contabilidade gerencial - fevasc.com.br · pós graduado em administração bancária, ... o atual...
TRANSCRIPT
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
1
MÓDULO DE:
CONTABILIDADE GERENCIAL
AUTORIA:
EDMAR LYRIO TEMPORIM
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
2
Módulo de: Contabilidade Gerencial
Autoria: Edmar Lyrio Temporim
Primeira edição: 2008
CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização
e direitos autorais.
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.
Todos os direitos desta edição reservados à
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA
http://www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES
CEP: 29102-040
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
3
Apresentação
Caros alunos, meu nome é Edmar e avalio esse momento como um encontro positivo em
que prevalece o interesse e a difusão de conhecimentos.
É através da disciplina de Contabilidade Gerencial que vamos interagir via ambiente virtual,
porém, procurando diminuir as distâncias em nome da construção de um aprendizado que
seja dinâmico o suficiente para nos permitir romper barreiras, estabelecer o padrão de
qualidade proposto pela ESAB e aprovado pelo MEC, sempre de posse dos melhores
recursos tecnológicos disponíveis.
Costumo dizer que a Contabilidade Gerencial tornou-se adulta mas ainda não parou de
crescer. Ela se notabiliza porque, em nome da "melhor informação contábil", busca
elementos importantes nas mais variadas fontes sobre planejamento, controle e tomada de
decisão. É, na verdade, uma coleção de técnicas tomadas emprestadas de outras disciplinas
correlatas, o que reforça seu caráter integrativo dentro da construção de um sistema de
informação contábil, o qual constitui ferramenta imprescindível de auxílio ao empresário na
tomada de decisão e criação de valor.
Nosso estudo vai percorrer caminhos que permitam conhecer essencialmente os recursos
técnicos, através dos quais a disciplina unifica seu conceito gerencial. Cada tema
desenvolvido representa importância capital na formação de um sistema de informação que
seja útil às mais variadas gestões. Ao bom observador será possível intuir paralelos entre a
disciplina e o cotidiano empresarial, de forma a ter presente sua utilidade prática,
principalmente àqueles que se dirigem em linha reta na direção do mercado de trabalho.
Esse conjunto de valores me faz otimista e é com esse espírito que pretendo acompanhá-los
nessa jornada de conhecimentos sobre a disciplina de Contabilidade Gerencial.
Bons Estudos!
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
4
Objetivo
O conteúdo desta disciplina foi desenvolvido com o objetivo de apresentar a Contabilidade
Gerencial de maneira a atender aos seguintes aspectos:
• Definir a área de abrangência da Contabilidade Gerencial;
• Apresentar os conceitos fundamentais de cada tema constante da área de
abrangência da disciplina;
• Apresentar temas que devem ser inseridos num sistema de informação contábil para
torná-lo gerencial.
Dessa forma, o objetivo é apresentar os fundamentos teóricos de Contabilidade Gerencial,
tanto no campo acadêmico, quanto para a prática empresarial, evidenciando o conjunto
mínimo de ferramentas para a efetivação da contabilidade gerencial dentro de uma empresa.
Ementa
Neste estudo há uma preocupação latente em priorizar a informação contábil útil à
administração. Para tanto, a Contabilidade Gerencial é o processo de identificação,
mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações
financeiras utilizadas pela administração para planejamento, avaliação e controle dentro de
uma organização e para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
5
Sobre o Autor
Sou Edmar Lyrio Temporim
Graduado em Ciências Econômicas;
Pós graduado em Administração Bancária, com ênfase em Gestão Financeira;
MBA em Finanças Corporativas - Executivo em Finanças - pelo IBMEC (Instituto Brasileiro de
Mercado de Capitais).
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
6
SUMÁRIO
UNIDADE 1 ......................................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 8
UNIDADE 2 ....................................................................................................................................... 10
A Contabilidade Gerencial como fator de criação de valor ............................................................. 10
UNIDADE 3 ....................................................................................................................................... 13
Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira ...................................................................... 13
UNIDADE 4 ....................................................................................................................................... 16
Características e Importância ......................................................................................................... 16
Contabilidade Gerencial como instrumento de administração ........................................................ 17
UNIDADE 5 ....................................................................................................................................... 24
Balanço Social: Características e Formalidades ............................................................................ 24
UNIDADE 6 ....................................................................................................................................... 29
ANÁLISE PATRIMONIAL ............................................................................................................... 29
UNIDADE 7 ....................................................................................................................................... 36
OBRIGATORIEDADE NAS Demonstrações Contábeis ................................................................. 36
UNIDADE 8 ....................................................................................................................................... 41
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO ............................................................ 41
UNIDADE 9 ....................................................................................................................................... 47
ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS ....................................................................................... 47
UNIDADE 10 ..................................................................................................................................... 58
ANÁLISE DE BALANÇO PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ................................................ 58
UNIDADE 11 ..................................................................................................................................... 73
PRINCIPAIS QUOCIENTES ESTÁTICOS ..................................................................................... 73
UNIDADE 12 ..................................................................................................................................... 77
RECURSOS GERENCIAIS PARA TOMADA DE DECISÕES ........................................................ 77
UNIDADE 13 ..................................................................................................................................... 81
OS ESTOQUES E OS INVESTIMENTOS ...................................................................................... 81
UNIDADE 14 ..................................................................................................................................... 85
TERMINOLOGIOA UTILIZADA NA CONTABILIDADE DE CUSTOS ............................................. 85
UNIDADE 15 ..................................................................................................................................... 90
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
7
ELEMENTOS INDUSTRIAIS: CLASSIFICAÇÃO E FLUXO DE PRODUÇÃO ................................ 90
UNIDADE 16 ..................................................................................................................................... 93
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS ..................................................................................................... 93
UNIDADE 17 ..................................................................................................................................... 98
O ESTOQUE E A MATÉRIA PRIMA NO PROCESSO INDUSTRIAL ............................................. 98
UNIDADE 18 ................................................................................................................................... 102
MÃO-DE-OBRA-DIRETA ............................................................................................................. 102
UNIDADE 19 ................................................................................................................................... 108
SISTEMAS DE CUSTEAMENTO ................................................................................................. 108
UNIDADE 20 ................................................................................................................................... 115
CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ......................................................................... 115
UNIDADE 21 ................................................................................................................................... 123
SISTEMA RKW ............................................................................................................................ 123
UNIDADE 22 ................................................................................................................................... 126
PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................................. 126
UNIDADE 23 ................................................................................................................................... 132
CONCEITOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA ............................................................ 132
UNIDADE 24 ................................................................................................................................... 137
PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA ............................................................. 137
UNIDADE 25 ................................................................................................................................... 144
PLANEJAMENTO – CONCEITOS FUNDAMENTAIS .................................................................. 144
UNIDADE 26 ................................................................................................................................... 147
PLANEJAMENTO, PLANO E TOMADA DE DECISÃO ................................................................ 147
UNIDADE 27 ................................................................................................................................... 149
ASPECTOS OPERACIONAIS DO PLANEJAMENTO .................................................................. 149
UNIDADE 28 ................................................................................................................................... 155
ORGANIZAÇÃO .......................................................................................................................... 155
UNIDADE 29 ................................................................................................................................... 158
PROCESSO DECISÓRIO ............................................................................................................ 158
UNIDADE 30 ................................................................................................................................... 162
Relatórios importantes para a tomada de decisões ...................................................................... 162
GLOSSÁRIO ................................................................................................................................... 166
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 168
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
8
UNIDADE 1 Objetivo: Introduzir o módulo e o estudo da Contabilidade Gerencial
“Viver é inapreensível; indecifrável é a vida.
E, apesar disso, buscamos relatar acontecimentos.
Embora inexplicável seja o existir.
Ainda assim, atrevemo-nos a indagar;
Sem chegar a saber as respostas.
Na realidade(?) nem mesmo as perguntas.”
(Renard Draner)
INTRODUÇÃO
A Contabilidade Gerencial destaca-se hoje como um dos
segmentos da ciência contábil, talvez o primeiro, em que se
verificam os esforços de pesquisa em todo mundo.
Apesar disso, muitos acadêmicos, segundo McLean, aceitam o
fato de que não existe uma teoria unificada para a
Contabilidade Gerencial. Muitos chegam a entender que a
Contabilidade Gerencial não passa de uma coleção de técnicas tomadas emprestadas de
outras disciplinas correlatas.
Apesar da utilização de temas de outras disciplinas, ela se caracteriza por ser uma área
contábil autônoma, pelo tratamento dado à informação contábil, enfocando planejamento,
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
9
controle e tomada de decisão, e por seu caráter integrativo dentro de um sistema de
informação contábil.
A identidade da disciplina é revelada pelo seu caráter integrativo. Enquanto em outros
segmentos da ciência contábil os temas são tratados e analisados de forma isolada, na
Contabilidade Gerencial todos os temas são tratados dentro de um conjunto único, sem
prescindir da integração necessária à informação contábil.
Muitos teóricos consideram que a Contabilidade Gerencial é essencialmente para tomada de
decisão. Porém, além disso, devemos ter também uma estrutura de informações
operacionais e repetitivas, que possibilitem auxílio permanente a todo ciclo administrativo de
execução e controle.
O ensino à distância tem como mérito estimular a disciplina do aluno, dando-lhe a liberdade
de administrar seu tempo de estudo, segundo suas próprias necessidades.
Por exemplo, se seu rendimento é melhor imprimindo o conteúdo, faça-o, em nome das
facilidades que irá subtrair dessa decisão.
Portanto, a partir dos recursos disponíveis, organize um “padrão bom” de aprendizagem e
planeje utilizá-lo com o melhor grau de aproveitamento.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
10
UNIDADE 2
Objetivo: Introduzir um conceito novo, em que se faz destaque para a “informação que cria valor”. Trata-se do império da informação seletiva, direcionada para o sucesso das organizações.
A Contabilidade Gerencial como fator de criação de valor
O atual foco das pesquisas sobre a missão das entidades empresariais está centrado no
conceito de criação de valor, associando dentro do mesmo escopo o processo de informação
gerado pela contabilidade para que as empresas possam cumprir adequadamente sua
missão.
ATKINSON, BANKER, KAPLAN E YOUNG iniciam seu trabalho mais recente com esse
conceito, dizendo: “Contabilidade Gerencial – Informação que cria valor – Sistemas contábeis
gerenciais efetivos podem criar valor considerável, pelo fornecimento de informações
acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias para o sucesso das organizações de
hoje.”.
O atual estágio da Contabilidade Gerencial, que abarca todos os estágios evolutivos
anteriores, centra-se no processo de criação de valor por meio do uso efetivo de recursos
empresariais. Essa função-objetivo está declarada no Relatório Revisado de Março de 1998,
emitido pelo Comitê de Contabilidade Financeira e Gerencial da Federação Internacional de
Contadores (International Federation of Accountants – IFAC), sobre os conceitos de
Contabilidade Gerencial.
A seguir, os principais tópicos relacionados com o tema de geração ou criação de valor,
partindo da apresentação dos estágios evolutivos da Contabilidade Gerencial, de acordo com
o IFAC.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
11
Evolução e Mudança na Contabilidade Gerencial
$ “O campo da atividade organizacional, abarcado pela Contabilidade Gerencial, foi
desenvolvido através de quatro estágios reconhecíveis”:
$ Estágio 1 – Antes de 1950, o foco era na determinação do custo e controle financeiro,
através do uso das tecnologias de orçamento e contabilidade de custos;
$ Estágio 2 – Por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento de informação para o
controle e planejamento gerencial, através do uso de tecnologias tais como análise de
decisão e contabilidade por responsabilidade;
$ Estágio 3 – Por volta de 1985, a atenção foi focada na redução do desperdício de recursos
usados nos processos de negócios, através do uso das tecnologias de análise e
administração estratégica de custos;
$ Estágio 4 – Por volta de 1995, a atenção foi mudada para a geração ou criação de valor
através do uso efetivo de recursos, através do uso de tecnologias tais como o exame dos
direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista, e inovação organizacional.”
“Cada estágio da evolução representa adaptação para um novo conjunto de condições que
as organizações enfrentam, pela absorção, reforma, e adição aos focos e tecnologias
utilizadas anteriormente.
Cada estágio é uma combinação do velho e do novo, com o velho sendo reformado para
ajustar-se com o novo em combinação a um novo conjunto de condições para o ambiente
gerencial. A Contabilidade Gerencial atual refere-se ao produto do processo de evolução
cobrindo os quatro estágios” (IFAC, parágrafos 9 e 15).
“Nos estágios 3 e 4, ela (a Contabilidade Gerencial) é vista como uma parte integral do
processo de gestão, com informações sendo disponibilizadas em tempo real diretamente
para a administração, e com a distinção entre administração de apoio e linha sendo
progressivamente embaçada.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
12
O foco do uso de recursos (incluindo a informação) para criar valor é uma parte integral do
processo gerencial nas organizações” (IFAC, parágrafo 19).
“Nos estágios 3 e 4, a informação é vista como um recurso organizacional, juntamente com
outros recursos organizacionais; o foco, agora, contudo, é na redução das perdas e
desperdícios desses recursos (tanto em termos reais como financeiros) e em conservar ou
alavancar seu uso na geração ou criação de valor” (IFAC, parágrafo 17).
A função-objetivo da Contabilidade Gerencial de criação de valor para os acionistas é um
conceito objetivo, pois pode ser mensurado economicamente.
A criação de valor para o acionista centra-se na geração de lucro empresarial, que, por sua
vez, é transferido para os proprietários da entidade, aos denominamos acionistas.
Exemplificando: a partir de um investimento em ativos, tais como estoques, máquinas,
terrenos e mão de obra; o dinheiro aplicado em ativos deve ser contrabalançado por alguma
idêntica gerada por algum financiamento.
Quando começar a vender, a empresa irá gerar dinheiro. Essa é a base de criação de valor,
que constitui a finalidade empresarial, e está representado no balanço patrimonial.
Assim, o conceito de criação (ou adição) de valor na Contabilidade Gerencial, como em
finanças, está ligado ao processo de geração de lucro para os acionistas.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
13
UNIDADE 3
Objetivo: A Contabilidade Gerencial se sustenta na Ciência Contábil e na Administração Financeira, porém, devemos destacar o “uso da informação” nas diferentes situações.
Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira
Os métodos da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial foram desenvolvidos
para diferentes propósitos e para diferentes usuários das informações financeiras. Há,
contudo, numerosas similaridades e áreas de sobreposição entre os métodos da
Contabilidade Financeira e a Gerencial.
A Contabilidade Gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os
administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e são responsáveis pela
direção e controle de suas operações. A Contabilidade Gerencial pode ser contrastada com a
Contabilidade Financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os
acionistas, credores e outros que estão fora da organização.
Quadro Comparativo
Fator Contabilidade
Financeira
Contabilidade Gerencial
Usuários dos
relatórios
Externos e internos Internos
Objetivo dos
relatórios
Facilitar a análise
financeira para as
necessidades dos
usuários externos
Objetivo especial de facilitar o
planejamento, controle, avaliação de
desempenho e tomada de decisão
internamente.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
14
Forma dos
relatórios
Balanço
Patrimonial,
Demonstração dos
Resultados,
Demonstração dos
Lucros e Prejuízos
Acumulados,
Demonstração dos
Fluxos de Caixa e
Demonstração do
Valor Adicionado
(se cia aberta)
Orçamento, contabilidade por
responsabilidade, relatórios de
desempenho, relatório de custo,
relatórios especiais não rotineiros para
tomada de decisão.
Frequência dos
relatórios
Anual, trimestral e
ocasionalmente
mensal.
Quando necessário pela administração
Custos ou valores
utilizados
Primariamente
históricos (passado)
Históricos e esperados (previstos)
Bases de
mensuração
usadas para
quantificar os
dados
Moeda corrente Várias bases (moeda corrente, moeda
estrangeira – moeda forte, medidas
físicas, índices etc.)
Restrições nas
informações
fornecidas
Princípios
Contábeis
Geralmente Aceitos
Nenhuma restrição, exceto as
determinadas pela administração
Arcabouço teórico e
técnico
Ciência Contábil Utilização pesada de outras disciplinas,
como economia, finanças, estatística,
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
15
pesquisa operacional e comportamento
organizacional.
Características da
informação
fornecida
Deve ser objetiva
(sem viés),
verificável, relevante
e a tempo.
Deve ser relevante a tempo, podendo
ser subjetiva, possuindo menos
verificabilidade e menos precisão.
Perspectiva dos
relatórios
Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o
planejamento, controle e avaliação de
desempenho antes do fato (para impor
metas), acoplada com uma orientação
histórica para avaliar os resultados reais
(para o controle posterior do fato)
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
16
UNIDADE 4
Objetivo: Abordar pontos acerca dos conceitos e utilização da Contabilidade Gerencial, principalmente no tocante à sua visibilidade e independência em relação às outras disciplinas que sustentam o gerenciamento da informação contábil.
Características e Importância
Segundo Sérgio de Iudícibus “a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,
superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos
contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos,
na análise financeira e de balanços etc., numa forma de apresentação e classificação
diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório”.
Anthony (1970), um dos precursores da Contabilidade Gerencial, estabeleceu algumas
características, como: tem múltiplos objetivos; não é governada pelos princípios geralmente
aceitos; é opcional; focaliza segmentos, assim como o "todo do negócio"; dá menos ênfase à
precisão; é parte de outros processos e não um fim em si mesmo.
A Contabilidade Gerencial, como ramo do saber, é de fundamental importância na vida
econômica atual, principalmente nas complexas economias modernas.
Em sentido geral, a Contabilidade Gerencial trata da coleta, apresentação e interpretação
dos fatos econômicos.
E, como sabemos que os recursos são escassos, ela se ocupa de utilizá-los de forma
racional através de um adequado controle dos insumos, com base num confiável sistema de
informação gerencial.
Assim, a Contabilidade Gerencial se utiliza de ferramentas de várias áreas, mas
principalmente da Administração, Economia e da própria Contabilidade, como a parte de
custos, geral e análise contábil.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
17
Caráter de Integração da disciplina
A Contabilidade Gerencial não existe dentro de uma entidade da mesma maneira que existe
a Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Administração Financeira. Em todas
as entidades as aplicações dessas disciplinas são visíveis e, dependendo do porte da
empresa, existem departamentos distintos que são responsáveis por sua execução.
Não é demais lembrar que, no âmbito didático, essas disciplinas são ensinadas
isoladamente. Em função disso, é comum, e até esperado, que o aprendizado dos temas de
cada disciplina seja feito de forma não integrada. Isso quer dizer que, quando o aluno está
aprendendo as técnicas de formação de custo do produto, ele e o professor estão
preocupados exclusivamente com isso. Não há preocupação de integração com as demais
áreas contábeis, e isso se repete com outras técnicas.
Não podemos deixar de anotar que essas disciplinas enfocam as condições para o uso de
suas técnicas no processo administrativo. Acontece que elas não podem enfocar o uso
integrado com outras disciplinas, porque não há possibilidades didáticas para isso. Esse
papel cabe à disciplina de Contabilidade Gerencial.
Contabilidade Gerencial como instrumento de administração
A Contabilidade Gerencial existe ou existirá se houver uma ação que faça com que ela
exista. Uma entidade tem Contabilidade Gerencial se houver dentro dela pessoas que
consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática.
Contabilidade Gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Gerenciamento é
uma ação, um fazer e não um existir. Contabilidade Gerencial significa o uso da
contabilidade como instrumento da administração.
Se temos a Contabilidade, se temos a informação contábil, mas não a usamos no processo
administrativo, no processo gerencial, então não existe gerenciamento contábil, não existe
Contabilidade Gerencial.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
18
Dessa forma, fica claro que a Contabilidade Gerencial deve utilizar-se das técnicas já
desenvolvidas por outras disciplinas, até porque nelas o estudo específico é mais
aprofundado.
Pode parecer absurdo, mas o fato é que até algumas poucas décadas atrás, principalmente
no meio acadêmico brasileiro, era comum encontrarmos resistência quanto à possibilidade
de a Contabilidade Gerencial interferir positivamente na geração de resultados das
empresas.
Talvez pela sua “autonomia” em trabalhar recursos técnicos de outras áreas e se fazer
presente através do uso da informação contábil como ferramenta para administração. Diante
dos fatos, e para que nosso estudo seja compreendido desde sua base original, exercite seu
posicionamento pessoal. Faça-o respondendo às perguntas abaixo; sempre imaginando que
essa compreensão inicial, sem as amarras técnicas de uma ciência exata, será de
fundamental importância para a absorção do conteúdo que veremos ao longo do curso.
1) Você concorda com o grau de “autonomia” conferida à disciplina de Contabilidade
Gerencial? Por quê?
2) A Contabilidade Gerencial existe ou só existirá mediante a “provocação” de uma gestão
que prime pelo gerenciamento da informação contábil?
3) Qual sua opinião sobre a afirmação de que a Contabilidade Gerencial “não é governada
pelos princípios geralmente aceitos”?
4) Manifeste seu pensamento sobre a afirmação: “Contabilidade Gerencial – informação que
cria valor”.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
19
A dúvida é fonte de aprendizado. Ela motiva o aluno a buscar outros conteúdos. Existem
recursos de toda ordem: nos livros, nas bibliotecas on line, etc. Nossa missão é “facilitar” a
absorção do conteúdo proposto, inclusive sanando as eventuais dúvidas existentes ao longo
do curso.
A propósito das dúvidas, também vale a pena consultar os registros já formulados por outros
alunos (perguntas e respostas – elas ajudam a fixar os conhecimentos e contribuem para a
solução das provas).
Incluímos abaixo uma dúvida respondida, a qual encontra paralelo nas unidades já
abordadas:
Características da Contabilidade Gerencial (PERGUNTA)
Prezado Tutor:
O material didático traz citação de Anthony (1970) que diz que "a Contabilidade Gerencial
não é governada pelos princípios geralmente aceitos". O que exatamente isto quer dizer já
que os princípios são os pilares da Contabilidade e a Gerencial um extrato da Geral.
