cronologia do brasil holandês
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Fatos relativos às invasões neerlandesas ao nordeste brasileiro no século XVII e a vida de Johann Moritz von Nassau-Siegen, Conde, Governador do Brasil holandês,Marechal-de-Campo das Províncias Unidas e Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico.TRANSCRIPT
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Princeps Brasi l iensis
Cronologia do Brasil Holands
e de
Maurcio de Nassau
Lcio Costa
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Cronologia do Brasil Holands
e d e
Maurcio de Nassau
Fatos relativos s invases neerlandesas ao
nordeste brasileiro no sculo XVII e a vida de
Johann Moritz von Nassau-Siegen,
Conde, Governador do Brasil holands,
Marechal-de-Campo das Provncias Unidas e
Prncipe do Sacro Imprio Romano-Germnico.
Mauritshuis
Haia, Holanda
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SUMRIO
Cronologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Glossrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Fontes de Referncia . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Sites da Internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Publicaes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Lista de Imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
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1600 Por deciso do Prncipe Maurits van Oranje Nassau criada na Universidade
de Leiden, Holanda, a Duytsche Mathematique, idealizada pelo matemtico Simon Stevin. Era uma escola de carter tcnico-prtico cujo objetivo era a
formao de engenheiros militares, agrimensores, mestres em carpintaria,
mestres construtores de fortes e vilas, alm de mestres na confeco de mapas
e traados urbanos.
Os neerlandeses estabelecem dois fortes na regio do Rio Xingu, Amazonas, o
Forte Orange e o Forte Nassau.
1601 26/agosto. Retorna a Roterdam, Holanda, o almirante Oliver van Noort aps
expedio de circunavegao ao redor da Terra. Sua frota de seis navios iniciou
viagem da mesma Rotterdam em 1598 passando pela Inglaterra, frica, Rio de
Janeiro, Patagonia, Peru, Filipinas, Java e Borneu. Aps contornar o Cabo da
Boa Esperana volta Holanda com apenas um navio e 45 homens.
1602 20/maro. constituda em Amsterdam, com a reunio do capital de diversas
pequenas sociedades comerciais neerlandesas, num total de cerca de 6,5
milhes de florins, a Companhia Unida das ndias Orientais (Vereenigde Oost-Indische Compagnie VOC). Recebe do Prncipe de Orange o monoplio do comrcio entre a sia, Japo e Oceania para a Europa. Apenas seus navios
poderiam cruzar o Cabo da Boa Esperana e o Estreito de Magalhes pelo
prazo de 21 anos.
1603 Iniciada a obra da Fortaleza dos Reis Magos em seu local definitivo, sobre os
arrecifes na entrada da barra do Rio Potengi, traado do engenheiro militar e
depois padre Gaspar de Samperes. Em 1598 havia sido erguido um fortim de
taipa junto s dunas prximas. Foi o ncleo da vila de Natal.
Diogo Botelho, Governador-Geral do Brasil, que residiu em Olinda entre 1602 e
1603, constri aqueduto em pedra para levar gua do Rio Beberibe at Olinda.
02/julho. Duarte de Albuquerque Coelho, quarto donatrio da capitania de
Pernambuco, toma posse ainda em Portugal. Era neto de Duarte Coelho
Pereira, primeiro donatrio e fundador de Olinda.
27/agosto. Casamento dos pais de Maurcio de Nassau, o Conde Johann von
Nassau-Siegen (Joo VII ou Joo, O do Meio) e sua segunda esposa,
Margaretha von Schleswig-Holstein, Princesa de Holstein-Sonderburg da
famlia real da Dinamarca.
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1604 17/junho. Nasce Johann Moritz von Nassau-Siegen (Johan Maurits van
Nassau-Siegen, em holands) no castelo de Dillenburg, perto de Siegen, centro-
oeste da Alemanha, como 13 filho de Johann von Nassau-Siegen e o
primognito de Margaretha von Schleswig-Holstein.
Foram seus padrinhos o av materno, duque Johann von Schleswig-Holstein e
o primo do seu pai, Maurits van Oranje Nassau, filho de Guilherme I, O Taciturno (Willem I, de Zwijger), prncipe de Orange, que ficou conhecido como Pai da Ptria por ter liderado a revolta neerlandesa contra o domnio espanhol.
20/julho. Flotilha de Paulus van Carden ataca Salvador, Bahia. No consegue
ocupar a cidade, mas apreende vrias embarcaes carregadas de acar.
Castelo Dillenburg
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1605 12/dezembro. Publicado o Regimento do Pau-Brasil, onde o Rei da Espanha,
Felipe III, regula a extrao da madeira que s poder ser feita segundo licena
expressa do Provedor da Fazenda Real. O limite de extrao fica estipulado a
600 toneladas por ano, podendo ser considerado uma das primeiras leis de
proteo ambiental.
1606 A famlia Nassau muda-se para o condado de Siegen que coube ao pai de
Maurcio na partilha das terras de seu av, Joo, O Velho (Joo VI).
Dillemburg fica com o primogenito Guilherme Lus.
28/outubro. Os frades franciscanos de Olinda decidem estabelecer na Ilha de
Antnio Vaz em Recife, o Convento de Santo Antnio. O terreno foi doao do
senhor de engenho Marcos Andr.
1607 abril. Fundao de Jamestown na Virgnia pelo ingls John Smith, primeiro
assentamento permanente da Inglaterra na Amrica. Seu nome era
homenagem ao Rei Charles I.
1608 Fundada na Alemanha a Unio Evanglica com o intuito de defesa contra os
catlicos que atacavam frequentemente as igrejas prostestantes.
Willem Usselincx, mercador calvinista da Anturpia, publica panfleto
sugerindo a fundao uma companhia para comercializar os produtos
originrios do Brasil, principalmente acar e pau-brasil.
Hugo Grotius, jurista neerlands, divulga o tratado De Mare Liberum em que nega a legitimidade da doao pontifcia (Bulas Alexandrinas) em que
assentava o direito de Portugal e Espanha ao uso exclusivo dos mares, atravs
do Tratado de Tordesilhas e do De Mare Clausum do jurista portugus frei Serafim de Freitas.
1609 31/janeiro. fundado o Banco de Amsterdam (Amsterdamsche Wisselbank) para desenvolver o comrcio colonial neerlands.
25/maro. O ingls Henry Hudson, a servio da VOC, parte para procurar uma passagem para o Oriente atravs do polo norte mas muda radicalmente o
rumo e chega a Amrica do Norte.
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09/abril. Assinada na Anturpia a Trgua dos Doze Anos, tratado que
interrompe a guerra pela independncia dos Pases Baixos do Norte contra o
domnio da Espanha, conhecida depois como Guerra dos Oitenta Anos.
11/setembro. Hudson desembarca na Ilha de Manhattan (Manna-hata na lngua dos ndios Ienape) tomando posse do territrio para os holandeses, que o
denominaram Nieuw Nederland - Nova Holanda. Esse territrio englobava parte do atual sudeste do Canad e do nordeste dos Estados Unidos.
Fundada a Liga Catlica em resposta Unio Evanglica e tambm com o
objetivo de recatolicizar a Alemanha. Desses conflitos vai eclodir a Guerra dos
Trinta Anos.
1610 O capital da Cia. das ndias Orientais repartido em quotas iguais e
transferveis (aktien), originando o atual conceito de aes.
O pai de Maurcio de Nassau designa um tutor para o filho, priorizando a
educao religiosa calvinista e o estudo de lnguas estrangeiras.
30/setembro. Nasce Georg Marcgrave na cidade alem de Liebstadt. Dotado
de extenso conhecimento cientfico, vai acompanhar Nassau quando de sua
estada no Brasil.
A VOC nomeia Pieter Both governador-geral dos territrios neerlandeses no Oriente.
1611 Martin Soares Moreno constri o Forte de So Sebastio na foz do Rio Cear,
ncleo da cidade de Fortaleza.
Fundada a Bolsa de Mercadorias de Amsterdam.
1612 26/julho. Chega ao Maranho a expedio francesa comandada por Daniel de
La Touche, Senhor de La Ravardire, para criar a Frana Equinocial.
08/setembro. Os franceses fundam um vilarejo denominado Saint Louis, em homenagem ao Rei Lus IX que viria a ser a cidade de So Lus.
Neerlandeses chegam Guin e Mouree, na frica ocidental, onde Jacob
Adriaansen Clantius constri o forte Nassau para servir de entreposto para o
trfico de escravos negros.
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1613 Construo do Forte Nossa Senhora do Rosrio na enseada de Jericoacoara,
norte do Cear. O objetivo ocupar terras do Maranho e combater os
franceses.
Concluda a construo do Convento de Santo Antnio na Ilha de Antnio Vaz.
1614 junho. Maurcio de Nassau vai estudar na Universidade da Basilia, Sua.
Para custear parte dos estudos Nassau trabalha como mensageiro para os dois
filhos do landgraf Moritz von Hesse-Kassel, que era casado com sua meia irm Juliana, filha do primeiro casamento do pai de Maurcio.
agosto. O almirante Joris van Spilbergen enviado com seis navios pela VOC para descobrir uma passagem no Estreito de Magalhes e alcanar as Ilhas
Molucas, hoje parte da Indonsia. Passou por So Vicente, no Brasil,
Valparaso e Arica no Chile e Callao no Peru.
1615 Os neerlandeses so expulsos dos fortes Orange e Nassau na Amaznia. Os
portugueses iniciam a construo do Forte de Belm do Par.
O navio holands Fortuijn enviado para a Costa Selvagem nas Guianas a fim de transportar sal de Punta Araya para a indstria de pescado dos Pases
Baixos. Essa salina substituiu a de Setbal, Portugal, cujo acesso foi proibido
aos neerlandeses 1598 pelo Rei Felipe II da Espanha.
junho. Nassau prossegue seus estudos em Genebra.
02/novembro. Assinado termo de rendio dos franceses, que so expulsos do
Maranho por tropas portuguesas de Jeronimo de Albuquerque (que acrescenta
Maranho ao seu nome) e do capito-mor Alexandre de Moura, vindas de
Pernambuco.
1616 29/janeiro. Os navios Eendracht e Hoorn dobram o ponto mais meridional das Amricas sob comando de Jacob le Maire. O local foi batizado de Cabo Hoorn
homenageando a cidade holandesa de onde havia partido a flotilha.
maro. Nassau vai para Kassel, oeste da Alemanha, aonde estuda no
Collegium Mauritianum, que lecionava latim, grego, francs, italiano, espanhol, retrica, histria, filosofia, lgica, teologia, astronomia e matemtica,
alm de montaria, msica, dana, teatro e esgrima. Aquele centro educacional
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para a nobreza protestante havia sido criado pelo seu cunhado Moritz von
Hesse-Kassel.
Uma expedio comandada pelo capito Pieter Adriaenszoon parte de
Vlissingen, sudoeste holands, com 150 homens com destino ao Rio Amazonas.
A expedio de Adriaenszoon chega at a desembocadura do Rio Jenipapo no
delta da Ilha de Maraj no Par, aonde funda um forte.
1618 Tem incio a Guerra dos Trinta Anos com a tentativa de imposio da religio
catlica romana pelo Rei da Bomia, Ferdinando II, em seu territrio e a
consequente revolta dos nobres protestantes da Bomia e ustria, liderados por
Frederico V. Alm da questo religiosa, contriburam para o conflito disputas
sucessrias, territoriais e comerciais. A guerra vai se alastrar por quase toda a
Europa.
