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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Enigma de um dia / Instituto Arte na Escola ; autoria de Solange Utuari ;

coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Insti-

tuto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 42)

Foco: LA-19/2006 Linguagens Artísticas

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-50-4

1. Artes - Estudo e ensino 2. Cinema - Curta-metragem 3. Estética 4. De

Chirico, Giorgio I. Utuari, Solange II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque,

Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

ENIGMA DE UM DIA

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Solange Utuari

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

DVDENIGMA DE UM DIA

Ficha técnica

Gênero: Curta-metragem experimental.

Palavras-chave: Curta-metragem; cinema de poesia; ficção;pintura metafísica; experiência estética e estésica.

Foco: Linguagens Artísticas.

Tema: A partir de uma pintura de De Chirico. A experiênciaestética de um vigia de museu ao se transportar ao universometafísico do pintor italiano.

Artistas envolvidos: De Chirico (obra), Joel Pizzini Filho (cineasta),Livio Tragtenberg (músico) e, como ator, Leonardo Villar.

Indicação: Ensino Médio.

Direção: Joel Pizzini Filho.

Realização/Produção: Pólo Cinematográfica, São Paulo.

Ano de produção: 1996.

Duração: 17’.

SinopseO curta-metragem nos arrasta para o interior da pintura Enig-

ma de um dia, de Giorgio de Chirico, por meio das imagensoníricas provocadas num vigia de museu ao olhar a pintura. Opersonagem “vagueia” por museus e ruas da cidade de SãoPaulo. A locação do filme, na cidade metropolitana, possibilitaapreciar bairros em que a arquitetura italiana se faz presente,e também apresenta belíssimas paisagens da Chapada dosGuimarães, no Mato Grosso.

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Trama inventivaFalar sem palavras. Falar a si mesmo, ao outro. Arte, linguagemnão-verbal de força estranha que ousa, se aventura a tocar as-suntos que podem ser muitos, vários, infinitos, dos mundos dascoisas e das gentes. São invenções do persistente ato criadorque elabora e experimenta códigos imantados na articulação designificados. Sua riqueza: ultrapassar limites processuais, técni-cos, formais, temáticos e poéticos. Sua ressonância: provocar,incomodar, abrir fissuras na percepção, arranhar a sensibilidade.A obra, o artista, a época geram linguagens ou cruzamentos ehibridismo entre elas. Na cartografia, este curta-metragem éimpulsionado para o território das Linguagens Artísticas comopossibilidade de desvendar como elas se produzem.

O passeio da câmera

Num dia de exposição em um museu, pessoas transitam, pas-sam e olham as obras. A câmera nos mostra a reação dos es-pectadores diante de um quadro que não vemos. Desperta nossacuriosidade: para qual quadro olham? Alguns olham distraida-mente, outros teorizam. Um vigia (na pele de Leonardo Villar)passa pela frente do quadro. Pára, olha, se espanta, sorri e é,literalmente, captado por ele.

O que vemos, em seguida, é uma sucessão de planos em queaparecem as torres, as portas em forma de arco, os imensosespaços vazios, estranhas frutas colocadas em primeiro plano,cavalos, descampados, estátuas e texturas. No universo de DeChirico, o vigia, como um caminhante, vagueia num passeioonírico, atravessando espaços silenciosos, entre luz e sombra.A imagem do trem estático, numa estação sem nome, pareceperdida em fragmentos da memória do personagem. O tempose inverte, subverte. Torres gigantescas, rampas infinitas. Pai-sagens urbanas no inconsciente, ao pé de chaminés. Sons acom-panham esta caminhada, ruídos da cidade e do trem, músicosdão o ritmo da viagem.

material educativo para o professor-propositor

ENIGMA DE UM DIA

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A trilha sonora, de Livio Tragtenberg, repete uma mesma mú-sica, Now’s the time, de Charlie Parker, de formas alternadas:no saxofone, no assovio, no piano, mais lento, às vezes maisrápido, como se testasse as diferenciações de uma melodiaexplorando o procedimento jazzístico.

A cena visual final satisfaz nossa curiosidade. O vigia está mergu-lhado no interior do quadro Enigma de um dia, de De Chirico.

Muitas são as possíveis entradas para este curta-metragem, comproposições para: Saberes Estéticos e Culturais: a estética docinema e seus criadores, a pintura metafísica de De Chirico;Materialidade: as características materiais da imagem fílmica;Forma-Conteúdo: os elementos da visualidade presentes naimagem em movimento; Patrimônio Cultural: os cineclubes ecinematecas; Mediação Cultural: o espaço do museu e a experi-ência estética e estésica. Neste estudo, o foco é o modo de fa-zer o curta-metragem, nas Linguagens Artísticas.

