custo logístico agroindustriais

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  • 7/26/2019 Custo Logstico Agroindustriais

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    1 Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais GEPAI, Departamento de Engenharia de Produo,Universidade Federal de So Carlos UFSCar, Rod. Washington Luiz, Km 235, CP 676, CEP 13565-540,So Carlos, SP, Brasil, e-mail: [email protected]; [email protected]

    Recebido em 5/11/2010 Aceito em 30/5/2012

    Suporte financeiro: FINEP.

    Abstract: The objective of this study is to propose and implement a theoretical framework to calculate the totallogistics costs of Brazilian agribusiness products meant for export. The framework was applied to soybeans that

    are produced in Mato Grosso and exported from the port of Santos. The analyses include unimodal and intermodal

    routes. From a theoretical viewpoint, the proposed framework includes some variables that are often underestimated

    in this kind of analysis, such as tax variables. With regard to the empirical results from implementing the framework,

    the study shows that due to a number of factors and contrary to much of the literature available on the subject, it is

    not always advantageous for the Mato Grosso soybeans producers to transport their production using intermodal

    alternatives. Future research suggestions are included at the end of the paper.

    Keywords:Agribusiness logistics. Logistics costs. Intermodality. Soybean.

    Resumo: O objetivo deste trabalho propor e aplicar um modelo de clculo de custo logstico total para produtosagroindustriais brasileiros voltados para a exportao. O modelo aplicado para a soja em gro produzida no MatoGrosso e exportada pelo porto de Santos. As avaliaes contemplam fluxos de escoamento com rotas unimodais eintermodais. Do ponto de vista terico, o modelo proposto contempla algumas variveis comumente negligenciadasem anlises deste tipo. Este , por exemplo, o caso das variveis ligadas tributao. Do ponto de vista dos resultadosempricos resultantes da aplicao do modelo, o trabalho mostra que, devido a uma srie de fatores e contrariandogrande parte da bibliografia disponvel sobre o assunto, nem sempre vantajoso para o produtor brasileiro de sojado Mato Grosso escoar sua produo por alternativas intermodais. Algumas sugestes para trabalhos futuros nestarea so apresentadas ao final do artigo.

    Palavras-chave:Logstica agroindustrial. Custos logsticos. Intermodalidade. Soja.

    Custos logsticos agroindustriais: avaliao doescoamento da soja em gro do Mato Grosso para omercado externo

    Agribusiness logistics costs: evaluation of Mato Grossostates soybean export

    Marilin Ribeiro Kussano1Mrio Otvio Batalha1

    1 IntroduoA soja um dos principais e mais competitivos

    produtos do agronegcio brasileiro. Diversos estudos,como os de Dohlman, Schnepf e Bolling (2001),

    Pinazza (2008) e Lazzarini e Nunes (1997), mostramvantagens comparativas de custo do Brasil vis visseus competidores internacionais. Ao mesmo tempo,estes autores afirmam que esta importante vantagemdiminui a partir do momento em que o produto saidas porteiras das fazendas e entra na problemticaestrutura logstica brasileira.

    Alguns problemas infraestruturais do pas dificultamsignificativamente uma expanso sustentada doagronegcio brasileiro em geral e da soja emparticular. A infraestrutura de transportes est entre

    estes problemas. A m conservao das estradas traz

    prejuzos importantes ao agronegcio brasileiro,pois grande parte da produo agrcola brasileira escoada por rodovias. Como o fluxo de caminhes

    intenso no perodo ps-colheita, a cada safra possvel acompanhar nas estradas os altos ndices deperda de gros durante a sua movimentao. Almdos problemas rodovirios, a malha de transportesferrovirios e hidrovirios tambm apresenta sriasdeficincias (KUSSANO, 2010).

    No bastassem os problemas de transporte, aestrutura de armazenagem nacional inadequada,principalmente dentro das propriedades rurais. Esteproblema obriga grande parte dos produtores aescoarem sua produo logo aps a colheita, perodo

    em que os preos so baixos e o custo dos fretes est

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    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    Kussano et al.

    mais alto. Alm disso, gera-se uma sobrecarga nasestruturas virias e porturias do Pas em perodoscurtos de tempo.

    Todos estes problemas de infraestrutura tm efeitodireto no custo do escoamento e movimentao daproduo agrcola, os quais terminam por aumentar

    os custos dos produtos brasileiros e afetar suacompetitividade no mercado nacional e mundial.No caso de cargas agrcolas, as quais normalmente

    possuem baixo valor unitrio agregado, o impactodos custos logsticos no custo final do produto significativo. Os custos de transporte para a sojapodem chegar a 25% do valor do produto, enquantoos do caf, por exemplo, so de 2% e os do suco delaranja de 1% (CAIXETA FILHO, 1996).

    A soja uma commodityprecificada no mercadointernacional, tendo a Bolsa de Chicago como seu

    maior balizador de preos. Desta forma os produtorese empresas no possuem controle sobre o seu preo,podendo atuar somente na gesto de seus custos.

    Um fluxo de escoamento para o mercado externopode ser definido como sendo o caminho que o produtopercorre desde a fazenda at o porto. sabido que noBrasil as alternativas viveis para este escoamento sorelativamente reduzidas. Assim, vital o conhecimentoda estrutura logstica e a identificao dos custosenvolvidos na movimentao dos produtos agrcolas,para, em seguida, quantific-los e propor solues

    que minimizem seus custos e perdas de produtos.Neste contexto, o objetivo deste trabalho propore aplicar um modelo de clculo de custo logsticototal para o escoamento de produtos agroindustriaisde exportao. O modelo ser aplicado para a sojaem gro destinada exportao. Pretende-se com estetrabalho discutir aspectos relacionados logstica dasoja, infraestrutura logstica e intermodalidade demeios de transporte de cargas.

    Este artigo se divide, alm desta introduo, emquatro sees. A segunda seo faz uma breve reviso

    sobre custos logsticos, direcionando as anlises paraa questo dos custos logsticos agroindustriais. Estaseo tambm apresenta o modelo terico que serutilizado nas anlises. Os aspectos metodolgicosconsiderados na construo deste artigo compem aseo subsequente. A quarta seo aplica o modeloproposto no estudo do custo logstico total doescoamento da soja nos fluxos analisados. A ltimaparte do trabalho apresenta as consideraes finais doartigo e coloca algumas questes que podem norteartrabalhos futuros na rea.