20/fevereiro. Com a morte do Prncipe Felipe Guilherme em Bruxelas, assume
seu cargo o Prncipe Maurcio de Orange-Nassau, padrinho de Joo Maurcio
de Nassau-Siegen.
Ren Descartes, aos 22 anos, viaja para a Holanda aonde se alista no exrcito
comandado pelo Prncipe Maurcio de Orange-Nassau.
1619 Fundao da colnia neerlandesa de Batvia por Jan Pieterszoon Coen, atual
Jacarta, na Ilha de Java, Indonsia. Batvia ir se tornar a capital da Cia. das
ndias Orientais naquela parte do mundo. Joo VII manda buscar Maurcio de Nassau de volta para casa em Siegen,
devido aos altos valores cobrados no Collegium Mauritianum.
A princesa Margaretha, envia Nassau a Leeuwarden para visitar seu tio
Guilherme Lus, Conde de Nassau-Dillemburg e stadhouder da Frsia e Groeninga, e tambm a Haia para conhecer seu padrinho e primo Maurcio de
Orange-Nassau. O objetivo era conseguir uma comisso para o jovem Nassau
no exrcito da Repblica Unida dos Pases Baixos, o que no foi concretizado.
1620 maro. Nassau volta Frsia, mas como tinha apenas 15 anos, ainda no
aceito no exrcito da Repblica e retorna a Siegen.
20/agosto. Maurcio de Nassau ingressa no exrcito da Repblica Unida das
Sete Provncias dos Pases Baixos (Holland, Friesland, Zeeland, Gelderland, Utrecht, Overijssel e Groningen), com o posto de alferes de cavalaria.
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Seus parentes h trs geraes serviam nas foras militares dos Pases Baixos.
Holanda, Zelndia, Gerlndia, Utrecht e Overijssel eram territrios governados
por nobres da Casa de Orange (holandesa), enquanto Frsia e Groeninga eram
governados pela Casa de Nassau (alem).
dezembro. Nassau muda-se para os Pases Baixos aonde reside at 1636.
1621 abril. Final da Trgua dos Doze Anos entre a Repblica dos Pases Baixos e a
Espanha, resultado da poltica de Gaspar de Gusman, Conde-Duque de
Olivares, que havia se tornado primeiro ministro do Rei espanhol Felipe IV.
Nassau recebe seu batismo de fogo sob comando do seu irmo mais velho
Guilherme.
03/junho. Sob orientao de Willem Usselincx criada a Companhia das
ndias Ocidentais (Geoctroyeerde Westindische Compagnie - WIC) com o monoplio por 24 anos da conquista, comrcio e navegao da Amrica, costa
ocidental da frica e Oceano Pacfico a leste das Ilhas Molucas. O conselho de
administrao, composto por dezenove membros, era conhecido como Conselho
dos Dezenove (Heeren Negentien). Seu capital inicial era de trs milhes de florins. A WIC foi criada pelo sucesso obtido com a Cia. das ndias Orientais VOC e para levar a guerra contra a Espanha ao Novo Mundo.
1622 10/junho. Ampliado o privilgio da WIC, com a concesso do comrcio e transporte do sal de Punta del Rey, hoje Punta de Araya na Venezuela.
21/junho. Esquadra de 13 navios do almirante Kornelis Reyerez com 1.300
combatentes chega ao litoral de Macau no sul da China.
22/junho. 800 homens desembarcam na Baia de Cacilhas para conquistar a
Fortaleza de So Paulo em Macau.
24/junho. As tropas neerlandesas so rechadas pela guarnio local ao
comando do capito-mor Lopo Sarmento de Carvalho, do capito Joo Soares
Vivas e do padre Jernimo Rh que matam cerca de 350 invasores.
1623 27/setembro. Morre Joo VII (o do Meio), pai de Maurcio de Nassau. Siegen
partilhada entre Joo, o Moo e Guilherme Lus. Maurcio herda os direitos
aduaneiros do condado e terras em Fusselbach e no baixo Palatinado.
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outubro. A WIC j conta com mais de sete milhes de florins em seu ativo. De suas cinco cmaras regionais, a de Amsterdam, subscreve 3 milhes de florins.
23/outubro. Relatrio da WIC aos Estados Gerais d conta da escolha do almirante Jacob Willekens para comandar a frota de invaso ao Brasil, pedindo
aprovao dos Altos e Poderosos Senhores.
21/dezembro. Parte dos portos de Texel e Goerre a esquadra do almirante
Willekens, do vice-almirante Pieter Pieterzoon Heyn e do coronel Johan van
Dorth que vai atacar o Brasil. A WIC estava interessada principalmente no acar para abastecer suas refinarias, alm do pau-brasil e tabaco.
1624 28/janeiro. Os navios do almirante Willekens ancoram na Ilha de So Vicente,
arquiplago de Cabo Verde, ponto de reunio combinado, aguardando o resto
da frota.
Impresso por Cornelis Lodewijcksz van der Plasse, Jan Andries Mooerbeck
publica documento intitulado: Motivos Por Que a Companhia das ndias Ocidentais Deve Tentar Tirar ao Rei da Espanha a Terra do Brasil, onde advoga a conquista de Pernambuco e Bahia pelos Pases Baixos. As capitanias
do Nordeste brasileiro eram conhecidas dos neerlandeses desde 1585 quando
comearam a negociar no porto do Recife, tendo alguns holandeses fixado
moradia na regio.
26/maro. A armada neerlandesa reunida com 24 navios e 7 chalupas em So
Vicente, Cabo Verde, parte para o Brasil.
21/abril. J no oceano, prximo ao Brasil, o almirante Jacob Willekens rene
os comandantes e abre a carta de prego onde est determinado o seu destino: a
Bahia de Todos os Santos, sede do governo colonial.
08/maio. A esquadra da WIC chega Salvador com 1.600 marujos e 1.700 soldados. Ficam ancorados a nove lguas da entrada da baia para preparar o
ataque. Suas ordens so de seguir para Pernambuco aps a conquista da
Bahia.
09/maio. Desembarque das tropas da WIC em Salvador. Sob bombardeio naval, a populao foge para o Recncavo Baiano.
10/maio. O governador-geral Diogo de Mendona Furtado preso junto com
seu filho e alguns oficiais portugueses.
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A cidade saqueada pelos invasores holandeses que se apoderam de grande
quantidade de caixas de acar, vinho, tecidos e cerca de cinquenta peas de
artilharia de bronze e ferro.
11/maio. O comandante van Dorth assume o controle da cidade de Salvador.
Os membros remanescentes da Cmara Municipal de Salvador, reunidos na
aldeia dos jesutas chamada Esprito Santo, elegem o bispo D. Marcos Teixeira
como governador da Bahia.
12/junho. Tropa de van Dorth tenta, sem sucesso, conquistar o Morro de So
Paulo.
17/junho. Johan van Dorth morto em uma emboscada efetuada por tropa do
capito brasileiro Francisco Padilha nos arredores de Salvador, sendo
substitudo pelo major Albert Schouten.
22/julho. Assinada por Felipe IV da Espanha Carta Rgia que autorizava a
introduo de um tribunal da Santa Inquisio no Brasil. O tribunal nunca
chegou a ser instalado, mas havia visitao de membros do Tribunal de Lisboa
ao Brasil desde 1591.
24/julho. Quatro navios neerlandeses partem de Salvador para a Holanda
levando acar, tabaco e couros, alm do governador Mendona Furtado, seu
filho e o sargento-mor.
28/julho. Tambm parte de Salvador o almirante Jacob Willekens com quatro
navios com destino ao Caribe e posteriormente Holanda.
05/agosto. O vice-almirante Pieter Heyn larga da Baia de Todos os Santos
para Angola com trs navios.
A Cia. das ndias Orientais manda um grupo de assentadores a Manhattan.
outubro. preso em navio que entrou em Salvador inadvertidamente o ex-
governador do Chile, D. Francisco de Sarmiento que havia passado pelo Rio de
Janeiro e cujo destino era a Espanha. Esse navio trazia grande carregamento
de prata em barra e moedas, alm de muitas jias, tudo saqueado pelos
holandeses.
Outros navios espanhis e portugueses j haviam cado nas mos dos
neerlandeses por desconhecerem que a cidade havia sido conquistada pelos
homens da WIC.
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19/novembro. Parte de Lisboa fora naval de 22 navios e 4.000 homens para
reconquista de Salvador. D. Francisco de Almeida comandava a marinha, o
coronel Antnio Muniz Barreto comandava as tropas, todos sob as ordens do
general D. Manoel de Meneses, comandante-em chefe da expedio.
1625 14/janeiro. A frota espanhola enviada por Felipe II larga do porto de Cadiz
para reunir-se fora portuguesa. Era composta de 31 galees e outros barcos
menores com 7.500 homens sob as ordens do almirante D. Juan Fajardo.
02/fevereiro. Os assentadores da VOC fundam o Forte Amsterdam em Manhattan, que futuramente viria a ser a cidade de New York.
06/fevereiro. Os espanhis juntam-se aos portugueses em Cabo Verde.
11/maro. A frota combinada parte da Ilha de So Tiago, Cabo Verde, com
destino a Salvador sob o comando do espanhol D. Fradique de Toledo y Osrio,
Marqus de Valduesa.
01/maro. Zarpa de Texel, norte da Holanda, frota do almirante Boudewijn
Hendricksz com destino Salvador e posteriormente s ndias Ocidentais
(Caribe) para interceptar a frota espanhola que transportava ouro e prata das
colnias.
12/maro. Voltando da frica, a expedio de Pieter Heyn ataca Vitria do
Esprito Santo sendo repelida por tropas portuguesas ajudadas pela populao
local e os ndios.
14/maro. Novo ataque Vitria rechaado outra vez pelos habitantes que
jogam gua fervente, paus, brasas e pedras nos invasores que tentam subir as
escadarias da cidade alta.
30/maro. Chega a Salvador a fora de libertao luso-espanhola com 52
navios, 11 barcos menores e aproximadamente 15.000 homens. Reforos vindos
de outras partes do Brasil tambm se juntaram s foras vindas da Europa. O
episdio fica conhecido como a Jornada dos Vassalos.
31/maro. Dois mil homens do exrcito de libertao desembarcam sem
oposio e com apoio dos moradores na ponta de Santo Antnio.
04/abril. Casamento do prncipe Frederik Hendrick van Oranje Nassau, filho
de Willem I, O Taciturno, com a condessa alem Amalia von Solms-Braunfels.
Nassau vai frequentar assiduamente as festas e reunies culturais que passam
a ocorrer no castelo dos prncipes da Holanda, o Binnenhof. Nesses encontros,
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Nassau torna-se amigo de Constantijn Huygens, secretrio do prncipe
Hendrik, poeta, humanista e incentivador das artes e cincias.
18/abril. Os navios de Heyn chegam barra da Baia de Todos os Santos e
percebem que a cidade fora retomada pelos luso-espanhois. Seguem em direo
Pernambuco, aonde recebendo notcias da perda de Salvador, continuam para
o arquiplago de Fernando de Noronha.
23/abril. Morre o stadhouder Maurits Oranje-Nassau. Assume o cargo, seu irmo, o prncipe Frederik Hendrick van Oranje-Nassau.
