contrato, risco e seguro em obras subterrâneas · • maior demanda sobre a qualidade de...
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Múltiplas facetas do seguro em resposta aos vários riscos inerentes a empreitadas envolvendo túneis
RC
RE
Garantias
Outros
E no Brasil, nos últimos meses:
• Linha 5, lotes 3, 6 e 7 (SP)
• Metrô Barra (RJ)
• Metrô Ipanema (RJ)
Quando a luz amarela acendeu? €631m + atrasos Ano Obra Método Tipo de Perda DM (€m) Atraso
(meses) 1994 Great Belt Link (Dinamarca) TBM Ingresso de água 32 12
1994 Munique (Alemanha) NATM Colapso 2 10
1994 Heathrow Express Link (GB)
NATM Colapso 150 14
1994 Metrô de Taipei (Taiwan) TBM Ingresso de água 12 12
1995 Metrô de LA (EUA) TBM Colapso 16 15
1995 Metrô de Taipei (Taiwan) TBM Ingresso de água 30 18
1999 Túnel de Hull Yorkshire (GB)
TBM Colapso 64 26
1999 Estrada de Anatolian (Turquia)
Terremoto 121 36
2000 Metrô de Taegu (Coréia) C&C Colapso 13 9
2000 TAV Bolonha-Florença (Itália)
NATM Colapso 5 0
2002 TAV (Taiwan) NATM Colapso 11 0
2002 Estrada A86-Rueil (França) TBM Incêndio 11 6
2003 Metrô de Xangai (China) Colapso 69 47
2004 Metrô de Cingapura C&C Colapso 60 24
2005 Metrô de Barcelona (Espanha)
NATM Colapso 15 24
2005 Metrô de Lausanne (Suíça) Colapso 0
2005 Túnel de Lane Cove (Austrália)
NATM Colapso 12 0
2005 Metrô de Kaohsiung (Taiwan)
TBM Colapso 8 24
Heathrow
• €552 mi em investimentos • Extensão de 6 km • Trecho danificado: 60m (1% do total) • Prejuízos: €150 mi (27%) • Custo linear de reparo = 27 vezes o original
Heathrow: uma interpretação dos fatos • Dúvidas quanto à qualidade de gestão de riscos ao
longo da cadeia de valor: - Critério de escolha em favor do NATM? - Capacitação de profissionais em posições-chave? - Interferências com a infraestrutura existente? - Suficiência e qualidade das medidas de proteção ao longo das escavações? - Prevalência de foco econômico nas decisões em detrimento da segurança? - Atenção aos sinais de alerta? - Adequação do plano de cotingência em situações de colapso? - Incorporação de lições (Munique, 1 mês antes)?
• Falhas múltiplas dos sistemas de gestão
Heathrow: uma interpretação dos fatos
Baixa qualidade construtiva
Reparos pré-
colapso ruins
Condições geológicas adversas
Opções e desdobramentos sob a perspectiva dos seguradores
Sair do segmento de
túneis Opção adotada
por muitos
Aumentar preço, restringir
cobertura Viável para
consumidores?
Encontrar uma solução viável,
equilibrada para todas as partes
Gestão do risco
• Maior demanda sobre a qualidade de subscrição (processo de análise, quantificação e precificação do risco pelos seguradores)
• Escopo reduzido de cobertura (DSU praticamente sem mercado fornecedor, risco geológico em grande parte intransferível)
• Limitações ao custo de reparo (provisões do próprio contrato de seguro)
• Medidas de gestão de risco (sine qua non, mas com grande dispersão na extensão e qualidade com que tais programas são implementados)
• Apetite reduzido
O que de fato ocorreu?
Tunnel Code of Practice (TCoP) • Elaborado pelo ‘International Tunnelling Insurance
Group’ (ITIG);
• Publicado em 30.01.2006 (tradução para o Português disponibilizada pela MRdB);
• Derivado do código britânico (2003) e com contribuições da ITA e IAEI;
• Deu estrutura e transparência ao que seguradores esperam de seus clientes na relação com o risco.
Tunnel Code of Practice (TCoP) • Aplica-se a toda a cadeia de valor (planejamento, projeto,
‘procurement’, execução, manutenção) • Fundamentos:
Mapeamento completo dos riscos, inclusive dos não-seguráveis; Alocação entre as partes contratantes e transferência a terceiros; Gestão e controle.
• Fatores de sucesso: reduzir frequência e intensidade dos eventos aumentar a “segurabilidade” melhorar termos e condições contratuais
TCoP – Condições Geológicas • Quem conduz a campanha?
• Quando? • Impactos:
No custo das propostas concorrentes No número de licitantes Na viabilidade econômica do empreendimento caso uma condição imprevista
seja encontrada Na qualidade da obra
• Condições referenciais (Geotechnical Baseline Report)
TCoP – Aceitação e repercussão
• Primeira onda nos países de língua inglesa
• No Brasil, adoção e adaptação relativamente suave para construtoras com gestão de riscos já consolidada
• Viés de maior “segurabilidade” – melhor experiência de obras
que adotaram o código
TCoP – Aceitação e repercussão
• Em alguns países, risco geológico é ainda repassado desprorpocionalmente à parte contratada sem mecanismos adequados de ‘risk-sharing’
• Seguro: não meramente um mecanismo financeiro, mas uma parte interessada na segurança, qualidade e risco do empreendimento
Obrigado! Rodrigo Belloube [email protected]