Sobre Joel Pizzini e Giorgio De Chirico

(Rio de Janeiro/RJ, 1960) (Volos/Grécia,1888 – Roma/Itália,1978)

Às vezes, eu me perguntava: Por que é que estou fazendo umfilme sobre um assunto tão distante da realidade brasileira, so-bre um pintor italiano metafísico? Fiquei mais tranqüilo quando,durante a pesquisa, descobri as fortes relações de De Chirico coma cultura brasileira.

Joel Pizzini 1

Nasce no Rio de Janeiro, mas aos 2 meses de idade vai residirem Dourados, Mato Grosso do Sul. Joel Pizzini tem seu primei-ro contato com o cinema logo nos primeiros anos de vida, quandoacompanha sua mãe que não tem com quem deixá-lo. Ainda semidade para ver filmes de aventura e bang-bang, pede a seu paipara que conte detalhadamente cada passagem, o que aguçasua imaginação e desperta o desejo pelo cinema. Sua decisão

de fazer cinema surge quando vê Limite 2 , único filme do

poeta Mario Peixoto, em cópia restaurada na Cinemateca

de Curitiba. O cineasta nasce desse encontro cinematográ-

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fico. Pizzini se dá conta de que é possível construir um filme

essencialmente poético com a linguagem cinematográfica.

De volta a Campo Grande, após um período de estudos em Curitiba,participa do Cine Clube e trabalha na Fundação de Cultura do Es-tado, desenvolvendo projetos na área e fazendo suas primeirasexperiências em vídeo. Sua primeira atuação profissional é comoassistente de direção no filme Guerra do Brasil, de Silvio Back.

Enigma de um dia, lançado em 1996, conquista o prêmio demelhor filme no 24o Festival de Figueira da Foz/Portugal e no24o Festival de Gramado/Brasil. Joel Pizzini atribui os prêmiosao esmero com que o filme foi realizado. Embora seja um cur-ta-metragem, foi dedicado a ele um tempo de elaboração bas-tante fora da média.

Sobre as fortes relações de De Chirico com a cultura brasileira,Pizzini descobre, por exemplo, que o pintor gaúcho Iberê Camargofoi aluno de De Chirico. Além disso, o artista italiano pintararetratos de Clarice Lispector e Lina Bo Bardi. Segundo o cineas-ta, a própria origem do Museu de Arte Contemporânea da USP/SP tem a ver com o De Chirico. O MAC é criado graças à doa-ção que Francisco Matarazzo fez à USP de cinco quadros do DeChirico, entre eles o Enigma de um dia, que Oswald de Andradee Tarsila do Amaral trouxeram de Paris nos anos 20 do século 20.Outra descoberta preciosa de Pizzini é um CD de Alberto Savinio(irmão de De Chirico), utilizado na trilha. Só existe um CD deSavinio, que é considerado também um compositor metafísico,uma espécie de Erick Satie italiano. Quando o filme passa em1997, em Veneza, as pessoas se surpreendem, porque Savinioestava sendo recuperado naquela época na Itália.

Pizzini possui um estilo próprio: o cinema de poesia, buscandoseu indicativo em Pier Paolo Pasolini que, na década de 60, con-sidera o cinema como um manancial de potencialidades poéti-cas por causa da afinidade com o universo dos sonhos.

Joel Pizzini é um cineasta-poeta, com trabalhos destacadoscomo: O pintor, filme-documentário que explora o processo decriação do pintor Iberê Camargo; Caramujo-flor (disponível na

material educativo para o professor-propositor

ENIGMA DE UM DIA

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DVDteca Arte na Escola), dedicado ao poeta Manoel de Bar-ros; além do filme-instalação As quatro gares, inspirado no po-ema homônimo de Oswald de Andrade, mostrado em 1997 noProjeto Arte/Cidade 3 3 , em São Paulo.

A partir da afirmação de sua poética, Pizzini aprofunda suas

pesquisas de linguagem transitando entre vários suportes

audiovisuais desde vídeo-instalações até performances e

experiências com a dança contemporânea.

De Chirico é fundador da pintura metafísica. Suas obras represen-tam o que ele chama de “nostalgia do infinito”. As marcas de DeChirico ressoam no surrealismo, muito embora diga claramente nãoser um artista surrealista. Sua busca na pintura metafísica é extrairdos cenários arquitetônicos adornos clássicos, sombras e perspecti-vas incoerentes, composições com objetos do cotidiano, sugestão dapresença humana em forma de manequins e estátuas clássicas, queprovocam um clima de mistério, solidão, um ambiente provocador, quesurpreende o observador com imagens indecifráveis.

