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1Geografia do Turismo
Posição Geográfica
como uma das
características biofísicas
do território
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A Latitude das Terras Portuguesas:
A posição geográfica das Terras Portuguesas vai ser primeiro analisada em
relação à latitude.
Porquê?
“Porque esta comanda directamente a intensidade e o ritmo da insolação
recebida pela terra sob a forma de calor e de luz e, indirectamente boa parte
das características do ambiente físico e do desenrolar rítmico da nossa
vida, marcado pela alternância dos dias e das noites bem como as estações
do ano.” (DAVEAU, Suzanne 1995)
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Para diversificar o ritmo anual da iluminação interfere também a desigual
duração dos dias, que resulta da inclinação do eixo da terra. (Quanto mais
um lugar se afasta do Equador, mais desiguais são nele as durações
extremas, invernal e estival, da iluminação diurna que recebe).
De que forma é que a latitude comanda o
ritmo e a intensidade da insolação? E porque
é que a desigual duração dos dias interfere
no ritmo anual da iluminação?
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Para responder a estas duas questões é necessário
analisar a distribuição da radiação solar global.
A radiação solar global na superfície da terra não apresenta
uma distribuição uniforme. Varia no tempo e no espaço, o
que é explicado por alguns factores que têm por base o
duplo movimento da terra, (movimento de rotação e o
movimento de translação) a inclinação do eixo da terra e a
esfericidade da terra.
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O movimento de rotação no qual a terra gira em torno do seu próprio eixo, que se
encontra inclinado em relação à eclíptica 23º27’, demorando 24h a executar uma
volta completa. Tem por consequência a sucessão de dias e noites.
O movimento de translação é o movimento que a terra realiza em torno do sol.
Este movimento completo tem a duração de 365 dias e 6 horas (por isso de 4 em 4
anos existe um dia a mais 29 Fevereiro). Durante esta trajectória o eixo da terra
permanece inclinado, por isso, durante o movimento anual aparente do sol, este não
ultrapassa as latitudes dos trópicos 23º27’ norte e sul. Tendo por consequência: a
variação da duração do dia e da noite, as estações do ano.
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A inclinação do eixo da terra e a sua esfericidade durante o movimento de
translação têm por consequência a variabilidade espacial e temporal da
radiação solar. Quer isto dizer que os lugares da superfície da terra não
recebem todos a mesma quantidade de radiação solar, com a mesma
intensidade.
A inclinação do eixo da terra e a realização do movimento de translação
vão impor as variações estacionais na recepção da radiação solar nos
diferentes lugares da superfície terrestre, assim como, determina a duração do
dia e da noite. Porque a posição da terra em relação ao sol vai variando, e com
esta, o círculo de iluminação do lugar, e por consequência o tempo da
exposição solar.
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Quando o sol está mais afastado do equador – alcança os solstícios (Junho no trópico
de Câncer e Dezembro no trópico de Capricórnio). Quando o plano da eclíptica e do
equador se cruzam é denominado de equinócios – são os pontos em que o sol transita
de um hemisfério para outro. No solstício de Junho o HN encontra-se mais exposto aos
raios solares, por isso a duração do dia é maior que a noite. A duração do dia aumenta
com o aumento em latitude, no Pólo norte o dia é de 24h (apesar da duração do dia ser
de 24H, estes não recebem os maiores quantitativos de radiação, porque os raios
solares são praticamente rasos à superfície). É então Verão. O hemisfério sul está por
isso menos exposto, logo a noite é maior que o dia e é inverno.
No solstício de Dezembro é o inverso, ou seja, o HS esta mais exposto aos raios
solares, no HN é inverno e a noite é maior que o dia. O pólo norte tem 24h noite.
Nos equinócios os dias e as noites têm a mesma duração 12h, em qualquer ponto do
globo.
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Então quais são os factores intervenientes na
distribuição da radiação solar?
1. O ângulo de incidência (ângulo que os raios solares fazem com o plano horizontal da superfície). Este
ângulo varia:
-ao longo do dia porque o sol nasce a Este e põem-se a Oeste e ao meio dia atinge o ponto mais alto e
começa a diminuir (maior obliquidade dos raios no pôr do sol)
-Ao longo do ano nos diferentes lugares da terra – porque a posição da terra em relação ao sol varia (no
Solstício Dezembro o sol incide verticalmente sobre o trópico Capricórnio, em Março está sobre o equador,
em Junho o sol incide verticalmente sobre o trópico de câncer e em Setembro novamente sobre o equador)
à medida que nos afastamos desta zona, para latitudes mais elevadas, o ângulo diminui.
Por exemplo Nos lugares do HN, no verão o ângulo é maior que no Inverno, o HN encontra-se mais perto do
sol, este incide verticalmente sobre trópico câncer. No inverno a terra está mais afastada, e o HN também
menos exposto logo maior é a obliquidade dos raios.
Quanto maior for o ângulo de incidência (90º) – menor é a superfície abrangida por ele – por isso, - maior é
a quantidade de energia recebida
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2. Massa atmosférica
Quanto maior for a obliquidade dos raios – maior é a espessura da atmosfera a atravessar por eles – por isso maior
perda de radiação – menor é a quantidade de energia recebida
3. A transparência da atmosfera – também vai interferir na quantidade de energia recebida.
O facto de existir uma massa atmosférica a ser atravessada pela radiação é importante ter em conta as condições
existentes, ou seja, se o céu está nebuloso ou limpo.
