cultivo cdrom parcial

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Bem-vindo ao curso ultivo de Planta edicinais, Condimentare e Aromáticas

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CD-ROMAborda aspectos relacionados às Boas Práticas de Cultivo. Através deste curso o participante poderá ter informações necessárias para o cultivo de forma segura e científica.www.biocienciaonline.net

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Page 1: Cultivo cdrom   parcial

Bem-vindo ao cursoCultivo de PlantasMedicinais, Condimentares

e Aromáticas

Page 2: Cultivo cdrom   parcial

Adquira o curso completo www.biocienciaonline.net Sumário completo1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais1.1. Histórico da Agroecologia1.2. Bases e fundamentos da Agroecologia1.3. Objetivos da Agricultura Orgânica1.4. Diferenças entre plantas medicinais cultivadas e colhidas em seu habitat1.5. Preferência pelo mercado de plantas medicinais1.6. A importância da produção correta das plantas medicinais1.7. Princípios climatológicos que influem no cultivo das plantas medicinais

2. Local e preparo do solo2.1. A área2.2. O solo 2.3. Material vegetal2.4. Sementeira2.5. Banco de matrizes2.6. Canteiro para sementes2.7. Irrigação2.8. Calagem do solo

3. Adubação3.1. Adubação orgânica3.2. Adubação verde3.3. Compostagem3.4. Esterco3.5. Biofertilizante3.6. Adubos e condicionadores de solos permitidos

4. Métodos de propagação de plantas medicinais4.1. Por sementes4.2. Propagação vegetativa4.3. Estaquia4.4. Cortes da folha4.5. Esterilização4.6. Sistema de propagação das begônias4.7. Sistema de propagação da espada-de-são-jorge4.8. Cortes das gemas4.9. Cortes da raiz4.10. Aclimatação dos cortes enraizados4.11. Mergulhia4.12. Alporquia4.13. Bulbos, rizomas, tubérculo e divisão de touceiras

Informações básicas

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Adquira o curso completo www.biocienciaonline.net Sumário completo5. Plantio5.1. Rotação de culturas5.2. Consorciação entre culturas5.3. Plantio e transplantio

6. Colheita, Secagem e Beneficiamento6.1. Colheita6.2. Secagem e beneficiamento6.3. Armazenagem6.4. Qualidade na colheita e pós-colheita de plantas medicinais

7. Controle alternativo de pragas e doenças7.1. Calda sulfocálcica7.2. Calda bordalesa7.3. Calda Viçosa7.4. Nim (Azadirachta indica)7.5. Utilização das plantas no controle alternativo de pragas e doenças7.6. Receitas caseiras com plantas para controle de pragas e doenças7.7. Plantas Benéficas7.8. Plantas Companheiras

8. Cultivo de plantas medicinais e aromáticas8.1. Aspectos agronômicos aplicados às plantas medicinais8.2. Empreendedorismo na produção de plantas medicinais8.3. Informações necessárias que devem acompanhar o produto coletado8.4. Principais plantas medicinais e aromáticas cultivadas no Brasil

9. Implantação do Projeto Farmácia Verde9.1. O que todos deveriam saber para a correta utilização das plantas9.2. Principais doenças e as plantas para seu tratamento9.3. Como implantar a Farmácia Verde

10. Conservação de Plantas Medicinais10.1. Propostas para conservação de plantas medicinais10.2. Plantas ameaçadas de extinção de acordo com o Ibama

Informações básicas

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

Sumário deste capítulo Informações complementares

1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais1.1. Histórico da Agroecologia1.2. Bases e fundamentos da Agroecologia1.3. Objetivos da Agricultura Orgânica1.4. Diferenças entre plantas medicinais cultivadas e colhidas em seu habitat1.5. Preferência pelo mercado de plantas medicinais1.6. A importância da produção correta das plantas medicinais1.7. Princípios climatológicos que influem no cultivo das plantas medicinais

Sumário completo

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.1. Histórico da Agroecologia