Para o historiador Gombrich4 , a questão maior da obra de

De Chirico é captar a sensação de estranheza, o inespera-

do, criar uma atmosfera enigmática. Para esse efeito, ela-

bora luzes ilusórias que provocam longas sombras

projetadas, inspira-se na arquitetura histórica das cidades

européias. Cores, formas, linhas, códigos de linguagem a

serviço do imaginário do artista.

O cenário das cidades onde De Chirico vive, como Florença e Turim,na Itália, apresenta uma extraordinária arquitetura. A luz do verãorefletida em suas paredes revela os tons amarelos das pinturas doartista metafísico e as formas clássicas das esculturas renascentistashabitam as praças e cenários misteriosos da obra De Chirico5 .

Enigma de um dia é uma obra de 1914 e faz parte do acervo doMuseu de Arte Contemporânea da USP/SP. Estranhamente,De Chirico dá o mesmo nome para outro quadro que retrata amesma cena de uma estátua, sua sombra, o muro, as torres, ohorizonte e as portas em arco de uma outra perspectiva, queestá no MoMA, em Nova Iorque. A existência do Enigma de um

dia “brasileiro” não é conhecida até o final da década de 60,quando é encontrado pelos italianos num catálogo do MAC.

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Na Itália do século 20, este fantástico artista se expressa naslinguagens da pintura e escultura, mostrando a monumentalidadeda arquitetura das cidades por onde passa. Sua obra causa mis-tério. Enigma a ser decifrado pelo nosso olhar.

Os olhos da arteTenho interesse em trabalhar com o que está fora do quadro. É algoque possibilita alargar a percepção. Pasolini dizia que o cinema depoesia é aquele em que você percebe a câmera. A valorização do queestá fora do quadro me possibilita fazer vigorar o tempo da memória,numa tentativa de alcançar uma certa transcendência. Acho ainda quea poesia pulveriza os gêneros.

Joel Pizzini 6

Enigma de um dia: um mergulho na experiência estética de um vigiade museu. Provocação à percepção do espectador que está acos-tumado a uma linguagem cinematográfica feita pela narrativa emtempo linear e ao drama próprio dos romances do século 19.

Enigma de um dia é identificado como cinema de poesia. O termofoi usado pela primeira vez em uma conferência do cineasta PierPaolo Pasolini7 , depois publicada no livro Empirismo herege.Dizia ele que, assim como na literatura, o cinema possui váriasformas de expressão. A mais “convencional” seria a prosa pre-sente no cinema narrativo, cuja preocupação centra-se emcontar histórias e apresentar os acontecimentos da trama emordem lógica, observando relações de causa e efeito. Na pro-sa, o importante é o tema, o objeto, aquilo que está sendomostrado. Por outro lado, na poesia, não importa tanto o quese fala, mas “como” se fala. O estilo se torna protagonista e asescolhas do realizador, seja ele poeta ou diretor de cinema, fi-cam mais evidentes ao espectador, apesar de seus significa-dos permanecerem mais abertos ou até misteriosos.

Mas o cinema de poesia fala “como”? Qual a feitura na sua

linguagem cinematográfica? Os elementos principais des-

sa linguagem podem ser resumidos em enquadramentos,

planos, ângulos, movimentos da câmera e montagem. Além

desses, há, evidentemente, os trabalhos de sonoplastia,

material educativo para o professor-propositor

ENIGMA DE UM DIA

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cenário, iluminação, trucagens e outros efeitos especiais

de pós-produção.

Na proposta estética do cinema de poesia, esses procedimentossão utilizados de modo a conferir à imagem uma desnaturalizaçãoque impeça qualquer tentativa de representação exterior à pró-pria imagem. O enredo é menos uma história que se conta. Ouseja, todos os seus elementos podem parecer oníricos e irracio-nais, pois as imagens e conteúdos estão no mesmo nível da cons-ciência, e são exploradas como elementos do inconsciente. É alinguagem do choque e também da persuasão. Trata-se de algocomo as imagens que são liberadas durante o sonho – imagens decomunicação do nosso presente com o nosso passado. Essa lin-guagem é indireta, pois o outro – o espectador – não participa dessacomunicação quase intimista do personagem. São imagens sub-jetivas, parte do submerso mundo da poesia, no caso do curtaEnigma de um dia, do mundo da obra do artista De Chirico.

