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CONSELHO DE CLASSE: espaço de avaliação da prática pedagógica
Profª PDE: Maria Ângela Simoni Vaz de Oliveira1
Profª Ms. Orientadora: Kiyomi Hirose2
Resumo
Este artigo tem como objetivo relatar a implementação pedagógica realizada no Colégio Estadual Brasílio Itiberê, no município de Maringá. A intervenção foi realizada com professores regentes de duas turmas de 6º anos do período vespertino com o objetivo de pesquisar o Conselho de Classe. A partir da análise da estrutura dessa instância colegiada, apresentamos três sugestões de encaminhamentos a serem desenvolvidos: o Conselho de Classe enquanto espaço de reorganização das ações pedagógicas da escola, tendo como foco a melhoria do processo de ensino e aprendizagem e a reflexão da prática docente; a participação de representantes de alunos e pais nessas reuniões; e a utilização de novas tecnologias, nesse caso o recurso pedagógico Stop Motion, teve a intenção de propor o uso do computador, enquanto recurso didático que a nova geração de alunos demonstra ansiedade em aprender além do que já conhecem. Esse recurso pode tornar a aula mais atraente e motivadora, promovendo o desenvolvimento educacional e trazer discussões pedagógicas nas realizações do Conselho de Classe.
Palavras-chave: Prática Reflexiva; Conselho de Classe; Emancipação; Democracia;
Stop Motion.
1 INTRODUÇÃO
O Estado do Paraná tem investido na formação continuada de seus
professores da rede estadual, que atuam na educação básica. Em função disso, a
partir do ano de 2007, implantou a formação continuada denominada Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, cujo programa está sob a responsabilidade da
1 Professora da Rede Pública do Estado do Paraná, graduação em Pedagogia, Pós-Graduação em Educação
Especial. E-mail: [email protected] 2 Professora Mestre do Departamento de Teoria e Prática de Educação - UEM
Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED. Apesar de ser denominado
programa, passa a se estabelecer como política pública por meio da Lei Estadual nº.
130, de 14 de julho de 2010 (PARANÁ, Lei Estadual nº. 130, de 14 de julho de
2010).
A SEED, em sua página eletrônica explicita que “O objetivo do PDE é
proporcionar aos professores da rede pública estadual subsídios teórico-
metodológicos para o desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, e que
resultem em redimensionamento de sua prática” (SEED, Programas e Projetos –
PDE – Projeto de Desenvolvimento Educacional, 2012).
Com o intuito de materializar esse programa, o PDE será “[...] uma parceria
com os professores do ensino público superior e os da educação básica, por meio
de atividades teórico/práticas orientadas, objetivando mudanças qualitativas na
prática escolar da escola pública paranaense e como resultado final, o Professor
PDE, aquele contemplado no programa deverá apresentar uma produção em forma
de artigo científico” (SEED, Programas e Projetos – PDE – Projeto de
Desenvolvimento Educacional, 2012).
O PDE oferece cursos e atividades na modalidade presencial e a distância.
Para tanto, disponibiliza apoio logístico e meios tecnológicos para o funcionamento
do programa.
Para ingressar no PDE, concorre por meio de critérios estabelecidos pela
SEED, em edital público. Uma dessas exigências é que o concorrente esteja no
Nível II, classe 8 a 11, da Tabela de Vencimentos dos Professores, da Carreira do
Magistério Público do Paraná.
Para materializar essa situação, recorremos ao Plano de Carreira dos
Professores da Rede Pública Estadual, conforme a tabela de vencimentos a seguir:
Fonte: APP Sindicato do Paraná
O professor selecionado terá o direito de afastamento integral, remunerado
de sua carga horária efetiva no primeiro ano. No segundo ano, terá direito a 25% de
afastamento de suas funções, mas com compromisso de desenvolver e aplicar o seu
projeto, bem como produzir um texto, em forma de artigo científico.
Os professores contemplados nesse programa cumpriram as atividades
determinadas pelo Programa entre 2010 a 2012 e, neste momento, estão na fase da
divulgação dos resultados obtidos, por meio do artigo.
Procuramos buscar elementos teóricos, com embasamento científico do
Conselho de Classe, a importância de sua organização e estrutura escolar para
atingir os objetivos a que se propõe. Partimos do pressuposto de que os resultados
trazidos pelos professores para serem discutidos e analisados no Conselho de
Classe são, segundo Dalben (2004), fruto do conjunto das atividades curriculares da
instituição.
Um dos instrumentos para a análise do Conselho de Classe é levantar o
percentual das notas dos alunos, para embasar as discussões e buscar alternativas,
com o intuito de superar as dificuldades apresentadas.
Numa leitura macro dinâmica recorremos ao Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão vinculado ao Ministério da
Educação e Cultura (MEC), responsável pela coleta e divulgação do Censo Escolar.
O MEC também utiliza desses dados para realizar os seus diagnósticos e construir
os seus programas e políticas educacionais.
Dessa forma, o INEP divulgou o Censo Escolar de 2010, retratando todas as
escolas brasileiras, por Estado, por município e por estabelecimento escolar.
De posse desses dados, o Diário do Norte do Paraná, órgão jornalístico da
cidade de Maringá, no dia 13 de julho de 2011, divulgou o ranking de retenções de
alunos das escolas estaduais do município de Maringá.
A escola de nossa atuação, Colégio Estadual Brasílio Itiberê, apresentou 22
% de retenções no Ensino Fundamental, a terceira escola que mais reprovou.
Essa divulgação pública do Censo Escolar provocou constrangimento no
corpo docente, ao deparar com esse elevado número de notas abaixo da média,
evasão escolar e repetência, os quais apontavam a necessidade de uma reflexão,
questionamento e avaliação do desempenho da escola, enquanto espaço
pedagógico. Essa situação pode e deve melhorar a partir da ação e atuação do
professor, da equipe pedagógica e gestão escolar.
