contabilidade de custos: um estudo de caso sobre o ponto ... · df- despesa fixa pe – ponto de...

53
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS CAMPUS DE CAICÓ CAMILLA VALESSA DANTAS DE OLIVEIRA CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto de equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil. CAICÓ-RN 2016

Upload: trinhanh

Post on 08-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS

CAMPUS DE CAICÓ

CAMILLA VALESSA DANTAS DE OLIVEIRA

CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto de

equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil.

CAICÓ-RN

2016

Page 2: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

CAMILLA VALESSA DANTAS DE OLIVEIRA

CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto de

equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil.

Monografia apresentada ao Departamento de

Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino

Superior do Seridó da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, para obtenção do título de

Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador(a):

Prof. Ms. Sócrates Dantas Lopes.

CAICÓ-RN

2016

Page 3: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

CAMILLA VALESSA DANTAS DE OLIVEIRA

CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto de

equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil.

Monografia apresentada ao Departamento de

Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino

Superior do Seridó da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, para obtenção do título de

Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador Prof. Ms. Sócrates Dantas Lopes

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Prof.º Ms. Sócrates Dantas Lopes- UFRN/CERES

Orientador

_______________________________________________________

Prof.º Ms. Ricardo Aladim Monteiro - UFRN/CERES

Examinador

________________________________________________________

Prof.ª Ms. Isabel de Medeiros Coelho - UFRN/CERES

Examinador

Page 4: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino

Superior do Seridó - CERES Caicó

Oliveira, Camilla Valessa Dantas de.

Contabilidade de Custos: um estudo de caso sobre o ponto de

equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil / Camilla Valessa

Dantas de Oliveira. - Caicó/ RN: UFRN, 2016.

52f.: il.

Orientador: Ms. Sócrates Dantas Lopes.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ensino Superior do Seridó - Campus Caicó.

Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas - Curso de Ciências

Contábeis.

Monografia - Bacharelado em Ciências Contábeis.

1. Contabilidade. 2. Ponto de Equilíbrio. 3. Custos. 4. Margem de

Contribuição. I. Lopes, Sócrates Dantas. II. Título.

RN/UF/BS-CAICÓ CDU 657

Page 5: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

“Na vida, existe tempo para todas as coisas e um tempo para cada coisa!

Existe o tempo para trabalhar e o tempo para descansar;

Existe o tempo de sofrer e de sorrir...

Assim por diante, em todos esses tempos, quando aceitos e vividos

São partes integrantes de toda a vida. Nosso grande tempo de viver...

Porém, em um determinado momento, o homem para.

Parece que escuta e às vezes não ouve!

Olha, mas não vê!

É que chegou para o homem a hora da decisão,

Momento inevitável de dar um rumo ao todo da sua vida.

Muitos são os caminhos, porém, outras tantas, as escolhas...

Cabe a cada homem a iniciativa de trilhar o seu caminho;

Cabe a cada um de nós a coragem de assumir a própria escolha.

” (Autor desconhecido)

Page 6: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

Dedico este trabalho àquele que sempre foi e sempre será meu herói: meu tio, Fernando dos

Santos Dantas, “in memoriam”. Sei o quanto se sentiria realizado, se aqui estivesse para

compartilhar comigo esta vitória.

Page 7: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

AGRADECIMENTOS

É difícil agradecer a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a

realização desta conquista, por isso inicio meus agradecimentos, primeiramente deixando meu

muito obrigada a todos, de coração!

Reconheço que nenhuma conquista se atinge de modo individualista, e, no decorrer

destes 5 anos de graduação, algumas pessoas estiveram ao meu lado, torcendo para que este

dia chegasse. Gostaria de agradecer aos meus pais que, mesmo sem terem avançado em seus

estudos, sempre incentivaram a mim e aos meus irmãos, para que nos aprimorássemos na

carreira estudantil e, desta forma, tivéssemos acesso ao mundo do trabalho.

Ao meu esposo e também colega de sala, Isaías Costa, pelo companheirismo e

dedicação de sempre. Quero que saiba que ter você como colega foi minha maior inspiração.

Ao meu grupo de estudo: Edyane, Nathalia, Ana Paula e Isaías; vocês sempre foram

minha base e porto seguro na universidade. Agradeço a cada um de vocês pelas palavras de

apoio nos momentos mais difíceis e tenham a certeza de que vocês me acrescentaram muito,

tanto pessoal como profissionalmente.

A Jakeline Azevedo, amiga e proprietária da empresa destacada neste trabalho para

estudo de caso, pela confiança e disponibilidade dispensadas, sempre que precisei.

Ao meu orientador, Sócrates Lopes, pela atenção e dedicação; sou imensamente grata

a você, pelo apoio prestado, e mantenho a plena convicção de que escolhi a pessoa certa para

trilhar comigo esse longo caminho.

Page 8: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

RESUMO

O campo de estudo do presente trabalho atende à questão sobre o ponto de equilíbrio em uma

empresa do ramo têxtil, localizada em Jardim do Seridó- RN, que atua como prestadora de

serviço para empresas consagradas deste ramo industrial. A fundamentação teórica abordou

fatores intrínsecos ao segmento pesquisado, como o setor faccionista têxtil como um todo, a

classificação e os tipos de custos, conceito de despesa, margem de contribuição, margem

bruta, margem líquida e o ponto de equilíbrio contábil, financeiro e econômico. Além disso,

foram abordados temas pertinentes à área da Contabilidade, de modo geral e de custos, na

perspectiva de enfatizar a importância da mesma quanto ao levantamento de informações

gerenciais para que uma empresa opere bem, pois quando as empresas têm conhecimento de

seus custos, despesas e receitas, certamente alcançarão melhores resultados. No decorrer do

trabalho, será evidenciada a importância da análise do ponto de equilíbrio e das margens

utilizadas para identificar a situação da empresa e sua utilidade como ferramenta de gestão.

Palavras chaves: contabilidade, ponto de equilíbrio, custos e margem de contribuição.

Page 9: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

ABSTRACT

The field of study of the present paper answers the question about the balance point in a

textile company, located in Jardim do Seridó-RN, which acts as a service provider for

consecrated companies in this industry. The theoretical basis addressed factors intrinsic to the

segment surveyed, such all the textile faction sector, completely, classification and types of

costs, concept of expenditure, contribution margin, gross margin, net margin and point

Accounting, financial and economic balance. In addition, issues related to the area of

accounting, in general and costs, were approached in order to emphasize its importance

regarding the collection of managerial information for a company to operate well, because

when companies are aware of their costs, expenses and revenues, will certainly achieve better

results. In the course of the work, the importance of the financial balance analysis and the

margins used to identify the company's situation and its usefulness as a management

implement will be highlighted.

Keywords: accounting, balance point, costs and margin of contribution.

Page 10: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1- REPRESENTAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO. ............................... 28

GRÁFICO 2-NÚMERO DE EMPRESAS FACCIONISTAS DO SERIDÓ –2001/2015. ....

...................................................................................................................................................37

GRÁFICO 3- MARGEM BRUTA, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E MARGEM

LÍQUIDA. ................................................................................................................................ 45

GRÁFICO 4 - REPRESENTAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO. .............................. 47

Page 11: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

LISTA DE MAPAS

MAPA 1- FACÇÕES TÊXTEIS EM FUNCIONAMENTO NO SERIDÓ, POR

MUNICÍPIOS – 2015..............................................................................................................38

Page 12: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO ............................ 39

TABELA 2 - RECEITAS BRUTAS DO ANO EXERCICIO DE 2015. ............................ 40

TABELA 3 - CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE 2015 ................................................ 41

TABELA 4- CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS DE 2015. ........................................... 42

TABELA 5- MARGEM BRUTA EM PERCENTUAIS LEVANDO EM

CONSIDERAÇÃO AS VENDAS BRUTAS. ....................................................................... 43

TABELA 6- MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO EM PERCENTUAIS LEVANDO EM

CONSIDERAÇÃO AS VENDAS BRUTAS. ....................................................................... 44

TABELA 7 - MARGEM LÍQUIDA EM PERCENTUAIS LEVANDO EM

CONSIDERAÇÃO AS VENDAS BRUTAS. ....................................................................... 44

TABELA 8 - TIRANDO A PROVA REAL DO PONTO DE EQUILÍBRIO ................... 46

Page 13: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FIERN – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte

SEDEC – Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI – Serviço Social da Indústria

MB – Margem Bruta

CSP – Custo dos Serviços Prestados

MC – Margem de Contribuição

DV – Despesa Variável

ML – Margem Líquida

DF- Despesa Fixa

PE – Ponto de Equilíbrio

CF – Custo Fixo

PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil

PEE - Ponto de Equilíbrio Econômico

PEF - Ponto de Equilíbrio Financeiro

RKW – Reichskuratoriun fur Wirtschaftlichtkeit

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

EPI – Equipamento de Proteção Individual

BB- Banco do Brasil

Page 14: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14

1.1- CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA .......................................... 14

1.2- OBJETIVOS DA PESQUISA ...................................................................................................... 16

1.2.1-Geral ............................................................................................................................................. 16

1.2.2- Específicos ................................................................................................................................... 16

1.2.3- Justificativa ................................................................................................................................. 16

2- REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................................... 18

2.1-CONTABILIDADE DE CUSTOS .................................................................................................. 18

2.2-CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ................................................................................................. 20

2.2.1-custos quanto à tomada de decisões .......................................................................................... 20

2.2.2-Quanto à identificação ................................................................................................................ 20

2.2.3- Quanto ao Volume produzido ................................................................................................... 22

2.3- DESPESAS ..................................................................................................................................... 22

2.4- MÉTODOS DE CUSTEIO. ............................................................................................................ 23

2.4.1- Custeio por Absorção ................................................................................................................ 24

2.4.2- Custeio variável ou direto ..................................................................................................... 25

