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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
AUREA TAMI BARALDI
CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO E
COMPREENSÃO DA DEPENDÊNCIA DA INTERNET
São Paulo
2013
AUREA TAMI BARALDI
CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO E
COMPREENSÃO DA DEPENDÊNCIA DA INTERNET
Trabalho de conclusão de curso de especialização
Área de concentração Terapia Cognitivo-Comportamental
Orientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins
Coorientadora: Profª. Drª. Renata T. Alarcon
São Paulo
2013
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus por ter me dado força e coragem para realizá-lo e a
minha família pelo apoio e compreensão demonstrados nesses dois anos de
especialização.
AGRADECIMENTOS
Em especial, gostaria de agradecer:
A orientadora Profª Msc. Eliana Melcher Martins por compartilhar sua
experiência profissional, pelo carinho e dedicação demonstrados durante todo
o período do curso.
A coorientadora Profª Drª Renata T. Alarcon pela disponibilidade em ajudar
em momentos mais difíceis e pela compreensão.
A alguns colegas da turma que me incentivaram a não desistir e lutar pelos
meus sonhos.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram com o
desenvolvimento deste trabalho.
A Deus, por tudo.
“Eles não fornecem o tipo de carinho
conexão que irá ajudá-lo a navegar no
seu caminho através da vida. Se a
rede social tem substituído a longo
prazo, amizades fundamentadas, isso
é um problema” (Elias Aboujaoude)
RESUMO
INTRODUÇÃO: A procura por tratamento de dependentes de internet tem crescido significantemente diante de causas psicossociais negativas graves em diversas áreas como trabalho, educação, saúde e social e também pelos sintomas apresentados como isolamento social, depressão, TDHA, entre outros. OBJETIVO: Realizar um levantamento dos principais sintomas associados a dependência da internet e sugestão de técnicas da terapia cognitivo-comportamental que podem ser utilizadas para auxiliar na intervenção clínica de pacientes dependentes da internet. MÉTODO: A pesquisa foi realizada nos bancos de dados da Pubmed, BVS e Periódico Capes, no período de 2007 a 2013. RESULTADOS: Depressão, fobia/isolamento social, TDAH e ansiedade são os principais sintomas associados à dependência de internet demonstrados nos estudos, assim como outros sintomas demonstrados em menor grau. Um tratamento estruturado de psicoterapia com técnicas da TCC pode ser considerado uma contribuição importante no processo de intervenção. Técnicas como: verificação do humor, psicoeducação, treinamento das habilidades sociais, registro de pensamentos disfuncionais, reestruturação cognitiva, técnica de relaxamento progressivo de Jacobson, desenvolvimento de inventário pessoal, técnica da linha da vida, diário semanal, prevenção de recaída foram propostas como estratégias de tratamento dos principais sintomas da dependência de internet. CONCLUSÃO: Apesar de ainda não apresentar um diagnostico específico, a dependência da internet é um fenômeno que deve ser discutido e desenvolvido através de mais pesquisas científicas, buscando uma referência eficaz de tratamento psicoterapêutico. A terapia cognitivo-comportamental, além de apresentar resultados satisfatórios para diversos transtornos psiquiátricos, tem sido considerada uma possível abordagem terapêutica para o tratamento de dependentes da internet. Palavras-chave: Dependência de internet, sintomas, terapia cognitivo-comportamental.