A Agroecologia apareceu no inicio dos anos 70, mas como pratica é empregada desde quando o homem interferiu nos ecossistemas naturais, modificando-os a partir da domesticação de espécies vegetais e animais (perto de 10.000 anos a.C.). Este processo foi acompanhado pela consolidação de culturas que apareceram com o desenvolvimento da tecnologia na agricultura, que concretizaram a primeira revolução agrícola como tal.Porém houve um distanciamento do homem em relação à natureza, que passou a atuar de forma degradante sobre os recursos naturais, com o passar do tempo foi-se desenvolvendo o pensamento cientifico que colocou em dúvida a relação de degradação que o homem mantinha com a natureza.A revolução agrícola, baseada no progresso científico da agricultura mediante o desenvolvimento de variedades melhoradas, aplicação de fertilizantes e agrotóxicos, rompeu com os processos tecnológicos anteriores que foram consolidados durante muito tempo mediante a experimentação no

campo pelos agricultores através de êxitos e erros. Esta revolução trouxe a deterioração dos meios de comunicação e transmissão das praticas agrícolas, assim como a transformação de muitas sociedades rurais e seus sistemas de produção como resultado de sua desestruturação social e tecnológica. Estas técnicas antiecológicas no espaço sócio produtivo deterioraram mais ainda a relação da sociedade com a natureza, aumentando a sua imagem destrutiva em relação à natureza. Os aspectos mais relevantes desta revolução agrícola que continua ate a atualidade estabelecem:Supressão da vegetação natural mediante o sistema contínuo de cultivo da terra. Expansão de novos cultivos de variedades melhoradas (híbridos). Melhoramento do preparo da área mediante a mecanização e substituição da tração animal. Importação de técnicas de cultivo geradas no hemisfério norte.

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.1. Histórico da Agroecologia

Introdução de insumos químicos estranhos aos ecossistemas (fertilizantes, inseticidas, fungicidas e herbicidas). Este processo causou a redução drástica da biodiversidade, deterioração constante das bases de produção, geração de resíduos de contaminantes nas cadeias alimentícias, limitando as possibilidades de auto-suficiência alimentar de nossos povos.Eis que surge o redescobrimento da Agroecologia, com a oportunidade de se opor a estes sistemas de produção de degradação, inserindo uma nova concepção de agricultura e em alguns casos melhorando, a partir de um novo esquema frente à realidade concreta em que se desenvolvem estes sistemas de produção.

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.2. Bases e fundamentos da Agroecologia

A Agroecologia é uma forma de agricultura ligada às ciências biológicas e sociais, centrada na sustentabilidade de seus sistemas de produção. Um dos principais pilares da Agroecologia é a variabilidade de produtos não se prendendo em monoculturas. Nesse sentido entendemos que a Agroecologia é o estudo dos agroecossistemas considerados como o resultado de um processo coevolutivo entre a sociedade e a natureza. A Agroecologia oferece um fundamento teórico, que implica que:Os agroecossistemas possuem um potencial agrícola sustentável, e este potencial tem sido estabelecido a partir da transmissão do conhecimento. Estes agroecossistemas têm evoluído de maneira que a sustentação do componente social depende da manutenção da natureza. A conservação e estabilidade destes agroecossistemas estão abertos a outros conhecimentos.

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.3. Objetivos da Agricultura Orgânica

O manejo orgânico é um sistema de produção desenvolvido que evita o uso de praguicidas, fertilizantes químicos e qualquer outro produto de origem sintético. Se apóia em praticas como a rotação de cultivos, utilização de resíduos de colheita, esterco de animais, resíduos orgânicos, adubos verdes, compostagem, controle biológico, etc. Os benefícios emanados das praticas agroecológicas se concretizam através de una serie de tecnologias de baixo custo e mínimo impacto ambiental. Estas premissas gerais se expressam em objetivos concretos de caráter cultural, social e econômico que guiam a ação agroecológica até uma dimensão eco política. São esses os objetivos:Produzir alimentos e produtos vegetais de alta qualidade em quantidade suficiente.Fomentar e intensificar os ciclos bióticos dentro do sistema agrícola que compreendem os microorganismos, a flora e a fauna do solo, as plantas e os animais.

Aproveitar racionalmente os recursos locais reduzindo ao mínimo a dependência de fatores externos. Operar na forma de um “sistema fechado”, no que se refere a utilização de matéria orgânica e nutrientes minerais para garantir a sustentabilidade.Evitar todas as formas de contaminação que possam resultar das técnicas agrícolas.Manter a diversidade genética do sistema agrícola e de seu entorno incluindo a proteção de habitat de plantas e animais silvestres.Garantir a segurança alimentar e a saúde das famílias agro produtoras.Garantir uma gestão econômica rentável e independente da unidade agro produtiva.Gerar fontes de trabalho que incrementem a qualidade de vida do meio rural.Fomentar modelos alternos de organização entre produtores e consumidores.Incrementar os níveis de auto-suficiência alimentar a escala regional.

