contaminaÇÃo por metais pesado nas ostras crassostrea.pdf

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS GRADUAÇÃO EM OCEANOGRAFIA LUCAS BERMUDES DE CASTRO CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea gigas NO CULTIVO DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-MIRIM (ESPÍRITO SANTO, BRASIL) VITÓRIA 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS GRADUAÇÃO EM OCEANOGRAFIA

LUCAS BERMUDES DE CASTRO

CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea

gigas NO CULTIVO DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-MIRIM

(ESPÍRITO SANTO, BRASIL)

VITÓRIA

2008

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LUCAS BERMUDES DE CASTRO

CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea

gigas NO CULTIVO DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-MIRIM

(ESPÍRITO SANTO, BRASIL)

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Oceanografia do Centro de Ciências Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para avaliação. Orientador: Prof. Dr.

Honério Coutinho de

Jesus.

VITÓRIA

2008

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LUCAS BERMUDES DE CASTRO

CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea gigas NO CULTIVO DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-MIRIM

(ESPÍRITO SANTO, BRASIL) MONOGRAFIA APRESENTADA AO CURSO DE GRADUAÇÃO EM OCEANOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, COMO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL EM OCEANOGRAFIA. APROVADA EM 04 DE DEZEMBRO DE 2008.

COMISSÃO EXAMINADORA:

Dr. Honério Coutinho de Jesus Orientador DQUI-UFES

Dra Ana Paula Valentim Pereira Examinador externo

Dra. Ieda Maria O. Silveira Examinador Externo

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CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea gigas NO CULTIVO DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-MIRIM

(ESPÍRITO SANTO, BRASIL) por

LUCAS BERMUDES DE CASTRO

Submetido como requisito parcial para a obtenção de grau de

Oceanógrafa

na

Universidade Federal do Espírito Santo

Dezembro de 2008

© LUCASBERMUDES DE CASTRO

Por meio deste, o autor confere ao Colegiado do Cur so de Oceanografia e ao

Departamento de Ecologia e Recursos Naturais da UFE S permissão para reproduzir e

distribuir cópias parciais ou totais deste document o de monografia para fins não

comerciais.

Assinatura do autor ................................................................................................. Curso de graduação em Oceanografia Universidade Federal do Espírito Santo

04 de dezembro de 2008

Certificado por ........................................................................................................ Honério Coutinho de Jesus

Prof. Dr. Adjunto / Orientador CCE/DQUI/UFES

Certificado por .........................................................................................................

Dra Ana Paula Valentim Pereira Bióloga/ Examinador externo

Certificado por ......................................................................................................... Dra. Ieda Maria O. Silveira

Oceanógrafa/ Examinador externo Aceito por ...............................................................................................................

Valéria da Silva Quaresma Profa. Adjunto / Coordenador do Curso de Oceanografia

Universidade Federal do Espírito Santo CCHN/DERN/UFES

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AGRADECIMENTOS

Agradecimentos a todos que me acompanharam nesses quatro anos de curso.

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RESUMO

A crescente ocupação de ambientes costeiros e a má gestão dos recursos por eles

oferecidos têm determinado a degradação de ecossistemas com funções ecológicas

vitais. Dentre esses ambientes destacam-se os estuários, os quais são locais com

grande potencial de cultivo de espécies marinhas, como as ostras. O presente

estudo avaliou a qualidade ambiental do estuário do Rio Piraquê-mirim usando como

biomonitores as ostras Crassostrea gigas, que vêm sendo cultivado nesse local,

além de verificar o enquadramento das concentrações de Pb (chumbo), Cd (cádmio),

Cu (Cobre) e Zn (zinco), presentes na carne do animal. Todos os valores

encontrados apresentam-se a baixo dos Limites Máximos Permissíveis pelas leis

sanitárias nacionais e internacionais.

Page 7: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Foto do cultivo desenvolvido no Estuário do Rio Piraquê-Mirim, no sistema de long-line......................................................................................................... 21

Figura 2: Organização e identificação das amostras em laboratório pré-análise. ..... 23 Figura 3:Função da correlação entre o comprimento e o peso da carne. ................. 31 Figura 4: Médias e desvio padrão para Pb, Cu e Cd em µg/g, nas campanhas 1CG E

2CG.................................................................................................................... 33 Figura 5: Médias e desvio padrão para Zn (mg/g) nas capanhas 1CG E 2CG. ........ 33

Page 8: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Biometria referente às ostras coletadas no início do cultivo...................... 26 Tabela 2: Biometria referente às ostras coletadas próximas a fase de

comercialização. ................................................................................................ 27 Tabela 3: Concentrações de metais nas amostras certificadas. ............................... 28 Tabela 4: Concentrações de Pb, Cu e Cd em µg/g para cada amostra de ostra recém

colocada no cultivo............................................................................................. 28 Tabela 5: Concentrações de Pb, Cu e Cd em µg/g para cada amostra de ostra

coletada próxima à fase de comercialização...................................................... 29 Tabela 6: Matriz de correlação (coeficiente de Perason) nos metais entre si e entre

os metais e os parâmetros biométricos. Em destaque os valores com correlação significativa......................................................................................................... 30

Tabela 7: Concentração média de metais (mg/g) em diferentes estudos e na

legislação vigente e os valores mínimos e máximos quando a faixa de variação é significativa (entre [colchetes]). .......................................................................... 34

Page 9: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

LISTA DE SIGLAS

Cd - Cádmio

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

Cu – Cobre

EAA – Espectrometria de Absorção Atômica ES – Espírito Santo

FAO – Food and Agriculture Organization

FDA – Food and Drug Administration

GPS – Global Position System LMP – Limites Máximos Permissíveis

NAFTA – Tratado Norte-Americano de Livre Comércio

NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration

Pb - Chumbo

SEAP – Secretaria Especial de Pesca e Aquicultura SIF – Serviço de Inspeção Federal

UFES – Universidade Federal do Espírito Santo

Zn – Zinco

WHO – Word Health Organization

Page 10: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 9

2 JUSTIFICATIVA.................................... ................................................................. 12

3 OBJETIVOS........................................ ................................................................... 13

3.1 OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................. 13

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................... 13

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................ ...................................................... 14