    2 Custos logsticosOs trabalhos que estudaram custos logsticos

    podem ser divididos em alguns grupos principais.O primeiro envolve os trabalhos que estudaram ocusto logstico do ponto de vista de alguma atividadelogstica isolada, como transporte e armazenagem,

    por exemplo. Nesta linha, pode-se citar o trabalho deAfonso (2006), que buscou caracterizar e descrever aestrutura e a composio dos custos de transporte emtodos os modos de transporte de cargas, bem comoidentificar os itens de custos de maior peso e seusimpactos no nvel de servio ofertado.

    Banomyong e Beresford (2001) exploraram asvrias alternativas de rotas de transporte e mtodosdisponveis para que os exportadores de Laos - umpas do sudeste asitico sem acesso direto aooceano - vendessem seus produtos para a UnioEuropeia. Os autores utilizaram um modelo detransporte multimodal para verificar as alternativasde rotas, utilizando as seguintes variveis: custo,tempo, distncia, modo de transporte e transbordo.

    O estudo de ngelo (2005) realizou um levantamentodos custos referentes atividade de transportes

    e considerou os seguintes fatores de custo: frete,seguro de carga, perda da carga, ICMS, armazenagemem terminais, estoque em trnsito e transbordo.Este o estudo que mais se aproxima do objetivodesta dissertao. Alm das variveis consideradaspor ngelo (2005), este trabalho ir analisar oscustos porturios e demonstrar o impacto dos custostributrios na competitividade da soja, considerando,alm do ICMS, o PIS, o COFINS e o ISS.

    Outra linha de pesquisa foca a adaptao de sistemasde custeio correntemente utilizados para custear

    atividades fabris avaliao dos custos logsticosde empresas. Nesta linha, a maioria dos trabalhosaplica o mtodo do Custeio Baseado em Atividades(Activity Based Costing- ABC). Amaro (2002) utilizao ABC aplicado ao gerenciamento da logstica e docomrcio exterior e aplica o seu modelo em umaempresa do ramo madeireiro. O trabalho de Lin,Collins e Su (2001) discute as questes envolvidas naimplementao do mtodo ABC no custeio de cadeiasde suprimento. Outra proposta de gesto dos custoslogsticos da cadeia de suprimentos que tambm utiliza

    o mtodo ABC foi desenvolvida por Freires (2000).Outro conjunto de trabalhos estuda custos logsticosdo ponto de vista dos processos da logstica, como osuprimento e distribuio, por exemplo. Nesta linha,o estudo de Kaminski (2004) prope uma sistemticade avaliao de custos logsticos da distribuio fsicacom base no mtodo ABC e aplicado numa empresadistribuidora de suprimentos industriais. Asteggiano(2003) prope em seu trabalho uma sistemticapara avaliao e melhoria dos custos da atividade dedistribuio fsica de mercadorias de uma empresa

    distribuidora de alimentos especializada no segmentodefood service.Zeng e Rosseti (2003) apresentaram um modelo de

    cinco passos para avaliar os custos logsticos em umcontexto de utilizao da estratgia de global sourcing.O trabalho classificou os custos logsticos em seiscategorias: transporte, inventrio, administrativos,

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    condies infraestruturais e econmico-financeiras doBrasil. Assim, a estrutura de anlise desenvolvida foiresultado da adaptao realidade do agronegcio dosmodelos de avaliao de custos logsticos encontradosna literatura. Uma representao esquemtica domodelo pode ser vista na Figura 1 e no quadro sntese 1.

    3 Aspectos metodolgicosA coleta de dados e a pesquisa de campo foram

    realizadas no incio de 2010. Foi aguardado o incio dasafra de soja para realizar o levantamento dos dadosde custo. Desta forma, a coleta de dados de custosfoi realizada na primeira quinzena de maro de 2010.Segundos dados do IMEA (INSTITUTO..., 2010), ato dia 11 de maro, 85% da rea plantada do municpiode Primavera do Leste (MT) j havia sido colhida, oque justifica o perodo da coleta dos dados.

    Os dados foram coletados em pesquisa de campoe por telefone, em terminais intermodais interiores,portos, empresas exportadoras, tradingse rgosgovernamentais. Para a coleta dos dados foramrealizadas entrevistas semiestruturadas, que, na visode Yin (2001), so mais espontneas e assumemum carter de conversa informal. No entanto, nestaabordagem, o pesquisador segue um roteiro deperguntas que permite obter a viso do pesquisadorsobre o tema pesquisado.

    O roteiro de entrevista teve como base o modelo

    proposto, que contemplou as variveis mostradas naFigura 1 e sintetizadas no Quadro 1.

    Os fluxos de escoamento selecionados paraa aplicao do modelo foram escolhidos porconvenincia. Em relao ao ponto de origem, optou-sepor selecionar um estado que fosse representativo

    encargos aduaneiros, risco, perdas e manuseio eembalagem. Alm de identificar os itens chavesde custo, os autores sugeriram um caminho paraquantificar cada tipo de custo.

    Independente do modelo de custeio aplicado preciso conhecer as variveis que compem o custo

    logstico. Segundo Faria e Costa (2007), o custologstico total pode ser apurado a partir da somatriados elementos de custos logsticos individuais: custode armazenagem e movimentao de materiais,custo de transporte, incluindo todos os modaisou operaes intermodais, custos de embalagensutilizadas no sistema logstico, custo de manutenode inventrios, custos decorrentes de lotes, custostributrios, custos decorrentes do nvel de servio ecustos da administrao logstica.

    Mas no existem manuais de identificao de

    fatores de custo que sejam universais, ou seja, os custosprecisam ser avaliados de acordo com as circunstnciasnas quais so aplicados e na forma apropriada a cadaproblema especfico (MAGEE, 1977). Desta forma, preciso conhecer as especificidades do produtoestudado e de sua logstica, para assim poder definirquais variveis de custos devem ser consideradas naavaliao do custo logstico total. Segundo Batalhae Silva (2007), grande parte das teorias de gestofoi pensada para setores que no o agronegcio. Asespecificidades dos sistemas agroindustriais demonstram

    a importncia do desenvolvimento de um ferramentalprprio de modelos e tcnicas de gerenciamento.

    Considerando o exposto, Kussano (2010) apresentouum modelo de clculo do custo logstico de escoamentoda soja em gro para exportao que considera asespecificidades do produto analisado, bem como das

    Figura 1.Modelo de custos logsticos proposto. Fonte: Elaborado pelos autores.

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    Kussano et al.

    do produto. A cotao da tonelada no dia foi deR$ 651,81 no porto.