Chegam a Salvador tropas de Pernambuco sob o comando de Jeronimo de
Albuquerque Maranho Filho e do Rio de Janeiro ao comando de Salvador
Correia de S Neto.
28/abril. Os comandantes da WIC solicitam trgua para negociao com as tropas de libertao.
30/abril. Acertados os termos da rendio dos holandeses no quartel junto ao
Convento do Carmo. Devero entregar todas as armas, joias, mercadorias e
escravos, alm dos prisioneiros. Sero liberados apenas os navios necessrios
ao retorno dos invasores Holanda.
01/maio. Os invasores neerlandeses em Salvador, ento comandados por Hans
Ernest Kyff, rendem-se s tropas luso-espanholas. As tropas da WIC perdem grande quantidade de armas e suprimentos alm de 17 navios.
26/maio. Chega baia de Todos os Santos a esquadra neerlandesa de
Hendricksz em auxlio s tropas em Salvador. Vendo que os espanhis
dominavam a cidade, recolhe alguns sobreviventes e segue para o norte.
Na costa de Pernambuco, Hendrikz tenta atacar, mas tambm desiste por
encontrar 30 navios inimigos.
Em Leiden, Johannes de Laet publica o livro Niewe wereldt ofte bescrhrijvinghe van West-Indien (Novo Mundo e sua descrio) onde escreve sobre os aspectos das terras, habitantes, animais e plantas da Amrica.
20/junho. A frota de Hendricksz, com tropas do capito Uzeel Johannes de
Laet atraca na Baia da Traio, Paraba, fazendo amizade com os indgenas
potiguaras da regio.
01/agosto. Os navios de Hendricksz partem para o Caribe. Levam seis ndios
potiguares que depois seguem para a Holanda aonde so educados segundo a
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religio calvinista. Entre eles estavam Pero Poti, primo de Felipe Camaro,
Antnio Paraoba e seu pai, Gaspar Paraopaba.
24/setembro. Os neerlandeses chegam a San Juan de Puerto Rico.
25/setembro. Hendricksz desembarca sua tropa enquanto a populao foge
para o interior e as tropas do governador Juan de Haro y Sanvitores se
agrupam na fortaleza de San Felipe Del Morro. No dia seguinte os holandeses
ocupam a cidade vazia.
Os combates entre neerlandeses e espanhis seguem, com vantagem para os
defensores da ilha.
21/outubro. Cercados os holandeses na rea do porto, Hendricksz prope que
Haro se renda sob pena de incendiar a cidade. O governador espanhol rejeita a
proposta e continua o ataque aos invasores.
02/novembro. Os neerlandeses ao final deixam a ilha de San Juan perdendo
um navio encalhado e cerca de duzentos mortos.
Nassau participa da campanha militar de Breda, sudoeste holands, contra
tropas espanholas.
1626 Nassau recebe promoo a capito, tendo participado de todas as batalhas
comandadas pelo prncipe Frederik Hendrick.
As tropas de Frederik Hendrick eliminam os espanhois em Overijssel.
Os navios da WIC continuam patrulhando a costa brasileira, principalmente entre Pernambuco e Bahia.
1627 03/maro. O almirante Pieter Heyn retorna a Salvador com 12 navios
procedentes de Serra Leoa, capturando e afundando 26 navios na baia de Todos
os Santos, onde permanece por quase um ms.
27/maro. Parte da frota de Heyn deixa Salvador com destino ao litoral sul do
pas, chegando at o Esprito Santo.
30/maro. Os iates holandeses Eenhoorn, Windt-Hondt e Otter cruzam ao largo do Recife, Cabo de Santo Agostinho e Ilha de Santo Aleixo capturando
vrios navios portugueses.
10/junho. Pieter Heyn volta a Salvador onde toma mais dois navios.
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14/julho. A esquadra de Heyn parte de volta Europa.
27julho. Heyn ancora em Fernando de Noronha fazendo aguada e capturando
algumas cabras na ilha.
19/agosto. Tropas de Frederik Hendrick, inclusive o Conde Maurcio de
Nassau, tomam a cidade de Goch aos espanhois, hoje Alemanha, na parte
central da fronteira com a Holanda.
1628 03/maio. Comea a sair do porto de Texel poderosa armada totalizando 31
naus comandadas por Pieter Pieterzoon Heyn.
19/junho. A esquadra de Heyn aporta na Ilha da Madeira onde permanece por
pouco tempo.
12/julho. Os navios do almirante Heyn chegam ao Caribe.
08/setembro. Pieter Heyn captura na Baia de Matanzas, ao norte de Cuba,
uma flotilha espanhola de 15 navios comandada por Don Francisco de
Benavides Bazan, carregada com ouro e prata do Peru e Mxico que seguia
para a Espanha.
Essa era a frota anual que transportava para a Espanha as riquezas de suas
colonias no Novo Mundo. Alm do ouro e prata foram apresados: ndigo, peles,
prolas, pau-campeche, cochonilha, acar, cravo da ndia, pimenta, mbar,
benjoim, noz-moscada e material blico, tudo avaliado em cerca de 15 milhes
de florins. Esse tesouro financiaria a prxima invaso neerlandesa ao Brasil.
05/novembro. O iate Ouwervaer chega a Roterdam com a notcia do apresamento da frota da prata.
O comandante Heyn torna-se heri nos Pases Baixos, sendo recebido pelo
prncipe Frederik Hendrick e no ano seguinte promovido a tenente-almirante,
segundo cargo mais importante da marinha neerlandesa.
Seu feito nunca mais foi repetido, sendo esse ato de pirataria o mais lucrativo
evento da Companhia das ndias Ocidentais.
Maurcio de Nassau participa das batalhas em Venlo, Roermond e Rheinberg
ao comando de sua companhia.
dezembro. A Ilha de Fernando de Noronha invadida por foras do
comandante holands Cornelis Corneliszoon Jol, de Houtebeen (o perna-de-pau).
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1629 03/fevereiro. Flotilha de seis navios do almirante Adriaen Pater e do vice-
almirante Marten Thijsz partindo de Cabo Verde chega Baia de Todos os
Santos, mas no encontra nenhum navio para pilhar. No dia seguinte partem
para Pernambuco.
09/fevereiro. A flotilha neerlandesa chega costa do Recife. Avisados da
presena dos holandeses os barcos portugueses recolhem-se ao porto frustrando
o ataque de Pater. O almirante decide seguir para as Antilhas.
23/maio. Comea a partir de Texel, em pequenos destacamentos, a esquadra
neerlandesa de invaso ao Brasil. Como oficiais comandantes esto presentes:
almirante Hendrik Corneliszoon Loncq, comandante geral da expedio;
almirante Pieter Adriaanszoon Ita, comandante da frota; contra- almirante
Joost van Trappen, vice-comandante da frota; coronel Jonkheer Diederick van
Waerdenburch, comandante das tropas; tenentes coronis Alexander Seton,
Adolph van der Elst, Hartman Godefried van Steyn Callenfels e o major
Foulcke Hounckes.
20/junho. Morre o almirante Pieter Heyn em combate naval com foras de
Dunquerque, atingido por uma bala de canho.
05/julho. A esquadra neerlandesa passa pela costa da Inglaterra.
15/julho. Os neerlandeses aproximam-se do Cabo da Roca em Portugal,
trocando algumas cargas de artilharia com uma esquadra lusa.
25/julho. A frota da WIC passa pela Ilha de Santa Maria no arquiplago dos Aores. Parte da esquadra segue para as Ilhas Canrias.
Tendo notcia na Espanha do interesse dos Pases Baixos em nova incurso ao
Brasil, o capito-mor Matias de Albuquerque, que estava em Madri, nomeado
Superintendente da Guerra, Visitador e Fortificador das Capitanias do Norte,
seguindo para Lisboa.
12/agosto. Albuquerque parte de Lisboa com uma flotilha de apenas trs
navios para organizar a defesa das capitanias do Rio Grande, Paraba,
Itamarac e Pernambuco, que ficariam sob seu comando em caso de guerra.
22/agosto. A armada neerlandesa segue para o arquiplago de Cabo Verde.
04/setembro. Tropas do prncipe Frederik Hendrick conquistam
Hertogenbosch (Bois-le-Duc), regio norte de Brabante. Nassau destaca-se no
cerco cidade ao comando de uma companhia.
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Maurcio de Nassau atinge o posto de tenente-coronel do exrcito da Unio.
Aps quatro anos promovido a coronel.
14/setembro. Os navios da WIC aportam em So Vicente, Cabo Verde.
04/outubro. A pequena tropa de Albuquerque desembarca em Jaragu,
Alagoas, seguindo por terra para o Recife.
13/outubro. Publicado em Haia pelos Estados-Gerais (Staten-Generaal), parlamento da Repblica das Provncias Unidas dos Pases Baixos, o
Regimento do Governo das Praas Conquistadas, documento com 69 artigos redigido pelo Conselho dos XIX. Alm de normas sobre o governo e a justia,
tambm se estabelecia a liberdade de conscincia nos territrios dominados
pelos neerlandeses, da mesma forma que nos Pases Baixos.
18/outubro. Matias de Albuquerque chega ao Recife.
29/outubro. Chega a So Vicente o iate Eendracht para informar ao almirante Loncq que os navios com os reforos restantes foram retidos na Holanda para
ajudar na conteno dos ataques espanhis ao territrio dos Pases Baixos.
Posio relativa do Recife e Amsterdam
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Albuquerque ordena que sigam imediatamente para a Europa dezoito navios
que estavam no porto do Recife carregados de acar. Constata que as
fortificaes de Olinda e locais vizinhos esto desmanteladas e que havia
pouqussimas guarnies e armas disponveis para a defesa da capitania.
O sargento-mor Pedro Correa da Gama designado por Albuquerque
responsvel pela defesa do porto e do povoado do Recife.
novembro. Chegam mais diversos navios para se juntarem esquadra
holandesa no Cabo Verde.
19/dezembro. Informado da presena do corsrio holands Cornelis Perna-de-Pau Jol no arquiplago de Fernado de Noronha, Matias de Albuquerque envia uma expedio sob o comando de Rui Calaa Borges.
26/dezembro. A esquadra invasora parte de So Vicente no Cabo Verde para
o Brasil. As instrues do Conselho XIX eram para atacar Olinda e guarnecer
os pontos elevados, principalmente o Convento dos Jesutas.
Em caso de no alcanar o objetivo primrio, atacar o Rio de Janeiro e a
Paraba. A terceira opo seria conquistar novamente Salvador.
Ao final dessas misses a fora neerlandesa deveria seguir para Buenos Aires e
aps sua conquista guarnece-la de modo a assegurar sua posse.
As instrues quanto aos residentes era que fossem respeitados seus bens e sua
liberdade de consciencia, desde que prestassem fidelidade as autoridades
neerlandesas.
1630 Os holandeses so expulsos de Fernando de Noronha pelos homens de Rui
Calaa Borges e Pedro Teixeira Franco.
14/janeiro. A expedio de Rui Calaa volta ao Recife trazendo sete
prisioneiros neerlandeses.
09/fevereiro. Aporta no Recife uma embarcao enviada por Joo Pereira
Crte-Real, governador das Ilhas do Cabo Verde, para avisar que 70 navios dos
Pases Baixos haviam partido de So Vicente, e que, segundo diziam alguns
prisioneiros, iriam para Pernambuco, conhecida pelos holandeses como
Zuikerland (terra do acar).