2.5-CONCEITOS A CERCA DA MARGEM BRUTA, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E

MARGEM LÍQUIDA ......................................................................................................................... 26

2.6-PONTO DE EQUILIBRIO .............................................................................................................. 27

2.6.1-Ponto de equilíbrio Contábil ...................................................................................................... 29

2.6.2-Pontode Equilíbrio Econômico .................................................................................................. 29

2.6.3-Ponto de Equilíbrio Financeiro .................................................................................................. 30

2.6.4- Limitações do Ponto Equilíbrio ................................................................................................ 30

2.6.5- Benefícios da análise do ponto de equilíbrio ............................................................................ 31

3– METODOLOGIA ........................................................................................................................... 33

3.1- TIPO DA PESQUISA ..................................................................................................................... 33

3.2- UNIVERSO E AMOSTRA ............................................................................................................ 34

3.3- SUJEITOS DA PESQUISA ............................................................................................................ 34

3.4- INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS ........................................................................... 34

3.5- PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................... 35

4– ESTUDO DE CASO – EMPRESA DO RAMO TÊXTIL. ........................................................... 36

4.1- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................................... 36

4.2- CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ......................................................................................... 39

Page 15: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

4.3- CLASSIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DA EMPRESA. ................................................. 39

4.3.1- Margem bruta ............................................................................................................................ 43

4.3.2. Margem de contribuição ............................................................................................................ 43

4.3.3- Margem líquida .......................................................................................................................... 44

4.4. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO..................................................................................... 45

4.4.1- tirando a prova real do ponto de equilíbrio ............................................................................. 46

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 50

Page 16: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

14

1– INTRODUÇÃO

1.1. - CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA

O presente trabalho trata da análise do ponto de equilíbrio de uma empresa do ramo

têxtil, situada na cidade de Jardim do Seridó- RN. Antes de adentrar no tema principal, faz-se

necessário ressaltar alguns temas como: a contabilidade, de forma geral, a contabilidade

gerencial, aspectos essenciais à pesquisa, como a relação entre os custos envolvidos no

processo produtivo e as receitas auferidas a fim de identificar o ponto de equilíbrio entre eles.

A contabilidade vem contribuindo, há tempos, para o desenvolvimento empresarial,

sendo utilizada como meio de controle e prestação de contas. O surgimento da contabilidade

remete à necessidade dos comerciantes em adquirir controle nas transações de seus negócios.

Deste modo, a contabilidade foi se adaptando e evoluindo, de acordo com as necessidades

comerciais. Segundo Santos (2011, p.1):

A contabilidade é um sistema de contas composto por normas, regras e princípios

para a acumulação, geração e análise de dados para atender a necessidades internas e

externas de uma empresa [...]. É ramo do conhecimento necessário como eficiente

instrumento de controle, planejamento e gestão de um negócio com ou sem

finalidades lucrativas

Uma das principais vantagens da contabilidade é proporcionar aos gestores informações

gerenciais sobre como nortear uma empresa para que ela consiga os resultados almejados e

manter-se no mercado. Diante de períodos de instabilidades de mercado e crises econômicas,

surge, cada vez mais, a necessidade de bons gestores que entendam do negócio e que estejam

dispostos a buscar novas técnicas, caso seja necessário, para se adaptarem ao mercado.

Chiavenato, (2012, p.21).

O espírito empreendedor aprende a perceber e localizar as oportunidades no mundo

dos negócios e aproveitá-las rápida e adequadamente. Para tanto, deve ter visão

panorâmica e fortalecer a flexibilidade, a adaptabilidade e a manobrabilidade em um

mundo dinâmico e complexo. No entanto, deve também fugir dos perigos e

percalços que rondam toda atividade criativa e inovadora. Os perigos mais comuns

nos novos negócios podem ser perfeitamente neutralizados e evitados.

A Contabilidade é ferramenta indispensável na atuação de diversos ramos, podendo-se

enumerar, dentre eles, a contabilidade gerencial que atua auxiliando o gestor com informações

úteis ao processo de gestão da empresa.

Page 17: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

15

A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para

administradores - isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são

responsáveis pela direção e controle de suas operações” (Padoveze, 2000, p.31 apud

Araújo, 2015 p.16).

A contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que auxilia no planejamento

estratégico, favorecendo a administração empresarial quando utiliza as informações geradas

através dos documentos contábeis, o que facilita a tomada de decisão.

Na contabilidade gerencial, pode-se destacar a contabilidade de custos como um de

seus pilares, sendo ela responsável por gerar diversas informações usadas na tomada de

decisões estratégicas e de fundamental importância para manter-se no mercado. Deste modo,

os gestores do ramo têxtil, alvo deste trabalho acadêmico, lidam com grandes desafios quanto

à gestão eficaz de custos, objetivando sua continuidade.

A Contabilidade de Custos é usada no ambiente empresarial por seus usuários, a fim

de analisar sua produção de bens ou serviços e os valores a eles alocados, uma vez que os

custos atuam diretamente no valor de venda e no resultado da empresa.

A gestão de custos atua auxiliando diferentes instrumentos de análise, através do

domínio das competências essenciais ao seu desenvolvimento e gestão, por meio de diferentes

métodos de apuração dos custos de produção, como também a análise dos resultados. O

objeto deste trabalho acadêmico é realizar um estudo do ponto de equilíbrio entre receitas e

custos da empresa analisada. Nele será evidenciada a importância de uma empresa conhecer

seus custos e despesas e assim poder estimar quanto a empresa deve produzir para se manter e

a partir de quando começará a obter lucro. Santos (2011, p 37) define o que é ponto de

equilíbrio:

O ponto de equilíbrio será obtido quando o total dos lucros marginais, de todos os

produtos comercializados, equivalerem ao custo estrutural fixo do mesmo período

de tempo objeto da análise [...]. A informação também conhecida, como a do

faturamento mínimo que uma empresa precisa obter para não incorrer em prejuízo

[...].

Tomando-se por base este conceito, o ponto de equilíbrio é usado para nortear a gestão

do negócio na relação de receitas e custos para que não haja prejuízos financeiros. Esta

pesquisa acadêmica acerca da análise do ponto de equilíbrio também servirá para identificar o

desempenho da empresa analisada, assim como mostrar que a análise do ponto de equilíbrio

poderá atuar como uma valiosa ferramenta de gestão empresarial.

Page 18: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

16

Diante de tais fatos, como o conhecimento do ponto de equilíbrio e da margem de

contribuição podem auxiliar a gestão de uma empresa do ramo faccionista têxtil, para que essa

consiga obter resultados positivos frente à sustentabilidade organizacional e ao cenário de

vulnerabilidade econômica presente na atividade?

1.2- OBJETIVOS DA PESQUISA

1.2.1-Geral

O objetivo geral deste trabalho é identificar a margem de contribuição e ponto de

equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil na cidade de Jardim do Seridó – RN, a

fim de auxiliar a gestão da empresa no acompanhamento do negócio.

1.2.2- Específicos

Caracterizar a atividade faccionista têxtil;

Classificar a estrutura de custos da empresa;

Discorrer sobre alguns sistemas de custeio, enfatizando o custeio variável.

Calcular as margem bruta, de contribuição e líquida.

1.2.3- Justificativa

A região do interior do Rio Grande do Norte, mais precisamente a cidade de Jardim do

Seridó-RN, cidade foco deste trabalho, é uma área pouco desenvolvida economicamente,

localizada no polígono da seca e com poucas oportunidades de empregos, o que chama a

atenção para o advento da chegada das facções de costura na cidade, há, aproximadamente,

uma década, trazendo geração de emprego e renda onde a escassez de trabalho e renda assolava

os habitantes. Esses pequenos negócios industriais de costura são vistos pela população local

como dádivas.

As facções de costura têxtil foram se firmando e se expandindo, e hoje, a atividade já é

vista como nova via impulsionadora na economia da cidade e região seridoense, levando-se

em consideração alguns fatores como: a importância da atividade faccionista têxtil para os

jardinenses; a crise que o setor enfrentou nos anos de 2012 e 2013, devido às irregularidades

no abastecimento de peças, resultando que as facções recebiam uma quantidade menor de

peças o necessário para a sua capacidade de produção, gerando inúmeras paralisações na

Page 19: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

17

produção, demissões e até o fechamento de algumas delas, além do fato de estarmos

vivenciando períodos de dificuldades financeiras no cenário nacional. Diante desse cenário,

surgiu a necessidade de realização de um estudo que identifique o ponto de equilíbrio e a

margem de contribuição presentes nas facções têxteis, de forma que esse estudo possa auxiliar

a gestão das empresas em geral, contribuindo para identificar a viabilidade do negócio, como

também a continuidade deste segmento industrial tão importante para o município de Jardim

do Seridó e para a Região do Seridó Potiguar.

O presente estudo prevê, além de buscar respostas para o questionamento levantado,

agregar maior embasamento ao tema facções têxteis. No interior do RN, a atividade é

desenvolvida num ambiente de vulnerabilidade econômica, pelo fato de que as empresas

faccionistas têxteis dependem de demandas produtivas de outras empresas. No entanto, essa

atividade tem se mostrado de grande relevância para a região do Seridó Potiguar.

Page 20: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

18

2 - REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 -CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade de custos surge da contabilidade financeira e da contabilidade geral e

teve início com a Revolução Industrial. Uma gestão de custos bem elaborada é capaz de

reduzir o ambiente de incertezas, facilitando para o gestor optar na hora da tomada de decisão.

Segundo Bornia (2002, p. 35),

Com o aparecimento das empresas industriais (revolução industrial), tendo por

objetivo calcular os custos dos produtos fabricados. Antes disso, os artigos

normalmente eram produzidos por artesãos que, via de regra, não constituíam

pessoas jurídicas. Praticamente só existiam empresas comerciais, que utilizavam à

contabilidade financeira basicamente para avaliação do patrimônio e apuração do

resultado do período.

