 38 105.188,18

6 – Serviços

Complementares

1 2.768,11

Total 100% 276.811,00

Como podemos observar, utilizamos a estimativa de custo total da obra e a

dividimos pelas fases do projeto.

Vamos comparar os desembolsos por fase, em função do número de dias de

execução.

Serviços

Preliminares

Projeto

Construção

Sistemas

Acabamento

Serviços

Complementares

2.9 Orçamento

Finalmente, todas as informações desta obra deverão ser colocadas no

orçamento. O orçamento sintetiza a estimativa dos custos do projeto. A

informação relativa ao orçamento pode ser apresentada numa variedade de

formatos. Vamos demonstrar duas formas de apresentação.

Orçamento Global

É a relação dos custos totais, item a item.

Cronograma de desembolsos

É a programação das despesas ao longo do ciclo de vida do projeto. Nos

contratos, o cronograma de desembolsos estipula o número e valor das

parcelas a serem pagas pelo cliente.

40 214

70 142

20

20

Agora vamos utilizar o exemplo anterior para clarificar o cronograma da

obra que será feito para 15 meses. Deve-se basear, para elaborar o

cronograma de desembolso, no número de dias previstos para cada fase e na

relação de interatividade entre essas fases.

Suponhamos que o projeto tenha início no mês de janeiro de 200x e

término em março de 200y

Fas

e

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

1 5.53

6

2 1660

8

5.55

4

3 13.8

40

13,8

40

13,8

40

13.8

40

13.8

40

13,8

41

13,8

41

4 18.9

81

18.9

81

6.32

7

5 21.0

37

21.0

37

21.0

37

6

Tota

l

22,1

44

5.55

4

13.8

40

13.8

40

13.8

40

13.8

40

32.8

21

32.8

22

20.1

68

21.0

37

21.0

37

21.0

37

Fas

e

jan fev mar

1

2

3

4

5 21.03

7

21.0

37

6 2.76

8

Tot

al

21,03

7

21.0

37

2.76

8

Você deve estar perguntando como chegamos a esses números?

É simples.

Utilizamos o cronograma das etapas com o número de dias previstos

para a conclusão do projeto e dividimos os valores previstos para cada fase

pelo número de dias.

Para uma residência, é relativamente fácil elaborar a orçamentação.

Para projetos mais complexos, ele poderá ser desdobrado em mão-de-

obra, material permanente, material de consumo, serviços de terceiros, etc.

Você deverá proceder da mesma maneira conforme sugestões e

orientações anteriores. No final, você terá uma planilha semelhante a que

mostraremos a seguir.

Itens de

Custos

janeiro fevereiro março abril total

Mão de

Obra

100 100 100 100 400

Material

Permanen

te

50 50 50 50 200

Material

de

Consumo

50 50 50 50 200

Terceiros 50 50 50 50 200

Total 250 250 250 250 250

Custos dos Projetos

Os custos dos projetos podem ser classificados como

diretos, indiretos ou causais.

Os custos diretos são aqueles que variam segundo sua

utilização efetiva, tais como, mão-de-obra, materiais e gastos diretos.

Os custos indiretos são aqueles que não variam segundo

sua utilização efetiva e são rateados. Exemplos: equipes de apoio ao

projeto, mão-de-obra indireta, etc.

Os gastos indiretos são: aluguel, seguro, depreciação, etc.

Os custos causais são esporádicos, tais como, as multas

por atraso na execução e entrega do projeto.

O custo total é, portanto, a soma dos custos diretos e

indiretos do projeto.

2.10 Riscos do Projeto

Os riscos são eventos ou condição incerta que, se ocorrem, têm um efeito

positivo ou negativo no projeto. Ou seja, oportunidades e ameaças.

Sabemos que todo e qualquer projeto tem um risco.

Tradicionalmente, os riscos são tratados como algo que pode trazer

perdas e danos ao projeto. Como também podem ser oportunidades de

ganhos.

Deve ser identificado como risco tudo que possa acontecer interna ou

externamente ao projeto e que possa trazer alguma consequência para ele.

Nessa fase, apenas nos limitamos a enumerá-los e a relacionar as causas e os

efeitos para o projeto.

