comunidade espírita cristã - consolador.org · entanto, a alta espiritualidade que dirige esse...

4
CONSOLADOR Comunidade Espírita Cristã Distribuição gratuita MEDIUNIDADE No Livro dos Médiuns, cap. XIV sob o título Dos Médiuns, Kardec ensina: “toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos por isso mesmo é médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por isso não é privilégio exclusivo. Pode-se dizer que todo mundo é, de certa forma, médium.” No Livro dos Espíritos, pergunta 459, encontramos: os Espíritos in- fluem em nossos pensamentos e em nossos atos? Resp. “Muito mais do que imaginais, de ordinário são eles que vos dirigem.” Como se pode ob- servar, vivemos em regime de comunhão mental, segundo os princípios de afinidade com os Espíritos encarnados como nós ou desencarnados. Mediunidade nesse sentido é afinidade vibratória ou sintonia que ocorre pela semelhança de nossos sentimentos, pensamentos e ideais. Humberto de Campos (irmão X) no livro Lázaro Redivivo ensina: “diga-me o que pensas que direi com quem andas”. Por isso, nós mesmos escolhemos as companhias espirituais que nos influenciam e que influenciamos. Entre- tanto, no cap. XIV acima mencionado, Kardec esclarece que mediunidade, no sentido exato do termo, é a faculdade que certas pessoas têm de entrar ostensivamente em comunicação com os Espíritos e de transmitir mensa- gens destes fora do campo pessoal. Médium portanto, é aquele que tem a mediunidade bem caracterizada e podemos encontrá-los em serviços nas Casas Espíritas em várias funções porque a faculdade mediúnica não se revela em todos do mesmo modo. Os médiuns têm, geralmente, uma ap- tidão para tal ou qual ordem de fenômenos, o que resulta em variedades Editorial quantas sejam as espécies de manifestação, como: médiuns na aplicação de passes ou fluidoterapia, nas reuniões de socorro espiritual e desobsessão, expositores doutrinários, etc. É muito importante saber que a mediunidade é essencialmente um programa de serviço entregue, antes da encarnação a Espíritos falidos (exceção feita aos Espíritos Missionários, que são de grande elevação espiritual), como meio de resgate e regeneração. Quase sempre são almas que tombaram dos cumes sociais, pelo abuso do po- der, da autoridade, da fortuna e da inteligência e que regressam ao orbe terrestre para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. É natural que o médium, como qualquer aprendiz do evangelho em luta pelo auto- -aperfeiçoamento, seja de quando em quando submetido a provas destina- das a medir a sua perseverança no caminho do serviço regenerador e sua firmeza de propósitos. É muito importante que os irmãos que procuram os benefícios da Casa Espírita saibam que os trabalhadores e médiuns em ser- viço merecem o respeito devido a todo trabalhador da Seara Divina, mas, por favor, abstenham-se de elogios, idolatrias e outras atitudes que poderão estimular a vaidade e o orgulho e com isso submetê-los ao assédio das for- ças sombrias. O melhor agradecimento é sempre orar por eles. omem! Irmão, que, como eu, descendes do mesmo Foco Glo- rioso de Luz! Alma imortal fadada a desti- nos excelsos no seio magnânimo da Eternidade! Apressa a marcha da tua evolução para o Alto nos caminhos do Conhecimento, ree- ducando o teu caráter aos fulgores do Evangelho do Cristo de Deus! Cultiva tuas faculdades aními- cas no silêncio augusto das medi- tações nobres e sinceras; esquece as vaidades depressoras; relega os prazeres mundanos que para nada aproveitam senão para excitar-te os sentidos em prejuízo das felizes expansões do ser divino que em ti palpita; alija para bem distante do teu coração o egoísmo fatal que te inferioriza no concerto das socie- dades espirituais… pois tudo isso mais não é que escolhos terríveis a dificultarem tua ascensão para a Luz!… Rasga o teu seio para a aquisi- ção de virtudes ativas e deixa que teu coração se dilate para a comu- nhão com o Céu… Então, as arestas do calvário terreno que palmilhas serão ali- viadas e tudo parecerá mais suave e mais justo ao teu entendimento aclarado pela compreensão subli- me da Verdade, pois terás dado abrigo em teu seio às forças do Bem que promanam do Supremo Amor de Deus!… E depois, quan- do te sentires afeito às renúncias; quando fores capaz das rígidas reservas necessárias ao verdadei- ro iniciado das Ciências Reden- toras; quando tiverdes apartado o teu coração das ilusões efêmeras do mundo em que experimentas a sabedoria da Vida, e empolgada se sentir a tua alma imortal pelo APRESSA A MARCHA DA TUA EVOLUÇÃO H ANO 7 • N° 27 • JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2012