A partir do século xx, começaram a surgir obras voltadas para escriturar as operações

mercantilistas, com o objetivo de enaltecer a apuração do custo e resultados, a fim de ajudar

os gestores no controle e gestão do negócio. De acordo com Santos (2011, p.12):

A necessidade do controle fez com que a apuração de custos ganhasse importância

desde o inicio do capitalismo. Era por meio da contabilidade de custos que o

comerciante tinha respostas se estava lucrando como seu negócio, pois bastava

confrontar as receitas com as despesas do mesmo período. A contabilidade de custos

era usada como um instrumento seguro para controlar as variações de custos e de

vendas e também para avaliar o crescimento ou retrocesso do negócio.

A gestão de custos requer o uso de informações corretas, objetivas e precisas que

auxiliam no processo decisório da entidade e sua manutenção no ambiente em que atua; deste

modo, cabe ao sistema de custos coletar dados e transformá-los em informações. De acordo

com Warren, Reeve e Fess (2003, p. 8), O objetivo de um sistema de contabilidade de custos é

acumular os custos de produtos, além de fornecer informações com o intuito de possibilitar

um melhor controle deles.

Toda e qualquer empresa necessita do controle e análises de custos, seja ela pequena,

média ou grande empresa. A sobrevivência e manutenção das mesmas no mercado vem do

lucro manipulado pelos valores e volumes gerados de suas transações, bem como buscar

atender às necessidades de seus clientes, o que é primordial para sua permanência no

mercado. Segundo Bomfim, Passarelli, 2011 :

Page 21: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

19

As empresas continuam conscientes de que proporcionar lucros satisfatórios aos

seus proprietários é a condição básica da sua sobrevivência; no entanto, perceberam

que, em um ambiente altamente competitivo, o objetivo de lucro satisfatório não

pode ser atingido por meio de mágicas financeiras, sem que se dedique uma atenção

prioritária ao consumidor.

Para Kroetz (2001, p. 6), A contabilidade de custos centra sua atenção no estudo da

composição e no cálculo dos custos, também observa o resultado dos centros ou dos agentes

do processo produtivo. A contabilidade de custos tem como característica ser de caráter

interno”. É importante ressaltar ainda, segundo Kroetz (2001, p. 8-9), que:

A Contabilidade de Custos não se aplica somente às indústrias, sendo que é possível

calcular custos comerciais, de serviços, agrícolas etc. Porém a ênfase maior é dada à

atividade industrial, uma vez que é neste segmento seu maior campo de atuação

(motivo esse que leva muitos a denominarem, erroneamente, a contabilidade de

custos como sinônimo de contabilidade industrial).

A contabilidade de custos gera informações que devem ser usadas no planejamento e

tomada de decisão, através de métodos contábeis confiáveis, responsáveis por demonstrar a

real situação da entidade.

As novas tecnologias advindas das mudanças ocorridas diariamente no mercado

competitivo evidenciam o quanto a gestão de custos é essencial dentro das empresas, onde as

informações, mudanças e as estratégicas tendem a seguir tais mudanças, moldando–se às

necessidades do ambiente, a fim de gerar dados cada vez mais precisos à tomada de decisões.

Para Beulke (2008), tais mudanças exigem, tanto das organizações privadas quanto das

públicas, ações gerenciais cada vez mais eficazes para a distribuição de produtos, em tempos

reais reduzidos e com menos recursos. A existência de uma contabilidade de custos diminui o

ambiente de incerteza do gestor, que passa a dispor de informações técnicas para as suas

decisões.

O novo cenário, por sua vez, precisa cada vez mais de profissionais capacitados e

atualizados, munidos de conhecimentos, criatividade e visão de mercado, para atuar com

eficácia neste modelo de gestão.

Diante do exposto, torna-se notória a necessidade da utilização da contabilidade de

custos no âmbito empresarial como ferramenta de auxílio aos gestores, neste mercado em que

atuam, onde a concorrência não conhece fronteiras e apenas os mais fortes e bem preparados

conseguem permanência.

Page 22: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

20

O objetivo da análise de custos é mostrar, através de comparações, o melhor caminho a

ser seguido pela gestão do negócio e ressaltar que a não utilização de seus dados pelas

empresas, nos dias atuais, pode resultar em seu fracasso, uma vez que estas informações

geradas podem servir para criar meios de lidar com os concorrentes de mercado.

2.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

A classificação dos custos pode ser entendida levando-se em consideração a tomada de

decisões (relevantes e não relevantes), quanto à identificação (custos diretos e indiretos) e ao

volume produzido (variáveis e fixos).

2.2.1- Custos Quanto à Tomada de Decisões

A relação dos custos, quanto à tomada de decisão, pode defini-los em duas categorias,

a saber: relevantes e não relevantes. Para Wernke (2001, p.13):

Custos relevantes são aqueles que se alteram dependendo da decisão tomada e

custos não relevantes os que independem da decisão tomada. Assim, os custos

realmente importantes como subsídio à tomada de decisão são os relevantes; os

outros não necessitam ser considerados.

A tomada de decisão é um processo de escolha da melhor solução para um problema

ou situação. Tal processo é considerado difícil e, uma vez feito, poderá ocasionar

consequências positivas ou mesmo negativas para a entidade. Por este motivo, deve ser

tomada de acordo com sua relevância e da forma que melhor possa gerar resultados positivos,

que é o objetivo de toda organização.

2.2.2-Quanto à Identificação

Podem ser classificados como custos diretos ou indiretos. Custos diretos são aqueles

custos que estão diretamente e fisicamente ligados ao processo produtivo, processo de

fabricação do produto. Já os custos indiretos não se relacionam diretamente ao produto, o que

dificulta sua alocação, sendo necessário recorrer a métodos de rateio para sua absorção.

DIRETOS

CUSTOS

INDIRETOS

Page 23: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

21

Bornia (2002, p. 44) entende que:

Custos diretos são aqueles facilmente relacionados com as unidades de alocação de

custos (produtos, processo, setores, clientes etc.). Exemplos de custos diretos em

relação aos produtos são a matéria-prima e a mão de obra direta. A alocação e a

análise desses custos são relativamente simples.

Wernke (2001, p. 13) complementa:

custos diretos são os gastos facilmente apropriáveis às unidades produzidas, ou seja, são aqueles que podem ser identificados como pertencentes a este ou àquele

produto. Por sua natureza, características próprias e objetividade ou por controles

individuais como a ficha técnica do produto, sem a necessidade de rateios.

Desta forma, os materiais, a mão de obra envolvida e demais itens usados na

fabricação de determinado produto, quando têm sua simples alocação direta e objetiva ao

produto, compõem o que se chama de custos diretos.

Os custos indiretos não se relacionam diretamente ao produto, são de difícil

identificação e precisam de métodos de rateios para sua alocação às unidades. A dificuldade

de alocação é um dos maiores problemas no sistema de custos, devido à sua absorção não ser

tão simples e ter possibilidades de ser efetuado por vários critérios. São exemplos de custos

indiretos a mão de obra indireta e o aluguel. A dificuldade encontrada na alocação de tais

custos aos produtos e sua análise deram origem aos métodos de custeio por absorção. Para

Nascimento (2001, p. 28):

Custo indireto é o que, embora não incida diretamente sobre a produção ou a venda,

é parte integrante como resultante da participação das atividades de apoio ou auxiliar

ao processo de transformação, produção e comercialização de um bem ou serviço.

Wernke (2001, p. 14) traz uma definição mais clara do que são custos indiretos,

Custos indiretos são os gastos que não podem ser alocados de forma direta ou

objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso sejam

atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, serão mediante critérios de

rateio

Sendo assim, os custos indiretos são gastos que não podem ser alocados de maneira

direta e objetiva aos produtos, serviços, departamentos ou outros objetos de custo, sendo

Page 24: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

22

efetuada sua alocação de maneira indireta, utilizando critérios de distribuição como o rateio, a

alocação, a apropriação, dentre outros disponíveis para tal fim.

2.2.3- Quanto ao Volume Produzido

A avaliação dos custos leva em consideração sua relação com o volume de produção e

separa-os em fixos e variáveis.

Bornia (2002) define custos fixos como sendo aqueles que, independentemente do

volume da atividade, não variam com alterações no volume de produção, como, por exemplo,

salário do gerente.

Nesse sentido, Koliver (2008, p. 67) afirma: “custos fixos são aqueles que tendem a

permanecer num determinado nível, entre certos limites no uso da capacidade instalada da

entidade”.

Em relação aos custos fixos, são aqueles que existem mesmo se a empresa não estiver

operando, pois seu valor independe do volume de produção, não alterando quando aumenta a

produção.

Os custos variáveis estão diretamente vinculados ao volume de produção. Wernke

(2001, p. 14) ressalta que:

Quanto maior for o volume de produção, maiores serão os custos variáveis totais.

São os valores consumidos ou aplicados que têm seu crescimento vinculado à

quantidade pela empresa. Têm seu valor determinado em função de oscilações na

atividade da empresa, variando de valor na proporção direta do nível de atividade. O

exemplo mais adequado para custo variável é a matéria-prima, pois se para produzir

uma unidade de produto gastam-se $10, ao produzir duas unidades gastam-se $ 20.

Os custos variáveis alteram seu valor dependendo diretamente da quantidade

produzida, na mesma proporção, em determinado período.

2.3 - DESPESAS

As despesas são gastos que correspondem ao montante usado para manter o

funcionamento da empresa, mas tais gastos não são enquadrados no processo de produção da

empresa, não compondo os custos do produto. Bornia (2002, p. 40) afirma:

Despesa é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não

identificados com a fabricação. São as atividades fora do âmbito da fabricação. A

Page 25: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

23

despesa é geralmente dividida em administrativa, comercial e financeira. Portanto,

as despesas são diferenciadas dos custos de fabricação pelo fato de estarem

relacionadas com a administração geral da empresa.