4.1 MARICULTURA.................................................................................................... 14

4.2 ESPECTROMETRIA .............................................................................................. 19

5 ÁREA DE ESTUDO ................................... ............................................................ 20

6 METODOLOGIA ...................................... .............................................................. 22

6.1 PRÉ-TRATAMENTO DAS AMOSTRAS....................................................................... 22

6.2 ANÁLISE DE METAIS ............................................................................................ 23

7 RESULTADOS....................................... ................................................................ 26

7.1 BIOMETRIA ......................................................................................................... 26

7.2 CONCENTRAÇÃO DE METAIS ................................................................................ 27

7.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ......................................................................................... 29

8 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 32

9 CONCLUSÃO ........................................ ................................................................ 38

10 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 39

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9

1 INTRODUÇÃO

A crescente ocupação de ambientes costeiros e a má gestão dos recursos por ele

oferecido têm determinado a degradação de ecossistemas com funções ecológicas

vitais. Dentre esses ambientes destacam-se os estuários, os quais são locais com

grande potencial de cultivo de espécies marinhas, como as ostras (TURECK e

OLIVEIRA, 2003).

Segundo MOLNAR (2000), o mar é um dos mais importantes fornecedores de

alimentos no mundo e a principal fonte de proteínas para cerca de um bilhão de

pessoas. A aqüicultura é o setor de produção de alimentos que, nas últimas décadas

está crescendo de maneira mais rápida mundialmente, com potencialidade de suprir

o declínio da pesca que abrange todo o mundo.

BRANDINI et al. (2000) afirmaram que o cultivo de moluscos filtradores em águas

brasileiras possui um bom potencial para a atividade, com grande quantidade de

baías, enseadas e regiões estuarinas e lagunares. Aliada ao fator geográfico, existe

ainda uma excelente produtividade natural. Tais fatores colocam o Brasil em

vantagem quando comparado a outros países produtores.

Mas é importante que o crescimento da aqüicultura seja feito de maneira controlada,

sem por em risco a integridade do ambiente nem a saúde das comunidades que

utilizam esses recursos. A necessidade de áreas não poluídas é indispensável para o

desenvolvimento da aqüicultura.

Atualmente a principal fonte de poluentes dos cultivos é através dos esgotos e

resíduos industriais: contaminação por matéria orgânica, microrganismos (bactérias e

vírus), óleos, detergentes, produtos não biodegradáveis e metais pesados. Os metais

pesados são contaminantes bastantes perigosos, porque nem sempre causam

Page 12: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

10

alterações aparentes ou imediatas e os moluscos, embora contaminado, pode ser

considerado apto para consumo (OMS, 1975; HOMMA et al., 1975).

Os metais pesados são disponibilizados nos ambientes costeiros associados ao

material particulado em suspensão, dissolvidos na coluna d’água ou por aporte

atmosférico (SALOMONS et al, 1987). São poluentes conservativos, isto é, poluentes

que dificilmente sofrem degradação por ataque bacteriano, podendo se originar de

processos naturais ou antopogênicos, tais como, efluentes domésticos e industriais,

emissões atmosféricas e processos industriais (GREGORI et al., 1996). Alguns

metais como, por exemplo, Fe, Cu e Zn, possuem importância na fisiologia de

organismos vivos. Ao contrário, existem outros extremamente tóxicos para as células

mesmo em pequenas concentrações, como por exemplo, Hg, Pb, Cd, Cr e Ni

(BOWEN, 1979; CLARCK, 1997).

A quantificação de metais em ostra além de ser importante por se tratar de um

alimento utilizado pelo homem, também é uma ferramenta para a avaliação da

qualidade ambiental. Esses organismos são ótimos bioindicadores, uma vez que

apresentam uma ampla distribuição nos ambientes costeiros, além de serem

abundantes, de fácil coleta, são sésseis podendo indicar a poluição de uma

determinada área (COIMBRA, 2003).

O programa global da Agenda 21 (1992) define as diretrizes gerais de manutenção

da qualidade ambiental. Segundo o mesmo, o entendimento da dinâmica funcional

destes ecossistemas poderá servir de subsídio para a sua utilização a favor do uso

sustentável dos recursos naturais. Esses ambientes são importantes para o

desenvolvimento e subsistência das populações locais, e no estabelecimento de

mecanismos e adoção de medidas para manutenção e gestão da biodiversidade e de

habitats costeiros.

Atualmente, as perspectivas de exportação dos moluscos cultivados para outros

Estados permanecem dependentes da emissão do Serviço de Inspeção Federal

Page 13: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

11

(SIF). No caso da exportação para os mercados europeu, norte-americano e japonês

(NAFTA, Mercado Asiático e Mercado Comum Europeu), envolvendo países que têm

enfrentado sérios problemas de contaminação por metais e semi-metais nas últimas

décadas, exige-se, através da indicação dos níveis destes elementos nos produtos

exportados, que os parâmetros de qualidade analítica indicados nos rótulos sejam

rigorosamente atendidos (GÜNZLER, 1994).

O Rio Piraquê-Mirim, juntamente com o Rio Piraquê-Açu, se encontram com o mar

no distrito de Santa Cruz no município de Aracruz (ES) e formam um complexo

estuarino margeado por uma extensa área de manguezal (BARROSO 2004). A

ocupação é pequena na bacia de drenagem do Piraquê-Mirim, sem instalações

industriais de grande porte. No entanto, para o desenvolvimento de uma gestão

dinâmica da maricultura, a investigação da ocorrência de poluentes é indispensável.

Este trabalho pretende avaliar o teor de metais pesados nas ostras do cultivo

presente no estuário do Rio Piraquê-Mirim.

Page 14: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

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2 JUSTIFICATIVA

A região costeira representa um importante provedor de bens e serviços para o ser

humano, com uma grande produtividade, elevada diversidade e a formação de um

mosaico de ecossistemas. Dentre esses ecossistemas os estuários mantém um

papel fundamental no recrutamento de espécies de peixes, crustáceos e moluscos e

funciona como refúgio temporário ou permanente desses organismos. Os estuários

também são os principais locais para cultivo de espécies marinhas, que representam

uma importante fonte de proteínas e promissor gerador de renda.