Identificação dos riscos do projeto

Verificar eventos que podem influenciar no andamento do projeto;

Verificar gatilhos: são sinais de advertência que indicam que um risco

está para ocorrer;

Toda a equipe deve participar.

Planejamento de Riscos

Identificação do risco (nome e descrição);

Avaliação do risco (impacto e probabilidade);

Estratégias e ações para normalizar o impacto e/ou a probabilidade.

A etapa final do processo de identificação dos riscos consiste na

elaboração de uma lista dos riscos que, presumidamente, podem afetar os

objetivos do projeto.

Atenção!

Nessa fase, estimamos a probabilidade de cada risco ocorrer e o

quantificamos quanto ao impacto no projeto. Uma ponderação entre

Planejamento do

Escopo

Detalhamento do

escopo

Detalha-

mento das

atividades

Detalhamento

dos recursos Estimativa de

custos

Sequência

mento das

atividades

Desenvolvimento do

cronograma

Orçamento dos

Custos

Desenvolvimento do

plano do projeto

Para os processos de execução

Estamos

aqui

Riscos do

Projeto

probabilidades e impactos resulta na classificação dos riscos, de acordo com o

grau de ameaça.

• Desenvolvimento de respostas aos riscos

Nem todos os riscos exigem grandes preocupações da equipe. Alguns

podem ser ignorados, enquanto outros podem exigir muita atenção,

monitoramento e tratamento especial. Para cada risco, devemos escolher uma

estratégia ou ação mais adequada, conforme as seguintes opções:

1 - Evitar: Consiste em concentrar esforços para impedir que o

risco se concretize. Essa estratégia somente se aplica aos riscos para

os quais efetivamente exista alguma forma de evitar que aconteçam.

2 - Mitigar: Consiste em tomar precauções e atitudes para reduzir

o risco ao mínimo possível. Aplica-se somente aos riscos para os quais

não existe uma forma viável para evitá-los.

3 - Aceitar: Consiste em nada fazer para evitar o risco, por

impossibilidade, por falta de interesse, pelo seu baixo impacto ou por

estar fora de alcance.

Evento de risco

Consequência

Probabilida

de de

ocorrência

Impacto

4 = grande

3 =Moderado

2 = Pequeno

Pontuação

Probabilidade

x impacto

Priorização do

Risco Estratégia

Indisponibilidade

momentânea de

pessoal

Atraso na conclusão

do projeto

0,25 3 0,75 Baixo

risco Mitigar

Indisponibilidade de

recursos financeiros

Paralisação do

projeto

0,50 4 2,00 Alto

risco Evitar

Variação cambial

elevada

Aumento dos custos

do projeto

0,50 3 1,50 Médio

risco Mitigar

Mudança na

legislação

Revisão do escopo

do projeto

0,25 2 0,50 Baixo

risco Aceitar

Especificações

técnicas errôneas

Possibilidade de

inviabilizar o projeto

0,75 4 3,00 Alto isco Mitigar

No quadro, você pode observar um exemplo bem sucinto de análise de

riscos. Além da identificação, quantificação e qualificação dos riscos, devemos

detalhar as respostas previstas e reunir todas essas informações em um

documento denominado "Plano de Gerenciamento dos Riscos".

Análise dos riscos

Verificar probabilidade de ocorrência e impacto de cada risco.

Classificar os riscos mais prováveis e/ou mais impactantes para

priorizar o tratamento.

Fatores de risco para um projeto

Estruturação do projeto (levantamento de necessidades).

Tecnologia estruturada.

Comprometimento da alta administração (cliente e executor).

Interfaces com outros projetos.

Disponibilidade de recursos.

O planejamento do projeto não é algo para ser feito somente uma vez no

começo do projeto. Observar o progresso de sua equipe e atualizar adequadamente o

plano do projeto deve ser uma tarefa constante do Gerente ou Gestor do Projeto.

2.11 Elaboração da proposta do projeto

Agora chegamos à etapa final do Planejamento.

A proposta do produto da fase de concepção e preparação do projeto. A

proposta é o instrumento de apresentação das ideias da equipe e servirá de

base para a decisão de iniciar, aprovar ou patrocinar o projeto.

Nesta fase é onde veremos se o projeto é viável ou não.