Agradeço a atenção. (28/06/2008)
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
20
Interação (opinião de outro aluno)
Adilson
Segundo CREPALDI (1998, pág. 18), " a contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade
que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de emresas que os auxiliem
em suas funções gerenciais."
A contabilidade gerencial é desregulamentada, ou seja, ela não é dirigida por regras e
princípios fundamentais da contabilidade ou por autoridades governamentais.
Todas as informações levantadas pela contabilidade gerencial são determinadas pela
administração, para satisfazer as necessidades estratégicas e operacionais da empresa.
Segundo ATKINSON (2000, pág. 36), " a contabilidade gerencial é o processo de produzir
informação operacional e financeira para funcionários e administradores."
Adilson, baseado no que diz CREPALDI e ATKINSON, podemos considerar que a
contabilidade gerencial surgiu para auxiliar os administradores nas tomadas de decisões e
todas as informações gerada pela contabilidade gerencial é voltada exclusivamente para
funcionários, administradores e executivos das empresas.
Como todas as informações geradas pela contabilidade gerencial são para as tomadas de
decisões dos administradores, ela não precisa cumprir normas e princípios da contabilidade.
Espero ter colaborado com você e ajudado a esclarecer sua dúvida.
Jailson 28/06/2008
Características da Contabilidade Gerencial (resposta do professor)
Adilson,
Primeiramente cumpre-nos agradecer a valiosa contribuição do colega Jailson. Resta-nos
trazer informações que acrescentam e ensinam sobre o pensamento vigente acerta do
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
21
conceito de Contabilidade Gerencial:
Segundo Sérgio de Iudícibus, "a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,
superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos
contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos,
na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de
detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de
maneira a auxiliar os gerentes em seu processo decisório."
Robert N. AntonY, considerado por muitos como um dos precursores da disciplina de
Contabilidade Gerencial, é bastante sintético em sua caracterização da disciplina: "A
Contabilidade Gerencial, preocupa-se com a informação contábil útil à administração".
Segundo a Associação Nacional dos Contadores do Estados Unidos, através de seu relatório
nº 1A, "Contabilidade Gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação,
análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela
administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para
assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos."
O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da informação contábil como
ferramenta para a administração, utilizando temas de outras disciplinas das áreas de
Ciências Contábeis ou Administração Financeira. Portanto, a afirmação de que a disciplina
não é governada pelos princípios geralmente aceitos não diminui o brilhante papel de
integração multidisciplinar realizado pela Contabilidade Gerencial em nome de uma
melhor gestão empresarial.
Sds,Edmar (jun/08
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
22
(mais uma interação do aluno que construiu a pergunta)
Não tenho dúvida quanto à conceituação da Contabilidade Gerencial e ferramenta auxiliar no
processo de análise e tomada de decisão.
O ponto que quero chegar é em que momento a Contabilidade Gerencial se distancia dos
"princípios geralmente aceitos". Há um conflito entre presupostos da Gerencial com os
"princípios"? Seriam "os princípios" obstáculos para a Gerencial? É este aprofundamento
que quero fazer e, no meu entender, o objetivo de um curso de MBA/pós é ir mais a fundo
nos temas que já foram objeto de estudo nas etapas preliminares de nossa vida acadêmica.
Agradeço as contribuições anteriores e as futuras serão bem-vindas.
Um ótimo dia a todos!!!
Características da Contabilidade Gerencial
(outra interação do professor)
Adilson,
A afirmação é a seguinte: "A contabilidade Gerencial não é governada pelos princípios
geralmente aceitos". Quem tem a primazia de ser governada pelos princípios geralmente
aceitos é a base científica da contabilidade, ou seja, a contabilidade geral na tarefa
sistemática de registrar informações, produzir relatórios (balanço, demonstrativo de
resultados, etc). Aí repousam como extensão da contabilidade todas as escriturações, a
contabilidade de custos, etc... A Contabilidade Gerencial utiliza dessas informações e de
muitas outras; não necessariamente, e apenas, afetas a área contábil (financeira por
exemplo), com o objetivo de voltar-se para a informação que possa ser útil à administração,
isto é, internamente.
Nos EUA, país que primeiro procurou compilar os princípios contábeis, os princípios foram
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
23
vistos durante um certo tempo como as premissas para um Sistema de Certificação e
Avaliação. Posteriormente foram o conjunto de fatores que separaria a contabilidade
americana em duas vertentes: contabilidade financeira (na qual deveria ser observado os
princípios contábeis) e contabilidade gerencial (ramo em que os princípios poderiam não ser
seguidos e que por isso poderia ser melhor traduzida também como administração contábil).
No Brasil, desde que a Lei 6.404/76 incluiu os princípios como matéria legislativa a ser
observada pelos agentes do mercado de capitais, eles são objeto de regulamentação dos
órgãos reguladores oficiais. Ou seja, longe de uma informação gerencial interna, trata-se de
informação baseada em princípios com lastro científico e, acima de tudo, voltada também
para interesses externos (fisco, acionistas, CVM etc).
Sds,Edmar(jul/08).
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
24
UNIDADE 5
Objetivo: Apresentar de forma didática e objetiva o Balanço Social aos nossos alunos, por tratar-se de recurso contemporâneo indispensável para demonstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.
Balanço Social: Características e Formalidades
A partir de 01.01.2006 a Resolução CFC 1003/2004 aprovou a NBC T 15 - Informações de
Natureza Social e Ambiental, tratando especificamente dos procedimentos para
apresentação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar
à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.
As Normas Contábeis são de utilização obrigatória pelas empresas e profissionais,
independentemente do porte empresarial.
Balanço Social é um conjunto de informações demonstrando atividades de uma entidade
privada com a sociedade que a ela está diretamente relacionada, com objetivo de divulgar
sua gestão econômico-social, e sobre o seu relacionamento com a comunidade,
apresentando o resultado de sua responsabilidade social.
Entende-se por informações de natureza social e ambiental:
• A geração e a distribuição de riqueza;
• Os recursos humanos;
• A interação da entidade com o ambiente externo;
• A interação com o meio ambiente.
A primeira tarefa do profissional de contabilidade e finanças para uma adequada formação
de dados para o balanço social é ajustar o plano de contas da entidade.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
25
Quanto mais cedo o fizer, mais facilitada será sua tarefa, já que o incremento de informações
exigidas nem sempre será suprido pelos relatórios internos ou estatísticos das entidades.
Perguntas e Respostas.
1-Quem tem que elaborar o Balanço Social? (Tipo de empresa, porte, etc.)
Resposta: Todas as entidades, independente de porte, que querem demonstrar à sociedade
a sua responsabilidade social, devem divulgar Informações de Natureza Social e Ambiental.
2. As empresas obrigadas a apresentar são somente aquelas que têm alguma atividade com
o social e meio ambiente ou todas independente de ter ou não algum projeto ou ação sócio-
ambiental?
Resposta: Nenhuma empresa/entidade está obrigada a elaborar ou divulgar Informações de
Natureza Social ou Ambiental. Aquela que optar por sua apresentação, deve adotar as regras
estabelecidas pela NBC T 15.
Não compete ao Conselho Federal de Contabilidade obrigar as empresas a elaborarem
Demonstrações, mas somente discipliná-las. De acordo com o item 1.5.1.3. da Resolução
CFC nº 1.003/04: "A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, ora
instituída, quando elaborada, deve evidenciar os dados e as informações de natureza social
e ambiental da entidade, extraídos ou não da contabilidade, de acordo com os procedimentos
determinados por esta norma".
3. A Resolução menciona entidades, isso tem gerado grande dúvida com relação a quem
deve fazer o balanço. O termo entidade na resolução engloba todas as empresas da
iniciativa privada e as entidades sem fins lucrativos?
Resposta: Sim. O Termo entidade foi utilizado no sentido amplo, englobando todas as
unidades com ou sem fins lucrativos.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
26
4. Empresas do segmento de prestação de serviços, terceirizações, comércio, que trabalham
com lucro real e/ou lucro presumido, devem apresentar o balanço?
Resposta: Conforme resposta ao item 2, não há obrigatoriedade; no entanto, as empresas
que optarem por sua apresentação devem adotar as regras estabelecidas pela NBC T 15.
5. Qual o ano que é obrigado a transcrever no Livro Diário as Demonstrações?
Resposta: De acordo com o item 1.5.1.5 da NBC T 15 "a Demonstração de Informações de
Natureza Social e Ambiental deve ser apresentada, para efeito de comparação, com as
informações do exercício atual e do exercício anterior".
6. As empresas, independente do porte ou constituição, deverão publicar o Balanço Social
em jornal ou revista?
Resposta: As empresas poderão divulgar o Balanço Social no veículo habitualmente
adotado para a publicação das demais demonstrações contábeis.
7. Quais as outras formas aceitáveis de divulgação do Balanço Social?
Resposta: Não existe outra forma, a não ser aquela a que se refere a NBC T 15. A entidade
pode, no entanto, divulgar outras informações adicionais que entender relevantes, conforme
o item 1.5.1.3 da NBC T 15: "além das informações contidas no item 1.5.2, a entidade pode
acrescentar ou detalhar outras que julgar relevantes".
O CFC, por meio dos Conselhos Regionais, exercerá fiscalização sobre as divulgações? E
também sobre o Contabilista e/ou Auditores envolvidos nos trabalhos?
Resposta: Sim, de acordo como processo de fiscalização das demais demonstrações
contábeis. Inclui também os profissionais envolvidos no trabalho, em função da própria
demonstração.
9. Como se dará a fiscalização?
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
27
Resposta: De acordo com os procedimentos fiscalizatórios adotados pelos Conselhos
Regionais de Contabilidade que tem por obrigação legal fiscalizar o Exercício Profissional.
As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser assinadas
por Contabilista e auditadas por Auditor Independente?
Respostas: As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser
assinadas por Contabilista e auditadas por Auditor Independente, "A Demonstração de
Informações de natureza Social e Ambiental deve ser objeto de revisão por auditor
independente, a ser publicada como relatório deste, quando a entidade for submetida a esse
procedimento".
Conselho Federal de Contabilidade, Resolução CFC 1003/2004
www.cfc.org.br
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
28
Contabilidade Ambiental:
Há uma consciência quase que universal que os recursos naturais são limitados, e não
podem mais ser desperdiçados, sob pena de comprometimento do equilíbrio ecológico de
nosso planeta. Diante dessa constatação vamos refletir sobre este tema:
1 – Em que consiste a Contabilidade Ambiental e qual seu objetivo precípuo?
2 – No mundo contemporâneo, qual o papel do profissional contábil na orientação às
empresas sobre as atitudes responsáveis diante da realidade ambiental?
3 – Levantemos algumas vantagens da utilização da Contabilidade Ambiental, principalmente
considerando que a utilização racional dos recursos ambientais constitui fator de geração de
riqueza econômica.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
29
UNIDADE 6
Objetivo: Apresentar as características fundamentais do balanço patrimonial e seus registros, segundo o grau de liquidez do ativo e a exigibilidade do passivo.
ANÁLISE PATRIMONIAL
A base patrimonial de uma organização empresarial é constituída de bens direitos e
obrigações. Para fazermos uma análise patrimonial de uma organização, inicialmente,
precisamos ter uma contabilidade confiável e dispor de seus principais demonstrativos. Neste
caso, estamos nos referindo aos dois principais demonstrativos: Balanço Patrimonial e o
Demonstrativo de Resultados.
Balanço Patrimonial
Ativo:
O primeiro e mais importante demonstrativo é o Balanço Patrimonial. Ele representa uma
fotografia da empresa num dado momento e seus elementos são as contas, cuja
nomenclatura têm variação de acordo com o tipo de atividade desenvolvida. Os bens e
direitos são os elementos positivos ou ativos e as obrigações, os negativos ou passivos.
O Ativo é constituído por três grupos de contas: o Circulante, o Realizável em Longo Prazo e
o Permanente. As contas do ativo são agrupadas de acordo com a sua rapidez de conversão
em dinheiro, ou seja, de acordo com o seu grau de liquidez.
Assim, agrupamos em primeiro lugar as contas que já são dinheiro (na ordem decrescente
de liquidez – do maior para o menor), a seguir aquelas que se converterão em dinheiro
rapidamente (títulos a receber, estoques, etc.). A este grupo de contas denominamos de
circulante.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
30
Em segundo lugar, serão agrupadas as contas que serão transformadas em dinheiro mais
lentamente. São ativos de menor grau de liquidez. A este grupo denominamos de ativo
realizável em longo prazo.
Em terceiro lugar, serão agrupados os itens que dificilmente serão transformados em
dinheiro, que não são vendidos, mas utilizados como meio de consecução dos objetivos
operacionais da empresa.
Outra característica desse grupo é que são itens utilizados pela empresa por vários anos -
vida útil longa - (prédios, veículos, máquinas, etc.), por isso são denominados de ativo
permanente.
O Ativo Permanente se subdivide em: Investimentos, Imobilizado, Diferido e Intangível.
• O subgrupo Investimento é constituído pelas contas representativas dos bens e
direitos por participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer
natureza, não classificáveis no ativo circulante, que não se destinam à manutenção da
atividade da sociedade. Como exemplo, temos: Participações em coligadas, obras de
arte, imóveis de renda, etc.
• O subgrupo Imobilizado é constituído das contas de bens e direitos necessários à
manutenção das atividades produtivas da companhia, tais como: máquinas,
equipamentos, veículos, imóveis de uso, móveis e utensílios, depreciação, etc.
• O Diferido compreende as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para
a formação do resultado em mais de um exercício social, como as despesas incorridas
na fase pré-operacional, gastos com reorganização administrativa, despesas com
pesquisas científicas ou tecnológicas, etc.
• Por fim, os Intangíveis. O termo tangível significa, literalmente, “perceptível ao toque”,
capaz de ser possuído ou realizado. Intangível, é um ativo de capital que não tem
existência física, cujo valor é limitado pelos direitos e benefícios que antecipadamente
sua posse confere ao proprietário. Exemplos: Marcas e patentes, direitos de autor,
franquias.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
31
Passivo:
No Passivo, as contas são dispostas pelo grau decrescente de exigibilidade, isto é, das
obrigações mais exigíveis para as menos exigíveis. Subdivide-se em quatro grupos:
Circulante; Exigível em Longo Prazo; Resultados de Exercícios Futuros (REF); e o
Patrimônio Líquido.
• No Passivo Circulante encontram-se as obrigações ou dívidas de curto prazo, ou seja,
são as obrigações vencíveis até o final do exercício seguinte ao do levantamento do
balanço. Como exemplo, temos: fornecedores, empréstimos, impostos a recolher,
salários e encargos a pagar, etc.
• No Exigível em Longo Prazo estão as obrigações de longo prazo, com vencimento
após o término do exercício social seguinte ao do levantamento do Balanço (as
contas de sócios, acionistas, administradores, mesmo com data de curto prazo,
permanecerão nesse subgrupo).
• Resultados de Exercícios futuros representam receitas de exercícios futuros
diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. São raras e mais
facilmente encontradas em empresas de construção civil. Na verdade, são lucros que
só constarão do Resultado mais à frente.
• O Patrimônio Líquido ou Capital Próprio representa os recursos líquidos pertencentes
à empresa. É a diferença entre os valores que compõem o Ativo e o Passivo Exigível
e os Resultados de Exercícios Futuros. Temos os seguintes subgrupos: Capital Social,
Reservas, Lucros ou Prejuízos Acumulados, e as Contas Retificadoras.
O Capital Social subdivide-se em Subscrito, que é o compromisso assumido pelos sócios ou
acionistas; em Realizado, que é o que efetivamente foi pago pelos sócios ou acionistas; em
Capital a Realizar, que é a parcela do compromisso assumido pelos sócios e ainda não
quitada.
As Reservas são as parcelas do patrimônio líquido que excedem o valor do capital social
integralizado e se subdividem em Reservas de Lucros, de Capital e de Reavaliação (A Lei
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
32
11.638/2007 substitui a “Reserva de Reavaliação” pela conta “Ajustes de Avaliação
Patrimonial”).
As de Lucros são obtidas pela apropriação de lucros da companhia, por exigência legal,
estatutária ou outras razões (contingências). As de Capital são contribuições oriundas de
proprietários ou de terceiros, que nada têm a ver com receitas ou ganhos. Os Lucros
Acumulados ficam em destaque legalmente, mas enquanto não distribuídos podem ser
considerados reservas de lucros.
As Contas Retificadoras ou Redutoras do Patrimônio Líquido, como o próprio nome diz,
reduzem o Patrimônio Líquido (PL). Por exemplo: o capital social a realizar; ações em
tesouraria (são ações emitidas pela empresa e por ela readquiridas, etc.).
A seguir, uma demonstração do Balanço Patrimonial:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
- Ativo Circulante - Passivo Circulante
- Ativo Realizável em Longo Prazo - Passivo Exigível em Longo Prazo
- Ativo Permanente - Resultado de Exercícios Futuros
- Investimentos - Patrimônio Líquido
- Imobilizado - Capital Social
- Diferido - Reservas
- Lucros (ou Prejuízos) Acumulados
- Contas Retificadoras
TOTAL X TOTAL X
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
33
Nas organizações ocorrem, diariamente, inúmeros fatos contábeis e esses provocam
alterações no Balanço da empresa. Essas alterações são registradas mantendo-se o
princípio da Igualdade Contábil. Para verificarmos isto, vamos supor o seguinte Balanço
Patrimonial:
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Caixa........................$ 2.000 Dívidas de Curto Prazo........$ 1.200
Automóvel...............$ 3.200 Impostos a Pagar..................$ 150
Móveis....................$ 1.500 Dívidas de Longo Prazo.......$ 6.000
Imóveis....................$ 30.000 Patrimônio Líquido...............$ 29.350
TOTAL $ 36.700 TOTAL $ 36.700
1º Caso: aquisição de outro automóvel à vista, no valor de $ 1.000; nesse caso, o dinheiro
sai do Caixa, ficando a mesmo com $ 1.000, e vai para a Conta automóvel, que fica com $
4.200, ou seja, o ativo não se alterou. Esse fato é chamado de permutativo.
2º Caso: aquisição de equipamentos a prazo no valor de $ 500, nesse caso teremos
aumento do Ativo, com a Conta equipamentos $ 500, mas também do Passivo, com o
aparecimento de uma obrigação como duplicatas a pagar $ 500. Essa alteração é
compensativa, pois altera o Ativo e o Passivo, mas não altera o Patrimônio Líquido.
3º Caso: pagamento de multas no valor de $ 50. Esse fato reduz o caixa, assim como o
Patrimônio Líquido, pois é considerado uma despesa. Logo, é uma alteração modificativa
diminutiva.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
34
4º Caso: recebimento de aluguel de imóvel no valor de $ 200. É considerada uma receita de
$ 200 que aumentará o caixa, assim como o Patrimônio Líquido no valor de $ 200. Esse fato
é uma alteração modificativa aumentativa.
5º Caso: venda de um imóvel que custou $ 10.000 por $ 15.000. Nesse caso temos uma
receita de $ 15.000 e uma despesa de $ 10.000, que corresponde ao custo da mercadoria.
Nesse caso, o Patrimônio Líquido sofreu uma variação positiva de $ 5.000.
- Receita de vendas $ 15.000
- Custo da mercadoria vendida $(10.000)
________
$ 5.000
Esse fato é chamado misto, pois combina as alterações anteriores. Na prática, são os mais
comuns e podem ser aumentativos (receitas) ou diminutivos (despesas), conforme o
Patrimônio Líquido aumente ou diminua.
Com isso verificamos um pouco do mecanismo dos fatos contábeis. A partir deles, teremos
uma visão do que está ocorrendo nas empresas, principalmente no Patrimônio Líquido.
Fazendo-se uma análise parcial do Balanço, a partir de seus grupos Ativo, Passivo e
Patrimônio Líquido é possível saber, superficialmente, a situação da empresa, apenas
através do seu Patrimônio Líquido:
Uma empresa ao apresentar seu Patrimônio Líquido, e se viermos a chamá-lo de PL positivo
ou maior que zero, demonstra ter um Ativo (bens e direitos) maior que o Passivo
(obrigações), logo, revela a existência de riqueza própria.
Uma situação de "Passivo a Descoberto" revela que as obrigações foram maiores que o
Ativo, ou seja, o Patrimônio Líquido está negativo e a empresa se encontra em má situação.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
35
Uma empresa que apresenta seu Ativo igual ao Passivo Exigível encontra-se numa situação
nula ou de equilíbrio aparente, revelando que a mesma possui bens a sua disposição, mas
os deve pagar totalmente ou situação de inexistência de riqueza (PL = 0).
Existem outras situações, como: a plena, na qual a empresa não apresenta obrigações; e a
de inexistência de ativos; entretanto, ambas são raras.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
36
UNIDADE 7
Objetivos: Destacar o enfoque da Lei 11.638/2007 no que diz respeito obrigatoriedade de publicação das demonstrações contábeis.
OBRIGATORIEDADE NAS Demonstrações Contábeis
Segundo o Art. 176 da Lei Societária, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:
I. Balanço Patrimonial (BP);
II. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
III. Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE);
IV. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
V. Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
As demonstrações referidas nos itens IV e V poderão ser divulgadas, em relação aos
exercícios encerrados em 2008, sem a indicação dos valores correspondentes ao exercício
anterior. Ou seja, a demonstração dos fluxos de caixa - DFC, por exemplo, poderá ser
apresentado, em 31.12.2008, sem o comparativo com o ano anterior (31.12.2007). Já em
relação ao exercício encerrado em 31.12.2009, este deverá ter o comparativo com o DFC de
31.12.2008.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
37
EMPRESAS DE GranDE PORTE - EXERCÍCIOS ENCERRADOS A PARTIR DE 01.01.08
O Art. 3º da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, determina que se aplique às
sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por
ações, as disposições da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Isto sobre escrituração,
elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria independente, por
auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.
Para os efeitos desta determinação, considera-se de grande porte, a sociedade ou conjunto
de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior
a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior
a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).
Desta forma, as demonstrações financeiras das sociedades limitadas de grande porte
devem, doravante, obedecer aos ditames da Lei 6.404/1976, dos exercícios sociais
encerrados a partir de 2008.