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.3. Objetivos da Agricultura Orgânica

Revalorizar o conhecimento da agricultura tradicional e indígena através do resgate da agro-tecnologia tradicional.Conservar a biodiversidade genética local, assim como as variedades tradicionais de cultivos.

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.4. Diferenças entre plantas medicinais cultivadas e colhidas em seu habitat

A colheita de espécies nativas em seu habitat é melhor porque mantém o uso de plantas nativas por populações humanas locais e incentiva a proteção e manutenção de populações nativas e seu habitat e a diversidade genética de populações de plantas. Em contrapartida a colheita descontrolada pode conduzir à extinção do ecótipo e mesmo da espécie. O acesso comum ao recurso torna difícil o controle da retirada das plantas de seu habitat. Na maioria dos casos as informações sobre a biologia dos recursos naturais é carente e os rendimentos em produtividades anuais não são conhecidos. As plantas colhidas podem não ser conhecidas ou catalogadas.O beneficio do cultivo alivia a pressão sobre as espécies raras e de crescimento lento, as quais são as mais suscetíveis à ameaça de extinção.

Em contrapartida desvaloriza os recursos da planta e seu habitat economicamente e reduz o incentivo para conservar o ecossistema. Estreita a diversidade genética do pool de genes da planta porque os parentes selvagens de espécies cultivadas se tornam negligenciados. Pode conduzir a conversão do habitat para o cultivo. A espécie cultivada pode tornar-se invasiva e ter impactos negativos no ecossistema. A reintrodução de plantas pode conduzir a poluição genética de populações nativas.

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.5. Preferência pelo mercado de plantas medicinais

A cadeia de comercialização seja industrial ou informal preferem plantas colhidas em seu habitat porque são mais baratas e por que não requerem infra-estrutura e investimento. Muitas espécies são solicitadas em pequenas quantidades, o que não torna o cultivo economicamente viável. Nem todas as partes da planta em grandes áreas de cultivo são utilizadas (por exemplo: produção de flores de calêndula). As técnicas de cultivo nem sempre são bem sucedidas ou não existem, por exemplo: uma planta se desenvolve melhor no seu habitat do que em cultivo. Nenhum tipo de pesticida é usado. Acredita-se que as plantas nativas são mais ricas em compostos ativos. Em contrapartida há o risco de adulteração e o risco de contaminações com a colheita não higiênica ou em relação à qualidade das plantas após a colheita.

Preferem material cultivado porque garante a fonte continua do material vegetal. Torna confiável a identificação botânica. Os genótipos podem ser padronizados ou melhorados. Os padrões de qualidade são fáceis de serem mantidos. A pós-colheita pode ser controlada mais facilmente. O volume e o preço da produção podem ser mantidos por um período de tempo maior. O preço do recurso excedente é relativamente estável. A certificação como produção orgânica é possível. Em contrapartida o cultivo é mais dispendioso do que a colheita no habitat natural. Necessita de investimento substancial antes e durante a produção. Em relação às comunidades é melhor a colheita selvagem porque fornece o acesso à renda sem o investimento prévio. Fornece ervas medicinas para necessidades básicas no cuidado a saúde. Mantém os recursos para as populações rurais por longo período (se for feito sustentavelmente). Em contrapartida a reivindicação pelas áreas de extração cria problemas de posse.

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.5. Preferência pelo mercado de plantas medicinais

Este recurso pode se tornar escasso com o passar do tempo até a sua total extinção. O cultivo pode se tornar interessante porque fixa a fonte constante de ervas medicinas. Favorece a valorização da área, mas em contrapartida o investimento para os pequenos produtores é elevado. A competição pela produção em grande escala aplica uma pressão sobre os pequenos produtores e sobre a extração selvagem. Os benefícios são alocados para outra parte e os usuários tradicionais do recurso não têm nenhum retorno do benefício.