Planejamento do

Escopo

Detalhamento do

escopo

Detalha

mento das

atividades

Detalhamento

dos recursos Estimativa de

custos

Sequência

mento das

atividades

Desenvolvimento do

cronograma

Orçamento dos

Custos

Desenvolvimento do

plano do projeto

Para os processos de execução

Estamos

aqui

Riscos do

Projeto

Importante! Esta fase caracteriza-se pelo comprometimento da empresa em

dar prosseguimento à fase seguinte. Se não houver este comprometimento ou

empenho, é melhor não prosseguir.

A formalização do início de um projeto pode ser feita por meio de um

documento que denominamos de Proposta de Projeto ou Contrato de Projeto.

Uma vez aprovado o projeto, deverá ser nomeada a pessoa responsável por

sua execução.

Caberá a este Gerente de Projeto e a sua equipe passarem a se preocupar

com o Processo de Planejamento do Projeto.

O objetivo desta fase é obter o comprometimento da organização para o

início da próxima fase do projeto.

Aprovação do Projeto

Depois que todos concordarem, é necessário obter a aprovação formal do

Plano.

Quem deve aprovar:

Cliente e principais envolvidos.

Capítulo 3

Detalhamento do Projeto

Neste capítulo você conhecerá como se faz um detalhamento de um

projeto, sua organização e execução.

3.1 Estruturação

Agora vamos para a estruturação do projeto. Portanto, fique atento para obter

bons resultados.

Depois da aprovação da proposta, começa o processo de detalhar o

planejamento inicial e organizar o projeto, preparando-o para a execução. O projeto

agora entra na fase de estruturação, que abrange as seguintes tarefas principais:

• Designação ou confirmação do Gerente ou Gestor do Projeto;

• Definição e montagem da equipe; (busca dos recursos humanos

necessários para o projeto);

• Elaboração de cronograma e orçamentos detalhados, agora com

a participação da equipe;

• Definição e mobilização de recursos adicionais e contratação de

fornecedores;

• Organização das instalações para o início do projeto.

Importante:

Para iniciar o gerenciamento de equipes do projeto, o Gerente deverá

identificar as funções e trabalhos a serem executados durante a realização do mesmo.

A fase de estruturação termina quando fica pronto o plano mestre do projeto. O

projeto está agora pronto para ser realizado.

3.2 Execução

Agora vamos para a fase de execução do projeto. Portanto, convido você a

ficar atento (a), para colher bons resultados.

A fase de execução consiste em colocar em prática todas as tarefas

planejadas, nas condições de qualidade, custos, prazos e de forma a alcançar os

objetivos das partes interessadas. Essa fase caracteriza-se por um intenso trabalho

em equipe, sob a coordenação geral de uma pessoa responsável pelo projeto.

Fase de Controle

Controle

Compara o efetivamento feito e o planejado.

Mantém os trabalhos no rumo dos objetivos, dentro dos prazos e

custos.

A fase de controle segue os passos da execução, podendo dar origem a

diversos retoques e ajustes no planejamento inicial, mantendo-se, porém, o escopo do

projeto.

O principal ingrediente do processo de controle ou monitoramento é a obtenção

de informações sobre as três variáveis do projeto.

1 – Escopo do projeto e do produto: especificações a serem atingidas pelo

produto principal e produtos ou resultados associados.

Controle do Escopo

Verificação do impacto nos custos, prazos e alocação de recursos;

Formalização da mudança após replanejamento;

Lições Aprendidas.

Mudanças ocorrem por:

Evento externo;

Erro no planejamento;

Ocorrência de um assunto de risco.

2 – Tempo: duração prevista do projeto, datas previstas para o início e

conclusão de fases, datas previstas para a entrega de produtos.

Controle do cronograma

Verificação de andamento do projeto;

Medição da perfomance;

Atualizações do cronograma;

Ações corretivas;

Lições aprendidas.

3 – Custo: custos previstos, cronograma de desembolsos previstos,

cronograma previsto de liberação de recursos.

Controle dos custos

Revisões das estimativas de custos;

Estimativas para conclusão;

Ações corretivas;

Lições aprendidas.

Modelo de Gráfico de Desempenho

Quando o projeto depender de fornecimentos, deve-se manter um registro das

entregas que devem ser feitas: natureza dos produtos e serviços contratados,

quantidade encomendada, data e local de entrega. Com esse registro, o Gerente e a

equipe podem fazer o controle e garantir a continuidade do “programa” de trabalho do

projeto.