Restam dúvidas sobre a obrigatoriedade de publicação dos balanços e demonstrações
financeiras (tanto no Diário Oficial como em um jornal de grande circulação) para
as sociedades limitadas de grande porte. Isto porque o texto da Lei nº 11.638/2007
expressamente obriga à "escrituração e elaboração de demonstrações financeiras", não
mencionando a palavra "publicação".
Desta forma, salvo legislação futura em contrário, entende-se que as normas publicadas na
Lei 11.638 são restritivas, ou seja, não permitem concluir que a publicação precise ser
realizada, para as sociedades limitadas.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
38
Atenção: As bancas examinadoras de concursos públicos têm cobrado algumas mudanças
abordadas pela Lei 11.638/07. Apesar da existência de algumas transitoriedades na sua
aplicação, previstas na própria Lei, a sua vigência é válida e a inobservância desses pontos
pode incorrer na perda de pontos valiosos para os menos atentos.
Informação & Tecnologia
Nota fiscal eletrônica e a gestão contábil
Uma verdadeira revolução silenciosa ocorre nos procedimentos das empresas e seu
relacionamento com o fisco: a implantação da nota fiscal eletrônica, que substitui a Nota
Fiscal modelo 1 ou 1-A, pelos contribuintes do IPI e/ou ICMS. Várias prefeituras também já
estão utilizando a versão eletrônica para os contribuintes do ISS.
Com a sigla "NF-e", foi implementada pelo *Ajuste SINIEF 7/2005, vigorando de forma
obrigatória para determinados setores empresariais e facultativa para os demais. Prevê-se
que, nos próximos anos, sua obrigatoriedade vá se estender a todos os contribuintes.
E o que isso tem a ver com a contabilidade? Tudo. Pois as facilidades previstas pelo novo
sistema podem agilizar os procedimentos contábeis, principalmente no tocante aos registros
pertinentes e na economia de tempo com arquivamentos e localização de documentos.
Os principais benefícios da utilização da NF-e para as empresas serão:
• Redução de custos de impressão;
• Redução de custos de aquisição de papel;
• Redução de custos de envio do documento fiscal
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
39
• Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais;
• Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF;
• Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira;
• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B).
Mas além destes benefícios, as empresas adquirentes de mercadorias terão facilidades pela:
• Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias;
• Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF
e;
• Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais;
• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B).
Ou seja, o grande ganho será decorrente da integração do sistema NF-e com o sistema
contábil e fiscal das empresas, facilitando em muito o trabalho dos contabilistas. Obviamente,
tais vantagens são potenciais, ou seja, o gestor contábil precisará planejar e adequar tais
situações, prevendo mudanças de rotinas e procedimentos, para que os ganhos de
produtividade ocorram na escala desejada.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
40
Veja também outros artigos relacionados a este assunto:
*Ajuste SINIEF 7?2005:
http://www.portaltributario.com.br/legislacao/convenios/ajustesinief7_2005.htm
Como funciona a Nota Fiscal Eletrônica:
http://www.portaltributario.com.br/guia/notafiscaleletronica.htm
SPED Contábil:
http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/sped.htm=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
41
UNIDADE 8
Objetivo: Destacar a dinâmica do demonstrativo em revelar o lucro ou prejuízo da empresa. Seu estudo é oportuno e cumpre demonstrar os componentes que permitiram alcançar o resultado.
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO
A demonstração do resultado do exercício, conforme o próprio nome sugere, demonstra o
resultado obtido pela empresa no período, isto é, o lucro ou prejuízo.
É importante notar que, enquanto o Balanço Patrimonial representa a posição da empresa
em determinado momento, a Demonstração do Resultado acumula as receitas, os custos e
as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando
conhecermos seus componentes principais.
O resultado de uma empresa para um exercício pode ser definido por:
"A diferença entre as Receitas auferidas durante o exercício e as Despesas
incorridas, que contribuíram para a formação de tais Receitas, ao longo do
mesmo exercício."
A seguir, temos um Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), correspondente aos
utilizados nas práticas atuais. Segundo a Escola Americana, os resultados são organizados
em uma única coluna, com diversos saldos parciais destacados, segundo o interesse
gerencial.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
42
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
RECEITA BRUTA DE PRODUTOS E SERVIÇOS $ XX
(-) Impostos faturados (XX)
(-) Abatimentos e Devoluções (XX)
= RECEITA LÍQUIDA DE PRODUTOS E SERVIÇOS XX
(-) Custo Produtos e Serviços Vendidos (XX)
= LUCRO BRUTO XX
(-) Despesas operacionais (XX)
(-) Depreciações e Amortizações (XX)
= LUCRO DA ATIVIDADE XX
(+/-) Resultado Financeiro XX
(-) Despesa com Contas Incobráveis (XX)
= LUCRO OPERACIONAL XX
(+) Receitas Não Operacionais XX
(-) Despesas Não Operacionais (XX)
= LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) XX
(-) Compensação de Prejuízos Acumulados (XX)
(-) Provisão para Imposto de Renda (XX)
= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO XX
(-) Participações Estatutárias (XX)
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
43
(-) Reserva Legal (XX)
= LUCRO DO EXERCÍCIO (À DISPOSIÇÃO DOS ACIONISTAS) XX
(-) Provisão para Dividendos (XX)
= RESULTADO APÓS DISTRIBUIÇÃO (LUCROS RETIDOS) XX
Tratando-se de uma empresa comercial, temos que a Receita Bruta consiste no conjunto de
vendas à vista e a prazo, durante o exercício; para formar a RECEITA LÍQUIDA, os
descontos e as devoluções são abatidos da receita, assim como os impostos incidentes
sobre a mercadoria (ICMS, ISS, IPI) e diversos outros, de acordo com a atividade
econômica. O Lucro Bruto é a diferença entre a Receita e o Custo das mercadorias vendidas.
O LUCRO DA ATIVIDADE passou a ser indicado com maior freqüência a partir de 1996,
abatendo-se do lucro bruto o custo operacional da loja. Neste caso, são incluídos os salários
dos vendedores, impostos sobre a folha de pagamento, benefícios sociais diversos, aluguel,
contas de luz, telefone, condomínio, imposto predial, material de embalagem, despesas com
propaganda e marketing, etc. Se o Lucro da Atividade não for indicado, o mais importante
será o Lucro Operacional.
O LUCRO OPERACIONAL é obtido através das receitas e despesas financeiras, perdas com
o não recebimento de vendas feitas a prazo, etc.
O LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) é obtido a partir de itens não
operacionais, ou seja, não ligados ao objeto da empresa, como exemplo: venda de itens
obsoletos, aluguel de espaços ociosos, etc.
O RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO é obtido do LAIR após deduzir o Imposto de
Renda. A compensação de prejuízos que a empresa tenha tido em passado recente leva ao
Imposto de Renda se calculado sobre um lucro menor.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
44
A Provisão para imposto de renda é uma estimativa que as empresas fazem do imposto
incidente sobre os lucros do período. Trata-se de uma estimativa, já que seu valor exato só é
determinado no decorrer do ano seguinte, com o preenchimento de formulários específicos
da Receita Federal.
O LUCRO DO EXERCÍCIO à disposição dos acionistas é obtido deduzindo-se as
Participações Estatutárias, a Reserva Legal e outras Reservas. As Estatutárias são as
participações de empregados, diretores estabelecidos no estatuto da empresa. A Reserva
Legal retém 5 % do lucro.
O RESULTADO APÓS A DISTRIBUIÇÃO indica o aumento do Patrimônio Líquido após a
dedução dos dividendos.
A seguir, vamos analisar duas firmas através de seus demonstrativos:
Firma A Firma B
Receita de Vendas $ 20 $ 20
(-) Custo Produtos Vendidos (13) (22)
= Lucro Bruto 7 (2)
(-) Despesas Operacionais (10) (1)
= Prejuízo do Exercício (3) (3)
Conclusão: embora as firmas tenham terminado o exercício com receitas e prejuízos iguais,
a Firma A, em princípio, encontra-se em uma situação menos grave, pois seu prejuízo é
decorrente das despesas operacionais em excesso, o que pode ser mais facilmente resolvido
com ações administrativas enérgicas. Já a Firma B demonstra que o seu prejuízo é
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
45
decorrente de um alto custo dos produtos, o que implica numa solução mais complexa de ser
resolvida.
OBSERVAÇÃO: o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) nas empresas comerciais é
obtido por meio de um demonstrativo auxiliar, qual seja:
Estoque Inicial $ XX
+ Compras Realizadas XX
= Estoque Disponível XX
(-) Estoque Final (XX)
= Custo das Mercadorias Vendidas XX
ATENÇÃO: Invariavelmente a Demonstração de Resultados constitui ferramenta gerencial de
grande valor para o gestor financeiro. Seja no cotidiano profissional ou no ambiente
acadêmico as cobranças (exemplo: concursos) este demonstrativo exerce supremacia pelo
seu alcance na identificação do resultado das empresas.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
46
A partir dos conhecimentos pronunciados na Unidade 7, busque informações “reais” de uma
empresa (pode ser uma microempresa) em jornais, revistas ou qualquer outra publicação e,
com base no MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO, monte a
referida demonstração e apure o resultado da empresa escolhida.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
47
LíquidoPatrimônio
100 x Renda de Imposto do Antes Final Lucro Próprio capital do adeRentabilid =
UNIDADE 9
Objetivo: Responder algumas questões como: o que é um índice financeiro; como calcular um índice financeiro; como interpretar um índice financeiro; como utilizar um índice financeiro e a importância de cada um dos índices analisados.
ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS
Após estudar alguns demonstrativos, conveniente ver alguns índicadores, como:
Rentabilidade
A rentabilidade do capital próprio ou remuneração do capital dos proprietários
na empresa deve ser maior que os juros de mercado, se o capital fosse
emprestado.
O capital próprio, como já foi visto anteriormente, é o patrimônio líquido, que é constituído de
capital realizado, reservas de capital, de reavaliação, de lucros e dos lucros ou prejuízos
acumulados.
Cálculo da rentabilidade do capital próprio:
O cálculo da Rentabilidade do capital próprio baseando-se no capital próprio inicial, final,
médio aritmético:
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
48
1. Capital próprio inicial ou patrimônio líquido no início do exercício
Sendo TRi = taxa de rentabilidade inicial
LFa = lucro final antes do imposto de renda
PLi = patrimônio líquido inicial
2. Capital próprio final ou patrimônio líquido no final do exercício
Sendo F = final.
3. Capital próprio médio aritmético, isto é, o patrimônio líquido inicial mais o final dividido
por dois.
Endividamento total
Demonstra o grau de endividamento do ativo com o capital de terceiros. Quanto mais
próximo de 1, maior o endividamento com terceiros. Quanto mais próximo de Zero, significa
uma relativa autonomia financeira ou baixo endividamento total.
PLi
100 x LFa TRi =
F
F
PL
100 x LFa TR =
2
P P
100 x L T
LFLi
FaRm
+=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
49
Cálculo do Endividamento Total (ET):
Sendo o Passivo Total igual ao Passivo Circulante mais o Exigível em Longo Prazo.
Garantia de Capital de Terceiros
O capital de terceiros é representado pelo Passivo Total (circulante e exigível em longo
prazo) que são obrigações ou dívidas. A relação entre o Patrimônio Líquido (capital próprio) e
o Passivo Total indica a capacidade financeira da empresa de garantir as obrigações
contraídas com terceiros.
O cálculo:
O resultado do GT demonstra a proporção de recursos próprios aplicados para cada unidade
de recursos obtidos de terceiros. O GT alto corresponde a um baixo endividamento total e
vice-versa, ou seja, um baixo GT indica um alto endividamento.
Total Ativo
Total Passivo ET =
PT
PL GT
ou
Total Passivo
Líquido Patrimônio Terceiros de Capital de Garantia
=
=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
50
Imobilização do Capital Próprio
Os bens e direitos que compõem o ativo permanente devem ser financiados (é o que se
recomenda) por recursos próprios. Ou seja, o Patrimônio Líquido deve ser plenamente
suficiente para financiamento dos bens e direitos do Ativo Permanente.
O resultado indica o percentual de recursos dos proprietários destinado aos bens e direitos
do Ativo Permanente. Quanto menor for o grau de imobilização do Capital Próprio, melhor a
posição financeira (Capital Circulante).
Observação: quando for possível identificar os recursos obtidos de terceiros amortizáveis em
longo prazo, aplicados na aquisição de bens e direitos do Ativo Permanente (ou seja, o
exigível em longo prazo vinculado ao Ativo Permanente) usa-se outra fórmula, qual seja:
PL
AP ICP
ou
Líquido Patrimônio
Permanente Ativo Próprio Capital do ãoImobilizaç
=
=
PL
ELP - AP ICP =
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
51
Liquidez Geral
Mede a capacidade financeira da empresa (curto e longo prazos) em sentido amplo.
O resultado representa a relação da capacidade financeira para cada unidade de obrigações.
Indicadores de Velocidade para Análise Financeira
ROTAÇÃO DE VALORES CIRCULANTES
1. Rotação do Capital Circulante Líquido: número de vezes do capital circulante líquido
em função das vendas.
ELP PC
RLP AC LG
ou
Prazo Longo a Exigível Passivo Circulante Passivo
Prazo Longo a Realizável Ativo Circulante Ativo Geral Liquidez
+
+=
+
+=
período) do final e (início
Líquido Circulante Capital do Média
Brutas Vendas Líquido Circulante Capital do Rotação
2
CLp CLi
VB RCL
=
==>+
=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
52
Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante
ou
CCL = AC - PC
Observação: dividindo-se o número de dias do ano (360) pelo indicador de rotação, temos o
prazo médio de reposição dos valores circulantes:
Exemplo: se o grau fosse 2,53, então o prazo médio de reposição dos valores circulantes
seria 360 / 2,53 = 142 dias para repor o capital circulante líquido.
� O ideal é menor prazo médio e maior grau de rotação.
2. Rotação do Estoque de Matérias Primas.
A meta é um maior grau de rotação e um menor prazo médio.
rotação) de(grau r
360 PM =
primas-matérias de estoques dos reposição de médio Prazo Rotação
360 PM
final prima-matéria de Estoque EMPf
inicial prima-matéria de Estoque EMPi
primas-matérias de Consumo CMP
2
EMPf EMPi
CMP REMP
==>=
=
=
=
+=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
53
3. Rotação da produção em processo ou Rotação do Estoque de Produtos em
Elaboração.
Rotação do Estoque de Produtos em Elaboração = Custo de Produção dividido pela média
dos Estoques de Produtos em Elaboração inicial e final.
Meta � maior rotação e menor prazo de reposição.
4. Rotação de Estoque de Produtos Elaborados
2
EPCf EPCi
CP REPC
+=
Rotação deGrau
360 Reposição de médio) PM(prazo =
2
EPEf EPEi
CPV REPE
Elaborados Produtos de
Final e Inicial Estoques dos Média
Vendidos Produtos dos Custo Elaborados Produtos de Estoque de Rotação
+=
=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
54
Meta � menor prazo médio e maior grau de rotação.
5. Rotação das Contas a Receber
É a relação entre as vendas a prazo com as contas a receber.
Vendas a prazo = Venda Total - Venda à Vista
• VB = vendas totais
• VV = vendas à vista
• CRi = contas a receber inicial
• CRf = contas a receber final
Rotação deGrau
dias 360 Reposição de PM =
final) e (inicial
Receber a Contas
das Médio Saldo
Prazo a Vendas Receber a Contas das Rotação
ou
2
CRf CRi
VV - VB RCR
=
+=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
55
PM � indica o prazo médio de recebimento das contas a receber.
Observação: o prazo médio de conta a receber NÃO pode ser maior do que o prazo médio
de financiamento de vendas, pois significará que a empresa não está recebendo em dia suas
duplicatas e há muitos inadimplentes.
Cálculo do prazo médio de financiamento das vendas:
Vendas: Vendas a prazo:
30 dias � 1.000
60 dias � 2.500
120 dias � 3.700
_______________
7.200
Rotação deGrau
dias 360 PM =
dias 4,17 7.200
1.000 x dias 30 dias 30 ===>
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
56
Prazo Médio de Financiamento = 4,17 + 20,83 + 61,67 = 86,67 dias
6. Rotação de Crédito de Fornecedores (contas a pagar)
Calcula-se, primeiramente, a rotação para obter depois o prazo médio de crédito com
fornecedores, isto é, o prazo médio de contas a pagar.
dias 20,83 7.200
2.500 x dias 60 dias 60 ===>
dias 61,67 7.200
3.700 x dias 120 dias 120 ===>
esfornecedor a créditos de
final e inicial saldo o entre Média
prazo a Compras esFornecedor de Créditos de Rotação
2
CFf CFi
C RCF
=
+=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
57
O Prazo Médio:
Meta� menor grau de rotação e maior prazo médio.
Observação: comparando-se o prazo médio de recebimento de contas a receber é de boa
política financeira que o prazo médio (PM) de pagamento aos fornecedores seja maior do
que o prazo médio (PM) de recebimento de contas a receber.
Porque numa empresa o descasamento de prazos pode denunciar dificuldades financeiras?
Que artifício uma empresa poderia adotar para melhorar o índice de participação de capitais
de terceiros, sem que tenha havido aporte de capital pelos sócios, geração de lucro ou
pagamento de dívida?
Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de recebimento das compras e prazo
médio de financiamento das vendas?
Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de recebimentos das compras com
prazo médio de pagamento a fornecedores?
Rotação deGrau
360 PM =
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
58
UNIDADE 10
Objetivo: Cumpre retratar os métodos de análise vertical e horizontal, como contribuição na interpretação da estrutura e tendências dos números de uma empresa, além de conjugar esforços auxiliares na análise dos índices financeiros e no dimensionamento nos riscos de uma empresa.
ANÁLISE DE BALANÇO PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
A análise financeira e de balanços impõe alguma dificuldade na sua
compreensão, o que acaba por recomendar certo grau de maturidade ao
contador gerencial.
Existem vários indicadores, entretanto, o ideal é escolher alguns índices e
quocientes, procurando compará-los de período a período com padrões
préestabelecidos para se tentar, a partir daí, ter uma idéia mais apurada de quais problemas
merecem uma investigação maior.
A análise financeira e de balanços deve ser entendida dentro de suas possibilidades e
limitações, pois, devidamente manuseada, além de apontar os problemas, ela pode se tornar
um poderoso painel de controle da administração.
Os balanços, para efeito de análise, devem ser os mais resumidos possíveis, e as áreas-
problema devem ser analisadas com maior profundidade.
A análise vertical e a horizontal devem ser utilizadas conjuntamente. Elas são mais
detalhadas e envolvem todos os itens das demonstrações, revelando algumas dificuldades
nas empresas.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
59
Análise Vertical (ou análise por coeficientes)
Compara cada elemento do conjunto em relação ao total do conjunto, evidenciando a
porcentagem de participação de cada elemento no conjunto.
Mede a participação percentual de contas, subgrupos, ou grupos de contas em relação ao
Ativo (ou Passivo) Total ou a Receita (Bruta ou Líquida) Total.
Fórmula geral:
Análise Horizontal (ou da evolução)
Analisa a evolução das contas, subgrupos e grupos de contas dos Demonstrativos
Financeiros num determinado período de tempo.
Evolução nominal � considera a evolução da conta em relação ao período base.
Evolução real � desconta os efeitos da inflação.
Fórmula geral:
Analítico eCoeficient 100 x Total Passivoou Ativo
contas de grupoou subgrupo Conta,=
base)-(ano 100) (índice base-período 19X0
(ano) série da períodoqualquer 19XN
100 x 19X0 em grupoou subgrupo conta, daValor
19XN em grupoou subgrupo conta, daValor
==
=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
60
Observe através do exemplo abaixo a evolução dos grupos do ativo em relação ao Ativo
Total:
Empresa Beta S.A
19X6 % 19X7 % 19X8 % 19X9 %
DISPONIBILIDADES 20 6 15 3,5 10 2 8 1,5
RECEBÍVEIS A CURTO 90 27 85 20 20 5 22 4
ESTOQUES 60 18 80 19 110 25 130 24
RECEBÍVEIS A LONGO 10 3 20 5 25 6 30 6
IMOBILIZADO 150 44 200 48 250 57 300 56
INVESTIMENTOS 5 1 15 3,5 15 3 30 6
MISCELÂNEOS 3 1 5 1 10 2 12 2,5
ATIVO TOTAL 338 100 420 100 440 10
0
532 100
Observações a partir da tabela:
• O Ativo Total teve acréscimos de 24 % entre 19X6 e 19X7. De 5 % de 19X7 a 19X8.
De 21 % de 19X8 a 19X9;
• Houve diminuição da participação do Disponível sobre o Ativo Total, o que pode ser
considerado bom;
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
61
• Os estoques sofrem acréscimo de 18 % para 19 % e para 25 % em 19X8,
decrescendo em 19X9 para 24 %, porém acima do nível inicial. Seria recomendável
uma investigação maior sobre o item estoques;
• Os Recebíveis em curto prazo diminuem bastante de 19X6 a 19X7, de 27 % para 20
% e sofrem um decréscimo brutal em 19X8, que deve ter as causas investigadas. Em
19X9 mantêm-se baixos;
• Em compensação, a empresa transferiu recursos para investimento em Imobilizado,
que aumentou sua participação de 44 % em 19X6 para 48 % em 19X7 e 57 % em
19X8, mantendo-se estável em 19X9;
• Observa-se que a empresa está queimando investimentos em dinheiro e recebíveis
para investir em estoques e imobilizado;
• Essas indagações suscitadas pelas análises vertical e horizontal só poderão ser
melhor respondidas em um estágio mais avançado da análise.
No demonstrativo operacional, a análise vertical cumpre sua maior utilidade:
Empresa Beta S.A.