Kroetz (2001, p.11) complementa trazendo alguns exemplos:

A comissão do vendedor, por exemplo, é ainda um gasto que se torna imediatamente

uma despesa. O equipamento usado na fábrica, que fora gasto transformado em

investimento e posteriormente considerado parcialmente como custo torna-se, na

venda do produto feito, uma despesa. A máquina de escrever da secretária do diretor

financeiro, que fora transformada em investimentos, tem uma parcela reconhecida

como despesa (depreciação), sem transitar pelo custo.

Sendo assim, despesas são gastos que uma empresa tem com sua manutenção, para

obter receitas, tais gastos que não se enquadram como processo de transformação ou produção

dos bens e produtos.

2.4 -MÉTODOS DE CUSTEIO

Métodos de custeio são modelos usados para determinar os custos dos produtos e

facilitar a apropriação destes na apuração dos resultados ao final do período. A contabilidade

de custos apresenta vários métodos de apropriação, elencados de acordo com os objetivos e

necessidades de cada entidade. Dentre os métodos existentes, o presente trabalho irá frisar o

Custeio Variável, por ser o método usado pra trabalhar a margem de contribuição e o ponto de

equilíbrio, e o Custeio por Absorção ou RKW, por sua relevância na gestão do negocio e ser o

único aceito pela legislação Brasileira. Wernke (2001, p. 20) ressalta que,

A atribuição de valores “verdadeiros” aos produtos passou a constituir um dos

principais objetivos da contabilidade de custos, tanto para a divulgação em

demonstrações financeiras periódicas – do montante do estoque final e do custo dos

produtos vendidos – quanto como base para decisão sobre o mix ótimo de produtos.

Para tanto, torna-se necessário um sistema de custos que consiga mensurar e alocar

os custos aos produtos, da forma mais adequada possível. Ou seja, calcular o custo

total de cada produto, assumindo este custo total como resultante da soma dos custos

variáveis aos custos fixos (ou a soma dos custos diretos aos custos indiretos).

Os métodos de custeio, desde sua origem, vêm oferecendo, de forma padronizada e

objetiva, a investigação e determinação dos custos totais. No decorrer do tempo, surgiram

novas metodologias para atender com maior precisão e para facilitar a tomada de decisão.

Conforme Bruni e Famá (2004, p. 208),

Page 26: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

24

Um dos maiores problemas dos sistemas de custeio consiste na alocação dos custos

indiretos (variáveis ou fixos) aos produtos. Em processos de tomada de decisões,

muitas vezes, os custos fixos rateados de forma imprecisa levam a decisões

inadequadas, como o corte de produtos lucrativos ou mesmo corte de produtos

deficitários.

Entender a forma de alocar os custos aos produtos é de suma importância para atingir

a eficácia de uma gestão de custos. Deste modo, entender todas as formas de alocação é vital

para a efetividade das informações geradas.

2.4.1 - Custeio por Absorção

O custeio por absorção ou RKW foi desenvolvido na Alemanha no século 20. O

mesmo consiste em apropriar todos os custos aos produtos fabricados, sejam eles diretos ou

indiretos, fixos ou variáveis. Esta é a forma de custeio usada no Brasil, pois respeita os

Princípios da Contabilidade e aceita pela legislação comercial e fiscal, lei n° 6.404/76, em seu

art. 177. Bomfim, Passarelli (2011, p.60) diz que:

Quando, ao custear-se os produtos fabricados pela empresa, são atribuídos a esses

produtos, além dos seus custos variáveis, também os custos fixos, diz-se que se está

usando a modalidade de custeio por absorção.

As vantagens deste método, segundo Kroetz (2001), são: considera o total dos custos

por produto, formação de custos para estoques, permite a apuração do custo por centro de

custos. Já as desvantagens são as seguintes: poderá elevar artificialmente os custos de alguns

produtos, não evidencia a capacidade ociosa da empresa, os critérios de rateio são sempre

arbitrários, portanto nem sempre justos.

Wernke (2001) complementa, dizendo: Há desvantagem no custeio por absorção,

conforme este consiste na utilização dos rateios para distribuir os custos entre os

departamentos e/ou produtos. Como nem sempre tais critérios são objetivos, podem distorcer

os resultados, penalizando alguns produtos e beneficiando outros.

A utilização dos custos fixos como forma de rateios pode dificultar as decisões de

gerência da empresa quanto à formação do preço de venda do produto, uma vez que, por mais

objetivos que sejam feitos estes rateios, não deixa de ser uma maneira de arbitrar os

resultados.

Page 27: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

25

2.4.2- Custeio Variável ou Direto

O método de custeio direto ou variável é utilizado apenas para fins gerenciais, pois o

mesmo não é aceito pela legislação. Nele são considerados somente os custos variáveis dos

produtos vendidos; os custos fixos são separados e considerados como despesas daquele

período. Kroetz (2001, p. 60) afirma que:

Só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e

considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado do

exercício; para o estoque só vão, como consequência, os custos variáveis (indiretos

e/ou diretos), motivo que leva a legislação a não aceitá-lo, ou ainda, dentro desse

método os custos variáveis são considerados como atribuíveis aos produtos; é o caso

de materiais e mão de obra direta. Já os custos fixos são tratados como despesas do

período e, portanto, não são ativados na conta de estoques.

O custeio direto ou variável aloca aos produtos apenas os custos reconhecidos como

variáveis, pois os fixos não estão relacionados como volume de produção, ou seja,

independentemente de sua produção, os custos fixos não oscilam. Um exemplo clássico é o

aluguel do prédio que, independente da produção aumentar ou diminuir, permanece o mesmo

valor. Os custos variáveis por sua vez, são diretamente relacionados ao volume produzido,

pois, quanto mais a empresa produzir, mais custos serão criados. Para tal caso, pode-se citar o

exemplo da matéria prima que, quanto mais produzir, mais será necessário aumentar a

quantidade utilizada nos produtos.

Diferentemente do custeio por absorção, o variável não utiliza o critério de rateio, o

que ocasiona a eliminação da possibilidade de distorções. Deste modo, as vantagens sobre o

custeio por absorção se tornam significativas quando levadas em consideração a apuração de

resultados financeiros.

Diante do exposto, é possível afirmar que toda empresa necessita obter informações

gerenciais que sejam úteis para os processos decisórios e elaboração de relatórios gerenciais.

Tais informações são geradas a partir da utilização de ferramentas disponíveis pela

contabilidade de custos e, dentre elas, torna-se possível destacar os métodos de custeio,

margens de contribuição e ponto de equilíbrio, pois, conhecendo esses indicadores, a empresa

teria informações necessárias para a tomada de decisão e adoção de melhores práticas.

Page 28: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

26

2.5- CONCEITOS ACERCA DA MARGEM BRUTA, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E

MARGEM LÍQUIDA.

Para que uma empresa opere bem, deve utilizar-se de todas as ferramentas úteis à

tomada de decisão e análise de seu negócio; as margens citadas acima auxiliam o gestor na

tomada de decisão em momentos que necessitem avaliar se determinadas decisões são

oportunas ou não para a empresa. Tal análise auxiliará o gestor que almeja desempenhar um

bom planejamento estratégico, a fim de melhorar seu resultado operacional.

A margem bruta representa o valor que sobra das vendas após subtrair os custos dos

serviços prestados. Observe-se a fórmula a baixo:

MB= Venda – CSP

Onde:

MB = Margem bruta

CSP= Custo Dos Serviços Prestados

Margem de contribuição

A Margem de Contribuição é primordial para o planejamento de todas as empresas,

uma vez que, caso a margem de contribuição não seja conhecida, a empresa pode estar

operando com prejuízo. Para Wernke (2001, p. 44).

O estudo da margem de contribuição é elemento fundamental para decisões de curto

prazo. Além disso, o estudo da margem de contribuição possibilita análises

objetivando a redução dos custos, bem como políticas de incremento de quantidade

de vendas e redução dos preços unitários de venda dos produtos.

Vejamos a fórmula para encontra a margem de contribuição:

MC = MB – DV

Onde:

MB = Margem bruta

DV = Despesas variáveis

Page 29: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

27

Margem Líquida

A margem líquida é expressa pelo restante das receitas com a prestação de serviços, ou

seja, mostra o lucro líquido das operações da empresa.

ML = MC – DF

Onde: ML= Margem Líquida

MC= Margem de Contribuição

DF= Despesas Fixas

A fim de garantir o sucesso de uma empresa, muitos fatores devem ser utilizados. As

margens mencionadas acima refletem grande importância, pois, a partir de seus dados, é

possível saber qual a situação em que se encontra a empresa. De posse dos números obtidos

por elas, é possível afirmar quanto uma empresa precisa vender para atingir seu ponto de

equilíbrio para que suas receitas sejam equivalentes aos seus custos e despesas totais,

eliminando a possibilidade de prejuízo operacional.

2.6 - PONTO DE EQUILIBRIO

O ponto de equilíbrio é o indicador de segurança da empresa, pois indica o valor

mínimo que é necessário comercializar, vender para que as receitas se igualem aos custos e

despesas da empresa; Atingindo tal valor, é excluída a hipótese de prejuízo e, ultrapassando o

mesmo, inicia-se a obtenção do lucro.

A análise do equilíbrio entre receitas de vendas e custos é muito importante como

instrumento de decisão gerencial. O sucesso financeiro de qualquer empreendimento

empresarial está condicionado à existência da melhor informação gerencial. Santos (2011,

p.37)

Santos, 2011, em seu livro: Contabilidade e Análise de Custos traz uma definição

simplicista do ponto de equilíbrio:

É a expressão usada para definir o equilíbrio entre o faturamento de vendas e os

custos totais, equivalente ao lucro zero. A partir do ponto de equilíbrio (Break even

point) é que as operações de uma empresa começam a gerar lucro. O gráfico

expresso abaixo traz uma representação do ponto de equilíbrio.