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.6. A importância da produção correta das plantas medicinais

Um dos aspectos mais importantes na produção de plantas medicinais é o de alcançar altos rendimentos de material vegetal e elevados conteúdos de princípios ativos. Isto depende tanto de fatores internos da planta como aqueles relacionados com o adequado crescimento da espécie em questão, principalmente em relação as condições climáticas, pois como seres vivos que são, as plantas estão em constante interação com o meio que as rodeia. Essencialmente o clima influi em um momento determinado no seu crescimento e desenvolvimento e em especial na produção de seus metabólitos secundários.É necessário que o manejo da cultura se baseie em princípios agrícolas baseados em rotações e policultivos e também que se realize a colheita no momento apropriado em relação aos requerimentos climatológicos. Um rendimento significativo dos cultivos com pouco investimento de capital pode dar certo quando se cumpre o plantio na época correta e se utilizem adequadas densidades e espaçamentos.

De acordo com a época, seu manejo depende tanto de fatores climáticos, como fisiológicos da planta; determinadas variações de temperatura, luz e precipitações influenciam diretamente na germinação, crescimento e desenvolvimento das plantas, e estes fatores não se comportam por igual para todas, nem durante todo seu ciclo de vida. De acordo com as condições climáticas em cada lugar o desenvolvimento das plantas pode variar, por exemplo, Matricaria recutita L. (camomila), Calendula officinalis L. (calêndula), Mentha piperita L. (hortelã pimenta) entre outras, demandam época específica de plantio, porque requerem determinadas condições climáticas (mais baixas temperaturas e intensidade solar), no entanto numerosas espécies tem outras exigências e devem ser plantadas na primavera (março-abril) porque suas folhas caem no inverno e alcançam a maturidade necessária para serem coletadas. Como exemplos podem citar: Passiflora incarnata L. (maracujá), Zingiber officinale Roscoe (gengibre), etc. e muitas podem ser cultivardas durante todo o ano como a Lippia alba (Mill.) N. E. Burn (erva-cidreira), Piper auritum Kunth (anís), Plecthranthus amboinicus (Lour.) Spreng (hortelã gorda).

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1. Boas práticas de cultivo de plantas medicinais

1.6. A importância da produção correta das plantas medicinais

A determinação da densidade de cultivo desempenha um papel importante em seu comportamento vegetativo, ou seja, deve ser levada em consideração, a altura da planta; a planta é herbácea ou arbustiva; sua forma de crescimento é ereta, rasteira ou muito ramificada e também a parte da planta que se vai colher; alem do aproveitamento da energia luminosa que é captada pelas folhas quando o espaço entre as plantas está totalmente coberto.Os sistemas de produção como: rotação de culturas e policultivos são práticas com um papel decisivo na produção das plantas pelos benefícios que trazem ao influir sobre o solo e suas propriedades e quando se combinam cultivos que se estimulem mutuamente ou que ao menos não causem dificuldades entre si. Os policultivos estão associados a exploração mais completa pelas plantas o que traz menor emprego dos recursos se fossem plantadas sozinhas.

Entre os maiores benefícios está a utilização eficiente dos recursos solo, água, luz e nutrientes pela variedade do sistema radicular e hábitos de crescimento das plantas que se cultivam, o que origina o máximo aproveitamento da energia luminosa e de todas as camadas do solo, enquanto a água e nutrientes tem suas perdas reduzidas e sua reciclagem melhorada. Desta forma as plantas cultivadas em relação às suas características biológicas e fisiológicas produzem diversas melhorias como adubar o solo, manter a umidade ou evitar a erosão.

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1.6. A importância da produção correta das plantas medicinais

a) Cultivos com diferentes tipos de raízes, com associações de cultivo compostos por espécies com sistemas radiculares diferentes ou complementares, pode-se explorar maior volume do solo e também captar mais nutrientes ao estar continuamente disponíveis e igualmente ter maior acesso a nutrientes relativamente imóveis como o fósforo. Nas espécies de raiz fasciculadas, as plantas fazem uso fundamentalmente dos horizontes superiores do solo, as mesmas tendem a manter unidas as partículas do solo promovendo uma boa estrutura que os protege da erosão como o fazem as poaceas, entre elas Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (capim cidreira). Enquanto as espécies de raiz pivotante, que possui pelos absorventes que se encontram nos horizontes inferiores do solo, tomam a água e os nutrientes nestes níveis, maximizando seu fluxo até a parte superior, é o caso das apiáceas como Foeniculum vulgare Mill. (funcho), as leguminosas como Cajanus cajan L. (guandu) e também as árvores cujas raízes podem alcançar grandes profundidades).