ABSTRACT
BACKGROUND: The demand for drug treatment of internet has grown significantly in the face of severe negative psychosocial causes in several areas such as work, education, health and social and also by symptoms like social isolation , depression , ADHD , among others . OBJECTIVE : To conduct a survey of the main symptoms associated with dependence on the internet and suggestion techniques of cognitive behavioral therapy that can be used to assist in clinical intervention in patients dependent on the Internet . METHODS : The study was performed in the databases PubMed , Scielo e periodic CAPES, from 2007 to 2013. RESULTADOS: depression , phobia / social isolation , ADHD and anxiety are the main symptoms associated with Internet addiction demonstrated in studies as well as other symptoms demonstrated a lesser degree. A structured psychotherapy techniques of CBT treatment can be considered an important contribution in the intervention process. Techniques: verification of humor, psychoeducation, social skills training, record of dysfunctional thoughts, cognitive restructuring, progressive relaxation technique Jacobson, staff development inventory technique lifeline, weekly diary, relapse prevention have been proposed as treatment strategies of the main symptoms of Internet addiction. CONCLUSION: Although not yet make a specific diagnosis , the dependence on the internet is a phenomenon that should be discussed and developed through further scientific research , seeking an effective reference for psychotherapeutic treatment. Cognitive-behavioral therapy and provide satisfactory results for many psychiatric disorders , has been considered a possible therapeutic approach for the treatment of dependent on the Internet. Keywords: Internet addiction, symptoms, cognitive-behavioral therapy
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Critérios diagnósticos propostos por Young para a dependência da
internet (cinco ou mais dos seguintes) ...................................................................... 11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Principais sintomas associados à dependência da internet .................... 18
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
1.1 A dependência da internet ........................................................................... 10
1.2 Terapia Cognitivo-Comportamental.............................................................. 13
2 OBJETIVO .......................................................................................................... 15
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 16
4 RESULTADOS ................................................................................................... 17
4.1 Levantamento dos sintomas mais comuns associados à dependência de
internet ................................................................................................................... 17
4.2 Técnicas sugeridas ...................................................................................... 19
5 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 22
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 26
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 27
8 ANEXOS ............................................................................................................. 30
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 A dependência da internet
A Internet é uma rede mundial de computadores que admite o acesso a
informações e todo tipo de transferência de dados. É vista fundamentalmente como
um meio de entretenimento e, através da sua utilização, é possível desfrutar de
inúmeras vantagens como a facilidade e rapidez na troca de informações, liberdade
de expressão e disponibilidade de acesso a ferramentas que proporcionam
interatividade dinâmica e promove novos e constantes conhecimentos.
O problema com o uso excessivo da internet é praticamente novo, mas vem
crescendo e ganhando atenção. Alguns pesquisadores tem se preocupado com
essa questão, indicando alguns critérios para avaliar os resultados causados pelo
uso excessivo. A dependência da internet pode ser manifestada pela incapacidade
das pessoas em controlar o tempo conectado, conduzindo a uma perda progressiva
de autocontrole e falta de equilíbrio emocional. Os importantes ambientes de
dependência de internet são: redes sociais, compras, sala de bate papo (chats),
jogos online, sites específicos, etc. Alguns termos como Internet Dependency,
Internet Use, Compusive Internet Use, Internet Addiction, Pathological, Internet
Addiction Disorder, são utilizados mundialmente para definir o uso abusivo da
internet e podem ser encontrados na literatura. A multiplicidade de entendimento e
definições para compreender esse assunto é em função do interesse dos
profissionais de diversas áreas (Young et al, 2011).
Em 1995, houve a primeira tentativa de identificar o termo pelo psiquiatra Ivan
Goldberg (Abreu, 2008). No ano seguinte Dra. Kimberly Young autora do livro Vicio
em internet: um manual e guia de avaliação e tratamento, conduziu uma
investigação empregando um conjunto de critérios utilizados pelos DSM-IV em
dependência de substâncias, mas esse modelo foi mudado, pois se observou a
ausência de muitos dos sintomas e comportamentos associados à dependência de
substâncias (Abreu, 2008). Young resolveu então empregar 08 (oito) dos 10 (dez)
critérios diagnósticos do DSM-IV para o jogo patológico, incluindo um novo item
“permanecer mais conectado (online) do que o programado” conforme mostra o
quadro 1 abaixo.
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Quadro 1 – Critérios diagnósticos propostos por Young para a dependência da internet (cinco ou mais dos seguintes)
1. Preocupação excessiva com a Internet
2. Necessidade de aumentar o tempo conectado (on-line) para ter a mesma
satisfação
3. Necessidade de aumentar o tempo conectado (on-line) para ter a mesma
satisfação
4. Exibir esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da internet
5. Presença de irritabilidade e/ou depressão
6. Quando o uso da Internet é restringido, apresenta labilidade emocional (internet
como forma de regulação emocional)
7. Permanecer mais conectado (on-line) do que o programado
8. Trabalho e relações sociais em risco pelo uso excessivo
9. Mentir aos outros a respeito da quantidade de horas on-line
A enciclopédia Wikipédia descreve que em 1994, Young elaborou um
questionário para os usuários da Internet com a finalidade de verificar o que os seus
comportamentos online tinham em comum com as ações dos jogadores compulsivos
e alcoólatras. A ação inicial de avaliação foi a partir do Internet Addiction Diagnostic
Questionnaire (IADQ) desenvolvido para diagnóstico (Young & Abreu 2011)
Segundo pesquisadores a melhor estratégia para identificar a dependência da
internet é compará-la com critérios para outras dependências. De todas referências
do DSM, o jogo patológico foi considerado o mais parecido com o fenômeno (Young
& Abreu 2011).
