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Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade
de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP
Bruna Oliveira Sanches
EDUCAÇÃO CONTINUADA: OCORRÊNCIA DOS
TREINAMENTOS EM UM HOSPITAL GERAL E ESPECIALIZADO
São José do Rio Preto – SP
2016
Bruna Oliveira Sanches
EDUCAÇÃO CONTINUADA: OCORRÊNCIA DOS TREINAMENTOS EM UM
HOSPITAL GERAL E ESPECIALIZADO
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado à
Faculdade de Medicina de
São José do Rio Preto para
obtenção do grau de
Enfermeira.
Orientadora: Profª Ms. Daise Laís Machado Ferreira
Co-orientadora: Prof.ª Drª Marli de Carvalho Jericó
São José do Rio Preto – SP
2016
Ficha Catalográfica
Sanches, Bruna Oliveira
Educação Continuada: Ocorrência dos treinamentos em um
hospital geral e especializado/ Bruna Oliveira Sanches
São José do Rio Preto, 2016
19p.
Monografia (TCC) – Faculdade de Medicina de São José do Rio
Preto – FAMERP
Orientadora: Profa. Ms. Daise Lais Machado Ferreira
1. Educação continuada; 2.capacitação em serviço; 3.educação
em enfermagem.
Bruna Oliveira Sanches
FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
AUTARQUIA ESTADUAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM ESPECIALIZADA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC
DATA: 06/12/2016
Orientadora: Profª. Ms Daise Lais Machado Ferreira
Co-orientadora: Profª. Dra. Marli de Carvalho Jericó
1º Examinador: Enfa. Katia Luciana Franca Pereira Candido
2º Examinador: Enfa. Juliana Dane Brachine
Suplente: Enfa. Kamila da Silva Rola Fachola
Sumário
Dedicatória ........................................................................................................... i
Agradecimentos .................................................................................................. ii
Epígrafe ............................................................................................................. iii
Lista de figuras ................................................................................................... iv
Lista de Tabelas .................................................................................................. v
Lista de abreviaturas .......................................................................................... vi
Resumo ............................................................................................................. vii
Abstract ............................................................................................................ viii
1. Introdução ..................................................................................................... 1
2. Objetivo ......................................................................................................... 4
3. Método .......................................................................................................... 5
4. Resultados .................................................................................................... 7
5. Discussão ................................................................................................... 11
6. Conclusão ................................................................................................... 15
Referências ..................................................................................................... 16
Anexo .............................................................................................................. 19
ii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por permitir que essa experiência maravilhosa
que é a faculdade fizesse parte da minha vida e permitir também a
construção deste trabalho;
Aos meus pais por cuidarem sempre de mim da melhor forma possível,
visando meu crescimento e amadurecimento, e não me deixando
desistir, sem eles nada faria sentido;
Às minhas amigas Juliana, Monays e Thaís que sempre me apoiaram
nessa jornada e aquelas que mesmo de longe por nunca se afastarem
da minha vida;
Ao meu namorado José Paulo por todo amor, carinho, paciência e
atenção;
Às minhas orientadoras Daise Lais Machado Ferreira e Marli de
Carvalho Jericó pelos ensinamentos que vou levar pra toda vida;
À todos os meus professores da graduação que me passaram
conhecimento;
À Bruna Cury por me auxiliar na escolha do tema, na coleta de dados e
construção deste trabalho;
À Katia Pereira por disponibilizar seu tempo, me ajudar com a coleta de
dados e conselhos.
iii
EPÍGRAFE
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.”
