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DISCIPLINA:
CULTURA E PODER NAS ORGANIZAÇÕES
AUTORIA: Rosimar de Oliveira Silva e André Murilo Cavalcante
Vitória, 2014
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Cultura e Poder nas Organizações
Diretor Executivo: Tadeu Antonio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica: Eliene Maria Gava Ferrão
Diretor Administrativo Financeiro: Fernando Bom Costalonga
NEAD – Núcleo de Educação à Distância GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Pedagógico – Emanuella Fontam GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Semipresencial – Kessya Pinitente Fabiano Costalonga GESTÃO DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS E METODOLOGIA – Denise Bernini COORD. GERAL DE EAD – Géssica Germana Fonseca
(Dados de publicação na fonte)
S586 Silva, Rosimar de Oliveira.
Cultura e poder nas organizações / Rosimar de Oliveira Silva ; André Murilo Cavalcante. – Vitória : Multivix, 2014.
47 f. : il. ; 30 cm
Inclui referências. 1. Cultura organizacional. 2. Poder ( ciências sociais). 3.
Comportamento organizacional. I. Cavalcante, André Murilo. II. Faculdade Multivix. III. Título.
CDD: 658.3
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Cultura e Poder nas Organizações
Disciplina: Cultura e Poder nas Organizações
Autoria:
Primeira edição: 2014
Todos os direitos desta edição reservados à
FACULDADE BRASILEIRA – MULTIVIX VITÓRIA
FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA – MULTIVIX NOVA VENÉCIA
FACULDADE NORTE CAPIXABA DE SÃO MATEUS – MULTIVIX SÃO MATEUS
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA – MULTIVIX SERRA
http://www.multivix.edu.br
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Cultura e Poder nas Organizações
SUMÁRIO
1º BIMESTRE.................................................................................................... 4
1 APRESENTAÇÃO................................................................................. 5
1.1 A ORGANIZAÇÃO...................................................................................... 5
1.2 A ORGANIZAÇÃO COMO UM SISTEMA ABERTO.................................. 6
1.3 O AMBIENTE ORGANIZACIONAL............................................................ 10
2 A CULTURA E O PODER NAS ORGANIZAÇÕES..................... 14
2.1 CULTURA ORGANIZACIONAL.................................................................. 16
2.1.1 CLIMA ORGANIZACIONAL............................................................................... 24
2º BIMESTRE.................................................................................................... 26
2.2 O PODER ORGANIZACIONAL.................................................................. 27
2.2.1 FONTES, FORMAS E BASES DE PODER............................................................ 28
2.3 PODER E COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL............................... 38
2.4 PODER X LIDERANÇA............................................................................. 40
3 REFERÊNCIAS...................................................................................... 45
FIGURAS
FIGURA 1- OS FLUXOS E O FEEDBACK NO SISTEMA ABERTO.................. 9
FIGURA 2 – RELAÇÕES CAUSA/EFEITO E PODER......................................... 28
FIGURA 3 – CARACTERÍSTICAS DO PODER COERCITIVO............................ 31
FIGURA 4 – CARACTERÍSTICAS DO PODER DE RECOMPENSA................... 32
FIGURA 5 – CARACTERÍSTICAS DO PODER LEGITIMO................................. 33
FIGURA 6– CARACTERÍSTICAS DO PODER DE COMPETÊNCIA.................. 34
FIGURA 7 – CARACTERÍSTICAS DO PODER DE REFERÊNCIA..................... 35
QUADROS
QUADRO 1 – MATRIZ DE PODER KENTER....................................................... 29
QUADRO 2 – TIPOS DE PODER......................................................................... 37
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Cultura e Poder nas Organizações
1 APRESENTAÇÃO
1.1 A ORGANIZAÇÃO
Desde a revolução industrial, quando ocorre
efetivamente a implantação do sistema econômico
capitalista, a organização vem crescendo em
importância com objeto de estudos, partindo de
uma abordagem restrita ao campo da fábrica, num
enfoque nitidamente mecanicista, até atingir o
estágio atual, no qual predomina a visão de
conjunto e de totalidade.
A busca por modelos e instrumentos que visam melhorar o desempenho das
organizações tem sido uma preocupação constante de estudiosos e autores da
ciência da administração desde os seus primeiros passos com os clássicos Taylor e
Fayol.
Tem-se que hoje, a sociedade é caracterizada por ser uma sociedade de
organizações, de maneira que, no mundo atual, o homem depende em grande
escala das organizações formais, onde passa grande parte de sua vida.
A sociedade moderna é caracterizada pelas organizações que assumem caráter
político, econômico, cultural, religioso, etc. As organizações têm importante papel na
formação da personalidade do indivíduo, ao mesmo tempo em que delas depende o
desenvolvimento de um país. Assim, o primeiro objetivo da administração da
organização é o aumento da eficiência e da produtividade, sem o qual não existe o
desenvolvimento.
Para HALL (apud OLIVEIRA, 2001) é inimaginável que a sociedade sobreviva sem a
organização.
Prezado aluno:
"Estabeleça metas grandes o bastante a ponto de motivar-se, mas não grandes em demasia a ponto de
sufocar-se."
Bons Estudos!
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Cultura e Poder nas Organizações
HAMPTON (1992) define a organização como uma combinação intencional de
pessoas e tecnologia para atingir um determinado objetivo. Portanto, uma empresa
é uma organização, inserida num meio ambiente.
MAXIMINIANO (1995) coloca que a organização é uma combinação de esforços
individuais que têm por finalidade realizar propósitos coletivos. Além de pessoas, a
organização utiliza outros recursos como máquinas e equipamentos, dinheiro,
tempo, espaço e conhecimentos.
A organização é um sistema administrado, projetado e operado para atingir
determinado conjunto de objetivos. Este sistema processa recursos financeiros,
humanos, físicos e de informações e transforma-os em saídas. Estas saídas são os
bens e serviços demandados pelo ambiente externo. Atingir estas demandas
permite à organização alcançar seus objetivos.
A organização é uma unidade social (agrupamento humano) intencionalmente
construída e reconstruída, a fim de atingir objetivos específicos. Isto significa que a
organização é propositada e planejadamente construída e elaborada para atingir
determinados objetivos e também são reconstruídas e redefinidas na medida em
que os objetivos são atingidos ou na medida em que se descobrem meios melhores
para atingi-los com menor custo e menor esforço. Uma organização nunca constitui
em uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a
mudanças.
1.2 A ORGANIZAÇÃO COMO UM SISTEMA ABERTO
Somente a partir da década de 50, os estudiosos da administração voltaram-se para
a análise da organização como parte de um sistema total.
Até então, o ambiente externo era desconsiderado no estudo da organização.
Conceitos modernos defendem a idéia da
organização como um sistema aberto, sofrendo
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Cultura e Poder nas Organizações
e proporcionando influências no ambiente em
que está inserida, dependendo desta troca de
energia para atingir seus objetivos.
Sistema pode ser definido como um conjunto
de elementos interativos que recebem entradas
(inputs) do ambiente transformam-nas e
apresenta resultados ao ambiente externo
(output).
CHIAVENATO (1999) diz que sistema é:
• um conjunto de elementos, que são partes ou órgãos componentes de sistemas, isto é, subsistemas; • dinamicamente inter-relacionados, formando uma rede de comunicação e relação de dependência recíproca entre eles; • desenvolvendo uma atividade ou função; • para atingir um ou mais objetivos; • Operando sobre dados/energia/matéria; • Colhidos no meio ambiente que circunda o sistema, e com o qual o sistema interage dinamicamente; • Para fornecer informações/energia/matéria.
Desta forma, reconhece que a organização mantém um relacionamento dinâmico no
ambiente no qual se insere, recebendo as várias entradas, transformado-as e
devolvendo-as para o ambiente. Dependendo da maneira como se relacionam com
o ambiente, os sistemas classificam quanto a sua natureza em fechados e abertos.