Outras dicas:

Visitar instalações. Significa inspecionar os locais onde o projeto está sendo

realizado. Sempre que o projeto envolver obras, aquisições e montagens de

equipamentos, a visita pode mostrar o andamento das atividades, possibilitando tomar

medidas imediatas de controle.

Medições são importantes, quando o projeto envolve produtos ou serviços que

foram planejados com especificações numéricas. Mesmo os sistemas de garantia da

qualidade mais apurados não oferecem segurança total, tornando imperativo o

controle físico da qualidade.

A equipe do projeto deve sempre estar preparada para as possibilidades de

mudança, embora seja impossível prever mudanças específicas. É importante pensar

nas implicações: alterações de escopo implicam alterações no custo e no prazo, e

vice-versa.

3.3 Encerramento do projeto

Agora estamos na fase de encerramento do projeto. Portanto, fique atento (a)

aos detalhes.

Encerramento

Administrativo

Celebrar a conquista;

Verificar e documentar os resultados do projeto;

Formalizar a aceitação do produto final;

Coletar material para o acervo do projeto;

Relatório de lições aprendidas;

Uma vez atingido o objetivo, o projeto deve ser encerrado, com algumas

disposições finais, a partir da aceitação do produto. Deverão ser tomadas providências

para a conclusão de contratos, encerramento administrativo, devolução de materiais,

de espaços, etc. Nessa fase de encerramento, deve ser feita uma avaliação geral e

um levantamento das lições aprendidas.

Lições Aprendidas 1

Produtos foram entregues conforme a descrição do escopo?

Houve atrasos? Por quê?

Ocorreram riscos não previstos?

Os clientes estão satisfeitos?

A equipe ficou satisfeita?

Lições Aprendidas 2

Houve comprometimento das pessoas?

Houve problemas de comunicação?

O projeto foi bem documentado?

Os fornecedores foram eficientes?

Recomendações para projetos futuros?

Disseminação dos resultados

Planejamento das comunicações

Quem necessita de qual informação?

Quando as informações serão necessárias?

Como fornecer as informações para as pessoas certas?

A divulgação das experiências bem sucedidas é de fundamental importância,

tanto para a continuidade do projeto, quanto para o impacto positivo que o projeto

pretende deixar. As ações de disseminação dos resultados também precisam ser

pensadas dentro de cada projeto.

As propostas de divulgação poderão ser planejadas em nível local ou regional,

incluindo os seguintes itens:

Definição do que será objeto de divulgação (metodologias,

técnicas, experiências);

Definição dos produtos por meio dos quais será feita a

divulgação (livros, artigos para revistas/jornais, vídeos, seminários,

propriedades piloto);

Definição das atividades de divulgação (palestras, reuniões);

Definição da abrangência da divulgação (local ou regional);

Definição do público que se pretende atingir (outras populações

com características semelhantes as dos beneficiários do projeto, órgãos

públicos, setores acadêmicos, organizações não - governamentais, etc.).

Importante

Em todos os tipos de projeto, antes que termine uma fase do ciclo de vida do

mesmo, a próxima fase pode ser iniciada.

Exemplo:

Na construção de uma casa, o terreno pode ser preparado e alguns materiais

podem ser comprados, enquanto a planta está sendo finalizada.

Nem todos os projetos vão seguir todas essas fases, já que, projetos

podem ser encerrados antes de sua conclusão. Alguns projetos talvez não

tenham planejamento ou monitoramento e, com isto, dificulta seu resultado

final.

Capítulo 4

Gestão de Prioridades

Neste capítulo, você aprenderá sobre gestão de propriedades.

4.1 Ranking de Projetos

Nesta fase estamos no auge com o nosso projeto. Portanto, é necessário dosar

todos os processos que determinamos para atingir os objetivos almejados.

• Quando tudo é prioritário, nada é prioritário.

• Recursos financeiros são sempre limitados;

• Oportunidades de melhoria dos processos de tecnologia e produtos são

sempre ilimitadas;

• O importante não é quantidade do gasto e sim a qualidade do gasto;

• Priorizar oportunidades de alto valor agregado aos negócios é o grande

desafio.