Arthur Schopenhauer
v
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Capacitações realizadas para equipe de enfermagem no hospital
geral(2013) e no especializado(2015) segundo os meses do ano. São José do
Rio Preto, 2016 .................................................................................................. 8
Tabela 2. Participação das equipes de enfermagem da pediatria e
ginecologia/obstetrícia nas capacitações realizadas no hospital geral (2013) e
no especializado (2015). São José do Rio Preto, 2016 .................................. 10
vi
LISTA DE ABREVIATURAS
CEP - Centro de Educação Permanente
CIEPS - Centro Integrado de Educação Permanente em Saúde
CQH - Compromisso com a Qualidade Hospitalar
EC - Educação Continuada
GO - Ginecologia e Obstetrícia
NAGEH - Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar
OMS - Organização Mundial da Saúde
PED – Pediatria
PCR - Parada Cardio-Respiratória
vii
RESUMO
Introdução: A educação continuada vem se mostrando cada vez mais
presente e necessária no cotidiano das instituições de saúde, motivada pelo
desenvolvimento tecnológico e científico. A ausência dessa prática pode
comprometer a qualidade da assistência ao paciente. Objetivo: Investigar a
ocorrência dos treinamentos aplicados às equipes de enfermagem no serviço
de pediatria, ginecologia e obstetrícia em uma instituição hospitalar geral e
especializada. Método: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório e de
abordagem quantitativa foi realizado em um hospital geral e o outro
especializado na saúde da criança e da mulher. Para caracterizar a ocorrência
dos treinamentos foram utilizados registros do Centro Integrado de Educação
Permanente em Saúde (CIEPS) dos anos de 2013 e 2015. A análise dos dados
foi realizada segundo a estatística descritiva básica e o teste de qui quadrado.
Resultados: No hospital geral foram realizadas 30 capacitações, com índice
de treinamento/horas/técnicos e auxiliares de 0,6h e para enfermeiros - 0,4h.
No hospital especializado foram 46 capacitações e o índice de
treinamento/horas/técnicos e auxiliares 2,0h e enfermeiros de 1,0h. Entre os
anos de 2013 e 2015 houve aumento de 53,3% das capacitações realizadas.
Conclusão: Os resultados contribuíram para identificar e verificar que houve
aumento no índice de treinamento para equipe de enfermagem no período
investigado, contudo ainda distante de outros serviços de referência, havendo
ainda espaço para melhorias.
Descritores: educação continuada, capacitação em serviço, educação em
enfermagem.
viii
ABSTRACT
Introduction: Continuing education is becoming more and more present and
necessary in the daily life of health institutions, motivated by technical and
scientific updates. The absence of this practice may compromise the quality of
patient care. Objective: Investigating the occurrence, participation and themes
of the training applied to the nursing teams in the pediatrics, gynecology and
obstetrics service in a general and specialized hospital institution. Method: This
is a descriptive-exploratory study and a quantitative approach that was
performed in a general hospital and specialized in the health of children and
women. To characterize the occurrence of the trainings, the records of the
Integrated Center of Permanent Education in Health (CIEPS) in the years of
2013 and 2015 were used. To the data analysis, a database was constructed in
Excel, analyzed according to the basic descriptive statistics and the test of chi
square. Results: In the general hospital, 30 training sessions were carried out,
with training index / hours / technicians and auxiliaries of 0.6h and for nurses -
0.4h. At the specialized hospital there were 46 training and training index /
hours / technicians and auxiliary 2.0h and for nurses 1.0h. Between the years of
2013 and 2015 there was a 53.3% increase in training. Conclusion: The
results found to identify and verify that there was an increase in the training
index for the nursing staff in the period investigated, yet far from other reference
services, with room for improvement.
Keywords: continuing education, in-service training, nursing education.
1
1. INTRODUÇÃO
A educação é a construção do conhecimento de forma individualizada,
que busca autonomia intelectual, valorização das vivências e criatividade,
descobrindo novas maneiras de se trabalhar, trazendo responsabilidade social,
além de contribuir para formação do ser crítico e reflexivo1.
A educação em saúde pode ser classificada em três formas de ensino:
educação em serviço, educação permanente e educação continuada. A
educação em serviço é entendida como ações educacionais no ambiente de
trabalho, sempre relacionado com os interesses da instituição2. Ela pode trazer
ao colaborador um incentivo à reciprocidade e também a obtenção de
conhecimento, suprindo carências3. A educação permanente é realizada no
dia-a-dia dentro da instituição, construída a partir das dificuldades encontradas
ao longo da jornada diária de trabalho, valorizando, também o conhecimento e
experiências que o colaborador da equipe de enfermagem já possui2.