Sistemas fechados não apresentam intercâmbio com o ambiente, enquanto sistemas
abertos são os que se relacionam com o ambiente que os circunda por meio de
entradas e saídas.
Um sistema é considerado aberto quando interage com o seu ambiente e é
considerado fechado quando não interage. Todas as organizações interagem com o
seu ambiente, mas o grau de interação varia.
O sistema aberto tem uma variedade enorme de entradas e saídas com relação ao
ambiente externo, com um dinâmico relacionamento com seu ambiente. Partindo-se
Segundo Pereira In: Catelli
(1999), ...como um sistema aberto, a
empresa encontra-se permanentemente interagindo com
seu ambiente. Como sistema dinâmico, realiza uma atividade ou
um conjunto de atividades, que a mantém em constante mutação e
requerem seja constantemente orientadas ou reorientadas para uma
finalidade principal.
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Cultura e Poder nas Organizações
da visão da organização como um sistema aberto, conceituam-se as organizações
através das seguintes características:
• A organização deve ser concebida como um sistema aberto, isto é, em constante
interação com os ambientes, importando deles matérias-primas, pessoas, energia
e informação, transformando-os em produtos ou serviços que serão exportados
para aqueles ambientes;
• A organização precisa ser entendida como um sistema com múltiplas funções e
objetos os quais envolvem múltiplas interações entre ela e os ambientes;
• A organização é composta de vários sub-sistemas em interação dinâmica:
humano, tecnológico, estrutural e administrativo;
• A organização existe dentro de um conjunto de meios ambientes dinâmicos,
constituídos de vários outros sistemas, alguns maiores outros menores que a
organização.
Os sistemas abertos apresentam características comuns, sendo elas:
• Importação de energia – a organização sendo um sistema aberto é receptor de
insumos existentes no ambiente;
• Transformação de energia – a organização utiliza os insumos importados e
transforma-os em novos produtos;
• Exportação de energia – a organização leva seus insumos transformados ao meio
ambiente;
• Caráter cíclico do padrão de atividade de troca de energia – os produtos
exportados ao ambiente servirão de insumos para outras organizações que
renovarão o ciclo;
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Cultura e Poder nas Organizações
AMBIENTE EXTERNO
• Entropia Negativa – é a necessidade da organização de buscar sempre mais
fonte de energia dos que emitir, visando deter a tendência de se deteriorar ou
parar;
• Estado firme ou homeostase – constância no intercâmbio de energia importada e
exportada ao ambiente. Diz respeito à auto – regulação e a capacidade de
conservar seu estado equilibrado.
Os sistemas abertos têm fluxos de informações de materiais e de energia (inclusive
humana), que entram no sistema vindo do meio ambiente como insumos, passam
pelo processo de transformação e saem do sistema como produtos. A chave de
controle para o fluxo é o feedback, onde os resultados das ações retornam ao
indivíduo, permitindo que os procedimentos de trabalho sejam analisados e
corrigidos. Isto pode ser visualizado através da figura na pagina subseqüente:
Figura 1: Os fluxos e o feedback num sistema aberto Fonte: Adaptado de STONER e FREEMAN (1999)
Feedback
Insumo (Recursos)
• Humano • Capital - Terreno - Equipamento - Construção • Tecnologia • Informação
Processo de
Transformação ou de Conversão
Produto • Bens • Serviços • Outros
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Cultura e Poder nas Organizações
1.3 O AMBIENTE ORGANIZACIONAL
O mundo hoje é caracterizado por um ambiente em
constante mudança. O ambiente que envolve as
organizações é extremamente dinâmico, exigindo
delas uma elevada capacidade de adaptação como
condição de sobrevivência.
As empresas estão inseridas em um meio onde
interagem várias forças que de alguma forma irão
influenciá-las. O campo onde estas forças são
atuantes é gerador de recursos, interferindo na
tomada de decisões.
Cada sistema existente constitui-se em vários subsistemas os quais podem ser
desdobrados em outros subsistemas componentes e assim por diante.
Por outro lado, cada sistema é parte integrante de um sistema maior que constitui o
seu ambiente.
Para se conhecer adequadamente uma organização, deve-se antes de tudo
compreender o contexto em que ela está inserida, uma vez que uma organização não
vive isolada e nem é auto-suficiente. É no ambiente que as organizações obtém
recursos e informações necessários ao seu funcionamento e é no ambiente que
colocam os resultados de suas operações e atividades.
Toda organização existe e opera em um ambiente, sendo este, portanto, tudo o que a
envolve extremamente. O ambiente proporciona os recursos de que a organização
precisa para existir. E é no ambiente que a organização coloca seus resultados.
Entretanto, nem sempre ele é uma fonte de recursos e insumos, tornando-se muitas
vezes, uma fonte de ameaças e contingências à organização.
Para se conhecer adequadamente uma organização, deve-se antes de tudo compreender o contexto em que ela está inserida, uma vez que uma organização não vive isolada e nem é auto-suficiente. É no ambiente que as organizações obtém recursos e informações necessários ao seu funcionamento e é no ambiente que colocam os resultados de suas operações e atividades.
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Cultura e Poder nas Organizações
A manutenção da organização depende de certo grau de intercâmbio com segmentos
externos diferentes condições ambientais exigem diferentes tipos de acomodações
estruturais para que a organização atinja um elevado nível de performance. Três
condições ambientais têm sido consideradas importantes, que são:
- Variabilidade ambiental – é o grau de mudança que caracteriza as atividades
ambientais relevantes, que pode ser vista a partir de três variáveis: a freqüência de
mudanças, o grau de diferença de cada mudança e o grau de irregularidade no
padrão global de mudança. Quanto mais alta a variabilidade ambiental, mais a
estrutura deve ser adaptativa.
- Complexidade ambiental – é a heterogeneidade e a variação de atividades
ambientais relevantes, de forma que quanto maior o grau de complexidade maior a
profusão de informação ambiental experimentada pelos tomadores de decisão.
- Repressão ambiental – é o grau de ameaça que os tomadores de decisão
enfrentam, decorrentes da competição, hostilidade e até mesmo da indiferença
externa na perseguição aos objetivos. Como conseqüência, há uma tentativa de
centralizar a tomada de decisões e exercer controles mais rígidos.
As empresas constituem organizações inventadas pelo homem para adaptarem a
circunstâncias ambientais a fim de alcançarem objetivos. Como sistema aberto, a
organização opera em um ambiente que a envolve e a rodeia. De um ponto de vista
mais genérico, ambiente é tudo o mais que existe ao redor da organização. Como o
ambiente é vasto, amplo e difuso torna-se difícil avançar neste conceito. Para
operacionalizar o conceito de ambiente, analisa-o sob a ótica de macro ambiente
(ambiente geral) e sob a ótica de micro ambiente (ambiente específico ou tarefa).
O ambiente macro ou ambiente geral é constituído de todos os fatores econômicos,
tecnológicos, sociais, políticos legais, culturais, demográficos, etc, que ocorrem no
mundo todo e na sociedade em geral.
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Cultura e Poder nas Organizações
Pode ser definido como os vários fatores ou ações que ocorrem alheios ao controle
da organização, contribuindo de maneira geral nas estratégias adotadas e nas ações
empresariais. O ambiente geral é bastante amplo, recebendo uma influência muito
grande, mas provocando influência pouco relevante.
O micro ambiente ou ambiente específico (tarefa) pode ser caracterizado como o
ambiente mais próximo e imediato à organização, sendo que cada organização tem
seu próprio ambiente específico, de onde obtém suas entradas e no qual coloca suas
saídas ou resultados. É, portanto, no ambiente específico que a organização
desenvolve suas atividades, constituindo-se no cenário de suas operações.
