cristologia aula03

31
Prof. thB. Weverton Costa [email protected] / [email protected] Teologia Sistemática II CRISTOLOGIA Seminário Teológico das Assembleias de Deus

Upload: pastor-w-costa

Post on 11-Apr-2017

137 views

Category:

Education


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Cristologia aula03

Prof. thB. Weverton [email protected] / [email protected]

Teologia Sistemática IICRISTOLOGIA

Seminário Teológico das Assembleias de Deus

Page 2: Cristologia aula03

A Doutrina de Cristo

Page 3: Cristologia aula03

Essa rejeição de Cristo como um ser pleno da deidade e membro da

Trindade impede ao ser humano a oportunidade

ímpar de conhecer melhor o mais fascinante homem

que já pisou na Terra.

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Rejeição da Origem Divina de Jesus

Page 4: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Rejeição da Origem Divina de Jesus

4.1 EBIONISMOOs Ebionitas, um grupo de judeus convertido ao Cristianismo no início do segundo século da Igreja, rejeitavam a Divindade de Jesus porque entendiam que havia apenas uma pessoa divina no céu e, por isso, Jesus não podia ser Deus. para eles, Cristo era um homem comum, fruto de uma relação natural entre José e Maria, com dons incomuns adquiridos após o batismo. Eles fizeram com que a igreja incorresse no pecado de idolatria por adorar um homem e não uma divindade

Page 5: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Rejeição da Origem Divina de Jesus

4.1 ARIANISMO (Séc. IV – 310 a.C)Ário, um presbítero da Igreja de Alexandria. Cristo não era Deus, mas sim uma criatura de Deus. Colossenses 1.14,15 – a expressão “primogênito da criação” como o primeiro ser criado por Deus. Não era possível Deus conceder sua essência a qualquer outro, sendo uno e indivisível. O Filho, o Logos, só poderia chegar à existência a partir de um ato de criação. Assim, Cristo seria parte da criação e intermediário entre Deus e o homem. Ário negou assim, a auto-existência, a coexistência e a preexistência do Filho.

Page 6: Cristologia aula03

Concepções Inadequadas sobre a Divindade de Cristo na História da Teologia

Apolinarismo

Idéia de que a pessoa de Cristo possuía um corpo humano, mas não uma mente ou um espírito humano, e que a mente e o espírito de Cristo

provinham da natureza divina do Filho de Deus.

Nestorianismo Doutrina de que havia duas

pessoas distintas em Cristo, uma pessoa humana e outra divina.

Monofisismo (Eutiquianism

o)Idéia de que Cristo possuía só uma

natureza.

Page 7: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.1 A Oposição aos EbionitasEbionitas – judeus cristãos saídos do judaísmo, mas que praticavam a lei e os costumes judaicos, não se simpatizavam com judeus ortodoxos e nem gentios. Para os primeiros, eram traidores da fé judaica; para os outros eram preconceituosos, julgavam que a salvação era exclusiva dos judeus. Rejeitaram as cartas paulinas por aceitarem a conversão dos gentios. Por serem monoteístas negavam a divindade de Cristo. Para os bispos negar a divindade de Jesus era negar sua obra salvífica e reconhecê-lo apenas um simples homem.

Page 8: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.1 A Oposição aos EbionitasDevido à resistência em aceitar a

divindade de jesus, os Ebionitas foram excomungados da Igreja e não sobreviveram como grupo por muito tempo.

Eles diminuíram gradualmente durante o 4º século até desaparecer totalmente.

Page 9: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.2 A Oposição a ÁrioFoi refutado por Alexandre, Bispo da Igreja de Alexandria, que usava de cartas e sermões em suas apologias.Realizou-se o Concílio de bispos em Alexandria (318 d.C) a fim de examinar as opiniões desse presbítero e de tomar uma decisão sobre a autenticidade desses ensinos ou a falta dela. Esse concílio que reuniu cerca de 100 bispos, e após verificar a teologia ariana, não encontrou base bíblica e condenou os ensinos heréticos de Ário.

Page 10: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.2 A Oposição a ÁrioÁrio não aceitou a condenação e moveu uma campanha contra o bispo de Alexandria, procurando desmoralizá-lo e provar que sua teologia era correta.Por lograr êxito entre vários presbíteros, isso fez com que Alexandre escrevesse a todos os bispos para notificá-los acerca da heresia.Vejamos na íntegra o documento que o Bispo Alexandre escreveu segundo o historiador Roger Olson (1999):

Page 11: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

“E as novidades que inventaram e publicaram contra as Escrituras são as seguintes: - Deus nem sempre foi Pai, mas houve tempo em que Deus não foi Pai. O verbo de Deus não existiu sempre, mas se originou de coisas que não existiam; porque o Deus que existe, fez aquele que não existia, a partir daquilo que não existia; portanto houve tempo quando ele não existia; pois o Filho é uma criatura e uma obra. Ele não é igual ao Pai em essência, não é o verdadeiro e natural Logos do Pai e nem é a sua verdadeira Sabedoria; mas ele é uma das coisas feitas e criadas e é chamado do verdadeiro Verbo de Deus, e pela Sabedoria que existe em Deus mediante a qual, Deus, não apenas criou todas as coisas, mas ele também. Portanto, ele é, por natureza, sujeito a mudança e variações, assim como o são todas as criaturas racionais”. (Bispo Alexandre, Séc. IV)