O estuário do Rio Piraque-Mirim apresenta-se como uma potencial área para

desenvolvimento da aqüicultura, mais especificamente o cultivo de ostras. No

entanto, poucos trabalhos têm sido desenvolvidos nesse estuário quanto à presença

de metais pesados. Avaliar tal parâmetro é indispensável para que a exploração dos

recursos nele disponível seja feita de maneira responsável, sem por riscos à saúde

humana, e a preservação seja mais efetiva, uma vez que as ostras funcionam como

bioindicadores de poluição.

O trabalho aqui proposto pretende analisar o teor de metais pesados nas ostras

(Crassostrea gigas) do cultivo presente no estuário do Rio Piraquê-Mirim, com a

finalidade de avaliar a qualidade do produto estabelecendo sua possibilidade de

consumo sem comprometer a saúde dos consumidores e avaliar o grau de sanidade

do ambiente, utilizando as ostras como bioindicadores.

Page 15: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

13

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivos gerais

Avaliar a qualidade de um cultivo de ostras quanto, ao teor de metais tóxicos chumbo

(Pb), cádmo (Cd), cobre (Cu) e zinco (Zn) em um ambiente estuarino e utiliza-los

como indicador da qualidade ambiental.

3.2 Objetivos específicos

• Identificar os níveis de metais pesados, chumbo (Pb), cádmio (Cd), cobre (Cu) e

Zinco (Zn) presente nas ostras Crassostre gigas do cultivo no estuário do Rio

Piraquê-Mirim.

• Avaliar a qualidade do produto a ser comercializado perante os limites máximos

permissíveis de concentração de metais.

• Avaliar as concentrações de metais nas ostras juvenis e adultas.

• Repasse das informações obtidas à comunidade local e aos órgãos competentes.

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14

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Maricultura

A demanda cada vez maior por alimentos, face ao crescimento populacional, prioriza

a necessidade de adoções de medidas alternativas para a produção de alimentos.

Dentre essas alternativas destaca-se a aqüicultura, que trata da produção de

organismos com habitat predominantemente aquático em qualquer estágio da vida.

Em 2006, a aqüicultura em todo o mundo foi responsável pela produção de 67

milhões de toneladas de alimento, com uma média de crescimento nas últimas

décadas de 6,2% por ano (FAO, 2008).

Um ramo da aqüicultura que vem apresentando um grande crescimento é maricultura

que desempenhou uma produção de 35 milhões de tonelada em 2006, segundo a

FAO (Food and Agriculture Organization). No Brasil o potencial de desenvolvimento

dessa atividade é privilegiado graças aos quase 8.400 km de costa, inseridos em um

clima extremamente favorável para o crescimento de organismos cultiváveis

(RETAMALES, 1997). Dentre os organismos cultivados no Brasil em ambientes

aquáticos, as espécies marinhas apresentam-se em destaque, representada

principalmente pela espécie de camarão Litopenaeus vannamei, do mexilhão Perna

perna e da ostra da espécie Crassostrea gigas, totalizando uma produção anual

média de 44 mil toneladas, somente essas três espécies (SEAP, 2008).

Fica claro que a produção de alimentos em grande escala por meio da aqüicultura

pode desenvolver um papel importante na geração de renda, empregos e alimentos

em escala global. Um exemplo em destaque no Brasil é a maricultura desenvolvida

no Estado de Santa Catarina, com uma produção média anual de 14 mil toneladas

(90% da produção brasileira), e com parte destinada ao mercado exterior (SEAP,

2008).

Page 17: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

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Para as comunidades pesqueiras tradicionais, a aqüicultura se apresenta como um

complemento na renda familiar, bastante abalada pelo declínio do estoque

pesqueiro. (DULVY et al 2003), assim como verificou Oliveira (2005) no cultivo

desenvolvido nas Praias de Guaraparí (ES), onde a maricultura não substitui por

completo a pesca e as duas atividades são desenvolvidas pela comunidade.

A maricultura, envolvendo ostras e mexilhões, foi implantada no Espírito Santo na

década de 1990 através de projetos do governo em parceria com instituições

privadas, começando a apresentar uma conotação comercial a partir de 1997, com a

implantação de cultivos em Aracruz, Anchieta, Conceição da Barra, Guaraparí,

Itapemirim e Piúma. O objetivo era inserir essa atividade como alternativa de renda

para comunidades de pescadores artesanais, que sofrem com a retração da pesca

extrativa (SEBRAE & Instituto ECOS, 2004).

Atualmente são produzidos em escala comercial os mexilhões Perna perna, e a ostra

japonesa, Crassostrea gigas, cultivados nos municípios de Guaraparí e Anchieta.

Mais recentemente estão sendo re-implantadas fazendas marinhas de cultivo de

Crassostrea gigas no estuário do Rio Piraquê-Mirim, no município de Aracruz.

A ostra cultivada no Piraquê-Mirim é a Crassostrea gigas, também conhecida como

“ostra do Pacífico” ou “ostra japonesa”, espécie de ostra mais cultivada no mundo

(FAO, 2008). Trata-se de um bivalve pertencente à Família Ostreidae e ao Gênero

Crassostrea.

A alimentação desses organismos se dá pelo batimento dos cílios localizadas nas

brânquias, o qual permite o fluxo de água para o interior do corpo do animal. Sua

alimentação é constituída de fitoplâncton, detritos, matéria orgânica particulada e

dissolvida (PAREJO, 1989). Graças a esse regime alimentar, não é necessário o uso

de aporte energético exógeno no local de cultivo, na forma de ração balanceado

(VINATEA, 1999).

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16

A C. gigas, é originária do leste asiático, sendo atualmente cultivada em diversos

países. No Brasil ela foi introduzida em 1974 pelo Instituto de Pesquisas da Marinha,

em Cabo Frio, por apresentar crescimento mais rápido que a espécie nativa, a

Crassostrea rhizophorae. (AKABOSHI, 1979; POLI, 1997; SILVA, 1998 & MUNIZ,

1983).