Nesse sentido, como espectadores, presenciamos em Enigma de

um dia o monólogo interior do vigia do museu provocado pela suaexperiência estética e estésica diante do quadro de De Chirico. Omonólogo interior se torna uma narração da consciência do perso-nagem que dialoga com outros personagens e situações dramáti-cas quase sempre abstratas. São figuras ausentes. É a primeira

Joel Pizzini - Enigma de um dia - Imagem do curta-metragem

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pessoa vendo o mundo numa inspiração ensimesmada e essencial-mente irracional, em tempo e lugar que se misturam o tempo todo.

No cinema, aquilo que está mais próximo do monólogo inte-rior é a subjetividade indireta livre. Por esse procedimento,o diretor engendra o estado subjetivo desorientado, desor-ganizado e contaminado do mundo do personagem. Ao mos-trar o personagem dessa forma, ele – o personagem – emer-ge dentro de uma continuidade não obsessiva da montagem,desliga-se da pormenorização dos gestos e expressõesfaciais. Assim, o diretor comunga dos mesmos estados dealma do personagem.

Joel Pizzini, ao dialogar com a obra de De Chirico, pôde

não apenas explorar, com mais intensidade, o que a

plasticidade da pintura oferecia, mas também inventar um

universo subjetivo daquele que aprecia uma obra de arte,

moldando-o segundo uma lógica não comprometida com

os imperativos da ordem linear.

Enigma de um dia é uma poesia do olhar, imagética, que pro-põe novas formas de associação entre as imagens, os sons, demaneira a inquietar e ampliar nossa sensibilidade e escuta paranossos monólogos subjetivos.

Giorgio de Chirico - Enigma de um dia, 1914

Óleo sobre tela - 80 x 100 cm - Coleção do Museu de Arte

Contemporânea da Universidade de São Paulo

material educativo para o professor-propositor

ENIGMA DE UM DIA

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O passeio dos olhos do professorPode ser que Enigma de um dia tenha uma linguagem cinema-tográfica com a qual nossos olhos e ouvidos estão pouco acos-tumados. O contato com esse curta-metragem pede um traba-lho cuidadoso para “não queimar o filme”, de modo a instigaruma fruição nos alunos provocadora de conexões. Oferecemosuma pauta do olhar que pode ser orientadora neste momentode planejamento de suas ações:

Como o curta-metragem o toca? Alguma cena o emocionou?

Com relação a sua experiência de espectador da linguagemcinematográfica, o que este curta-metragem traz de diferen-te? A maneira de mostrar os lugares e os personagens reve-la um ponto de vista objetivo ou subjetivo?

Como você percebe o movimento da câmera? Há cortes,fusões? E o ritmo? É rápido? Lento?

Quem são e como são os personagens deste curta-metragem? Há apenas personagens humanos? Como é a in-terpretação dos atores? O figurino revela algo sobre eles?

O fato de possuir quase nenhum diálogo, predominando aimagem, oferece uma experiência perceptiva diferente?

Sobre a trilha sonora: como são as relações entre sons e imagens?

Como o tempo interferiu em sua apreciação?

Como este curta-metragem solicita o espectador?

Quanto aos seus alunos, o que os encantará e o que causaráestranhamento?

Quais possibilidades você vê para começar o trabalho com o curta-metragem junto aos alunos? Para qual faixa etária você o indicaria?

Revendo o curta-metragem algumas vezes, ficamos mais fami-liarizados com sua linguagem e nos aproximamos mais de suapoética. Fazer anotações também nos ajuda a estudá-lo e darcontorno às informações importantes que possibilitam umamelhor mediação entre você, o curta-metragem e os alunos.

qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpan

película de celulóidesensibilizada pela luz

ferramentas

suporte

câmera com filme, lentes, filtros, projetor

Materialidade

espaços sociais do saber

formação de público

museus, cineclubes, cinemateca, sala de exibição

relação público e obra,experiência estética e estésica

MediaçãoCultural

cu

pintura

artes plásticas

ndo

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade do cinema: enquadramento;

planos: close, ângulos, sommovimento da câmera

relações entre elementosda visualidade

do cinema:não-narrativa,monólogo subjetivo

gênero do cinema

ficção, experimental

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte

estética do cinema

pintura metafísica

cinema de poesia, cinema de prosa

Linguagens Artísticas

música

urta-metragem

música eletroacústica,trilha sonora

cinema

Processo deCriação

ação criadora

ambiência de trabalho

produtor- artista-pesquisador

argumento, roteiro, storyboard, montagem

locação interna e externa,ilha de edição, estúdio

produção coletiva,relação colaborativa transdisciplinar

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Percursos com desafios estéticosNo mapa, você pode visualizar as diferentes trilhas para o focoLinguagens Artísticas. Considerando a sensibilidade, o inte-resse e a motivação que o curta-metragem pode gerar, apre-sentamos possíveis percursos de trabalho impulsionadores deprojetos para o aprender-ensinar arte. Os percursos aqui suge-ridos não correspondem a uma ordem seqüencial.