12/fevereiro. A fora de invaso da WIC do almirante Hendrik Corneliszoon Loncq com 67 embarcaes e 7.280 homens do coronel Jonkheer Diederick van
Waerdenburch chega costa brasileira na altura de Olinda.
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14/fevereiro. A esquadra neerlandesa dividida em duas partes. Uma com 16
navios, 3.000 soldados e marinheiros vai para Pau Amarelo, duas lguas ao
norte de Olinda, para desembarcar tropas do coronel Waerdenburch. Outra,
com trinta navios, segue para o Recife e comea a atacar com sua artilharia o
Forte de So Jorge, no istmo de Olinda, e o Forte de So Francisco (Forte da
Laje ou Castelo do Mar), nos arrecifes.
15/fevereiro. tarde, sob observao dos defensores locais, desembarcam os
homens de Waerdenburch em Pau Amarelo. Passam a noite acampados na
praia.
Invaso do Recife e Olinda
16/fevereiro. Dividos em trs regimentos os holandeses seguem pela praia em
direo Olinda. No Rio Doce, cerca de 1.000 homens (infantes, cavaleiros e
ndios) do general Matias de Albuquerque e do capito Andr Pereira Temudo
enfrentam os invasores em uma trincheira junto ao rio. Os defensores so
vencidos com muitas baixas dos dois lados e os neerlandeses continuam sua
marcha.
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16/fevereiro. Atacando de trs direes diferentes, as tropas do coronel
Waerdenburch se apoderam de Olinda, ocupando o Convento dos Jesutas, que
passa a ser o posto de comando, e em seguida as fortificaes da parte baixa
junto ao mar. Os habitantes fogem levando o que poderam. Os soldados
invasores saqueiam e destroem tudo juntamente com os escravos negros que
fugiram de seus donos.
Os homens da WIC seguem para o Recife, que j estava sob bombardeio da armada de Loncq.
17/fevereiro. Sem meios para defesa, Matias de Albuquerque manda queimar
todo estoque de acar nos armazns do Recife, bem como 24 navios ancorados,
carregados alm do acar, com algodo, tabaco e pau-brasil. Para dificultar a
entrada dos barcos invasores no porto so afundados navios na entrada do
poo.
Tambm afundada um barca na Barreta dos Afogados, alm da corrente de
ferro que l j existia, com o mesmo objetivo de impedir o acesso dos
holandeses ao Recife por mar.
17/fevereiro. O almirante Loncq desembarca em Olinda, passa em revista s
tropas e toma posse da sede da capitania de Pernambuco.
18/fevereiro. Continua o ataque pela artilharia naval holandesa aos fortes do
Recife.
19/fevereiro. As tropas da WIC seguem atravs do istmo de Olinda em direo ao Recife.
20/fevereiro. O tenente-coronel van Steyn Callenfels ataca com 600 homens o
Forte de So Jorge, comandado pelo capito Antnio de Lima, tentando escalar
o parapeito com escadas. A defesa do forte mata 40 invasores frustrando o
ataque.
24/fevereiro. Chega da Paraba tropa de 100 soldados e 180 ndios sob ordens
de Matias de Albuquerque Maranho, irmo do general Matias de
Albuquerque, que tenta envia-las ao porto, sem sucesso. Ficam postados nas
Salinas, atual bairro de Santo Amaro, atacando os holandeses que saem de
Olinda.
25/fevereiro. Mais oito navios neerlandeses chegam ao Recife com reforo de
combatentes e abastecimentos para os invasores.
27/fevereiro. Grande contingente holands vem pelo istmo de Olinda para o
Recife, inclusive o coronel Waerdenburch.
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28/fevereiro. Os invasores, tendo construdo trincheiras prximas ao Forte de
So Jorge, atacam os defensores com trs pesados canhes, havendo baixas de
ambos os lados.
02/maro. Os holandeses tomam o Forte de So Jorge, aps heroica resistncia
da tropa do capito Antnio de Lima. Aps negociao, os remanescentes
deixam o local, abandonando armas, munies e mantimentos, seguindo para o
interior. No local, em 1680, seria construda a Igreja de Nossa Senhora do
Pilar.
O Forte de So Francisco (Castelo do Mar), ento sob comando de Manoel
Pacheco de Aguiar, tambm se rende aos invasores.
03/maro. A entrada do porto liberada e os navios holandeses atracam no
Recife.
03/maro. Tropas de Callenfels, atravessando em barcas o rio, conquistam a
Ilha de Antnio Vaz, ocupando o Convento de Santo Antnio.
04/maro. Por iniciativa de Matias de Albuquerque, comea a construo de
uma fortificao na casa de Antnio de Abreu, ao noroeste do Recife e prximo
ao Rio Capibaribe, que passaria a ser chamada de Forte Real do Bom Jesus ou
Arraial do Bom Jesus, hoje Stio da Trindade. O forte, construdo pelo mestre
Christovo Alvares, vai servir de base para a guerrilha contra os neerlandeses
por cerca de cinco anos.
09/maro. Waerdenburch escreve carta WIC relatando estar instalado no Convento dos Jesutas, nico local que foi entrincheirado em Olinda at ento.
11/maro. Chegam ao Recife nove navios neerlandeses retardados, com 665
soldados sob o comando do tenente-coronel Alexandre Seton. Deles tambm
desembarcam os conselheiros da WIC, Johan de Bruyne, Philips Serooskerken e Horatio Calendrini.
14/maro. Instalado em Olinda o Conselho Poltico, que deveria ser composto
por nove membros e cuidaria dos assuntos jurdicos e comerciais. Inicialmente
formado apenas por de Bruyne, Serooskerken e Calendrini. Outros dois
conselheiros, Johan van Walbeeck e Servaes Carpentier, chegam depois.
19/maro. O comandante Waerdenburch e o engenheiro militar Tobias
Commersteijn inspecionam Olinda concluindo que a defesa eficaz da cidade s
seria possvel com a construo de diversas fortificaes nos montes
autodominantes, emprego de grande efetivo e elevadas despesas.
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26/maro. Destacamento de Loncq que ia do Recife para Olinda com 50
soldados atacado por homens de Felipe Camaro. O almirante quase cai
prisioneiro dos luso-brasileiros que matam 36 inimigos.
02/abril. Carta de Pieter de Vroe, secretrio do Conselho Poltico, ao Conselho
dos XIX informando a inteno de construir-se uma ponte entre o Recife e
Antnio Vaz principalmente para facilitar o transporte dgua potvel da ilha para o porto.
03/abril. O almirante Loncq envia carta WIC relatado a situao ainda insegura dos locais conquistados o que comprometia todas as tropas na sua
defesa e impedia o avano para novos assaltos. Assim, o comandante pede o
envio de novas tropas, vveres, material blico e de construo.
29/abril. Emitidas especificaes para construo de um forte aproveitando o
Convento de Santo Antnio para proteger o lado norte da Ilha de Antnio Vaz.
Era o Forte Ernesto, tambm conhecido como groot kwartier (grande quartel). Teria um fosso com 24 ps de largura e 8 ps de profundidade.
05/maio. O almirante Loncq passa o cargo de governador da conquista ao
coronel Waerdenburch e retorna Europa.
14/maio. Carta de Waerdenburch aos Estados Gerais comunica seu desejo de
retornar Holanda devido maioria dos poderes terem sido designados aos
conselheiros da WIC, inclusive na esfera militar.
19/maio. Os invasores iniciam a construo do Forte de Bruyne ou Forte de
Diogo Paes, traado do engenheiro Commersteijn, na entrada da barra do porto
do Recife, no istmo de Olinda.
O primeiro nome dessa fortificao foi dado em homenagem ao conselheiro
Johan de Bruyne. Com expulso dos neerlandeses, os portugueses o batizaram
de Forte de So Joo Batista do Brum, ficando conhecido como Forte do Brum.
Em frente, j existia o Forte do Mar, eregido nos prprios arrecifes.
Continuamente os luso-brasileiros atacam a posio mas no conseguem
impedir o prosseguimento da obra.
24/maio. Cerca de 300 homens entre brancos, ndios e negros atacam os
invasores da WIC em Antnio Vaz escalando a estacada. So contidos e fogem deixando 17 mortos, contra 6 dos mercenrios.
17/julho. Na madrugada os locais atacam o Forte de Bruyne tentando
incendiar a edificao neerlandesa, mas so repelidos com alguns mortos.
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27/julho. Carta do coronel Waerdenburch aos Estados Gerais descreve a falta
de alimentos frescos e gua de boa qualidade no Recife, acarretando grande
nmeros de soldados doentes, principalmente de escorbuto.
04/agosto. Os luso-brasileiros seguem a guerra de emboscadas atacando os
holandeses no local denominado Buraco de Santiago, prximo do Forte de
Bruyne, coberto pela vegetao do mangue, no istmo entre o Recife e Olinda.
14/agosto. Os neerlandeses comeam as obras de um forte junto s cacimbas
de Ambrsio Machado, na ponta sul da Ilha de Antnio Vaz, nica fonte de
gua potvel da regio. Serviria tambm para defender barreta dos Afogados,
passagem atravs dos arrecifes.
Matias de Albuquerque ordena atacar as obras do Forte das Cacimbas. Aps
duas horas de combate os atacantes so repelidos.
23/setembro. Combate na Campina das Salinas, Santo Amaro. Os homens da
WIC queimam a casa de Francisco do Rego mas so rechaados pelas tropas de Matias de Albuquerque.
25/outubro. A estacada do Forte das Cacimbas comea a ser levantada. Por
determinao do coronel Waerdenburch, foi projetado por Tobias Commersteijn
e construdo por Pieter van Bueren. Seria denominado pelos invasores como
Schans Frederik Hendrik (Forte Frederik Hendrik).
04/outubro. Edital do Conselho Poltico s autoridades e populao de Olinda
com proposta de paz. Caso no houvesse concordncia no prazo de quatro dias,
a cidade seria incendiada.
dezembro. O Forte Frederik Hendrik concludo. Inicialmente conhecida
pelos holandeses como Trots den duivel (desafio ao diabo) a fortificao foi tambm chamada de Forte das Cinco Pontas (Vijfhoek) pelos seus cinco basties dispostos em forma de pentgono.
1631 01/janeiro. Os invasores iniciam a construo do Reduto Amlia, ponto
fortificado ao sul do Forte Frederik Hendrik.
03/fevereiro. Iniciada outra fortificao holandesa, esta na ponta do Aseca, ou
Ilha Seca, na confluencia dos Rios Capibaribe e Beberibe. Seria conhecido como
Forte Waerdenburch pelos mercenrios da WIC e como Forte das Tres Pontas pelos da terra. Os soldados de Waerdenburch e Callenfels so atacados pelos
luso-brasileiros com mortos e feridos dos dois lados, mas obra continua.
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03/abril. Os comandantes holandeses em Olinda escrevem ao Conselho dos
XIX solicitando autorizao para destruir a vila devido ao seu relevo que
dificultava a defesa e concentrarem-se no Recife e Antnio Vaz.
abril. Chegada ao Recife de nova fora holandesa, ao comando de Adriaan
Janszoon Pater e Marten Thijssen. So 16 navios com uma tropa de 2.130
homens, dentre os quais, o major polons Chrestofle dArtischau Arciszewski e o major alemo Sigmund von Schkoppe.