Upload: vocong

Post on 19-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

Distribuição gratuita

Mediunidade

No Livro dos Médiuns, cap. XIV sob o título Dos Médiuns, Kardec ensina: “toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos por isso mesmo é médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por isso não é privilégio exclusivo. Pode-se dizer que todo mundo é, de certa forma, médium.”

No Livro dos Espíritos, pergunta 459, encontramos: os Espíritos in-fluem em nossos pensamentos e em nossos atos? Resp. “Muito mais do que imaginais, de ordinário são eles que vos dirigem.” Como se pode ob-servar, vivemos em regime de comunhão mental, segundo os princípios de afinidade com os Espíritos encarnados como nós ou desencarnados.

Mediunidade nesse sentido é afinidade vibratória ou sintonia que ocorre pela semelhança de nossos sentimentos, pensamentos e ideais. Humberto de Campos (irmão X) no livro Lázaro Redivivo ensina: “diga-me o que pensas que direi com quem andas”. Por isso, nós mesmos escolhemos as companhias espirituais que nos influenciam e que influenciamos. Entre-tanto, no cap. XIV acima mencionado, Kardec esclarece que mediunidade, no sentido exato do termo, é a faculdade que certas pessoas têm de entrar ostensivamente em comunicação com os Espíritos e de transmitir mensa-gens destes fora do campo pessoal. Médium portanto, é aquele que tem a mediunidade bem caracterizada e podemos encontrá-los em serviços nas Casas Espíritas em várias funções porque a faculdade mediúnica não se revela em todos do mesmo modo. Os médiuns têm, geralmente, uma ap-tidão para tal ou qual ordem de fenômenos, o que resulta em variedades

Editorial quantas sejam as espécies de manifestação, como: médiuns na aplicação de passes ou fluidoterapia, nas reuniões de socorro espiritual e desobsessão, expositores doutrinários, etc. É muito importante saber que a mediunidade é essencialmente um programa de serviço entregue, antes da encarnação a Espíritos falidos (exceção feita aos Espíritos Missionários, que são de grande elevação espiritual), como meio de resgate e regeneração. Quase sempre são almas que tombaram dos cumes sociais, pelo abuso do po-der, da autoridade, da fortuna e da inteligência e que regressam ao orbe terrestre para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. É natural que o médium, como qualquer aprendiz do evangelho em luta pelo auto--aperfeiçoamento, seja de quando em quando submetido a provas destina-das a medir a sua perseverança no caminho do serviço regenerador e sua firmeza de propósitos. É muito importante que os irmãos que procuram os benefícios da Casa Espírita saibam que os trabalhadores e médiuns em ser-viço merecem o respeito devido a todo trabalhador da Seara Divina, mas, por favor, abstenham-se de elogios, idolatrias e outras atitudes que poderão estimular a vaidade e o orgulho e com isso submetê-los ao assédio das for-ças sombrias. O melhor agradecimento é sempre orar por eles.

omem! Irmão, que, como eu, descendes do mesmo Foco Glo-rioso de Luz!

Alma imortal fadada a desti-nos excelsos no seio magnânimo da Eternidade! Apressa a marcha da tua evolução para o Alto nos caminhos do Conhecimento, ree-ducando o teu caráter aos fulgores do Evangelho do Cristo de Deus!