Page 30: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

28

GRAFICO 1- REPRESENTAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO.

Fonte: Martins (2003).

Atualmente, o cenário de mercados é marcado pela competitividade, o que faz com

que qualquer ferramenta usada para desenvolver a empresa a fim de atingir sua

sustentabilidade e atender às crescentes exigências do mercado seja vista como peça

primordial no processo de tomada de decisão de curto prazo. Neste sentido, o ponto de

equilíbrio é visto pela maioria dos gestores empresarias como necessário e suficiente para

gerir seus resultados.

Existem diferentes tipos de ponto de equilíbrio, mas todos são responsáveis por gerar

informações usadas no gerenciamento da empresa, com enfoques diferentes. Segundo Bornia

(2002)” , a diferença entre eles são os custos e despesas fixos a serem considerados em cada

caso”. Ainda de acordo com Bornia (2002, p. 79):

Os três pontos de equilíbrio fornecem importantes subsídios para um bom

gerenciamento da empresa. O ponto de equilíbrio financeiro informa o quanto a

empresa terá de vender para não ficar sem dinheiro e, consequentemente, ter de

fazer empréstimos, prejudicando ainda mais os lucros. Se a empresa estiver

operando abaixo do ponto de equilíbrio financeiro, ela poderá até cogitar uma perda

temporária nas atividades. O ponto de equilíbrio econômico mostra a rentabilidade

real que a atividade escolhida traz, confrontando-a como outras opções de

investimento.

A utilização do ponto de equilíbrio é capaz de agir de forma eficiente no planejamento

da gestão empresarial, identificando possíveis descontroles ocorridos, oscilações positivas ou

negativas nos inúmeros itens que o compõem, assim como possibilitar avaliação e correções,

Page 31: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

29

quando necessário, em tempo que possa recuperar os resultados negativos e melhorar os

almejados para futuros períodos.

Para chegar ao ponto de equilíbrio os custos e despesas totais devem ter se igualado às

receitas totais. Observe-se a fórmula do ponto de equilíbrio:

PE = Custos e Despesas Variáveis + Custos e Despesas Fixas

Onde:

CV= Custo Variável;

CF= Custo Fixo;

DV= Despesas Variáveis

DF= Despesas Fixas.

A seguir, serão apresentados cada um dos pontos de equilíbrio estudados: Contábil,

Financeiro e Econômico.

2.6.1-Ponto de Equilíbrio Contábil

No ponto de equilíbrio a entidade não terá prejuízo nem lucro; ela atingirá o valor

necessário para cobrir o custo das mercadorias vendidas ou serviços prestados, as despesas

fixas e variáveis, sendo calculado pela seguinte fórmula:

PEC= Despesa fixa / Margem de contribuição

O ponto de equilíbrio contábil ou operacional é usado comumente para análises e

auxílios na tomada de decisão e leva em consideração os custos e despesas fixas referentes ao

funcionamento da entidade; é o quociente simples da divisão.

2.6.2-Ponto de Equilíbrio Econômico

Para se encontrar o ponto de equilíbrio econômico é necessário levar em consideração

as despesas e receitas financeiras, acrescidas do saldo da correção monetária, ou seja, na

hipótese da soma das margens de contribuição totalizar um valor que, deduzidos os custos e

despesas fixas, seja suficiente para remunerar o capital próprio da empresa com uma taxa que

seja satisfatória aos acionistas e adaptável ao mercado cada vez mais competitivo. O valor é

Page 32: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

30

dado através do cálculo do somatório dos custos e despesas fixas com o valor de um lucro

mínimo estimado que atenda às exigências dos empresários e o resultado dividido pela

margem de contribuição. A utilização desta ferramenta tem como principal objetivo gerar

informações aos investidores a respeito do retorno do capital investido. Em outras palavras, a

quantidade que a empresa precisa vender para recuperar o investimento, de acordo com a

rentabilidade desejada.

PEE=Custos e despesas fixos (+) custos de oportunidade

Pv unitário (-) custos e despesas variáveis unitários

O ponto de equilíbrio econômico informa a quantidade necessária para atingir o lucro

desejado e diferencia-se dos demais pontos de equilíbrio, por incluir em sua fórmula a

variável “Lucro desejado”

2.6.3-Ponto de equilíbrio financeiro

O ponto de equilíbrio financeiro utiliza valores intrínsecos aos custos e despesas fixas

totais, apropriados sem o respectivo desembolso; como exemplo, tem-se a depreciação. O

ponto de equilíbrio financeiro é considerado o mais completo para análises detalhadas, sendo

calculado pela seguinte formula:

PEF =Custos e despesas fixos (- ) depreciação

Pv unitário (-) custos e despesas variáveis unitários

Sendo assim, o cálculo leva em consideração a diferença dos custos fixos e despesas

fixas totais com os valores sem desembolso de numerário, dividida pelo preço de venda

unitária menos os custos e despesas variáveis.

2.6.4 - Limitações do ponto equilíbrio.

As limitações do ponto de equilíbrio devem ser consideradas pelo gestor da empresa

de acordo com a atividade e situação específica, devendo ser pensados os prós e contras no

caso específico e avaliar antes de usá-los na tomada de decisões. Wernke (2001, p.56) afirma

que:

Page 33: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

31

Os gerentes devem ficar atentos com relação ás limitações apresentadas na utilização

do ponto de equilíbrio. O autor enfatiza que tal técnica só deve ser utilizada em

gestão de curto prazo, e faz ainda o seguinte comentário: “não se pode pensar num

planejamento de longo prazo para empresas que não dêem resultado positivo e não

remunere os detentores de suas fontes de recursos.

Em virtude das limitações do ponto de equilíbrio, recomenda-se seu uso apenas para

tomada de decisão em gestão de curto prazo.

Além de ter o cuidado de usar a análise do ponto de equilíbrio em gestão de curto

prazo, é necessário que o gestor esteja sempre atento a esses detalhes, para não comprometer

retorno financeiro e a continuidade de sua empresa; Para isto, é essencial desenvolver um bom

controle das despesas fixas e variáveis para que, caso haja necessidade de cortar despesas

desnecessárias, o gestor aja da melhor maneira possível, sem prejudicar a qualidade dos

produtos. Com isso, é preciso que o mesmo saiba operar no mercado, de forma que seus

produtos ou serviços consigam cobrir seus custos e despesas totais, trazendo resultados

positivos.

2.6.5- Benefícios da análise do ponto de equilíbrio.

A análise do ponto de equilíbrio é necessária para as empresas, pois evidencia sua

situação. Para realizar a análise do ponto de equilíbrio, foi preciso calcular o valor da margem

bruta que revelou o lucro bruto com vendas realizadas no período analisado. Através da

margem bruta, encontramos a margem de contribuição.

A utilidade da análise do ponto de equilíbrio está ligada ao fato de suprir a necessidade

de fornecer informações variadas aos gestores, servindo como instrumento de apoio ao

planejamento da empresa. Leone (2000 p.427) afirma:

auxílio às suas funções de planejamento a curto prazo e de tomada de decisões,

levando em consideração certas hipóteses simplificativas. Os resultados da análise

do Ponto de Equilíbrio devem fazer parte de um conjunto de outras informações.

Eles nunca deverão ser tomados isoladamente.

Ao usar os dados coletados a partir da análise do ponto de equilíbrio, a empresa

aumentará sua segurança e, com isto, terá maiores chances de acertar em suas decisões.

Quando a análise é feita por produto, é possível identificar qual produto é mais

rentável para se investir maior quantidade no mesmo, assim como qual produto traz menor

Page 34: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

32

retorno à empresa. Deste modo, a empresa terá condições de saber seu retorno e se é

vantajoso continuar com tal investimento.

Page 35: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

33

3 – METODOLOGIA

3.1- TIPO DA PESQUISA

Este trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas e estudo de caso, com o

objetivo de coletar material científico a ser usado como apoio argumentativo, ajudando a

embasar o referencial teórico, bem como outros pontos do trabalho. Para isso, recorreu-se a

diversas fontes de pesquisa como:

Meio físico, através de livros, monografias, dissertações, artigos, etc;

Meio digital como: sites contábeis e bibliotecas digitais.

A pesquisa bibliográfica é, assim, o primeiro momento de reflexão sobre a viabilidade

da pesquisa, pois pode indicar a existência de dados disponíveis a serem pesquisados. Ou

identificar que o proposto tema em questão receberá resposta tão ampla que, se não

delimitada, poderá trazer dificuldade de interpretação e, portanto, imprestabilidade científica

da pesquisa. Veloso, (2011, p. 46)

Quanto ao estudo de caso, Segundo Gil (2010, P. 37):

O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências

biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos

objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa

praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados.

O trabalho abordará o estudo de caso realizado na empresa faccionista Jakeline F.de

Azevedo- ME, fundada no ano de 2012, tendo como representante legal Jakeline Fonseca de

Azevedo. A empresa é optante do Simples Nacional e enquadrada como Microempresa,

Localizada na Rua Marechal Castelo Branco, S/N, no centro de Jardim do Seridó–RN.

Atualmente, a empresa presta serviços para o Grupo Guararapes Confecções, contando com

30 funcionários devidamente registrados.

Quanto à abordagem e pesquisa, o estudo será desenvolvido com base no meio

qualitativo, que é aquele que permite maior acessibilidade do autor em expressar sua opinião

tomando como base suas análises. Segundo Pereira (1999, p.21)

Ocupa-se da investigação de eventos qualitativos, aqueles representados por dados

qualitativos com referenciais teóricos menos restritivos e com maior oportunidade

de manifestação para a subjetividade do pesquisador.