Dessa forma, o ápice é a reflexão crítica sobre a prática, assim, é vista
como uma das principais ferramentas da transformação e aperfeiçoamento do
atendimento em saúde1. O conceito de educação continuada (EC) é baseado
na atualização de processos tecnológicos e científicos que tem como objetivo
melhorar o desenvolvimento do profissional, gerando reflexão sobre suas
práticas, elevando a auto-estima e também o desempenho na prática da
assistência. Esta tem sido vista de um modo mais amplo, passando a valorizar
o ser humano, buscando metodologias diferenciadas4. Para a Organização
Mundial da Saúde (OMS), é todo conhecimento que o indivíduo pode adquirir
após a sua formação inicial, permitindo ao colaborador, melhorar suas
habilidades e adquirir experiências, levando ao desenvolvimento de suas
2
potencialidades5. A EC busca também ser uma ação reflexiva, fazendo com
que o colaborador possa pensar antes do agir. Partindo deste princípio
entende-se que a educação em saúde pode influenciar na melhora da prática
da qualidade assistencial, baseando-se nas necessidades individuais e
grupais6.
A Portaria nº 198/GM/MS, aprovada em 13 de fevereiro de 2004, que
instituiu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, propõe que a
educação dos trabalhadores da saúde seja realizada a partir dos problemas de
saúde da população. A educação dos profissionais é uma estratégia que tem
sido usada para solucionar os problemas que aparecem no desenvolvimento
dos serviços e práticas de saúde, essa educação vem por meio de
capacitações, definida como práticas intencionadas e planejadas que tem como
objetivo atualizar os conhecimentos e habilidades dos colaboradores7. Também
tem sido utilizada como um indicador de qualidade da assistência, como
instrumento de avaliação8. O enfermeiro além de cuidar, gerenciar, pesquisar e
atuar politicamente, também tem como função ser multiplicador de
conhecimento para seus clientes, sua equipe e para a comunidade.
Atualmente, observa-se com frequência nas organizações de saúde o
enfermeiro como responsável pelo serviço de EC9. A enfermagem é uma área
da saúde onde os profissionais lidam com elevada carga de trabalho, longas
jornadas, estresse, cansaço físico e mental, onde as capacitações têm sido de
grande importância no cotidiano, trazendo ao colaborador desenvolvimento
profissional e auto-realização. Desenvolver essa prática nos dias de hoje
3
requer tempo, conhecimento, metodologia adequada, recursos financeiros
(físicos, materiais e humanos) 10.
A falta das práticas que envolvem educação dentro da enfermagem
compromete a qualidade da assistência e satisfação dos colaboradores, que
devem também ser incentivados a ter atitude proativa na busca do
conhecimento fora do ambiente de trabalho6. Investigação sugere que os
colaboradores sejam consultados sobre o que desejam aprender e sobre a
forma com que será passado o aprendizado 8.
No hospital especializado em estudo, a estratégia utilizada para realizar
as capacitações é baseada nas necessidades individuais de cada unidade de
internação, de preferência realizados in loco pela enfermeira responsável do
serviço de educação ou pelos enfermeiros supervisores. Contudo, para atingir
todos os profissionais da equipe de enfermagem e proporcionar conhecimento
de forma efetiva, muitos são os desafios para realizar as ações educativas e a
adesão dos colaboradores. Diante desse contexto esse estudo visa responder
a seguinte questão de pesquisa: Quais foram os treinamentos realizados pelos
serviços de educação permanente do hospital geral e do especializado para a
equipe de enfermagem nos serviços de pediatria e ginecologia/obstetrícia?
4
2. OBJETIVO
Investigar a ocorrência dos treinamentos aplicados às equipes de
enfermagem no serviço de pediatria, ginecologia e obstetrícia em uma
instituição hospitalar geral e outra especializada.
5
3. MÉTODO
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório com abordagem
quantitativa, realizado nos serviços de pediatria, obstetrícia e ginecologia(G.O.)
de um hospital geral e outro especializado na saúde da criança e da mulher,
referente aos treinamentos realizados no período de 2013 e 2015.
Em 2013 esses serviços estavam alocados em um hospital geral, de
abrangência quaternária, capacidade extra (708 leitos). Posteriormente, houve
a mudança desses serviços com a inauguração do hospital especializado na
saúde da criança e da mulher, de grande porte (174 leitos), nível terciário, onde
os dados de 2015 foram coletados. Destaca-se que, ambos, são hospitais
localizados no sudeste do Brasil, de ensino, prestam atendimento
principalmente ao Sistema Único de Saúde (SUS), também a convênios e
seguradoras de planos de saúde e a particulares.