A distinção entre ambiente geral e específico depende das atividades centrais de
cada organização. O ambiente geral é igual para todas as organizações, enquanto o
ambiente específico varia dependendo dos produtos e mercados que a organização
tiver atuando.
No entanto, nem tudo que acontece no ambiente é percebido ou tem importância
relevante para a organização. Tendo em vista a percepção dos membros da
organização, classificam-se em real e percebido.
O ambiente real ou objetivo consiste nas entidades, objetos e condições fora das
fronteiras da organização, sendo que cada organização tem um ambiente real ou
objetivo que é externo e mensurável.
O ambiente real é constituído de um conjunto de condições objetivas que podem criar
pressões para a transformação, a ponto de a viabilidade da empresa depende de que
suas dimensões desenvolvidas sejam apropriadas para aquelas condições
ambientais. É, portanto, externo à organização e pode ser mensurado pela utilização
de indicadores objetivos, econômicos, financeiros, demográficos, mercadológicos,
humanos e físicos.
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Cultura e Poder nas Organizações
A percepção do ambiente real ou objetivo por parte dos indivíduos, constitui o
ambiente percebido ou subjetivo, consistindo, portanto, na interpretação subjetiva do
ambiente real.
A reação das pessoas advém da percepção que elas têm do ambiente, e não do que
está acontecendo realmente nele. Desta forma, dentro de um mesmo ambiente,
encontram-se organizações que interpretam o ambiente de formas diversas e com
isto, adotando atitudes diferentes.
Verifica-se, portanto, que uma vez que as organizações fazem parte de ambientes
elas não são auto-suficientes nem independentes. Assim como, organismos vivos, as
organizações precisam estabelecer relações com o ambiente externo para suprir suas
necessidades e garantir recursos para sua sobrevivência e desenvolvimento, tendo
que ser cada vez mais aberta para atuar num ambiente volátil e mutável.
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Cultura e Poder nas Organizações
2 A CULTURA E O PODER NAS ORGANIZAÇÕES
Como uma organização se comporta em fase de
mudanças? Como interagem seus
administradores? Como são as formas de escala
de poder? Como são propostas as modificações
para que esta organização possa chegar a ser
referencial em sua área?
É necessário discutir quais as principais
dificuldades para que haja esta mudança e
delinear os caminhos a serem tomados para que
a transição seja feita de forma a auxiliar o
desenvolvimento da organização.
Com as grandes mudanças que vêm ocorrendo, pouco tempo resta para que as
empresas, as famílias e a sociedade se preparem a fim de garantirem uma
sobrevivência feliz e realizadora em um cenário globalizante, com uma nova
realidade de vida de um mundo em transformação e em crescente complexidade,
pois, segundo Morgan (1986), "os nossos estilos de pensamento raramente
acompanham essa complexidade".
Estamos novamente diante de mudanças, então, é relevante a colocação de Toffler
(1995, p.45) ao dizer que: "Começar o processo de reconstrução de uma civilização
para o Século XXI é uma responsabilidade daqueles que têm uma missão especial –
a de criar bases sólidas: culturais, políticas, econômicas e sociais para nós e para as
gerações futuras".
Toda mudança implica renovação cultural. Para a empresa, representa vivenciar
novas práticas organizacionais, adquirindo uma nova filosofia de trabalho. Para as
pessoas, representa uma revisão do desempenho profissional, em adequação às
novas necessidades da empresa.
“Não existem culturas superiores ou inferiores, mas sim, culturas
diferenciadas.”
(http://www.institutomvc.com.br)
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Cultura e Poder nas Organizações
A constatação de que o diferencial competitivo de uma organização ocorrerá a partir
do comprometimento das pessoas torna a identificação de expectativas,
necessidades e níveis de satisfação dos indivíduos perante a organização
estratégica para a eficácia organizacional.
O enfoque na gestão de pessoas coloca o conhecimento da cultura organizacional,
como importante termômetro para a proposição e condução de ações de mudanças,
pois possuir tais informações permite à organização reavaliar, planejar e
desenvolver relações de trabalho produtivas e pro ativas de seus colaboradores, fato
este de grande valor para a busca dos objetivos organizacionais, pois para se
compreender como as organizações funcionam, é necessário, em primeiro lugar,
compreender como funcionam as pessoas nessas organizações.
Sob este aspecto, deve-se considerar, como de fundamental importância, o
conhecimento da cultura organizacional, pois a sua avaliação pode fornecer belos
rendimentos para a compreensão do funcionamento organizacional, revelando a
predisposição ou não dos funcionários para a implantação ou manutenção das
práticas administrativas.
É interessante a colocação de Drucker (1986, p.56), quando enfatiza que:
"Nos preocuparemos muito menos com o desenvolvimento da administração (isto é, da adaptação do indivíduo às exigências da organização) e muito mais com o desenvolvimento da organização (isto é, da adaptação da companhia às necessidades, aspirações e potencialidades do indivíduo)".
A cultura e poder nas organizações têm funções intrínsecas no desenvolvimento
organizacional.
O poder leva em conta o auto - interesse e a formação básica do poder individual
através de suas atitudes. Já a cultura vai levar em consideração o interesse do
grupo através de sentimentos compartilhados, crenças, hábitos e tradições, sendo
parte intrínseca de um “caráter organizacional”.
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Cultura e Poder nas Organizações
2.1 CULTURA ORGANIZACIONAL
Nossas vidas estão intimamente ligadas às
organizações, porque necessitamos delas em
todas as circunstâncias, ou seja, quando
nascemos, crescemos, aprendemos, trabalhamos,
nos alimentamos, nos divertimos e morremos. O
homem moderno é incapaz de viver fora das
organizações.
Segundo Drucker (1986), nossa sociedade está
se tornando rapidamente uma sociedade de
organizações; todas as instituições terão de fazer
com que o atendimento de valores, crenças e
propósitos sociais básicos seja um importante
objetivo de suas atividades contínuas e não uma
responsabilidade social que restringe ou se situa
fora de suas funções fundamentais.
Assim, a sociedade moderna requer um tipo todo
especial de personalidade, na qual estejam
presentes a flexibilidade, a resistência, a
frustração, a capacidade de adiar as recompensas
e o desejo permanente de realização.
A flexibilidade torna-se mais do que uma
necessidade, é um tipo de vida em que tudo se
transforma rapidamente.
A grande tolerância à frustração e a capacidade de adiar as recompensas agem
como compensações à necessidade que o homem tem de se entregar as tarefas
rotineiras na organização, esquecendo-se de preferências e laços pessoais.
CHIAVENATO (1999) afirma que cultura
organizacional significa “um modo de vida, um sistema de
crenças, expectativas e valores, uma forma de
interação e relacionamento típicos de determinada
organização.”.
As organizações, para Morgan (1996):
são consideradas
como minissociedades que têm os seus próprios padrões
distintos de cultura e subcultura, podendo ver-se
como um grupo bem integrado ou uma família que acredita no
trabalho conjunto.
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Cultura e Poder nas Organizações
As organizações, para Morgan (1996), são consideradas como minissociedades que
têm os seus próprios padrões distintos de cultura e subcultura, podendo ver-se como
um grupo bem integrado ou uma família que acredita no trabalho conjunto.
As organizações são criadas com a função de suprir alguma necessidade do
homem, e, para isso, precisa de uma estrutura de pessoas nela envolvidas e
pertencentes à sociedade global. Nascem a partir de idéias de pessoas com
potencial suficiente para levar consigo um grupo de colaboradores. Desta forma, é
inegável que a organização nada mais seja do que uma expressão cultural, uma
reprodução próxima de seu fundador, pois seu alicerce fundamenta-se nos valores
iniciais trazidos pelo fundador, para constituí-la e administrá-la.