Page 36: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

34

No que diz respeito aos objetivos, esta pesquisa se classificará como descritiva, ao

passo que utilizará técnicas de coleta de dados. Gil (2002) afirma que as pesquisas descritivas

possuem como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de

uma experiência.

Em relação à natureza, utilizará a pesquisa aplicada que pode ser expressa no que

afirma Gerhardt e Silveira (2009, p.35): objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática,

dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.”

3.2- UNIVERSO E AMOSTRA

A presente pesquisa foi realizada no município de Jardim do Seridó-RN. O universo

da pesquisa compreende as empresas do ramo faccionista têxtil e, como amostra, utilizou-se a

empresa têxtil Jakeline F.de Azevedo- ME.

3.3- SUJEITOS DA PESQUISA

A pesquisa será realizada na empresa faccionista Jakeline F.de Azevedo- ME. Essa

entidade está no mercado desde 26/12/2012, Sendo optante do Simples Nacional e,

caracterizada pela prestação de serviços de costura; no entanto, é classificada como indústria

de transformação (Lopes, 2016). Atualmente, fornece serviços apenas para a confecção

Guararapes S/A e conta com a colaboração de 30 funcionários trabalhando na confecção das

peças. No processo de fabricação, a empresa entra com a montagem das peças, através da

costura das mesmas, que são fornecidas já cortadas e separadas por operação. No processo de

montagem são feitas 28 operações além da revisão final.

Os sujeitos são as Demonstrações de Resultado do Exercício e os dados do controle

interno do ano exercício de 2015.

3.4- INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS

O sujeito da pesquisa será os documentos contábeis da empresa; o meio usado será a

coleta de dados, através da DRE do ano de 2015 e demais dados contábeis da empresa,

colhidos junto ao controle interno da mesma, onde foram obtidos os valores das receitas,

despesas e custos.

Page 37: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

35

3.5- PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

Inicialmente foram coletados dados através dos documentos contábeis da empresa e

dados do controle interno. Após a coleta, os dados foram sistematizados, através de fórmulas,

a fim de encontrar valores necessários à análise. Para melhor entendimento dos dados

apurados, os resultados foram apresentados através de gráficos e tabelas para facilitar o

entendimento e descrever a situação da empresa, no tocante à sua margem de contribuição e

ponto de equilíbrio.

Page 38: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

36

4 – ESTUDO DE CASO – EMPRESA DO RAMO TÊXTIL.

4.1 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A região do Seridó situa-se em pleno semiárido, região muito castigada com o

fenômeno climático da estiagem, submetida a regime de escassez e desigualdade na

distribuição das chuvas. Mesmo com restrição do quadro natural, possui 300 mil pessoas, o

que representa 11% da população do Estado. No cenário da economia, durante muito tempo, a

economia dessa região esteve ligada à agricultura, por meio da cotonicultura, e à pecuária de

leite. (SEBRAE/RN, 2011)

Durante o século passado, uma das fontes de destaque da economia da região foi o

algodão, produto atrelado à cadeia têxtil, extraído em grande escala. Entre os anos de 70 e 80,

o algodão subsidiou a existência de uma fonte de renda que resultou no surgimento de novos

empregos para os seridoenses, em especial, para o homem do campo. Com o processo de

industrialização do algodão, foi possível utilizar as fibras para a produção dos mais diversos

produtos, como fios, redes, tecidos, roupas e bonés. (SEBRAE/RN, 2011)

Neste período, surgiram, no município de Jardim de Piranhas, situado na Microrregião

Ocidental do Seridó, as primeiras indústrias de tecelagem que se consolidavam através de

artefatos têxtis, com destaque para redes de dormir e panos de pratos. No finalzinho dos anos

90, a primeira década do século XXI, nascem as facções de montagem de peças do vestuário,

uma nova oportunidade de geração de emprego e renda para os seridoenses. Em 2001, foram

abertas as primeiras empresas faccionistas na região, localizadas em São José do Seridó

(Lopes, 2016).

Com o crescimento e consolidação do ramo têxtil, as cidades ao redor foram montando

também suas fabricas.

Page 39: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

37

GRÁFICO 2–NÚMERO DE EMPRESAS FACCIONISTAS DO SERIDÓ – 2001/2015.

Fonte: Lopes, 2016 p.56.

Obs.: Os números foram levantados até o mês de abril de 2015.

As informações contidas no gráfico acima (Gráfico 2) evidenciam a evolução da

atividade faccionista têxtil no Seridó, dentre os anos de 2001 a 2015, bem como sua

relevância como empreendimento econômico e social capaz de gerar emprego e renda. Os

números expressos pelo referido gráfico indicam a quantidade de empresas abertas e o

quantitativo geral até abril de 2015.

Desde a abertura das primeiras empresa do Seridó, no ano 2001, na cidade de São José

do Seridó-RN, até os dias atuais, as empresas faccionistas têxteis vem ganhando espaço no

cenário do Seridó, onde contam com duas fases de expansão da atividade que, segundo Lopes

2016,p 57:

A primeira teve como marco o ano de 2008, com a entrada da Cia Hering no

mercado seridoense, quando se registrou a abertura de nove empresas localizadas em

três municípios: Cruzeta, Jardim do Seridó e São José do Seridó, representando um

aumento de 280% em relação ao número de unidades faccionistas em 2007. A partir

de 2008, a Cia Hering passou a assumir o papel de principal empresa fornecedora.

A segunda fase de expansão da atividade na região iniciou-se em 2013, com a

criação do Programa de Industrialização do Interior (Pró-Sertão) e a chegada da

empresa Guararapes no mercado regional, tornando-se a principal fornecedora. Entre

2008 e 2015, verificou-se uma ampliação do número de unidades produtivas, de 14

para 75 empresas, representando um aumento de 535,71% (Gráfico 1).

02468

101214161820222426283032343638404244464850525456586062646668707274767880

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015(*)

Empresas Abertas

Total de Empresas

Page 40: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

38

As facções têxteis surgiram na região do Seridó há pouco mais de uma década e, ao longo

deste tempo, sua quantidade só aumentou, fazendo com que atualmente o Seridó seja considerado

o principal polo de investimento do setor, pois concentra o maior número de fábricas de costura

do Estado, gerando emprego e renda para a população dessa região. O Mapa 1 apresenta a

distribuição das empresas faccionistas em funcionamento nos municípios do Seridó Potiguar

até abril de 2015.

MAPA 1– FACÇÕES TÊXTEIS EM FUNCIONAMENTO NO SERIDÓ, POR

MUNICÍPIOS – 2015

Fonte: Lopes ( 2016, p.47)

Até os primeiros meses do ano de 2015, a atividade faccionista têxtil já estava presente

em 12 municípios da região do Seridó Potiguar. Em Jardim do Seridó, cidade alvo desta

pesquisa, teve início com a iniciativa do empresário Janúncio Nóbrega, em maio de 2008, de

montar a primeira fábrica de costura na cidade.

Na região seridoense, das indústrias em atividades a grande maioria é de micro e

pequeno porte, com uma pequena porcentagem sendo de médio porte. A empresa usada como

Page 41: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

39

campo de estudo deste trabalho, a Facção Jakeline F.de Azevedo- ME que é optante do

simples nacional e enquadrada com Micro Empresa.

O SEBRAE, em parceria com o projeto do Governo Estadual PRÓ-SERTÃO,

desenvolveu um plano de negócio voltado para o empreendimento faccionista, com o intuito

de auxiliar e de orientar. O referido plano de negócio é um guia que traz informações básicas

sobre facções, como suas principais características, oportunidades e riscos, bem como

orientações fundamentais ao adequado funcionamento de uma facção têxtil e sua implantação.

4.2- CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA.

A empresa faccionista têxtil analisada, de nome empresarial Jakeline F de Azevedo-

ME teve sua fundação em 26 de dezembro de 2012, sendo optante pelo regime de tributação

do simples nacional. A princípio, a empresa iniciou com duas sócias fundadoras, porém,

atualmente, é representada por uma única proprietária. O ramo da mesma é o de confecções

têxteis, onde atua como prestadora de serviços na confecção de peças de vestuário para

empresas maiores. A referida empresa tem um quadro composto por 30 funcionários.

Costuma prezar pela qualidade da produção, bem como as condições de trabalho para seus

colaboradores, para que, assim, obtenha um ambiente menos hostil e, portanto, mais agradável

para aqueles que passam boa parte de seu dia.

4.3- CLASSIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DA EMPRESA.

Para analisar o ponto de equilíbrio da empresa é necessário identificar quais despesas

são variáveis e quais despesas são fixas. Tais dados foram colhidos junto ao DRE da empresa

e demais despesas registradas pelo controle interno da mesma. Abaixo são demonstrados os

seguintes valores referentes ao ano de 2015.

TABELA 1 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

DRE 2015 31/12/2015

RECEITAS BRUTAS R$ 656.491,90

(-) DEDUÇÃO DO SIMPLES (R$ 51.859,17)

= RECEITA LÍQUIDA R$ 604.632,73

(-)CSP (R$ 425.170,96)

= RESULTADO BRUTO R$179.461,77

(-)DESPESAS GERAIS E (R$48.471,07)

Page 42: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

40

ADMINISTRATIVAS

Pró- labore (R$ 16.717,76)

Material de expediente (R$ 4.976,11)

Telefone (R$ 809,20)

Contador (R$ 5.400,00)

Assessoria Jurídica (R$ 3.600,00)

Internet (R$ 1246,00)

Depreciação das máquinas (R$ 12.135,00)

Depreciação móveis e utensílios (R$ 4.833,00)

(-) OUTRAS DESPESAS (R$20.913,51 )

Peças para manutenção de máquinas (R$ 4.751,30)

Água/Caern (R$ 709,85)

Assessoria empresarial (R$ 3.913,60)

Seguro das contas dos funcionários (R$ 1349,04)

Tarifas serviços BB (R$ 1907,50)

Seguro das máquinas (R$ 1582,92)

EPI funcionários (R$ 4720,30)

Água de beber (R$ 1576,00)

Licença do IDEMA (R$ 613,00)

Exames admissionais/demissionais (R$ 830,00)

Mensalidade ASCONF (R$ 960,00)

(-) DESPESAS TRIBUTÁRIAS (R$ 155,60)

Alvará 2015 (R$ 155,60)

(-) DESPESAS FINANCEIRAS (R$ 21.244,14)

Juros empréstimo 1 (R$ 8281,60)

Juros empréstimo 2 (R$ 9398,54)

Juros capital de giro (R$ 3564,00)

= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCICIO R$ 88.677,45

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Através da DRE apresentada na Tabela 1, foi possível identificar o montante de

receitas, custos, despesas e verificar que a empresa apresentou um lucro líquido de R$

88.677,45 no ano de 2015. A evolução das receitas de prestação de serviços no ano de 2015

são apresentadas na Tabela 2.