Os critérios gerais sugeridos para a priorização de projetos ou montagem

do ranking de projetos são:

チ Grau de contribuição para os objetivos, estratégia e prioridades de negócios

da empresa.

チ Retorno de cada projeto.

チ Disponibilidade de recursos e capacidade de realização.

4.2 Avaliação de Projetos

Normalmente, uma decisão de investimento é tomada mediante a escolha,

dentre vários projetos apresentados, daquele que é o mais adequado às necessidades

e condições da empresa. A escolha da alternativa mais viável depende de vários

fatores:

• O tempo disponível para a implantação do projeto pode influir na

decisão. Se a empresa precisa substituir com urgência um equipamento de

vital importância no processo produtivo, obviamente a análise de viabilidade

será menos detalhada.

• A maior ou menor facilidade de manutenção e assistência

técnica pode influenciar a escolha do investimento.

• A conjuntura econômica é outro fator considerável em um

investimento de capital. Como os investimentos de longo prazo são decisões

de difícil modificação, a tendência da evolução econômica como um todo, pode

determinar a escolha do projeto.

• O fator mais importante a ser levado em consideração pelos

gestores e administradores da empresa é o que se refere ao retorno financeiro

esperado. Entre as várias alternativas disponíveis, a empresa sempre vai optar

pela mais rentável.

Existem vários métodos para analisar economicamente um projeto de

investimento. Enfocaremos os mais utilizados.

Para ilustrar as técnicas de análise, apresentaremos dois projetos de

investimento de uma mesma empresa.

O primeiro método que iremos utilizar chama-se período de payback.

Vamos chamar o primeiro projeto de A e o segundo de B.

Para sua implementação, o projeto A tem um investimento inicial de R$

500.000,00 e o projeto B, de R$ 550.000,00.

O método consiste no cálculo do período necessário para a empresa recuperar,

por intermédio da geração de fluxos de caixa, o investimento feito no projeto.

Nesse método, você deverá estimar o fluxo de caixa líquido de sua empresa

para cálculo do payback.

Vamos ao exemplo:

Projeto A

Investimento 500.000,00

Fluxos de Caixa

Primeiro Ano 150.000

Segundo Ano 150.000

Terceiro Ano 150.000

Quarto Ano 50.000 500.000

Período de Payback 2 anos e 4 meses

Projeto B

Investimento 550.000,00

Fluxos de Caixa

Primeiro Ano 240.000

Segundo Ano 240.000

Terceiro Ano 70.000 550.000

Período de Payback 2 anos e 9 meses

No presente caso, a preferência seria para o projeto B, que apresenta o menor

período para recuperação do investimento efetuado.

O período de payback é muito utilizado como método de avaliação do nível de

risco de um projeto de investimento. Quanto maior for o prazo para a empresa

recuperar seu investimento, obviamente maior será o risco envolvido na decisão.

Para apuração do fluxo de caixa, previu-se o saldo gerado (receitas –

despesas), o que chamamos de entradas de caixa.

Agora vamos para o segundo método TIR (Taxa Interna de Retorno).

Por intermédio desse método, os gestores/administradores calculam a taxa de

retorno gerada pelo projeto de investimento. O método consiste no cálculo de uma

taxa que faça com que a soma dos valores atuais de entradas de caixa, seja

exatamente igual à soma dos valores atuais das saídas de caixa. Se a taxa

encontrada for superior à taxa determinada pela empresa, correspondente ao seu

custo de oportunidade, o projeto é viável economicamente.

A taxa interna de rentabilidade (TIR) representa rentabilidade gerada pelo

investimento, ou seja, representa uma taxa de juro tal, que se o capital investido

tivesse sido colocada a essa taxa, obteríamos exatamente a mesma taxa de

rentabilidade final.

Vamos calcular?

Seguindo o mesmo exemplo para um investimento de R$ 500.000,00 do

projeto A.

500.000 = 150.000 + 150.000 + 150.000 + 150.000 + 150.000

(1+i) (1+i)2 (1+i)3 (1+i)4 (1+i)5

Com o auxílio de uma calculadora financeira, obtém-se: i = 15,24%

O prazo de retorno do investimento realizado é calculado da

seguinte forma:

Investimento, dividido pelo Lucro Líquido.