Dados do CIIC (China Internet Network Information Center) de 2010 mostrou
que 420 milhões de pessoas usam a internet e que na ultima década teve um
aumento considerável. Dentre os usuários, 58,0% são indivíduos entre 10-29 anos
de idade. O aumento do uso culminou no aumento de pessoas atingidas pela
dependência da internet, não só na China, mas em todo mundo, merecendo assim a
inclusão no DSM-V. Na Alemanha, 9,3% relataram pelo menos uma consequência
negativa do uso da Internet, como problemas no trabalho, família/parceiro, educação
e saúde. A taxa de dependência entre estudantes universitários de Taiwan é de
5,9%, estudantes universitários chineses 10,6% e a Coreia do Sul acredita que a
12
dependência da internet é um dos seus mais graves problemas de saúde pública.
(Dong, Lu, Zhou, Xuan, 2011).
A American Psychiatric Association resolveu incluir o diagnóstico de uso
patológico do computador na próxima revisão do DSM-V, o conceito do diagnóstico
é um transtorno do espectro compulsivo-impulsivo que envolve o uso conectado
e/ou desconectado do computador e é composto por pelo menos três subtipos: jogos
excessivos, preocupações sexuais e também mensagens de e-mail e texto, onde
quatro componentes compõem o transtorno: 1) uso excessivo, relacionado com
perda de noção do tempo ou a negligência de impulsos básicos, 2) abstinência,
incluindo sentimentos de raiva, tensão e / ou depressão quando o computador está
inacessível, 3) tolerância, incluindo a necessidade de um computador melhor, mais
software ou mais horas de uso, e 4) repercussões negativas, incluindo mentiras,
brigas, isolamento social e fadiga (Young & Abreu, 2011).
Alguns fatores podem ser considerados problemáticos devido ao uso
patológico da internet como afastamento social com a diminuição de outras
atividades, prejuízo no plano social familiar e profissional, tendência a ter sensação
de tristeza, ansiedade e mal estar quando não se está conectado, mau desempenho
escolar, desatenção com sua própria saúde física (Razzouk, 1998).
Os sintomas da dependência de internet ainda referem-se aos de outros
transtornos psiquiátricos (Lemos & Santana, 2008). É necessário avaliar junto aos
pacientes, sua história pessoal, padrão de personalidade e a evolução provável de
uma patologia que possa estabelecer uma relação com este diagnóstico (Suler,
1996), bem como os prejuízos desencadeados pelo uso.
A procura por tratamento de dependentes de internet tem crescido
significativamente diante de causas psicossociais negativas graves, em diversas
áreas como: trabalho, educação, saúde e social e também pelos sintomas
apresentados como isolamento social, TDHA, impulsividade. Uma avaliação
realizada com 192 pacientes com dependência de internet no ambulatório Grüsser-
Sinopolide 2008 a 2010, demonstrou evidências significativas de fobia social e
depressão (Jäger et al, 2012). Um estudo realizado por Yen et al. (2007) mostrou
que adolescentes com dependência de internet apresentavam sintomas elevados de
TDAH, depressão, fobia social e hostilidade.
13
Sintomas como baixa autoestima, depressão, fobia social e isolamento, que
ainda estão sendo investigados como possíveis comorbidades associadas a
dependência da internet, podem fazer com que as pessoas se sintam motivadas a
buscar tratamento e assim compreender se esse sintomas estão relacionados a um
possível uso excessivo da internet (Young, et al. 2011).
Diante das consequências desse problema contemporâneo, os profissionais
deverão estar preparados para receber esses pacientes e oferecer a eles um
tratamento eficaz, aliviando o sofrimento que o uso inadequado de internet tem
trazido para milhões de pessoas (Young, et al. 2011).