DEMONSTRATIVOS OPERACIONAIS (DRs)
19X8 19X9
Vendas
385 100 % 520 100 %
(-) Custos das
vendas
193 50 % 244 47 %
= Lucro com 192 50 % 276 53 %
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
62
mercadorias
(-) Despesas
operacionais
Salários
80 65 % 115 65 %
Depreciações
10 8 % 15 8 %
Impostos
8 6 % 12 7 %
Outras
25 21 % 123 32 % 36 20 % 178 34 %
= Lucro
operacional
69 18 % 98 19 %
(-) Despesas
financeiras
10 3 % 36 7 %
= Lucro AIR
59 15 % 62 12 %
(-) Provisão para
Imposto de Renda
9 2 % 12 2 %
= Lucro líquido $ 50 13 % $ 50 10 %
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
63
Através da análise vertical percebemos que o item Lucro Operacional se manteve e até
melhorou o desempenho em relação a 19X8. O custo das vendas, que era 50 % das
mesmas, diminuiu para 47 %, aumentando a participação do lucro nas vendas. Entretanto, as
Despesas Operacionais aumentaram, passando de 32 % para 34 %.
No item Despesas Financeiras, verifica-se o fator primordial que fará o desempenho da
empresa empobrecer, pelo menos no DR. Passaram de 3 % para 7 % das vendas, bastante
alta, mas não alarmante.
Quais os motivos dessa mudança?
É preciso investigar com profundidade, para que se possa alterar. A queda nesse item afeta
todos os demais. Por exemplo: o lucro líquido de 13 % sobre as vendas passa para 10 %.
Assim, a análise de balanços revela mais áreas de problemas a serem investigadas do que
soluções. Entretanto, cabe ao Contador Gerencial discernir com acuidade os fatores que
motivaram certo comportamento e apontá-los ao Diretor Financeiro.
Abaixo, um exemplo de análise horizontal e vertical da Empresa Alfa S.A.
ANÁLISE HORIZONTAL
Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada, da Empresa Alfa S.A.
CONTAS EXERCÍCIO
x1
EXERCÍCIO
x2
EXERCÍCIO
x3
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.071.225 1.408.625 1.522.334
(-) CUSTO DE MERCADORIAS,
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
64
PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (450.000) (600.000) (640.000)
(=) LUCRO BRUTO 621.225 808.625 882.334
(-) DESPESAS OPERACIONAIS -- -- --
Despesas com vendas (144.450) (166.700) (185.300)
Despesas gerais e administrativas (257.310) (286.550) (315.030)
Outras despesa operacionais (9.000) (12.000) (17.500)
(+) OUTRAS RECEITAS
OPERACIONAIS
(18.085)
(20.100)
(13.200)
(=) RESULTADO OPERACIONAL
(antes do resultado financeiro)
228.550
363.475
377.704
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 36.000 32.000 8.900
(-) DESPESAS FINANCEIRAS (8.550) (7.300) (44.000)
(=) RESULTADO OPERACIONAL 256.000 388.175 342.604
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
65
(+ ou -) RESULTADOS NÃO-
OPERACIONAIS
(26.000)
(27.500)
(71.000)
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO
ANTES DAS PROVISÕES
230.000
360.675
271.604
(-) PROVISÕES (36.000) (84.300) (89.600)
(-) PARTICIPAÇÕES -- --
--
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO
DO EXERCÍCIO
194.000
276.375
182.004
Com os dados da Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Beta S.A.,
referentes aos exercícios x1, x2 e x3, é possível elaborar uma tabela com os respectivos
números-índices devidamente calculados, tendo por base o exercício x1.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
66
CONTAS EXERCÍCIO
x1 %
EXERCÍCIO
x2 %
EXERCÍCIO
x3 %
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 100,00 131,49 142,11
(-) CUSTO DE MERCADORIAS,
PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS
100,00
133,33
142,22
(=) LUCRO BRUTO 100,00 130,16 142,00
(-) DESPESAS OPERACIONAIS -- -- --
Despesas com vendas 100,00 115,40 128,27
Despesas gerais e administrativas 100,00 111,36 122,43
Outras despesas operacionais 100,00
133,33 194,44
(+) OUTRAS RECEITAS
OPERACIONAIS
100,00
111,14
72,98
(=) RESULTADO OPERACIONAL
(antes do resultado financeiro)
100,00
159,03
165,26
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
67
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 100,00 88,88 24,72
(-) DESPESAS FINANCEIRAS 100,00 85,38 514,61
(=) RESULTADO OPERACIONAL 100,00 151,63 133,82
(+ ou -) RESULTADOS NÃO-
OPERACIONAIS
100,00
105,76
273,07
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO
ANTES DAS PROVISÕES
100,00
156,81
118,08
(-) PROVISÕES 100,00 234,66 248,88
(-) PARTICIPAÇÕES -- -- --
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO
DO EXERCÍCIO
100,00
142,46
93,81
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
68
ANÁLISE VERTICAL
CONTAS EXERCÍCIO DE x1
Valores absolutos
$
Análise Vertical
%
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Financeiro
Disponibilidades 60.000 6,00
Investimentos temporários a curto
prazo
36.000 3,60
Soma 96.000 9,60
Operacional
Contas a receber de clientes 204.000 20,40
Estoques 300.000 30,00
Outros direitos de curto prazo -- --
Soma 504.000 50,40
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 600.000 60,00
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO
PRAZO
100.000 10,00
ATIVO PERMANENTE
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
69
Investimentos 90.000 9,00
Imobilizado 195.000 19,50
Diferido 15.000 1,50
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE 300.000 30,00
Total do Ativo 1.000.000 100,00
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Operacional
Contas a pagar a fornecedores 60.000 6,00
Outras obrigações de curto prazo 130.000 13,00
Soma 190.000 19,00
Financeiro
Empréstimos 104.000 10,40
Duplicatas descontadas -- --
Soma 104.000 10,40
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 294.000 29,40
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO
PRAZO
200.000 20,00
EXIGÍVEL TOTAL 494.000 49,40
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
70
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 200.000 20,00
Reservas 143.000 14,30
Lucros ou prejuízos acumulados 163.000 16,30
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 506.000 50,60
Total do Passivo 1.000.000 100,00
A seguir será apresentada a Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada, com os
cálculos efetuados para fins de análise vertical, da Empresa Alfa S.A., referente ao exercício
de x1:
CONTAS EXERCÍCIO DE x1
Valores
absolutos
$
Análise vertical
%
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.071.225 100,00
(-) CUSTO DE MERCADORIAS,
PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS.
(450.000)
42,00
(=) LUCRO BRUTO 621.225 58,00
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
71
(-) DESPESAS OPERACIONAIS -- --
Despesas com vendas (144.450) 13,48
Despesas gerais e administrativas (257.310) 24,02
Outras despesas operacionais (9.000) 0,84
(+) OUTRAS RECEITAS
OPERACIONAIS
(18.085)
1,68
(=) RESULTADO OPERACIONAL
(antes do resultado financeiro)
228.550
21,33
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 36.000 3,36
(-) DESPESAS FINANCEIRAS (8.550) 0,79
(=) RESULTADO OPERACIONAL 256.000 23,89
(+ ou -) RESULTADOS NÃO-
OPERACIONAIS
(26.000)
2,42
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
72
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO
ANTES DAS PROVISÕES
230.000
21,47
(-) PROVISÕES (36.000) 3,36
(-) PARTICIPAÇÕES -- --
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO
DO EXERCÍCIO
194.000
18,11
Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
73
UNIDADE 11
Objetivo: Demonstrar a relação entre contas diferentes, sejam elas do ativo ou do passivo, utilizando de quocientes de rentabilidade e liquidez, de forma a orientar o gestor para os caminhos que se destinam ao equilíbrio financeiro de uma empresa.
PRINCIPAIS QUOCIENTES ESTÁTICOS
Esses quocientes representam o relacionamento de uma conta com determinado saldo, em
certo momento, ou com outra conta, apresentando outro saldo, porém no mesmo momento.
É uma análise vertical que não se limita às contas dentro do mesmo "lado" do balanço,
podendo inter-relacionar contas do passivo com ativo e vice-versa.
Liquidez imediata
Relaciona o disponível em determinado momento com o passivo corrente, ou seja, de quanto
dinheiro podemos dispor imediatamente para liquidar as dívidas de curto prazo. Este
quociente será motivo de preocupação se sua porcentagem aumentar e não se diminuir.
Esse indicador não tem utilidade significativa na análise financeira em curto prazo, exceto
nos casos de instituições financeiras e de empresas que operam na compra e venda de
mercadorias, especialmente a dinheiro.
Circulanteou Corrente Passivo
idadeDisponibil Imediata Liquidez de Quociente =
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
74
Liquidez Corrente
Relaciona o que possuímos em reais no curto prazo para o pagamento de cada real de
dívida no curto prazo.
Liquidez Seca
É um quociente significativo com os prazos médios de contas a receber e a pagar
assemelhados. Eliminando os estoques do numerador, anula-se um fator de incerteza.
A partir desses quocientes, os estudiosos chegam à conclusão de que não existe um receita
de bolo ou fórmula para se resolver os problemas. Caberá ao analista estudar a empresa de
forma individual, como o médico ao tratar os pacientes, embora alguns apresentem os
mesmos sintomas, precisam de cuidados diferenciados, pois são diferentes.
O analista deve buscar o equilíbrio e ter opiniões fundamentadas sobre o rumo a ser
tomado.
As empresas devem ter a característica do equilíbrio, isto é, se ela vem apresentando
quocientes de rentabilidade ótimos e de liquidez péssimos ou maus, esta empresa está numa
situação pior que outra que apresenta quocientes de rentabilidade e de liquidez apenas
razoáveis.
e)(Circulant Corrente Passivo
e)(Circulant Corrente Ativo
Corrente Passivo
Estoques - Corrente Ativo
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
75
Rentabilidade (Retorno sobre o Investimento - RSI)
Um aspecto importante está relacionado com o giro do ativo, ou quantas vezes o ativo girou
como resultado ou efeito das vendas:
A taxa de retorno operacional será:
Quociente de Retorno sobre o Investimento Operacional = Margem Operacional X Giro do
Ativo Operacional, simplificando-se temos:
A composição desta taxa de retorno é influenciada pela margem de lucro em relação às
vendas e pelo giro do ativo.
Suponha duas empresas A e B:
Empresa A Empresa B
Vendas Líquidas $ 150.000.000,00 $ 187.500.000,00
Ativo Médio Operacional $ 60.000.000,00 $ 93.750.000,00
l)Operaciona Receita(ou Vendas
lOperaciona Resultado lOperaciona Margem =
Médio lOperaciona Ativo
l)Operaciona Receita(ou Vendas Ativo do Giro =
Médio lOperaciona Ativo
lOperaciona Resultado QRIO =
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
76
Lucro Líquido Operacional $ 15.000.000,00 $ 23.437.500,00
Para a Empresa A, a taxa de retorno será:
Margem Operacional = $ 15.000.000,00 / $ 150.000.000,00 = 0,10
Giro do Ativo = $ 150.000.000,00 / $ 60.000.000,00 = 2,5
25 %
Para a empresa B, a taxa de retorno será de:
Margem X Giro = Taxa de Retorno � 0,125 X 2,00 = 25 %
Conclusão: duas empresas com margem e giro diferentes obtiveram o mesmo retorno.
VEZES
IGUAL
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
77
UNIDADE 12
Objetivo: Iniciar a contabilidade de custos enquanto ferramenta para avaliação, controle e tomada de decisões e suas respectivas utilidades nas empresas industriais e comerciais.
RECURSOS GERENCIAIS PARA TOMADA DE DECISÕES
Contabilidade de custos
É a área da Contabilidade que trata dos gastos incorridos na produção de
bens e serviços. A Contabilidade de Custos pode ser dividida em:
Contabilidade Industrial e Contabilidade de Serviços.
Contabilidade Industrial
É a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na produção industrial,
como no caso da fabricação de peças para veículos.
Em sentido estrito, são custos apenas os gastos realizados no departamento de produção.
Contabilidade de Serviços
É a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na prestação de
serviços, como no caso da prestação de serviços hospitalares, escolares, bancários, etc.
Depto de Vendas Depto. Administrativo Dept. Financeiro Depto. Produção
Companhia X
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
78
A atividade comercial e a atividade industrial
O controle dos estoques na empresa comercial é relativamente fácil. Basta que se verifique,
nos documentos de compras, o valor de aquisição dos bens em estoque. Com esse recurso,
podemos também controlar o custo das mercadorias vendidas e, assim, apurar o resultado.
Na apuração do custo das mercadorias vendidas, podemos utilizar o sistema de inventário
periódico ou o permanente.
No sistema de inventário periódico, o CMV só é apurado no final de um período determinado,
normalmente no final do exercício: CMV = EI + C - EF.
No sistema de inventário permanente, o CMV é apurado em cada venda.
De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa comercial é feita do seguinte
modo:
Vendas Líquidas (-) CMV ______________ Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais
- de Vendas - Administrativas - Financeiras
_________________ Lucro Líquido
As mercadorias entregues aos clientes têm o seu valor de aquisição registrado como custo
das mercadorias vendidas.
Mercadorias em Estoque ���� CMV
Na empresa industrial, precisamos controlar os insumos que são aplicados à produção
(material direto, mão-de-obra direta e gastos gerais de fabricação) para determinar o valor
dos estoques de produtos em elaboração e acabados e o custo dos produtos vendidos.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
79
De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa industrial é feita do seguinte
modo:
Vendas Líquidas
(-) CPV
______________
Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
de Vendas
Administrativas
Financeiras
_____________________
Lucro Líquido
O CPV, Custo dos Produtos Vendidos, representa os custos de fabricação dos produtos
acabados que foram entregues aos clientes, em virtude das vendas (a soma das matérias-
primas, embalagens, mão-de-obra direta e dos gastos gerais de fabricação, ou custos
indiretos de fabricação, aplicados aos produtos).
Matérias-primas � Produtos em Elaboração � Produtos Acabados � CPV
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
80
Importância da Contabilidade no gerenciamento
A gestão de negócios é algo complexo, mas pode ser satisfatoriamente executada, com
suporte em dados regulares e respeito às boas técnicas contábeis. Com esse fundamento
vamos analisar as premissas colocadas abaixo:
1 – Você acha que a contabilidade mantém seus limites de ação no atendimento do fisco,
das legislações comerciais, previdenciárias e legais?
2 – Os limites indicados seriam suficientes para alcançar os objetivos da gestão empresarial?
Caso contrário, na prática, onde sua utilidade poderia se fazer presente?
3 – Quais seriam os pressupostos básicos para a concepção de uma contabilidade voltada
para o uso gerencial?
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
81
UNIDADE 13
Objetivo: Apresentar as diferenças básicas entre os estoques nas empresas comerciais e industriais, as fontes de recursos e os investimentos realizados numa indústria.
OS ESTOQUES E OS INVESTIMENTOS
Os estoques na empresa comercial
Na atividade comercial, permanecem em estoque apenas os valores de aquisição das
mercadorias ainda não vendidas. Os valores correspondentes a aluguéis, depreciação, juros,
comissões de vendas, honorários, salários, etc. são apropriados ao resultado imediatamente
quando incorridos.
Como regra, não existem valores agregados ao gasto com aquisição das mercadorias. Em
outras palavras, os gastos que não dizem respeito à compra das mercadorias não são
estocados.
Os estoques na empresa industrial
Na atividade industrial, permanecem em estoque os valores de aquisição das matérias-
primas e demais insumos de produção aplicados à fabricação dos produtos mantidos em
estoque.
São apropriados ao resultado, como custo dos produtos vendidos, apenas os valores
aplicados à fabricação dos produtos vendidos. Assim, temos a "estocagem" dos salários,
depreciação e demais gastos relativos à produção, durante o período em que os produtos
forem mantidos em estoque.
Se um produto fabricado permanece em estoque, o seu valor corresponde a:
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
82
Matéria-prima + embalagem e outros materiais diretos + mão-de-obra direta + gastos gerais
de fabricação.
Entende-se por gastos gerais de fabricação os custos indiretos de fabricação, como é o caso
da energia elétrica consumida na produção, da depreciação das máquinas industriais e do
aluguel da fábrica.
O patrimônio da empresa industrial
O patrimônio pode ser considerado como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma
determinada pessoa, avaliáveis economicamente (em moeda). Em sentido jurídico,
patrimônio é o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, que possam ser avaliadas
economicamente.
A identificação dos elementos que compõem o patrimônio diz respeito ao seu aspecto
qualitativo, enquanto a mensuração desses elementos, a identificação em valores
monetários, diz respeito ao aspecto quantitativo. A Contabilidade se ocupa dos dois
aspectos: da identificação dos elementos patrimoniais (aspecto qualitativo) e da mensuração,
da indicação do valor em moeda, desses itens (aspecto quantitativo).
Origens ou fontes de recursos
Quanto às origens ou fontes, os recursos podem ser próprios ou de
terceiros.
Os recursos ou capitais próprios são representados pelo patrimônio
líquido, traduzindo, basicamente, o excesso do ativo sobre as
obrigações com terceiros.
Representam o acervo líquido patrimonial na hipótese de liquidação da sociedade (capital
social) e dos resultados gerados pela atividade empresarial.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
83
Os recursos ou capitais de terceiros indicam as dívidas ou obrigações com terceiros.
As dívidas decorrentes das atividades normais da indústria são denominadas débitos de
funcionamento, como é o caso das obrigações junto a fornecedores de matérias-primas, dos
salários não pagos, das contribuições previdenciárias, dos impostos.
Já as obrigações contraídas para a obtenção de recursos a serem utilizados nas atividades
usuais são denominadas débitos de financiamento, normalmente representados por
empréstimos e financiamentos bancários e por dívidas contraídas na emissão de debêntures.
Os investimentos na indústria
O ativo é igual à soma dos recursos próprios com os recursos de terceiros, representando as
aplicações de recursos.
As aplicações, ou ativo, podem ser divididas em: bens fixos, material de uso ou consumo,
bens de venda, bens numerários e de renda, créditos de funcionamento e créditos de
financiamento.
Bens fixos: representam as aplicações em bens de uso permanente (tempo de vida útil
acima de um ano), necessários à manutenção das atividades da empresa. Podem ser
tangíveis ou intangíveis.
Entre os tangíveis, temos: edificações de uso, terrenos de uso, máquinas, equipamentos,
ferramentas, móveis e utensílios. São intangíveis: marcas, patentes, despesas diferidas,
concessões de serviços públicos. As indústrias têm como característica um elevado nível de
imobilização.
Materiais de uso ou consumo: são os bens de consumo não durável (vida útil de até um
ano) ou de valor pouco representativo, como é o caso do material de escritório, de limpeza,
de manutenção e conservação (parafusos, pregos, peças de reposição que não sejam
incorporáveis ao imobilizado, etc.). Apesar de serem destinados ao uso, não são bem fixos,
por não preencherem os requisitos de tempo de vida útil e valor.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
84
Bens de venda: são aqueles que a indústria mantém em constante rotatividade no
desempenho de suas atividades de produção e comercialização. É o caso das matérias-
primas, embalagens, produtos em fabricação, produtos acabados. Há quem entenda que as
matérias-primas e embalagens não são bens de venda, preferindo classificá-las como bens
circulantes.
Bens numerários: são as disponibilidades financeiras, como o dinheiro em caixa, em conta
corrente bancária de livre movimentação, aplicações de liquidez imediata, cheques em
cobrança.
Bens de renda: são aplicações estranhas às atividades normais da empresa, mas que
podem gerar rendas. É o caso de imóveis para aluguel e participações no capital de outras
companhias.
Créditos de funcionamento: são as contas a receber, os adiantamentos concedidos e
valores a compensar decorrentes das atividades normais da empresa. É o caso das
duplicatas a receber por vendas a prazo de mercadorias, dos adiantamentos a fornecedores
de mercadorias, do ICMS e IPI a recuperar.
Créditos de financiamento: são as contas a receber, adiantamentos concedidos e valores a
compensar decorrentes das operações estranhas às atividades da empresa. É o caso de
empréstimos a diretores e adiantamentos a acionistas.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
85
UNIDADE 14
Objetivo: Apresentar um painel geral dos principais conceitos que norteiam o ferramental técnico à disposição da contabilidade de custos, controle e tomada de decisão.
TERMINOLOGIOA UTILIZADA NA CONTABILIDADE DE CUSTOS
A falta de uma linguagem-padrão provoca grandes dificuldades no estudo da Contabilidade,
inclusive da Contabilidade de Custos. Podemos encontrar diversas palavras e expressões
novas ou os mesmos termos com significados diferentes.
Como forma de amenizar esse problema, alguns autores propõem uma terminologia-padrão.
Abaixo, temos, de acordo com a doutrina predominante, a definição de algumas palavras e
expressões empregadas na Contabilidade de Custos.
Gasto: é a entrega de um ativo ou o aumento do passivo necessário à obtenção de um bem
ou serviço. Significa o sacrifício financeiro ou econômico correspondente ao pagamento ou à
dívida assumida na obtenção de um bem ou serviço.
Na compra à vista de bens, o gasto corresponde à redução do caixa pelo pagamento. Na
compra a prazo de bens, o gasto representa o aumento do passivo. Os salários de um
determinado período representam um gasto (pago ou a pagar). Um gasto pode se revestir da
forma de INVESTIMENTO, CUSTO ou DESPESA.
Investimento: é o gasto que tem como contrapartida um ativo. Representa os bens ou
serviços que se incorporam ao patrimônio. Exemplos: na aquisição de matéria-prima, temos
um investimento circulante, que envolve um gasto correspondente ao valor pago ou a pagar
na compra; na aquisição de equipamentos, temos um investimento permanente.
Custo: corresponde a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. É
o gasto necessário à obtenção de bens ou serviços. Exemplo: a matéria-prima, a
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
86
depreciação, os salários, o aluguel, etc., consumidos na produção de um bem, representam
custos.
Em sentido estrito, o custo só existe durante o processo de produção do bem ou serviço.
Assim, enquanto o produto está em fase de fabricação, os valores agregados em sua
produção são tratados como custos. Uma vez concluído o produto, deixamos de ter custos e
passamos a considerar o bem resultante da produção como um novo investimento.
A aquisição de matéria-prima é um investimento. Durante a sua aplicação na fabricação de
um produto, temos a matéria-prima como um custo de produção.
O produto obtido com a transformação da matéria-prima é um novo investimento. Durante a
fase de produção, a matéria-prima não deixa de ser um ativo. É um "investimento em
transformação".
