controlo de vegetação lenhosa infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental...

15
Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante JORNADAS TÉCNICAS “DESERTIFICAÇÃO E LITORAL – CASOS DE SUCESSOF ARO, OUTUBRO DE 2010

Upload: doantuyen

Post on 13-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante

JORNADAS TÉCNICAS “DESERTIFICAÇÃO E LITORAL – CASOS DE SUCESSO”

FARO, OUTUBRO DE 2010

Page 2: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

CAUSAS DE INFESTAÇÃO • Abandono:

– Colonização por pioneiras ruderais; – Colonização por espécies oportunistas; – Colonização por exóticas invasoras com poucos ou nenhuns inimigos naturais e alto

potencial de competição (cf. http://www1.ci.uc.pt/invasoras/); – Aumento da susceptibilidade ao fogo;

• Incêndios: – Destruição de propágulos de espécies sensíveis; – Manutenção de espécies resistentes ou beneficiadas pelo fogo (pirófitas), incluindo

exóticas com elevada capacidade de colonização; – Eventual rarefacção do coberto vegetal natural e abertura de espaços para espécies

ruderais, incluindo invasoras; – Eventual instalação de fenómenos de erosão hídrica e mitigação dos mesmos

através da instalação de lenhosas exóticas rústicas e de crescimento rápido, incluindo espécies invasoras.

• Erosão: – Perda das camadas superficiais do solo com prejuízo das condições ecológicas que

favorecem as espécies mais exigentes; – Dominância das colonizadoras mais ruderais, incluindo exóticas; – Eventual barranqueamento e/ou exposição do material litológico originário, com

perda da vegetação.

Page 3: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

PRINCIPAIS ESPÉCIES LENHOSAS INVASORAS

• Numa lista não exaustiva, as principais preocupações com infestantes lenhosas prendem-se com a dificuldade em controlar a expansão de: – Ailanthus altissima (Mill.) Swingle (Simarubaceae); – Acacia melanoxylon R. Br. (Fabaceae, Mimosoideae); – Acacia longifolia (Andr.) Willd. (Fabaceae, Mimosoideae); – Acacia pycnantha Benth. (Fabaceae, Mimosoideae); – Acacia dealbata Link (Fabaceae, Mimosoideae); – Acacia mearnsii De Wild (Fabaceae, Mimosoideae).

• Em linhas de água: – Canaviais (Arundo donax L., Poaceae); – Silvados (Rubus spp., Rosaceae).

Page 5: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

Acacia melanoxylon R. Br. (Fabaceae, Mimosoideae)

• Originária da Austrália e Tasmânia; • Excelente aptidão florestal e madeira de óptima qualidade para diversos usos; • Aptidão para a extracção de tanino; • Crescimento rápido, com bons fustes; • Produção abundante de semente dura e rebentação regular de raiz.

Page 6: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

Acacia longifolia (Andr.) Willd. (Fabaceae, Mimosoideae)

• Originária da Austrália; • Aptidão para a fixação de dunas móveis e para a produção de taninos; • Crescimento rápido e grande rusticidade e resistência à secura; • Produção abundante de semente dura.

Fotos: André Fabião

Page 7: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

Acacia pycnantha Benth. (Fabaceae, Mimosoideae)

• Originária da Austrália; • Boa aptidão para a fixação de solos, extracção de taninos e produção de lenha; • Crescimento rápido, com grande rusticidade e resistência à secura; • Produção abundante de semente dura e rebentação regular de touça e de raiz; • Invasibilidade eventualmente rela-cionada com o abandono.

Page 8: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

Acacia dealbata Link / Acacia mearnsii De Wild (Fabaceae, Mimosoideae)

• Originárias da Austrália e Tasmânia; • Introduzida como ornamental, mas com alguma aptidão madeireira (potencial para a extracção de tanino mais modesto que noutras espécies); • Crescimento rápido, com produção abundante de semente dura e rebentação regular de touça e de raiz.

Page 9: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

Canaviais (Arundo donax L., Poaceae)

• Originária do este e sul da Ásia; • Presumivelmente introduzida para fixação de taludes e usos agrícolas; • Crescimento rápido com propagação a partir dos rizomas.

Page 10: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

Silvados (Rubus spp., Rosaceae)

• Autóctones, mas com crescimento oportunista nas zonas húmidas; •Constituem uma das etapas de degradação da vegetação nas formações ribeirinhas; • Dificultam o acesso às margens e o restauro das galerias ribeirinhas.

Page 11: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

PREVENÇÃO, COMBATE E REQUALIFICAÇÃO

• A eliminação de progenitores é a principal medida de prevenção; • No combate destaca-se:

– O arranque manual (plantas de origem seminal, durante o primeiro ano, com o solo húmido);

– O combate com herbicidas (há dados para concentrações de glifosato e de triclopir, tanto em pulverização de plantas jovens, como em pincelagem da superfície de corte de árvores recém-abatidas); o glifosato (e. g. Roundup) é tido como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon);

– A luta biológica, recorrendo essencialmente à introdução de Curculionídeos do género Melanterius (consumidores de sementes) e de Himenópteros Pteromalídeos do género Trichilogaster (estes últimos já testados em quarentena em Portugal; causadores de cecídeas nos gomos florais que impedem a formação da semente); estes insectos têm sido usados na África do Sul com sucesso razoável, na maioria dos casos;

• Todas as medidas de combate devem ser mantidas por um período de pelo menos 4-6 anos, devido à persistência de sementes viáveis no solo;

• Na requalificação, é conveniente recorrer a espécies de crescimento rápido com grande capacidade de intercepção da radiação, mas sem historial conhecido de invasão.

Page 12: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

Fonte:

Cortes, R. M. V. 2004. Requalificação de Cursos de Água. Instituto da Água. Lisboa.

Page 13: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

ALGUMAS SOLUÇÕES POSSÍVEIS EM ZONAS SECAS RESINOSAS

Pinus halepensis

Pinus canariensis

Cupressus spp.

Tetraclinis articulata

Juniperus oxycedrus / / J. navicularis

Page 14: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente

ALGUMAS SOLUÇÕES POSSÍVEIS EM ZONAS SECAS FOLHOSAS

Casuarina spp. Grevillea robusta

Melia azedarach

Azadirachta indica

Page 15: Controlo de Vegetação Lenhosa Infestante - icnf.pt · como produto de menor toxicidade ambiental do que o triclopir (e. g. Garlon); – A luta biológica, recorrendo essencialmente