Podemos entender, então, que a organização é, em sua essência, o produto da
integração dos membros que a compõem, pois o resultado das mais diversas
personalidades que nela interagem com os seus valores e crenças possibilitam à
empresa constituir uma identidade própria.
O homem, ao iniciar uma atividade em uma organização, traz consigo todo um
conjunto de expectativas que anseia concretizar, objetivando a sua auto-realização.
Por outro lado, a organização também espera que esta mesma pessoa seja capaz
de satisfazer as suas necessidades, criando princípios que norteiem o
comportamento de seus empregados.
E, ainda as organizações estabelecem a sua cultura e a sua subcultura
considerando a sua natureza institucional, o momento histórico da sua criação, bem
como os elementos que a irão constituir. Este grupo de componentes se articulam
entre si de forma a consolidar a cultura organizacional.
Cada organização possui uma cultura própria, que lhe é peculiar, resultante de
diversos fatores como história, ideologia, tamanho, tecnologia, processos
administrativos, ambiente e pessoas. Os valores desenvolvidos pelas pessoas que
fazem parte da organização destacam-se entre as características de sua cultura.
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Cultura e Poder nas Organizações
Nas organizações, a cultura é formada pelos fatos
e fatores positivos e negativos, internos e
externos, relevantes ou cotidianos que compõem
a sua história, sendo que cada uma delas, de
conformidade com seu ramo de atuação, vai
adquirindo com o passar do tempo, características
próprias e passando a seguir as tendências de
determinada época.
A organização, apesar de possuir sua estrutura
cultural não se faz sozinha: ela conta com a
atuação de todos os seus colaboradores e seus
dirigentes e, de acordo com os destinos que estas
pessoas lhe dão, é que vai escrevendo sua história, se formando seu presente, e
consequentemente, projetando seu futuro.
Ao formar seu quadro de pessoas, a empresa se preocupa com a qualificação
profissional de seus futuros contratados, não sendo traçado um perfil econômico-
social que deva ter uma pessoa que venha a ser seu colaborador. Em decorrência
disso, a cada etapa de vida da empresa, vão sendo agregados valores parecidos ou
radicalmente diferentes aos da própria empresa. Um novo diretor, gerente, ou
qualquer outra função, ao receber um novo ocupante, traz à empresa novas
experiências pessoais e profissionais, enriquecendo e contribuindo para a cultura
organizacional.
Isso não significa que a empresa viva em constante mutação cultural, posto que ela
tem seu próprio perfil, estilo e segue suas próprias tendências, pois se assim não o
fosse, a organização não suportaria. O que ocorre é a junção e agregação de novas
experiências que podem ser, ou não, levadas adiante e seguidas pela organização.
Processo inverso também ocorre com igual freqüência, pois os componentes de
uma instituição, além de trazer consigo novos valores, também os adquire face à
CHIAVENATO (1999) afirma que cultura
organizacional significa “um modo de vida,
um sistema de crenças, expectativas e valores, uma
forma de interação e relacionamento típicos de
determinada organização.”
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Cultura e Poder nas Organizações
sua vida profissional. Dessa forma, vemos que a empresa recebe e empresta
cultura.
A conseqüência imediata de se crer na existência de uma cultura organizacional é
antes de tudo aceitá-la e entendê-la como:
• Conjunto de características que diferem de uma organização para outras e
condicionam comportamentos típicos para a ação e reação às provocações
ambientais;
• Tendência a defender e preservar hábitos que caracterizaram a singularidade da
organização e que no passado garantiram sua sobrevivência;
• Possibilidade de mudança inovações essencialmente por forças externas na
produção de novas idéias e de grande impacto.
CHIAVENATO (1999) afirma que cultura organizacional significa “um modo de vida,
um sistema de crenças, expectativas e valores, uma forma de interação e
relacionamento típicos de determinada organização.”
Define-se cultura organizacional como um conjunto de produtos através dos quais o
sistema é estabilizado e perpetuado. Estes produtos incluem mitos, sagas,
linguagens, metáforas, cerimônias, rituais, sistemas de valores e normas de
comportamento.
Portanto, cultura organizacional é:
“um conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com problemas de adaptação externa e de integração da organização e que funcionam bem o suficiente para serem consideradas válidas e ensinadas a novos membros como forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a estes problemas.”
A cultura é uma força influente em todas as organizações, podendo ser dividida nas
seguintes etapas:
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Cultura e Poder nas Organizações
- Enraizamento – é a difusão do pensamento acerca da “filosofia da organização”
pelo seu líder máximo;
- Desenvolvimento – à medida que a organização vai crescendo, seus novos
membros vão inserindo novas tradições, crenças, hábitos, criando e reforçando a
cultura.
- Os novos membros que vão sendo escolhidos para ingressarem na organização
têm que ter um perfil pra adaptarem e identificarem-se com os sistemas, crenças e
hábitos organizacionais existentes.
Logo, podemos observar o quanto a cultura exerce um papel importante sobre o
indivíduo dirigindo a sua conduta, os seus pensamentos e os seus sentimentos. No
entanto, o ser humano não está sujeito apenas à herança cultural, mas também à
influência de regras e normas que regulam o comportamento dos colaboradores
dentro das organizações de trabalho.
Sabendo-se que a cultura é um conjunto de características singulares de
determinado agrupamento social e que a organização, sendo um agrupamento
social, também possui sua cultura própria. Então, o que se espera, é que as pessoas
que trabalham na organização devam ter a mesma cultura, ou seja, a mesma
maneira de ser, pensar e agir.
A cultura é como uma ideologia, tendo esta como significado, um rico sistema de
valores e crenças sobre uma organização, compartilhados pelos seus membros que
a distinguem de outras organizações. A característica chave para a cultura
organizacional é seu poder unificador, integrando as metas individuais às
organizacionais gerando os seguintes efeitos:
-Faz com que os laços do indivíduo sejam criados à empresa, uma vez que cria no
indivíduo a sensação de pertencer à organização;
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Cultura e Poder nas Organizações
-Cria o “espírito de corpo” em que o indivíduo juntamente com os demais indivíduos
da organização defende os interesses da organização;
-Faz com que os objetivos da organização passem a ser objetivos do indivíduo.
Todo indivíduo, no momento em que passa a compor um grupo social, incorpora os
valores, sentimentos e condutas direcionados por esse grupo. Assim, ao fazer parte
de uma organização, o trabalhador se ajusta a esses elementos de modo a cooperar
para a realização dos objetivos organizacionais indo em busca, também, da
satisfação de suas necessidades.
Segundo Aquino (1991), a obra humana na qual se inclui a empresa é uma
expressão cultural e uma reprodução próxima de seu criador. Para ele, as bases de
uma empresa resultam dos valores iniciais inoculados pelos pioneiros.
O resto é conseqüência dos valores nela internalizados em seus primeiros anos de
existência.
O que se compreende, então, é que a cultura de uma organização compõe a cultura
da sociedade na qual está inserida, servindo para uma maior e melhor compreensão
da gestão empresarial, demonstrando a significativa contribuição do mundo
organizacional para a visão de mundo do grupo social sobre a qual exerce
influência. Sintetizando, podemos dizer que: as organizações interferem
concretamente na cultura da sociedade à qual pertencem e concomitantemente são
influenciadas por variáveis culturais desta mesma sociedade.
Distinguem-se três níveis da análise da cultura das organizações:
a) O primeiro nível relaciona-se com a cultura observável ou a "forma que
fazemos as coisas por aqui." São métodos que o grupo criou e que ensina para os
novos membros. A cultura observável inclui histórias únicas, cerimônias e rituais
corporativos, que contam a história de um grupo de trabalho bem sucedido.