12/abril. Sob o comando do tenente-coronel Steyn Callenfels doze companhias
iniciam ataque capitania de Itamarac. Impedem o acesso ao canal
construindo um ponto fortificado denominado Schans Oranje (Forte Orange) no extremo sul da ilha, mas no conseguem conquistar a sede da capitania, a
povoao de Nossa Senhora da Conceio, hoje Vila Velha, em elevao
defendida por tropas do capito Salvador Pinheiro.
22/abril. De volta ao Recife, Callenfels determina que o Schans Oranje seja reforado e artilhado para possibilitar o cerco Vila da Conceio.
05/maio. Parte de Lisboa uma esquadra de 16 naus, ao comando do almirante
espanhol D. Antnio Oquendo, com a misso de libertar Pernambuco dos
holandeses. Transportava 3.000 combatentes do general napolitano Giovanni
Vicenzo de Sanfelice, Conde de Bagnuolo.
10/junho. A primeira tentativa de conquista do Passo dos Afogados pelos
holandeses no tem sucesso. Este ponto fortificado servia como guarda das
embarcaes procedentes dos engenhos da vrzea do Capibaribe. As tropas
locais eram comandadas por Francisco Gomes de Melo.
25/junho. Obra do Reduto Madame de Bruyne iniciada no istmo de Olinda,
ao norte do Forte de Bruyne. Os luso-brasileiros atacam e matam cerca de
trinta holandeses na fortificao. Aps cinco dias os invasores haviam
terminado a fortificao.
03/julho. A obra do Forte Orange concluda. Das doze companhias que
ocupavam a fortificao desde o incio de sua construo, nove retornam ao
Recife, ficando o restante como sua guarnio.
julho. A esquadra de Oquendo passa ao largo do Recife em direo Salvador,
sem nenhum embate com os neerlandeses.
31/agosto. Pater sai do Recife com uma armada de 20 navios, inclusive
Thijssen e o major Schutt com seis companhias.
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03/setembro. A fora naval de Oquendo larga de Salvador, inclusive
comboiando 24 navios transportando acar para a Europa. O vento contrrio
desvia o comboio para o sul da Bahia.
12/setembro. As foras de Adriaan Pater atacam a esquadra de D. Antnio
Oquendo na altura de Porto Seguro, e em menor nmero, sofrem grandes
perdas, inclusive com a morte do prprio Pater. Os espanhis tambm sofrem
pesadas baixas perdendo suas naus capitanea e vice-capitanea, no
conseguindo o objetivo de liberar Pernambuco. Thijssen retorna com os
remanescentes holandeses ao Recife.
17/setembro. 12 caravelas da frota de Oquendo desembarcam 1.200 homens
das tropas de Bagnuolo em Porto Calvo para juntarem-se aos comandados de
Matias de Albuquerque.
outubro. Os capites Albert Smient e Joost Closter so enviados Natal, Rio
Grande, em barcos para obter informaes sobre o local e as defesas instaladas.
10/novembro. As tropas de Bagnuolo, inclusive com a presena do donatrio
Duarte de Albuquerque Coelho e homens de Matias de Albuquerque chegam ao
Cabo de Santo Agostinho. Na enseada ao norte desse porto instalam duas
baterias para proteger o ponto de aguada, que depois ficou conhecido como
Calhetas.
novembro. O comando holands em Pernambuco recebe autorizao do
Prncipe Frederik Hendrik para abandonar Olinda e fixar-se no Recife.
17/novembro. Comea a demolio dos prdios de Olinda pelos holandeses. O
material ainda aproveitavel transportado para o Recife.
24/novembro. Olinda incendiada pelos invasores que probem novas
construes no local. Segundo Duarte de Albuquerque Coelho, a vila contava
com 2.500 moradores. Novas autorizaes para construes s sero dadas no
governo de Nassau.
02/dezembro. Segue para Cabedelo, Paraba, atravs de 16 navios, uma tropa
holandesa ao comando do tenente-coronel van Steyn Callenfels, com 1.600
homens.
05/dezembro. Os homens de Callenfels desembarcam prximo ao Forte de
Santa Catarina, Cabedelo.
11/dezembro. Aps intensos combates, as tropas do governador da Paraba,
Antnio de Albuquerque e do comandante do Forte de Santa Catarina, Duarte
Gomes da Silveira, conseguem que os invasores se retirem para o Recife.
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21/dezembro. Tentando conquistar o Rio Grande, os neerlandeses partem do
Recife com 14 navios e 10 companhias de veteranos, comandadas pelo tenente-
coronel Steyn Callenfels.
26/dezembro. O engenheiro Pieter van Bueren, junto s tropas do major
Bersteth faz sondagem da Baia de Genipabu, ao norte de Natal.
28/dezembro. Reforos vindos de Pernambuco e Paraba desembarcam em
Ponta Negra, ao sul do Forte do Rio Grande, juntando-se s foras do
comandante local, capito-mor Cipriano Pita Porto Carreiro. Os holandeses so
rechaados e a invaso no logrou xito.
1632 16/janeiro. Fora holandesa desembarca em Porto de Pedras, Rio Formoso. Os
locais fogem incendiando os depsitos de acar e outras mercadorias.
23/janeiro. Depois de seguirem at Porto Calvo, os holandeses embarcam de
volta ao Recife.
26/janeiro. Os Heeren XIX resolvem designar dois diretores para o governo geral do Brasil holands e terminar os desentendimentos entre autoridades
civis e militares. Resoluo da WIC determina que eles tero plenos poderes nos assuntos polticos, civis e militares.
14/maro. Tropas do tenente-coronel van der Elst investem contra o Arraial do
Bom Jesus mas so rechaadas.
maro. Dezenove navios da WIC saidos do Recife desembarcam 14 companhias na enseada de Calhetas e atacam o Forte de Nazar mas, so
rechaados por tropas de Bento Maciel e retornam ao Recife
01/abril. As primeiras tropas da Cia. das ndias Ocidentais retornam
Holanda aps 3 anos de engajamento.
20/abril. O mestio Domingos Fernandes Calabar, de Porto Calvo, passa para
o lado dos holandeses. Profundo conhecedor da regio e das tticas de guerrilha
dos luso-brasileiros, vai levar os invasores a vrias conquistas em toda a
capitania de Pernambuco e nas terras vizinhas. Calabar j havia lutado contra
os holandeses, inclusive sendo ferido
30/abril. Cerca de 600 homens do general Waerdenburch partem do Recife
para atacar Igarass, cinco leguas ao norte de Olinda.
01/maio. As tropas neerlandesas assaltam de surpresa e destroem Igarass.
Aps o saque, seguem para o Forte Orange em Itamarac.
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21/junho. Homens do capito Manuel Ribeiro Corrrea, tentam rehaver uma
caravela tomada pelos holandeses e atracada junto barreta dos Afogados.
Passando pela Ilha Cheira-Dinheiro, hoje bairro do Pina, os atacantes
invadiram o barco, mas foram repelidos pela guarda, conseguindo apenas
queimar parte do navio
Matias de Albuquerque prope o pagamento de resgate aos holandeses em
caixas de acar em troca de sua retirada de Pernambuco. O general
Waerdenburch recusa a oferta, fazendo, ironicamente, igual proposta
Albuquerque.
22/agosto. Sob o comando do prncipe Frederik Hendrik, Nassau participa
ativamente da tomada de Maastricht. Seu esquadro, entrincheirado na
margem direita do Rio Mosa, repele a Companhia Imperial do general
Pappenhein que tentava romper o cerco dos holandeses quela praa-forte.
Este feito lhe vale o comando de um regimento de cavalaria.
Nassau inicia a construo do seu palcio em Haia, junto ao lago Vijver, em
dois lotes de terras compradas por ele vizinhas ao Binnenhof, castelo dos
prncipes da Holanda. Projeto do arquiteto Jacob van Campen e executado pelo
seu assistente Pieter Janszoon Post, ficou conhecido como Mauritshuis (casa de Maurcio).
19/outubro. Os invasores comeam a utilizar tambm a guerra de emboscadas,
armando uma entre o Buraco de Santiago e as Salinas.
28/novembro. Outra emboscada armada pelos mercenrios da WIC, desta feita junto ponte sobre o Beberibe que dava passagem Olinda.
10/dezembro. Os neerlandeses fazem reconhecimento do ponto forte que os
locais iam erguendo no reduto de Lus Barbalho nas Salinas, que foi guarnecido
com trs peas de 6 libras.
14/dezembro. O primeiro conselheiro, entre os dois designados pela WIC para o Brasil holands, Mathijs van Keulen, aporta no Recife em flotilha de quatro
naus.
21/dezembro. Novo combate no Reduto de Lus Barbalho. O fortim permanece
com os luso-brasileiros.
1633 janeiro. Chega ao Recife o outro conselheiro designado pela WIC, Johan Gijsselingh. A principal misso deles dissipar as divergncias entre militares
e civis da WIC no Brasil holands.
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12/janeiro. No Porto dos Franceses, sul de Alagoas, desembarca pequena tropa
de Francisco de Betancourt e S vindo da Ilha da Madeira. Antes de aportar o
navio foi atacado por barco neerlandes, ficando to danificado que no pode
sair.
07/fevereiro. O forte do Rio Formoso conquistado pelos holandeses ao
comando do major Schkoppe, aps brava resistncia de apenas 20 soldados
comandados por Pedro de Albuquerque.
09/maro. O coronel Waerdenburch retorna Holanda. Assume o comando
das tropas o coronel Laurens von Rembach.
17/maro. Os neerlandeses, comandados por von Rembach, tomam o Forte
Emlia, localizado no Passo dos Afogados, ento sob comando de Francisco
Gomes de Melo.
18/maro. Aps conquistar outro reduto armado no local, os holandeses
iniciam a edificao do Forte Prins Willem (Prncipe Guilherme). Estava aberta a porta para a dominao da vrzea do Capibaribe, o cerco ao Arraial do Bom
Jesus e o bloqueio do acesso ao sul da capitania.
21/maro. Holandeses conquistam um posto armado no engenho de Joo de
Mendona, junto a ponte da Madalena, nas proximidades do Arraial do Bom
Jesus.
24/maro. Laurens von Rembach ataca o Arraial do Bom Jesus, vindo pela
margem do Capibaribe, atravs do passo de Ambrsio Machado, prximo do
engenho deste. Foi rechaado com 130 baixas entre mortos e feridos, inclusive
tendo ele mesmo sido gravemente ferido, vindo a morrer poucos dias depois. Os
defensores tiveram 25 mortos e 40 feridos.
Foi acertada trgua entre holandeses e portugueses, firmando-se ento um
acordo para que no mais se procedessem excessos como a execuo de
prisioneiros e a profanao de templos, fixando-se tambm o valor do resgate
dos prisioneiros de acordo com sua patente.
01/maio. Tropas de Schkoppe e do major Baltazar Bijma seguem para atacar
Muribeca mas encontram o povoado deserto conseguindo apresar 500 caixas de
acar.
14/maio. Henrique Dias apresenta-se com sua tropa de negros no Arraial do
Bom Jesus.
14/maio. Calabar com tropas embarcadas ataca e queima tres barcos
portugueses atracados em Porto de Pedras, sudoeste de Porto Calvo.