Exemplo: Investimento total: R$ 80.000,00

Lucro Líquido mensal: R$ 2.000,00

Prazo de retorno: 40 meses

A taxa de rentabilidade do investimento é calculada da seguinte

forma: Lucro Líquido, dividido pelo Investimento.

Exemplo: Lucro Líquido mensal: R$ 2.000,00

Investimento total: R$ 80.000,00

Taxa de rentabilidade: 2,5 % ao mês

Vamos a outros exemplos:

Para ilustrar a utilização dos vários métodos de análise de investimento,

usaremos o seguinte projeto de investimento que designaremos por P:

- Valor do investimento é de R$ 100.000,00

- Vida útil: 10 anos

- Valor residual: zero

- Entradas anuais de caixa: 29.925,21

- Saídas anuais de caixa: 10.000,00

O fluxo de caixa correspondente a esse projeto de investimento é o seguinte:

Anos

Investimento

Entradas

de caixa

Saídas

de caixa

Fluxo de

Caixa

0 -100.000,00 -100.000,00

1 29.925,21 10.000,00 19.925,21

2 29.925,21 10.000,00 19.925,21

3 29.925,21 10.000,00 19.925,21

4 29.925,21 10.000,00 19.925,21

5 29.925,21 10.000,00 19.925,21

6 29.925,21 10.000,00 19.925,21

7 29.925,21 10.000,00 19.925,21

8 29.925,21 10.000,00 19.925,21

9 29.925,21 10.000,00 19.925,21

10 29.925,21 10.000,00 19.925,21

A taxa de retorno contábil do projeto P é:

19.925,21÷ 100.00,00 = 19,92 ou 19,92% ao ano.

Tempo de retorno (Payback)

No projeto P, o tempo de retorno é:

100.00,00 ÷ 19.925,21 = 5,01 anos

A principal dificuldade na análise de investimentos é a obtenção de dados

confiáveis, principalmente as projeções de entradas de caixa. Estas se originam

basicamente das estimativas de vendas.

Quando as estimativas sobre os dados do projeto de investimento são

imprecisas, é recomendável que a análise de investimentos utilize três hipóteses:

provável, otimista e pessimista. Desse modo, a análise de investimentos produzirá

uma Taxa Interna de Retorno ou Valor Presente Líquido máximo, médio e mínimo

esperados.

Capítulo 5

Apresentação do Projeto

Neste capítulo, você conhecerá os principais itens que compõem a

apresentação de um projeto, pois, relacionam-se de forma bastante orgânica,

de modo que o desenvolvimento de uma etapa necessariamente leva à outra.

5.1 Roteiro para apresentação do projeto

A apresentação de um projeto deve conter os seguintes itens:

Capa

A capa deverá conter o título do projeto e os nomes dos integrantes da equipe.

Pode ou não conter um título, um subtítulo explicativo, o local em que será

implementado, a data da elaboração, a duração do projeto e o início previsto.

Ficha técnica:

Nome do projeto, duração prevista, custo estimado; fonte(s) financiadora(s);

proponentes (equipe que está propondo o projeto –; executores - quem vai executar o

projeto – podem ser uma ou várias empresas/profissionais).

Poderá conter também as seguintes informações: nome, endereço completo,

forma jurídica, data do registro jurídico, CGC, representante legal e ato que lhe atribui

competência, coordenador do projeto e seu endereço.

É importante não se esquecer de mencionar todos os parceiros do projeto,

indicando claramente quem é o proponente e quem participará da execução.

Benefícios e beneficiários

Devem descrever os resultados concretos e quem será beneficiado com a

realização do projeto. De uma forma geral, podem responder as seguintes perguntas:

De quem partiu a iniciativa de elaborar o projeto? Foram realizados encontros

com os beneficiários? Quantas pessoas participaram? Faça uma breve descrição do

processo de elaboração da proposta.

Como se dará a participação dos beneficiários na execução do Projeto?

No caso de projetos sociais, como a comunidade será beneficiada com o

projeto? Por meio de quais benefícios?

Sumário executivo

Deixe para escrever essa parte por último, pois é a descrição resumida de todo

o projeto em apenas uma página, com os dados mais importantes (qual é o projeto,

quanto vai custar, em quanto tempo será concluído, quais os objetivos deverão ser

alcançados, etc.).