22
Cultura e Poder nas Organizações
b) O segundo nível de análise mostra que os valores compartilhados podem
desempenhar um papel importante na ligação entre as pessoas e podem ser um
poderoso mecanismo de motivação para os membros desta cultura. Em análise
cultural, o termo compartilhado quer dizer que o grupo é um todo.
c) No terceiro nível e mais profundo da análise cultural, temos as suposições
comuns, ou as verdades implícitas que o conjunto dos membros da corporação
compartilha em decorrência da experiência conjunta.
Partes importantes da cultura de uma organização têm origem na experiência
coletiva de seus membros. Estas experiências podem ser observadas no dia a dia
da organização, ou quando se pede para que os membros da mesma possam falar
sobre ela.
Estes elementos culturais de cada organização podem ser um grande fato de
competitividade, de identidade, fazendo com que a organização possa se diferenciar
das concorrentes.
Na análise organizacional, história, ritos e símbolos devem ser vistos de perto, pois
estes elementos revelam como a organização funciona, qual a missão real da
organização (história) e como as pessoas se integram. A história dentro da
organização, além de relatar os feitos dos seus fundadores, torna conhecida qual a
sua missão, serve também para situar os novos membros dentro do contexto. É
importante salientar que, na grande maioria das vezes, a história contada não é
totalmente precisa.
Em essência, as histórias mostram como os membros da organização enxergam o
mundo e como reagem uns aos outros.
Schermerhorn (1999, p.199) diz que os ritos e rituais são alguns dos aspectos mais
óbvios da cultura organizacional. Para ele, Os ritos são atividades padronizadas e
repetitivas usadas em épocas especiais para influenciar o comportamento e
entendimento dos membros da organização; os rituais são sistemas de ritos. Outro
23
Cultura e Poder nas Organizações
aspecto que deve ser observado são os símbolos de uma organização. Por símbolo
cultural entende-se qualquer objeto, ato ou evento que sirva para transmitir um
significado cultural encontrado nas organizações.
Toda organização tem suas regras e papéis culturais, que mudam de organização
para organização. Estas regras e estes papéis especificam quando diversos tipos de
ações são adequados e a posição dos membros individuais no sistema social; por
exemplo, como age cada gerente dentro da organização.
Para analisar uma cultura organizacional, não basta apenas ver seus aspectos
observáveis: é necessário ver seus valores implícitos, ou seja, aqueles que fazem os
elementos daquela organização pensarem e sentirem da mesma forma.
Estes valores são compartilhados entre os membros, podendo levar a um grande
desempenho da organização, como também fazer com que qualquer mudança seja
mais difícil. Essa análise deve ser feita com bastante atenção, pois, muitas vezes,
estes valores implícitos estão baseados em mitos organizacionais, ou seja, crenças
não confirmadas e geralmente não declaradas, que são aceitas sem qualquer
análise.
Os valores implícitos geralmente são formados por lideranças que acabam
marcando seu modo de ser e pensar na organização. Nos dias de hoje, mais do que
nunca, as organizações precisam se repensar, mas a cultura organizacional está
arraigada em seus membros, sendo difícil, muitas vezes, um processo de mudança,
pois esta gera, na maioria, desconforto, requer um novo procedimento, um pensar
diferente, uma nova postura.
O grande desafio que se põe hoje é conscientizar a organização que a mudança não
é apenas necessária, mas essencial para que ela possa responder às necessidades
da comunidade em que está inserida.
Portanto, para analisar uma cultura organizacional, não basta apenas ver seus
aspectos visíveis. Fazem-se necessários também, ver seus valores implícitos, ou
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Cultura e Poder nas Organizações
seja, aqueles que fazemos elementos daquela organização pensar e sentirem do
mesmo modo. Estes valores são compartilhados entre os membros, podendo levar
a um grande desempenho da organização, como também fazer com que qualquer
mudança seja mais difícil. Esta análise deve ser feita com bastante atenção, pois
muitas vezes, estes valores implícitos estão baseados em mitos organizacionais, ou
seja, crenças não confirmadas e geralmente não declaradas, que são aceitas sem
qualquer análise.
Os valores implícitos são geralmente formados por lideranças que acabam
marcando o modo de pensar e ser da organização.
2.1.1 CLIMA ORGANIZACIONAL
Falar em clima organizacional é nada mais nada
menos do que abordar o que é conhecido como
"ambiente organizacional" ou "ambiente de
trabalho", pois, o ambiente de trabalho é o palco
onde o indivíduo coloca as suas projeções, os
seus desejos e desempenha seu papel.
É através do trabalho que o homem participa das relações sociais e transfere os
seus anseios infantis e sua história afetiva.
Cevedon (1994, p.115) nos diz que se os trabalhadores forem aceitos como
agentes da organização, portadores de uma personalidade madura e lhes for
permitido expressar suas necessidades, bem como concretizá-las, o seu ambiente
será sadio, predisposto ao crescimento, tanto organizacional quanto pessoal.
Clima organizacional é o reflexo do estado de espírito ou do ânimo das pessoas, que
predomina numa organização, em um determinado período. Ressalta-se, que é
importante destacar o fator tempo no conceito, uma vez que o clima organizacional é
instável, conforme a influência que sofre de algumas variáveis.
Cevedon (1994,
p.115) nos diz que se os trabalhadores forem aceitos
como agentes da organização, portadores de uma
personalidade madura e lhes for permitido expressar suas
necessidades, bem como concretizá-las, o seu ambiente
será sadio, predisposto ao crescimento, tanto
organizacional quanto pessoal.
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Cultura e Poder nas Organizações
Para que se consiga manter um clima organizacional adequado, deve haver uma
transparência de propósitos, onde os colaboradores em todos os níveis tenham
confiança e sejam respeitados em relação às suas expectativas futuras, pois
conforme Kanaane (1995), o relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho
reflete o grau de participação e colaboração dos envolvidos e captar o clima e a
cultura organizacionais e atuar no sentido de adaptá-los, tanto às demandas internas
quanto às externas, vem atestar o processo contínuo de desenvolvimento das
organizações.
Há algumas variáveis que afetam o clima organizacional como conflitos entre
pessoas, fatores positivos e negativos que ocorrem no ambiente de trabalho, bem
como pelos fatores externos que ocorrem no contexto sócio-econômico e político,
como também, na vida particular dos funcionários.
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Cultura e Poder nas Organizações
2.2 O PODER ORGANIZACIONAL
No dia-a-dia de nossa vida, deparamos com várias situações em que as formas de
poder são caracterizadas pelas ações das pessoas e das organizações.
Em nossa casa, nas organizações, no trabalho, nos estabelecimentos de ensino,
nas ruas, estamos, todo o tempo, sendo instigados a observar como o
comportamento humano e das organizações se apresenta, condicionando as
atitudes, pensamentos e reflexões.
Jesus, César, Gengis Kan, Maquiavel, Santo Agostinho, Eistein, Juscelino
Kubitchek, IBM, Xerox, Du Pont, Ford, Coca-Cola, Boticário, Ford, Secretaria da
Receita Federal, Embrapa, Eletronorte, Semco, Copesul, Bahia Sul Celulose,
WEG,Politeno, Serasa, Petrobras, Alcoa, Promon Engenharia, são exemplos de
pessoas e organizações, sejam elas públicas ou privadas, que utilizaram sua
maestria com poder focado em propósitos, acarretando transformações na essência
do mundo.
Essas transformações criaram novas estruturas
e processos de negócios, os quais se
ajustaram aos efeitos e necessidades de todos
os envolvidos, ativando a inteligência das
pessoas por meio de um significado
compartilhado de uma mudança, gerando a
próxima mudança, ou seja, o constante que
não pára nunca.
Entretanto, uma pergunta se faz presente: de
onde vem o poder? O que é que determina a
capacidade de influência que uma pessoa
possui sobre outra para gerar resultados?
Como uma organização influência o
comportamento de tantas outras?
