coordenaÇÃo oligopolista

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COORDENAÇÃO OLIGOPOLISTA KUPFER, David; HASENCLEVER, Lia (Org.). Economia Industrial: Fundamentos Teóricos e Práticas No Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002. p 217-237.

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Page 1: COORDENAÇÃO OLIGOPOLISTA

COORDENAÇÃO OLIGOPOLISTA

KUPFER, David; HASENCLEVER, Lia (Org.). Economia Industrial: Fundamentos Teóricos e Práticas No Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002. p 217-237.

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CONDIÇÕES BÁSICAS DE COORDENAÇÃO

• mercado de um produto homogêneo

• duas empresas

• custos marginais idênticos e constantes

• Pela solução de Bertrand, o preço será igual ao custo marginal, com as duas empresas dividindo o mercado. Supondo, que a indústria mantenha custos fixos elevados, as empresas estarão funcionando com prejuízo e, no longo prazo, seu destino será sair da indústria.

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• Saída/alternativa da indústria: coordenação de preços.

• Problema: incentivo existente para reduzir os preços e conquistar todo o mercado.

• Acordo em que o preço é igual ao de monopólio (PM);• Lucros de monopólio proporcionado pelo mercado πC = πM/2,

onde πC e πM são, respectivamente, o lucro de cada empresa participante do acordo e o lucro de monopólio.

• Se uma empresa sai desse acordo, o lucro nesse período será igual a PM = 2 πC. Já a empresa que não descumpriu o acordo, permanece fora do mercado, pelo menos neste período.

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• Problema: conhecer a reação de seu concorrente.

• Hipóteses: • Perda de toda a confiança na empresa traidora. Nos próximos

períodos o preço será igual ao custo marginal e o lucro para ambos 0 (competição impiedosa ou gatilho de preço). Opções: traem o acordo, ganham lucro de monopólio no primeiro período e nos períodos subsequentes lucro 0; caso contrário, eles recebem metade do lucro de monopólio no primeiro período e nos demais.

• A empresa que foi traída só venha a fazer novos acordos depois de dois ou três períodos, já que a competição impiedosa não é a melhor opção, pois se adotada seu lucro nos outros períodos serão 0 e se voltar a cooperar em outro período, seu lucro será superior a 0.

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CONDIÇÕES QUE DIFICULTAM A COORDENAÇÃO EMPRESARIAL

• Dificuldade de detecção da violação do acordo

• É, por exemplo, quando os preços não são observados imediatamente devido à possibilidade de manutenção de contratos em segredo entre fornecedor e usuário de um determinado serviço.

• Consequência: as empresas venham a retaliar somente dois períodos após a traição do acordo.

Page 6: COORDENAÇÃO OLIGOPOLISTA

• Assimetria nos custos

• Empresas com custos marginais diferentes, repartindo o mercado igualmente, terão percepções distintas quanto ao preço a ser estabelecido para a maximização do lucro e a quantidade a ser vendida.

• Consequência: empresa de custos elevados observa isso como um início de uma guerra de preços, levando a mais cortes.

• Alternativa: estabelecimento de cartel.

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• Heterogeneidade de produto:

• Diferenciação do produto• Diferenciação geográfica• Mudança nos parâmetros da qualidade do produto • Produto complexo.

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• Número de concorrentes: supondo que se têm três concorrentes ao invés de dois, para haver acordo, supondo que a retaliação seja a mais violenta possível, o lucro deve ser maior para três do que quando há apenas dois concorrentes.

Page 9: COORDENAÇÃO OLIGOPOLISTA

• Estruturas de custos

• Dois mercados, com duas empresas e a mesma demanda D. • No primeiro mercado, custo médio CMe1 e custo marginal CMg.• No segundo mercado, custo médio CMe2 e a mesma curva de

custo marginal CMg.

• Percebe-se que no primeiro mercado, as empresas terão custos médios maiores que os preços C1>P, e no segundo mercado, os custos médios serão inferiores ao preço C2<P.

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• Mudanças nas condições do mercado

• Não se deve levar em consideração que os preços sejam iguais ao de monopólio, pois deve haver regulamentação econômica

• Problemas para o cartel

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CONDIÇÕES QUE FACILITAM A COORDENAÇÃO

• Hipóteses:

• Elevação nos preços não serão acompanhadas por suas rivais;

• Redução nos preços serão seguidas pelas rivais, implicando em pequenas mudanças na demanda.

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• Regras de bolso e o princípio do custo total

• A regra de bolso consiste na formulação de princípios gerais de formação de preços a partir dos custos.

• De acordo com o princípio de Hall e Hitch (1939) as empresas calculam seus preços a partir de seus custos unitários variáveis, adicionando uma margem para cobrir os custos fixos e o lucro, ou seja:

p = v + μv

onde v são os custos unitários e μ é a soma da margem de lucro e o percentual dos custos fixos a ser coberto pela venda de cada unidade.

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• Problema: Qual o percentual dos custos fixos que deve ser coberto por cada unidade vendida, já que as vendas tendem a variar ao longo do tempo?

• O mais provável, nesta caso, é calcular este percentual a partir do que se acredita ser o grau normal de utilização da capacidade ou grau de utilização planejado.

• Outro ponto importante é saber qual a margem de lucro a ser adotada. Hall e Hitch (1939) dizem que deve ser a margem considerada justa.

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• A adoção do princípio do custo total permite que mudanças nos preços, frutos de pequenas alterações nos custos, sejam visualizados por todas as empresas, evitando interpretações que surgiram no início da guerra de preços. Tem-se, portanto a abordagem dos pontos focais, que parte do princípio de que, na presença de equilíbrios múltiplos, haverá algum elemento externo que determinará a escolha de equilíbrio específico.

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• Liderança de preços

• Existem três formas de liderança:

• Empresa dominante;

• Colusão;

• Barométrica.