O resultado não foi surpresa para nós pedagogos da escola, pois os
registros da avaliação escolar nos chamavam a atenção com o baixo rendimento
dos alunos, bem como as constantes reclamações de muitos professores. Esses
dados estão registrados no Relatório Final da escola.
Esse quadro nos impõe que a escola repense o seu trabalho pedagógico,
não somente dos professores, mas de todos os envolvidos no processo escolar:
diretores, pedagogos, agentes educacionais, alunos e pais ou responsáveis, pois
segundo Dalben (2004, p.13), “[...] O fracasso escolar e os elevados índices de
evasão escolar e repetência tornaram-se inviáveis, apresentando-se como entraves
sérios aos processos de escolarização de massas”. Diante dessa afirmativa,
necessário se faz contrapor para criar possibilidade de construção de processos
democráticos participativos que desvendar novas relações sociais, como forma de
superar essa dicotomia.
Para termos acesso ao panorama da realidade da escola, necessário se fez
construir um estudo sobre os elementos: aprovados, aprovados pelo Conselho de
Classe, reprovados e desistentes, conforme o Quadro Estatístico de 2009, 2010 e
2011. Esses dados estão no Anexo 1.
Num primeiro momento, pensamos em fazer a coleta do material apenas da
série da pesquisa. No decorrer desse trabalho, constatamos que essa fragmentação
poderia prejudicar o olhar integral sobre a escola de interesse. Daí porque,
levantamos todos os dados, até para embasar a futuros estudos de campo.
Fizemos um recorte e apresentamos a seguir, apenas os gráficos do nosso
estudo, ou seja, o sexto ano escolar referente à quinta série do Ensino Fundamental
da escola:
ANO LETIVO DE 2009:
Fonte: Colégio Estadual Brasilio Itiberê
ANO LETIVO DE 2010:
Fonte: Colégio Estadual Brasilio Itiberê
ANO LETIVO DE 2011:
Fonte: Colégio Estadual Brasilio Itiberê
Ao fazermos a comparação desses três anos letivos, podemos afirmar que
2010 foi o ano comprometedor no índice de aprovados, aprovados no conselho; a
reprova é na ordem de 27 %.
O ano de 2010 é o que apresenta índices negativos, entre os três. Porém,
esses dados mostram uma melhora já no ano seguinte, em 2011.
Essa análise não é diferente dos dados somativos de 5 ª a 8ª série do
Ensino Fundamental, que soma 56 reprovados em 2009; 98 no ano de 2010; e 57
em 2011 (Anexo 1).
Se considerarmos o ano de 2010 como comprometedor, o ano seguinte,
2011, começa a apresentar sensível mudança.
Então, há que debruçar em buscar, construir estratégias para que essa
melhora sensível seja perseguida em anos subsequentes.
Esses dados apresentados não são diferentes do que o INEP divulgou: ele
tomou como fonte os dados de 2010. Portanto, ao compararmos os dados dos
últimos três anos, conforme os nossos gráficos apresentados, realmente o ano letivo
de 2010 teve o desempenho comprometido. No ano de 2009, a escola apresentou
um total de 72 % de aprovados, no ano de 2010, o índice foi de 69 % e 2011, de 77
%.
Apesar de apresentar uma melhora de desempenho no ano seguinte aos
dados do INEP, sabemos que há a necessidade de providências pedagógicas e de
gestão para que esses índices continuem a sua ascenção em apresentar uma
melhora significativa.
Para tanto, nesse projeto de estudo buscamos uma reflexão não mais do
senso comum, mas conhecimentos científicos que nos apontassem novas
estratégias para implementar novas práticas pedagógicas, ao analisar a função do
Conselho de Classe.
A escolha desse tema de estudo justifica-se pela importância desse
Conselho e por considerá-lo um espaço que permite buscar transformação da
prática pedagógica.
Segundo Cruz (2005, p.15),
Como processo auxiliar de aprendizagem o Conselho deve refletir a ação pedagógico-educativa e não apenas ater-se a notas, conceitos ou problemas de determinados alunos. O Conselho verifica se os objetivos, processos, conteúdos e relações estão coerentes com o referencial de trabalho pedagógico da escola.
2 SOCIALIZAR A IMPLEMENTAÇÃO
A implementação do projeto teve início na Semana Pedagógica, realizada
em julho de 2011. Foi apresentado o tema de estudo, justificativa e objetivos que
nos levaram a escolher esse assunto, por considerarmos o Conselho de Classe
como uma das instâncias importantes da escola e, por meio desse estudo, será
possível aprofundarmos os conhecimentos teórico-práticos, científicos, bem como
propor novas ações que contribuam para o desempenho mais efetivo da existência
desse colegiado.
As leituras e reflexões de Dalben (2004), Libâneo (2008), Cruz (2005), e
outros autores propõem a inclusão e participação de um representante de alunos e
representante de pais. Essa sugestão é sempre polêmica entre os professores e não
foi diferente na escola trabalhada.
Porém, buscamos em Libâneo (2008, p. 114), o respaldo para fundamentar
a proposta, quando ele assegura que:
A exigência da participação dos pais na organização e gestão da escola corresponde a novas formas de relações entre escola, sociedade e trabalho, que repercutem na escola nas práticas de descentralização, autonomia, co-responsabilização, interculturalismo. De fato, a escola não pode ser mais uma instituição isolada em si mesma, separada da realidade circundante, mas integrada numa comunidade que que interage com a vida social mais ampla.
Gadotti (1997, p.35) posiciona-se afirmando que:
A autonomia e a gestão democrática da escola faz parte da própria natureza do ato pedagógico.[...] Ela exige, em primeiro lugar, uma mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade escolar. Mudança que implica deixar de lado o velho preconceito de que a escola pública é apenas um aparelho burocrático do Estado e não uma conquista da comunidade. A gestão democrática da escola implica que a comunidade, os usuários da escola, sejam os seus dirigentes e gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou, menos ainda, os meros receptadores dos serviços educacionais. Na gestão democrática pais, mães, alunas, alunos, professores e funcionários assumem sua parte de responsabilidade pelo projeto da escola.