Page 12: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.3 A Exegese de AlexandreAlexandre fez uma detalhada exegese do primeiro capítulo do Evangelho segundo João, no qual é declarado que o Logos estava “com Deus no princípio” e foi o agente de Deus em toda criação.Alexandre encerra a carta encíclica com a sua assinatura e a de numerosos presbíteros e diáconos mencionando que Ário e seus ensinos já tinham sido condenados por um Sínodo de cem bispos.

Page 13: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.4 O Concílio de Nicéia (325 d.C.) O imperador Constantino, ao tomar conhecimento

da controvérsia em Alexandria e que podia dividir a Igreja, resolveu convocar todos os bispos cristãos de todas as partes do Império para o Primeiro Concílio Ecumênico da Igreja na cidade de Nicéia.

O concílio teve a duração de dois meses. A questão principal era dirimir a disputa doutrinária e decidir que dogmas os cristãos deveriam crer e professar.

O concílio teve a participação de 318 bispos. Destes, 28 eram bispos arianos. Quando ouviram a heresia ariana houve um clamor de – Heresia!

Page 14: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.4 O Concílio de Nicéia (325 d.C.) A criação do Credo, foi uma fórmula para combater o

Arianismo e que servisse para unificar a igreja doutrinariamente:

“Cremos em um só Deus Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado do Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Luz de luz, Deus verdadeiro do verdadeiro Deus, gerado não feito consubstancial com o Pai, por quem todas as coisas vieram a existir, tanto no céu como na terra, que por nós homens e pela nossa salvação desceu e encarnou, tornou-se humano, padeceu e ao terceiro dia ressuscitou e subiu ao céu e virá para julgar o vivo e o morto; e no Espírito Santo”.

Page 15: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.5 O Sucessor de Alexandre Ário foi deposto e condenado como herege. Foi

exilado com todos os bispos que o apoiavam. Com o falecimento do Bispo Alexandre, Atanásio

lhe sucedeu como bispo de Alexandria. Durante 45 anos de bispado, Atanásio lutou

contra a heresia ariana. O filho do imperador Constantino, Constâncio,

queria acabar de vez com a controvérsia a respeito da divindade de Cristo, em Nicéia não se conseguiu

A discórdia passará às questões exegéticas entre duas palavras gregas: homoosios e homoiousios

Page 16: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.6 Uma Questão Exegética Homoosios – “da mesma substância” Homoiousios – “de substância semelhante” Constâncio pensava em substituir o primeiro

termo pelo segundo. Para os arianos, substituir o primeiro termo pelo

segundo era negar que Jesus fosse Deus da mesma substância do Pai, para afirmar que Jesus era apenas uma criatura semelhante ao Pai.

Seria, portanto, a derrota da verdade e a vitória da heresia ariana.

Page 17: Cristologia aula03

UNIDADE II – ORIGEM DIVINA DE JESUSA Apologia

5.6 Uma Questão Exegética Atanásio foi contra o Imperador, condenou como

heresia e equiparou ao Anticristo qualquer que apoiasse a proposta.

Para Atanásio, a própria salvação dependia do filho de Deus ser o próprio Deus e não meramente uma grandiosa criatura ‘semelhante a Deus’.

Atanásio teve de fugir para Roma em 339, por causa de várias acusações falsas, mais tarde foi inocentado.

Ao retorna, dentre muitas defesas, ensinou a plena divindade do filho mediante sua revelação entre os homens o que foi atestada como auto-revelação de Deus. Por fim, sua defesa foi aceita pela Igreja.

Page 18: Cristologia aula03

A maior dificuldade para entender a pessoa de Jesus está na sua união divina e humana. O ser humano sempre teve dificuldade em

entender como se deu a união das duas naturezas em Jesus

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS

Este tem sido um dos grandes enigmas de sua pessoa e tem confundido muitos

estudiosos ao longo da história.

Page 19: Cristologia aula03

Abordaremos cinco teorias diferentes sobre o modo como ocorreu a encarnação e a condição em que Jesus viveu neste mundo.

Tais teorias defendem, apesar de divergentes, que Jesus para tornar-se um homem, precisou renunciar ou esvaziar-se de alguns privilégios de sua divindade.

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 20: Cristologia aula03

1.1 A KenósisAs teorias que tratam do momento em que Jesus deixou os céus e veio à Terra como homem e precisou renunciar a alguns privilégios de sua divindade são chamadas de Kenóticas (gr. Kenoo, esvaziar)

Teólogos: Tomásio e Delitsch na Alemanha (1860 – 1880); David na Escócia e Crosby nos EUA (1890 – 1910)

Wayne Gruden, Millard Erykson, Louis Berkof.