    Para o entendimento da comercializao elogstica da soja e os seus custos correspondentes,foram consultados diversos atores desta cadeia,como: transportadores hidrovirios, ferroviriose rodovirios, tradings, cooperativas, advogadostributaristas, operadores de terminais intermodais,entre outros. Dados sobre o mercado de soja, bemcomo sua precificao, foram fornecidos por doistradersde duas multinacionais que figuram entreas quatro maiores negociadoras e esmagadoras desoja do Brasil (DALLAGNOL et al., 2007). Para

    entender os aspectos do transporte rodovirio e seuscustos, foram entrevistados dois encarregados defrete de duas transportadoras que operam nas rotasrodovirias estudadas. Os entrevistados forneceraminformaes de quebra (perda de mercadoria) econdies dos terminais de transbordo (filas, acesso).Os custos de frete rodovirio foram fornecidos pelo

    na produo e exportao de soja. Desta forma,selecionou-se o Estado de Mato Grosso. Alm depossuir uma produo significativa de soja, o Estadodo Mato Grosso est distante dos portos de exportao,sendo assim mais afetado pelos custos logsticos,principalmente os de transporte.

    Em uma segunda etapa procedeu-se escolhado municpio de oferta. Para isso foi consultada aclassificao dos maiores municpios brasileirosprodutores de soja (INSTITUTO..., 2007). Foiescolhido o municpio de Primavera do Leste, maiorprodutor de soja do sudeste do Mato Grosso. O portode Santos foi selecionado como destino das cargaspor ser o porto brasileiro com maior movimentaode soja, segundo dados do Aliceweb (BRASIL, 2009).

    O preo da soja considerado para os clculos foicedido por uma trading no dia 18/03/2010. Utilizou-seuma trading como fonte de dado de preo devido aesta tambm representar uma possvel compradora

    Quadro 1.Elementos do custo logstico total.

    Categoria de custo logstico Definio Observao

    Transporte

    FreteCusto da utilizao dos diversos

    modos de transporte. o custo mais representativo no custo

    logstico total.

    Perda demercadoria

    Custo da perda de mercadoria.Multiplica-se a quantidade perdida

    (%) pelo valor da mercadoria.

    Remuneraopor estadia

    Pago ao transportador para indenizarlongos perodos de espera para

    carregar e descarregar.

    Valor pago por tonelada e por tempode espera.

    Estoque emtrnsito

    Custo de oportunidade de estoquesem trnsito.

    Custo deestoque =(Tx de oport. n dias ) * Valorda

    mercadoria em estoque.

    ArmazenagemTaxa de

    armazenagem

    Taxa cobrada pelos armazns,terminais e portos para o

    armazenamento do produto.

    A taxa negocivel e varia conformeo tipo de produto, quantidade, cliente,

    tempo de armazenagem, etc.

    Estoque

    Custo do

    estoque emarmazns

    Custo de oportunidade do produto

    durante o perodo de armazenamento.

    Custo deestoque =

    (Tx de oport.n dias

    ) * Valordamercadoria em estoque.

    Transbordo

    Taxa detransbordo

    Taxa cobrada pelos terminais e portospara transbordo do produto.

    A taxa negocivel e varia conformeo tipo de produto, quantidade, etc.

    Perda demercadoria

    Custo da perda de mercadoria naoperao de transbordo.

    Multiplica-se a quantidade perdida(%) pelo valor da mercadoria.

    Porturio Taxas porturiasTaxa para utilizao de infraestrutura

    porturia.

    Taxas sobre utilizao deinfraestrutura porturia, utilizaode infraestrutura terrestre, taxas de

    transbordo e armazenagem.

    Tributrio ICMS Custo sobre o transporte interestadual.

    Multiplica-se o valor do frete pela

    alquota correspondenteO PIS, COFINS E ISS seroconsiderados apenas para verificarsua representatividade, no sendo

    considerados no somatrio do custototal.

    Fonte: Elaborado pelos autores.

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    frete rodovirio na safra da soja fica cerca de 30% maiscaro devido ao aumento da demanda. Grande partedo transporte rodovirio da soja na safra feito porcaminhoneiros autnomos que conseguem os fretespor meio das transportadoras e ficam dependentesdas condies ditadas por elas.

    No transporte ferrovirio, as grandes tradingseesmagadoras fecham contratos antecipados com asempresas de transporte ferrovirio do tipo take orpay, que contratam antecipadamente o volume aser transportado. O pagamento integral previsto emcontrato dever ser efetuado ao transportador mesmoque ele no transporte o volume acordado.

    A preferncia dos transportadores ferrovirios poratender as grandes tradings se deve ao alto volumetransportado por estas empresas para operaespor ferrovia ao longo de todo o ano. Desta forma,

    a maioria das companhias de transporte ferroviriopretere clientes menores e s os atende conformesua disponibilidade e convenincia.

    O custo de frete o mais representativo na estruturade custos de transporte e responde por cerca de 80%do custo de transporte total dos fluxos estudados(Tabela 1).

    O transporte hidrovirio no Brasil dificilmentepercorre distncias acima de 1.000 km, em que seriamais eficiente. Mesmo assim ele tem o menor custopor quilmetro percorrido, quando comparado com

    os outros modais estudados.Quando a varivel R$/km (calculada somente sobreo frete) analisada, verifica-se que o custo por kmpercorrido assemelha-se ao que foi apontado pelaliteratura. Tendo o hidrovirio como mais barato, oferrovirio com um custo intermedirio e o rodoviriocom o maior custo por quilmetro percorrido.

    O custo da perda de mercadoria, ou quebra,mostrou-se representativo. A taxa de quebraconvencional utilizada pelo mercado de 0,25%por trecho de transporte rodovirio at 1.000 km e

    0,50% acima de 1000 km. Este valor varia de acordocom as condies do veculo e da via em que ele trafega.Segundo a ABIOVE (ASSOCIAO..., 2009)

    o Brasil produziu, na safra 2008/2009, cerca de60 milhes de toneladas de soja em gro. Se forconsiderada uma perda mdia de 0,25% sobre estemontante, tem-se 150.000 t que podem ter se perdidopelas estradas. Se fossem somadas as quebras nosterminais e portos, esse valor ainda poderia ser maior.