Esta espécie apresenta características biológicas como boa tolerância à variação da

temperatura e salinidade (QUAYLE & NEWKIRK, 1989), sendo os meses de outono

e inverno ideais para o crescimento, o que permite a sua comercialização nos meses

de verão, quando aumenta o afluxo de turistas. Também apresenta maior produção

de carne quando comparada a espécies nativas (POLI et al., 1988), oferecendo um

maior rendimento ao maricultor.

Para Ferreira e Magalhães (1995), o cultivo de moluscos marinhos constitui uma

atividade que se caracteriza pelo baixo custo de implantação e manutenção, e pelos

retornos relativamente rápidos do capital investido; isto faz com que seja considerado

como uma opção de trabalho e renda para as populações de pescadores artesanais,

podendo ser consorciado com o cultivo de outros organismos, como camarões e

peixes (VALENTIM, 2005).

RETAMALES (1997) afirma que para se iniciar um cultivo marinho é necessário

observar determinados processos oceanográficos da zona onde vão ser realizados

os empreendimentos. Uma determinada zona costeira é considerada apropriada para

o cultivo de moluscos quando se encontra protegida das marejadas e, em especial,

das frentes de mau tempo, de forma que estes fenômenos climáticos não coloquem

em risco o investimento realizado com infra-estrutura. As áreas protegidas são, em

geral, baías, estuários, canais e fiordes.

No entanto, não apenas condições oceanográficas favoráveis são essenciais. A área

destinada ao cultivo deve estar ausente de contaminantes, com os parâmetros

Page 19: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

17

enquadrados na Resolução CONAMA (357/2005, complementada pela 397/2008).

Levando-se em consideração as colocações anteriormente citadas, essa atividade se

torna restrita no Espírito Santo, devido à limitação de locais abrigados e isentos de

poluição, um exemplo disso é a baia de Vitória que apresenta uma grande área

abrigada, porém sua qualidade ambiental encontra-se comprometida pelos altos

índices de poluição. Assim como foi demonstrado em trabalhos desenvolvidos nessa

região por meio de biomonitores.

Uma avaliação inicial de metais em ostras e sururus foi realizada por JESUS e

NALESSO. (1999) e por SARAIVA e JESUS, (2000). Nestes estudos foram

observados alguns resultados interessantes, a exemplo da alta concentração de Zn

em ostras (valores de até 800 ppm - legislação 50 ppm), altas concentrações de Cr e

Fe em sururus (SARAIVA, 2000). Demais estudos comprovaram grande poluição no

Canal da Passagem, Canal do Porto (JESUS et al., 2004), nos Bairros de São Pedro

e Ilha das Caieiras (COSTA, 2001), quando comparados com os demais pontos da

Baía de Vitória.

No Estado o monitoramento da qualidade ambiental de cultivos foi desenvolvido por

Garcia (2005), que se propôs avaliar a contaminação microbiológica no cultivo de

moluscos em Anchieta. Os resultados demonstraram indícios de contaminação

microbiológica tanto na água como na carne dos mexilhões

Precauções devem ser tomadas antes de se comercializar produtos provenientes da

maricultura: como a análise da água do local antes da implantação e durante o

desenvolvimento da atividade de cultivo e a depuração do produto, que é um

tratamento obrigatório por lei (MARQUES et al, 1998).

Os íons metálicos na água do mar não estão presentes na forma de íons livres

hidratados, mas estão preferencialmente associados, adsorvidos ao material

particulado em suspensão complexados com ligantes inorgânicos e orgânicos

Page 20: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

18

(ALLEN; HONSEN, 1996; SALOMONS; FORSTNER 1984). Isto pode influenciar

muito a biodisponibilidade para os organismos filtradores, uma vez que esses

organismos se alimentam desses compostos.

Elevadas concentrações de Cd, Hg, Pb, e Sn e semi-metais, como As, podem

produzir efeitos nocivos sobre os próprios organismos aquáticos ou seus predadores,

uma vez que estes são biomagnificados na cadeia trófica, o que conseqüentemente

atingem aos humanos. (ALLEN, 1996).

Os efeitos tóxicos dos metais sempre foram considerados como eventos de curto

prazo, agudos e evidentes, como anúria e diarréia sanguinolenta, decorrentes da

ingestão de mercúrio. Atualmente, ocorrências a médio e longo prazo são

observadas, e as relações causa-efeito são pouco evidentes e quase sempre

subclínicas. A manifestação dos efeitos tóxicos está associada à dose e pode

distribuir-se por todo o organismo, afetando vários órgãos, alterando os processos

bioquímicos, organelas e membranas celulares (BAIRD, 2002). As principais fontes

de exposição aos metais tóxicos são os alimentos, observando-se um elevado índice

de absorção gastrointestinal.

O acúmulo de metais pesados nas ostras deve-se à capacidade limitada destes

organismos de metabolizar e depurar contaminantes absorvidos, em comparação

com muitas outras espécies (FARRINGTON et al., 1983).

Devido a essa capacidade de bioacumlar metais traço e, também compostos

orgânicos, as ostras, assim como outros moluscos, vêm sendo utilizados nos últimos

anos no monitoramento da poluição em ambientes costeiros. Concentrações de

contaminantes em tecidos de mexilhões e ostras dependem certamente do nível de

desenvolvimento do organismo, da salinidade e da temperatura do meio e do estágio

de reprodução já alcançado. Constituem, portanto bons indicadores de

biodisponibilidade (ALLEN, 1996).

Page 21: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

19

Tais idéias enfatizam a necessidade do monitoramento das áreas de cultivo e

demonstram a eficiência da utilização de biomonitores em planos para controlar

poluição das águas, envolvendo saneamento básico, tratamento de efluentes

industriais e destino adequado de resíduos sólidos, entre outros cenários.

4.2 Espectrometria

A espectroscopia de absorção atômica baseia-se no fato de os átomos serem

capazes de absorver energia radiante em um determinado comprimento de onda

específico (RIBEIRO et al, 2002). A quantidade de luz absorvida neste comprimento

de onda será incrementada proporcionalmente ao número de átomos do elemento

selecionado, sendo proporcional à concentração das espécies, segundo a lei de

Beer-Lambert.