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 21: Cristologia aula03

1.1 A KenósisOs primeiros são de linha liberal, isto é, nem sempre levam em consideração o texto bíblico e a posição histórica da Igreja.

Os outros são conservadores, que defendem a verdadeira doutrina de Cristo baseados nas Escrituras e apoiam a posição doutrinária defendida historicamente pela Igreja

O texto base para a discussão é Filipenses 2.5-7

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 22: Cristologia aula03

1ª teoria – Jesus teria se esvaziado de metade de seus atributos divinos para se encarnar

2ª teoria – ele encarnou sem nenhum de seus atributos

3ª teoria – Jesus não renunciou a seus atributos, mas os limitou na Terra

4ª teoria – Jesus não renunciou a sua divindade; e sua humanidade era apenas um disfarce, não era real

5ª teoria – Jesus ao se tornar homem, permaneceu sendo Deus, com todos os seus atributos

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 23: Cristologia aula03

1ª - A Teoria do Esvaziamento ParcialTomásio e outros dividiu os atributos de

Deus em dois grupos distintos:Imanentes – Onisciência, Onipresença e

Onipotência (são dispensáveis);Atributos Essenciais – Poder absoluto,

Verdade absoluta, Amor absoluto, Santidade absoluta (são indispensáveis)

Na encarnação Jesus teria se esvaziado dos seus atributos imanentes e retido os atributos essenciais.

David Forest declara que Cristo tinha um conhecimento amplo e profundo, mas não era Onisciente, Onipotente e nem Onipresente

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 24: Cristologia aula03

1ª - A Teoria do Esvaziamento ParcialEssa teoria compromete a divindade de

Jesus. Como Deus, Jesus possuía todos os seus

atributos (qualidades inerentes de um ser), para tornar-se um homem.

Jesus quando esteve na terra não era plenamente Deus, mas sim algo como um semi-Deus.

Tanto em Mt 8.27 quanto em João 2.25 se vê claramente que Jesus possuía todos os seus atributos divinos, e que em nenhum momento os renuncia para se tornar um homem

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 25: Cristologia aula03

2ª - A Teoria do Esvaziamento TotalÉ a teoria da renúncia de todos os atributos

Godê e Clark sustentam um “suicídio divino” Jesus esvaziara-se de todos os seus atributos para se tornar apenas um homem.

A consciência eterna gradualmente seria recuperada aos poucos até novamente alcançar a plenitude divida após a ressurreição.

O Messias apenas seria um homem comum cheio do Espírito Santo

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 26: Cristologia aula03

2ª - A Teoria do Esvaziamento TotalJesus não era Deus quando esteve aqui na Terra

Não poderia ser adorado (Mt 2.2), Não poderia perdoar pecados (Mt 9.2)Não poderia ser igual à deidade (Jo 10.30)

Não poderia morrer pelos nossos pecados (Jo 19.35-37)

Sendo apenas um homem, seria considerado um mentiroso e fanático

Se Jesus tivesse renunciado a sua divindade ao encarnar-se, jamais poderia salvar a humanidade.

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 27: Cristologia aula03

3ª - A Teoria da LimitaçãoEbrard defende que Cristo, ao se encarnar, teve seus atributos limitados (Onipotência, Onisciência e Onipresença)

Todavia, não há base bíblica para sustentá-la

Os atributos de Deus não são elásticos para serem alargados ou contraídos. Não pode haver atributos limitados

Jesus possuía todos e só os usava com a permissão do Pai (Jo 5.19)

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 28: Cristologia aula03

4ª - A Teoria do Esvaziamento de PrivilégiosRussel Sheed, Strong, Thiensen, Gruden, defendem uma posição bíblica, centrada no ensino dos apóstolos.

Deus-Filho ao encarnar-se não se esvaziou de seus atributos, mas se desfez de alguns privilégios.

Um desses privilégios seria a visibilidade de sua glória.

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 29: Cristologia aula03

4ª - A Teoria do Esvaziamento de Privilégios“torna a dar-me a glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.5)

Outro privilégio: o do exercício independente dos seus atributos divinos. (ver João 5.19)

Jesus não abandonou os atributos relativos, nem os imanentes ou absolutos.

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 30: Cristologia aula03

4ª - A Teoria do Esvaziamento de PrivilégiosCristo se subordinou ao Pai e ao Espírito Santo como servo de Jeová.

Não poderia abusar de todos os atributos divinos, na terra, senão como seria semelhante aos homens em tudo?

Ele se autolimitou para viver como homem na terra.

UNIDADE III – A UNIÃO DO DIVINO E DO HUMANO EM JESUS – O Auto Esvaziamento de Jesus

Page 31: Cristologia aula03

ATÉ A PRÓXIMA AULA

A Rejeição das Teorias Kenóticas A Igreja e as

Duas Naturezas de Jesus

Um Homem com Duas Naturezas As Heresias

Acerca das Duas Naturezas de

Jesus