Continuando, o autor enfatiza (p.66) :
O aluno aprende quando ele se torna sujeito de sua própria aprendizagem. E, para ele se tornar sujeito de sua própria aprendizagem, ele precisa participar das decisões que dizem respeito ao projeto da escola, projeto esse inserido no projeto de vida do próprio aluno (grifo nosso). Não há educação e aprendizagem sem sujeito da educação e da aprendizagem. A participação pertence a própria natureza do ato pedagógico.
A justificativa da proposta é a necessidade de avaliar o impacto dos
resultados obtidos com a implementação dessa nova postura de organização do
trabalho. Optamos em desenvolver esse trabalho somente com as 5ª séries/6º anos
do Ensino Fundamental do período vespertino, como campo de experiência.
Os professores presentes consideraram importante o estudo do tema,
manifestaram-se em concordância ao trabalho, mas questionaram a participação de
representantes de pais e alunos.
Artigas e Balzer (2010, p. 4), fundamentam que a questão da participação
usuária na gestão da escola básica tem a ver, em grande medida, com as iniciativas
necessárias para a superação da atual situação de precariedade do ensino público.
Paro (1999, p. 57) vai além da realidade escolar, ao afirmar que:
[...] Ao lado dessa questão, um importante elemento tem sobressaído que, embora tenha a ver com o conceito de participação enquanto instrumento de controle democrático do Estado, extrapola-o, em certo sentido: trata-se da percepção de que, para funcionar a contento, e escola necessita da adesão de seus usuários (não só de alunos, mas também de seus pais ou responsáveis) aos propósitos educativos a que ela deve visar, e que essa adesão precisa redundar em ações efetivas que contribuam para o bom desempenho do estudante.
A participação da comunidade também é mencionada por Libâneo (2008, p.
138-139), pois
[...] possibilita à população o conhecimento e a avaliação dos serviços oferecidos e a intervenção organizada na vida da escola. De acordo com Gadotti e Romão (1997, p.16), a participação influi na democratização da gestão e na melhoria da qualidade de ensino. Participação significa a atuação dos profissionais da educação e dos usuários (alunos e pais) na gestão da escola.
De acordo com os professores da instituição escolar trabalhada, a presença
dos representantes de alunos e pais, poderia inibir as discussões do grupo, ao
justificarem que consideram sigilosas algumas das informações presentes nessas
reuniões. Deduzimos que são aquelas que dizem respeito a cada aluno, que a nosso
ver, deveriam ser tratados com os interessados, se não nessa reunião, pelo menos
em outro momento individual. Mostraram, ainda, certa insegurança quanto a
presença de alunos porque temem que as discussões extrapolem, de modo
incorreto, junto comunidade escolar por parte dos alunos presentes. Alguns
professores tiveram essa experiência em outros estabelecimentos de ensino e o
resultado não foi satisfatório.
Na nossa implementação também ficamos preocupados com a violência e o
bullying, fenômeno que parece estar se banalizando no ambiente escolar, que
também interferem na dinâmica escolar. Daí porque a nossa preocupação em
conversarmos com os alunos representantes de classe e com as
turmas, informando o motivo da presença deles e as atribuições de cada
segmento. O aluno/pai representantes precisam ter ética e responsabilidade em
relação a função delegada a ele, por isso é importante a escolha consciente do
representante de turma e insistir na nova função de participações nos colegiados
escolares.
Sobre a gestão participativa, Lück (2009, p.17) nos diz:
Sob a designação de participação, muitas experiências são promovidas, várias das quais, no entanto, apresentam algumas vezes, resultados mais negativos do que positivos. [...] Isto ocorre quando em nome da construção de uma sociedade democrática ou da promoção de maior envolvimento das pessoas nas organizações, promove-se a realização de atividades que possibilitem ou até condicionem a sua participação, sem contudo estarem orientadas para a melhoria efetiva dos resultados educacionais e formação dos alunos.
Ainda, segundo a autora (2009), toda pessoa tem influência no contexto de
que faz parte, apesar de muitas vezes não ter consciência disso. Essa falta de
consciência do poder de participação que tem, traz resultados negativos para a
organização social e para as próprias pessoas que constituem o ambiente escolar. A
participação, em seu sentido mais pleno, caracteriza-se por uma força de atuação
consciente.
Foi sugerido pelo coletivo escolar do Colégio Estadual Brasílio Itiberê, que
durante a implementação do Projeto, que somente o aluno representante
participasse das reuniões de Conselho de Classe.
Essa necessidade de ampliar a participação da comunidade escolar nos
Conselhos de Classe, também tem sido de órgãos superiores da estrutura
administrativa de estado, tanto é que, no início de 2012, as escolas estaduais do
Estado do Paraná foram orientadas para realimentar o Regimento Escolar dos
Estabelecimentos de Ensino.
Nas orientações dos Núcleos de Ensino do Estado do Paraná (NRE) para a
elaboração dos Regimentos Escolares, sugeria-se na seção IV, Art. 27, que o
Conselho de Classe Integrado (denominação do NRE), tivesse a participação da
equipe de direção, da equipe pedagógica, da equipe docente, da representação
facultativa de alunos e pais de alunos por turma e/ou série.
Em um levantamento realizado com 30 escolas estaduais no município de
Maringá, 24 estabelecimentos de ensino afirmaram que não há representatividade
de alunos em seus Conselhos de Classe. Quanto a participação de representantes
de pais, somente uma escola tem um representante da Associação de Pais, Mestres
e Funcionários (APMF), mas apenas no Conselho Final.
3 GRUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR)
O GTR constitui uma atividade do PDE, que se caracteriza pela interação
virtual entre os Professores PDE e os demais professores da Rede Pública Estadual.
Um dos objetivos do GTR é a socialização do Projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola elaborado pelo Professor PDE com seus pares. No espaço virtual
denominado Fórum, todos os participantes devem interagir com os demais cursistas
inscritos.