Os líquidos podem ser atomizados por chama, por um forno, pela técnica de

vaporização a frio (específica para mercúrio) e geração de hidreto(específica para

elementos de compostos de difícil redução). No presente trabalho, para a análise de

Pb (chumbo), Cd (cadmo)e Cu (cobre), as soluções analíticas foram atomizadas

utilizando forno de grafite e para Zn (zinco) por chama.

Page 22: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

20

5 ÁREA DE ESTUDO

Com uma área territorial de 1.427 km², o município de Aracruz localiza-se na porção

norte do litoral do ES a uma latitude S 19º 49' 06", e longitude W 40º 16' 37", com

uma área equivalente a 3,15% do território estadual. Limita-se ao norte com o

município de Linhares; ao sul com Fundão; a leste com o Oceano Atlântico e a oeste

com Ibiraçu e João Neiva.

O clima é tropical litorâneo, com inverno seco, pouco acentuado. As chuvas são mais

freqüentes entre os meses de outubro e janeiro e observam-se estiagens de verão

entre janeiro e fevereiro. O índice pluviométrico anual é cerca de 1250 mm

(CALIMAN, 1997).

O cultivo é desenvolvido no Rio Piraquê-mirim nas coordenadas 0373210/7794944,

georeferenciadas com o sistema de coordenadas UTM, Datum Sad69 (Figura 1). Tal

atividade é desenvolvida no sistema de lanternas, o qual baseia-se em um sistema

de gaiolas, confeccionadas em redes e sobrepostas, formando uma estrutura vertical

em forma de andares, onde as ostras ficam acomodadas. As gaiolas ficam na coluna

d’água, suspensas por uma corda transversal, os long-lines (conforme Figura 1).

Page 23: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

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Figura 1 : Foto do cultivo desenvolvido no Estuário do Rio Piraquê-Mirim, município de Aracruz (E.S.) no sistema de long-line.

O Rio Piraquê-Mirim, juntamente com o Rio Piraquê-Açu, se encontram com o mar

no distrito de Santa Cruz no município de Aracruz (ES) e formam um complexo

estuarino margeado por uma extensa área de manguezal. O rio Piraquê-Mirim

apresenta uma bacia de drenagem relativamente pequena (69 km2), A ocupação é

pequena na bacia de drenagem do Rio Piraquê-Mirim, sem instalações industriais de

grande porte e uma pequena variação dos parâmetros físicos químicos (BARROSO,

2004).

Page 24: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

22

6 METODOLOGIA

6.1 Pré-tratamento das amostras

A análise de metais foi feita nas ostras recém colocada no cultivo e nas ostras

próximas a fase de comercialização. Para as amostras da 1a campanha atribuiu-lhes

o código 1CG (campanha 1 Crassostrea gigas) e para campanha 2a campanha o

código 2CG, de maneira que cada ostra coletada recebia um código referente à

campanha, por exemplo: 1CG1, 1CG2 ou então 2CG1, 2CG2, e assim por diante

(conforme Figura 2). Em cada amostragem foram coletados aproximadamente 20

indivíduos. As ostras foram coletadas ainda vivas, de uma única lanterna e de

maneira aleatória. Condicionadas em caixas com gelo e encaminhadas ao

Laboratório de Química Analítica da UFES. O material foi fornecido pelos

maricultores responsáveis pelo cultivo.

Page 25: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

23

Figura 2 : Organização e identificação das amostras em laboratório pré-análise.

Em laboratório as ostras foram lavadas externamente com água destilada, a fim de

se remover possíveis contaminantes à carne do animal durante o processo de

abertura da concha. Posteriormente à lavagem, cada ostra foi identificada com o

código. De cada indivíduo foi feita à biometria com o auxílio de um paquímetro,

obtendo-se altura, largura e comprimento.

6.2 Análise de metais

Para a análise de metais foram abertas as conchas das ostras com o auxílio de faca

inox. O excesso de água presente no interior da concha foi retirado. A carne foi

removida e dispostas em copos plásticos previamente referenciados com os códigos

relativos a cada ostra. Simultaneamente, a carne foi pesada em uma balança

analítica. Esse procedimento foi aplicado nas 20 amostras de ostras.

Page 26: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

24

Os moluscos foram analisados por inteiro, excluindo-se as conchas, uma vez que se

tem o interesse de identificar a concentração de metais que a população que se

alimentam desses organismos está exposta.

Nas primeiras amostras de ostras (recém implantada no cultivo), uma alíquota de

aproximadamente 1 g da carne foi submetida à digestão com 5 ml de ácido nítrico

supra puro em bomba de teflon, por 2 horas a 110 ºC, em bloco digestor. A solução

final foi filtrada com filtro de membrana (0,45 µm) diretamente para um balão

volumétrico e o volume aferido para 25 mL, com água de osmose-reversa. Cada

balão foi identificado com o código referente a cada ostra.

Nas amostras de ostras próxima à fase de comercialização foram feitos os mesmos

procedimentos, no entanto, a adição de ácido para proceder à digestão e o volume a

ser aferido após a digestão foram dobrados. Isso em virtude da pequena massa

esperada para a carne dos indivíduos no início do cultivo e a maior massa esperada

para a carne dos organismos próximos à comercialização. Assim sendo, para a

análise da carne proveniente da segunda amostragem (antes da comercialização),

foi adquirida uma alíquota de aproximadamente 3 g, a digestão foi feita com 10 ml de

ácido e volume aferido para 50 ml.

As soluções analíticas obtidas foram analisadas pelo espectrômetro de absorção

atômica com chama (A1275 da Varian), para o Zn e forno de grafite (AAS 5 EA da

Carl Zeiss), para o Pb, Cu, e Cd. Os resultados foram expressos em µg/g de peso

úmido (µg/g p.u.) para melhor comparação com valores máximos estabelecidos pelas

legislações vigentes. As análises de ostras foram certificadas com os materiais de

referência NIST 2976 (EUA) Dorm-2 (NRC-Canadá).

Page 27: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

25

6.3 Tratamento dos dados

Os parâmetros biométricos mensurados e as concentrações dos metais encontradas

foram organizados em planilhas do tipo Excel, para a elaboração de gráficos e

tabelas. Para o levantamento dos parâmetros estatísticos, tais como, média, desvio

padrão e coeficiente de Pearson foi utilizado o pacote SPSS 8.0.