Conforme o próprio autor deste artigo:” poder pode ser entendido
como a capacidade que uma pessoa possui para influenciar a conduta e o
comportamento de outra, de maneira que, sem o apoio desta
pessoa nada se concretizaria.”
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Cultura e Poder nas Organizações
Definir poder pode ser algo tão simples quanto beber água, ou algo tão complexo
quanto descobrir quantas vezes os fractais adotam formas idênticas para a definição
de uma situação previsível.
Poder pode ser entendido como a capacidade que uma pessoa possui para
influenciar a conduta e o comportamento de outra, de maneira que, sem o apoio
desta pessoa nada se concretizaria. Ou seja, poder, para ser exercido, necessita de
uma relação sistêmica entre no mínimo dois atores, gerando um resultado que
provoca mudanças. Este mesmo enunciado se aplica às organizações e aos demais
sistemas vivos.
Figura 2 – Relação Causa-Efeito Poder – Elaboração do autor
2.2.1 FONTES, FORMAS E BASES DE PODER
Quando estamos em uma organização e notamos a forma de trabalho das pessoas
e os resultados apresentados, ficamos indagando: como pode tanto esforço gerar
tão pouco resultado? Ou, como ações simples geram resultados fantásticos?
PODER Comporta menos
Resultados
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Cultura e Poder nas Organizações
Via de regra, quando analisamos o contexto organizacional, notamos que o poder
aumenta ou diminui através da existência, ou não, de vários fatores. O poder é
gerado ou retirado de acordo com as características descritas:
Quadro 1 – Matriz de Poder de Kenter
Fatores
determinantes de
poder
Poder é gerado quando os
fatores são caracterizados
pela...
Poder é subtraído
quando os fatores são
caracterizados pela....
Regras inerentes ao cargo
Existência de poucas regras nas organizações
Existência de muitas regras nas organizações
Predecessores no cargo
Pouca existência de predecessores
Existência de muitos predecessores
Rotinas estabelecidas Existência de poucas rotinas estabelecidas
Existência de muitas rotinas
Variedade das tarefas Grande diversidade nas tarefas
Existência de tarefas únicas
Recompensa por confiabilidade/previsibilidade
Não existência de padrões de concessões
Definições claras e rígidas de concessões
Recompensas por desempenho incomum/inovação
Existência de constantes ações que produzam recompensas e reconhecimentos
Puçás práticas relacionadas com recompensas e reconhecimentos
Flexibilidade no uso de pessoas
Alta flexibilidade na alocação de pessoas para o desenvolvimento de trabalhos
Baixa flexibilidade para a alocação de pessoas em projetos e demais atividades
Aprovações necessárias para decisões não rotineiras
Muita autoridade Pouca autoridade
Visibilidade das atividades do cargo
Alta visibilidade em termos de estratégias e ações
Baixa visibilidade em termos de estratégias e ações
Foco nas tarefas Ênfase no todo da organização
Ênfase somente em sua área de atuação
Contatos interpessoais no cargo
Realização de muitos contatos formais e informais
Realização de poucos contatos formais e informais
30
Cultura e Poder nas Organizações
Contatos com executivo sênior
Constância de contato Realização de poucos contatos
Participação em programas, conferências e reuniões
Elevada freqüência Baixa freqüência
Participação em força-tarefa para solução de problemas
Constância na participação Baixa participação
Quadro 1 – Matriz de Poder de Kenter
Tais fatores, quando analisados sob a ótica organizacional, faz com que se
questione vários pontos:
- até que pontos as pessoas que atuam nas organizações são capazes de aumentar
a competência técnica de uma equipe de trabalho, ou unidade organizacional, com a
contratação de mais profissionais talentosos?
- até que pontos as pessoas que atuam nas organizações são capazes de conseguir
aprovação de despesas acima do orçamento definido para o seu trabalho?
- até que pontos as pessoas que atuam nas organizações são capazes de conseguir
aumentos de salários acima da média da empresa para uma determinada equipe?
- até que pontos as pessoas que atuam nas organizações são capazes de incluir
projetos específicos de uma equipe de trabalho na pauta de reuniões estratégicas da
diretoria?
- até que pontos as pessoas que atuam nas organizações são capazes de conseguir
acesso rápido a tomadores de decisões da alta direção da empresa e influenciar os
destinos de projetos, recursos, dentre outros?
31
Cultura e Poder nas Organizações
- até que pontos as pessoas que atuam nas organizações são capazes de conseguir
com antecedência informações sobre decisões e mudanças da política na
organização?
- até que pontos as pessoas que atuam nas organizações são capazes de interceder
favoravelmente por alguém com problemas na organização?
Esses questionamentos fazem refletir que tais procedimentos ocorrem quando, nas
organizações, as pessoas detêm alguma forma de influenciar destinos e resultados.
Essa forma denomina-se bases do poder.
Caracterizamos a seguir, cinco bases do poder: coercitivo, recompensa, legítimo, de
competência e de referência.
- Poder coercitivo: pode ser definido como aquele emergente do medo que as
pessoas possuem, em gerar resultados negativos, oriundos da não-realização de
concordâncias nas relações entre as pessoas da organização. Ou seja, pessoas que
não detém nenhuma forma de poder se abastem de compartilhar os pensamentos,
desejos, idéias e tudo o mais, com o receio de sanções como críticas, discriminação
decorrente da censura, e atém mesmo a mudança da situação de conforto em que
se encontram.
Figura 3 – Características do Poder Coercitivo
Estigma Negativo
Sanção
Desprestígio
Desconsideração
Desapreço Rejeição
Reprovação
Afastamento
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Cultura e Poder nas Organizações
Poder de recompensa: ao contrário do poder coercitivo, origina-se da vontade das
pessoas em gerar resultados positivos oriundos da realização de concordância nas
relações entre as pessoas, ou seja, realizar ações convergentes com o que é
requerido proporciona situações de conforto para as pessoas, bem como
reconhecimento e incentivos nas organizações.
Figura 4 – Características do Poder de Recompensa
- Poder legítimo: representa o poder que a pessoa recebe em decorrência de sua
posição na hierarquia formal de uma organização, acarretando a aceitação pelas
diversas pessoas da autoridade que lhe foi investida. Nesta caracterização, a
pessoa pode utilizar os poderes de Coerção e de Recompensa no desempenho de
suas atividades;
Exemplo a ser Seguido
Incentivos
Prestígio
Reconhecimento
Estimas Sociais Aceitações
Aprovações
Integrações
33
Cultura e Poder nas Organizações
Figura 5 – Características do Poder Legítimo
- Poder de competência: é identificado através da influência exercida pelas
pessoas em função de sua especialização, conjunto de competências, habilidades
especiais ou conhecimento adquiridos ao longo do desempenho das atividades e
vivências na sociedade.Vemos ao longo do tempo, várias pessoas optando por
continuar como técnicos, consultores organizacionais, professores, analistas,
pesquisadores, dentre outras ocupações, a ser ocupante de um mero cargo
gerencial.
Entretanto, vemos também, em função dos compromissos de vida e anseios,
pessoas conjugando os poderes de competência e legítimo para conseguirem gerar
resultados maiores comparados a uma base única.
Afastamento
Reprovação
Rejeição Desapreço
Desconsideração
Desprestígio
Estigma Negativo Exemplo a ser Seguido
Integrações
Aprovações
Aceitações Estimas Sociais
Reconhecimento
Prestígio
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Cultura e Poder nas Organizações
Figura 6 - Características do Poder de Competência
- Poder de referência: é caracterizado como o carisma que a pessoa possui,
proporcionando a influência deste sobre outras pessoas, provocando mudanças.