TABELA 2 – RECEITAS BRUTAS MENSAIS DO EXERCÍCIO DE 2015

Receitas Brutas Mensais do Exercício de 2015

Mês Total

Janeiro R$ 40.282,66

Fevereiro R$ 34.144,69

Março R$ 71.263,48

Abril R$ 50.114,48

Maio R$ 59.012,66

Junho R$ 59.566,44

Julho R$ 70.098,72

Page 43: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

41

Agosto R$ 59.678,57

Setembro R$ 64.282,06

Outubro R$ 56.560,94

Novembro R$62.621,72

Dezembro R$28.865,48

Total R$ 656.491,90

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Analisando as receitas brutas mês a mês (Tabela 2), pode-se observar que há uma

variação constante, o que se deve ao fato de a empresa trabalhar com várias peças, a preços

diferentes para cada uma delas e também de suas receitas dependerem da necessidade da

empresa contratante, onde as peças já vêm com preços e quantidade estipulados.

O valor total das receitas de prestação de serviço no ano 2015 foi de R$ 656.491,90.

Segundo a lei do simples nacional, LC 123/2006, a empresa enquadra-se como ME.

O valor total do custo dos serviços prestados no ano de 2015 foi de R$ 425.170,96,

referentes à prestação de serviços no período analisado, que representa 64,76% da receita

bruta de 2015.

A composição do CSP é decorrente do somatório dos encargos de FGTS, do aluguel

do prédio da fábrica, da energia e da folha de salário dos funcionários, que são: Salário base,

Produtividade, Auxílio Creche, Hora Extra 50%, Descanso Semanal Remunerado, Férias,

Décimo 13º salário, Abono Pecuniário e Rescisões. Esses custos foram classificados em

variáveis e fixos conforme a Tabela 3.

TABELA 3- CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE 2015

CUSTOS VARIAVEIS Valor R$

Energia 8.391,68

Encargos de FGTS 27.426,28

Produtividade 9.859,00

Hora Extra 50% 976,42

Descanso Semanal Remunerado 192,77

Férias +1/3 de Férias 40.123,60

Décimo 13º salário 20.786,97

Abono Pecuniário 6.167,99

Rescisões Contratuais 33.376,94

Total dos Custos Variáveis 147.301,65

CUSTOS FIXOS Valor R$

Aluguel do prédio da fábrica 9.876,00

Salario base 266.493,31

Auxílio creche 1.500,00

Total dos Custos Fixos 277.869,31

TOTAL DOS CUSTOS 425.170,96

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Page 44: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

42

Levando – se em consideração a oscilação da remuneração dos funcionários, devido a

fatores como: produtividade, Hora extra e o Descanso semanal remunerado, outros itens que

dependem do mesmo para ser calculados também tornam-se variáveis, como é o caso do

décimo terceiro salário, férias e abono.

Em relação as despesas, são variáveis aquelas que oscilam de acordo com a quantidade

produzida ou com o serviço prestado. Dependem diretamente do volume produzido no

período. O valor referente à somatória das despesas variáveis totaliza R$ 51.859,17, relativos

aos impostos do simples nacional, calculados com base nas vendas do período em análise.

Não sendo a venda um valor fixo mensal, os impostos faturados, por dependerem diretamente

das receitas auferidas, compõem a despesa variável. ( TABELA 4).

A composição das despesas fixas é formada pelas despesas: Geral e Administrativa:

Pró-Labore, Material de expediente, Telefone, Contador, Assessoria jurídica, Internet,

Depreciação das máquinas e Depreciação de móveis e utensílios. Outras Despesas: Peças para

manutenção das máquinas, Água/ CAERN, Assessoria empresarial, Seguro das contas dos

funcionários, Tarifa de serviços do banco BB, Seguro das máquinas, EPI funcionários, Água

de beber, Licença do IDEMA, Exames Admissionais/Demissionais e Mensalidade ASCONF.

As Despesas Tributárias compreendem o pagamento do alvará de 2015. E as despesas

financeiras foram formadas pelos juros e parcelas do montante total dos empréstimos e capital

de giro. Estas contas são consideradas como despesas fixas, pois, mesmo as vendas alterando,

ou não, essas despesas existirão e serão pagas. (TABELA 4).

TABELA 4 – CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS DE 2015

Despesas Variáveis Valor (R$)

Simples Nacional 51.859,17

Total das Despesas Variáveis 51.859,17

Despesas Fixas Valor (R$)

Despesa Geral e Administrativa 48.471,07

Outras Despesas 20.913,51

Despesas Tributárias 155,60

Despesas Financeiras 21.244,14

Total das Despesas Fixas 90.784,32

TOTAL DAS DESPESAS 90.784,32 FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Após estarem devidamente classificadas entre variáveis e fixos, os custos e despesas

permitem que o gestor realize os cálculos das margens e ponto de equilíbrio.

Page 45: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

43

4.3.1- Margem bruta

O cálculo da margem bruta utilizou a receita de vendas brutas no valor de R$

656.491,90 e o valor do CSP de R$ 425.170,96. O valor encontrado da margem bruta foi de

R$ 231.320,94, que representa 35,24 % das vendas. Abaixo temos a tabela com os cálculos:

MB (R$) = Venda – CSP

MB (R$) =656.491,90 - 425.170,96

MB (R$) = 231.320,94

TABELA 5- MARGEM BRUTA EM PERCENTUAIS LEVANDO EM

CONSIDERAÇÃO AS VENDAS BRUTAS

MARGEM BRUTA VALOR %

VENDAS BRUTAS R$656.491,90 100

CSP R$ 425.170,96 64,76

MARGEM BRUTA R$ 231.320,94 35,24

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Diante de tais números, é possível afirmar que a empresa terá 35,24 % de ganho em

suas vendas. Deste modo, a cada R$1,00 do serviço prestado, R$ 0,35 corresponde à margem

bruta do período analisado.

4.3.2. Margem de contribuição

Para efetuar o cálculo da margem de contribuição, será utilizado o valor da margem

bruta R$ 231.320,94, subtraindo as despesas variáveis que totalizam R$ 51.859,17. A margem

de contribuição encontrada foi R$ 179.461,77. Este valor equivale a 27,34 % das vendas do

período, como mostra as informações contidas na tabela a seguir:

MC (R$) = MB- DV

MC (R$) =231.320,94 - R$ 51.859,17

MC (R$) = 179.461,77

Page 46: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

44

TABELA 6- MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO EM PERCENTUAIS LEVANDO EM

CONSIDERAÇÃO AS VENDAS BRUTAS.

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO TOTAL %

VENDAS BRUTAS R$ 656.491,90 100

CSP R$ 425.170,96 64,76

DESPESAS VARIÁVEIS R$51.859,17 7,90

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO R$179.461,77 27,34

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Através dos dados acima, é possível verificar que a empresa terá 27,34% de retorno

correspondente à margem de contribuição em relação às vendas brutas; isto quer dizer que, a

cada R$ 1,00 auferido na prestação de serviços, R$ 0,27 será o valor que sobrará após retirar o

valor dos custos e despesas variáveis do período analisado.

4.3.3- Margem líquida

A margem líquida será calculada usando o valor da margem de contribuição R$

179.461,77, subtraindo-se as despesas fixas R$ R$ 90.784,32. A margem líquida encontrada

foi R$ 88.677,45. Este valor equivale a 13,51 % das vendas brutas. A tabela abaixo mostra o

procedimento para se chegar a tais valores:

ML (R$) = Margem de contribuição – despesas fixas

ML (R$) =R$ 179.461,77 - R$ 90.784,32

ML (R$) =R$ 88.677,45

TABELA 7- MARGEM LÍQUIDA EM PERCENTUAIS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO

AS VENDAS BRUTAS.

MARGEM LÍQUIDA VALOR %

Vendas R$ 656.491,90 100

CSP

Margem bruta

R$ (425.170,96)

R$231.320,94

64,76

35,24

Despesas variáveis

Margem de contribuição

R$(51.859,17)

R$ 179.461,77

7,90

27,34

Despesas fixas

Margem líquida

R$(90.784,32)

R$ 88.677,45

13,83

13,51

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

A partir dos dados acima, foi possível identificar que a empresa terá 13,51% de

retorno em relação às vendas. Deste modo, a cada R$ 1,00 de serviços prestados, R$ 0,13 será

o lucro líquido da mesma após pagar todos os seus custos e despesas.

Page 47: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

45

GRÁFICO 3- MARGEM BRUTA, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E MARGEM

LÍQUIDA.

Fonte: Autoria própria (Out. 2016).

Ao analisar o gráfico acima, pode-se concluir que as margens apresentam-se em

ordem decrescente, pois a margem bruta apresenta valores maiores que as margens de

contribuição e a margem líquida, uma vez que ambas dependem diretamente da margem bruta

para chegar ao seu valor, esta é resultado da subtração das vendas brutas e o custo dos

serviços prestados. O valor encontrado foi positivo, em virtude dos custos serem menores que

a receita.