Nessa atividade do GTR lançamos questões para discussão com os pares
cursistas e elencamos dois temas: a participação de representantes de alunos/pais
nos Conselhos de Classe e o programa Stop Motion.
No primeiro tema a proposta foi:
A LDB 9394/96 estabelece a Gestão Democrática como um dos
princípios da educação nacional (Art. 3º, inciso VIII). Tendo como foco
a gestão democrática e a realização do Conselho de Classe numa
perspectiva participativa. Fundamente o seu parecer sobre a inclusão
de um representante de pais de alunos e um aluno representando seus
pares; se essa prática é assumida na sua escola. Relate a sua
experiência.
Por meio das contribuições das pedagogas percebemos que nas escolas
que atuam há uma resistência do corpo docente, não diferente da nossa escola,
quanto a participação dos representantes dos segmentos já mencionados. Algumas
professoras participantes tiveram essa experiência em sua escola e selecionamos
alguns relatos:
Professora 01: “No colégio onde trabalho, o Conselho de Classe também é
participativo. Porém, muitos representantes consideram suas representatividades
como uma maneira de "acabar com professor" e saem da salinha como os mesmos
a definem gritando anunciando que "ferraram o professor" (sic).
Professora 02: “No Colégio em que atuo realizamos o Conselho de Classe
participativo porém, encontramos resistência por parte de alguns docentes em
aceitar esta prática, e o problema torna-se muito maior após as discussões, quando
chegado o momento de apresentar medidas para sanar os problemas levantados.”
Professora 03: “Infelizmente em minha escola não temos essa prática, algum tempo
tivemos a participação dos alunos, o que foi muito bom, pois discutíamos as
situações que apresentavam problemas e em muitas delas já elencávamos
soluções, tudo isso feito em parceria com os alunos. No entanto não conseguimos ir
em frente, pois o que ainda encontramos é uma resistência muito grande por parte
do professor em ter o aluno como participante.”
Professora 04: “Na escola em que trabalho existe o conhecimento teórico sobre o
Conselho de Classe Participativo, ou seja, garantir a participação de alunos e pais,
mas na prática o que tem acontecido é a realização de um pré-conselho com toda a
turma e o professor monitor. Partindo-se do pressuposto que o Conselho de Classe
é participativo e democrático, é dado aos alunos a oportunidade de levantar
hipóteses e sugestões a partir ou não do roteiro apresentado. Professor monitor e
representante de turma registra em relatório as reflexões da turma e no Conselho
através da Equipe Pedagógica, é lido a todos presentes no Conselho,pois, ainda
encontramos resistência em ter alunos e pais como participantes.“
Essas intervenções nos apontam e comprovam que há resistência do corpo
de professores que se sentem ameaçados em suas funções, enquanto autoridade
no comando de sua sala de aula. Por outro lado, o próximo depoimento nos remete
que há necessidade de se repensar e construir alternativas que nos auxiliem a
buscar soluções para o aprendizado do aluno.
Professora 05: “Já passei por duas experiências distintas na realização de
Conselhos de Classe participativos, com a presença de alunos. A primeira foi a
inclusão de alunos representantes de classe no momento do Conselho de Classe de
sua turma, contudo encontramos alguns entraves e tivemos até alguns prejuízos.
Para que os alunos possam participar e que essa participação surta um efeito
positivo, deve ser feito um trabalho anterior, um preparo e amadurecimento muito
além de um simples encontro e instruções (que realizamos e que não foi o
suficiente). A segunda experiência foi muito satisfatória, trazendo muitos benefícios
a todos os envolvidos. Realizamos o Conselho de Classe na própria classe, com a
presença de todos os professores da turma e todos os alunos. Falamos o que
precisava ser dito e nos colocamos sempre como parceiros do processo,
questionando aos alunos, seus pontos de vista sobre o processo de ensino-
aprendizagem, dificuldades e avanços, enfim, foi uma experiência muito boa e surtiu
efeitos positivíssimos, pois os alunos acreditam que no Conselho de Classe os
professores só “falam mal” dos alunos.”
O depoimento da professora vem de encontro com o que Cruz (2005, p.16)
afirma: que o Conselho de Classe é um espaço de reflexão pedagógica em que o
professor e o aluno se situem conscientemente no processo que juntos
desenvolvem.
Desta forma, as discussões presentes no Conselho de Classe devem ser
socializadas com as demais instâncias colegiadas que fazem parte do processo
educacional. Mas isso não é função do aluno ou pai representante participantes nos
Conselhos de Classe, uma vez que poderia haver distorção das discussões. Essa
responsabilidade deve ser atribuída a pedagogos, professores representantes e
gestores, uma vez que essa tarefa é pedagógica. O aluno eleito deve participar da
devolutiva do resultado do Conselho de Classe na sua turma, juntamente com o
professor, uma vez que foi escolhido para exercer a representatividade do grupo.
Selecionamos depoimentos que nos confirmam que o assunto tem sido
preocupação de professores e escolas, em fase de construção do caminho de
gestão quanto a participação ampliada:
Professora 06: “Concordo que muitos representantes não entendem qual é o seu
papel no Conselho de Classe. Mas, segundo Libâneo (2006) “A participação é o
principal meio de assegurar a gestão democrática, possibilitando o envolvimento de
todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões e no
funcionamento da organização escolar.” Sabemos que a participação precisa ser
construída e o Conselho de Classe é um dos espaços onde os alunos e pais podem
começar essa construção, de forma processual. Precisamos também aprender a
valorizar os pequenos avanços para prosseguir nessa caminhada. E nesse sentido,
avaliando a participação dos alunos nos Conselhos de Classe em 2012, no colégio
em que atuo, já foi possível perceber que a participação já foi com foco no conteúdo,
metodologias, etc.”