Cultiva tuas faculdades aními-cas no silêncio augusto das medi-tações nobres e sinceras; esquece as vaidades depressoras; relega os prazeres mundanos que para nada aproveitam senão para excitar-te os sentidos em prejuízo das felizes expansões do ser divino que em ti palpita; alija para bem distante do teu coração o egoísmo fatal que te inferioriza no concerto das socie-dades espirituais… pois tudo isso mais não é que escolhos terríveis

a dificultarem tua ascensão para a Luz!…

Rasga o teu seio para a aquisi-ção de virtudes ativas e deixa que teu coração se dilate para a comu-nhão com o Céu…

Então, as arestas do calvário terreno que palmilhas serão ali-viadas e tudo parecerá mais suave e mais justo ao teu entendimento aclarado pela compreensão subli-me da Verdade, pois terás dado abrigo em teu seio às forças do Bem que promanam do Supremo Amor de Deus!… E depois, quan-do te sentires afeito às renúncias; quando fores capaz das rígidas reservas necessárias ao verdadei-ro iniciado das Ciências Reden-toras; quando tiverdes apartado o teu coração das ilusões efêmeras do mundo em que experimentas a sabedoria da Vida, e empolgada se sentir a tua alma imortal pelo

AprEssA A MArchA dA tuA Evolução

“H

ANO 7 • N° 27 • JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2012

2

Consolador - Rua Cinco de Julho, 276 - Copacabana

CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

santo ideal do Amor Divino - que teus dons mediúnicos se entrea-bram qual preciosa e cândida flor celeste - para a convivência os-tensiva com o Mundo Invisível, despetalando aljôfares de carida-de fraterna à passagem dos infeli-zes que não souberam a tempo se precatar - como tu - com as forças

indestrutíveis que à alma fornece a Ciência Imarcescível do Evan-gelho do Cristo!”

Camilo Castelo Branco

(Extraído do livro “Memórias de um Suicida” recebido pela médium Yvonne A. Pereira. Ed. FEB)

éon Denis, o filósofo espírita que deu conti-nuidade à divulgação do espiritismo, há mais de um século (1889)

escrevia em seu livro “Depois da Morte”: ‘o ente humano não sabe o que é, de onde veio, para onde vai, qual o fim real da sua existên-cia. Diante da Religião sem provas e da Ciência sem ideal, sua cons-ciência perdeu sua bússola e sua rota’. O inspirado mestre viveu ainda para assistir o primeiro con-flito mundial e desencarnou antes do segundo, catástrofes essas que, engendradas pela mente humana, assolaram as grandes nações no século passado, sem tréguas para as guerras paralelas que continu-am avançando neste século.

Atualmente o Ocidente, ma-terialista e financeiramente con-turbado, defronta-se com povos do Oriente fanatizados em suas crenças, impondo-as à população De suas nações, instigando-as a revoltas de fundo religioso. No entanto, a Alta Espiritualidade que dirige esse planeta ainda sem brilho, continua o trabalho lento e contínuo na implantação da moral preconizada por Jesus e no conhe-cimento das realidades do espíri-to, iniciado há milênios, sem so-lução de continuidade.

Alguém indaga: qual o destino

dos milhões de seres dizimados pela injustiça das guerras? Os que não possuem nenhuma crença res-pondem: eles não mais existem, foram simplesmente apagados do cenário terrestre. Contudo, a reali-dade é outra. Como seres imortais, eles retornaram ao convívio hu-mano e continuam a fazê-lo pela porta da reencarnação. Voltaram com as mais diversas intenções; uns com novas esperanças, outros tomados de ódio e revolta, prontos para assumir armas mais letais.

Qualquer crítica que façamos aos atos humanos sem a luz da Doutrina Espírita, será sempre falha ou incompleta. Quando es-tudamos a evolução dos seres bio-lógicos da Terra, dando origem a milhares de formas e espécies - sendo que pertencemos a uma de-las - torna-se difícil conscientizar-mo-nos da enormidade do tempo que se passou entre os primeiros seres, até chegar ao nosso espeta-cular e maravilhoso organismo fí-sico, obra-prima dos prepostos da Divindade, os Engenheiros Side-rais a Seu serviço. Foram milhões e milhões de anos de contínua evolução, conduzida pelos puros espíritos da esfera Crística. A par dessa incomensurável escalada evolutiva das formas, a mônada divina criada por Deus, evoluiu pari passu até chegar à consciên-

As crIsEs MorAIs dA huMANIdAdE

cia de si mesma e usar a razão e o livre-arbítrio. Começou aí a nova etapa para alcançar o aperfeiço-amento moral na perspectiva da futura liberação das formas ma-teriais. Como células da humani-dade, vivemos suas crises morais, algumas vezes agravadas, outras vezes aliviadas, porém, longe ain-da de se acabarem.