A aquisição de um equipamento industrial representa um investimento. À medida que a
máquina é utilizada na produção, converte-se, proporcionalmente, em um custo, pela
depreciação. O produto obtido é um novo investimento, que conta com a depreciação no seu
valor de produção.
Despesa: é a redução patrimonial intencional com o objetivo de realização de receitas.
Representa o sacrifício patrimonial voluntário para a geração de receitas.
Os salários dos funcionários dos departamentos, tanto administrativo, quanto de vendas
representam despesas que não transitam por investimento ou custo, sendo transferidos
diretamente para o resultado do exercício (não são estocados). A depreciação das máquinas
do setor industrial representa custo durante o processo de produção.
Concluído o produto, ela se transforma em novo investimento. Nesse caso, o custo de
depreciação é estocado e permanece no estoque até a venda do produto.
Com a venda do produto e realização da receita, essa depreciação se transforma em uma
despesa, como parte integrante do custo dos produtos vendidos. A despesa, nesse caso,
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
87
decorre da transmissão da propriedade do bem ao cliente, em virtude da venda (o correto é
despesa dos produtos vendidos e não custo dos produtos vendidos).
A depreciação dos móveis e utensílios do departamento de vendas representa uma despesa
que é apropriada diretamente ao resultado, sem transitar por investimento ou custo.
Quando da sua aquisição, a matéria-prima é tratada como um investimento. A parte da
matéria-prima aplicada à produção é custo de fabricação necessário à obtenção de um novo
ativo ou investimento - o produto acabado.
Quando o produto é vendido, o seu valor de custo deve ser apropriado ao resultado como
uma despesa. Como a transferência da propriedade do produto fabricado é um sacrifício
necessário à realização da receita de venda, o correto é denominar o gasto correspondente
como despesa do produto vendido. A prática, entretanto, já consagrou a expressão "custo
dos produtos vendidos".
Perda anormal: é o sacrifício patrimonial involuntário e anormal. Representa a redução do
patrimônio por fatores alheios à vontade do empresário. Não se confunde com a despesa,
que é um sacrifício patrimonial intencional.
Como exemplos de perdas anormais, temos: matérias-primas roubadas, consumidas em
incêndios, ou que se tornaram obsoletas; matérias-primas inutilizadas por falha anormal das
máquinas; a remuneração da mão-de-obra durante um período de greve.
As perdas anormais são apropriadas diretamente ao resultado, da mesma forma que as
despesas. Porém, apesar de contar com o entendimento pacífico da doutrina, esse
tratamento não é aceito pela legislação do imposto de renda, fato que abordaremos mais
adiante.
Encargo: representa um ônus, normalmente estabelecido pela legislação, como é o caso
dos encargos trabalhistas e previdenciários. Se forem necessários à produção, os encargos
são tratados como custos.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
88
Desembolso: é o pagamento correspondente à aquisição de um bem ou serviço. O gasto
decorrente da aquisição de máquinas e equipamentos pode ser desembolsado
antecipadamente, no ato do recebimento do bem (à vista), ou após o seu recebimento (a
prazo).
Importação: é a utilização de sistemas de custos que já são adotados em outras indústrias.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
89
Coloque os números nos espaços em branco, para as definições apropriadas:
Definições:
1. Representa um ônus, normalmente estabelecido pela legislação
2. É o gasto necessário à obtenção de bens ou serviços
3. É o pagamento correspondente à aquisição de um bem ou serviço
4. É a utilização de sistemas de custos já utilizados em outras indústrias
5. É a redução patrimonial com a intenção de realização de receitas
6. É o sacrifício patrimonial involuntário
7. É o gasto que tem como contrapartida um ativo
8. É a entrega de um ativo ou o aumento do passivo necessário à obtenção de um bem ou
serviço
Conceitos:
( ) Importação ( ) Perda Anormal
( ) Despesa ( ) Desembolso
( ) Gasto ( ) Encargo
( ) Investimento ( ) Custo
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
90
UNIDADE 15
Objetivo: Destacar algumas classificações da atividade industrial observadas no mercado e, enquanto fluxo industrial, dar ênfase ao processo de transformação da matéria prima em produtos finais.
ELEMENTOS INDUSTRIAIS: CLASSIFICAÇÃO E FLUXO DE PRODUÇÃO
Classificação da atividade industrial
Quanto ao ritmo ou fluxo da produção, as indústrias podem ser perenes (contínuas) e
intermitentes (sazonais estacionais ou cíclicas). São perenes as que podem operar durante
todo o ano, sem que precisem suspender suas atividades em determinados períodos.
As indústrias intermitentes têm sua produção associada a determinadas estações, a
determinados fenômenos que se repetem em intervalos mais ou menos regulares, ou porque
dependem de matéria-prima só existente em determinada época. Outra característica pode
ser observada quando o consumo de seus produtos se restringe a uma estação do ano, ou a
festividades religiosas ou populares (carnaval, páscoa, natal).
Quanto às fases de elaboração pelas quais passam os produtos, as indústrias podem ser
classificadas como simples e complexas. São simples aquelas em que a matéria-prima, no
processo de elaboração, passa por uma única fase, ou seja, aquelas em que não se observa
qualquer produto intermediário entre os insumos aplicados à produção e o produto definitivo,
como, por exemplo, a fabricação de tecidos.
São complexas as indústrias em que o produto final é obtido mediante a utilização de
produtos intermediários, também por elas fabricados, como, por exemplo, a fabricação de
roupas em que a própria indústria fabrica o tecido a partir do algodão.
Há indústrias que produzem artigos de acordo com os tipos por elas mesmas escolhidas,
sendo chamadas indústrias de produção uniforme, e aquelas cujos produtos obedecem a
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
91
tipos especiais exigidos pelos clientes. São as de produção multiforme, que não possuem
tipo próprio de produto e por isso são também denominadas atípicas, como, por exemplo, a
indústria gráfica.
As indústrias de produção uniforme são geralmente politípicas, isto é, produzem artigos de
vários tipos, conservando para cada tipo forma e modelo constantes.
Aquelas, porém, que só produzem artigos de um único tipo denominam-se monotípicas.
Quanto ao modo como os produtos são obtidos, algumas indústrias os fabricam sem que
entre eles haja necessária dependência, como é o caso da indústria de cerveja. Nesse caso,
a produção é dita desconjunta.
Há, porém, indústrias em que o esforço empregado gera produtos diversificados,
simultaneamente ou sucessivamente: são indústrias de produção conjunta.
Se os produtos são obtidos simultaneamente, podemos dizer que se trata de concomitante,
como é o caso das indústrias de plástico que fabrica diversos utensílios; se os produtos
diferenciados vão surgindo em determinada ordem, enquanto o processo produtivo avança,
temos a produção sucessiva, como é o caso da indústria petrolífera, à medida que o refino se
desenvolve.
Processo Industrial
A fabricação dos produtos é um processo de transformação de matéria-prima e materiais em
produtos finais ou acabados.
Os materiais requisitados diretamente dos fornecedores ou de estoques de materiais já
internados na empresa são encaminhados para a fábrica para processamento.
O processamento se dá pela manipulação dos materiais utilizando mão-de-obra, instalações
e equipamentos, consumindo outros recursos necessários à produção e ao seu controle.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
92
Depois de produzidos, os produtos finais são despachados diretamente aos clientes ou
mantidos temporariamente em estoques até sua posterior venda.
Insumos Industriais
Os elementos formadores dos estoques industriais são:
a) Materiais consumidos para o produto e o processo industrial;
b) Mão-de-obra industrial;
c) Gastos gerais de fabricação;
d) Depreciação das instalações e equipamentos industriais.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
93
UNIDADE 16
Objetivo: Aprender prioritariamente que os custos são classificados em diretos e indiretos. Porém, devemos relacioná-los a alguma atividade operacional ou segmento da organização, para que possamos materializar seus verdadeiros significados.
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS
Custos diretos:
São os custos apropriados diretamente a cada produto fabricado sem a necessidade de
rateios ou estimativas. Podem perfeitamente ser identificados na composição do custo do
produto.
Observe-se que todo custo se relaciona com a produção, mas o custo é classificado como
direto ou indireto de acordo com a sua relação com determinado produto fabricado, e não
com a produção como um todo.
São exemplos de custos diretos: as matérias-primas consumidas, as embalagens aplicadas
durante o processo de produção, a mão-de-obra diretamente aplicada a determinado
produto.
Quando um único produto é fabricado, todos os custos são considerados como diretos, uma
vez que todos eles se relacionam com um único produto, sem necessidade de rateios ou
estimativas.
Custos indiretos:
São aqueles alocados aos produtos fabricados através de estimativas, distribuição ou
alocação, já que não podem ser relacionados diretamente com cada um dos produtos. São
também denominados custos comuns. Podem ser fixos ou variáveis.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
94
Normalmente, são considerados como custos indiretos: o aluguel e o seguro da fábrica ou de
equipamentos, os salários dos supervisores e dos chefes do pessoal de produção, a energia
elétrica consumida na fábrica, a depreciação dos equipamentos de produção, o salário dos
funcionários da manutenção, segurança e limpeza.
Um custo pode ser indireto por sua natureza (não pode de fato ser apropriado ao produto,
senão através de rateio) ou por sua irrelevância, dificuldade de identificação, medição, ou por
conveniência da empresa na avaliação do custo e benefício.
A classificação dos custos em diretos e indiretos diz respeito à relação dos custos com os
produtos fabricados, isto é, se eles podem ou não ser identificados na composição do custo
do produto.
Uma indústria fabrica dois produtos, A e B:
Alguns custos podem ser identificados com o produto A; outros, com B. Mas existem custos
que dizem respeito tanto ao produto A, quanto ao produto B, sem que seja possível (às
vezes é possível, mas não é conveniente a identificação) se identificar a parcela efetiva de
custo correspondente a cada um dos produtos. Nesse caso, a apropriação é feita através de
rateio.
Custos fixos:
São os custos cujos valores totais independem da quantidade produzida (dentro do limite da
capacidade instalada). O valor total desses custos não sofre alterações em razão do volume
de produção.
De um modo geral são custos e despesas necessárias para manter um nível mínimo de
atividade operacional, por isso são também denominados custos de capacidade. Exemplos:
seguro, aluguel, imposto predial.
Os custos fixos podem ser divididos em repetitivos (quando o seu valor se repete em vários
períodos, como é o caso do aluguel da fábrica, da depreciação dos equipamentos) e não
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
95
repetitivos (quando o seu valor é diferente em cada período, como os gastos de
manutenção). Logo, dizer que um custo é fixo não significa dizer que o seu valor se repete a
cada período.
Custos variáveis:
São aqueles cujos valores totais variam de acordo com a quantidade produzida. Exemplos:
matéria-prima, embalagem, mão-de-obra direta.
Enquanto os custos variáveis (totais) acompanham diretamente o ritmo da produção, os
custos fixos (totais) permanecem estáveis, independentemente da quantidade produzida.
Porém, a relação a cada unidade produzida, os custos variáveis (unitários) permanecem
constantes e os custos fixos (unitários) variam inversamente com a quantidade produzida,
isto é, quanto maior o volume de produção, menor o custo fixo unitário; quanto menor o
volume de produção, maior o custo fixo unitário.
Unidades
Produzidas
Custo Fixo
Total
Custo Fixo
Unitário
Custo
Variável
Unitário
Custo
Variável
Total
Custo
Unitário
total
1 300,00 300,00 20,00 20,00 320,00
10 300,00 30,00 20,00 200,00 50,00
100 300,00 3,00 20,00 2.000,00 23,00
1.000 300,00 0,30 20,00 20.000,00 20,30
Com base na tabela acima, podemos concluir que:
1. os custos variáveis totais de produção aumentam proporcionalmente à quantidade
produzida, em razão direta;
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
96
2. os custos variáveis unitários permanecem estáveis;
3. os custos fixos totais mantêm-se estáveis, qualquer que seja a quantidade produzida;
4. os custos fixos unitários variam na razão inversa da quantidade produzida;
5. o custo industrial unitário, pela diluição dos custos fixos, aproxima-se do custo variável
unitário à medida que o volume de produção aumenta;
A classificação dos custos em fixos e variáveis leva em consideração a relação dos custos
com o volume de produção, e não com os produtos propriamente.
Custos semifixos ou semivariáveis:
Há muitos casos em que um enquadramento de um item como custo fixo ou custo variável é
tarefa subjetiva, já que, por suas características, alguns desses componentes se situam entre
as duas classes: una mantêm-se quase fixos, mas reagem de algum modo, ao ritmo da
produção; outros se aproximam dos variáveis, mas em suas variações em relação à
produção não conservam a mesma proporcionalidade.
São custos semifixos ou semivariáveis. Um exemplo é a energia elétrica, onde parcela
consumida diz respeito à capacidade instalada e a outra ao volume de produção. Se uma
pequena parcela da energia consumida é relativa à capacidade instalada, e a parcela mais
significativa decorre da produção, a energia elétrica é, mais precisamente, um custo
semivariável.
No caso da manutenção da fábrica, se a parcela mais significativa é fixa, havendo pequena
variação em razão da quantidade produzida, ela será um custo semifixo.
A classificação em diretos e indiretos é exclusiva dos custos, mas a classificação em fixos e
variáveis também é feita em relação às despesas. Assim, a comissão dos vendedores é uma
despesa variável.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
97
Com base nos números apresentados abaixo, identifique os custos apontados a seguir:
Unidades
Produzidas
Custo Fixo
Total
Custo
Variá
vel
Unitár
io
15 1.500, 150,
150 1.500, 150,
1500 1.500, 150,
15000 1.500, 150,
Dando continuidade ao quadro apresentado, calcule o Custo Fixo Unitário, o Custo Variável
Total e o Custo Unitário Total, para cada unidade produzida. Em seguida, analise os
seguintes comportamentos:
1. Dos custos variáveis totais de produção em relação à quantidade produzida;
2. Dos custos variáveis unitários;
3. Dos custos fixos totais com relação à quantidade produzida;
4. Dos custos fixos unitários com relação à quantidade produzida;
5. Do custo industrial unitário, quando o volume de produção aumenta;
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
98
UNIDADE 17
Objetivo: Apresentar alguns outros conceitos importantes relativos a custos, a composição dos estoques e movimentação da matéria prima utilizada no processo de produção industrial.
O ESTOQUE E A MATÉRIA PRIMA NO PROCESSO INDUSTRIAL
Alguns custos afetos a estoques:
Custo de produção do período - é o total de custos incorridos com a produção do período,
independentemente do que foi ou não acabado.
Custo da produção acabada - é o total dos custos acumulados na produção acabada no
período, independentemente de ter sido iniciada no período ou em outro anterior.
Custo dos produtos vendidos - é o total dos custos dos produtos fabricados que foram
vendidos.
Custo primário - é a soma do custo do material direto com a mão-de-obra direta (alguns
autores o definem como a soma da matéria-prima com a mão-de-obra direta).
Custo de transformação ou de conversão - é a soma da mão-de-obra direta com os
gastos gerais de fabricação.
Digamos que uma indústria apresentasse os seguintes valores para sua produção em um
determinado período:
ESTOQUES ESTOQUES INICIAIS ESTOQUES FINAIS
Matérias-primas 100 200
Produtos em elaboração 150 50
Produtos acabados 500 700
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
99
• Compras de matérias-primas = 700;
• Mão-de-obra direta aplicada à produção do período = 300;
• Gastos gerais de fabricação (custos indiretos) aplicados à produção = 400.
As contas de estoques teriam a seguinte movimentação:
Legenda:
EI = ESTOQUES INICIAIS
C = COMPRAS
EF = ESTOQUES FINAIS
MAT = MATÉRIAS-PRIMAS REQUISITADAS NO PERÍODO
MOD = MÃO-DE-OBRA APLICADA À PRODUÇÃO DO PERÍODO
PA = PRODUÇÃO OU PRODUTOS ACABADOS NO PERÍODO
CPV = CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS
Estoques de matérias-primas EI 100 600
C 700
EF 200
Estoques de produtos em elaboração
EI 150 1400 (PA)
MAT 600
MOD 300
GCF 400
EF 50
Estoques de produtos acabados EI 500 1200
(CPV)
PA 1400
EF 700
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
100
O custo da produção do período foi de 1.300, representando a soma dos seguintes itens:
matéria-prima consumida no período (600); mão-de-obra direta aplicada à produção do
período (300); e gastos gerais de fabricação aplicados à produção do período (400). O
estoque inicial de produtos em elaboração não é computado como parte do custo da
produção do período, por ser custo realizado no período anterior, ou em períodos anteriores.
O custo da produção acabada no período foi de 1.400, representando os valores transferidos
dos estoques de produtos em elaboração para os estoques de produtos acabados durante o
período.
O custo dos produtos vendidos (CPV) foi de 1.200, representando as saídas dos estoques de
produtos acabados para entrega aos clientes.
O custo primário foi de 900, representando a soma da matéria-prima (ou material direto)
consumida no período com a mão-de-obra direta aplicada à produção do período.
O custo de transformação ou de conversão foi de 700, representando a soma da mão-de-
obra direta aplicada à produção do período (300) com os gastos gerais de fabricação
aplicados à produção do período (400).
Matérias-primas
As matérias-primas e todo o material utilizado na atividade industrial são normalmente
controlados por um setor que recebe o nome de almoxarifado, cabendo-lhe também a
verificação dos documentos que comprovam as entradas e saídas de materiais.
A origem das entradas pode ser externa ou interna. As entradas de origem externa são as
compras, e as de origem interna podem ser devoluções do setor de produção, transferências
internas de outros setores, produtos acabados pela produção que se destinam à novas
operações de industrialização (produtos intermediários), ou a uso na própria indústria, etc.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
101
As saídas do almoxarifado podem ser destinadas ao setor de produção, ou a transferências
para outros setores da fábrica, baixas por deterioração, obsolescência, devoluções aos
fornecedores, etc.
As compras de matérias-primas e demais materiais devem ser comprovadas pelas notas
fiscais emitidas pelos fornecedores. As outras operações de entrada e saída devem ser
comprovadas por documentos internos, que podem ser requisições, boletins de
transferências, boletins de sobras, boletins de produção, etc.
As requisições são utilizadas para o fornecimento de materiais ao setor de produção,
enquanto os boletins costumam ser utilizados nas operações com os outros departamentos.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
102
UNIDADE 18
Objetivo: Identificar e demonstrar a mão-de-obra direta enquanto custo vinculado ao produto em análise e medir o tempo dispêndio por cada operário, para que a mão-de-obra seja apropriada ao produto e não à produção global.
MÃO-DE-OBRA-DIRETA
Denomina-se mão-de-obra direta aquela que pode ser apropriada ao produto
sem a necessidade de estimativas ou rateios. Para isso, é preciso que se
identifique o operário que executou a tarefa, a fim de se medir o tempo por ele
despendido (apontamento da mão-de-obra).
Caso contrário, a mão-de-obra deve ser tratada como custo indireto. É necessário, portanto,
que a mão-de-obra seja precisamente identificada com o produto em questão (e não com a
produção como um todo) para ser tratada como direta.
Quando temos um único produto em fabricação, todos os custos são diretos, inclusive a
mão-de-obra.
A mão-de-obra pode ser tratada como indireta por sua natureza (quando é impossível
identificá-la com o produto), ou por conveniência, em razão da dificuldade, ou alto custo para
sua identificação, ou mesmo do pequeno valor do custo envolvido e sua conseqüente
insignificância.
Normalmente, é mão-de-obra direta a relativa ao trabalhador que opera máquinas (como um
frisador ou torneiro), ao pintor, soldador. Como regra, a mão-de-obra dos chefes de setores,
supervisores, ajudantes e pessoal de manutenção é indireta.
É tratado como mão-de-obra direta apenas o tempo apontado que o operário destinou
especificamente ao produto. A parcela restante de sua remuneração (e encargos
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
103
correspondentes) é tratada como custo indireto, despesa, ou mesmo como perda anormal
(horas remuneradas de uma greve, por exemplo).
Os encargos e contribuições previdenciárias, trabalhistas, etc., relativas à mão-de-obra
recebem o mesmo tratamento desta: se a mão-de-obra é direta, os encargos e contribuições
são custos diretos; se a mão-de-obra é indireta, os encargos e contribuições são custos
indiretos.
Como regra, a mão-de-obra direta é custo variável. Exceção à regra é o caso da máquina ou
o equipamento operado poder produzir, dentro do mesmo tempo, as diversas quantidades
envolvidas, por meio de regulagem. Nesta hipótese, a mão-de-obra direta é custo fixo.
Os gastos com alimentação, transporte, plano de saúde, hospitais, uniformes, etc., não
devem ser computados como parte da mão-de-obra (há quem não concorde com isso). Por
suas características de custos mais ou menos fixos, são registrados como gastos gerais de
fabricação e apropriados aos produtos por estimativas.
A título de ilustração, verifique o caso abaixo:
Num determinado mês, uma indústria teve a folha de pagamento da fábrica com o total de
1.000, sendo 300 identificados como mão-de-obra direta e o restante como indireta. De
forma simplificada, o registro contábil seria:
Apropriação da folha de pagamento ao final do mês:
D - Mão-de-obra direta 300
D - Mão-de-obra indireta 700
C - Salários a pagar 1.000
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
104
E a apropriação à produção do mês:
D - Produtos em elaboração 1.000
C - Mão-de-obra direta 300
C - Mão-de-obra indireta 700
Cálculo do valor da hora da mão-de-obra direta
Uma indústria contrata certo empregado para trabalhar de segunda a sexta-feira, 44 horas
por semana, ganhando $ 10,00 por hora. Foram obtidas as seguintes informações:
Total de dias por ano 365 dias
Férias do empregado 30 dias
Repousos semanais remunerados (sab. dom.) 96 dias
Feriados 12 dias
Contribuições e encargos trabalhistas calculados sobre a
remuneração (INSS, FGTS, etc.)
40 %
O adicional de férias corresponde a 1/3 da remuneração dos 30 dias de férias; e o décimo
terceiro é equivalente a 30 dias.