O passeio dos olhos dos alunos

Algumas possibilidades:

Uma proposta é começar pelo título Enigma de um dia,problematizando-o. Por meio da conversa, instigue osalunos a imaginarem de qual assunto pode estar falan-do um filme com esse título. A conversa deve corrersolta, sem a preocupação de acerto ou não sobre o as-sunto, pois a intenção é de provocar a imaginação. Apósa conversa, faça a exibição apenas dos créditos que fi-nalizam o curta-metragem. As informações dos créditosgeram outras hipóteses? Que expectativas sobre o cur-ta se instauram nos alunos? Em seguida, exiba o filme.Terminada a exibição, o que os alunos identificam comotema? O que pensam sobre o modo como foi abordado?Quais conexões fazem entre o quadro de De Chirico e o“enredo” do filme?

Pode ser que os alunos estejam habituados a assistir filmesque possuam outro movimento, tempo, ritmo e narrativa line-ar. As imagens, tanto na obra de De Chirico como no filme, sãoproduções oníricas, portanto, particulares e únicas, podendoinstigar interpretações complexas e sensações de estranha-mento. A proposta é mostrar reproduções de obras de artistascomo Magritte ou Salvador Dali, possibilitando uma conversasobre o universo onírico desses artistas como provocação doolhar para a exibição do curta-metragem. Após a exibição, oque os alunos desvendam do Enigma de um dia?

material educativo para o professor-propositor

ENIGMA DE UM DIA

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Outro modo é, antes da exibição do filme, estimular uma con-versa sobre a experiência de apreciação de obras de arte. Oque os alunos guardam da experiência estética que já tiveram?Lembram de alguma obra em especial? O que lembram sobreela? Quem já desejou entrar no interior de uma pintura? Apósa exibição de Enigma de um dia, uma discussão sobre a expe-riência estética do personagem pode ampliar a percepção douniverso onírico e subjetivo presente no curta-metragem. Comoos alunos contariam o curta-metragem para outras pessoas?

Desvelando a poética pessoalA proposta, neste momento, é para que seus alunos possamconhecer e experimentar a criação de imagens por meio de umacâmera de vídeo. Você pode perguntar quem tem em casa umacâmera de vídeo que possa ser trazida à escola. Além da câmera,será preciso também uma tv e um aparelho de videocassete.De acordo com o número de câmeras disponíveis, monte gru-pos menores. A proposta é utilizar a câmera investigando aspossibilidades dos elementos da linguagem, propondo os se-guintes estudos:

Enquadramento

imagens com a câmera em posições que, normalmente,não são vistas no cotidiano, por exemplo, no alto e apon-tando para o solo;

imagens com a câmera se aproximando e se afastandode uma ou mais pessoas e de diferentes objetos;

imagens de vários detalhes como boca, orelha, olho, nariz, pé.

Movimento da câmera

em frente a uma pintura, um desenho, um espaço da salade aula ou da escola, gravar com a câmera se deslocan-do com lentidão e velocidade;

gravar, em close, tintas de várias cores escorrendo len-tamente no papel e, durante a exibição na tela da tv, ex-perimentar possibilidades de tratamento da imagem,

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usando o recurso do videocassete de velocidade acele-rada ou o contrário.

A exibição na tv das imagens gravadas é o mote para a discus-são entre grupos sobre os resultados.

Após essas experimentações, proponha aos grupos que escolhampoesias ou frases, assim como lugares para a composição de ce-nas com um ou mais alunos falando. A gravação dessas cenas podeser feita de diferentes modos, a partir do que foi experimentado ecom a sugestão da duração de 1 minuto. Após a gravação, umanova exibição na tv engendrará outras discussões.

Outro desafio possível é que os alunos produzam um roteiropara a gravação de 5 minutos sobre a história de alguém queconheçam, talvez algum poeta de sua cidade ou alguém daprópria escola ou comunidade.

Ampliando o olharUm passeio ao cinema com seus alunos, em uma boa sala desua cidade, se houver, poderá ser uma oportunidade paraampliar o olhar. A escolha do filme é fundamental, sendo, depreferência, cinema nacional. Ao final do filme, é importanteque percebam, nos créditos, os nomes dos profissionais querealizaram essas funções. Será que eles notam diferenças emassistir a um filme em casa e no cinema?