    Durante a operao de transporte, em terminaisou no porto de exportao, podem ocorrer filas de

    caminho para descarregamento, as quais ocasionamaltos tempos de espera para o transportador. Estetempo de espera que os caminhes enfrentam deve serindenizado em forma da remunerao por estadia.A lei federal 11.442, que dispe sobre o transporterodovirio de cargas (TRC) por conta de terceirose mediante remunerao, estabelece que o tempo

    SIFRECA (ESALQ-LOG). Os valores de fretesferrovirios foram coletados com os responsveis pelarea comercial das concessionrias que operam nasferrovias estudadas. O frete hidrovirio foi reveladopelo encarregado de frete de um transportador queopera na hidrovia Tiet-Paran.

    Nos terminais intermodais pesquisados (So Simoe Alto Araguaia) foram colhidos dados de taxade transbordo, taxa de armazenagem e perda demercadoria durante estas operaes. Estes dadosforam fornecidos pelos supervisores dos terminais,que tambm explicaram o funcionamento do terminalde gros.

    Em relao questo tributria das operaesde exportao da soja, foram consultados doisadvogados tributaristas que atendem diversas empresasparticipantes da cadeia da soja. Os dados de custo

    de armazenagem foram fornecidos pela CONAB.Para o clculo do custo logstico dos fluxosselecionados, considerou-se a situao de produtoresque escoam sua mercadoria para o porto logo apsa colheita, sem armazenagem. Esta a situaomais comum para os produtores brasileiros. Destaforma, os custos de oportunidade do estoque e dearmazenagem no sero considerados nas anlises.Embora eles no tenham sido incorporados nosclculos efetuados, eles sero discutidos dentro doambiente da comercializao da soja.

    Para clculo do custo logstico total foiconsiderado o custo de transporte (frete + perda demercadoria + estoque em trnsito + remuneraopor estadia), transbordo (taxa de transbordo + perdade mercadoria no transbordo), tributrios (ICMS) ecustos porturios. A descrio dos custos mostradaa seguir.

    4 Anlise do custo logstico totaldo escoamento da soja nos fuxosanalisados

    4.1 Custo de transporte

    As ltimas dcadas assistiram interiorizao daproduo de soja no Brasil. A produo de regiestradicionais do sul do Pas e de parte de So Pauloexpandiram-se para as regies do Cerrado e de parteda Amaznia. Disponibilidade de terras, subsdiosdos governos e suporte tecnolgico explicam, emgrande parte, este movimento. Esse deslocamentoacentuou os problemas de infraestrutura e logstica,

    aumentando os custos mdios de transporte dosgros produzidos em territrio nacional at os portosexportadores (AFONSO, 2006).

    O custo do transporte rodovirio altamentedependente do preo do combustvel e dos pedgios,os quais representam a maior parte do custo dotransporte rodovirio Segundo os entrevistados, o

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    Kussano et al.

    CDI (certificado de depsito interbancrio), um dosindicadores utilizados pelo mercado financeiro pararemunerar investimentos, foi utilizada para calcular

    o custo de oportunidade.O custo do estoque foi calculado a partir da

    somatria dos tempos de deslocamento e transbordode todos os trechos de transporte dentro de cada fluxo,para se achar um nmero inteiro de dias.

    O custo de oportunidade do estoque em trnsitono se mostrou representativo nos casos estudados(0,8%, 0,4% e 0,25% do custo total de transporte dosfluxos 1, 2 e 3, respectivamente). Isto se deve, entreoutros, ao fato da soja ter um baixo valor agregado.

    O fluxo 1 que utiliza a intermodalidade obteve

    o maior custo de transporte entre os trs fluxos. Sefor analisado somente o custo do frete, o fluxo 1 mais barato que o fluxo 2 e o 3. Acrescentando oscustos de perda de mercadoria ao custo do estoqueem trnsito, o fluxo 1 passa a ser o mais caro, jque ocasiona maior perda devido troca de modale imobiliza capital por mais tempo.

    Este fato evidencia a importncia de no seconsiderar apenas o frete ao decidir pelas opeslogsticas de escoamento, j que os outros custospodem inviabilizar uma opo que, no princpio,

    analisando somente o frete, seria a de menor custo.

    4.2 Custos de transbordo

    Os terminais hidrovirios de So Simo (GO),municpio localizado no Sul de Gois, ficam namargem do rio Paranaba e so operados por grandes

    de espera do caminhoneiro no deve superar cincohoras. Se este tempo for excedido, ele ter direito areceber R$ 1,00 por tonelada a cada hora excedida.

    O que foi verificado que esta lei no posta emprtica. So realizados alguns tipos de acertos entreo embarcador e o caminhoneiro e, s vezes, podeacontecer do caminhoneiro simplesmente no receber,tendo assim que arcar com o prejuzo da espera.

    O tipo de negociao mais efetuada um acertode pagamento de estadia que geralmente comea avaler aps 12 horas de espera. Aps este perodode tolerncia estabelecido, paga-se uma mdia deR$ 0,30 por tonelada/hora. Pode acontecer tambmo pagamento de dirias, que negociada em cadacaso especfico.

    O terminal de So Simo e Pederneiras e o porto deSantos, que fizeram parte do estudo, foram consultadospara verificar a existncia de filas de caminhes duranteo perodo considerado. Alm disso, as transportadorasque transportam para estes terminais tambm foramconsultadas para que os dois lados fossem avaliados.

    Segundo os entrevistados, no ocorreram perodos deespera superiores a 10 horas nos terminais pesquisados.Como a maioria das empresas paga estadia somente

    aps a 12 hora, este tempo de espera foi utilizadoapenas no somatrio do tempo total de deslocamento,no sendo considerado o pagamento de estadia.

    Em situaes de alto tempo de espera, precisoconsiderar tambm o custo do estoque em trnsito.Para calcular o custo de oportunidade, foi precisoprimeiro escolher a taxa de oportunidade. A taxa de

    Tabela 1.Custo de transporte de uma tonelada de soja de Primavera do Leste at o Porto de Santos segundo o modal logsticoutilizado.