Portanto este trabalho busca identificar os possíveis sintomas apresentados
na dependência da internet, bem como planejar através de técnicas da terapia
cognitivo comportamental (TCC) uma intervenção clínica aos pacientes que sofrem
com o uso excessivo da internet, ressaltando a importância da compreensão das
causas e consequências do problema, e a forma de tratamento para corroborar a
eficácia do tratamento nessa questão. As técnicas são focadas na TCC por ser
amplamente utilizada no tratamento de diferentes transtornos psicológicos e
apresentar resultados satisfatórios.
1.2 Terapia Cognitivo-Comportamental
Para esclarecer os processos psicológicos na depressão, o modelo cognitivo
foi introduzido por Aaron Beck, considerado o fundador da terapia cognitiva.
Entretanto o termo terapia cognitivo-comportamental é utilizado de forma mais
ampla, referenciando-se tanto os processos de pensamento quanto os padrões de
comportamento do paciente, onde é utilizado um grupo de técnicas que combinam
estratégias cognitivas e comportamentais.
A TCC proporciona diversas formas de aplicação, podendo ser classificada
em três divisões principais: 1) terapia de habilidades de enfrentamento, que
evidencia o desenvolvimento de um repertório de habilidades onde o paciente
aprende a lidar com várias situações problemáticas; 2) terapia de solução de
problemas, que evidencia o desenvolvimento de estratégias gerais para lidar com
uma diversidade de dificuldades pessoais; e 3) terapia de reestruturação, que infere
14
que problemas emocionais resultam de pensamentos mal adaptativos, tendo como
meta a reformulação de pensamentos distorcidos e estimular pensamentos
adaptativos (Knapp & Beck, 2008).
A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem terapêutica aplicada no
tratamento de vários distúrbios psicológicos. Por ser estruturada, diretiva, com metas
claras e focada no presente, mudanças nos pensamentos e nos sistemas de
crenças dos clientes, permite uma transformação emocional e comportamental
contínua e não apenas breve dos sintomas (Abreu, 2004).
A TCC também se revela muito eficiente na dependência química, transtornos
de personalidade e transtornos de impulso, mas existem poucas pesquisas sobre
sua utilização no tratamento de dependência de internet, dificultando o
desenvolvimento eficaz de um modelo de intervenção.
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2 OBJETIVO
Realizar um levantamento dos principais sintomas associados à dependência
da internet e sugestão de técnicas da terapia cognitivo-comportamental que possam
ser utilizadas para auxiliar na intervenção clínica.
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3 METODOLOGIA
O estudo foi realizado utilizando busca de artigos nas bases de dados:
PubMed, SCIELO e Periódicos CAPES no período de publicação de 2007 a 2013.
Os descritores nas bases de dados internacionais foram: “internet
dependence”, “internet addiction disorder”, “excessive internet use e treatment”,
“pathological internet use”, “compulsive internet use”, “problematic internet use”. Em
base de dados nacionais: “dependência de internet”, “dependência de internet e
jogos eletrônicos”, “problemas com uso da internet”. Após levantamento feito, foram
selecionados os artigos que abordavam sintomas e comorbidades.
Tendo como base de pesquisa os sintomas associados à dependência de
internet, após o processo de pesquisa foi realizado um levantamento em artigos e
livros impressos de técnicas da TCC mais relevantes que poderiam ser utilizadas no
tratamento dos principais sintomas apresentados.
Além dos artigos pesquisados, foi utilizado o livro “Dependência de Internet –
Manual e Guia de Avaliação e Tratamento” (Young e Abreu, 2011) e Manual Clínico
dos transtornos do controle dos impulsos (Abreu et al, 2008).
17
4 RESULTADOS
4.1 Levantamento dos sintomas mais comuns associados à dependência de
internet
Ainda que não exista um padrão de sintomas para descrever o problema com
o uso excessivo da internet, é necessária a construção de um diagnóstico mais
preciso (Lemos & Santana, 2012). Sobre sintomas Young & Abreu, 2011 relataram
critérios diagnósticos propostos por pesquisadores para a dependência da internet
sendo eles: desejo persistente, tolerância, abstinência, consequências negativas,
preocupação, mentiras, risco de perdas de relacionamentos significativos, do
emprego ou de uma oportunidade profissional ou educacional, conflito e recaída.
Em razão da pouca investigação metodológica sobre o tratamento de
dependência da internet e intervenções clínicas não se pode recomendar um
tratamento baseado em evidências, no entanto serão sugeridas após o
levantamento das pesquisas dos principais sintomas, algumas técnicas da TCC
utilizadas para tratamento de outros transtornos que poderão ser aplicadas em
pacientes com dependência de internet.