Incular Idéias
Influência
Transmitir Propósitos
Incutir Aspirações
Inspirar Valores Induzir Opiniões
Lucitar ao Trabalho
Buscar Resultados
35
Cultura e Poder nas Organizações
Figura 7 - Características do Poder de Referencia
Cabe ressaltar que o desenvolvimento das bases de poder descrito acima, depende
sobre maneira das seguintes características:
a) Posição da pessoa na organização, englobando aspectos relacionados com:
• Criticalidade: grau de dependência das pessoas em relação a outra; posição
é mais ou menos crítica em função da freqüência que o seu ocupante é
demando, de quantas pessoas precisa para o seu trabalho, de quantas
posições similares existem na organização e da importância do seu papel no
processo de trabalho.
Incular Idéias
Transmitir Propósitos
Incutir Aspirações
Inspirar Valores Induzir Opiniões
Lucitar ao Trabalho
Buscar Resultados
Mudanças
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Cultura e Poder nas Organizações
• Relevância: relação da pessoa com as prioridades mais altas e estratégicas
da organização.
• Visibilidade: qual o grau de desempenho e de contribuição da posição para
os resultados das organizações, visto por pessoas poderosas dentro da
organização.
• Flexibilidade: margem de autonomia, delegação e desconcentração de
autoridades que uma posição oferece ao seu detentor.
b) Recursos, englobando equipamentos para o trabalho, infra-estrutura necessária,
orçamentos, pessoas, dentre outros.
c) Informação, ou seja, o acesso a documentos e assuntos destinados a poucos
grupos nas organizações.
d) Especialização, que é o conhecimento específico mediante instrução superior ou
experiências de trabalho.
e) Desempenho, pois um histórico de alto desempenho pode ser uma fonte de
poder para pessoas experientes, visto obterem consentimento das organizações
para traçarem o próprio futuro, além de melhorar a reputação das pessoas junto a
seus pares, possibilitando também, novas relações de trabalho e outras fontes de
poder.
f) Atração pessoal, que inclui a personalidade e o comportamento amável traduzido
através de atitudes honestas, disposição para oferecer apoio, excelência,
semelhanças de valores e interesses e disposição para sustentar os custos da
relação.
Para entender a dinâmica do poder, sugere-se a subdivisão nos tipos de poder entre
poder legítimo e poder ilegítimo, que podem ser formal ou informal.
37
Cultura e Poder nas Organizações
Forma Formal (concedido) Informal (concedido)
Poder legítimo: aceito
como adequado
O gerente de um
empregado diz: “pare de
fazer isso e faça aquilo”.
Um colega respeitado ajuda
a resolver um problema
relacionado com a psicologia
do trabalho, mostrando as
formas de identificar o poder.
Poder ilegítimo: não
aceito como
adequado
O gerente de um
funcionário dá indiretas a
respeito de seu
funcionário: “sua mulher
deve trabalhar e não ficar
em casa”.
Um funcionário ameaça bater
em outro quando este
continua produzindo acima
da média do grupo de
trabalho.
Quadro 2 – Tipos de poder
Cabe ressaltar que possuir bases de poder não é suficiente para gerar resultados na
organização. A pessoa detentora do poder deve agir de forma a influenciar,
desprendendo energia e usando as bases do poder de forma inteligente e com
grande habilidade política. Muitas pessoas, mesmo possuindo muito poder, seja ele
formal ou informal, não conseguem produzir resultados, face não possuírem
habilidades políticas para a realização de negociações ante as necessidades das
pessoas com que trabalham. Conseguir com antecedência informações sobre
decisões de mudanças de políticas, aprovação para despesas acima do orçamento,
aumentos de salário acima da média para sua equipe,acesso regular e freqüente a
tomadores de decisões de cúpula, bem como o acesso rápido à cúpula da
organização são exemplos de sucesso quando as pessoas utilizam as bases de
poder com maestria, conseguindo excelentes resultados.
38
Cultura e Poder nas Organizações
2.3 PODER E COMPORTAMENTO
ORGANIZACIONAL
O comportamento organizacional é um jogo de
poder, em que vários jogadores buscam
controlar as decisões e as ações das
organizações. Para compreender o
comportamento de uma organização é
necessário compreender que tipo de
influenciadores está presente, que
necessidades cada um pretende atender na
organização, e como cada um está habilitado a
exercer o poder para atender a essas
necessidades.
Já definimos poder como sendo a capacidade de afetar os resultados
organizacionais, ou seja, refere-se à capacidade potencial de influir nas ações dos
indivíduos ou grupos no sentido de origem determinadas maneiras.
Portanto, poder é definido como a capacidade de conseguir que alguém faça algo
que você quer que seja feito, ou a capacidade de fazer as coisas acontecer do modo
que você quer. A essência do poder é o controle sobre o comportamento dos
outras.
É fundamental observar que o comportamento resulta de um sistema de poder
interno da organização bem como do poder exercido externamente. Embora existam
várias outras forças que afetam as organizações, o poder é muito importante e não
pode ser ignorado pelos interessados em entender como as organizações trabalham
o que fazem e por que fazem.
Uma das áreas aonde o conhecimento do comportamento organizacional esta fazendo sua
maior contribuição é na gestão de mudanças. Entendendo porque as
pessoas se comportam de certa forma inclui o entendimento de
como eles se resistem à mudança e como esta resistência pode ser
superada. (http://www.ogerente.com.br)
39
Cultura e Poder nas Organizações
A relação existente entre o sistema de poder interno da organização e as
interferências do ambiente externo, define quem são os principais jogadores do jogo
do poder organizacional, aqueles que interagem ou barganham para obtenção de
poder junto à organização, criando os influenciadores internos, ou coalizão interna, e
os influenciadores externos ou coalizão externa.
• Influenciadores internos do poder (coalizão interna) gerente geral da organização,
operadores que geram os produtos e serviços da organização, gerentes de linha a
quem os operadores estão subordinados, membros da estrutura técnica, membros
de apoio.
• Influenciadores externos do poder (coalizão externa): proprietários, associados,
fornecedores, clientes, parceiros e concorrentes de negócios, associação de
empregados, públicos diversos da organização, que divide-se em grupos gerais e
líderes de opinião, grupos de interesses especiais e governo.
Após verificar os influenciadores internos e externos, é importante que se entendam
quais são os meios de os sistemas de influência que eles usam para ganharem
poder e quais são as metas que resultam de seus esforços. Colocam-se então,
esses elementos juntos para descrever as várias configurações do poder
organizacional. Resulta-se então as seguintes configurações organizacionais:
a) A organização empreendedora – simples, com freqüência pequena e jovem,
estrutura orgânica, informal e flexível, coordenada basicamente pelo seu
proprietário, tendo um comportamento pouco formalizado, e ausência da
padronização e de analista de staff. Organizações maiores também podem adotar o
modelo empreendedor desde que possam contar com um líder forte capaz de
assumir para si a responsabilidade de reverter o quadro desfavorável.
b) A organização mecanizada ou maquinal – opera como uma máquina altamente
lucrativa e lubrificada, sendo os cargos especializados e o trabalho padronizado.
Esta organização geralmente é encontrada em indústrias estáveis e maduras, com
produção em massa.
40
Cultura e Poder nas Organizações
c) A organização profissional – é dominada pelo profissionalismo, com considerável
parcela de poder nas mãos de profissionais altamente treinados, estrutura
descentralizada.
d) A organização diversificada – conjunto de unidades relativamente independentes,
unidas por uma frouxa estrutura administrativa.
e) A organização adhocrática ou inovadora – estrutura eminentemente orgânica,
adotada por organizações que precisam inovar de maneira complexa.
f) A organização missionária – dominada por uma cultura forte encorajando seus
membros a cooperar, mantendo os membros da organização unidos são as crenças
e os valores compartilhados.