Professora 07: “No colégio onde atuo, já tivemos a experiência de realizar Conselho
de Classe participativo, na gestão anterior. Só que não era com apenas um
representante de pais e de alunos e sim eram convidados os alunos de cada turma e
seus pais juntamente com os professores da referida turma, equipe pedagógica,
direção e direção auxiliar. Não em todos os bimestres, os professores, a equipe
pedagógica e a direção decidiam juntos em qual bimestre realizar. Trazia resultados
positivos. “
Professora 08: “O Conselho de Classe é um importante instrumento que deve ou
deveria estar a serviço da aprendizagem. Porém, como a Gestão Democrática é um
exercício e não se impõe simplesmente por força da lei, penso ser necessário
avançarmos muito nesta compreensão. Infelizmente na escola onde trabalho não
temos a participação de pais e alunos no Conselho de Classe, mas com um olhar
bem utópico, acredito que esta é uma realidade a ser construída e concretizada com
o esforço e amadurecimento de toda a comunidade escolar.”
Professora 09: “Olá Maria Ângela, li o seu projeto e a proposta de intervenção
pedagógica e fico feliz por saber que estamos caminhando embora com inúmeras
dificuldades na mesma direção. Concordo plenamente que o Conselho deve ser este
momento para discutir estratégias para superar os problemas levantados. Há dois
anos realizamos o Conselho de Classe democrático e participativo, posso dizer que
as mudanças ocorrem lentamente, mas é preciso começar e acima de tudo persistir.”
Segundo Artigas e Balzer (2010), o objetivo dessas reuniões é de que cada
um assuma sua responsabilidade em relação ao processo ensino-aprendizagem e
de avaliação, reorientando a ação pedagógica de todos para o período seguinte, a
saber:
Professores: Reorganização dos encaminhamentos em sala de aula, retomada de
conteúdo, oferta de recuperação na medida necessária para que o aluno aprenda,
registros claros de avaliação, frequência, conteúdo e ações realizadas ao longo do
processo;
Pedagogos: Acompanhamento das ações pedagógicas (hora-atividade), mediação
quanto ao que esta proposto nos documentos escolares( Plano de Trabalho
Docente,Projeto Político-Pedagógico,Regimento Escolar), compromisso ético-político
em relação ao seu trabalho;
Pais: Acompanhamento da vida escolar dos filhos/educandos (fatores que interferem
ou impossibilitam), participação nas decisões das instâncias colegiadas relativas à
melhoria da qualidade do processo educativo;
Alunos: Comparecimento às aulas, compromisso com as atividades propostas,
participação nas decisões das instâncias colegiadas relativas à melhoria da
qualidade do processo educativo.
No GTR, propomos uma outra situação: questionamos sobre a
possibilidade de iniciar na escola de atuação, discussões com o
coletivo escolar para a implementação do Conselho de Classe
Participativo.
Os depoimentos selecionados foram:
Professora 10 – “Que o Conselho de Classe deve ser repensado e reelaborado é
fato. Que é necessário um aprofundamento sobre a utilização deste momento como
um propulsor do processo educacional, avaliativo e da prática docente também
sabemos. Contudo, nos perguntamos: onde estamos emperrando? Por que não
estamos conseguindo avançar? Esta discussão é tão possível quanto necessária,
com certeza. Cada coletivo escolar tem a obrigação de legitimar este momento tão
importante, pensando sempre nas possibilidades existentes ou construídas em
grupo, com um objetivo primordial – o aprendizado. Quanto à participação de
representantes ou pais é um desafio que deve ser trabalhado inicialmente com os
professores e posteriormente com estas representatividades, pois, de que forma
realizar essa “inclusão” sem que tenhamos um embate pessoal no Conselho e após
a realização deste? Não vejo outra forma, senão através da mobilização da equipe
pedagógica, direção e Conselho Escolar para iniciarmos um trabalho voltado para
esta perspectiva.”
Professora 11: “No Colégio em que atuo o Conselho de Classe tem como foco a
melhoria do processo educacional, a reflexão da prática docente e a avaliação da
prática pedagógica com a participação de três representantes de alunos por turma.
Acredito que precisamos avançar nas discussões e encaminhamentos, prevendo
sempre os instrumentos institucionais que avaliem o processo escolar como um
todo. O nosso maior desafio, nesse sentido, é quanto a participação dos pais no
Conselho de Classe. Essa discussão já ocorre na escola, uma vez que a
participação dos pais é importante não só no momento do conselho, mas em todas
as ações que a escola desenvolve. Neste ano, percebemos uma participação maior
dos pais, principalmente no acompanhamento escolar dos filhos, junto à equipe
pedagógica, nas reuniões, instâncias colegiadas e em ações realizadas pela escola”.
Professora 12: “Quanto à possibilidade de implementação de seu projeto, penso que
é viável e possível dentro da escola, desde que a postura democrática seja
assumida pelos envolvidos. Já muitos casos onde houve uma tentativa, mas os
professores acharam inviável por pensar muito ousada a atitude de por um aluno
numa discussão como essa. A preocupação que se tem com a possibilidade de que
o aluno representante sai distorcendo o que foi dito em Conselho, é muito forte.
Nesse sentido, penso que para ocorrer uma implementação efetiva, todos
precisamos ser preparados para aceitar a opinião do outro e reconhecer que todos
tem o direito de ter sua representatividade respeitada. Essa preparação perpassa
por leituras e formação continuada que trate da participação coletiva como meio de
construção de um projeto de educação de qualidade, que possa reverter-se
cotidianamente numa sociedade que respeite a participação de todos. Com relação
à participação de representantes/alunos, quando acontece, é no momento de pré-
conselho e pós-conselho, o que dá a entender que ainda não estamos preparados
para reconhecer nosso aluno como sujeito no processo de ensino e aprendizagem,
apesar de cobrarmos dele essa postura quando trabalharmos os conteúdos. A
participação de representantes/pais ainda é bem tímida, e atribuo essa falta de
representatividade/participação à nossa formação não crítica, que muitas vezes inibe
um posicionamento, mesmo percebendo que haveriam outros meios de resolver os
problemas da escola. Na minha opinião, apesar de termos poucos pais atuantes nas
escolas, a grande maioria confia na escola e acredita que os professores sabem
muito bem o que estão fazendo, depositando grande confiança nos profissionais da
educação, o que também nos traz grandes responsabilidades.”