Os dados foram disponibilizados pelo Centro Integrado de Educação
Permanente em Saúde (CIEPS) e departamento de pessoal do hospital geral
(2013) e Centro de Educação Permanente (CEP) do hospital especializado. O
estudo somente foi conduzido após aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa (parecer n° 1.688.374).
Para o cálculo do indicador de treinamento de pessoal de enfermagem
foi utilizada a fórmula proposta pelo Núcleo de Apoio à Gestão
Hospitalar(NAGEH) ligado ao Compromisso com a Qualidade Hospitalar
(CQH) (22).
6
Figura 1. Fórmula para cálculo do índice de treinamento segundo
CQH/2012.
Para análise dos dados quantitativos foi construído um banco de dados
em uma planilha do programa Microsoft Excel e analisados segundo estatística
descritiva básica. Para o teste de qui quadrado foi utilizado o Software Prisma
6.01 e considerado p significante 0,05. Após análise, os resultados foram
apresentados em tabelas.
7
4. RESULTADOS
Nos hospitais em estudo, foram realizadas 76 capacitações destinadas
às equipes de enfermagem de pediatria e G.O. durante os dois anos
investigados – 2013 e 2015 com aumento de 53,3% de capacitações, onde a
carga horária variou de 0,5 a 5 h/treinamento (tabela 1).
No hospital geral as equipes de enfermagem estudadas eram compostas
de 250 auxiliares e técnicos de enfermagem e 70 enfermeiros. No hospital
especializado havia nas equipes de enfermagem, 268 auxiliares e técnicos e 93
enfermeiros, ambos com carga horária semanal de trabalho de 36 horas.
Aplicando-se a fórmula para todas as capacitações realizadas
destinadas as equipes de enfermagem de pediatria e G.O. dos dois hospitais
em estudo, encontrou-se 0,4 h para profissionais enfermeiros e 0,6 h para
profissionais de enfermagem de nível técnico do hospital geral e no
especializado o índice foi de 2,0 h para profissionais enfermeiros e 1,0 h para
os de nível técnico.
8
Tabela 1. Capacitações realizadas para equipe de enfermagem no hospital
geral(2013) e no especializado(2015) segundo os meses do ano. São José do
Rio Preto, 2016
MÊS H. Geral H.Especializado
N CH N CH
Janeiro 0 0,0 2 1,0
Fevereiro 1 1,0 8 7,0
Março 2 2,0 5 3,0
Abril 3 3,0 2 1,5
Maio 1 1,0 1 5,0
Junho 4 4,0 3 2,5
Julho 2 2,0 4 3,5
Agosto 5 5,0 6 8,0
Setembro 5 5,0 1 1,5
Outubro 3 3,0 6 7,0
Novembro 5 5,0 4 4,0
Dezembro 0 0,0 2 2,5
Média (DP) 2,6(DP-1,9) 2,6(DP-1,9) 3,7(DP-2,2) 3,9(DP2,4)
TOTAL 31 31,0 44 46,5
TC 250 aux./téc. 70 enf.
268 aux./téc. 93 enf.
CH – Carga Horária; DP – Desvio Padrão; TC – Total de Colaboradores
Observa-se que os temas no hospital geral foram destinados ao
paciente adulto e pediátrico (técnicas), aos profissionais (inserção na instituição
e segurança) e ambiente (descarte de resíduos). Enquanto que, no hospital
especializado as capacitações foram voltadas às necessidades individuais do
paciente (coleta de leite humano, aferir a pressão sanguínea da criança,
técnica terapêutica assistida com animais) e profissionais (manuseio
tecnológico que auxilia na parada cardiorrespiratória de recém-nascidos).
Em 2013, no hospital geral, a participação dos técnicos e auxiliares de
enfermagem da equipe de G.O. foi maior em três temas – PCR(parada
cardiorrespiratória) em neonatal e pediatria (76,9%); Posturas no ambiente de
9
trabalho (29,3%) e descarte de resíduos hospitalares (26,7%). Também, foi
possível observar maior presença dos enfermeiros - 76,9% em PCR neonatal e
pediatria, captação de órgãos - 30,8% e em descarte de resíduos hospitalares -
23,1%.