Se o cristianismo nascente fos-se perseguido sem tréguas, açoita-do pela extrema crueldade romana em seus primeiros séculos, como é apregoado, por certo teria se ex-tinguido. Nas temporárias suspen-sões dos ataques que sofria, sob a luz da fé reavivada, seus seguido-res se recuperavam, e o movimen-to renascia e se expandia até en-contrar nova perseguição. Assim também acontece agora. Essas crises vêm e vão, dando tréguas às lutas sociais geradas pelo egoís-mo, pelo orgulho e ambição hege-

mônica, exacerbada por conduto-res e subalternos; eles continuam ignorando sua própria essência, e por certo não sabem o que são e para onde vão depois que devol-verem seus corpos à terra, toma-dos por empréstimo do Dispen-sador Divino para cumprir-lhe os sublimes desígnios.

E quais são esses desígnios? Pergunta-se. Com o uso do livre--arbítrio o homem terá que de-senvolver suas potencialidades, voltando-as ao bem, crescer nas virtudes para alcançar a felicidade e integrar-se nos Planos Superio-res, rumo à Angelitude.........................................................

Aquele senhor do taxi se di-zia decepcionado com tudo; onde quer que voltasse sua atenção só via deterioração: poluição am-biental, decadência dos costumes, fracasso nos relacionamentos, de-generação nas artes, enfim, o caos se instalara de vez na face do pla-neta. No momento só conseguia divisar um abismo para o qual a humanidade se dirigia...

Paciência, amigo. As crises são necessárias para reavaliarmos nossa existência e apontar-nos no-vas soluções a fim de superá-las. Você demorou milhões de anos para chegar até onde está, e vai ter muito chão ainda para alcançar situação melhor, mesmo que ago-ra não a deseje. Se você der um tempinho do seu para conhecer a filosofia espírita, garanto que se aliviará e sentirá novas esperan-ças; você começará a divisar uma luz rompendo as trevas desse seu pessimismo e uma inefável paz inundará seu coração. Sua mente o situará no contexto tempo-es-paço e poderá saber de onde veio, onde está e para onde vai. Não lhe custa experimentar.

Gerson Sestini

lQual o destino dos milhões de seres dizima-dos pela injus-tiça das guer-ras? os que não possuem nenhuma cren-ça respondem: eles não mais existem, foram simplesmente apagados do cenário terres-tre. contudo, a realidade é ou-tra.

3

Visite nosso site : www.consolador.org

CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

cANto dA poEsIA

crEdo EspÍrItACreio na paternidade de Deus, Na preexistência da alma, Na imortalidade do ser... Na justiça da reencarnação.

Creio na lei do progresso, Nos seres que operam no bem.Creio nos mundos habitadosQue orbitam no universo...Creio na alma que anima a matéria,Nos fatos que a ciência comprova,Na existência de mundos paralelos,Na comunicação entre espíritos e homens.

Creio na expiação dos atos voluntários, Na reabilitação das faltas cometidas, Na recompensa do bem,Na felicidade destinada a todos nós.

Creio na fé racional,No trabalho que constrói,Creio no amor perseveranteQue nos conduzirá até DEUS.

Amália Domingo Soler (1835-1909), cognominada “A grã-Senhora do Espiritismo”, missionária espa-nhola, autora de notáveis obras espíritas. (Adaptação livre do texto original)

FALANDO AO SENHOR

Senhor!Se hoje viesses em pessoaAté nós,Que diria eu?Que milhões e milhões de companheirosVagam sem destinoSem cogitarem de saberO que são e quem são?Que a penúria de espírito campeia,Insuflando amargura e rebeldiaSofrimento, ilusão?Que o medo, em se alastrando,Na escura inquietação a que se aferra,Gera conflito e angústia, em toda parte,

Nos caminhos da Terra?Que a riqueza do ouro não removeTristeza e solidão na alma ferida,Que os engenhos perfeitos do progressoNão enxugam as lágrimas da vida?