    Fluxo 1 Fluxo 2 Fluxo 3

    OrigemPrimaverado L. (MT)

    So Simo(GO)

    Pederneiras(SP)

    TotalPrimavera do

    L. (MT)Alto Araguaia

    (MT)Total

    Primaverado L. (MT)

    DestinoSo Simo

    (GO)

    Pederneiras

    (SP)

    Santos

    (SP)

    -Alto Araguaia

    (MT)

    Santos

    (SP)

    -Santos

    (SP)Distncia (km) 724 650 560 1934 334 1357 1691 1685

    Tempo total (dias)transporte +transbordos

    0,5 7 1,5 9 dias 0,3 3,7 4 dias 3 dias

    Modal Rodovirio Hidrovirio Ferrovirio - Rodovirio Ferrovirio - Rodovirio

    Frete (R$) 87,75 35,00 55,00 177,75 47,62 95,00 142,62 180,00

    R$/km 0,1212 0,0538 0,0982 0,0919 0,1425 0,0700 0,0843 0,1068

    Quebra notransporte (R$)

    1,63 1,63 1,63 4,88 1,63 1,63 3,25 1,63

    Remunerao por

    estadia (R$)0 0 0 0 1,50 0 1,50 0

    Custo estoque emtrnsito (R$)

    1,35 1,35 0,60 0,6 0,44

    Custo de transporte

    total (R$)90,73 36,63 56,63 183,98 49,85 81,63 148,11 183,70

    Fonte: Dados da pesquisa de campo.

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    Custos logsticos agroindustriais: avaliao do escoamento da soja...

    Toda operao de transbordo implica em perdade mercadorias, que, segundo os entrevistados, giraem torno de 0,20% em volume. Como os terminaispossuem estrutura de limpeza e secagem de gros,nesses processos tambm pode ocorrer uma quebrade cerca de 0,10% em volume. Quanto maior o

    nmero de manuseios e transbordos, maior ataxa de perda.A Tabela 2 mostra o custo de transbordo total

    dos trs fluxos analisados, considerando as taxas detransbordo e as quebras (0,20%).

    O custo de transbordo no fluxo 1 bastanteinfluenciado pela alta taxa de transbordo dosterminais de So Simo (GO). Alm disso, asdiversas trocas de modais ocasionam muitas perdasque representam uma grande parcela do custo detransbordo total.

    As taxas de transbordo no porto j esto inclusasno custo porturio, desta forma, considerou-sesomente a perda de mercadoria durante a operaoporturia.

    4.3 Custos de armazenagem

    evidente a importncia do armazenamentona produo agrcola. Durante a safra, o preodas commodities costuma sofrer queda, devido quantidade ofertada, enquanto os fretes, devido intensa demanda, tendem a ser mais caros.

    Nos terminais que possuem capacidade dearmazenagem, verificou-se que no existe um padrona forma de tarifar a armazenagem. Alguns cobramum valor fixo para a primeira quinzena e um adicionalpor perodo excedente, que pode ser dirio, semanal ouquinzenal. Existem tambm os armazns que cobramum valor para entrada mais um adicional por quinzena.

    As taxas de armazenagens nos terminais esto, namaioria das vezes, atreladas s taxas de transbordo.

    tradingse esmagadoras. Estes terminais escoam asoja comercializada principalmente para os terminaisde Pederneiras (SP) e Anhembi (SP). Eles trabalhamcom capacidade total durante os meses de safra da soja(maro, abril e maio), chegando a funcionar 24 horaspor dia. Os terminais de So Simo so operados por

    empresas privadas, que podem ser classificadas emdois grupos, conforme sua forma de atuao.Os terminais do primeiro grupo movimentam

    apenas mercadorias de propriedade da empresa ouprodutos comercializados por ela. O segundo grupo o de empresas que tambm so proprietrias doterminal e o utilizam para escoar e armazenar osgros comercializados por ela, mas tambm prestamservio de transbordo e armazenagem para terceiros,cobrando uma taxa pelos servios. Todas essas taxasso negociveis e variam principalmente conforme

    o volume movimentado pelo contratante. A taxa detransbordo utilizada neste trabalho foi de R$ 5,00por tonelada no terminal de So Simo (GO), queinclui uma armazenagem de formao de carga deuma semana. Este valor for cedido pelo terminal deuma grande trading que opera em So Simo (GO).

    A maioria dos terminais disponibiliza este perodode armazenagem j embutido nas taxas de transbordo,pois, na maioria das vezes, a ligao entre um pontode origem de carga e o terminal hidrovirio ouferrovirio feita por caminhes, que transportam

    volumes menores. Desta forma, este perodo dearmazenagem possui a funo de acmulo de cargapara completar as cargas das barcaas e trens.

    O terminal ferrovirio de Alto Araguaia cobrauma taxa de R$ 1,50 por tonelada para transbordara soja do caminho para os vages. De acordo coma empresa este valor cobrado apenas para cobrir oscustos, j que o negcio da empresa o transporteferrovirio e nele que ela maximiza seu lucro.

    Tabela 2.Custo de transbordo por tonelada de soja.

    Fluxo 1 Fluxo 2 Fluxo 3

    OrigemPrimaverado L. (MT)

    So Simo(GO)

    Pederneiras(SP)

    TotalPrimaverado L. (MT)

    Alto Araguaia(MT)

    TotalPrimaverado L. (MT)

    DestinoSo Simo

    (GO)Pederneiras

    (SP)Santos (SP) -

    AltoAraguaia

    (MT)Santos (SP) - Santos (SP)

    Taxa detransbordo

    (R$)5,00 ** * 5,00 1,50 * 1,50 *

    Quebra notransbordo(R$)

    1,30 1,30 1,30 3,90 1,30 1,30 2,60 1,30

    Custo detransbordototal (R$)

    6,30 1,30 1,30 2,80 1,30

    *Incluso nos custos porturios. **Incluso no frete ferrovirio. Fonte: Dados da pesquisa.

    625

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    Kussano et al.

    4.5 Custos tributrios

    Neste trabalho, o custo tributrio relacionado satividades logsticas e no ao produto. Desta forma, aanlise do custo dos tributos ser feita tendo-se comobase as atividades de transporte, armazenagem etransbordo.Foiconsiderado na soma do custo logstico

    total somente o custo do ICMS, que um custo queno est incluso no frete. Alm do ICMS, outrostributos que esto embutidos no frete e nas taxas detransbordo e armazenagem merecem ser discutidos.

    O PIS (Programa de Integrao Social) e a COFINS(Contribuio para o Financiamento da SeguridadeSocial) so tributos federais que incidem sobre areceita da empresa. Estes so tributos no cumulativose recuperveis, ou seja, o valor recolhido Receitadevido a estes impostos pode ser restitudo empresapor meio de crditos tributrios.

    A empresa que compra a soja com fim especfico deexportao no paga PIS/COFINS sobre a mercadoria,porque ela est amparada pela no incidncia,incentivada pelo governo federal. Mas ela ir pagaros tributos sobre o transporte e armazenagem, podendodepois, em tese, se creditar deste tributo pago.

    A empresa s no pagar o PIS/COFINS sobre ofrete de mercadorias destinadas exportao caso elaseja uma empresa preponderantemente exportadora.