A jornada máxima permitida pela Constituição é de 44 horas semanais. Trabalhando de
segunda a sexta feira (5 dias), o empregado estará à disposição da empresa, a cada dia, no
máximo:
8,8 horas equivalem a 8 horas e 48 minutos.
trabalho.de dia cada em disposição à horas 8,8 semanapor dias 5
semanapor horas 44=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
105
Cálculo do número de dias por ano em que o operário trabalha:
365 dias do ano
(30) dias de férias
(96) sábados e domingos (repousos
remunerados)
(12) feriados
227 dias à disposição da empresa por ano
Estando à disposição da empresa 227 dias por ano, 8,8 horas por dia de trabalho, o número
de horas à disposição da empresa por ano seria:
227 dias por ano X 8,8 horas por dia = 1.997,6 horas à disposição da empresa por ano.
Apesar de o operário trabalhar 227 dias por ano, a empresa é obrigada a remunerá-lo
também pelos dias de férias, repousos semanais e feriados. Temos, ainda, o 13º salário e o
adicional de férias.
- dias remunerados 365 dias X 8,8 horas X 10,00 $
32.120,00
- 13º salário 30 dias X 8,8 horas X 10,00 $ 2.640,00
- adicional 1/3 de
férias
1/3 X 30 dias X 8,8 horas X 10,00 $ 880,00
- remuneração do empregado $ 35.640,00
- encargos e contribuições (40% da
remuneração)
$ 14.256,00
- total gasto por ano com o empregado $ 49.896,00
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
106
Os dias correspondentes a férias, repousos e feriados estão incluídos nos 365 dias
remunerados.
O cálculo da hora de mão-de-obra seria:
Cada hora apontada desse operário, aplicada à fabricação de um determinado produto, será
lançada como mão-de-obra direta; as demais horas destinadas a produção serão lançadas
como mão-de-obra indireta.
Atenção para o seguinte conceito: Quando temos um único produto em fabricação, todos os
custos são diretos, inclusive a mão-de-obra.
24,98 1.997,60
49.896,00=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
107
Calcule o valor da hora da mão-de-obra direta para o seguinte caso:
Um Banco contrata um empregado para trabalhar de segunda à sexta-feira, 40 horas por
semana, ganhando $ 15,00 por hora. Para o caso, estão disponibilizadas as seguintes
informações:
Total de dias por ano 365 dias
Férias do empregado 30 dias
Repousos semanais remunerados (sab. dom.) 96 dias
Feriados 15 dias
Contribuições e encargos trabalhistas calculados sobre a
remuneração (INSS, FGTS, etc.)
40 %
O adicional de férias corresponde a 1/3 da remuneração dos 30 dias de férias; e o décimo
terceiro é equivalente a 30 dias.
A jornada de trabalho da categoria é de 40 horas semanais, de segunda a sexta feira.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
108
UNIDADE 19
Objetivo: Apresentar as duas metodologias consideradas clássicas na apuração de custos dos produtos, tomando por base os conceitos de custos com comportamentos diferentes em relação à quantidade produzida, ou seja, nos custos fixos e variáveis.
SISTEMAS DE CUSTEAMENTO
Custeio por absorção
No sistema de custeio por absorção, apropriam-se como custos de produção os custos fixos
e variáveis, tanto os diretos, quanto os indiretos. Assim, os custos fixos e variáveis são
"estocados" e lançados ao resultado apenas quando da venda dos produtos
correspondentes.
Os grandes inconvenientes na adoção do custeio por absorção dizem respeito aos custos
fixos. Esses custos são necessários para que a indústria esteja em condições de produzir.
Dessa forma, o aluguel, o imposto predial e o seguro da fábrica são gastos realizados para
que a indústria adquira capacidade de produção, mas são custos incorridos
independentemente da quantidade que venha a ser produzida (até certo limite), já que não
sofrem variações em razão do volume de produção.
Como regra, os custos fixos são indiretos, sendo apropriados por estimativas mais ou menos
arbitrárias. Isto faz com que o custo de fabricação de um produto possa variar de acordo com
critérios adotados para a apropriação dos custos fixos. Por conseqüência, o resultado
apurado na venda de um produto pode variar de acordo com a parcela de custos fixos que a
ele se decida apropriar.
Outro inconveniente é o fato de os custos fixos unitários variarem de acordo com as
quantidades produzidas (em razão inversa). Com o aumento do volume de produção, temos
a redução do custo fixo unitário. Dados dois produtos, se considerarmos o aumento no
volume de produção de um deles, enquanto a quantidade produzida do outro permanece
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
109
constante, observaremos que a quantidade fabricada do primeiro produto reduzirá o custo
unitário do segundo. Isto porque esse receberá uma parcela menor de custos fixos, em
função da maior parcela atribuída àquele por seu maior número de unidades. Quer dizer, a
variação no custo do segundo produto decorreu da alteração da quantidade produzida do
primeiro.
Custeio variável
Em razão dos problemas existentes no uso do sistema de custeio por absorção no que diz
respeito aos custos fixos, surge o sistema de custeio variável. Por esse sistema são
apropriados aos produtos apenas os custos variáveis de produção, sendo os custos fixos
lançados diretamente ao resultado, como se fossem despesas, sem transitar pelos estoques.
O sistema de custeio variável também é conhecido como sistema de custeio direto, em
virtude de os custos variáveis serem, como regra, diretos. Mas, em razão de, nesse método,
serem apropriados tanto os custos variáveis diretos, quanto os variáveis indiretos, parece ser
mais correta a expressão sistema de custeio variável.
Se toda a produção iniciada e acabada num determinado período for vendida, o lucro bruto
pelo custeio variável será maior que o apurado pelo custeio por absorção, pela não-
apropriação dos custos fixos à produção naquele sistema e a conseqüente redução do custo
dos produtos vendidos.
Nessa mesma hipótese, o lucro líquido será igual nos dois métodos, pois os custos fixos
integrarão o custo dos produtos vendidos no custeio por absorção e estarão entre as
despesas operacionais no custeio variável.
Se parte da produção permanecer em estoque, o lucro bruto nesse período será maior pelo
custeio variável, (pelo mesmo motivo anterior), mas o lucro líquido será maior pelo custeio
por absorção, em razão de os custos fixos, no custeio variável, serem deduzidos
integralmente como se fossem despesas operacionais e permanecerem, proporcionalmente,
em estoque como parte da produção não vendida no custeio por absorção.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
110
Os princípios contábeis e a legislação do imposto de renda determinam a utilização do
custeio por absorção, sendo o custeio variável adotado para uso gerencial (principalmente no
processo administrativo de tomada de decisão).
Considerando apenas as informações abaixo:
Custos fixos totais 300,00
Custos variáveis 700,00
Receita da venda de 60 % da
produção
2.000,00
CUSTEIO POR ABSORÇÃO
Produção
300,00
700,00 600,00
400,00
O valor lançado a crédito representa os 60 % da produção que foram vendidos.
Vendas 2.000,00
CPV (600,00)
Lucro Bruto 1.400,00
Lucro Líquido 1.400,00
CUSTEIO VARIÁVEL
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
111
Produção
700,00
420,00
280,00
O valor lançado a crédito representa os 60 % da produção que foram vendidos.
Vendas 2.000,00
CPV (420,00)
Lucro Bruto 1.580,00
Custos Fixos (300,00)
Lucro Líquido 1.280,00
Custeio Variável (Direto) ou por Absorção? Qual o melhor?
Por dezenas de anos, os teóricos têm se debruçado sobre essa dúvida. De modo geral, as
vantagens teóricas do custeio direto parecem mais claras e evidentes, pois tendem a não
enviesar a apropriação dos custos com rateios dos custos indiretos sem bases científicas.
Por outro lado o Custeio por Absorção, por ser mais conservador, tende a deixar os
empresários mais tranqüilos, sabendo que todos os custos foram apropriados e, com isso, os
parâmetros para formação de preços de vendas estariam mais embasados.
McLean, inclusive, chega a sugerir novas pesquisas sobre o custo por absorção, pois, apesar
das vantagens teóricas claras do custeio direto, é inexplicável até o porquê da continuidade
do uso do custeio por absorção.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
112
A opção por um ou outro critério de custeio aparecerá quando da necessidade de tomada de
decisão para produção ou venda fora do programa de produção da empresa, ou quando
houver necessidade de mudança do mix de produção.
Assim, quando uma empresa opera em condições normais de produção ou venda, fica
irrelevante qual o melhor critério a ser adotado. De qualquer forma apresentamos abaixo um
sumário dos argumentos que indicam as vantagens e desvantagens dos dois métodos.
Vantagens do Custeamento Variável (Direto)
a) O custo dos produtos é mensurável objetivamente, pois não sofrerão processos
arbitrários ou subjetivos de distribuição dos custos comuns;
b) O lucro líquido não é afetado por mudanças de incremento ou diminuição de
inventários;
c) Os dados necessários para a análise das relações custo-volume-lucro são
rapidamente obtidos do sistema de informação contábil.
d) É mais fácil para os gerentes industriais entenderem o custeamento dos produtos sob
o custeio direto. Pois os dados são próximos da fabrica e de sua responsabilidade,
possibilitando a correta avaliação de desempenho setorial;
e) O custeamento direto é totalmente integrado com o custo-padrão e orçamento flexível,
possibilitando o correto controle de custos;
f) O custeamento direto constitui um conceito de custeamento de inventario que
corresponde diretamente com os dispêndios necessários para manufaturar os
produtos;
g) O custeamento direto possibilita mais clareza no planejamento do lucro e na tomada
de decisões.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
113
Desvantagens do Custeamento Direto
a) A exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos estoques causa sua
subavaliação, fere os princípios contábeis e altera o resultado do período;
b) Na prática, a separação de custos e variáveis não é tão clara como parece, pois
existem custos semivariaveis e semifixos, podendo o custeamento direto incorrer em
problemas semelhantes de identificação dos elementos de custeio;
c) O custeamento direto é um conceito de custeamento a analise de custos para
decisões de curto prazo, mas subestima os custos fixos, que são ligados à capacidade
de produção e de planejamento de longo prazo, podendo trazer problemas de
continuidade para a empresa.
O ponto importante na comparação dos dois custeios
Quando se quer determinar o custo de um produto, tem-se em vista primariamente saber
quais as necessidades de gastos para executar sua produção, e que tipo de gastos, e
indicações para formação do preço de venda ao consumidor.
Em termos de apuração dos custos reais, é praticamente irrelevante saber se o custo dos
produtos foi elaborado pelo critério direto ou pelo critério de absorção.
Quando se elabora o custo dos produtos produzidos por uma empresa, utilizamos os dados
obtidos pela contabilidade dos gastos efetuados num determinado período. Assim, não há
nenhuma diferença dos gastos já ocorridos, que serão ultilizados para colaboração dos
custos pelos dois critérios.
Diante disso, mais importante do que o conceito de custo do produto é o conceito de gasto
ocorrido. Os gastos serão sempre iguais e financeiramente serão efetivados de qualquer
forma, independentemente dos critérios de elaboração dos custos dos produtos.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
114
Entendemos este ponto fundamental, pois é muito possível que se tomem decisões
incorretas se for esquecido que os gastos são sempre os mesmos.
Questões e exercícios
1) Conceitue Custeio Direto e Custeio por Absorção;
2) Discorra sobre as vantagens e desvantagens dos dois métodos;
3)Qual o ponto importante na comparação entre Custeio Direto e Custeio por Absorção.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
115
UNIDADE 20
Objetivo: Apresentar os conceitos da margem de contribuição como a diferença entre a receita e os custos variáveis de uma unidade, buscando destacar o valor do indicador, por considerar apenas os custos envolvidos no processo de produção.
CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
A forma mais ou menos arbitrária como os custos fixos são apropriados faz com que o valor
dos custos de produção no custeio por absorção não seja um bom indicador para o processo
administrativo de tomada de decisões.
Quando os custos fixos são apropriados aos produtos, o custo de produção destes varia de
acordo como critério de rateio dos custos.
Como o custo fixo unitário é reduzido com o aumento da quantidade produzida, o aumento
da produção de um determinado produto pode provocar a redução do custo de fabricação
dos outros produtos. Isto porque, apesar de os custos fixos totais serem independentes da
quantidade produzida, os custos fixos unitários variam de acordo com o volume de produção,
em razão inversa.
Por outro lado, os custos fixos são provocados para dotar a indústria de capacidade de
produção e não em razão do volume de produção. Os custos efetivamente incorridos com
cada unidade adicional produzida são os variáveis.
Assim, o critérios mais útil para se avaliar a rentabilidade de um produto é aquele em que os
custos fixos não são alocados como parte dos custos de produção (custeio variável).
Com base neste raciocínio, foi elaborado o conceito de margem de contribuição unitária.
Considerando-se apenas os custos envolvidos, a margem de contribuição unitária é a
diferença entre a receita e os custos variáveis de uma unidade. Ao incluirmos as despesas,
esse conceito deve ser ampliado.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
116
Margem de Contribuição Unitária = Receita Unitária - Custos e Despesas Variáveis Unitário
Analisando as informações abaixo, relativas a dois produtos:
Custos
diretos
variáveis
unitárias
Custos
indiretos
variáveis
unitárias
Custos
variáveis
unitários
totais
Preço de
venda
unitário
Margem de
contribuição
unitária
Produto A 800 200 1.000 1.900 900
Produto B 1.00 500 1.500 2.200 700
O produto A é o que apresenta melhores resultados para a empresa, em função de sua
maior margem de contribuição (considerando-se a existência de capacidade ociosa de
produção).
Deduzindo os custos fixos da margem de contribuição dos dois produtos, chegamos ao lucro.
O custo fixo deve ser deduzido da margem de contribuição de todos os produtos e não
apropriado a cada um deles.
Em relação às despesas, os problemas identificados são basicamente os mesmos dos
custos fixos. Desse modo, o conceito de margem de contribuição unitária é ampliado para a
diferença entre a receita unitária e os custos e despesas variáveis por unidade.
MCU = Receita Unitária - Custos e Despesas Variáveis Unitários
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
117
Exemplo da aplicação do conceito de margem de contribuição
Uma indústria apresentava as seguintes projeções para um determinado período:
Capacidade produtiva 1.000 unidades
Demanda atual 700 unidades
Custos fixos totais de produção 28.000,00
Despesas fixas totais de produção 3.500,00
Custos variáveis de produção 30,00 / unidade
Despesas variáveis de produção 10,00 / unidade
Preço de venda 100,00 / unidade
O resultado apurado com a produção e venda de 700 unidades seria:
Vendas: 700 unidades X 100,00 = 70.000,00
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS
- Fixos 28.000,00
- Variáveis: 700 unidades X 30,00 21.000,00 (49.000,00)
- Lucro Bruto 21.000,00
DESPESAS
- Fixas 3.500,00
- Variáveis: 700 unidades X 10,00 7.000,00 (10.500,00)
- Lucro Líquido 10.500,00
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
118
Um determinado cliente deseja adquirir 200 unidades (produção adicional, acima da
demanda atual de 700 unidades), mas só aceita pagar 70,00 por unidade. A indústria deve
aceitar a encomenda?
Se adotar o custeio por absorção, considerando a produção e venda de 900 unidades, a
indústria irá apurar o custo unitário de produção da seguinte forma:
Custos
• Fixos unitários: 28.000,00 / 900 unidades = 31,11
• Variáveis unitários: 30,00
Despesas
• Fixas unitárias: 3.500,00 / 900 unidades = 3,89
• Variáveis unitárias: 10,00
Total por unidade
31,11 + 30,00 + 3,89 + 10,00 = 75,00
Como o cliente se propõe a pagar 70,00 por unidade, baseando-se no custeio por absorção,
a indústria não aceitaria a encomenda.
Entretanto, caso considere a existência de capacidade ociosa e que os custos e despesas
fixos existem, independentemente de ser ou não aceita a encomenda, a indústria decidirá
com base no conceito de margem de contribuição: para cada unidade, a receita adicional
será de 70,00; cada unidade gera custos variáveis de 30,00 e despesas variáveis de 10,00; a
margem de contribuição unitária (MCU) é positiva em 30, 00, e a encomenda deve ser aceita.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
119
MCU = 70,00 - custos e despesas variáveis unitários
MCU = 70,00 - (30,00 + 10,00) = 30,00
Caso aceite produzir as 200 unidades adicionais, a indústria irá apurar o seguinte resultado:
Vendas
700 unidades X 100,00 = 70.000,00
200 unidades X 70,00 = 14.000,00
84.000,00
Custos dos produtos vendidos
• Fixos: 28.000,00
• Variáveis: 900 unidades X 30,00 = 27.000,00
• Total: 28.000,00 + 27.000,00 = 55.000,00
• Lucro Bruto = 84.000,00 - 55.000,00 = 29.000,00
Despesas
• Fixas: 3.500,00
• Variáveis: 900 unidades X 10,00 = 9.000,00
• Total: 3.500,00 + 9.000,00 = 12.500,00
• Lucro Líquido = 29.000,00 - 12.500,00 = 16.500,00
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
120
Como o lucro líquido na produção e venda de 700 unidades seria de 10.500,00, o resultado
será maior em 6.000,00 se a encomenda das 200 unidades adicionais for aceita. A diferença
no resultado corresponde à margem de contribuição das 200 unidades adicionais:
200 unidades adicionais x 30,00 = 6.000,00
A margem de contribuição e a limitação na capacidade produtiva
Se não houver limitação na capacidade de produção, o produto mais rentável é o que
apresenta maior margem de contribuição por unidade.
Se uma indústria fabrica os produtos A e B e opera com a capacidade ociosa:
Custos
diretos
variáveis
unitárias
Custos
indiretos
variáveis
unitárias
Custos
variáveis
unitários
totais
Preço de
venda
unitário
Margem de
contribuição
unitária
Produto A 800,00 200,00 1.000,00 1.900,00 900,00
Produto B 1.000,00 500,00 1.500,00 2.200,00 700,00
O produto mais rentável é o A, pois apresenta maior margem de contribuição.
Havendo limitação na capacidade produtiva, mais rentável é o produto que apresentar maior
margem de contribuição pelo fator que limita a capacidade de produção.
Se uma indústria fabrica os produtos A e B e sofre limitação das horas de que pode dispor
em sua linha de produção:
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
121
Margem de
contribuição unitária
Tempo de produção
por unidade (horas)
Margem de
contribuição unitária
dividida pelo tempo
de produção
Produto A 900,00 1,5 600,00
Produto B 700,00 1,0 700,00
Isto significa que, enquanto a margem de contribuição unitária de A é de 600,00 por hora, a
de B é de 700,00.
Podemos também raciocinar no sentido de que, enquanto se produz uma unidade de A
(900,00 de margem unitária), produz-se 1,5 unidades de B (700,00 x 1,5 = 1.050,00 de
margem unitária). O B é o mais rentável.
O conceito de Margem de Contribuição permite verificar quais produtos/serviços são mais ou
menos lucrativos, sem lançar mão de formas de rateio complexas. Através do seu cálculo, é
muito comum que um pequeno empresário (por exemplo uma pastelaria) reavalie seu
negócio a cada mês apenas tomando o valor das vendas e deduzindo os custos do produto,
as despesas variáveis e, se a margem apurada cobre as despesas fixas e ainda sobra uma
receita, o negócio continua.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
122
Aproveite o exemplo inicial e considere que um determinado cliente deseja adquirir 200
unidades (produção adicional, acima da demanda atual de 700 unidades), mas só aceita
pagar 60,00 por unidade. Leve em conta a existência de capacidade ociosa e que os custos
e despesas fixos existem, independentemente de ser ou não aceita a encomenda. Sabendo-
se que a indústria decidirá com base no conceito de margem de contribuição, ela deve ou
não aceitar a encomenda?
Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
123
UNIDADE 21 Objetivo: Apresentar o Sistema RKW, destacando sua utilidade como base para fixação de preço de venda de um produto, já que funciona mais como um sistema de alocação de custos e despesas do que um sistema de custeio convencional.
SISTEMA RKW
O RKW (do alemão, reichskuratorium für wirtschaftlichtkeit) é um sistema de alocação em
que, além da alocação dos custos, é considerada também a apropriação das despesas aos
produtos.
Distribuem-se a todos os produtos os custos diretos e indiretos, pelo custeio por absorção, e
as despesas de vendas administrativas, financeiras, etc., chegando-se, assim, ao valor de
fabricação e venda dos produtos, já considerados os gastos posteriores à produção. Em
razão disso, o RKW não é estritamente um sistema de custeio (que significa apropriação de
custos), mas de alocação de custos e despesas.
Primeiramente, os custos e despesas são distribuídos entre os diversos setores ou
departamentos e, posteriormente, alocados aos produtos.
Esse critério pode ser utilizado como base para a fixação de preço de venda de um produto,
uma vez que, calculado os gastos de produção e venda, basta se acrescentar a margem de
lucro para se chegar ao preço de venda.
O problema é que, numa economia de mercado, normalmente, o preço de venda não pode
ser fixado sem se considerar fatores como a concorrência e a procura pelos consumidores.
Isso faz com que o RKW possa ter apenas aplicação em regime de monopólio ou de
economia centralizada com rígido controle da produção e fixação de preços.
Ao invés de fixar o preço de venda com base no custo de produção, acrescido das despesas
e da margem de lucro, algumas empresas seguem o caminho inverso. Primeiro verifica que
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
124
valor o mercado aceita pagar pelo produto e a quantidade procurada, para buscar
alternativas de produção e venda em valores compatíveis com o mercado.
É o target cost (custo meta), em que, ao invés de se fixar o preço de venda com base nos
custos e despesas, fixam-se os custos e despesas a partir do preço de venda de mercado.
Os procedimentos adotados no RKW podem ser usados para a fixação de tarifas na
prestação de serviços públicos mediante concessão.
Exemplo simplificado da aplicação do RKW
Uma indústria apresentava as seguintes projeções para um determinado produto:
Demanda atual 700 unidades
Custos fixos totais de produção 28.000,00
Despesas fixas totais de produção 3.500,00
Custos variáveis de produção 30,00 / unidade
Despesas variáveis de produção 10,00 / unidade
A indústria deseja obter lucro de 20 % adotando o sistema RKW na apuração do preço de
venda.