A fotografia de um filme é fator determinante em sua qualida-de. No entanto, muitas vezes, a olhos desacostumados, elanão chama a atenção, pela simples falta de conhecimento sobresua existência. Você poderá levar para a sala de aula um filmeque tenha premiações por fotografia. Sugerimos o filme Moça

com brinco de pérolas que pode ser discutido em relação àfotografia, em conexão com a pintura de Johannes Vermeer, queinspirou o romance de Tracy Chevalier, adaptado no filme.

Observando as paisagens naturais e urbanas, podemos pensarsobre as luzes e sobre como as sombras incidem nas formas. Esseexercício de observação pode, mais uma vez, nos transportar parao universo metafísico do pintor De Chirico, que relata:

material educativo para o professor-propositor

ENIGMA DE UM DIA

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O relógio do campanário marca meio-dia e meia. O sol está alto eabrasador no céu. Ilumina casas, palácios, pórticos. Suas sombras nochão descrevem retângulos, quadrados e trapézóides de um negro tãomacio que o olho queimado gosta de refrescar-se neles. Que luz! 8

O pintor De Chirico relata9 que, em uma tarde de outono,estava sentado em uma praça da cidade de Florença, naItália. Ele já havia estado no mesmo lugar por inúmerasvezes, mas naquele momento tudo parecia diferente e enig-mático. Como o pintor, os alunos podem fazer expediçõessensoriais para olhar as formas presentes em sua cidade,percebendo a arquitetura de prédios, estações de trens,praças e monumentos. O que lhes parece diferente do ha-bitual? O que lhes provoca um sentimento de mistério?

Luis Buñuel exercitou os princípios do cinema de poesia emseu filme, O cão andaluz, que pode ser encontrado em vídeonas boas locadoras. Quais semelhanças e diferenças a exi-bição desse filme pode provocar no olhar dos alunos emrelação ao Enigma de um dia?

Uma visita a uma exposição pode proporcionar um diálogoentre o universo colocado pelos artistas e o mundo particu-lar de cada um de nós. A arte, como um espelho aberto, nosrevela um mundo imaginário. Que monólogos subjetivos osalunos vivenciam nessa experiência estética e estésica?

Conhecendo pela pesquisa

Na filosofia, pensamento metafísico nasce com as idéiasde pensadores da antiguidade. A chamada filosofia pri-meira queria investigar aquilo que é ou existe, a realida-de em si. Com o passar do tempo, filósofos modernosquestionaram essas possibilidades, trouxeram outras in-dagações: pode nosso pensamento conhecer a realida-de? Os artistas metafísicos foram influenciados pela fi-losofia de grandes nomes do pensamento moderno. Umaforma interessante é propor uma pesquisa sobre filóso-fos como Schopenhauer, Nietzsche e Weininger, pensa-dores estudados por De Chirico.

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A pintura metafísica tem outros seguidores, como o artistaCarlos Carrà, que faz uma arte pautada na história, preo-cupada mais com as formas construídas com geometria: artefigurativa com preocupações plásticas. Pesquisar sobre esseartista na internet ou em livros abre possibilidades para umaleitura comparativa com as imagens de De Chirico.

Livio Tragtenberg é o compositor da trilha sonora de Enigma

de um dia. Repetindo a música Now’s the time de CharlieParker, experimentando variações de ritmos e instrumen-tos o compositor recria o universo onírico do filme. A músi-ca eletroacústica e instrumental e um convite à subjetivida-de e ao sonho. A pesquisa sobre Tragtenberg pode levar osalunos a conhecerem uma forma musical que foge àmassificação da indústria cultural. A pesquisa pode ser ampli-ada focalizando a função da trilha sonora no cinema, no teatro,nas novelas de tv e suas diferenças de intencionalidade.

Todo cinema, seja ele poesia ou prosa, é uma manifestaçãoartística. O conceito de Pasolini de cinema de poesia sedesenvolveu no tempo e pode ser pensado por meio deoutros trabalhos de cineastas, desde Roberto Rossellini que,com seu Roma, cidade aberta, em 1945, inaugurou o neo-realismo, além de outros filmes do cinema moderno, atéJean-Luc Godard – Alphaville, o próprio Pasolini – Accatone,Eric Rohmer - O signo do leão, Bernardo Bertolucci – Oconformista e Marco Bellocchio – De punhos cerrados. Aproposta é uma pesquisa visual, como espectadores des-ses filmes, com discussões em sala de aula, buscando aaproximação aos temas do projeto e ampliação do repertó-rio dos alunos sobre a linguagem cinematográfica.