Conforme pesquisa aos 21 artigos selecionados, foram demonstrados na
tabela abaixo os principais sintomas relatados associados a dependência de
internet: depressão, fobia social/isolamento social, TDAH e ansiedade que
apareceram na maioria dos artigos (tabela 1). A depressão é o sintoma psiquiátrico
mais frequentemente relatado associado com o uso excessivo da internet. Além dos
sintomas acima, também foram demonstrados em menor grau: agressividade,
psicose com exceção de paranóia, ideação suicida, transtorno obsessivo
compulsivo, comportamento antissocial, transtorno bipolar, hipomania, compulsão
alimentar, dependência de álcool e drogas, solidão.
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Tabela 1 – Principais sintomas associados à dependência da internet
ESTUDO
Depressão
Fobia Social/
Isolamento
social
TDAH Ansiedade
Young et al, 2011 x x x
Yen et al, 2007 x x x
Romano et al, 2013 x x
Cash et al, x x x
Dong et al, 2011 x x x x
Jager et al, 2011 x x x
Ku et al, 2011
Brezing et al, 2010 x x x
Lemos & Santana,
2012 x x x x
Aboujaoude E, 2010 x x
Alavi et al, 2011 x x x x
Kormas et al, 2011 x x x
Starcevic, 2010 x x x
MA, 2011 x x
Moreno et al, 2011 x x
Pies, 2009 x x x
Bernardi & Pallanti,
2009 x x x x
Cao et al, 2011 x x
Christakis, 2011 x x x
Chakeaborty et al,
2010 x x x x
Spada, 2013 x x
Com relação aos sintomas associados à dependência de internet Abreu et al
(2008) aborda que quadros depressivos se desenvolvem com desânimo, ideação
pessimista, retração social comprometendo o desempenho das atividades
profissionais, sociais e interpessoais e podem predispor o individuo a permanecer
conectado com mais frequência, pois essa atividade lhe exige menos esforço, ocupa
19
seu tempo e distrai do seu estado. Na fobia social que impede o desempenho afetivo
de atividades no contexto externo, a dependência de internet pode levar o paciente
encontrar na rede uma forma exagerada/empobrecida de se ocupar ou de
estabelecer vínculos que, por serem virtuais causem menos ansiedade e os
portadores de TDAH podem encontrar na internet um tipo de estimulo que lhes
permite focar atenção com mais facilidade em contraste com as atividades
cotidianas que lhes parecem confusas e perplexas.
Um tratamento estruturado de psicoterapia com técnicas da TCC pode ser
considerado uma contribuição importante no processo de intervenção, ainda que
haja poucos dados disponíveis sobre seus resultados.
Para a proposta foram selecionados os quatro sintomas acima identificados
para sugestão de técnicas para intervenção terapêutica.
Recomenda-se a seguir, algumas técnicas possíveis de ser utilizadas no
tratamento da depressão, fobia social, TDAH e ansiedade, sintomas associados com
a dependência de internet.
4.2 Técnicas sugeridas
Dentre as técnicas gerais descritas abaixo: verificação do humor,
psicoeducação para o transtorno, treinamento das habilidades sociais, registro de
pensamentos disfuncionais, reestruturação cognitiva, técnica de relaxamento
progressivo de Jacobson podem ser amplamente utilizadas para os sintomas
(depressão, fobia/isolamento social, TDAH, ansiedade e dependência de internet) e
as técnicas: desenvolvimento do inventário pessoal, técnica da linha da vida, diário
semanal e prevenção de recaída são mais específicos e citados por Young e Abreu
(2011) no tratamento da própria dependência da internet. A escolha das técnicas
gerais foi baseada na eficácia dos instrumentos na prática clinica para outros
transtornos psiquiátricos.
Verificação de humor: breve checagem do humor (utilizar uma medida
simplificada que varia de 0 a 100. Pergunta-se ao paciente: de 0 a 100, o
quanto você se sente triste agora? e repete-se para outros afetos
20
relevantes) e aplicação de inventários Beck de Depressão, Beck de
Ansiedade, Beck de Desesperança. O exame minucioso destes
inventários pode demonstrar problemas que o paciente pode não ter
relatado verbalmente, podendo colocar em forma de gráfico os escores do
teste para tornar o progresso visível tanto para o profissional como para o
paciente (Beck, 1997).