Custos
• Fixos unitários: 28.000,00 / 700 unidades = 40,00
• Variáveis unitários: 30,00
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
125
Despesas
• Fixas unitárias: 3.500,00 / 700 unidades = 5,00
• Variáveis unitárias: 10,00
• Total unitário: 40,00 + 30,00 + 5,00 + 10,00 = 85,00
Total unitário de produção e venda 85,00
20 % de margem de lucro 17,00
Preço de venda unitário 102,00
Atenção: Numa economia de mercado, as empresas modernas só lançam um produto no
mercado após avaliar o comportamento da concorrência e, acima de tudo, o comportamento
do consumidor e aquilo que ele se dispõe a pagar.
Portanto, é este valor aceito pelo mercado que se constitui referência para formação de
preço. Definido o preço de venda, o empresário dimensiona seus custos, despesas e
margem de lucro segundo o limite identificado no mercado.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
126
UNIDADE 22
Objetivo: Introduzir conceitos de Ponto de Equilíbrio, destacando sua importância na identificação do momento em que a empresa começa a definir seus lucros, ou alcançar o ponto onde não há lucro nem prejuízo.
PONTO DE EQUILÍBRIO
Ponto de equilíbrio contábil é aquele em que, produzindo e vendendo um determinado
número de unidades, a indústria tem resultado zero, isto é, não há lucro ou prejuízo.
Ponto de equilíbrio contábil em unidades:
Onde:
PE = ponto de equilíbrio em unidades
CFT = custos fixos totais
DFT = despesas fixas totais
MCU = margem de contribuição unitária
Uma indústria apresenta os seguintes dados:
Custos variáveis unitários 40,00
Despesas variáveis unitárias 35,00
Custos fixos totais 15.000,00
MCU
DFT CFT PE
+=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
127
Despesas fixas totais 10.000,00
Venda unitária 100,00
Seu ponto de equilíbrio em unidades será:
Ponto de equilíbrio em receitas:
1.000 unidades do PE x 100,00 venda unitária = 100.000,00 PE em receitas
DEMONSTRAÇÃO
Vendas
1.000 unidades X 100,00 100.000,00
Custo dos Produtos Vendidos
Fixos 15.000,00
Variáveis: 1.000 unidades X
40,00
40.000,00 55.000,00
unidades 1.000 PE
35,00) (40,00 - 100,00
10.000,00 15.000,00 PE
MCU
DFT CFT PE
=
+
+=
+=
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
128
Lucro Bruto 45.000,00
Despesas
Fixas 10.000,00
Variáveis: 1.000 unidades X
35,00
35.000,00 45.000,00
Resultado Líquido - 0 -
Produzindo e vendendo acima do ponto de equilíbrio, a indústria terá lucro; abaixo, prejuízo.
Para calcular o resultado, verificamos a diferença entre a quantidade de produção e venda e
a quantidade do ponto de equilíbrio, multiplicando-a pela margem de contribuição.
1.200 unidades produzidas e vendidas - (1.000) unidades do PE = 200 diferença
x 25,00 margem de contribuição unitária = 5.000,00 lucro líquido
Como no ponto de equilíbrio a indústria já cobriu seus custos e despesas fixas, para cada
unidade adicional acima deste ponto, só haverá custos e despesas variáveis, e o resultado
será a margem de contribuição das unidades que ultrapassam o ponto de equilíbrio.
Se a indústria produzir e vender 900 unidades:
900 unidades produzidas e vendidas - (1.000) unidades do PE = (100)diferença
x 25,00 margem de contribuição unitária = (2.500,00) prejuízo líquido
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
129
Gráfico do ponto de equilíbrio
Traça-se um sistema de eixos cartesianos, cujas ordenadas (y) representam valores em
reais e as abcissas (x) representam percentagem, meses do ano e dias do mês ou ainda a
produção em unidades físicas.
Determinamos então o ponto A tendo como coordenadas:
Unindo o ponto A a origem, teremos a reta das receitas.
Traça-se em seguida uma paralela a eixo dos x (abcissas), no ponto correspondente em
reais aos custos fixos, denominado ponto B. A seguir, define-se C que corresponderá aos
custos totais (CT = CF + CV).
As coordenadas desse ponto são:
Uma vez determinado o ponto C, ele será unido ao ponto B, obtendo-se uma reta dos custos.
A intercessão das retas de receitas e custos determina o Ponto de Equilíbrio.
X = Prod. Total (PT)
Y = Receita Total (RT)
X = PT
Y = CT
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
130
As coordenadas desse ponto nos fornecerão:
Conclusão: A empresa atinge o Ponto de Equilíbrio quando as vendas se igualam ao total
dos custos e despesas. Recomenda-se apurar o Ponto de Equilíbrio antes (como uma
previsão), durante (acompanhamento) e após (como avaliação).
X = Produção de Equilíbrio
Y = Receita de Equilíbrio
PE
A
C
B
y
x
Custos Fixos
Custos Variáveis
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
131
Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade N no “link” ATIVIDADES.
Com o estudo do Ponto de Equilíbrio, considere uma indústria apresenta os seguintes dados:
Custos variáveis unitários 60,00
Despesas variáveis unitárias 55,00
Custos fixos totais 33.000,00
Despesas fixas totais 20.000,00
Venda unitária 300,00
Pede-se:
1. Qual a quantidade a ser vendida no Ponto de Equilíbrio?
2. Identificada a quantidade de equilíbrio, qual a receita neste ponto?
3. Se a empresa produzir e vender 500 unidades acima do Ponto de Equilíbrio,
qual será seu Lucro Líquido?
4. Se a empresa vender 300 unidades abaixo do Ponto de Equilíbrio, qual será
seu Prejuízo Líquido?
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
132
UNIDADE 23
Objetivo: Apresentar os conceitos vigentes para formação de preços de venda dos produtos, partindo dos dados de custos contidos no sistema de informações contábeis.
CONCEITOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA
Formação de preços a partir do custo e sua validade
O pressuposto básico para tal técnica é que o mercado está disposto a absorver os preços
de venda determinados pela empresa, que, por sua vez, são calculados em cima de seus
custos reais ou orçados. Sabemos que, na verdade, isso nem sempre pode acontecer,
ficando, então, eventualmente, invalidado tal procedimento.
De qualquer forma, é necessário um cálculo sobre os custos, tendo em vista que, através
dele, podemos pelo menos ter um parâmetro inicial ou padrão de referência para análises
comparativas.
Além disso, diversas outras situações podem exigir a utilização dos procedimentos de
formação de preços de venda a partir do custo, como:
a) Estudos de engenharia e mercadologia para introdução de novos produtos;
b) Acompanhamento dos preços e custos dos produtos atuais;
c) Novas oportunidades de negócios;
d) Negócios ou pedidos especiais;
e) Faturamento de produtos por encomenda;
f) Análise de preços de produtos de concorrentes etc.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
133
Diante disso, vamos estudar as principais variantes da formação de preços de venda, dentro
do sistema de informação contábil.
Formação de preços a partir do custeio por absorção
É a técnica mais utilizada. Tomam-se como base os custos industriais por produto, e
adicionam-se as taxas gerais de despesas administrativas e comerciais, despesas
financeiras e margem desejada.
Apesar de várias desvantagens teóricas conhecidas sobre a utilização do Custeio por
Absorção, tanto KAPLAN & ATKINSON quanto LERE admitem que na prática este ainda é o
critério mais utilizado para a formação de preços de venda, basicamente porque o método é
simples de se usar.
Formação de preços a partir do custeio direto/variável
Em vez de se tomar como base o custo por absorção (equivalente ao custo da fábrica, que
inclui tanto os custos diretos como os indiretos), o valor básico de referência para formar o
preço de venda neste critério são os custos diretos ou variáveis, mais as despesas variáveis
do produto que possam ser identificadas. Após isso, a margem a ser aplicada deverá cobrir,
além da rentabilidade mínima almejada, também os custos e despesas fixas, que não foram
alocados aos produtos.
Este critério é coerente com análise de custo/volume/lucro, ao determinar, na formação de
preço de venda, a margem de contribuição de cada produto.
Formação de preços a partir dos custos de transformação
Dependendo dos valores dos itens comprados de terceiros, algumas empresas não
requisitam, no preço de venda, absorção das despesas operacionais e margem de lucro dos
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
134
valores desses materiais ou serviços adquiridos de terceiros. Neste caso, tomam como base
para formação dos preços de venda apenas os valores gastos a título de transformação do
produto.
A utilização dessa técnica tende a ser eventual, principalmente para pedidos especiais.
Formação de preços a partir do mercado
A teoria econômica indica que quem faz o preço de venda dos produtos é o mercado,
basicamente através da oferta e procura, fazendo as devidas considerações para situações
de monopólio, oligopólio, mercados cativos e situações similares.
Assumindo essa condição, praticamente seria desnecessário o cálculo dos custos e
subseqüente formação de preços a partir dele.
O que a empresa teria que fazer seria abalizar corretamente o preço de mercado do produto
através dos preços dos concorrentes existentes, ou através de pesquisas de mercado (no
caso de produtos inéditos), e fazer considerações específicas de gastos de comissões,
canais de distribuição, publicidade, localização da fábrica etc.
O preço de mercado possibilita na realidade a situação inversa da formação de preços de
venda. Assumindo a condição de que o preço que o mercado está pagando é o máximo que
a empresa pode atribuir ao seu produto, o preço de mercado passa a ser o elemento
fundamental para a formação dos custos e despesas.
Diante disso, parte-se do preço de venda, deduz-se a margem mínima que a empresa quer
obter, bem como os custos financeiros de financiamento da produção e os efeitos monetários
sobre o capital de giro, e obtém-se o máximo que pode custar internamente tal produto para
a empresa.
A partir da obtenção desse dado, se a empresa se vê em condições de produzir e vender tal
produto com o lucro desejado, o custo obtido passa a ser o custo-padrão ideal, ou segundo
NAKAGAWA o custo meta.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
135
Exemplo:
Preço de venda de mercado $ 100,00
(-) margem de lucro, desejada ou necessária $ (10,00)
Custo Meta $ 90,00
Atenção: Numa economia de mercado, afastadas as mazelas do monopólio ou do oligopólio,
as empresas modernas só lançam um produto após avaliar o comportamento da
concorrência e, acima de tudo, o comportamento do consumidor naquilo que ele se dispõe a
pagar. Portanto, se é este valor aceito pelo mercado, ele acaba por se constituir a referência
máxima para formação do preço.
Definido o preço de venda, o empresário dimensiona seus custos, despesas e margem de
lucro segundo o limite identificado no mercado. Essa visão, dependendo da estrutura
produtiva de cada empresa, é fator de decisões múltiplas: da desistência de um determinado
projeto até a revisão total da estrutura interna de custos.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
136
Vamos refletir sobre pontos a serem considerados na “análise da viabilidade de um
determinado negócio”.
É da natureza do homem identificar sempre como “potencialidade ociosa”, algo que
transformado poderia gerar novos valores na sua relação com o mercado. Refiro-me à
capacidade do ser humano em gerar novas riquezas econômicas, sem as quais, uma nação
não sobreviveria.
Entretanto, o índice de “suicídio empresarial” é demasiadamente grande. Isto por falta de
preparo ou erros de avaliação, gerando enormes prejuízos aos investidores. Sendo assim,
como minimizar o risco de um empreendimento?
1. No plano financeiro como devemos abordar o fenômeno da “Lucratividade” (preço-
custo) em relação aos produtos/serviços concorrentes – será que o produto/serviço é
realmente lucrativo?
2. É importante identificar as necessidades de capitais (fixo e giro) e adicioná-los para o
novo negócio ou produto?
3. Como um gestor contábil poderia colaborar com o empreendedor no lançamento de
um novo produto/serviço?
Emita a sua opinião e conheça a dos demais participantes.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
137
UNIDADE 24
Objetivo: Apresentar os conceitos e as características fundamentais da produção por ordem, da produção contínua e do equivalente produção com exemplos objetivos.
PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA
Conceitos
Na produção por ordem, a indústria fabrica produtos com características
estabelecidas pelos clientes, como é o caso das gráficas, que imprimem
uma série de cartões, formulários, blocos, etc., de acordo com os tipos
exigidos pelos clientes.
Também é produção por ordem aquela em que os produtos são fabricados com
especificações estabelecidas pela própria indústria, como cores, modelos, acessórios ou
tamanhos diferentes. É o caso de veículos não fabricados em série e que, apesar de não
serem produzidos através de especificações dos clientes, apresentam características
particulares.
Na produção contínua, a indústria fabrica os produtos por ela estabelecidos e de igual
formato, para oferta aos clientes, como é o caso de uma fábrica de cervejas.
Algumas indústrias produzem apenas por ordem; outras de forma contínua; e há as que
produzem por ordem e continuamente. Certas indústrias fabricam alguns dos componentes
de seus produtos de forma contínua e outros componentes por ordem. É o caso de uma
indústria de máquinas que produz continuamente as peças mecânicas e elabora por ordem a
carcaça, pintura, o acabamento, etc.
Na produção por ordem, os custos são acumulados para cada ordem de produção ou
encomenda, sendo encerrados apenas quando da conclusão do produto.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
138
Na produção contínua, o encerramento dos custos é feito no final de um período determinado
(semana, quinzena, mês, etc.). As contas de custos são encerradas ao final desse período, e
não à medida que os produtos vão sendo acabados. É dividido o custo total de produção do
período pelo número de unidades fabricadas no mesmo período, chegando-se ao custo
unitário médio de produção.
Equivalente de produção
O equivalente de produção diz respeito à produção contínua e será ilustrado com os
exemplos apresentados em seguida:
Em determinado período, uma indústria efetua custos de produção de 10.000,00, para iniciar
e acabar 1.000 unidades. O custo unitário de produção seria:
10.000,00 / 1.000 unidades = 10,00 por unidade acabada
Se a indústria, porém, realizasse custos de produção de 10.000,00 para iniciar 1.000
unidades, mas, no final do período, ainda tivesse 200 unidades em elaboração, no estágio de
90 % acabadas (já foram aplicados 90 % de matéria-prima, mão-de-obra direta e dos gastos
gerais de fabricação), o custo unitário de produção seria:
• Unidades iniciadas e acabadas no período: 800 unidades
• Unidades iniciadas no período e ainda em elaboração no final do período
(consideradas como proporcionalmente acabadas) - 200 unidades X 90 % = 180
unidades
• Equivalente total de produção = 800 unidades + 180 unidades = 980 unidades
acabada unidadepor 10,20 unidades 980
10.000,00
produção de totaleEquivalent
período do produção de Custos==
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
139
Apesar de não terem sido de fato concluídas, as 200 unidades em elaboração foram
computadas como proporcionalmente acabadas (200 unidades 90 % acabadas equivalem a
180 unidades 100 % acabadas).
No cálculo do custo médio unitário, levamos em consideração, portanto, as unidades
proporcionalmente acabadas. Caso contrário, os custos realizados com as unidades ainda
em elaboração seriam tratados como parte do custo das unidades efetivamente acabadas.
Os custos incorridos no período foram aplicados tanto às unidades acabadas, quanto às
unidades ainda em elaboração.
O estoque de produtos acabados seria:
800 unidades x 10,20 8.160,00
E o estoque de produtos em elaboração:
200 unidades em elaboração x 90 % 180 unidades acabadas (proporcionalmente) x 10,20 1.836,00
O custo de cada unidade em elaboração corresponde a 90 % do custo de uma unidade
acabada. Logo, o cálculo poderia ser feito da seguinte forma:
10,20 por unidade 100 % acabada x 90 % 9,18 por unidade 90 % acabada x 200 unidades 90 % acabadas 1.836,00
Digamos que fossem consideradas apenas as unidades de fato acabadas nesse cálculo:
10.000,00 / 800 unidades = 12,50 por unidade acabada
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
140
O custo de 12,50 por unidade seria referente às 800 unidades acabadas, mas embutiria os
custos aplicados também nas 200 unidades ainda em elaboração.
Por esse raciocínio, teríamos o estoque de produtos em elaboração igual a 10.000,00 (800
unidades X 12,50) e o estoque de produtos em elaboração com valor igual a zero.
Imaginemos que uma indústria começasse a produção em determinado período com 200
unidades vindas do período anterior, no estágio de 90 % acabadas. No atual período, os
custos de produção foram 9.300,00, sendo iniciadas 1.000 unidades. Destas unidades, 300
estavam em elaboração no final do período, no estágio de 70 % acabadas.
O custo unitário de produção seria:
• Unidades iniciadas no período anterior e acabadas no período, proporcionalmente:
200 unidades X 10 % = 20 unidades.
• Unidades iniciadas e acabadas no período: 1.000 unidades - 300 unidades em
elaboração = 700 unidades
• Unidades iniciadas no período e, ainda, em elaboração, proporcionalmente acabadas:
300 unidades X 70 % = 210 unidades.
• Equivalente total de produção = 20 + 700 + 210 = 930 unidades
As unidades iniciadas no período anterior e acabadas no período (200 unidades) foram
transferidas do período anterior no estágio de 90 % acabadas. os custos aplicados no
período a estas unidades representaram o equivalente a apenas 10 %.
Digamos que uma indústria iniciasse 1.000 unidades e que tivesse apurado os seguintes
custos para o período:
acabada unidadepor 10,00 unidades 930
9.300,00
produção de totaleEquivalent
período do produção de Custos==
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
141
Matérias-primas 4.500,00
Mão-de-obra direta 2.800,00
Gastos gerais de fabricação 4.200,00
Total 11.500,00
Cada uma das 1.000 unidades se encontrava nos estágios abaixo:
Matérias-primas 90 %
Mão-de-obra direta 70 %
Gastos gerais de fabricação 60 %
As unidades proporcionalmente acabadas, em relação a cada um dos itens de custos acima,
seriam:
Matérias-primas
1.000 unidades
Estágio de elaboração
90 %
Equivalente em unidades
900 unidades
Mão-de-obra direta
1.000 unidades
70 %
700 unidades
Gastos gerais de fabricação
1.000 unidades
60 %
600 unidades
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
142
E o custo unitário de produção seria:
• Matérias-primas: 4.500,00 / 900 unidades = 5,00
• Mão-de-obra direta: 2.800,00 / 700 unidades = 4,00
• Gastos gerais de fabricação: 4.200,00 / 600 unidades = 7,00
• Custo unitário total = 16,00
Para sua informação
Importante: O controle interno reduz os riscos cotidianos na empresa.
Para evitar riscos com fraudes, erros e perda de controles, empresas implantam áreas de
controles internos preventivos, focando nelas a atuação de seus gestores:
• Controles internos a serem utilizados pelas empresas para as operações envolvendo
o ciclo de pagamentos: autorizações, solicitações de compras, ordens de compras,
recebimentos das mercadorias, funções das contas a pagar e pagamentos (emissão
de cheques, segregações de funções, conferências, etc.).
• Controles internos a serem utilizados pelas empresas para as operações envolvendo o
ciclo de recebimento: pedido do cliente, faturamento, crédito e cobrança, expedição,
contas a pagar, recebimento, contabilidade e auditoria.
• Controles internos envolvendo o ciclo de produção da empresa.
• Controles internos gerais de Contabilidade, Reconciliações bancárias, Segurança,
Seguros Serviços administrativos e Sistemas.
• Controles e segurança de informação, medidas a serem tomadas objetivando evitar
ataques de vírus, códigos hostis, ameaças físicas, tornando seguros os dados de
informação, bem como medidas de segurança de rede, da WEB e de e-mails.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
143
• Controles internos na área tributária, DCTF, Declaração de Renda, Lucro Real e
retenções de IRRF, INSS, ISS, PIS e COFINS.
• Controles internos na área de Recursos Humanos: Admissão, documentação, cartão
ponto, horas extras, folha de pagamento, INSS, FGTS, IRRF, Férias, 13º salário,
Rescisões, Segurança e Medicina do Trabalho, Laudos Técnicos e outros.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
144
UNIDADE 25
Objetivo: Identificar os conceitos, as características e os elementos básicos do planejamento, enquanto ato de decidir antecipadamente o que fazer, quando fazer e quem deve fazer.
PLANEJAMENTO – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Definição
É o passo original na tomada de decisão da ação administrativa. Planejar é decidir
antecipadamente o que fazer, quando fazer e quem deve fazer.
Características
• Definição de objetivo
• Estabelecimento dos recursos
• Redução da incerteza do futuro pela preparação
Elementos básicos
• Base informativa (avaliação de condições)
• Definição de objetivos (resultados esperados)
• Elasticidade (previsão de alternativas) - flexibilidade
• Facilitar a tomada de decisões (escolha entre alternativas)
Plano
É o resultado do planejamento. É o produto final que torna operacional o planejamento.
Projeto - É o aperfeiçoamento do Plano é a técnica especial de feitura do Planejamento.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
145
Tipos de planejamento administrativo
• Especial ou Parcial:
É aquele que atingido o seu objetivo, deixa de ser utilizado. É específico.
Exemplo: tornar conhecido um produto novo que vai ser lançado no mercado.
• Geral ou Estratégico:
Seus objetivos são permanentes.
Exemplo: programação de vendas de todos os produtos de sua linha de produção
Planejamento operacional
Aspecto setorial de um Plano. É um desdobramento do Plano. É a sua execução.
Projeto
Significa a expansão de um plano, o seu aperfeiçoamento.
ELEMENTOS BÁSICOS CARACTERÍSTICAS
Informação Definição de objetivos
Resultados esperados Estabelecimento de recursos
Flexibilidade Projeção futura
Decisões sobre fins e meios
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
146
Objetivos
• Determina o que o grupo de pessoas deve fazer.
• É o passo original na tomada de decisão.
• É decidir antecipadamente o que fazer, quando fazer e quem deve fazer.
Importante: Antes de fazer as provas on line ou presencial faça os exercícios das atividades
propostas. Elas irão “facilitar” seu desempenho durante as referidas provas.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
147
UNIDADE 26
Objetivo: Essencialmente, nesta unidade vamos definir com objetivamente planejamento, plano e tomada de decisão, procurando distinguir as etapas nas suas particularidades enquanto ações gerenciais.