Quanto maior for a transparência da atmosfera (quanto mais limpo tiver o céu- menor será a quantidade que se perde -
maior é a quantidade de energia recebida pelo lugar.
Como se sabe as nuvens absorvem e reflectem energia solar (quanto maior for a espessura da nuvem, maior é a sua
capacidade de reflexão – logo maior perda.
4. A duração do dia natural (período durante o qual o sol se encontra acima do horizonte), determina o tempo de
exposição, por isso é um condicionante da quantidade diária de energia solar recebida.
Quanto maior for a duração do dia – maior o tempo de exposição solar (mais tempo o sol está acima do horizonte) –
logo maior é a quantidade de energia recebida.
Nota: esta duração do dia, varia ao longo do ano
No verão o dia é maior – logo maior exposição – menor quantidade de energia.
Denota-se então uma variação da radiação solar global não só no tempo (ao longo do ano) mas no espaço.
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Distribuição latitudinal da radiação solar global
na superfície terrestre
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Portugal encontra-se compreendido entre os 36 e os 42 graus de latitude
Norte.
O que significa em termos de radiação solar?
A diferença de iluminação entre o Norte e o Sul de Portugal não deixa no
entanto de ser significativa. Em 21 de Dezembro, no solstício de Inverno, o Sol
atinge ao meio-dia, no Funchal, uma altura de mais de 33 graus acima do
horizonte, contra menos de 25 graus em Viana do Castelo. No solstício de
Verão (21 de Junho) o Sol sobe até perto do Zénite no Funchal (80 graus acima
do horizonte contra apenas 71 graus em Viana do Castelo).
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Assim, tendo em conta que o aquecimento recebido pelo solo é
proporcional ao ângulo que os raios solares fazem com ele, então o pino
do Verão é mais quente no Sul, o do Inverno mais fresco no Norte, por
causa da desigual altura do Sol ao meio-dia nestes períodos extremos.
O calor estival não é apenas mais intenso no Sul, dura aí mais tempo; o
período invernal não é só mais frio no Norte, é também mais comprido.
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Radiação Solar e Turismo
Latitude (N) Países Nº Horas de sol
30º - 42º Portugal 2900
35 – 41º Grécia 2600
36º - 43º Espanha 2600
36º - 46º Itália 2100
43º - 51º França 2000
47º - 55º Alemanha 1700
50º - 53º Países Baixos 1600
49º - 51º Bélgica 1600
50º - 61º Reino Unido 1600
51º - 55º Irlanda 1450
Média anual de horas de sol em alguns países europeus
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Radiação solar global à superfície na Europa(Valores médios anuais em KWh/m2)
Proporção da radiação solar global recebida nos meses de Maio a Agosto
(% do total anual)
Fonte: PVGIS © European Communities, 2001 - 2006
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Entrada de turistas em Portugal por meses do ano, em 2003
Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros por países de residência do turista em 2003
Dormidas de turistas estrangeiros nos estabelecimentos
hoteleiros por NUT II em 2003Fonte: DGT
Fonte: INE
Fonte: INE
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Para além da Latitude, é importante posicionar o
território português quanto à circulação das águas e
do ar:
A Bacia Atlântica é quase simétrica em relação ao seu eixo norte-sul. Mas a
orientação geral meridiana do oceano faz com que este e a atmosfera subjacente
apresentem, nas latitudes subtropicais onde se situa Portugal, uma acentuda
dissimetria funcional.
Águas e Ventos correm, em traços gerais, de Oeste para Leste, inseridos em
circuitos que funcionam à escala do oceano, no sentido dos ponteiros do relógio
Se os ventos de Oeste e as correntes marítimas vindas do lado americano do
Atlântico são dominantes na generalidade dos mares portugueses, eles inflectem,
não raro, para o Sul na faixa mais próxima do litoral ocidental de Portugal.
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→No Verão, os Açores e a Madeira são banhados por águas marinhas bastante
quentes enquanto as praias portuguesas do Oeste são muitas vezes atingidas por
águas frescas, que tem origem profunda.
→A estas águas frescas correspondem frequentes neblinas matinais e, à tarde,
lufadas fortes do vento costeiro, a Nortada, que corre na faixa de contacto entre um
oceano fresco e um continente fortemente aquecido.
→As situações anticiclónicas favorecem então uma acentuada diferenciação regional
do tempo e o limite atmosférico do domínio oceânico estival coincide
aproximadamente com o litoral.
→No inverno, pelo contrário, quando o oceano se encontra mais quente que o
continente, os contrastes regionais atenuam-se, porque a circulação atmosférica
dominante é, em toda a parte, de origem ocidental e traz consigo um ambiente
oceânico generalizado, que penetra significativamente no continente.
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É esta Posição Geográfica do Território
Português que lhe confere características
biofísicas muito peculiares e que define o ritmo
anual característico da zona mediterrânea, onde
o nosso país está inserido.