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11/junho. O agora coronel Sigmund von Schkoppe assume o comando das
tropas da WIC pela morte de von Rembach.
16/junho. Fora de 16 navios e 700 homens de Schkoppe e Bijma partem do
Recife para Itamarac.
junho. Aps um cerco de dois anos os holandeses tomam por completo a Ilha
de Itamarac inclusive a Vila da Conceio, sede da capitania, que passa a se
chamar Vila Schkoppe.
Pieter van Bueren faz o traado do Forte Orange a partir da Schans Oranje. 10/julho. Waerdenburch apresenta relatrio aos Estados Gerais onde
aconselha a conquista dos portos da costa norte do Brasil e das localidades
produtoras de cana-de-acar, alm do envio regular conquista de material
blico e tropas.
15/julho. Henrique Dias, ao comando de seu tero de negros, repele ataque
neerlands, vindo do Forte de Afogados, ao engenho So Sebastio no Curado.
Foi ferido tiro de mosquete.
05/agosto. Os combatentes da WIC instalam uma trincheira no engenho de Marcos Andr, atual bairro da Torre, Recife, de onde pretendiam atacar com
artilharia o Bom Jesus.
18/agosto. Os ndios de Antnio Felipe Camaro (Poty) derrotam as tropas do coronel Schkoppe quando de ataque ao Arraial do Bom Jesus.
08/setembro. Henrique Dias novamente ferido bala quando do combate
contra tropas de von Schkoppe em Igarass.
11/outubro. Expedio neerlandesa larga do Recife rumo ao litoral sul da
capitania. Leva 600 homens do major Cloppenburch e o conselheiro
Gijsselingh.
12/outubro. A expedio holandesa chega a Barra Grande, hoje Alagoas,
desambarca as tropas que seguem para Porto de Pedras.
Os holandeses apreendem grande quantidade de acar em Porto de Pedras e
Porto Calvo. Em seguida continuam a jornada para Passo de Camaragibe.
Informados de que havia acar estocado no Porto dos Franceses, um
destacamento embarca em demanda daquele ponto. Encontrando dificuldade
para o desembarque, apenas um destacamento chega terra firme, descobrindo
cerca de 100 caixas de acar.
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31
Os invasores fazem incurses pelas terras de Alagoa do Norte e do Sul,
saqueando e queimando a povoao de Nossa Senhora da Conceio, hoje
Marechal Deodoro.
Segue a expedio at Coruripe, mas no consegue desembarcar as tropas por
causa do mau tempo e dos arrecifes perigosos.
Tropas aquarteladas em Itamarac seguem para o engenho Monjope, Igarass.
Os homens dos capites Charles de Tourlon Junior e Frederich Hendrick no
encontram os jesutas que vivem no local e queimam tudo. Os religiosos eram
acusados de ajudar os luso-brasileiros com armas e mantimentos que
escondiam no engenho.
21/outubro. Tropas do major Bijma tentam, sem sucesso, conquistar o
engenho Santo Amaro de D. Maria Barroso na Muribeca. So enfrentados por
homens vindos do Arraial do Bom Jesus e aps duro combate voltam ao Recife
passando por Afogados.
23/outubro. Troca de prisioneiros entre holandeses e portugueses no Recife.
outubro. Sete navios portugueses chegam a Baia Formosa e so atacados por
dois barcos holandeses. Cinco das embarcaes lusas ficam encalhadas e duas
fogem rumo norte.
09/novembro. A expedio de Gijsselingh chega de volta ao Recife com 250
caixas de acar e 98 toras de pau-brasil.
05/dezembro. Parte do Recife esquadra sob o comando do almirante Jean
Cornelis Lichthard transportando tropas do major Bijma para o Rio Grande.
Seguem com as tropas os conselheiros Mathijs van Keulen e Servaes
Carpentier, alm de Domingos Calabar.
08/dezembro. Os holandeses aportam em Ponta Negra. Parte do efetivo
desembarca e segue por terra em direo Fortaleza da Barra do Rio Grande
ou dos Reis Magos.
09/dezembro. Os invasores ocupam uma duna que no alto domina a Fortaleza
dos Reis Magos. Constroem um espaldo onde instalam 03 meios canhes para
bater o forte.
10/dezembro. Na batalha entre as artilharias neerlandesa e portuguesa fica
gravemente ferido o comandante do forte capito-mor Pero Mendes Gouveia.
11/dezembro. Sem conhecimento do capito Gouveia, o sargento Pinheiro
negocia a rendio do forte com os holandeses.
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12/dezembro. Rende-se a Fortaleza dos Reis Magos, sendo ocupada pelos
homens da WIC. O capito Gouveia posteriormente enviado ao Recife.
20/dezembro. A fortificao passa a ser denominada Kasteel Keulen, em homenagem ao conselheiro van Keulen. Os holandeses batizam a povoao de Nieuw Amsterdam - Nova Amsterdam.
O capito Joost Coolster explora o litoral cearense a bordo do iate Nieuw Nederlandt.
1634 25/janeiro. Tropas neerlandesas saindo de Itamarac atacam homens do
capito Martins Soares e de Felipe Camaro postadas em Igarass. So
repelidas com algumas baixas.
23/fevereiro. Parte do Recife uma frota de 20 navios do almirante Lichthart
com 1.500 soldados do coronel Schkoppe com destino Paraba.
26/fevereiro. A esquadra invasora passa pelo Cabo Branco e chega Ponta do
Lucena. As tropas so desembarcadas e seguem em direo ao Forte de Santo
Antnio, em frente ao Forte de Santa Catarina, do outro lado do Rio Paraba,
em Cabedelo. So detidos em uma trincheira que antecedia ao forte e estava
defendida por homens dos capites Domingos de Almeida e Simo Soares. Os
holandeses recuam e depois voltam a investir contra as defesas, sendo
novamente repelidos com a ajuda da guarnio do Forte de Santo Antnio, sob
ordens de Loureno de Brito.
27/fevereiro. Nova tentativa dos holandeses de tomar a trincheira e o Forte de
Santo Antnio contida, agora tambm com tropas do Forte de Santa
Catarina.
28/fevereiro. Os neerlandeses retornam ao Recife sem conseguir seu objetivo.
01/maro. Aproveitando as poucas tropas invasoras no Recife, Martin Soares
ataca os fortes de Cinco Pontas e do Brum mas no consegue conquistar
nenhuma posio.
04/maro. Navios e barcaas holandesas atacam o Cabo de Santo Agostinho
desembarcando tropas na Praia de Itapuama ao norte do Forte de Nazar.
Enfrentados por homens do capito Fernando de la Riba Aguero e do sargento
Joo Rodrigues de Oliveira, foram rechaados voltando aos barcos.
05/maro. Outros barcos neerlandeses penetram pela barra do porto do Cabo
de Santo Agostinho, fundeando prximo povoao do Pontal e desembarcando
suas tropas inclusive Domingos Calabar. Os locais queimam as casas e
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armazns para que o inimigo no tome o acar e outras mercadorias
estocadas.
06/maro. Matias de Albuquerque chega ao Cabo de Santo Agostinho com
tropas do Arraial do Bom Jesus para combater os invasores.
07/maro. As tropas de Albuquerque conseguem retomar algumas posies
mas so vencidas com a ajuda da artilharia dos navios ancorados no litoral.
30/maro. Os holandeses atacam o Arraial do Bom Jesus atravs de tropa do
major Bijma vinda do forte de Afogados, mas recuam com pesadas baixas em
homens e equipamentos. Novamente Henrique Dias ferido.
28/maio. Combate entre luso-brasileiros e ndios de Duarte Gomes da Silveira
e neerlandeses sados do Forte Keulen, seis lguas ao norte do Rio Grande ou
Rio Potengi.
Homens do Conde de Bagnuolo constroem uma fortificao de faxina e terra em
Porto Calvo, hoje Alagoas, seguindo determinao de Matias de Albuquerque.
09/agosto. Flotilha de quatro navios aporta no Recife procedente da Holanda.
Alm de 476 combatentes trs de volta Chrestofle Arciszewski, agora no posto
de coronel e designado como comandante das tropas da WIC no Brasil.
Sabendo da designao de Arciszewski para o comando das tropas
neerlandesas o coronel von Schkoppe decide retornar Europa. Os diretores da
WIC em Recife o convencem a permanecer devido sua experincia na guerra braslica, dividindo o comando com o coronel polons.
01/setembro. Os conselheiros van Keulen e Gijsselingh voltam aos Pases
Baixos. O Conselho Poltico era ento composto por Servatius Carpentier,
Willem Scholte, Jacob Stachonwer, Balthasar Wyntgeus e Ippo Eyssens.
outubro. O coronel Arciszewski ataca e destri o fortim do engenho Cunha no
Rio Grande.
07/novembro. Domingos Calabar leva cinco embarcaes para a foz do Rio
Mamanguape, Paraba, aonde captura um patacho com carga de acar e
queima uma caravela.
25/novembro. Fora de ataque Paraba parte do Recife com 32 navios e
diversas barcaas com o efetivo de mais de 2.300 combatentes ao comando de
von Schkoppe auxiliado por Arciszewski.
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Avisado do destino dos invasores, Matias de Albuquerque distribui as tropas
por diversos postos nas praias.
04/dezembro. Parte dos atacantes holandeses desembarca na enseada de
Jaguaribe (Praia do Bessa), enquanto o restante da tropa segue para a Praia do
Lucena a fim de conquistar o Forte de Santo Antnio.
06/dezembro. Combate entre holandeses e luso-brasileiros em Apipucos.
09/dezembro. Os homens da WIC tomam o Forte de So Bento na Ilha da Restinga, no meio do Rio Paraba quase entre os Fortes de Santo Antnio e de
Santa Catarina.
10/dezembro. Os neerlandeses iniciam a bateria de artilharia contra o Forte
de Santa Catarina. Os soldados do governador Antnio de Albuquerque
procuram atacar os sitiantes sem muito exito.
13/dezembro. Os portugueses enviam reforos aos defensores do forte mas os
holandeses intensificam a barragem de artilharia.
17/dezembro. O governador Albuquerque e o Conde de Bagnuolo conferenciam
na cidade de Filipia de Nossa Senhora das Neves, sede da capitania da
Paraba, sobre o ataque holands. Decidem evacuar a populao em alguns
navios.
19/dezembro. Rende-se a guanio do Forte de Santa Catarina em Cabedelo.
Estava o forte com suas defensas quase totalmente destrudas pelo fogo da
artilharia inimiga e com poucas munies de guerra e de boca.
Aos defensores remanescentes concedido sair do forte com bandeiras
desfraldadas, tocando caixa e com armas carregadas.
22/dezembro. Os holandeses mandam carta ao comandante do Forte de Santo
Antnio, capito Lus de Magalhes, oferecendo-lhe as mesmas condies de
rendio do Forte de Santa Catarina. O capito vai consultar o governador que,
esperando reforos, manda pedir prazo de 24 horas ao inimigo para resposta.
23/dezembro. Rende-se tambm o Forte de Santo Antnio aos homens do
coronel von Schkoppe.
26/dezembro. Os neerlandeses atacam o engenho Santo Antnio, de Francisco
de Brito Pereira, na vrzea do Capibaribe. Henrique Dias recebe mais um
ferimento em combate.