PLANEJAMENTO, PLANO E TOMADA DE DECISÃO
Para melhor entender a natureza do planejamento, deve-se conceituar três termos -
planejamento, plano e tomada de decisão - importantes do processo administrativo.
Planejamento:
A função de Planejar é definida como a análise de informações relevantes do presente e do
passado e a avaliação dos prováveis desenvolvimentos futuros de forma que um curso de
ação seja determinado e que torne possível à organização atingir seus objetivos já
determinados.
Segundo Ackoff, planejamento pode ser definido como: "0 Projeto de um estado futuro
desejado e de meios efetivos para torná-lo realidade".
O autor ainda completa dizendo que o planejamento é um típico processo de tomada de
decisão, embora nem toda a tomada de decisão seja planejamento.
Plano:
A recomendação de um curso de ação estabelecida no planejamento é o plano. É através
do plano que o planejamento se torna operacional.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
148
Tomada de Decisão:
Tomada de decisão é uma atividade inerente ao processo de planejamento como um todo.
Tomar uma decisão é fazer uma escolha entre duas ou mais alternativas.
A alternativa escolhida é a decisão.
O Processo de tomada de decisão é uma tentativa racional, por parte do administrador, de
atingir os objetivos propostos pela organização. Ele obedece ao seguinte roteiro básico:
1. Determinação do problema;
2. Desenvolvimento de alternativas possíveis para melhor solucionar o problema;
3. Análise das alternativas. Essa análise será feita em função de pontos fracos e
fortes de cada alternativa;
4. Seleção da melhor alternativa.
O CONTEXTO DO PLANEJAMENTO
LONGO PRAZO - ESTRATÉGICO
MÉDIO PRAZO - TÁTICO
CURTO PRAZO - OPERACIONAL
O entendimento comum sugere a existência de um processo em curso, e o objetivo
precípuo é permitir que o gestor possa orientar ou tomar uma decisão. Sendo assim,
nunca é demais fixar que tomar uma decisão é fazer uma escolha entre duas ou mais
alternativas, o que acontece dentro de um processo, obedecendo a um roteiro específico.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
149
UNIDADE 27
Objetivo: Apresentar as fases que orientam o planejamento no seu contexto de estratégia e dinâmica operacional, observando limites e revisões possíveis ao longo de sua eficácia e geração de resultados.
ASPECTOS OPERACIONAIS DO PLANEJAMENTO
Principais Fases do Planejamento
O resultado do processo de planejamento é um plano a ser colocado em execução.
Devemos ter sempre em mente que qualquer plano está sujeito à revisão. É, portanto,
considerado um processo contínuo e dinâmico.
As principais fases necessárias para a geração de um planejamento são:
• obtenção de informações
• análise dos dados e informações obtidos
• previsão dos acontecimentos futuros
• decisões sobre:
• fins - especificações dos objetivos e metas
• meios - seleção das políticas, programas e procedimentos
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
150
Planejamento Estratégico é:
• PROSPECÇÃO
• ANTECIPAÇÃO
• CRIAÇÃO
• ANTEVISÃO
• ADAPTAÇÃO
• SIMULAÇÃO
Planejamento Estratégico não é:
• PROJEÇÃO
• IMPROVISAÇÃO
• ADIVINHAÇÃO
• CASUÍSMO
Cabe também esclarecer as diferenças fundamentais que justificam a utilização do
Planejamento Estratégico em substituição ao planejamento tradicional, conforme indicado
abaixo:
Planejamento Tradicional X Estratégico
PLANEJAMENTO TRADICIONAL PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Centralizador Participativo
Formulação demorada Formulação rápida
Projetivo Prospectivo
Passado e presente Passado-Presente-Futuro
Prepara para o futuro Constrói o futuro
Espera acontecer Faz acontecer
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
151
Reativo Proativo-Interativo
Intramuros Ambiente
Arquipélago Continente (sistêmico)
Rotina Novidade
Rígido Flexível
Estático Dinâmico
Estrito Abrangente (multidisciplinado)
Eficiente Eficiente e eficaz
Quantitativo Quantitativo e Qualitativo
Eficácia do Planejamento
Uma das dimensões consideradas significantes no planejamento é até que ponto o ato de
planejar contribui mais ou menos para a eficácia organizacional. Em recente pesquisa foi
possível mostrar alguns fatores que tornam o planejamento eficaz.
1. Quando o planejamento é bem elaborado, contribui para reduzir ambigüidade e
conflito de posições, dentro da estrutura organizacional.
2. Relacionado com o que dissemos acima, o planejamento limita ações arbitrárias.
3. O planejamento reduz o grau de incerteza dentro da organização.
4. O planejamento permite à organização ter maior capacidade de tratar com as
incertezas tanto do ambiente externo como do interno.
5. O planejamento força o administrador a considerar fatores, para efeito de tomada de
decisão, que dificilmente seriam considerados sem um planejamento.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
152
6. O planejamento é importante, pois contribui para o desempenho das demais funções
do processo administrativo. Sem a definição de um caminho como referência, todas as
funções administrativas teriam dificuldades em dirigir suas atividades em torno de um
objetivo.
Os Limites do Planejamento
Existem vários fatores que limitam a execução e implantação do planejamento. Uma das
limitações é inerente à previsão.
Estabelecer um modelo para a definição de políticas e premissas básicas baseadas em
previsão não traz muitos benefícios à empresa, uma vez que essa previsão é limitada pela
ação do tempo, ou seja, o que foi previsto pode não ocorrer ou pode modificar-se com o
tempo.
Avaliação de um Planejamento
Um processo de planejamento deve ser avaliado sob dois aspectos: sob o aspecto de
procedimento ou processual e sob o aspecto econômico. No tocante ao procedimento do
planejamento analisamos e revisamos os procedimentos seguidos e as características
resultantes que diferenciam os planos com sucesso dos planos com fracasso. Os critérios
utilizados são descritivos, e as dimensões utilizadas para essa análise são:
• Complexidade do plano
• Grau de compreensão
• Tempo de duração
• Grau de especificidade
• Flexibilidade
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
153
• Freqüência
• Natureza confidencial
• Formalidade
• Facilidade de implantação
• Facilidade de controle
O segundo aspecto da avaliação do planejamento é a determinação do grau de
economicidade do plano. Para poder determinar o valor econômico do planejamento é
necessário usar uma técnica que permita descrever qualquer plano em termos econômicos.
Cada planejamento tem suas próprias características, em função do tipo de empresa para a
qual o plano está sendo executado. Entretanto, é possível um planejamento ser executado
com grande sucesso, porém não ser o mais apropriado para aquela situação específica.
Há um conceito amplamente utilizado no campo da economia que pode ser usado para
determinar se um planejamento dá a máxima contribuição aos objetivos empresariais:
“A eficácia econômica em planejamento resulta em planos que maximizam o
atendimento dos objetivos organizacionais através da utilização mais eficiente
dos recursos disponíveis”.
Os planos fins deverão dispor sobre as rotinas e Procedimentos que detalharão as normas.
Os planos meios na A P O a direção ou gerência superior define as metas e os
subordinados, as executam, sob constante supervisão.
Na cadeia escalar tem que se observar a capacidade do alto escalão em planejar em longo
prazo (enxergar em longo prazo).
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
154
A EFICÁCIA DO PLANEJAMENTO
ESTÁ LIGADA AO PRODUTO FINAL
*Boa elaboração
*Normalização
*Reduz a incerteza
*Referência
*Tomada de decisão
*Integra as demais funções
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
155
UNIDADE 28
Objetivo: Apresentar o processo administrativo, como parte integrante daquilo que foi previamente planejado, destacando os tipos de organizações mais presentes nos contextos organizacionais.
ORGANIZAÇÃO
Definições:
É o processo administrativo que visa a estruturação da empresa, reunindo pessoas de
acordo com o planejamento efetuado (Idalberto Chiavenato).
É a “PARTE VIVA" da empresa.
É a função administrativa que vem depois do planejamento e que antecede à direção e ao
controle.
Tipos de Organizações:
• Organização formal: é a organização planejada e que está no papel, isto é, a estrutura
organizacional definida pela direção da empresa e expressa formalmente através do
organograma e do manual de organização da empresa.
A organização formal é constituída de órgãos (Diretorias, Departamentos, Divisões,
Seções etc.) e de cargos (Diretores, Gerentes, Chefes, Supervisores, funcionários em
geral).
• Organização informal: é a organização que surge espontânea e naturalmente entre as
pessoas que ocupam posições na organização formal. As pessoas formam entre si
relações de amizades ou de antagonismos, formando grupos sociais que não
aparecem no organograma nem no manual de organização.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
156
• Organização como função administrativa do processo administrativo: neste caso,
organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos,
estabelecendo as relações entre eles e as suas respectivas atribuições. Aqui, a
organização vem depois do planejamento e se antecipa à direção e ao controle.
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS FORMAIS
São representadas pela pirâmide hierárquica
Princípios Fundamentais da Organização
Os Cinco Princípios Fundamentais da Organização (segundo Idalberto Chiavenato).
Classificação das Organizações
Serviço: organizações que existem para servir pessoas que necessitam das atividades
desenvolvidas por essas organizações sem pagamento pelas assistências recebidas.
Econômica: organização que produz e distribui mercadorias e serviços através de alguma
forma de pagamento.
ORGAN I ZAÇÃO
- Princípio da Especialização - Princípio da Definição Funcional - Princípio de Autoridade e Responsabilidade
- Princípio Escalar - Princípio das Funções de Linha de Staff
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
157
Religião: grupos que servem às necessidades espirituais de seus membros.
Proteção: organização que tem como objetivo proteger a população.
Governamental: que tem a finalidade específica de governar uma unidade da população.
Social: organização que serve para atender às necessidades de seus membros de manter
uma atividade social ou pertencer a um grupo social.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
158
UNIDADE 29
Objetivo: Analisar o Processo Decisório sob a ótica da Contabilidade Gerencial, buscando destacar fatores como: qual a decisão deve ser tomada diante das alternativas disponíveis; tomando por base as variáveis envolvidas na decisão, sempre com o objetivo de tornar a informação um instrumento pleno de gestão.
PROCESSO DECISÓRIO
Generalidades
Qual decisão tomar?
A gerência enfrenta alguns problemas na hora de tomar decisões, como por exemplo:
fabricar ou comprar? Para respondê-los, algumas informações contábeis são necessárias.
Variáveis envolvidas na decisão:
Comparação entre custos;
Grau de ocupação da capacidade da fábrica antes de se tomar a decisão;
Problemas de mercado, tempo de espera e qualidade das partes;
Segurança em longo prazo.
Um exemplo: a empresa Alfa S.A. solicitou a opinião do contador a fim de decidir se valia a
pena continuar fabricando uma peça de um produto ou se seria melhor adquiri-la de um
fornecedor externo.
O preço de venda dessa peça é de $ 469,12. A empresa precisa, atualmente, de 5.009
unidades de tais peças. Os custos diferenciais para produzi-las estão discriminados abaixo:
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
159
Custos Diferenciais da Peça X Quantidade: 5.009
Materiais $ 1.026.200,00
Mão-de-obra Direta $ 1.641.920,00
Mão-de-obra Indireta $ 351.840,00
Consumo de Força $ 17.592,00
Outros Custos $ 37.530,00
Adquirindo de um fornecedor, teríamos os seguintes custos adicionais:
• Fretes: $ 1,00 por unidade;
• Mão-de-obra indireta adicional para Recepção, Inspeção, Manuseio dos Materiais,
etc.: $ 293.200,00 (inclusive encargos sociais).
O quadro abaixo permite visualizar qual decisão deve ser tomada.
Quadro de Comparação de Alternativas
Discriminação Custos
Fabricando a Peça ($) Comprando a Peça ($)
Matéria-prima 1.026.200,00 2.349.822,00
Valor das peças --- 293.200,00
Fretes --- 5.009,00
Mão-de-obra Indireta 651.840,00 ---
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
160
Mão-de-obra Direta 1.641.920,00 ---
Força e Outros Custos 55.122,00 ---
Total 3.075.082,00 2.648.031,00
Com a opção de compra da peça, é preciso que se considere como custo da fabricação, o
que se economizaria deixando de utilizar as máquinas como a redução na depreciação e no
seguro que daria um total de $ 87.960,00. Esse valor é somado ao valor de se continuar
fabricando, como custo alternativo, passando para $ 3.163.042,00.
A partir desses valores, optaríamos por comprar a peça, ao invés de fabricá-la.
Numa decisão desse tipo é mais fácil verificar os custos da compra, pois, no que diz respeito
aos custos de fabricar, é preciso tomar muito cuidado em selecionar apenas os custos que
não seriam incorridos caso as peças não fossem fabricadas.
Os custos variáveis são diferenciais, isto é, se optarmos por não fabricar e as despesas com
a mão-de-obra indireta somarem $ 100.000,00, e se essas despesas não se alterarem com a
fabricação, esse valor não pode ser considerado como custo de alternativa de fabricar. Pois
se utilizou o mesmo volume de supervisão antes e após a fabricação.
Já se os custos com mão-de-obra indireta antes da fabricação forem de $100.000,00 e, após
a fabricação, subirem para $ 120.000,00, somente a diferença de $ 20.000,00 poderá ser
apropriada como custo de fabricar.
Entretanto, apesar do exposto acima, é sempre muito arriscado tomarmos uma decisão de
adquirir ao invés de fabricar. Se a diferença entre as opções for pequena, geralmente, os
gerentes optam por fabricar na própria empresa. E, na opção de adquirir, é preciso que
alguns aspectos sejam avaliados, como:
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
161
1. Se a qualidade da peça adquirida é similar à fabricada;
2. Comparação entre os prazos de entrega e o período necessário para a fabricação da
mesma;
3. Se a peça é de fácil abastecimento, etc.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
162
UNIDADE 30
Objetivo Destacar os tipos de relatórios que irão sedimentar a decisão, considerando que eles devem permitir o entendimento recíproco entre os vários níveis da organização.
Relatórios importantes para a tomada de decisões
O resultado do trabalho desenvolvido pela Contabilidade Gerencial deve ser apresentado sob
a forma de relatórios para os vários níveis de gerência.
Nível alto de gerência
Este nível é representado pelo Presidente, Diretores, acionistas ou o Conselho de
Administração. Estão interessados nas informações do tipo estratégico.
Por exemplo:
Presidente: Interessa-se por questões do tipo:
Estamos conseguindo a fatia de mercado estabelecida em nossas metas e políticas?
A política de endividamento da empresa foi bem sucedida?
Diretores:
De Marketing ���� como foram as vendas mensais após a última campanha de promoção e
propaganda?
Financeiro ���� interessa-se nas questões similares às do Presidente, só que com maior
detalhamento sobre as fontes e aplicações de recursos;
Técnico ���� interessa-se por maiores detalhes sobre a produção.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
163
Nível intermediário de administração
É nesse nível que o contador gerencial (controller) encontrará maior receptividade para seus
relatórios e análises. Se os gerentes tiverem controle e responsabilidade por receitas e
despesas, o melhor para esse nível será um relatório comparativo de receitas e despesas
realizadas com os valores orçados.
Um bom controller é aquele que procurará, dentro do possível, penetrar nos departamentos
para colher informações e até fazer retornar relatórios de desempenho aos setores, sempre
com a finalidade de motivar a organização para um desempenho melhor. Isso exige
paciência e um bom conhecimento da empresa.
Nível inferior de administração
Estão neste nível os supervisores de processos, linhas de montagem, etc. Os relatórios
devem conter informações detalhadas e restritas quanto à amplitude. Deve focalizar
aspectos como comparação entre o padrão e o real, com a análise de variações:
comparações entre programação da produção para o dia e unidade efetivamente produzida,
e assim por diante.
Embora muitos relatórios sejam gerados pelos próprios setores, o controller deve ter perfeito
domínio do seu conteúdo e formato, pois devem servir de base para os relatórios gerenciais
dos outros níveis.
Periodicidade dos relatórios
Relatórios diários (exemplos): posição de bancos, de duplicatas, de produção, de posição
de itens estratégicos de estoque, etc.;
Relatórios semanais (exemplos): produção da semana comparada com a previsão,
faturamento comparado com o previsto, etc.;
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
164
Relatórios quinzenais: vários do tipo acima;
Relatórios mensais (exemplos): balancetes resumidos para a administração, comparando
o orçado com o realizado e o com o realizado no mesmo mês do ano anterior; balanço e
demonstrativo de resultados mensais, etc.;
Relatórios trimestrais, quadrimestrais e semestrais
Relatórios anuais (exemplos): balanço, variações patrimoniais, análise financeira e de
custos, etc.
Sistema de informação gerencial
Premissas a serem observadas:
1. A função da empresa deve ser bem estudada.
2. O subsistema contábil deve ser perfeitamente situado dentro do sistema global de
informações.
3. O subsistema contábil-financeiro, como o maior e mais importante, deve estar se
antecipando às informações necessárias aos diversos setores, através de conversas
com os seus dirigentes, sistematizando a coleta, o tratamento e a apresentação das
informações.
4. É preciso que haja uma adaptação do controller ao estilo da empresa, no sentido de
adequar a periodicidade e o grau de complexidade dos relatórios para que os gerentes
entendam.
5. Os relatórios devem ser apresentados da forma mais simples possível.
6. Se os gerentes não entendem contabilidade, é preciso que alguns termos contábeis
sejam trocados para que possa haver entendimento.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
165
7. As limitações existem, pois tanto o sistema de informação quando o controller precisa
estar ciente disso, isto é, muitos fatores e eventos importantes para a empresa não
são mensuráveis em moeda.
Um dos profissionais mais procurados e valorizados no mercado mundial das organizações é
denominado Controller. Ele incorpora tanto a capacidade técnica, quanto a visão estratégica
exigida pelas grandes corporações.
É o Contador Gerente que se utiliza da Contabilidade Gerencial nas tarefas de
planejamento, organização, coordenação, controle, direção dos assuntos financeiros,
contábeis e de crédito, imprimindo uma dinâmica de agilidade nas decisões e, acima de
proporcionando resultados no “time” exigido pelo mercado global.
Antes de dar início à sua Prova Online é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e
faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
166
GLOSSÁRIO Acionistas - Título de conta destinado a registrar movimentos financeiros em relação a
sócios de sociedades por ações. Geralmente, esta conta é debitada quando há subscrições
de ações.
A descoberto - Expressão que indica geralmente um valor fora de sua finalidade, ou ainda
que não encontra contraposição real ou concreta para sua existência; assim, dizemos:
passivo a descoberto quando há prejuízo, ou, ainda, quando os valores do passivo
superavam aqueles do ativo investido; diz-se que uma conta está a descoberto quando a sua
natureza, devendo ser credora, apresenta um saldo devedor; geralmente esta designação
procura evidenciar uma anormalidade nas transações.
Amortização - Eliminação gradual e periódica do ativo de uma empresa, como encargos de
exercício, das imobilizações financeiras ou imateriais. É habitual confundir-se amortização
com depreciação; a depreciação atinge a perda de valor de coisas materiais, como
máquinas, móveis, etc., e a amortização destina-se apenas a significar perda de valor de
coisas imateriais ou de imobilizações financeiras; são objeto de amortização: despesas gerai
de instalação, aviamentos, dívidas a longo prazo, etc.
Amortização acumulada - Valor de amortização que se refere a diversos exercícios, em
razão da acumulação ou soma; soma de amortizações de diversos exercícios; na legislação
brasileira, as amortizações alcançam os direitos de propriedade comercial e industrial, assim
como os encargos diferidos, que devem ser "deduzidos" dos valores do Ativo e realizados
em um prazo máximo de 10 anos.
Análise contábil - Análise que se fundamenta em normas, métodos e procedimentos
indicados pela técnica e ciência da Contabilidade. Estudo de um ou vários fenômenos por
suas partes, em um patrimônio. Existem vários sistemas de análise contábil: perícias,
demonstrações, verificações de balanços por análises próprias, etc.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
167
Ativo corrente - O mesmo que ativo circulante; expressão que representa a tradução do
termo inglês current asset.
Ativo de giro - O mesmo que ativo circulante.
Ativo disponível - Grupo ou parte do ativo que reúne os valores que representam a forma
mais líquida do capital, ou seja, o dinheiro.
Azienda - É o sistema de elementos material e pessoal que busca a realização de um fim e
que em sentido dinâmico origina uma série de fatos que concorrem para a formação e o
desenvolvimento da sociedade.
Balanço anual - Balanço realizado no fim de um ano ou exercício.
Capacidade produtiva - Competência que tem um imobilizado para produzir certo número
de unidades.
Contador gerente ou Controller - Aquele que exerce as funções da Contabilidade
Gerencial. São confiadas ao Contador Gerente as tarefas de planejamento, organização,
coordenação, controle, relações e direção dos assuntos financeiros, contábeis e de crédito.
Patrimonial - Relativo a patrimônio.
Perda de fabricação - São os investimentos que não produzem resultado positivo,
constituindo um fator contrário ao lucro na fabricação.
Produção - Fenômeno patrimonial oriundo da ação da mão-de-obra sobre materiais para a
obtenção de um produto.
Retorno de investimento - Medida percentual obtida através de cálculos que evidencia a
recuperação dos investimentos realizados por uma azienda.
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
168
BIBLIOGRAFIA IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial: São Paulo: Atlas, 1999.
KAPLAN, Robert S.; ATKINSON, Anthony A. Advance management accounting.2 ed.
Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1989.
McLEAN, Tom. Management accounting education: is theory related to pratice? Management
accounting, jun 1988.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: São Paulo: Atlas, 1998.
NAKAGAWA, Masayuki. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: Atlas. 1991.
PIZZOLATO, Nélio Domingues. Introdução à Contabilidade Gerencial:
São Paulo:Makron Books, 2000.
RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e Análise de Balanços. Saraiva, 1997.
CREPALDI, Sílvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: São Paulo: Atlas.
RIBEIRO, Osni Moura. Análise de Balanço: São Paulo: Saraiva.
TEIXEIRA, Paulo Henrique, Controladoria Empresarial: Portal Tributário Editora.