Psicoeducação sobre o transtorno: é desejável dar ao paciente
informações sobre seu transtorno para que ele comece a atribuir alguns
dos seus problemas à patologia e por meio disso reduzir a autocrítica
(Beck, 1997).
Treinamento das habilidades sociais: segundo Caballo (1997 apud Silva,
2002), as pessoas estão sempre empenhadas em alguma forma de
comunicação interpessoal e, ao serem habilidosos socialmente, são
capazes de promover interações sociais satisfatórias, apoiando na
prevenção e redução das dificuldades psicológicas. O treinamento inclui
treino de assertividade (expressão apropriada de sentimentos negativos),
habilidades de comunicação, resolução de problemas interpessoais, de
cooperação e de desempenho (1999 apud Silva, 2002).
Registro de Pensamentos Disfuncionais: contribui para ajudar o paciente
a responder mais efetivamente a seus pensamentos automáticos,
identificando as emoções e reduzindo os sintomas, ampliando a
objetividade e facilitando que o paciente lembre-se de situações,
pensamentos e sentimentos ocorridos fora das sessões, útil para uma
avaliação mais realista (Powell et al, 2008).
Reestruturação cognitiva: utilizada para definição dos problemas dos
pacientes, ajudando-o a identificar as crenças disfuncionais específicas
associadas ao transtorno; as distorções cognitivas mais comuns e a
caracterização dos pensamentos automáticos; as reações fisiológicas,
emocionais e comportamentais consequentes aos pensamentos; que
comportamentos foram desenvolvidos para enfrentar as crenças
disfuncionais; e como as experiências anteriores têm contribuído na
manutenção das crenças do paciente (Powell et al, 2008).
21
Técnica de relaxamento progressivo de Jacobson: ajuda o paciente a
controlar sintomas fisiológicos antes ou durante as situações temidas.
Método dinâmico e ativo que permite ao paciente aprender suas
percepções sinestésicas, bem como detectar aumento ou redução das
tensões musculares, pois o corpo responde com tensão os pensamentos
e as situações que provocam ansiedade, depressão, insônia, dentre
outros (Brasio, 2003).
Desenvolvimento do inventário pessoal: devem constar atividades antes
realizadas e que foram desconsideradas após a manifestação do
problema, auxiliando o paciente na reflexão (passado x futuro)
percebendo o processo de tomada de decisão, conscientização de suas
escolhas e motivação para buscar atividades perdidas (Young & Abreu,
2011).
Técnica da linha da vida: registro contínuo de suas idades descrevendo
períodos mais significativos, aumentando a possibilidade de identificação
de problemas emocionais, visualizando a repetição dos mesmos ao longo
da vida, compreendendo a razão pela qual o problema pode se tornar um
grande refúgio, podendo visualizar as perspectivas de mudança. (Young
& Abreu, 2011).
Diário semanal: registro de situações disparadoras de busca da internet,
horas gastas, pensamentos associados, sentimentos vivenciados,
mapeando os comportamentos decorrentes das necessidades não
atendidas (Young & Abreu, 2011).
Prevenção de recaída: ajuda o paciente a identificar gatilhos específicos
para voltar a comportamentos dependentes e também sinais de alerta que
possam indicar uma recaída. Ao examinar os comportamentos
problemáticos o paciente percebe-se qual seria o uso saudável para ele,
além de processar seus sentimentos em relação a usar a internet. (Young
& Abreu, 2011).
22
5 DISCUSSÃO
A partir da pesquisa dos artigos e levantamento dos principais sintomas
associados à dependência da internet entende-se que a maioria deles preocupou-se
mais em definir um conjunto de sintomas e manifestação do problema do que em um
tratamento psicoterapêutico e demonstração de técnicas da terapia cognitivo-
comportamental. Não há nenhum programa de intervenção personalizado específico
para dependência de internet e não existem tratamentos bem definidos
demonstrando eficácia
Devido à própria ausência da dependência de internet como categoria
diagnóstica ainda são necessários estudos que avaliem e comprovem a eficácia das
técnicas, não sendo possível observar nos artigos a eficácia clínica do problema.
Existe um consenso em vários artigos que defendem a ideia de que a
dependência da internet poderia ser caracterizada como um transtorno do controle
de impulsos. Assim, alguns profissionais têm utilizado técnicas da TCC
estabelecidas para outros transtornos e que podem também ser utilizadas para
auxiliar na intervenção clínica de pacientes dependentes da internet.