A segunda temática foi sobre o programa Stop Motion, enquanto produção
de recurso pedagógico, que resultou, primeiro, de um treinamento com professores
do Colégio Estadual Brasilio Itiberê, mas aberto para toda a comunidade de
professores, com a participação de um professor de outra escola.
Este curso de extensão foi realizado aos sábados, e com a participação de
14 professores:
Professores em curso de extensão, durante montagem dos personagens e cenário.
Professores fotografando as maquetes. Posteriormente essas fotografias são transportadas para o computador.
O programa de computador que utilizamos para fazer o Stop Motion é o
Windows Movie Maker. No Programa Linux temos um programa similar ao Movie
Maker que é denominado Kino. Para inserir música utilizamos o avidomux. Esses
programas estão disponíveis no Laboratório Proinfo3.
O link abaixo pode fornecer informações mais detalhadas.
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tutoriais/kino.pdf
Para os estabelecimentos de ensino que não dispõem do Laboratório Proinfo
mas os alunos tem acesso a computador com internet, sugerimos desenvolver o
roteiro, a montagem dos personagens e as fotografias em sala. A montagem do
vídeo pode ser realizada em casa, pois muitos alunos possuem domínio do
computador e facilidade no manuseio.
Foi realizada a implementação do programa Stop Motion na escola, com os
alunos:
3 O Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo) é um programa educacional criado pela Portaria nº 522/MEC,
9/4/1997, para promover o uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações (Tics) na rede pública de ensino
fundamental e médio. É responsabilidade do governo estadual e municipal providenciarem a infraestrutura das escolas para
que recebem os computadores (SEED/PR)
Profª de Geografia em atividade com aluno da 6ª série (7º ano) para elaboração do roteiro
Professora fotografando a maquete. Posteriormente essas fotografias foram transportadas para o
computador, no programa de animação.
Retomando a segunda temática, no GTR discutimos com as
pedagogas sobre a possibilidade de usar o recurso Stop Motion nas escolas:
Na área educacional as novas tecnologias podem ser utilizadas como
recursos pedagógicos capazes de auxiliar o professor no exercício de
sua ação docente. Em relação ao recurso pedagógico Stop Motion,
você acha viável sua aplicação no ambiente escolar? Exemplifique sua
resposta.
Professora 13 - Com certeza, as tecnologias chegaram para ficar, contribuir com a
educação e evoluir constantemente. Não podemos concorrer com ela, mas sim,
fazer uso desta ferramenta para ampliar as formas de acesso nosso aos alunos e
destes com o conhecimento. Quanto à viabilidade, acredito que é possível sim e me
proponho a disseminar esta idéia com os professores. Obviamente encontramos
professores com maiores habilidades, outros com nenhuma, mas aos poucos,
vamos nos familiarizando com as tecnologias e fazendo uso delas.
Professora 14 - O Stop Motion possibilita estabelecer relações entre processos
artesanais, como confeccionar bonecos, cenários, etc., com recursos tecnológicos
como máquina fotográfica digital, software de edição, além das atividades de
enredo, criação, confecção dos personagens, cenários, sonorização, iluminação,
que exige que o aluno utilize conceitos de diversas áreas do conhecimento. Portanto
acho viável a sua utilização na escola.
Professora 15 - Concordo contigo quanto ao domínio dos recursos tecnológicos.
Contudo infelizmente, em nosso Colégio, não podemos contar com o laboratório de
informática, quando não é problema de hardware, é problema de software, arruma
um, estraga outro e internet fibra óptica é coisa de outro planeta para nós, então,
nossos professores estão totalmente desestimulados em utilizar o laboratório, na
verdade desistiram. Cada sala de aula tem sua TV multimídia acoplada à um
aparelho de DVD que é utilizado constantemente, de forma correta e as vezes nem
tanto, mas enfim...O que está nos auxiliando muito são dois aparelhos multimídia
que podem ser levados para a sala de aula e através do acesso à internet wireless,
os professores conseguem trabalhar várias animações, vídeos, recortes e tudo mais,
para auxiliar no processo educativo.
Professora 16 - De fato vivemos a era do avanço tecnológico. Porém, no contexto
educacional as tecnologias são pouco utilizadas na implementação de atividades
diversificadas. Muitas vezes passamos o ano todo utilizando apenas giz e quadro. O
Stop Motion é um recurso importantíssimo para dinamizar as aulas e precisa ser
amplamente divulgado nos nosso meio. Parabéns pela iniciativa.
Professora 17 - Tenho um filho com 14 anos. Ele teve uma aula onde a professora
utilizou esse recurso. Quando chegou em casa, contou o desenvolvimento da aula e
tentou reproduzir os conhecimentos a partir do que tinha aprendido. Como mãe e
professora, achei muito interessante o envolvimento com o conteúdo, que esse
recurso promoveu.
4 CONCLUSÃO
Pesquisas, estudos e avaliações realizadas no campo educacional mostram
que a maioria dos alunos das escolas públicas apresenta um desempenho
insatisfatório.
Recorremos ao MEC/PDE (BRASIL, MEC; PDE, 2008), quando afirma que
os resultados do Saeb e da Prova Brasil evidenciam, com clareza e objetividade, o
desempenho dos alunos da educação básica. E continua, que o direito à educação,
que durante longos anos no Brasil significou o direito de matrícula em alguma
escola, depois dos avanços recentes e da reflexão sobre direitos individuais
consagrados na Constituição Federal de 1988, significa hoje o direito ao
aprendizado.
Pensar a escola enquanto espaço de produção de conhecimento cientifico e
tendo como foco a melhoria da qualidade de ensino deve ser uma busca
permanente de educadores, gestores e outros responsáveis.