Que te diria eu, Jesus, se te encontrasse?Que nos condói fitar a multidão Dos que fogem de si mesmos,Dando-se à dor maior por onde vão?Que nos comove contemplarA inteligência rica e, entretanto, insegura, Elevando o confortoSem saber dissipar as sombras da loucura?

Que diria, Senhor? Não te diria nada disso,Pois sabes tudo ver muito mais do que nós,Rogar-te-ia tão somenteA bendita prisão Na força do deverQue me guarde em serviço,Para que eu possa compreenderSem azedume e sem alarmeComo aperfeiçoar-mePara aceitar-te, enfim,Porque tudo, Senhor, estará justo e certo,Do que eu veja no mundo, longe ou perto,Se tua luz brilhar dentro de mim. Maria DoloresPsicografia de Francisco Cândido Xavier - do livro “Antologia da Espiritualidade” Espírito Maria Dolores - Edição FEB - 1976.

publicação trimestral do consolador - comunidade Espírita cristã

rua cinco de Julho, 276 - copacabanawww.consolador.org

presidente: José Cornivice-presidentes: Sandra Aurora A. dos Santos,Dilce de Cássia L. Tavares Bitencourtdiretor doutrinário: Gerson SestiniJornalista responsável: Vivian Rodrigues Designer Gráfico: Gilbert Corni cartas para este jornal: Aos cuidados do Consolador Rua Cincode Julho, 276 - Copacabana - 22051-030 - Rio de Janeiro - RJ

e-mail: [email protected]

Expediente

CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

Esta obra é um conjunto de textos retirados de oito livros assinados pelo espírito HUMBERTO DE CAM-POS, alguns com o pseudônimo de Irmão X, todos editados pela FEB. A compilação foi feita por Gerson S. Monteiro sobre temas que enfocam a figura de Jesus. O compilador não in-cluiu a obra Boa Nova nessa seleção por se tratar, toda ela, de episódios do folclore dos planos espirituais tendo Jesus como sua figura central. Aqui ele enfoca temas ligados ao início da vinda do Mestre; Jesus em pleno messianato: ensinando, confortan-do, curando e exemplificando; fatos

vivenciados no final de sua vida na Terra; aparições e ações após sua volta ao mundo espiritual. Somados os capítulos, temos 59 reveladoras obras-primas que nos chegaram da Espiritualidade Maior via a psicogra-fia ímpar de Chico Xavier dos livros que foram editados entre os anos de 1937 a 1969.

Este tesouro nos foi dado não ape-nas para deleitar nosso espírito, mas também servir de estímulo para que um dia sejamos fiéis discípulos do Mestre Jesus, participantes da im-plantação do Reino de Deus na face da Terra.

4 CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

livro do trimestre

Biografia

ilho de Antero de Souza Schutel e de sua esposa, Rita Tavares Schutel, o me-nino que recebeu o nome de Cairbar nasceu no dia 22 de setembro de 1868 na cidade do Rio de Janeiro. Aos nove anos perdeu o pai e no mesmo ano a mãe,

de febre puerperal ao dar a luz o irmão que viveria apenas quatro anos. Com a morte da viúva, as crianças foram viver com o avô paterno, Dr. Henrique Schutel. Coube a este transmitir ao neto sobrevivente as primeiras noções da vida.

Cairbar começou a freqüentar o Colégio Pedro II, onde cursou até o segundo ano. Em 1880 abandonou o colégio para empregar-se em uma farmácia como aprendiz. Ali especializou-se como farmacêutico prático, adquirindo conhecimentos na mani-pulação de medicamentos.

Na juventude descuidada que levava na Corte Imperial, tinha idéias de aventurar--se pelos sertões do país, seguindo a rota inversa da maioria dos jovens do interior

que procuravam alcançar as capitais. Escolheu o Estado de São Paulo, já na época da República, e mudou-se para Piracicaba e depois para Araraquara, onde, em 1891, empregou-se numa conhecida farmácia. Em 1893 passou a trabalhar como entrega-dor de mercearia, vindo a adquirir no ano seguinte (1894), um pequeno sítio para cultivar frutas e verduras, abrindo também um pequeno comércio.