Na prática da TCC, o conceito de tratamento para dependentes de internet
ainda está sendo expandido. Dois estudos realizados podem servir de referência de
trabalho, o de Young (2007) citados em vários artigos, onde relata o atendimento de
114 indivíduos adultos e tratados durante 12 sessões, avaliando as intervenções da
TCC como uma forma eficaz de tratamento referindo a diminuição dos sintomas
relacionados à dependência da internet e, após seis meses, os pacientes foram
capazes de enfrentar os obstáculos da recuperação. As sessões consistiam em
manter um registo diário das atividades na Internet, o ensino de habilidades de
gerenciamento de tempo, confrontar distorções cognitivas e racionalizações
frequentes nos pacientes para justificar o uso da Internet continuada. A maioria dos
indivíduos foi capaz de controlar os seus sintomas pela oitava sessão e melhora foi
sustentada por um seis meses de follow-up (Aboujaoude, 2010).
Em Young e Abreu, 2011 são demonstradas algumas estratégias de
tratamento que já são aplicadas na terapia cognitivo-comportamental (a) prática de
23
tempo oposto do uso da Internet (descobrir padrões de uso de Internet do paciente e
interromper esses padrões, sugerindo novos horários), (b) utilizar rolhas externas
(eventos ou atividades reais que levou o paciente a fazer logoff), (c) metas conjunto
(no que diz respeito à quantidade de tempo), (d) abster-se de uma aplicação
particular (que o cliente é incapaz de controlar), (e) usar cartões de lembrete (pistas
que lembram o paciente dos custos da dependência e benefícios de quebrá-lo), (f)
Desenvolver um inventário pessoal (mostra todas as atividades que o paciente
costumava se envolver ou não pode encontrar o tempo devido à dependência), (g)
introduzir um grupo de apoio (compensa a falta de apoio social) e (h) participar de
terapia de família (endereços problemas de relacionamento na família). Mas ainda é
importante a busca de evidências clínicas dessas estratégias para avaliar a eficácia
dessas intervenções, que não foi referido no livro.
No Brasil, o Ambulatório dos Transtornos do Impulso do Instituto de
Psiquiatria da Universidade de São Paulo vem aplicando um procedimento padrão
de intervenção desde 2008, a partir de um programa estruturado em psicoterapia
cognitiva no formato de grupo e com duração de 18 semanas no atendimento de
adolescentes e adultos, ajudando o dependente a reestabelecer o controle de um
uso adequado da internet, para efetivar uma rotina mais adaptativa de um uso
controlado e saudável. Young e Abreu (2011), através dessa experiência puderam
observar que a tomada de consciência sobre o uso excessivo da internet foi
essencial, proporcionando a motivação no controle do uso, o desenvolvimento da
capacidade de se relacionar com outros membros do grupo, gerenciamento do
tempo gasto nas conexões, um movimento pequeno em reencontrar amigos antigos
e reais, a procurar de novas atividades no mundo real, observando também a
melhora nas relações familiares, conjugais, profissionais e acadêmicas, aquisição de
uma comunicação mais assertiva, recuperação da autoestima, aumento da
autoeficácia. Apontam também, que são necessários estudos com follow-up de
longa duração para que se esclareçam e apontem quais estratégias de intervenção
podem ser mais eficiente.
Diante dos estudos citados, é complexo chegar à conclusão de que os
resultados de uso excessivo da internet tem um impacto global negativo na vida dos
usuários. Um impacto negativo pode ser definitivo considerando os prejuízos no
24
desempenho profissional, nas rotinas diárias e de saúde mental dos usuários. Não é
claro se a utilização excessiva da Internet é a causa ou a consequência de
problemas mentais. No geral, o risco do estado geral de saúde dos dependentes da
internet é maior que em usuários normais (Alavi et al, 2011). Se a dependência da
internet pode ser considerada como um transtorno psiquiátrico, então a prevenção
da dependência de Internet deve se tornar uma parte essencial de um programa de
saúde mental.
Sendo, portanto um problema crescente que vem afetando nossa cultura é
importante se pensar em pesquisas e formas adequadas de tratamento, mas
também em uma forma preventiva de uso correto da internet através de uma
educação apropriada em casa e na escola. Para isso é importante ter profissionais
conscientes desse problema crescente e do papel da sociedade, família e da
psicologia para enfrentar o uso e abuso da internet.