É necessário que o coletivo escolar se desperte para o espírito científico,
aprofunde o seu conhecimento sobre a escola e estabeleça ações que viabilizem a
melhoria da qualidade do ensino.
Por meio do programa PDE/PR, no qual fomos beneficiadas como
partícipes, fizemos uma extensa leitura e estudos sobre o tema Conselho de Classe.
Por meio do GTR, pudemos constatar muitas contribuições de professores. Todo
esse esforço nos evidenciou a necessária a retomada nos estabelecimentos de
ensino sobre a real função da instância Conselhos de Classe, uma vez que a
maioria das escolas ainda não atende aos objetivos a que se propõe.
A implementação do Conselho de Classe Participativo não se efetivará num
curto prazo. Há resistência das escolas (por meio dos professores) na ampliação da
participação da comunidade escolar por diversas razões. Porém, pelas
manifestações de professores no GTR, esta discussão não pode mais ser
considerada isolada, no vazio e nem individual. Ela precisa ser ampliada e discutida,
enfrentada e materializada no interior das escolas.
Lück (2009, p.18) argumenta que a gestão participativa é fundamental para
melhorar a qualidade pedagógica do processo educacional das escolas na medida
que se desenvolve objetivos comuns à todos que dela fazem parte: a busca pela
melhoria da qualidade de ensino. É necessária uma organização do coletivo escolar
que demanda formação continuada e discussões de como iniciar esse trabalho. A
proposta pode ser implementada e segundo Saviani (2006, p.60), "[...] é necessário
abalar as certezas, desautorizar o senso comum", precisamos disponibilizar mais
tempo de estudos, formação continuada e experimentarmos novos caminhos, só
assim veremos uma escola diferente.
Tão importante quanto a reorganização das discussões e encaminhamentos
do Conselho de Classe, é imprescindível que o pedagogo ocupe a sua função.
Saviani (1985. p. 28) nos diz que “é o profissional que domina sistemática e
intencionalmente as formas de organização do processo cultural que se dá no
interior das escolas”.
Cabe ao pedagogo, dominar as formas por meio do qual o saber
sistematizado é convertido em saber escolar. Um dos caminhos para efetivação dos
avanços em relação ao conselho de classe é o pedagogo fazer uso do espaço que é
função sua, minimizando as chamadas funções atípicas, que são muitas na
dinâmica escolar.
O uso do recurso pedagógico Stop Motion foi implementado com alunos do
Ensino Fundamental e Médio. Sabemos que os jovens têm verdadeira paixão pelas
novas tecnologias e a aceitação desse recurso foi surpreendente. Os alunos que
tinham familiaridade com o computador apresentaram autonomia no uso do
programa, cabendo ao professor o encaminhamento pedagógico de seus conteúdos.
Podemos afirmar que esse recurso atingiu os seus objetivos pois ele fez
parte das atividades apresentadas na Mostra Cultural (Colégio Estadual Branca da
Mota) e Show de Talentos (Colégio Estadual Brasilio Itiberê).
Ao finalizar este PDE temos a convicção de ter começado a superar as
funções atípicas do pedagogo, compreendido que há necessidade de ultrapassar a
fase do senso comum do cotidiano escolar por meio das produções científicas.
Essa clareza também nos impõe a outra reflexão de que o Conselho de
Classe Participativo só atingirá os seus objetivos quando também o pedagogo se
preocupar em assessorar os professores em suas atividades pedagógicas, que
atendam aos interesses, realidades e vivências e aprendizagem dos seus alunos.
Referências
APP SINDICATO DO PARANÁ. Disponível: http://www.appsindicato.org.br/ acesso em 20 /04/2012.
ARTIGAS, N. e BALZER, M. D. O conselho de classe participativo: uma perspectiva democrática do processo de avaliação. In: SEED, SDE, CGE, (2010,p.1).Disponível: <http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/arquivos/File/Roteiro_04_Conselho_de_Classe_Participativo.pdf.> Acesso em 13 /03/ 2011.
BRASIL. Ministério da Educação. PDE : Plano de Desenvolvimento da Educação : Prova Brasil : ensino fundamental : matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília : MEC, SEB; Inep, 2008.200 p. : il. <http://www.educadores.diadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/provabrasil_pde.pdf
>acesso em 09/07/2012.
CRUZ, C.H C. Conselho de Classe: espaço de diagnóstico da prática educativa escolar. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
DALBEN, A. I. L. F. Conselhos de classe e avaliação: perspectivas na gestão pedagógica da escola. Campinas: Papirus, 2004.
GADOTTI, MOACIR; ROMÃO, JOSÉ E. (Orgs.) Autonomia da escola: princípios e propostas. 6ª edição. São Paulo: Cortez e Instituto Paulo Freire, 2004. (Guia da escola cidadã; v.1).
LIBÂNEO, J.C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5ª ed. Goiânia: MF Livros, 2008.
LÜCK, Heloísa et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 6ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
MONTEIRO, C. Noções de animação usando Stop Motion. Maringá, UEM/DDM, 2011. (no prelo)
PARO,V.H. Administração Escolar e Qualidade do Ensino: O que os Pais ou Responsáveis tem a ver com isso? In: BASTOS, João Baptista (Org.). Gestão democrática. Rio de Janeiro: DPA, 1999, p.57-72.
SAVIANI, Dermeval. Sentido da Pedagogia e o papel do pedagogo. In: Revista Ande, São Paulo, nº 9, p.27-28, 1985.
______. Escola e Democracia. Campinas: Autores Associados, 2003.
SEED/NRE CURITIBA,CGE/NRE. O papel do pedagogo diante do processo de ensino e aprendizagem. In: http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=12n> acesso em 14/02/11.
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SEED. Programas e Projetos – PDE – Projeto de Desenvolvimento Educacional, 2012. <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=20>
Acesso em 01/09/2011.
http://meiobit.com/76860/stop-motion-animacao-programas-windows-mac-linux/ acesso 12/07/2011.
http://www.stopmotionbrasil.art.br/2009_05_03_archive.html> acesso em 12/07/2011. Stop Motion: programa para capturas de imagens.