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30/dezembro. As tropas da WIC entram em Filipia de Nossa Senhora das Neves (atual Joo Pessoa). A vila batizada como Frederikstadt em homenagem ao Prncipe de Orange, Frederik Hendrik. Os refugiados seguem
para o Arraial do Bom Jesus.
1635 13/janeiro. Assinado pacto entre holandeses e portugueses quanto aos termos
de rendio e procedimentos entre conquistados e conquistadores na Paraba.
07/fevereiro. As tropas holandesas do coronel Chrestofle Arciszewski,
procedentes da Paraba, seguem para Goiana e posteriormente para o Recife e
o Cabo de Santo Agostinho a fim de combater as fortificaes destas
localidades.
fevereiro. Combate em So Loureno da Mata entre tropas de Arciszewski e
dos capites Alonso de Albuquerque, Manuel de Madureira e Francisco de
Frana. Em nmero muito superior, os neerlandeses batem os luso-brasileiros.
05/maro. Iniciado o assdio holands ao Arraial do Bom Jesus. So
assentados seis redutos e duas baterias para atacar com artilharia as defesas
da fortificao.
07/maro. Soldados da WIC marcham para Gaibu, ao norte do Cabo de Santo Agostinho tentando tomar um navio ancorado. Aps duas horas de luta com a
homens da guarnio do Forte de Nazar so repelidos com baixas.
13/maro. Navios do almirante Lichthard com tropas de Calabar entram em
Barra Grande, cinco leguas ao norte de Porto Calvo.
maro. O Porto Calvo tomado pelas tropas neerlandesas, sendo reforado e
ampliado. Fazem tambm um fosso e estacada em volta da igreja, que ficava
em ponto elevado.
Os homens do Conde de Bagnuolo seguem com ele para Alagoas do Norte.
11/abril. Tropas holandesas atacam Vila Formosa, hoje Serinham, situada a
trs leguas ao sul do Cabo de Santo Agostinho. Aps vrias horas de batalha
so obrigados a desistir da conquista.
abril. As tropas do stio ao Arraial do Bom Jesus so reforadas com 400
homens vindos de Itamarac.
maio. A artilharia holandesa fustiga o Arraial onde os mantimentos vo cada
vez mais escasseando, enquanto os defensores tentam conseguir alimentos
saindo escondidos do forte.
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07/junho. Aps um cerco de trs meses e trs dias, sem mais nenhum
mantimento ou munio, o comandante da fortificao, Andr Marim, envia
dois capites portugueses para negociar a rendio do Arraial com os
neerlandeses.
08/junho. Cai o Forte Real ou Arraial do Bom Jesus, para as tropas do coronel
Chrestofle Arciszewski. O comandante da fortificao, Andr Marim, consegue
a liberao dos militares, cerca de 500 homens, que puderam sair em formao
com suas armas e bandeiras para o Recife e depois sendo enviados s Antilhas
ou Ilha da Madeira.
Os 210 moradores civis, e seus 200 escravos, s eram liberados aps o
pagamento de um resgate, tendo alguns sido torturados para revelar onde
escondiam seus valores.
Os remanescentes, civis, 500 soldados e 150 voluntrios, sob o comando de
Matias de Albuquerque, seguem em direo da Bahia.
Aps a pilhagem do Arraial do Bom Jesus os mercenrios da WIC destroem tudo, transportando a artilharia para o Recife.
Ao receber nos Pases Baixos a notcia da conquista do Forte Real do Bom
Jesus a WIC manda cunhar medalha comemorativa com a efigie do coronel Arciszewski, uma vista do Arraial e a inscrio: Hostibus hispanis profligatis victricem accipe laurum (Derrotados nossos inimigos espanhois recebemos esse louro pela vitria).
02/julho. Os neerlandeses conquistam o Forte de Nazar no Cabo de Santo
Agostinho ao comando de von Schkoppe.
Sabendo da perda dos Fortes Real e de Nazar os portugueses e brasileiros em
Vila Formosa partem para Porto Calvo.
Os holandeses voltam a ocupar a Ilha de Fernando de Noronha.
12/julho. As tropas de Matias de Albuquerque e mais os sados do Arraial do
Bom Jesus e Vila Formosa cercam o forte do Porto Calvo, ento sob comando do
major holands Alexander Picard, bem como os outros pontos guarnecidos pelos
neerlandeses.
Os luso-brasileiros tomam um reduto no varadouro do Rio das Pedras
(Manguaba) com duas barcaas dos holandeses. Uma consegue escapar pelo rio
e a outra queimada.
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19/julho. Os luso-brasileiros conquistam o forte de Porto Calvo e exigem a
entrega dos desertores Domingos Calabar e do judeu Manuel de Castro,
almoxarife do povoado. Este ltimo condenado ao enforcamento de imediato.
22/julho. Calabar julgado sumariamente e condenado morte por
garroteamento e depois esquartejado. Seus restos mortais so expostos na
estacada da povoao quando os portugueses abandonam Porto Calvo em
direo Bahia. Segundo confisso de Calabar ao frei Manoel Calado, diversos
portugueses importantes tambm colaboravam com os invasores, o que teria
abreviado sua sentena de morte por Matias de Albuquerque para silenci-lo.
23/julho. Os militares e civis luso-brasileiros prosseguem sua marcha para a
Bahia aps destruir as instalaes holandesas e recolher os armamentos.
24/julho. Tropas holandesas de von Schkope retornam Porto Calvo
encontrando o forte abandonando. Os despojos de Calabar so enterrados com
honras militares.
29/julho. A caravana de Matias de Albuquerque chega a Alagoa do Norte onde
esto as tropas do Conde de Bagnuolo.
15/agosto. Homens do coronel Arciszewski entram em Paripueira, quatro
lguas ao norte do porto de Jaragu, guarnecendo o local.
29/agosto. Matias de Albuquerque e os retirantes chegam a Alagoa do Norte,
regio da lagoa de Munda, hoje Macei.
07/setembro. Nassau ferido no ouvido por uma bala durante o incio do cerco
contra a fortaleza de Schenkenshans, prximo a Koblenz, ducado de Kleve,
numa ilha do Rio Reno.
novembro. Arciszewski envia carta ao Conselho dos XIX solicitando a criao
de um Governo Geral no Brasil, alm de reforo de 6.000 homens e envio de
armas e equipamentos para a tropa j instalada na colnia.
27/novembro. Esquadra luso-espanhola de D. Rodrigo Lobo e D. Lope de
Hoces y Crdoba, com 30 navios e 1.700 soldados, aparece no litoral do Recife.
Apesar de encontrar poucos barcos holandeses, segue para o sul sem atacar os
inimigos.
30/novembro. A esquadra de Lobo e Hoces desembarca soldados do mestre-de-
campo-general D. Luiz de Rojas y Borjas, substituto de Matias de Albuquerque
no comando das tropas, no porto de Jaragu, Alagoas.
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07/dezembro. Aps desembarcar homens e equipamentos os navios seguem
para Salvador.
16/dezembro. Tendo informado Borjas da situao da guerra, Matias de
Albuquerque vai para Salvador.
1636 06/janeiro. O exercito de Rojas y Borjas marcha para o norte em direo a
Porto Calvo. Ao ter conhecimento da vinda do inimigo, von Schkoppe foge do
local.
A tropa de Arciszewski sai de Paripueira e tambm segue para Porto Calvo.
15/janeiro. A expedio de Borjas entra em Porto Calvo sem oposio.
Criada no Recife a Kahal Kadosh Zur Israel (Santa Comunidade Rochedo de Israel), primeira congregao judaica das Amricas. Era formada
principalmente por judeus sefarditas portugueses.
17/janeiro. Em Mata Redonda, a duas milhas ao sul de Porto Calvo, o coronel
Arciszewski trava batalha e derrota as tropas de Rojas y Borjas, que morre na
luta.
No tendo suprimentos para manter a posio e sabendo da fuga de von
Schkoppe de Porto Calvo, Arciszewski leva suas tropas de volta para
Paripueira.
O comando do exrcito luso-brasileiro volta ao Conde de Bagnuolo que estava
aquartelado em Alagoa do Norte onde iniciara a construo de um forte para
guardar as armas e suprimentos trazidos por Borjas.
15/maro. Matias de Albuquerque em conjunto com o Conde decidem seguir
para Porto Calvo.
19/maro. Albuquerque e Bagnuolo chegam a Porto Calvo e em revista
encontram 1.800 soldados.
maro. Casa utilizada como residncia de funcionrios da WIC no porto do Recife reformada para servir de sede do Conselho Poltico. Situada no largo
da igreja do Corpo Santo, abrigava no trreo uma cadeia, no primeiro andar a
sala do Conselho, secretaria e tesouraria, contendo o segundo andar o
alojamento e um mirante.
12/abril. Duarte de Albuquerque eleva condio de vila as povoaes de
Porto Calvo, que passa a se chamar de Vila do Bom Sucesso, Alagoas do Sul,
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agora Vila da Madalena e do Rio So Francisco agora Vila de So Francisco. As
povoaes ainda contavam com pouqussimas casas e habitantes.
13/abril. O Conselho Poltico concede aos trs filhos de Domingos Fernandes
Calabar uma penso mensal de oito florins em reconhecimento aos bons
servios prestados pelo pai aos holandeses.
abril. O capito Francisco Rabelo e suas tropas atacam os neerlandeses no
Cabo de Santo Agostinho e depois em So Loureno onde sofreu muitas baixas.
23/abril. Ataque dos holandeses a um posto do Rio Una rechado, voltando os
atacantes a Vila Formosa de onde haviam partido.
29/abril. No exrcito do seu primo, o prncipe Frederik Hendrik, Nassau
participa decisivamente da retomada de Schenkenshans. A conquista da ltima
fortaleza dos espanhis na Alemanha o torna conhecido em toda a Europa.
maio. Bagnuolo e Duarte de Albuquerque Coelho chegam a Vila do Bom
Sucesso iniciando a construo de uma fortificao no alto da igreja. Os
canhes e as munies so trazidas de barcos de Alagoa do Norte.
08/junho. O predicante Vincent Joaquim Soler escreve carta do Recife aos
diretores da Cmara da WIC em Midelburgo, Zelndia, relatando a desordem no Brasil holands e a falta de esprito pblico dos representantes da
Companhia.
09/junho. Partem da Vila de Bom Sucesso, negros de Henrique Dias e ndios
de Felipe Camaro que vo atacar e tomar um reduto neerlands perto do rio
em Goiana, a dez lguas ao norte do Recife.
13/junho. Arciszewski escreve ao Conselho dos XIX relatando a destruio
causada pelos bandos de campanhistas comandados por Henrique Dias e Felipe
Camaro que atuavam no interior das capitanias queimando os canaviais e os
engenhos de acar.
16/julho. Outra carta de Soler WIC informa que dos 83 engenhos de Pernambuco apenas 15 estavam moendo. Aponta como uma das causas, a falta
de iniciativa e honestidade dos conselheiros, isentando apenas Paulus
Serooskercke.
08/agosto. Em Amsterdam, por influncia do Prncipe Hendrik, Maurcio de
Nassau nomeado governador do Brasil holands pelo Heeren XIX da Companhia das ndias Ocidentais por um perodo de cinco anos.
A WIC lhe promete uma fora de 32 navios e 7.000 homens.