Page 28: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

26

7 RESULTADOS 7.1 Biometria

Com o desenvolvimento da análise biométrica das ostras chegou-se às medidas de

peso total, peso da carne, comprimento, largura e altura, das ostras coletadas no

início do cultivo (1CG) e as próximas a fase de comercialização (2CG), as quais

seguem apresentados na Tabela 1 e 2, respectivamente.

Tabela 1: Biometria referente às ostras coletadas no início do cultivo.

Amostra Peso total (g)

Peso carne (g)

Comprimento (cm)

Largura (cm)

Altura (cm)

1CG1 8,40 1,71 4,86 3,12 1,75 1CG2 2,24 0,31 2,4 1,96 1,06 1CG3 6,60 0,86 4,45 2,63 1,19 1CG4 3,35 1,79 3,92 2,5 0,03 1CG5 6,36 1,25 4,6 2,56 1,38 1CG6 4,24 1,05 3,84 2,69 1,18 1CG7 3,41 0,81 3,76 1,92 1,04 1CG8 5,25 1,85 4,97 2,54 1,56 1CG9 6,57 1,48 4,14 2,98 1,31 1CG10 4,56 1,50 5,26 2,42 1,14 1CG11 2,93 0,71 3,59 2,34 1,12 1CG12 0,99 0,22 2,23 1,44 0,76 1CG13 4,60 1,17 4,2 2,14 1,11 1CG14 2,31 0,64 2,94 2,59 1,13 1CG15 0,67 0,19 2,69 1,48 0,78 1CG16 3,22 0,94 3,19 2,67 1,38 1CG17 4,17 1,39 4,21 2,43 1,47 1CG18 3,54 0,75 3,76 2,55 1,14 1CG19 1,84 0,49 3,65 1,96 0,87 1CG20 3,05 1,03 3,79 2,34 1,08

Page 29: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

27

Tabela 2: Biometria referente às ostras coletadas próximas a fase de comercialização.

Amostra Peso total (g)

Peso carne (g)

Comprimento (cm)

Largura (cm)

Altura (cm)

2CG1 26,25 7,23 8,47 4,89 2,43 2CG2 20,13 3,60 7,38 3,78 1,87 2CG3 27,08 5,32 7,29 4,68 2,21 2CG4 22,16 3,30 7,72 4,36 1,92 2CG5 26,29 4,27 7,16 5,01 2,91 2CG6 24,40 6,98 6,93 3,12 2,25 2CG7 31,94 7,02 8,09 4,34 2,18 2CG8 21,13 4,03 7,73 3,71 1,98 2CG9 20,64 3,80 7,03 4,12 2,14 2CG10 25,47 5,52 7,06 4,78 2,34 2CG11 22,11 3,36 6,92 3,68 2,31 2CG12 29,56 7,74 8,02 4,96 2,51 2CG13 17,99 4,38 6,72 3,78 2,84 2CG14 45,82 2,29 8,29 4,5 2,38 2CG15 22,55 5,07 7,12 4,15 2,32 2CG16 10,84 3,44 7,75 4,37 2,04 2CG17 19,07 3,34 7,19 3,73 1,98

7.2 Concentração de metais

A partir da análise de metais nas ostras obteve-se a concentração de Cu, Pb, Cd e

Zn. As concentrações para cada ostra, tanto para as coletadas nos primeiros meses

de cultivo e para as coletadas próximas a fase de comercialização seguem

representadas nas Tabelas 4 e 5, respectivamente.

Para a certificação do método de análise foram usados dois padrões certificados em

cada campanha: Nist-2976 e Dorm-2. Na Tabela 3 encontram-se os resultados

obtidos, esses valores estão concordantes com os valores certificados.

Page 30: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

28

Tabela 3 : Concentrações de metais nas amostras certificadas.

Metais Amostras Pb

(µg/g) Cu

(µg/g) Cd

(µg/g) Zn

(µg/g) Nist-2976 1,19 4,02 0,82 137 Dorm-2 0,07 2,34 0,043 25,6

Nist-2976 1CG 1,4 4,4 1 144 Nist-2976 2CG 1,5 4,4 1 115 Dorm-2 1CG 0,08 2,3 0,085 21,2 Dorm-2 2CG 0,08 2,7 0,044 25

Tabela 4: Concentrações de Pb, Cu e Cd em µg/g para cada amostra de ostra recém colocada no cultivo.

Concentração dos metais em

µg/g Amostra Pb Cu Cd Zn

1CG1 0,19 1,33 0,026 55,4 1CG2 0,65 4,10 0,066 49,5 1CG3 0,25 2,34 0,034 91,9 1CG4 0,08 0,54 0,011 14,2 1CG5 0,09 1,25 0,022 46,6 1CG6 0,17 1,55 0,021 29,2 1CG7 0,26 1,13 0,052 45,7 1CG8 0,25 1,04 0,017 32,2 1CG9 0,20 1,21 0,030 52,2 1CG10 0,22 1,00 0,238 41,7 1CG11 0,24 1,20 0,020 26 1CG12 0,41 2,93 0,048 41,9 1CG13 0,16 1,32 0,020 36,5 1CG14 0,78 1,44 0,029 45,9 1CG15 0,48 1,78 0,038 24,8 1CG16 0,32 1,10 0,030 37,6 1CG17 0,25 0,89 0,022 20 1CG18 0,29 1,98 0,025 43,5 1CG19 0,40 1,66 0,045 33,7 1CG20 0,26 0,84 0,022 27,8

Page 31: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

29

As ostras recém colocadas no cultivo apresentaram uma concentração média de Pb

de 0,25 [0,07-0,78] µg/g, 1,3 [0,5-4] µg/g de Cu e 0,027 [0,02-0,04] µg/g de Cd e 39,5

[14,8-91,9]µg/g para Zn.

Tabela 5: Concentrações de Pb, Cu e Cd em µg/g para cada amostra de ostra coletada próxima à fase de comercialização.

