comunidade microbiana em solo de floresta amazônica batista, eric bruno da silva 1 ; ruivo, maria...
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Comunidade Microbiana em Solo de Floresta Amazônica
BATISTA, Eric Bruno da Silva1; RUIVO, Maria de Loudes2; OLIVEIRA, Maria de Loudes3; GUIMARÃES, Brenda Rocha4.
INTRODUÇÃO
Nos ecossistemas naturais existe um balanço entre mineralização e absorção de
nutrientes, que é regulado por uma rede de processos (reações físico-químicos)e interações
entre fontes e consumidores de nutrientes. Bactérias e fungos são os primeiros consumidores
desta matéria orgânica, iniciando sua decomposição e a mineralização dos nutrientes. A
diversidade de microorganismos é tão vasta quanto desconhecida. Hoje, cerca de 160.000
espécies de microrganismos são conhecidas e descritas na literatura, estudos baseados na
análise direta da diversidade de bactérias no meio ambiente, através do emprego de métodos
moleculares, têm revelado um cenário composto por uma rica diversidade de organismos ainda
não-cultivados e não estudados em laboratório . Destas, metade é representada por fungos. O
número de novas descobertas também é representativo. A cada ano, uma média de 1700 e 120
novas espécies de fungos e bactérias, respectivamente, são descritas na literatura.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é mostrar os microorganismos mais representativos de um solo
sob floresta Amazônica.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a avaliação da população microbiana as amostras de solos foram coletadas em 10
sítios de Ilha de Terra, classificada como Terra Preta Arqueológica (TPA) na Floresta Nacional de
Caxiuanã, no município de Melgaço-Pará (Figura 01). Nas profundidades de 00-10 cm e 10-20
cm.
Localização da Floresta Nacional de Caxiuanã
(143’S; 5132’W) , distante cerca de 400 km a
oeste de Belém, no município de Melgaço no
Estado do Pará.
Figura 01: Localização da Floresta Nacional de Caxiuanã
A determinação da população de fungos e bactérias foi realizada utilizando-se a técnica do
“Pour Plate” em placas de Petri, na diluição de 10-3, onde utilizou-se Agar-Batata para o
desenvolvimento de fungos e Agar-Dextrose para o desenvolvimento bacteriano.
Após a contagem das colônias, o isolamento das bactérias foi realizado através da tecnica
de pescagem das colônias e repicagem das mesmas para meios estoques de conservação, de
onde foram montadas preparações microscópicas para estudo dos caractéries morfológicos. Para
a identificação dos fungos, estes foram primeiramente isolados em placas de Petri e
posteriormente foi empregada a técnica de microcultivo em lâmina.
1 – Estudante LBA. Email: [email protected]; 2 – Pesquisadora Doutora. Email:[email protected]; 3
– Professora da UEPA . Email: [email protected]; 4 - Estudante LBA. Email: [email protected]
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
IT1 IT2 IT3 IT4 IT5 IT6 IT7 IT8 IT9 IT10
Perfil
UF
C/g
de s
olo Fungos 0-10
Fungos 10-20
Bactérias 0-10
Bactérias 10-20
Os teste de identificação revelaram que a natureza da população de fungos foi bem
homogenia, encontrando-se os mesmos gêneros de fungos em todos os sítios: Mixotrichum
sp. Rhizopus sp, Rhizomucor sp, Sporothrix sp, Trichoderma sp, Cladosporium sp, Penicillium
sp, Mucor sp, Aspergillus sp e Fusarium sp. Estudos baseados na análise direta da
diversidade de fungos em outros solos, através do emprego de métodos moleculares, têm
revelado um cenário composto por uma maior diversidade de organismos ainda não-cultivados
e não estudados em laboratório
Figura 02: Distribuição da comunidade microbiana do solo nos sítios Ilha de Terra (IT). Expressos em 10-3 UFC/g de solo.
Essas diferenças marcantes devem ter sido provocadas tanto pela atuação da
comunidade vegetal, que regula a fonte de nutrientes para a comunidade microbiana de modo
qualitativamente e quantitativamente, como as propriedades físicas e químicas do solo, aliado
a ação antrópica pré-histórica marcante na formação da Terra Preta Arqueológica. Segundo
Kern e Costa (1997), em sítios de TPA elementos como o Cu, Ca, Mg, Zn, Au, Mn, P e N são
mais concentrados que nos arredores, nutrientes estes que podem ter atuação direta no
equilíbrio da comunidade microbiana. Essa característica da comunidade microbiana sob
Floresta em solos de TPA, pode ter sido um dos fatores importantes na formação dos sítios de
TPA.
Figura03: Fungos isolados dos gêneros Aspergillus sp, Trichoderma sp e Fusarium sp respectivamente.
Subdivisão: Ascomicotina
Classe:Plectomicetes
Ordem: Eurotiales
Família Aspergillaceae
Gênero: Aspergillus
Subdivisão: Deuteromicotina
Classe:Hyphomicetes
Ordem: Tuberculares
Família Tuberculiacea
Gênero: Fusarium
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A comunidade microbiana (fungos e bactérias) não foi homogênia (Figura 02).
Subdivisão: Ascomicotina
Classe:Plectomicetes
Ordem: Eurotiales
Família Aspergillaceae
Gênero: Aspergillus
Subdivisão: Zygomicotina
Classe: Zygomicetes
Ordem: Mucorales
Família: Mucoraceae
Gênero: Mucor
Subdivisão: Ascomicotina
Classe:Plectomicetes
Ordem: Eurotiales
Família Aspergillaceae
Gênero: Penicillium
Subdivisão: Zygomicotina
Classe: Zygomicetes
Ordem: Mucorales
Família: Mucoraceae
Gênero: Rhizopus
Subdivisão: Deuteromicotina
Classe: Hyphomicetes
Ordem: Hyphomycetales
Família: Moniliaceae
Gênero: Sporotrhrix
Subdivisão: Zygomicotina
Classe: Zygomicetes
Ordem: Mucorales
Família: Mucoraceae
Gênero: Rhizomucor
Subdivisão: Deuteromicotina
Classe: Hyphomicetes
Ordem: Hyphomycetales
Família: Moniliaceae
Gênero: Trichoderma
Figura 04: Desenhos utilizados para identificação de fungos (Modificado de SILVEIRA, 1981)
CONCLUSÃO
A distribuição da comunidade microbiana (fungos e bactérias) não foi homogenia no
sentido em que uma população não dominou, em todos os sítios, a outra, porém mesmos
gêneros de fungos foram encontrados em todos os sítios de ilha de Terra (IT).
BIBLIOGRAFIASILVEIRA, Verlande Duarte. Micologia. 4º edição. Ed. Interamericana. Rio de Janeiro – RJ, 1981.
KERN, Dirse Clara; COSTA, Macondes Lima. Os solos antrópicos. In: Caxiuanã. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém-Pará, 1997.