b) Cultivos com diferentes requerimentos de luz, muitas plantas tem necessidades especiais de estarem expostas a luz solar ou não; a complementação fisiológica pode manifestar-se empregando nas associações espécies que se adaptem aos ambientes bem ensolarados como Aloe vera (L.) N. L. Burm. (babosa), Ocimum tenuiflorun L. (alfavaca), com as que necessitam condições mais sombreadas como Eryngium foetidum L. (coentro), Zingiber officinale Roscoe (gengibre), entre outras, que promovem um melhor aproveitamento da luz. c) Cultivos com diferentes requerimentos de umidade, para o melhor aproveitamento da água (disponibilidade superficial e subterrânea) se devem associar aquelas que têm grandes necessidades de umidade como Mentha spicata L. (hortelã), com as que necessitam umidade moderada como Plantago major L. (tanchagem) e com as tolerantes a seca como Rosmarinus officinalis L. (alecrim) e Thymus vulgaris L. (tomilho

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Vantagens da consorciação de espécies:

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1.6. A importância da produção correta das plantas medicinais

d) Cultivos com diferentes exigências quanto a matéria orgânica, algumas espécies por suas exigências podem ser consideradas como esgotantes dos recursos do solo porque necessitam de muito nutriente para seu crescimento, o que reafirma a necessidade do emprego de rotações para não empobrecer o solo, entre elas se encontram Origanum majorana L. (manjerona), Calendula officinalis L. (calêndula), entre as menos exigentes a Matricaria recutita L. (camomila), Melissa officinalis L. (melissa).O manejo da cultura é um aspecto de grande importância no caso das plantas medicinais em relação tanto ao órgão a coletar, como a uma serie de fatores que vão influir sobre as porcentagens dos princípios ativos. Aspectos como o momento da colheita (idade, estado de desenvolvimento, etc.) e também os fatores climáticos, que em muitos casos vão determinar a época do ano e hora do dia para realizar-la.

No que se refere à idade das plantas, no caso de Plecthranthus amboinicus (Lour.) Spreng (hortelã gorda) espécie em que são feitas várias coletas de suas folhas, se determinou que a primeira coleta se realize entre 5-6 meses de idade onde apresenta maior proporção de folhas e talos com alto conteúdo de óleo essencial. Em A. vera (babosa) se inicia a colheita de suas 5-6 folhas inferiores a partir dos 24 meses de idade que é quando apresenta a maior concentração de polissacarídeos.Com relação ao estado de desenvolvimento, foi comprovado que em Matricaria recutita L. (camomila) se colhem as flores quando as pétalas estão totalmente despregadas, estado considerado de ótimo desenvolvimento, pois quando estão em forma de botões ou na maturidade (apresentam as pétalas para baixo) os conteúdos do óleo essencial e de seu principal componente (alfa bisabolol) são mais baixos.

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Vantagens da consorciação de espécies:

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1.6. A importância da produção correta das plantas medicinais

Relativo à época do ano e a hora do dia se pode dizer, por exemplo, que em Brugmansia candida Pers. (campainha) as folhas coletadas na época de inverno eram mais ricas em alcalóides tropânicos que aquelas coletadas no verão e igualmente se coletadas em horas da manhã em comparação com as horas da tarde. O mesmo ocorre com Matricaria recutita L. (camomila) cujos estudos demonstraram que nas flores coletadas entre 9:00 e 11:00 horas da manhã eram maiores as porcentagens de óleo essencial em comparação com as coletadas no período da tarde; em ambos os casos ocorreu influencia da temperatura e da luz.

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Vantagens da consorciação de espécies:

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1.7. Princípios climatológicos que influem no cultivo das plantas medicinais

No complexo ambiental onde crescem as plantas, o clima exerce grande influencia em relação aos princípios ativos. A luz, temperatura e precipitações fundamentalmente têm um efeito marcante sobre sua presença nas plantas; assim como a velocidade do vento, fator pouco estudado experimentalmente é determinante. Em muitos casos se sabe que pela ação do vento, ocorre aumento da evaporação de óleos essenciais, e ainda no caso dos alcalóides tropânicos o aumento da transpiração nas plantas faz com que seja maior o conteúdo de líquido que sobe das raízes para as folhas. Não ficou comprovado que através deste caminho se aumente o conteúdo nas folhas nas espécies produtoras destes alcalóides.A luz é possivelmente o fator mais significativo e está muito relacionado com a temperatura e varia com a estação do ano e a hora do dia; é menor no outono e inverno por causa da inclinação dos raios solares e pelo grau de nebulosidade alto e mais intenso em horas do meio-dia devido à elevação angular maior em relação ao sol.