4.4. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

Para se chegar ao valor do ponto de equilíbrio, é preciso conhecer o valor dos custos

fixos e variáveis e das despesas fixas e variáveis. Deste modo, constata-se que o ponto de

equilíbrio é de R$ 567.814,45. Eis a fórmula do ponto de equilíbrio:

PE = Custos e Despesas Variáveis + Custos e Despesas Fixas

PE=147.301,65 + 51.859,17 + 277.869,31 + 90.784,32

PE= 567.814,45

0,00

50.000,00

100.000,00

150.000,00

200.000,00

250.000,00

MargemBruta

Margem deContribuição

MargemLíquida

231.320,94

179.461,77

88.677,45

Margem Bruta

Margem de Contribuição

Margem Líquida

Page 48: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

46

O ponto de equilíbrio da empresa será alcançado quando sua receita atingir R$

567.814,45; até este valor, a mesma não estará tendo nem lucro e nem prejuízo. Porém,

quando as vendas ultrapassarem esse valor, começará a ter lucro.

4.4.1- Tirando a Prova Real do Ponto de Equilíbrio

Para tirar a prova real do ponto de equilíbrio será usado o valor de vendas do ponto de

equilíbrio, que totaliza R$ 567.814,45, sendo correspondente a 100%.

Para se chegar ao custo dos serviços prestados, será utilizado o valor dos custos

variáveis: R$ 147.301,65, somado ao valor dos Custos fixos: R$277.869,3, totalizando R$

425.170,96 . Veja-se o cálculo pela regra de três simples:

Vendas R$ 567.814,45 ..........................100%

R$ 425.170,96 ...........................X %

X = 74,88 %

Foi possível constatar, através dos dados apurados pelo cálculo acima, que o CSP equivale

a 74,88 % da receita total do ponto de equilíbrio, uma vez que, trabalhando com este, os custos e

despesas equivalem à receita total, não havendo, portanto, lucro nem prejuízo.

Para se obter a prova real das despesas variáveis com a regra de três simples, dispõe-

se:

Vendas brutas R$ 567.814,45............................100%

51.859,17...............................X %

X = 9,13 %

Para se confirmar as despesas fixas, pela regra de três, apresenta-se o seguinte cálculo:

Vendas brutas R$ 567.814,45............................100%

90.784,32..............................X %

X= 15,99 %

TABELA 8- TIRANDO A PROVA REAL DO PONTO DE EQUILÍBRIO.

DRE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

ITENS VALORES (R$) %

VENDAS 567.814,45 100

CSP ( CF + CV) (425.170,96) 74,88%

Page 49: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

47

DESPESAS VARIÁVEIS (51.859,17 ) 9,13

DESPESAS FIXAS (90.784,32) 15,99

LUCRO LÍQUIDO 0,00

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

A tabela mostrada acima foi criada com o intuito de provar que, no momento em que a

empresa atingir R$ 567.814,45 de vendas, chegará ao seu ponto de equilíbrio. Nesse momento,

o valor das vendas, deduzidos seus custos e despesas totais, resultarão em lucro zero, ou seja, não

haverá retornos financeiros.

GRÁFICO 4 - REPRESENTAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO.

Fonte: Autoria própria (Out. 2016).

A representação gráfica evidencia o momento em que as receitas e os custos totais se

encontram fazendo uma intersecção denominada ponto de equilíbrio, que surge quando os

custos e despesas totais se igualam às receitas.

Page 50: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

48

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a realização deste estudo de caso foram colhidos dados da DRE do ano de 2015,

como também do banco de dados da empresa analisada. O presente trabalho conseguiu

responder com precisão aos questionamentos e objetivos propostos inicialmente.

Durante o desenvolvimento da pesquisa, constatou-se que as empresas conhecedoras

de sua margem de contribuição, seus custos e despesas têm grandes chances de executar um

planejamento gerencial adequado, usando seus relatórios para operar de forma positiva.

Conhecendo tais pontos, é possível proceder à a análise do ponto de equilíbrio da

empresa, que atua como ferramenta de auxílio na tomada de decisões. Com base na análise do

ponto de equilíbrio, torna-se viável realizar uma projeção que identifique qual o valor mínimo

de vendas a ser atingido para que a empresa consiga pagar todos os seus custos e despesas,

sem ter lucro ou prejuízo.

Após a análise dos dados da pesquisa, foi possível constatar que o ponto de equilíbrio

encontrado corresponde ao valor financeiro de R$ 567.814,45; A margem bruta é de R$

231.320,94; Margem de contribuição: R$ 179.461,77 e Margem líquida: R$ 88.677,45. A

representação de retornos em percentuais das margens abordadas são, respectivamente,

35,24%; 27,34 % e 13,51 %.

Ao analisar as taxas de retornos, chega-se à conclusão de que a empresa opera com

taxas de retorno positivas, porém com valores pequenos e levando-se em consideração o fato

de que, quanto maior for o retorno das margens, melhor para a empresa, obtém-se um valor de

apenas 13,51% de retorno da margem líquida, ou seja, a situação da mesma em relação ao

retorno de suas receitas totais é composta por um montante consideravelmente baixo.

Vale ressaltar que o valor encontrado do ponto de equilíbrio: R$ 567.814,45 é bem

próximo do valor da receita total do exercício anual de 2015, que foi de R$ 656.491,90. A

subtração destes valores resulta em um lucro de R$ 88.677,45, que representa o lucro líquido

apresentado na DRE do ano analisado. Isto equivale à afirmação de que a mesma opera com

pouca folga entre o valor estimado de receitas para cobrir seus custos e o valor real, mais

precisamente com apenas 13,51% da receita total .

Diante do exposto, torna-se pertinente sugerir a utilização de algumas medidas para a

melhoria da atividade, como: a diminuição de despesas desnecessárias e colocar em prática o

uso das análises da margem de contribuição e ponto de equilíbrio para acompanhar o

Page 51: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

49

desempenho do negócio, procurando sanar possíveis falhas que venham a impedir melhores

resultados.

Page 52: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

50

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Luana Priscila. Contabilidade empresarial: um estudo de caso sobre a margem

de contribuição e o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas, em uma empresa

comercial do ramo ótico- Monografia curso de Ciências Contábeis, Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, Caicó-RN,2015.

BORNIA, Antônio Cezar. Análise Gerencial de Custos. Aplicação em empresas Modernas.

Porto Alegre: Bookman, 2002.

BOMFIM, Eunir de Amorim; PASSARELLI, João. Custos e formação de preços.7ª ed.- São

Paulo:IOB,2011.

BEULKE, Rolando. Gestão de Custos na Administração Pública. Revista do Conselho

Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, n. 135, p. 4-5, dez. 2008.

BRUNI, Adriano Leal e FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços. 3. ed.

São Paulo: Atlas, 2004.

CHIAVENATTO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espirito empreendedor.

4ªedição. São Paulo: Manole, 2012.

CUNHA, Francisco André Medeiros da. FACÇÕES DE COSTURA NO INTERIOR DO

RN: DESAFIOS E POSSSIBILIDADES. 2015. 60 f. Monografia - Curso de Curso de

Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Currais Novos- RN, 2015.

GERHARDT, Tatiana Engel, SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Disponível

em:<http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2015/09/mercado-preve-mais-inflacao-

e-menos-crescimento-para-2015-e-2016.html> Acesso em 20 de abril de 2016

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa4.ed.São Paulo: Atlas, 2002

KOLIVER, Olívio. Contabilidade de Custos. Curitiba: Juruá, 2008.

KROETZ, Cesar Eduardo. Apostila de Contabilidade de Custos I. Ijuí: Unijuí, 2001.

LEONE, G. S. G. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas, 2000.

LOPES, Sócrates Dantas. SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL E

DESENVOLVIMENTO LOCAL: ATIVIDADE FACCIONISTA TÊXTIL NO SERIDÓ

POTIGUAR. Monografia apresentada para dissertação de mestrado. Natal-RN, 2016.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9ª ed. São Paulo. Atlas, 2003

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2008

Page 53: CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto ... · DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de

51

MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3ª edição. São Paulo: Person Prentice hall,

2012.

NASCIMENTO, Jonilton Mendes. Custos Planejamento, controle e gestão na economia

globalizada. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.

PEREIRA, Julio Cesar Rodrigues. Analise de dados qualitativos: estratégias metodológicas

para as ciências de saúde, humanas e sociais. 2.ed. São Paulo: editora da universidade de São

Paulo, 1999.

SANTOS, Joel José. Contabilidade e análise de custos: modelo contábil, Métodos de

depreciação, ABC-Custeio Baseado em Atividades, Análise atualizada de encargos sociais

sobre salários , custos de tributos sobre compras e vendas. 6ª ed.–São Paulo:Atlas,2011.

SEBRAE – SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO RIO

GRANDE DO NORTE. Pró-sertão programa de industrialização do interior.

DisponíveLem:<http://www.cbm.rn.gov.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=78494&A

CT=null&PAGE=null&PARM=null&LBL=NOT%C3%8DCIA>, acesso em 23 de março de

2016.

SILVA, Rozângela Pereira da. A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO

INTERPESSOAL DENTRO DE UMA ORGANIZAÇÃO: Um estudo de caso numa

Facção de São José do Seridó- RN. 2015. 77 f. Monografia - Curso de Ciências Contábeis,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Caicó – RN, 2015.

VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de coleta de dados no campo. São Paulo: Atlas,

2009.

VELOSO, Waldir de Pinho. Metodologia do trabalho científico: normas técnicas para

redação de trabalho científico. 2 ed. Ver. E atual. Curitiba: Juruá, 2011.

WARREN, Carl S.; REEVE, James M.; FESS, Philip E. Contabilidade gerencial. 6. ed. São

Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

WERNKE, Rodney. Gestão de Custos. Uma abordagem prática. São Paulo: atlas, 2001.