Em 2015, no hospital especializado, a participação de técnicos e
auxiliares da pediatria foi relevante em quatro temas - técnicas de curativo
(14,7%), coleta de leite humano (16,8%), projeto cão afeto (11,6%) e
desfibrilador cardioversor portátil (14,7%) que foi o único a apresentar valor de
p significante 0,0509. Os enfermeiros de ginecologia e obstetrícia estiveram
mais presentes em todos os treinamentos realizados (tabela 2).
10
Tabela 2. Participação das equipes de enfermagem da pediatria e ginecologia/obstetrícia nas capacitações realizadas no
hospital geral (2013) e no especializado (2015). São José do Rio Preto, 2016
Período Tema G.O. PED.
p Enf.(n=13) Aux./Téc.(n=75) Enf.(n=57) Aux./Téc.(n=175)
2013 N(%) N(%) N(%) N(%)
Abril Descarte de resíduos hospitalares 3(23,1) 20(26,7) 6(10,5) 12(6,9) 0,2473
Julho PCR em neonatal e pediatria 10(76,9) 26(34,7) 4(7,0) 39(22,3) 0,9928
Agosto Posturas no ambiente de trabalho 2(15,4) 22(29,3) 2(3,5) 12(6,9) 0,015
Outubro Captação de órgãos 4(30,8) 9(12,0) 6(10,5) 17(9,7) 0,6037
Novembro Programa de integração 2(15,4) 10(13,3) 4(7,0) 24(13,7) 0,5296
2015 Enf. (n=18) Aux./Téc.(n=78) Enf.(n=75) Aux./Téc.(n=190)
Janeiro Aferição da pressão sanguínea em pediatria 8(44,4) 23(29,5) 8(10,7) 40(21,1) 0,6144
Abril Técnicas de curativo 3(16,7) 7(9,0) 6(8,0) 28(14,7) 0,8111
Agosto Coleta de leite humano 7(38,9) 4(5,1) 9(12,0) 32(16,8) 0,9824
Desfibrilador cardioversor portátil 7(38,9) 4(5,1) 9(12,0) 28(14,7) 0,0509
Outubro Projeto cão afeto 2(11,1) 2(2,6) 1(1,3) 22(11,6) 0,0763
11
5. DISCUSSÃO
As ações de educação continuada possibilitam melhorias no processo
de trabalho, na qualificação dos profissionais e na qualidade da assistência ao
paciente. 12
Especificamente nos treinamentos foco desse estudo encontrou-se
aumento significativo de 50% da carga horária de 2013 (31h) para 2015
(46,5h). Enquanto que um estudo quantitativo realizado no mesmo hospital
geral desta pesquisa, apresentou diminuição de 54,4% do total de carga
horária das capacitações realizadas entre os anos de 2012 e 201313, porém,
foram destinadas a toda equipe multiprofissional do hospital totalizando 2.664
profissionais.
Levando em conta que as ações educativas aumentam a qualidade na
assistência ao paciente e condicionam segurança aos colaboradores, é
interessante para o enfermeiro avaliar o quanto esse processo é efetivo. O
indicador tem sido uma importante ferramenta utilizada para mensurar a
qualidade da assistência prestada 14.
Os indicadores são utilizados para avaliar o desempenho dos recursos
humanos e a qualidade do serviço prestado, são quantificáveis e importantes
para saber se o objetivo traçado foi alcançado, auxiliam na identificação de
problemas no processo de trabalho, sendo de grande relevância para verificar
a necessidade de novas capacitações. 14-15.
O NAGEH juntamente com o CQH, sistematizou desde 1990 indicadores
para se mensurar a qualidade da assistência e dos recursos humanos, entre
eles pode-se encontrar o índice de treinamento de enfermagem, que avalia a
12
relação entre o número de horas dos colaboradores ouvintes nas ações
educativas e o número de horas homem trabalhadas, multiplicado por 1.000 11.