2.4 PODER X LIDERANÇA
A busca pelo poder ou aumento do mesmo dentro
de uma organização é um fator que leva muitos
gerentes a gastar grande parte da sua energia. A
disputa pelo poder, a politicagem, pode levar
muitas organizações a um grande desastre, pois
na maioria das vezes, interesses individuais vêm
anteriormente ao interesse coletivo. Num contexto
de mudança, como estamos passando nos dias
de hoje, a rapidez de tomada de decisão, a
rapidez para adaptar as organizações aos novos
contextos exigem uma forma diferente de se
exercer o poder.
O poder deve e sempre será exercido, só que hoje se exige um novo perfil
profissional para o seu exercício e, conseqüentemente, um novo modelo de
organização.
Liderança é a habilidade de influenciar pessoas ou grupos
em direção a um ou mais objetivos.
(http://www.ogerente.com.b)
41
Cultura e Poder nas Organizações
Para romper com o poder da politicagem interna e das dissimulações dos gerentes,
ou de qualquer elemento dentro das organizações é necessário que se desenvolva
uma visão compartilhada. Um pressuposto alternativo é que, acima e além do
interesse próprio, as pessoas querem realmente fazer parte de alguma coisa maior
que elas mesmas. Elas querem contribuir para a criação de algo importante. E
valorizam fazê-lo junto com os outros. As pessoas possuem um sentido de propósito
inato e que quando refletem sobre o que realmente desejam a maioria descobre que
aspectos da sua visão dizem respeito às suas famílias, suas comunidades, suas
organizações e, para algumas, seu mundo. Essas ainda são "visões pessoais" no
sentido de que emanam de um indivíduo, mas estão muito além do próprio interesse
do indivíduo no sentido mais restrito.
Quando as organizações estimulam visões compartilhadas, elas geram esse
comprometimento e preocupação mais ampla. A criação de uma visão
compartilhada faz com que as pessoas reconheçam seus maiores sonhos e ouçam
os sonhos umas das outras. Quando gerenciada com sensibilidade e persistência, a
criação de uma visão compartilhada começa a estabelecer um sentido de confiança
que surge naturalmente com a auto-revelação e com o compartilhamento sincero de
nossas mais altas aspirações.
As pessoas, ao começarem a expressar e ouvir a opinião umas das outras, o
alicerce de ambiente politiqueiro começa a desmoronar - a crença de que tudo o que
nos importa é nosso próprio interesse. As organizações que não conseguem
estimular genericamente as visões compartilhadas, ou que impingem visões
unilaterais a seus membros fingindo que são compartilhadas, não conseguem
introduzir esse compartilhamento mais amplo. Embora possam criar um ambiente
isento de politicagem.
A visão compartilhada não é uma idéia, mas sim uma força que impulsiona as
pessoas. Quando uma organização consegue ter uma visão compartilhada, esta
visão deixa de ser abstrata, é como se já existisse. Ela é estimulante por si só.
42
Cultura e Poder nas Organizações
Quem participa de uma organização que tem uma visão compartilhada, sente-se
dentro de uma comunidade com um mesmo propósito. “Uma visão é realmente
compartilhada quando você e eu temos a mesma imagem e assumimos o
comprometimento mútuo de manter esta visão, não só individualmente, mas em
conjunto. O poder das visões pessoais vem de um interesse individual profundo com
a visão. O poder das visões compartilhadas resulta de um interesse comum. Uma
visão compartilhada conta com o verdadeiro comprometimento de muitas pessoas,
pois reflete visão pessoal de cada uma delas" (Senge 1990, p.234).
Dentro deste contexto é importante salientar que o papel das lideranças
organizacionais, que exercem o poder, é de grande importância, pois requer dos
mesmos grande motivação para mudanças, não só das rotinas administrativas, mas
precisamente, uma mudança de visão de mundo, de crença, de estar aberto a criar
um novo valor, como já disse Bill O’ Brien: "um valor é apenas um valor quando é
voluntariamente escolhido".
Esses líderes, no contexto de mudança, devem estar preparados para saber que,
em uma organização que está se repensando, mudando, as tentativas, erros e
acertos fazem parte do contexto. A criatividade deve ser sempre estimulada, pois o
contexto contemporâneo assim exige.
A palavra do momento é "empowerment", ou seja, concessão do poder: é o
processo pelo qual os líderes organizacionais ajudam outros a adquirirem e usarem
o poder necessário para tomar decisões que afetam a si mesmos e ao seu trabalho.
Nesta nova ordem, o poder deve ser compartilhado, gerando maior
comprometimento, maior sinergia, maior responsabilidade, maior realização. E
gerando menos transferência de responsabilidade em caso de erros, menos
justificativas, criando assim, um novo ambiente organizacional.
43
Cultura e Poder nas Organizações
Para que esta concessão de poder possa se realizar de uma forma eficaz dentro de
uma organização, é necessário, além de uma nova postura, ser encarado como o
grande desafio, pois os funcionários e dirigentes precisam acreditar e se prepararem
para assumir seu novo poder e seu novo potencial de influência. A chave consiste
em mudar o conceito de poder dentro da organização de um ponto de vista que
destaca o poder sobre outros para um ponto de vista que destaca o uso do poder
para conseguir que as coisas sejam feitas.
Para se implementar esta nova forma de ação dentro das organizações, tornando
clara e sem ambigüidade a delegação de autoridade para níveis inferiores, gerando
confiança e credibilidade, é necessário um planejamento estratégico da organização
que deve ser integrado e participativo em todos os níveis. A comunicação deve ser
um ponto forte na organização, pois as lideranças devem repassar de forma clara as
informações, para que o fluxo das mesmas seja objetivo e garanta o seu bom
andamento.
Com esta nova forma o poder se dilui ou pelo menos muda de direção. O que vai
garantir o resultado da organização, que ela não se dissolva em vários
departamentos isolados, são valores comuns, com visão compartilhada.
Geus (1988, p.96), diz: "É importante que os objetivos individuais das subestruturas
estejam em harmonia com os objetivos do sistema e sejam por estes viabilizados”.
Grosso modo, isto significa que a estrutura maior deve deixar claro e provar para
todas as suas partes componentes, até os seres humanos, individualmente, que a
sobrevivência e a auto-realização de todos serão melhores viabilizadas pelo trabalho
em conjunto em prol da sobrevivência e do desenvolvimento do todo".
Em uma organização que aprende, é necessário que todos que dela fazem parte
saibam que os líderes têm o seu papel importante dentro da organização, mas não
são os "heróis lá em cima a dirigir a mudança", conforme Senge (2000, p.34):
44
Cultura e Poder nas Organizações
"Você dirige um carro. É uma máquina que você controla com o objetivo de chegar ao lugar que deseja: o carro o leva até lá. Todavia, não se dirige uma planta para fazê-la crescer. Da mesma forma, diríamos nós, os líderes não dirigem suas organizações. A organização é uma comunidade humana. É um sistema vivo, como o é uma planta ou um adolescente. Não há ninguém dirigindo-a. Mas há muitas pessoas cuidando do jardim".
É neste contexto que o desafio das organizações e seus líderes se coloca nos dias de hoje.
45
Cultura e Poder nas Organizações
3 REFERÊNCIAS
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2. ANSOFF, H. Igor. Nova estratégia empresarial. 1. ed. São Paulo: Atlas,
1991.
3. CAVALCANTI, Marly. Gestão estratégica de negócios: evolução, Cenários, diagnósticos e ação. São Paulo: Pioneira, 2001.
4. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 5. ed.
Rio de Janeiro: Campus, 1999.
5. DAFT, Richard L., Organizações, teorias e projetos. São Paulo: Pioneira, 2002.
6. FLEURY, MTL e FEISCHER, Rosa Maria. Cultura e poder nas
organizações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996
7. FREITAS, Adriana Gomes de. Introdução às teorias administrativas. Campinas: Alínea, 1991.
8. HAMEL, Gary. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o
controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. 12. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
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