Concentração dos metais em

µg/g Amostra Pb Cu Cd Zn

2CG1 0,08 0,77 0,016 50,3 2CG2 0,51 0,68 0,018 46,8 2CG3 0,09 0,75 0,012 62,4 2CG4 0,20 1,09 0,013 45,9 2CG5 0,00 0,43 0,020 33,6 2CG6 0,43 0,91 0,015 68,7 2CG7 0,28 0,42 0,011 38,3 2CG8 0,23 0,60 0,017 41,4 2CG9 0,24 0,61 0,011 45,5 2CG10 0,24 0,43 0,012 37,8 2CG11 1,20 2,48 0,020 66,6 2CG12 0,46 1,12 0,012 47,9 2CG13 0,25 0,93 0,014 31,8 2CG14 0,23 0,42 0,007 29,7 2CG15 0,24 1,03 0,016 66,5 2CG16 0,10 0,51 0,016 30,1 2CG17 0,10 0,69 0,014 42,7

Para as amostras de ostras coletadas próximas a fase de comercialização a

concentração média de metais foram a seguintes: 0,24 [0,02-1,19] µg/g para Pb, 0,69

[0,40-2,47] µg/g para Cu, 0,01383 [0,007-0,020]µg/g para Cd e de 45,5 [29,7-68,7]

µg/g para Zn.

7.3 Análise Estatística

Page 32: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

30

Foram obtidos os graus de correlação de Pearson entre as variáveis dependentes

analisadas (Tabela 6). A partir dessa técnica pode-se obter informações sobre as

associações entre as variáveis (metais) e as variáveis biológicas (biometria), a fim de

avaliar um possível padrão correlato de absorção entre os metais e as medidas

biométricas analisadas.

Tabela 6: Matriz de correlação (coeficiente de Perason) entre metais e entre os metais e os parâmetros biométricos. Em negrito os valores com correlação significativa.

Pb Cu Cd Zn Cu ,557(**) Cd ,063 ,224 Zn ,264 ,312 0,024

Peso da Carne -,069 -,482(**) -,337(*) ,221

Peso Total -,107 -,500(**) -,301 ,261 Comprimento -,182 -,602(**) -,269 ,207

Largura -,208 -,565(**) -,359(*) ,186 Altura -,056 -,428(**) -,315 ,268

**Correlação significativa a nível de p<0,01 *Correlação significativa a nível de p<0,05

A correlação entre os metais apresentou-se significante apenas entre Cu e Pb

(p<0,01). Já a correlação entre metais e a biometria das ostras foi observada apenas

para Cu e Cd, as quais apresentaram-se em uma associação negativa. Os

parâmetros biométricos também foram avaliados entre si quanto ao grau de

correlação de Person, no entanto não foram expressos na Tabela 6 uma vez que

todos apresentaram correlação significativa (p<0,01), assim como mostra a Figura 6.

Page 33: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

31

Comprimento X Peso da carne

0123456789

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Comprimento (cm)

Pes

o da

car

ne (

g)

Figura 3: Função da correlação entre o comprimento e o peso da carne.

Page 34: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

32

8 DISCUSSÃO

A toxidez de cada metal é bastante variável e dependerá das características de cada

elemento, da sua disponibilidade para incorporação biológica, sua concentração e

forma químicas, bem como sua essencialidade em metabólicos dos organismos.

(REZENDE e LACERDA, 1986).

No Brasil, os Limites Máximos Permissíveis (LMP) das concentrações máximas de

metal têm sido regulamentadas por decretos desde 1965. Estes limites foram

reafirmados várias vezes para a maioria dos metais por critérios internacionais (por

exemplo: resolução Mercosul/GMC 102-94 e NOAA [BUCHMAN, 1989 apud

GREGORI et al,1996]), pela U.S. Food and Drug Administration (FDA), pela Word

Health Organization (WHO).

As concentrações médias de Pb, Cu, Cd (Figura 4) e Zn (Figura 5), encontradas nas

duas campanhas (1CG e 2CG) em comparação a legislações apresentaram-se

sempre abaixo dos valores estabelecidos pela legislação e quando comparados com

demais trabalhos realizados na costa do Brasil tenderam a apresentar uma

similaridade com esses estudos (Tabela 3).

Page 35: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

33

1720 1720 1720N =

Campanha

2CG1CG

Con

cent

raçã

o

2,5

2,3

2,0

1,8

1,5

1,3

1,0

,8

,5

,3

0,0

-,3

-,5

Metais

PB

CU

CD

Figura 4: Médias e desvio padrão para Pb, Cu e Cd em µg/g, nas campanhas 1CG e 2CG

1720N =

Campanha

2CG1CG

Zn

60

55

50

45

40

35

30

Figura 5 : Médias e desvio padrão para Zn em µg /g nas campanhas 1CG e 2CG.

Page 36: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

34

Na análise das Figuras 4 e 5 observa-se que para Pb e Zn as variações de

concentração entre 1CG e 2CG não se mostraram significativa, uma vez que os

desvios padrões, entre as campanhas, para esses dois elementos se sobrepõem. O

contrário se verifica para Cu e Cd onde se verifica a uma significativa variação nas

concentrações desses metais entre as campanhas.

Tabela 7: Concentração média de metais (mg/g) em diferentes estudos e na legislação vigente e os valores mínimos e máximos quando a faixa de variação é significativa (entre [colchetes]).

Metais Espécies

Pb (µg/g) Cu (µg/g) Cd (µg/g) Zn (µg/g) L.M.P. 1 2 30 1 100

Ostras juvenis 0,24 1,28 0,02 39,5 Ostras adultas 0,23 0,69 0,01 45,5

Crassostrea gigas 2 1,21 20,9 1,97 116

[50-338]

Crassostrea gigas 3 n.a. 11,9

[1,27-38,37] 0,60

[0,00-2,57] 169

[69-148]

Crassostrea rhizophorae 4 n.a. 2,6 0,037 313

[69-878]

Crassostrea rhizophorae 5 n.a. 1,4 0,48 471

[426-653] Crassostrea brasiliana 6 0,08 2,8 0,11 n.a. Crassostrea brasiliana 7 0,15 1,52 0,6 20,3

1- Limites Máximos Permissíveis da concentração de metais em pescados e derivados da pesca, segundo o Ministério da Saúde e WHO (µg/g p.u.); 2- Seiber, 2002; 3- Turek, 4- Saraiva, 2000; 5- Pfeiffer et al; 6- Machado,2002; 7 Pereira, 2002; n.a.= não analisado.