Em 1896 mudou-se para a pequena povoação que se tornaria a cidade de Matão, onde se estabeleceu abrindo uma farmácia. Integrou-se na sociedade local, vindo a tornar-se importante figura, militando inclusive na política local.

Com a elevação da então vila a mu-nicípio, fez parte da sua primeira Câmara Municipal, instalada em 1889, como ve-reador. Foi escolhido, a seguir, pelos seus pares como seu primeiro Intendente (hoje “Prefeito”), cargo que exerceu até os úl-timos dias do século XIX, com pequeno intervalo .

MIlItâNcIA EspÍrItACom trinta e seis anos, Cairbar pas-

sou a frequentar sessões de tiptologia com a trípode (pequena mesa com três pés). Nestas sessões espíritas, concluiu que a vida continua no além-túmulo, passando a estudar os fenômenos até abraçar de-finitivamente a doutrina espírita, dela se tornando um de seus maiores propagan-distas no Brasil. É conhecido ainda hoje, entre os espíritas, como o Bandeirante do Espiritismo, devido ao empenho com que se dedicou à divulgação do Espiritismo ao longo de sua vida.

Em 1905 fundou o “Grupo Espírita Amantes da Pobreza” e no mês seguinte o jornal espírita “O Clarim”. Suas edições atravessaram todo o século XX, atingindo o início do Terceiro Milênio com a tiragem de 10.000 exemplares. Naquela década do século passado manteve viva polêmica com o padre João Batista Van Esse, e esta quase terminou em tragédia, em certa ocasião, não fosse a intervenção de um advo-gado que sacou de uma arma contra o populacho, aborrecido com o barulho provo-cado pelo clérigo e seus acólitos, os quais pretendiam linchar o já conhecido e ilustre espírita. Naquele mesmo ano desposou Maria Elvira da Silva Schutel (Mariquinhas), com a qual já vivia maritalmente. Não tiveram filhos e sua fiel companheira de todas as horas o precedeu no túmulo.

Em 1912, já conhecido como o “Pai dos Pobres de Matão”, fundou um pequeno hospital de caridade, para atender aos doentes sem recursos materiais. Dois anos mais tarde, em 1914, começou a visitar os presos na Cadeia Pública de Matão. Em 1917 estende as visitas aos detidos na Cadeia de Araraquara, onde proferiu palestras.

A 15 de fevereiro de 1925, fundou com o auxílio moral e material do amigo Luiz Carlos de Oliveira Borges, a RIE - Revista Internacional de Espiritismo, publicação mensal dedicada aos estudos dos fenômenos anímicos e espíritas, hoje ampliada, contando com os recursos da moderna imprensa e publicando artigos em outras lín-guas.

Pioneiro na radiodifusão do Espiritismo, no período de 19 de agosto de 1936 a 2 de maio de 1937 proferiu, aos domingos, as conhecidas “Conferências Radiofô-nicas”, através da Rádio Cultura PRD-4, de Araraquara, posteriormente publicadas em livro.

No dia 30 de janeiro de 1938, após curta enfermidade, veio a falecer vítima de aneurisma cerebral, às 16h e 15 minutos. Na mesma noite, através do médium Ur-bano de Assis Xavier, comunicou-se e sugeriu a seguinte frase para a lápide em seu túmulo: “Vivi, vivo e viverei porque sou imortal”. Cairbar não teve a fase de pertur-bação porque passa a grande maioria dos espíritos após o desencarne. Sua evolução espiritual atesta o fato.

As obras de Cairbar Schutel foram todas editadas pela CASA EDitORA O CLARim, por ele fundada. As principais dentre elas estão:

• Médiuns e Mediunidades - 1923 • Parábolas e Ensinos de Jesus - 1928 • O Espírito do Cristianismo - 1930 • Vida e Atos dos Apóstolos - 1933 Retirado de várias fontes, entre elas internet.

F

No roteiro de JesusFrancisco Cândido Xavier

Editora: FEB - 2010.

cAIrBAr schutEl