    Uma empresa considerada preponderantemente

    exportadora quando sua receita bruta decorrentede exportao para o exterior, no ano-calendrioanterior ao da aquisio, houver sido igual ousuperior a 80% de sua receita bruta total devenda de bens ou servios no mesmo perodo,aps a excluso dos impostos e contribuiesincidentes sobre a venda. (BRASIL, 2010).

    Como este caso no se aplica a todas as situaes,este trabalho no considerar a representatividadedestes impostos nos fluxos de escoamento da soja.Em regra, as alquotas do PIS e da COFINS so,

    respectivamente, de 1,65% e 7,6%.Outro tributo que j est embutido nas taxas de

    transbordo e armazenagem, mas merece ser discutido

    Mas esta armazenagem nos terminais realizadaprincipalmente para o acmulo de cargas, j queos terminais intermodais do Brasil possuem poucacapacidade de armazenamento.

    O armazenamento para fins comerciais geralmente feito em unidades de concentrao de carga. Como

    as taxas de armazenagem variam de acordo como armazm, no possvel apresentar um padrode custo. Este trabalho apresenta ento o valorda armazenagem nos armazns da CONAB, queenglobam a taxa de armazenagem, operaes delimpeza, secagem, seguro, taxas de administrao etransbordo. Os dados so correspondentes ao ano de2008 e foram fornecidos pela CONAB.

    A Tabela 3 mostra o preo da armazenagem dasoja nos principais Estados produtores.

    4.4 Custo de estoque

    Foi verificado que a maioria das empresasexportadoras de soja pesquisadas no calcula o custode oportunidade do estoque em armazns e do estoqueem trnsito. A deciso de estoque para estas empresasrelaciona-se somente varivel comercializao eno ao custo financeiro.

    Na situao em que foram calculados os custoslogsticos totais dos fluxos, considerando escoamentologo aps colheita (sem armazenagem), o custo de

    oportunidade no foi to relevante. Mas, um produtorque deseja armazenar sua soja e arriscar ganhosespeculativos advindos da variao sazonal dospreos da soja ou dos fretes dever levar este custoem considerao.

    Isto porque, em um perodo de 45 dias, o custofinanceiro do estoque de R$ 6,77/t, em 60 dias estevalor passa para R$ 9,04/t e em 90 dias, R$13,60/t.Esses valores so referentes ao valor da soja noperodo estudado.

    Se um produtor deseja armazenar para esperar

    melhores preos, o ganho que ele espera ter deveser maior que os custos de oportunidade do estoqueacrescidos do custo de armazenagem.

    Tabela 3.Preo da armazenagem nos principais Estados produtores de soja.

    Estado Tarifas de Armazenagem (R$/t)

    1 ms 2 meses 3 meses 4 meses 5 meses 6 meses

    GO 20,9 25,62 31,05 36,6 42,03 47,46

    MS 21,91 31,13 40,34 49,56 58,78 67,99

    MT 17,77 17,77 20,83 24,56 29 33,44

    PR 20,67 24,78 28,89 33,86 37,97 42,07RS 21,71 26,7 31,69 38,53 43,51 48,5

    SC 26,9 30,9 34,9 38,9 42,9 46,9

    MG 20,51 26,28 32,05 37,83 43,6 49,37

    SP 22,49 26,55 30,6 35,33 39,38 43,44

    Fonte: CONAB.

    626 Gest. Prod., So Carlos, v. 19, n. 3, p. 619-632, 2012

    http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_3/transbordo.Foihttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_3/transbordo.Foi
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    Custos logsticos agroindustriais: avaliao do escoamento da soja...

    A maioria dos trabalhos considera somente o custodo ICMS na varivel tributria. Mas a Figura 2 apontao impacto tambm de outros tributos no transporte,armazenagem e transbordo da soja nos fluxos logsticosestudados. Desta forma, medidas de desoneraotributria podem afetar de maneira positiva o custo

    logstico total do escoamento dos gros.

    4.6 Custos porturios

    Lima, Branco e Caixeta-Filho (2005) destacamas razes de o sistema porturio brasileiro ser umproblema para o escoamento de gros brasileiros.Segundo os autores, a falta de investimento no setor,filas espera de embarques, burocratizao do sistemaque envolve diversos ministrios e ausncia de umamarinha mercante brasileira responsvel por frotasde navios brasileiros so as principais razes paraos gargalos do setor porturio.

    O porto de Santos o principal porto exportadorde soja, tendo exportado 6.154.711 t deste produto em2009 (BRASIL, 2009). Diversos gargalos logsticos,que j foram discutidos no referencial terico, fazemcom que os produtores escoem sua produo logo apsa colheita. Esse fato pode ser visualizado na Tabela 5,que mostra a movimentao de soja no porto de Santos

    o ISS, imposto municipal que incide sobre asoperaes de transbordo e que no recupervel pelasempresas. Sua alquota varia conforme o municpioem que o servio prestado.

    A questo do ICMS a que causa maior confusoentre os atores do sistema logstico da soja. Um dos

    fatores para tal confuso o fato do ICMS ser umtributo estadual, em que cada Estado possui suaalquota, seus incentivos fiscais e sua forma particularde entendimento das questes tributrias. O estadodo MT, por exemplo, isenta de ICMS o transportede soja dentro do Estado, j o Estado de SP tributao transporte nesta situao.

    Em relao utilizao dos crditos, as legislaestambm divergem entre os Estados. No Estado doParan, por exemplo, os crditos acumulados podemser vendidos para outras empresas. Em So Paulo,em algumas situaes, esse crdito pode ser utilizadopara comprar matria-prima. A empresa que contratae paga pelo transporte tm o direito de se creditardo valor integral de ICMS pago. Mesmo assim, estetributo foi considerado um custo, pois nem sempre possvel recuperar estes crditos.

    Uma empresa negociadora de soja que no comprainsumos e nem ativos para sua atividade produtiva eexporta 100% da soja comprada no consegue utilizaros crditos, j que ela no vai possuir operaes

    internas suficientes que consigam consumir o crdito.Uma cooperativa entrevistada relatou os problemasenfrentados pela empresa para exportao de gros. Apoltica tributria do Estado em que esta empresa estlocalizada faz com que a empresa tenha que venderuma tonelada de soja no mercado interno para cadatonelada de soja exportada. Isso porque o produtoexportado isento de ICMS, gerando crditos daaquisio dos gros.