Jusus el al. (2006) avaliam a variação de poluentes metálicos em diferentes estuários

do Estado do Espírito Santo, dentre esses o Piraquê-açu (pertencente ao mesmo

complexo estuarino do Piraquê-mirim), o do estuário da capital Vitória e do Rio

Perocão de município próximo à capital. As concentrações de metais encontrada nas

ostras Crassostrea rhizophorae analisadas por Jesus et al (2006), quando

comparadas às concentrações encontradas no presente trabalho, demonstram que o

estuário em que se encontra o cultivo apresenta concentrações menores que as dos

outros estuários. Tal fato mostra as diferenças entre as formas de ocupação das

bacias de drenagem, o que reflete, conseqüentemente, na qualidade ambiental dos

rios e estuários. Nota-se que no estuário da capital Vitória (bacia de drenagem mais

ocupada), comparado com os demais apresentam concentrações superiores,

Page 37: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

35

especialmente para Zn, que chegou a concentrações superiores aos limites

permitidos pela legislação.

A utilização, no presente trabalho, das ostras C. gigas como biomonitores indicam

uma perspectiva positiva da qualidade ambiental do estuário do Piraquê-mirim

quanto à presença de metais e apontam para uma possível qualidade quanto aos

demais contaminantes, como microorganismos e poluentes orgânicos persistentes,

no entanto, sem uma comprovação analítica.

O enquadramento das concentrações de todos os metais analisado nas legislações

agrega valor ao produto e à atividade, uma vez que não confere riscos à saúde

humana. Apesar da atividade ser de pequena escala, apenas como complemento de

renda de famílias de pescadores artesanais, tal fato ajuda na excitação do

desenvolvimento da atividade em escala maiores e apontam a vocação do estuário

do Piraque-mirim para a maricultura.

Diversos estudos têm sido realizados com respeito à variabilidade de metais em

tecidos de bivalves com respeito à temperatura, salinidade, peso e tamanho, sexo,

estação, área de amostragem, e dentre ostras variantes físicas do ambiente e

fisiológicas dos animais.(PHILLIPS, 1977; LIMA 1997).

Os altos valores de Zn, comparativamente aos demais metais analisados comprovam

seu comportamento diferencial. Segundo Philips (1993), as espécies do gênero

Crassostrea apresentam uma forte tendência de acumular esse metal. O zinco é um

importante metal traço, essencial para o crescimento de células animais e vegetais.

Sua importância está associada com a composição de certas metaloenzimas, sendo

co-fator para a regulação da atividade de enzimas específicas (fosfatase alcalina e

anidrase carbônica) (WOLF, 1979).

A correlação negativa encontrada entre os parâmetros biométricos e as

concentrações de Cu e Cd (conforme exemplifica a Figura 3) indica uma tendência

Page 38: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

36

de diminuição da concentração desse metal à medida que o animal cresce. Boyden

(1974), estudando a concentração desses metais em mariscos observou, também,

uma correlação inversa entre a concentração e o tamanho dos animais. Uma mesma

correlação negativa foi encontrada por SEIBER (2002) em análise de Perna Perna e

Crassostrea gigas, embora que na C. gigas essa tendência tenha sido menor.

Comprimento X Concentração de Cu

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Comprimento (cm)

Cu

(µg/

g)

Figura 3: Função da correlação entre o comprimento e o peso da carne.

TUREK, 2006 em uma análise temporal da contaminação por metais pesados em

Crassostrea gigas no cultivo da Baía da Babitonga (Santa Catarina), identificou uma

variação bastante acentuada das concentrações ao longo do ano. Essa variação foi

atribuída a variações na salinidade da água, no caso de Cd, o qual tende a se

concentrar mais em meses de menor salinidade. Assim como os demais metais, que

tenderam a acumular mais nas estações chuvosas.

RABELO (2005), ao comparar o Índice de Condição de Ostras, cujo é um índice

ecofisiológico utilizado para avaliar a qualidade e a produtividade em cultivos de

Page 39: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

37

bivalves, mostrou que outras variantes como material particulado e liberação de

gametas, tiveram maior efeito no crescimento das ostras que o Zn, embora que Cd

apresentou uma baixa correlação, porém significante (p < 0,05). COIMBRA e

CARRARA (2000), estudando Mytilus edulis observaram variações na proporção

entre metais nesses organismos ao longo do ciclo de vida. Tal fato foi atribuído à

entrada dos organismos em estágio de desova, onde Zn e Cd se apresentaram em

maiores concentrações, enquanto que o Cu apresentou-se mais concentrado em

todo o estágio de maturação sexual.

A diminuição de Cu e Cd nas ostras analisadas no presente trabalho, portanto,

podem está relacionadas à própria sazonalidade do ambiente físico ou a

mecanismos fisiológicos da C. gigas. O crescimento, por exemplo, acarreta a diluição

dos metais nos tecidos. (BLACKMORE, 2001). Tal diminuição pode está relacionada,

também a processos de desintoxicação, comuns na maioria dos animais, onde

proteínas de baixo peso molecular se ligam a metais não-essenciais (por exemplo,

Cd) e são eliminadas (LEGRAS, 2000). No entanto, nenhuma afirmação pode ser

comprovada dada a limitação da amostragem temporal e à desconsideração de

parâmetros fisiológicos.

Page 40: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

38

9 CONCLUSÃO

O cultivo do Rio Piraquê-mirim apresenta-se livre de contaminação pelos metais

chumbo, cadmo, cobre e zinco. Uma ressalva, no entanto, deve ser feita quanto à

legislação referente a metais para o consumo de alimentos marinhos, uma vez que

trata de maneira muito abrangente e engloba a maioria dos organismos marinhos,

não levando em consideração as variações nas composições dos organismos, como

as altas concentrações naturais de zinco nas Crassostrea gigas.

As variações na concentração de metais entre as ostras juvenis e adultas pode está

relacionada com fatores físico-químicos ambientais ou com a fisiologia do animal,

que não foram levados em consideração nesse trabalho.

Page 41: CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADO NAS OSTRAS Crassostrea.pdf

39

10 REFERÊNCIAS

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