A luz favorece o crescimento dos tecidos que na fase jovem é contínua, isto causa a acumulação dos princípios ativos.A temperatura também tem um importante papel na produção de metabolitos secundários, pois tem influencia em grande parte no crescimento rápido e no equilíbrio entre o processo de fotossíntese e respiração e por conseguinte na produção dos princípios ativos.Com relação às precipitações, as mesmas podem causar modificações fundamentais sobre os efeitos ecológicos de outros fatores, por exemplo, atua como regulador das temperaturas. No caso das plantas cultivadas, a irrigação é também um elemento a ser considerado. As chuvas, também influenciam na distribuição geográfica da produção de plantas, tornando muitas espécies limitadas em terras úmidas ou com água corrente, lagunas e pântanos. A distribuição irregular nas estações do ano, divididas em seca e chuvosa, em excesso ou em falta, afetam os princípios ativos seriamente.

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1.7. Princípios climatológicos que influem no cultivo das plantas medicinais

Relativo à influência dos fatores climáticos em espécies produtoras de alcalóides, foi verificado em Cuba, em B. candida que em plantações a sombra com diminuição da luz em 33%, as porcentagens de alcalóide diminuíram significativamente comparado com o cultivo ao sol. Também é feito referências para esta solanácea, que as porcentagens caem quando a colheita é feita por vários dias sob calor forte. Temperaturas muito altas ou muito baixas afetaram a porcentagem dos alcalóides. No período precedente a colheita a temperatura tem grande importância, pois neste período de tempo grande parte do material aproveitável é produzida e a temperatura média mínima de 18°C (30 dias antes da colheita) resultaram no melhor para a colheita do principio ativo.Com relação às precipitações, foi pesquisado que em Datura ocorre a diminuição em suas porcentagens de alcalóides depois de vários dias de chuva, quando as plantas crescem sob condições de seca os conteúdos de alcalóides diminuem, porque a falta de água provoca a excreção de alcalóides pelas folhas além de sais minerais pela epiderme.

Estas substâncias excretadas podem ser lavadas mais tarde das folhas pela chuva, o que explicaria o baixo conteúdo destas nas folhas depois ou em dias chuvosos seguidos por uma seca. Em B. candida cultivado em Cuba foi determinado em um estudo quantitativo a influência das precipitações e foi verificado que o excesso ou a escassez de chuva fazem com que diminuam as porcentagens de alcalóides e que a soma das precipitações de aproximadamente 240 mm, nos 30 dias antes da colheita era o apropriado.Em seminário na universidade de Talca, Chile, em 1996 foi comentado sobre a influência da temperatura nas espécies produtoras de glicosidios. Foi notificado que em espécies de Digitalis purpurea as temperaturas altas e intensidade luminosa favorecem a concentração de alcalóides, desde que era encontrado o conteúdo máximo deste princípio ativo quando a colheita era feita no período da tarde e mínimo quando pela manhã (Acosta de La Luz, 2003).

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1.7. Princípios climatológicos que influem no cultivo das plantas medicinais

No que se refere a influencia que exercem nas espécies produtoras de óleo essencial, as respostas são muito variadas; as altas temperaturas de maneira geral aumentam sua volatilização, além do mais podem ocorrer variações tanto nas porcentagens de óleo como nos seus componentes, citando-se que em M. piperita L. (hortelã pimenta), por exemplo, o cultivo a sombra e com temperaturas altas afetaram tanto as porcentagens do óleo como sua qualidade ao apresentar menor conteúdo de mentol e maior de mentona. Em relação às precipitações, se explica que as abundante ou insuficientes chuvas são desvantajosas para o conteudo de óleo essencial, o que foi comprovado em M. piperita L. e em Origanum majorana L. (manjerona); tambem se avaliou que as abundantes precipitações incrementaram as porcentagens nos frutos de Coriandrum sativum L. (coentro) e nas raízes de Valeriana officinalis L. (valeriana).

Finalmente pode se argumentar como alguns princípios agro climáticos são básicos na produção de plantas medicinais e que o rendimento dos cultivos é influenciado pelo manejo do cultivo (tanto sua capacidade de adaptação, as técnicas e métodos culturais e os sistemas de produção agrícola) e do meio, fundamentalmente o clima, onde o mesmo vai se desenvolver.

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