    A Tabela 4 apresenta o custo tributrio dos fluxosestudados. J a Figura 2 mostra, alm do ICMS, os

    custos tributrios ocultos que esto embutidos nastaxas de armazenagem e transbordo.

    Pode-se perceber pela Figura 3 que todas asetapas do escoamento da soja so tributadas. Estestributos chegam a representar quase 12% das taxasde armazenagem e at 5% das taxas de transbordo.

    Tabela 4.Custo tributrio (ICMS) nos fluxos estudados.

    Fluxo 1 Fluxo 2 Fluxo 3

    Origem Primaverado L. (MT) So Simo(GO) Pederneiras(SP) Total Primavera doL. (MT) Alto Araguaia(MT) Total Primaverado L. (MT)

    DestinoSo Simo

    (GO)Pederneiras

    (SP)Santos(SP)

    -Alto Araguaia

    (MT)Santos(SP)

    -Santos(SP)

    ICMS(R$)

    10,53 4,20 6,60 21,33 0,00 11,40 11,40 21,60

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Tabela 5.Movimentao de soja no porto de Santos-2009.Ms Quantidade

    (t)Participao

    (%)

    Janeiro 178.610 3,6

    Fevereiro 603.939 11,5

    Maro 1.795.523 26,8

    Abril 1.710.563 25,2

    Maio 1.340.770 18,0

    Junho 1.291.572 17,9

    Julho 830.966 12,2

    Agosto 546.576 6,6Setembro 271.648 3,5

    Outubro 169.999 2,2

    Novembro 56.215 0,8

    Dezembro 18.147 0,3

    Fonte: Porto de Santos-2010.

    627

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    Kussano et al.

    Figura 3.Tributos incidentes no escoamento da soja para oporto.Fonte: Dados da pesquisa.

    Figura 2.Fluxos estudados. Fonte: Elaborada pelos autores.

    no ano de 2009 e uma concentrao da exportaojustamente nos meses de safra de soja (maro, abril emaio).Cerca de 70% da soja exportada por este portoconcentra-se em apenas trs meses do ano.

    Este trabalho considera como custos porturios oscustos de movimentao da carga no porto, desde otransbordo at o carregamento no navio. Durante apesquisa, percebeu-se que este custo negocivel e,

    assim como as taxas de transbordo e armazenagem,podem variar de acordo com vrios fatores, sendo ovolume o mais importante.

    Desta forma, foi definido um custo porturiomdio para a data pesquisada, que teve como fonte dedados consultores e tradings. O custo porturio ficouestabelecido em R$ 20,00/t, englobando tarifas da

    CODESP para utilizao da infraestrutura porturia,transbordo e armazenagem para formao de carga(ver Tabela 6).

    4.7 Custo logstico total

    O clculo do custo logstico total mostrou queo fluxo com menor custo rodovirio e o fluxorodo-hidroferrovirio mais caro (Tabela 7).

    O custo de ICMS teve um representatividadesignificativa no fluxo 3, representando quase 10% docusto logstico total. Esse dado til, por exemplo,para um Estado que queira verificar o impacto daiseno de ICMS nas operaes de transporte quedeslocam mercadorias at o porto, para direcionarfuturos incentivos fiscais.

    A representatividade de cada custo nos fluxos deescoamento estudados pode ser vista na Tabela 8.

    O fluxo 1, que utiliza a intermodalidade, obteve

    o maior custo, devido principalmente aos custosde transbordo e perda de mercadoria. Quando secomparam apenas os custos de frete, o fluxo 1 mais barato. Este fato comprova que as deciseslogsticas no devem ser pensadas apenas sob aperspectiva do custo do frete e sim se considerandoo custo logstico total.

    628 Gest. Prod., So Carlos, v. 19, n. 3, p. 619-632, 2012

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    Custos logsticos agroindustriais: avaliao do escoamento da soja...

    Tabela 6.Custo porturio da soja por tonelada.

    Fluxo 1 Fluxo 2 Fluxo 3

    OrigemPrimaverado L. (MT)

    So Simo(GO)

    Pederneiras(SP)

    TotalPrimavera do

    L. (MT)Alto Araguaia

    (MT)Total

    Primavera doL. (MT)

    DestinoSo Simo

    (GO)Pederneiras

    (SP)Santos(SP)

    -Alto Araguaia

    (MT)Santos(SP)

    -Santos(SP)

    CustoPorturio

    (R$)20,00 20,00 20,00 20,00 20,00

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Tabela 7.Custo logstico total da soja por tonelada/fluxo.

    Fluxo 1 Fluxo 2 Fluxo 3

    OrigemPrimaverado L. (MT)

    So Simo(GO)

    Pederneiras(SP)

    TotalPrimaverado L. (MT)

    AltoAraguaia

    (MT)Total

    Primaverado L. (MT)

    DestinoSo Simo

    (GO)Pederneiras

    (SP)Santos(SP)

    -Alto

    Araguaia(MT)

    Santos(SP)

    -Santos(SP)

    Distncia (km) 724 650 560 1934 334 1357 1691 1685

    Tempototal (dias)transporte +transbordos

    0,5 7 1,5 9 dias 0,3 4,7 5 dias 3 dias

    Modal Rodovirio Hidrovirio Ferrovirio - Rodovirio Ferrovirio - Rodovirio

    Custo de

    transporte total(R$) 90,73 36,63 56,63 183,98 49,85 81,63 148,11 183,70

    Frete (R$) 87,75 35,00 55,00 177,75 47,62 95,00 142,62 180,00

    Quebra notransporte (R$)

    1,63 1,63 1,63 4,88 1,63 1,63 3,25 1,63

    Remuneraopor estadia

    (R$)0 0 0 0 1,50 0 1,50 0

    Custo doestoque em

    trnsito (R$)1,35 1,35 0,73 0,6 0,44

    R$/km 0,1212 0,0538 0,0982 0,0919 0,1425 0,0700 0,0843 0,1068Custo detransbordototal (R$)

    6,30 1,30 1,30 8,90 2,80 1,30 4,10 1,30

    Taxa detransbordo

    (R$)5,00 ** * 5,00 1,50 * 1,50 *

    Quebra notransbordo

    (R$)1,30 1,30 1,30 3,90 1,30 1,30 2,60 1,30

    Custo

    tributrioICMS (R$) 10,53 4,20 6,60 21,33 0,00 11,40 11,40 21,60

    CustoPorturio (R$)

    - - 20,00 20,00 - 20,00 20,00 20,00

    Custo logsticototal (R$)

    234,22 183,61 226,60

    *: Incluso nos custos porturios. **: Incluso no frete ferrovirio. Fonte: Dados da pesquisa.