Os achados deste estudo mostraram que o índice de treinamentos
realizados para as equipes de pediatria e G.O. de enfermagem do hospital
geral foi de 0,4 h para enfermeiros e 0,6 h para auxiliares e técnicos de
enfermagem, em contrapartida, no hospital especializado obteve-se o índice de
1,0 h para profissionais enfermeiros e 2,0 h para técnicos e auxiliares. Em
2013, investigação em 27 hospitais gerais credenciados no CQH esse
indicador mostrou mediana de 5,54 h/treinamento/enfermagem e em 2015 de
5,17h/treinamento/enfermagem em análise de 36 hospitais16. No Paraná, um
hospital de ensino, em 2014, utilizou o mesmo indicador e encontrou 16,20
h/treinamento/enfermeiro e 3,98h/treinamento/técnicos e auxiliares, porém o
calculo foi realizado baseando-se nos treinamentos realizados para todas as
equipes de enfermagem do hospital14. Assim, neste estudo, observou-se o
aumento do índice de treinamento entre os anos de 2013 e 2015, porém, o
valor encontrado está aquém do desejável em relação a outros estudos
brasileiros.
Apesar do indicador ser importante, o enfermeiro não deve se abster
somente a ele, mas utilizar de outros indicadores de recursos humanos para
melhor avaliar sua equipe17.
Para que o aprendizado tenha eficácia sobre o colaborador, as ações
educativas precisam ser planejadas de acordo com os desafios do dia-a-dia do
profissional, pois além de trazer mais conhecimento para este, proporciona
superação das dificuldades, podendo colaborar com a satisfação no trabalho18 .
13
No hospital especializado o diagnóstico de necessidades das
capacitações é elaborado de acordo com as dificuldades encontradas
diariamente entre os colaboradores, e as intervenções educativas são
realizadas in loco, de forma assertiva, de encontro a atender a essas
necessidades especificas, onde a enfermeira responsável do serviço de
educação permanente se desloca até a unidade a ser trabalhada para evitar
que os colaboradores se ausentem dos seus serviços.
O enfermeiro do CEP também assessora o enfermeiro supervisor na
impossibilidade de sua presença, disponibilizando os recursos necessários e
orientando a supervisora e esta delega ao enfermeiro com perfil adequado para
ministrar a aula ao colaborador de forma individualizada que apresentou
necessidade para determinada temática.
Pesquisa realizada em hospital público do município de São Paulo
aponta que, as ações desenvolvidas na instituição, são pautadas nas
dificuldades percebidas durante o processo de trabalho e também nas
necessidades dos usuários do serviço de saúde19.
Em contrapartida, as capacitações realizadas no hospital geral são
baseadas nas necessidades da instituição como um todo, levando os
colaboradores a se retirarem do local de trabalho, o que por vezes, pode
comprometer a participação da equipe com temas gerais ou não direcionados
as necessidades especificas desses colaboradores. Destaca-se que a
participação da equipe é maior quando o colaborador já tem conhecimento
prévio sobre o assunto a ser ministrado12. Estudo quantitativo mostra que a
participação da equipe de enfermagem foi baixa nos treinamentos realizados
em hospital de ensino e associa a não participação com a sobrecarga de
14
trabalho, pois para participar dos treinamentos, o profissional tem de se
ausentar dos seus serviços13. O que corrobora com outro estudo onde os
colaboradores não tem disponibilidade para sair de seus serviços para
participarem de treinamentos devido a insuficiência de recursos humanos 12.
O conhecimento e o estímulo que o profissional tem sobre determinado
tema pode influenciar de forma positiva ou negativa em sua participação nas
capacitações. É necessário ressaltar os benefícios do treinamento sobre a
qualidade na assistência e para o crescimento profissional. Sem o estímulo por
parte de quem oferece a EC, a participação dos colaboradores será
diretamente afetada, podendo diminuir o número de participantes nas ações
educativas18.
Dentre as capacitações específicas realizadas no hospital especializado,
a do projeto cão afeto foi um dos destaques de um estudo realizado na mesma
cidade desta pesquisa, onde mostrou a relevância da terapia com animais para
a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e profissionais20, o que
corrobora com este trabalho, pois mostra que as capacitações realizadas no
hospital especializado são voltadas para temas de interesse da área com efeito
significativo sobre os pacientes e colaboradores.
15
6. CONCLUSÃO
Os resultados contribuíram para identificar e verificar que houve
aumento no índice de treinamento para equipe de enfermagem no período de
2013 e 2015, contudo ainda distante de outros serviços de referência, havendo
ainda espaço para melhorias.
16
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