Anexo 1
Tabela1:
Situação seriada do Colégio Estadual Brasílio Itiberê, no ano letivo de 2009.
Série / Situação Reprovados Aprovados Aprovados por
Conselho
Desistentes TOTAL
5A 5 17 3 0 25
5B 5 16 2 3 26
5C 4 10 5 3 22
5D 5 16 1 2 24
6A 6 27 5 0 38
6B 2 24 9 1 36
6C 2 13 8 3 26
6D 1 14 5 1 21
7A 9 22 6 2 39
7B 8 27 2 2 39
7C 2 20 7 3 32
8A 3 21 6 2 32
8B 3 22 3 2 30
8C 1 14 7 1 23
TOTAL 56 263 69 25 413
Tabela 2:
Situação seriada do Ensino Médio no Colégio Brasílio Itiberê no ano letivo de
2009.
serie/situação Reprovados Aprovados Aprovados
por conselho
Desistentes Total
1ª Série Turma A 8 12 9 4 33
1ª Série Turma B 4 14 10 7 35
2ª Série Turma A 4 13 4 5 26
3ª Série Turma A 2 12 13 4 31
Total 18 51 36 20 125
4ª Série Turma A 1 23 0 0 24
Reprovados 18%
Aprovados 38%
Aprovados no Conselho
28%
Desistentes 16%
Visão geral dos 1º anos do Ensino Médio - 2009
Reprovados 16%
Aprovados 50%
Aprovados no Conselho
15%
Desistentes 19%
Visão geral do 2º ano do Ensino médio - 2009
Reprovados 6%
Aprovados 39% Aprovados no
Conselho 42%
Desistentes 13%
Visão geral do 3º ano do Ensino Médio - 2009
Reprovados 14%
Aprovados 41%
Aprovados no conselho
29%
Desistentes 16%
Visão geral do Ensino Médio - 2009
Tabela 3:
Situação seriada do Ensino Fundamental do colégio Brasílio Itiberê – 2010.
Séries / Situação
Reprovados Aprovados Aprovados por Conselho
Desistentes TOTAL
5A 6 20 0 1 27
5B 11 21 0 2 34
5C 7 9 4 1 21
5D 4 12 6 0 22
6A 9 12 0 0 21
6B 8 15 0 1 24
6C 1 16 4 2 23
6D 4 12 1 5 22
7A 7 21 0 3 31
7B 8 28 0 0 36
7C 9 17 0 3 29
7D 4 12 1 1 18
7E 2 13 6 2 23
8A 7 30 0 1 38
8B 8 27 0 1 36
8C 3 17 9 1 30
Total 98 282 31 24 435
Tabela 4:
Situação seriada do Ensino Médio no Colégio Brasílio Itiberê – 2010.
Série / Situação Reprovados Aprovados Aprovados no Conselho
Desistentes Total
1º série Blc. 1 Turma A 3 16 0 0 19
1º série Blc. 2 Turma B 1 16 3 0 20
1º série Blc. 2 Turma B 3 26 0 1 30
1º série Blc. 1 Turma C 8 14 3 0 25
1ª série Blc. 2 Turma C 2 18 0 2 22
2ª série Blc. 1 Turma A 0 23 0 0 23
2ª série Blc. 1 Turma A 1 20 2 0 23
2ª série Blc. 2 Turma B 1 22 0 0 23
3ª série Blc. 1 Turma A 0 12 0 0 12
3ª série Blc. 2 Turma A 2 14 0 0 16
TOTAL 21 181 8 3 213
Tabela 5:
Situação seriada do Ensino Fundamental no Colégio Brasílio Itiberê no ano
letivo de 2011.
Série / Situação
Reprovados Aprovados Aprovados no conselho
Desistentes Total
5A 2 18 4 4 28
5B 2 17 4 2 25
5C 7 21 3 1 32
5D 7 15 1 0 23
6A 4 22 4 0 30
6B 4 17 7 2 30
6C 0 25 3 1 29
7A 3 21 4 0 28
7B 6 14 4 4 28
7C 3 16 7 2 28
8A 5 14 9 2 30
8B 5 19 4 0 28
8C 7 19 3 0 29
8D 2 13 5 1 21
Total 57 251 62 19 389
Tabela 6:
Situação seriada do Ensino Médio no Colégio Brasílio Itiberê no ano letivo de
2011.
Série / Situação Reprovados Aprovados Aprovados
no
Conselho
Desistentes TOTAL
1ª Série Blc 1 Turma A 1 23 0 0 24
1ª Série Blc 1 Turma B 4 14 4 1 23
1ª Série Blc 1 Turma C 1 21 0 1 23
1ª Série Blc 2 Turma A 1 18 7 0 26
1ª Série Blc 2 Turma B 3 22 0 2 27
1ª Série Blc 2 Turma C 0 16 2 0 18
2ª Série Blc 1 Turma A 1 17 6 1 25
2ª Série Blc 1 Turma B 1 18 0 2 21
2ª Série Blc 2 Turma A 2 20 0 1 23
2ª Série Blc 2 Turma B 1 13 5 2 21
3ª Série Blc 1 Turma A 0 23 6 2 31
3ª Série Blc 2 Turma A 1 30 0 2 33
Total 16 235 30 14 295
Reprovado 5%
Aprovado 80%
Aprovado no conselho
10%
Desistentes 5%
Visão geral do Ensino Médio - 2011
Reprovados 7%
Aprovado 81%
Aprovado no Conselho
9%
Desistentes 3%
Visão dos 1º anos do Ensino Médio - 2011
Reprovados 5%
Aprovados 76%
Aprovados no conselho
12%
Desistentes 7%
Visão dos 2º anos do Ensino Médio - 2011
Reprovados 2%
Aprovado 83%
Aprovados no conselho
9%
Desistentes 6%
Visão dos 3º anos do Ensino Médio - 2011