Os artigos pesquisados trazem indícios que a TCC é adequada para o
tratamento de dependentes de internet devido a resultados teóricos e clínicos
satisfatórios no tratamento de diversos transtornos, apesar da maioria dos estudos
não demonstrar a prática dos profissionais no atendimento com pacientes
dependentes da internet.
Acredita-se que através do conhecimento das possíveis causas e
consequências do transtorno o profissional será capaz de planejar uma intervenção
adequada, capacitando o paciente a lidar com suas dificuldades buscando
mudanças significativas para a sua recuperação e através das sessões de terapia e
aplicação das técnicas o paciente poderá reconhecer e gerenciar o tempo gasto na
internet, ter maior compreensão sobre o papel da internet em sua vida, substituindo
hábitos nocivos por outros mais saudáveis.
A aplicação das técnicas tem o propósito de ajudar os pacientes a
desenvolver estratégias de enfrentamento eficazes utilizando a psicoterapia
individual como base. Mas mais importante que apenas aplicar as técnicas e
conhecer os sintomas acreditando que obterá resultados rápidos é conhecer a
individualidade do paciente, ficar atento aos problemas que ele apresenta, seu
funcionamento atual, o ambiente onde ele está inserido e também sua estrutura
25
familiar. Fazer uma anamnese completa e conceituação inicial para poder planejar
um tratamento eficaz.
Tudo indica que seria possível desenvolver um protocolo de tratamento com a
utilização de técnicas da TCC para o tratamento desse “transtorno”. Nesse trabalho
foram sugeridas algumas técnicas para tratamento, baseadas nos principais
sintomas levantados nos artigos pesquisados. É importante que sejam feitos mais
estudos para verificar a real eficácia da TCC na dependência da internet, assim
como quais as melhores intervenções a serem feitas.
26
6 CONCLUSÃO
Cada vez mais as pessoas utilizam a internet no seu dia a dia, mas o
percentual de pessoas que a usam em excesso também aumenta, portanto o
conceito da dependência e o uso patológico devem ser discutidos em detalhes (MA,
2011).
Esse trabalho permite uma visão do estado atual da investigação em matéria
de tratamento de dependência de internet focada na terapia cognitivo-
comportamental e da contribuição da TCC através das técnicas conhecidas.
Demonstrando que, apesar das limitações, esse trabalho de pesquisa pode ter um
papel importante e útil para o prosseguimento da pesquisa, bem como para a prática
clinica em particular que poderão nortear o trabalho dos profissionais interessados
nessa área.
De uma forma global foi possível perceber que os estudos nacionais
demonstram escassez de resultados e os internacionais, têm contribuído muito para
o entendimento da dependência de internet e que diante disso, novas formas de
tratamento têm surgido.
A quantidade de pessoas que necessitam de ajuda profissional tem
aumentado constantemente, para isso é necessário que se expandam o repertório
das técnicas terapêuticas a fim de planejar um tratamento mais efetivo e ajudar o
paciente a lidar com suas dificuldades através de técnicas da TCC.
Não há dúvida que as pesquisas ainda estão progredindo e que os dados
existentes ainda são ineficientes, mas isso não nos pode impedir de tomar o
problema como algo sério e urgente, pensando em forma de tratamento e técnicas
eficazes para ajudar as pessoas que são acometidas por esse problema.
Apesar de ainda não apresentar um diagnóstico específico, a dependência da
internet é um fenômeno que deve ser discutido e desenvolvido através de pesquisas
científicas, buscando um padrão eficaz de tratamento psicoterapêutico. A terapia
cognitivo-comportamental, além de apresentar resultados satisfatórios para diversos
transtornos psiquiátricos, tem sido considerada uma possível abordagem terapêutica
para o tratamento de dependentes da internet.
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8 ANEXOS
Termo de Responsabilidade Autoral
Eu, Aurea Tami Baraldi, afirmo que o presente trabalho e suas devidas partes
são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral
sobre seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de
Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob
o título Contribuição da Terapia Cognitvo-Comportamental isentando, mediante o
presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental
(CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações
atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as
responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a
confecção da monografia.
São Paulo, 20 de novembro de 2013.
____________________________
Assinatura do (a) Aluno (a)