A cinemateca é uma instituição pública ou fundação privadaencarregada de adquirir, conservar, recuperar e difundir obrascinematográficas, tanto as de um país, quanto as mundiais.O que os alunos podem pesquisar sobre elas em sua cidade?Há diferenças entre uma cinemateca e um cineclube10?

Para pesquisar mais sobre o cinema, você pode trazer paraa classe o filme Cinema Paradiso, realizado em 1988, com

material educativo para o professor-propositor

ENIGMA DE UM DIA

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direção e roteiro de Giuseppe Tornatore e música de Andreae Ennio Morricone. Com uma linguagem cinematográfica quelhe valeu o Oscar de melhor filme estrangeiro, o filme narraa história de um cineasta de sucesso que retorna à suapequena cidade natal e retoma lembranças de infância. Ima-ginar uma infância sem tv, refletir sobre a amizade e o aces-so à cultura, conhecer a história e a magia da linguagemcinematográfica podem instigar pesquisas envolventes.

Amarrações de sentidos: portfólioPara a finalização deste trabalho, podemos pensar em doismomentos diferentes. O primeiro é a criação de um catálogoque contenha todos os roteiros escritos por seus alunos, inclu-sive com desenhos, assim como todas as pesquisas realizadas.Um texto poético e um outro narrativo podem abrir o catálogo,contextualizando o projeto realizado.

O segundo é a realização de um festival de vídeo-estéticametafísica-pipoca. Você e seus alunos poderão organizar umperíodo para a exibição de todos os filmes produzidos por elescom o acompanhamento de pipocas. Você poderá pedir aos alu-nos que escrevam pequenas frases que falem do pensamentoestético metafísico nos saquinhos de pipoca ou, então, que co-loquem filipetas com esses pensamentos dentro do saquinho.

Valorizando a processualidade

Textos críticos podem ser escritos pelos alunos sobre dois ou trêstrabalhos que assistiram, discutindo a idéia, o roteiro, os proce-dimentos da linguagem cinematográfica, a edição, o trabalho dosatores, etc. Esses textos podem conduzir um debate que permi-tirá, também, analisar o que puderam estudar neste projeto.

Esse debate e o reolhar sob tudo o que foi feito podem ajudá-lo a refletir sobre as proposições pedagógicas realizadas e asque você poderia ter inventado. Haveria desdobramentos pos-síveis? Você buscaria um outro material na DVDteca? Por qualdos territórios você e os alunos desejam caminhar agora?

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GlossárioÂngulos – correspondem às inclinações da câmera em relação ao eixo trans-versal do aparelho. Há duas posições destacadas: o plongê (do francês plongée,

mergulho), que é a visão vertical, do alto para baixo, e o contraplongê, a visãocontrária. Fonte: CUNHA, Newton. Dicionário Sesc: a linguagem da cultura.São Paulo: Perspectiva: Sesc São Paulo, 2003, p. 142.

Curta-metragem – formato de cinema em que a duração de projeção é in-ferior a uma hora. Em 1974, foi criada no Brasil a “Lei do Curta”, que tor-nou-se inviável em 1990. Essa lei “promoveu a descentralização e a diver-sidade, gerou novos núcleos de produção, recolocou o Brasil no mapa dainovação cinematográfica.” Essa foi, provavelmente, uma das causas darevitalização do cinema brasileiro. Fonte: <www.casacinepoa.com.br/port/conexoes/porquecm.htm>.

Estesia – tal termo apresenta-se hoje como irmão da palavra estética,tendo origem no grego aisthesis, que significa basicamente a capacidadesensível do ser humano para perceber e organizar os estímulos que lhealcançam o corpo. Seu contrário, a “anestesia” é a negação do sensível,a impossibilidade ou a incapacidade de sentir. Fonte: DUARTE JR., JoãoFrancisco. O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível. Curitiba: CriarEdições, 2001, p.136-137.

Experiência estética – a mais elaborada investigação filosófica ou cien-tífica e a mais ambiciosa empresa industrial ou política, quando seus dife-rentes constituintes formam uma experiência integral, têm qualidade es-tética, de vez que então suas várias partes estão ligadas umas às outras,e não apenas sucedem uma a outra. Fonte: DEWEY, John. Tendo uma ex-

periência. São Paulo: Abril Cultural, 1974, (Os Pensadores).