Justificativa

Aqui você vai descrever qual é o problema/necessidade/oportunidade, porque

esse problema/necessidade/oportunidade é tão importante que não pode ficar sem ser

resolvido e como o produto/serviço que o projeto vai entregar irá resolver o

problema/necessidade/oportunidade de maneira mais eficiente que as outras

alternativas existentes. Use dados estatísticos (reais, sem se esquecer de citar de

onde você tirou os números), pesquisas e tudo o mais que possa contribuir com a sua

argumentação.

Exemplo: Para aprimorar os conhecimentos de inglês, pretende-se passar três

meses na Inglaterra. Esse país foi escolhido por que...? Esse período é adequado por

que…?

A justificativa é uma parte muito importante em um projeto, ela é que deve

responder: Por que executar o projeto? Por que ele deve ser aprovado e

implementado.

Algumas perguntas que podem ajudar a responder esta questão:

No caso específico de projetos voltados para a comunidade, é importante

mencionar a importância desse problema/questão para a comunidade e para a

conservação dos recursos naturais da região.

Existem outros projetos semelhantes sendo desenvolvidos nessa região ou

nessa área temática?

Qual é a possível relação e atividades semelhantes ou complementares entre

eles e o projeto proposto?

Quais são os benefícios econômicos, sociais e ambientais a serem alcançados

pela comunidade e os resultados para a região?

Objetivo Geral

Tem-se empregado o termo objetivo geral para a situação ideal almejada. Em

poucas palavras, o objetivo geral deve expressar o que se quer alcançar em longo

prazo, ultrapassando inclusive o tempo de duração do projeto. Geralmente, o objetivo

geral está vinculado à estratégia global da instituição ou da empresa.

Os objetivos devem ser formulados sempre como a solução de um problema e

como o aproveitamento de uma oportunidade. Esses objetivos são mais genéricos e

não podem ser assegurados somente pelo sucesso do projeto; dependem de outras

condicionantes.

Objetivos específicos

Os objetivos específicos também podem ser chamados de resultados

esperados. São os efeitos diretos das atividades ou ações do projeto. Ao contrário dos

objetivos gerais, que nem sempre poderão ser plenamente atingidos durante o prazo

de execução do projeto, os objetivos específicos devem se realizar até o final do

projeto.

Metas

As metas, que muitas vezes são confundidas com os objetivos específicos, são

os resultados parciais a serem atingidos e, neste caso, podem e devem ser bastante

concretos, expressando quantidades e qualidades dos objetivos, ou seja, quanto será

feito. A definição de metas com elementos quantitativos e qualitativos é conveniente

para avaliar os avanços. Ao escrevermos uma meta, devemos nos perguntar: o que

queremos? Para que o queremos? Quando o queremos?

Quando a meta refere-se a um determinado setor da população ou a um

determinado tipo de organização, devemos descrevê-los adequadamente. Por

exemplo, devemos informar a quantidade de pessoas que queremos atingir, o sexo, a

idade e outras informações que esclareçam a quem estamos nos referindo.

Cada objetivo específico deve ter uma ou mais metas. Quanto mais

dimensionada estiver uma meta, mais fácil será definir os indicadores que permitirão

evidenciar seu alcance.

No caso de o projeto ter uma instituição financiadora - nem todas elas exigem a

descrição de objetivos específicos e metas separadamente. Algumas exigem uma ou

outra forma.

Escopo

Aqui você vai descrever em detalhes o produto que será entregue, ou seja, o

que está sendo prometido. Os formulários de Autorização de Projeto e Declaração de

Escopo deverão servir de base para o desenvolvimento do mesmo.

Aqui deverá haver um detalhamento sobre o que está incluso e o que não está

e quais os marcos do projeto.

Perguntas que precisam ser respondidas neste momento do

desenvolvimento: Como é o produto? Quais são os itens inclusos? O que não

está incluso? Quais as atividades que precisam ser desenvolvidas para que o

objetivo seja alcançado?

Você pode apresentar fotos, esboços, desenhos, protótipos e o que mais

puder ser utilizado para que o produto seja mais bem compreendido.

Metodologia

A metodologia deve descrever as formas e técnicas que serão utilizadas para

executar o projeto.