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    no Brasil corresponde a algo em torno de 35% dofaturamento. Na Argentina e nos EUA, os custoscom a logstica correspondem a 10% do faturamento.Segundo ele, os altos custos logsticos no Pas socompensados pelo baixo custo de produo.

    certo que o alto custo logstico brasileiro , emparte, compensado pelo baixo custo de produo e altaprodutividade por hectare. (DOHLMAN; SCHNEPF;

    BOLLING, 2001; PINAZZA, 2008; LAZZARINI;NUNES, 1997). Mas, sendo a soja um produto dealta volatilidade de preo no mercado, e estandoela inserida em um ambiente dependente de fatoresclimticos, econmicos, dentre outros, preciso sereficiente tambm na sua logstica. A competitividadedo Brasil no mercado agrcola poderia ser muito maiorse os exportadores contassem com uma estrutura deescoamento com menor custo.

    Mantendo-se o cenrio de expanso agrcolabrasileira para os Estados do Centro-Oeste e Norte

    e o quadro atual da infraestrutura logstica, o Pascontinuar a produzir e exportar grandes volumesque continuaro viajando longas distncias at osprincipais portos exportadores. O desafio mantera competitividade, reduzir o custo logstico total,sabendo que o Pas tem um crescimento voltadopara estas regies do interior do Brasil. Desta forma,aperfeioar a operao logstica e conhecer todosos custos que a compem torna-se fundamental nabusca pela eficincia.

    O clculo do custo logstico auxiliou na discusso de

    questes importantes, como as vantagens, desvantagense obstculos intermodalidade. O artigo mostrouque, ao contrrio do que aponta a maior parte daliteratura disponvel sobre o assunto, nem sempreo escoamento utilizando a intermodalidade maisvantajoso, e que para o produtor brasileiro, semopes de escoamento e dispondo de uma pssima

    Vale salientar que as grandes empresas possuemterminais prprios e negociam contratos antecipadose de longo prazo com os transportadores, o quegarante a eles um menor custo, tornando a operaointermodal mais vantajosa.

    Para se ter uma noo da representatividade docusto logstico total no preo do produto (no perodopesquisado), apresenta-se a Figura3, que mostra aporcentagem do custo logstico no preo final dasoja para os trs fluxos estudados.

    Ao analisar as trs situaes, percebe-se que ocusto logstico bastante significativo para a soja,que produto com baixo valor agregado. Almdisso, mostra o quanto os exportadores de soja soprejudicados pela ineficiente logstica brasileira.

    5 Resultados e discussoO objetivo principal deste artigo foi o de propor e

    aplicar um modelo de estrutura de custos logsticos do

    escoamento da safra de soja para o mercado externo.Normalmente, quando se fala em custos logsticosda soja, os profissionais da rea consideram, em suamaioria, somente os custos de frete, armazenagem etaxas de utilizao de infraestruturas, como portos,terminais intermodais interiores e armazns. Destaforma, vrias empresas podem no estar contemplandovariveis como: custo da perda de mercadoria notransporte e transbordos, remunerao por estadiae custo de oportunidade do estoque nos armaznse em trnsito.

    A identificao dos custos envolvidos no escoamentoda soja para o mercado externo pode fornecer subsdiosimportantes para a deciso estratgica do transporte,assim como para o direcionamento de polticas einvestimentos no setor.

    Um dos entrevistados, funcionrio de uma grandetrading, revelou que o custo logstico da empresa

    Tabela 8.Representatividade de cada custo no custo logstico total.

    Fatores de custo Fluxo 1(%)

    Fluxo 2(%)

    Fluxo 3(%)

    Custo de transporte total 78,55 80,67 81,07

    Frete 75,89 77,68 79,44

    Quebra no transporte 2,09 1,77 1,44

    Remunerao de estadia 0,00 0,82 0,00Custo do estoque em trnsito 0,58 0,40 0,19

    Custo tributrio - ICMS 9,11 6,21 9,53

    Custo de transbordo total 3,80 2,23 0,57

    Taxa de transbordo 2,13 0,82 0,00

    Quebra no transbordo 1,67 1,42 0,57

    Taxa de armazenagem 0,00 0,00 0,00

    Custos porturios 8,54 10,89 8,83

    Custo logstico total 100,00 100,00 100,00

    Fonte: Dados da pesquisa.

    630 Gest. Prod., So Carlos, v. 19, n. 3, p. 619-632, 2012

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    Custos logsticos agroindustriais: avaliao do escoamento da soja...

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    infraestrutura logstica, o escoamento inteiramenterodovirio pode ser a melhor opo.

    A aplicao do modelo mostrou ainda a importnciade se considerar outros custos alm do custo detransporte, pois o transporte mais barato nem sempreresulta nos custo logstico total mais baixo.

    A aplicao do modelo no clculo do custo dos trsfluxos refere-se a valores de maro de 2010. Tendoem vista que a cotao da soja flutua diariamentee seu custo influenciado por diversos fatores, desaconselhvel a utilizao destes valores comoum padro.

    Acredita-se que os custos sofrem alteraesrelevantes conforme se modifica o produtoestudado, dadas as especificidades da logstica edas caractersticas de cada produto. Apesar disto, omodelo de composio de custos logsticos da soja

    apresentado neste trabalho, pode servir de base para adefinio dos custos de outros produtos agroindustriais.

    Este trabalho gerou alguns questionamentos quepodem motivar estudos futuros.

    O modelo de intermodalidade atual no Brasilno para pequenos e mdios produtores,

    j que para eles difcil arcar com as altastarifas de transbordos, armazenagem e perda demercadoria? Alm disso, estes produtores nopossuem volume para uma melhor negociao,

    pagando assim altos fretes. Em sntese, escoarutilizando a intermodalidade no Brasil apenaspara as grandes tradings?;

    At que ponto o modelo de privatizao dasferrovias adotado por governos passados responsvel por esta situao?; e

    ainda incipiente o escoamento da produodos Estados do Centro-Oeste, principalmentedo Mato Grosso, utilizando os portos do nortedo Pas. Ser que seria vivel para os produtores

    e empresas exportadoras que no possueminfraestrutura de armazenagem e transbordorealizar o escoamento intermodal pelos portosdo norte do Pas? Um futuro estudo poderiautilizar o modelo de custo proposto por estadissertao para avaliar o custo logstico destesfluxos de escoamento.

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