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Nassau receber 1.500 florins mensais, 6.000 florins para despesas pessoais e
2% sobre as presas de guerra obtidas no Brasil, mantendo seu soldo de coronel
do exrcito holands. Corriam ainda por conta da WIC suas despesas domsticas (18 pessoas) alm do mdico pessoal, do predicante e do secretrio.
Nassau recebe ainda um adiantamento de 10 meses de salrio antes da
viagem, que seria ressarcido WIC em caso de sua morte nesse perodo.
23/agosto. Os Estados Gerais confirmam a designao de Nassau para o cargo
de governador do Brasil holands. Seu ttulo oficial era: Governador e Capito
Geral de Terra e Mar.
24/agosto. Tropa de Arciszewski sai do Recife para combater os inimigos que
haviam tomado o reduto em Goiana. Os luso-brasileiros se antecipam aos
neerlandeses travando combate no caminho para Goiana e repelindo os
invasores para So Loureno.
Temendo novos ataques dos holandeses a Goiana, Felipe Camaro volta com
seus combatentes para Vila Bom Sucesso, sendo seguido por diversos
moradores da localidade.
25/outubro. Nassau inicia sua viagem para o Brasil com uma flotilha de
quatro embarcaes (Zutphen, Ado e Eva, Senhor de Nassau e Pernambuco) sadas do porto de Texel.
Da esquadra prometida a Nassau, vo seguir para Recife apenas 12 navios e
2.700 homens.
No Zutphen, alm de Nassau, esto: seu irmo mais moo, Joo Ernesto II e um sobrinho, Carlos von Nassau. Nos demais barcos seguem tambm os trs
membros do Alto e Secreto Conselho, Mathijs van Keulen, Johan Gisseling e
Adriaan van der Dussen.
Alm de 350 soldados, traz cientistas, artistas, arquitetos e engenheiros, entre
os quais o latinista e poeta Franciscus Plante (seu capelo no Brasil), o mdico
e naturalista Willem Piso, seu mdico pessoal, Willem van Milaenen, os
pintores Frans Post e Albert Eckhout e os cartgrafos Cornelis Golijath e Jan
Vingboons.
07/novembro. Os holandeses abandonam seu quartel em Paripueira
possibilitando a passagem pela praia entre Bom Sucesso e Alagoa do Norte aos
portugueses.
Tropa de Henrique Dias em patrulha na Barreta dos Currais, ao sul do Recife,
encontra peloto holands guardando uma casa com 200 caixas de acar. A
mercadoria queimada, tendo os negros eliminado quatro dos neerlandeses.
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06/dezembro. A comitiva de Nassau retoma viagem aps 40 dias abrigados das
pssimas condies do Mar do Norte no porto de Falmouth na Inglaterra.
16/dezembro. Primeira reunio da Classis van Brasili, conveno eclesiastisca da Igreja Reformada no Recife. Foi abordada a criao de
parquias nas vilas das capitanias vizinhas e a converso dos ndios.
31/dezembro. Nassau chega ao arquiplago de Cabo Verde onde permanence
seis dias na Ilha de Maio para aguada.
1637 18/janeiro. Soldados de Henrique Dias, Estevo de Tvora e Acenso da Silva,
so enviados a Ipojuca para retirar os objetos religiosos, inclusive de ouro e
prata, recolhidos pelos frades franciscanos de outras igrejas para aquela
povoao. O material foi transferido para o convento franciscano de Salvador.
23/janeiro. A frota de Nassau aporta no Recife.
28/janeiro. O Conde de Nassau e o Alto e Secreto Conselho assumem
formalmente o governo do Brasil holands.
Nassau faz rpida inspeo da situao da tropa registrando 6.100 homens e
decidindo dividi-la em dois corpos, sendo um para guarnio das fortificaes e
outro para as campanhas contra os portugueses e seus aliados.
05/fevereiro. As tropas de Nassau marcham para Porto Calvo a fim de
combater as foras do Conde de Bagnuolo, que contavam com 4.000 homens
entre portugueses, espanhois, napolitanos, ndios e negros. Nassau pretende
tambm fixar as fronteiras da colnia ao sul de Pernambuco.
Parte dos homens da WIC segue por mar ao comando de Arciszewski e outros por terra com Nassau e von Schkoppe.
12/fevereiro. A frota neerlandesa chega a Barra Grande, a cinco lguas de
Porto Calvo. No desembarca as tropas aguardando por Nassau.
16/fevereiro. Os homens de Nassau chegam a Barra Grande juntando-se aos
desembarcados.
17/fevereiro. Segue para Porto Calvo a fora da WIC.
18/fevereiro. Comea a batalha pela posse de Porto Calvo. O tenente Alonso
Ximenes de Almiron encarregado por Bagnuolo de deter os neerlandeses. Seu
efetivo, postado na margem do Rio Comandatuba, de cerca de 900 homens,
entre os quais os ndios de Felipe Camaro e os negros de Henrique Dias.
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Os invasores atacam divididos em trs troos de infantaria, cada um
comandado por Nassau, Arciszewski e Schkoppe. Eliminam muitos defensores
e Henrique Dias tem sua mo esquerda destroada por um pelouro, sofrendo
amputao acima do pulso.
O Conde de Bagnuolo decide seguir para Alagoa do Sul com pequena tropa e os
moradores locais. Nassau manda persegui-lo, mas os holandeses no
conseguem alcana-lo.
20/fevereiro. Os holandeses trazem, atravs de lanchas pelo Rio Manguaba,
artilharia para atacar o Forte de Porto Calvo e abastecimentos.
25/fevereiro. Na batalha de artilharia entre os sitiantes e os do forte, morre o
sobrinho de Nassau, Conde Carl von Nassau, atingido por um tiro de canho.
04/maro. Nassau envia carta ao comandante do forte, Miguel Gilberton
propondo a rendio. Gilberton responde pedindo prazo de 25 dias para poder
reportar-se ao Conde de Bagnuolo.
05/maro. Nassau concede prazo de 24 horas para a rendio do forte. Sem
gua e mantimentos os luso-brasileiros aceitam os termos dos neerlandeses,
podendo levar um canho com alguma plvora e balas e os soldados seus
pertences que pudessem carregar. Os moradores poderiam levar seus escravos.
07/maro. Aps trs semanas de lutas, o comandante Gilberto entrega as
chaves do Forte de Porto Calvo a Nassau, onde se apoderam de grande
quantidade de armas e equipamentos. Os soldados do forte foram levados em
lanchas para navios em Barra Grande e da para o Recife.
10/maro. Postado em Vila da Madalena, Alagoa do Sul, Bagnuolo inicia
retirada para a Vila de So Francisco, atual Penedo, oito lguas da foz do rio.
18/maro. As tropas de Bagnuolo atravessam o Rio So Francisco para a
capitania de Serigipe-dEl-Rei.
27/maro. A fora neerlandesa, perseguindo as tropas de Bagnuolo at o Rio
So Francisco, chega Vila de So Francisco aonde constroem o Forte Maurits.
Deixando o Forte Maurits sob o comando do coronel Sigmund von Schkoppe,
Nassau volta para o Recife.
31/maro. A caravana de Bagnuolo chega a So Cristovo, sede de Serigipe-
dEl-Rei.
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O coronel Chrestofle Arciszewski retorna Europa no concordando com a
perda do comando das tropas da WIC para o Conde de Nassau.
Nassau escreve ao Prncipe de Orange Hendrick sobre as timas condies das
regies do sul da Capitania de Pernambuco, solicitando o envio de gente da
Europa para ocupar e cultivar o solo, alm de desenvolver a criao de gado.
Chegando ao Recife, Nassau inicia a organizao da administrao da
conquista, principalmente da economia aucareira, pois os engenhos estavam
quase que totalmente improdutivos por conta da guerra entre lusos e
flamengos. Manda leiloar os 65 engenhos cujos donos haviam fugido,
arrecadando cerca de 2 milhes de florins.
Cria tambm as Cmaras de Escabinos, compostas de holandeses e
portugueses, semelhantes aos Conselhos Municipais j existentes na
administrao lusitana. O presidente de cada cmara, sempre um holands,
era denominado escolteto. A primeira cmara foi a de Olinda, seguida das de Igarass, Itamarac, Serinham, Porto Calvo, Alagoas, Paraba e Rio Grande.
Discutiu-se a localizao da sede do Brasil holands. Alguns defendiam a
mudana para a ilha de Itamarac pela sua fartura de gua e madeira, mas o
Recife continuou como centro do poder e comrcio devido ao seu porto e s
diversas construes j existentes.
Nassau tambm pretendia transformar o Recife em vrijhaven (porto livre) das Amricas, recebendo navios de todas as naes que desejassem comerciar.
Havia at a inteno de criar uma universidade no Recife, que seria a primeira
do hemisfrio sul.
19/abril. O comandante holands em Mouree, Claes van Ypres, escreve a
Maurcio de Nassau informando sobre a situao da fortaleza de So Jorge da
Mina.
04/maio. Nassau atende ao pedido da Camara de Olinda permitindo a
reocupao da vila e a reconstruo dos prdios destrudos pelo incendio de
1631.
25/junho. Devido a falta de escravos para os engenhos de cana de acar,
fugidos por causa da guerra entre holandeses e portugueses, Nassau envia uma
expedio de nove navios para a Guin, na frica, com 1.200 homens sob
comando do coronel Hans van Koin, para trazer mais negros para Pernambuco.
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Criada outra comunidade judaica no Recife: Kahal Kadosh Magen Abraham (Santa Congregao do Escudo de Abrao) para atender aos judeus que viviam
na Ilha do Antnio Vaz.
28/agosto. Depois de cinco dias de duros combates com as foras portuguesas e
os nativos, os holandeses de Koin tomam o Forte So Jorge da Mina o mais
importante da chamada Costa do Ouro africana.
11/outubro. Aps trs meses de assdio, as tropas do prncipe Frederik
Hendrik retomam a cidade de Breda para o domnio holands. Essa cidade
havia trocado de mo vrias vezes desde 1577 ficando agora em definitivo como
territrio da Repblica das Provncias Unidas.
14/outubro. Parte do Recife expedio holandesa com destino ao Cear.
25/outubro. Os iates De Brack e De Hemp Haen chegam Baia de Mucuripe, Cear.
26/outubro. Cerca de 200 holandeses sob s ordens de Joris Gartsman e do
tenente-coronel Hendrick van Haus, tomam o Forte de So Sebastio onde
havia pequena guarnio comandada por Bartolomeu de Brito Freire.
Nassau determina o combate e expulso das tropas do Conde de Bagnuolo da
capitania de Serigipe-dEl-Rei. Por estar enfermo de febre persistente, delega o comando do exrcito neerlandes ao coronel von Schkoppe.
14/novembro. Recebendo notcia que os neerlandeses atravessavam o Rio So
Francisco, o Conde de Bagnuolo segue com seus homens para Salvador.
17/novembro. As tropas de Schkoppe entram em So Cristovo saqueando e
destruindo tudo. Em seguida, voltam para Penedo.
29/novembro. Bagnuolo alcana a Torre de Garcia dvila, 14 lguas ao norte de Salvador.
15/dezembro. A coluna do Conde de Bagnuolo atinge Salvador.
1638 janeiro. Acatando sugesto da Cmara de Olinda, o Conde de Nassau manda
publicar edi