A especificação da metodologia do projeto é a que abrange número de itens,

pois responde, a um só tempo, às questões COMO? COM QUE? ONDE? QUANTO?

A Metodologia deve corresponder às seguintes questões:

a) Como o projeto vai atingir seus objetivos?

b) Quando começarão as atividades?

c) Como serão coordenadas e gerenciadas as atividades?

Deve-se descrever o tipo de atuação a ser desenvolvida: pesquisa,

diagnóstico, intervenção ou outras; que procedimentos (métodos, técnicas e

instrumentos, etc.) serão adotados e como será sua avaliação e divulgação.

É importante pesquisar metodologias que foram empregadas em projetos

semelhantes, verificando sua aplicabilidade e deficiências, lembrando que é sempre

oportuno mencionar as referências bibliográficas.

Cronograma

Aqui deverá ser anexado o cronograma detalhado, com todas as

atividades e suas dependências, os marcos e duração estimada.

Esquematizar em nível de atividades, o desenvolvimento do projeto,

segundo um fluxo temporal (o intervalo de tempo normalmente é o mês).

Utilizar representações visuais (gráficos de barra, diagramas e/ou fluxograma).

Assinalar os indicadores de acompanhamento.

Custos e recursos

Aqui devem ser apresentadas as planilhas de custos e recursos

necessárias à execução do projeto.

Respondendo à questão - COM QUANTO? - o orçamento é um resumo

ou cronograma financeiro do projeto, no qual se indica como, o que e quando

serão gastos os recursos e de que fontes eles virão. Facilmente, pode-se

observar que existem diferentes tipos de despesas que podem ser agrupadas

de forma homogênea, como por exemplo: material de consumo; custos

administrativos, equipe permanente; serviços de terceiros; diárias e

hospedagem; veículos, máquinas e equipamentos; obras e instalações.

No orçamento, as despesas devem ser descritas de forma agrupada, no

entanto, as organizações financiadoras exigem que se faça uma descrição detalhada

de todos os custos, que é a chamada memória de cálculo.

Riscos e comunicações

Aqui você vai descrever quais os riscos a que o projeto está sujeito e

como administrá-los. Também vai descrever como as comunicações serão

feitas.

Anexos

Aqui você vai anexar a autorização do projeto e os outros documentos,

formulários e desenhos que julgar necessários.

Muitas informações que não foi possível inserir em nenhuma das seções

anteriores podem ser, desde que imprescindíveis e transformadas em anexos. Um

mapa localizando a região ou município, o curriculum vitae dos principais integrantes

da equipe, um histórico mais detalhado, cartas de recomendação de algumas pessoas

relacionadas à instituição financiadora, um relato do desempenho de sua organização

e de seu envolvimento com outras instituições atuantes na área, etc.

É importante ressaltar que, nem todos os revisores se interessarão por tantas

informações quanto foram sugeridas, e, portanto, é aconselhável se restringir às que

são realmente necessárias para a contextualização de sua proposta.

Observações importantes:

• Cite todas as referências bibliográficas que você usar. Você pode

listá-las em notas de rodapé, por ocasião do uso, ou em um capítulo final,

chamado referências.

• Todo o documento deve ser escrito em 3a pessoa, de maneira

formal. Só para lembrar:

1ª pessoa: eu, nós. Eu acho, nós acreditamos que…

(não use)

2ª pessoa: tu. Tu imaginas que… (não use).

3ª pessoa: ele(a), ele(s). Acredita-se que o produto

será um sucesso porque se sabe que o público … (use).

• Faça uma revisão final dos aspectos gramaticais do texto.

• As atividades devem ser descritas por meio de um verbo (ex:

desenvolver, pesquisar, etc.). Marque sempre uma ação no particípio

passado (ex: projeto entregue; protótipo finalizado, etc.).

• A maneira como o projeto será apresentado também é importante.

Não é necessário o luxo, mas a informação deve estar organizada e clara.

Lembre-se que o assunto tratado aqui é design.

Atenção! Este roteiro é uma sugestão, podendo variar conforme o tipo

de projeto ou situação.

Agora chegou o momento de você aplicar todo o seu conhecimento para

elaborar um projeto.

Boa sorte e Sucesso!