Movimentos de câmera – além de ocupar uma posição fixa, constante, acâmera é capaz de se deslocar para seguir uma ação dramática ou paraapresentar outros pontos de vista, seja mantendo ou modificando o planode cena. De forma genérica, são basicamente três os tipos de movimento:travelling – consiste nos deslocamentos horizontal, vertical ou circular exe-cutado sobre um pequeno carro (dolly), com a câmera na mão, ou aindacom o auxílio da grua (estrutura móvel, como a de um braço mecânico);panorâmica – a câmera move-se em seu próprio eixo, semelhante a umapessoa que mexe sua cabeça de um lado para outro ou de cima para baixo,alterando o ângulo de visão; trajetória – combina o “andar” da própriacâmera (o travelling), com o deslocamento do eixo (panorâmico), obten-do-se um efeito vertiginoso ou agonístico de movimentos simultâneos.Fonte: CUNHA, Newton. Dicionário Sesc: a linguagem da cultura. São Pau-lo: Perspectiva: Sesc São Paulo, 2003, p.141-142.

material educativo para o professor-propositor

ENIGMA DE UM DIA

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Música eletroacústica – música realizada a partir do material sonorogravado e trabalhado experimentalmente por meio de montagens,colagens e outros tipos de transformações (por oposição a uma con-cepção tradicional de música que partia de abstrações sonoras precon-cebidas, as quais podiam ser notadas em uma partitura e realizadasposteriormente por meio de instrumentos musicais). Fonte: Enciclopé-dia Itaú Cultural de Artes Visuais <www.itaucultural.org.br>.

Bibliografia

AUMONT, Jacques et al. A estética do filme. Campinas: Papirus, 1995.

CHAUÍ. Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.

CHIPP, H.B. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC , 1995.

TEIXEIRA, Francisco Elinaldo (org.). Documentário no Brasil: tradição etransformação. São Paulo: Summus, 2004.

Seleção de endereços sobre arte na rede internet.

Os sites abaixo foram acessados em 8 ago.2005.

ARTE METAFÍSICA. Disponível em: <www.pitoresco.com.br/art_data/metafisica>.

CINEMA DE POESIA. Disponível em: <www.cinemadepoesia.art.br/default.asp>.

CURTA-METRAGEM. Disponível em: <www.portacurtas.com.br/index.asp>.

___. Disponível em: <www.curtagora.com/>.

DE CHIRICO. Disponível em: <http://txt.estado.com.br/edicao/especi-al/chirico/expo.html>.

FILOSOFIA METAFÍSICA. Disponível em: <http://geocities.yahoo.com.br/discursus>.

HISTÓRIA DO CINEMA. <www.webcine.com.br/historia.htm >.

PASOLINI, Pier Paolo. Disponível em: <http://barbela.grude.ufmg.br/gerus/noticias.nsf/Estudos%20Pasolinianos?OpenView&Count=1000>.

PIZZINI, Joel. Disponível em: <www.terra.com.br/cinema/noticias/2001/03/26/000.htm>.

___.<www.tribuna.inf.br/anteriores/2004/dezembro/18-19/bis.asp?bis=cultura01#>.

TRAGTENBERG, Livio. Disponível em: <www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=2763>.

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Notas1 Texto retirado de matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo, Cader-no Ilustrada, 30/9/97.2 Limite é um filme de Mario Peixoto, realizado em 1931, considerado ummarco do cinema de poesia no Brasil, com suas imagens oníricas admira-velmente fotografadas por Edgar Brazil. Disponível em: <www.uff.br/mestcii/tania2.htm>.3 Arte/Cidade é um projeto de intervenção urbana com curadoria de Nel-son Brissac Peixoto que ocorre em São Paulo desde 1994. Para saber maisvisite: <http://www.pucsp.br/artecidade/site97_99/ac3/apres.html>.4 E.H. GOMBRICH, A história da arte, p. 589.5 FREZZOTTI,1999:201– Comentário presente no texto Stefania Frezzotti-Biblio-grafia dos artistas. In: ARTE in Italia: da Valori Plastici a Corrente. São Paulo: Pina-coteca do Estado, 1999.6 Texto da entrevista ao jornal Tribuna em dezembro de 2004. Disponível em:<www.tribuna.inf.br/anteriores/2004/dezembro/18-19/bis.asp?bis=cultura01#>.7 Pier Paolo Pasolini (1922-1975). Poeta, romancista, ensaísta, uma daspersonalidades mais fortes do cinema italiano. A literatura é, talvez, o fatorque mais favoreceu o cinema de Pasolini. O cineasta parecia ignorar oscânones do “bem filmar”, optando por uma liberdade que marca suas idéi-as tanto teóricas como cinematográficas.8 H.B. CHIPP, Teorias da arte moderna, p. 402 a 407.9 Ibidem.

10 O cineclube é uma entidade associativa, de caráter privado, normalmentegerido por estatuto, destinada a pesquisar, promover debates e exibir obrascinematográficas. Fonte: <www.videotexto.info/cineclube.html>.