d-us nÃo quer sacrifÍcios humanos

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    endofdaystheblog.spaces.live.comD-US NO QUER SACRIFCIOSHUMANOSAbrao era um crente com um corao fiel e generoso, disposto a dar o melhora D-us. Eis a razo pela qual foi escolhido para ser o pai dos patriarcas e aorigem do Povo Bblico.

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    D-US NO QUER SACRIFCIOS HUMANOSPor Telogo Calmeiro Matias

    Abrao era um crente com um corao fiel e generoso, disposto a

    dar o melhor a D-us.Eis a razo pela qual foi escolhido para ser o pai dos patriarcas e a

    origem do Povo Bblico.Certo dia, o Senhor convidou Abrao para construir uma aliana de

    amizade e comunho com D-us, garantindo-lhe que todas as famlias da terra

    seriam abenoadas na sua descendncia (Gn 12, 3).

    Abrao aceitou e decidiu dar o melhor de si e dos seus bens a D-us, afim de mostrar a sua fidelidade e gratido.

    E foi assim que um dia, pensando que isso agradaria a D-us, Abrao

    decidiu oferecer o seu filho como sacrifcio.No momento em que estava a fazer os preparativos para levar a

    efeito o sacrifcio de Isaac, D-us envia um anjo a Abrao, dizendo-lhe para

    desistir do seu intento, pois Deus no quer sacrifcios humanos (Gn 22, 1-16). E foi assim que, logo no comeo da histria da revelao, D-us

    manifestou aos homens a sua ternura de Pai bondoso e o seu corao cheio

    de compaixo.Atravs de Abrao D-us disse Humanidade que no quer sacrifcios

    humanos, nem precisa deles para perdoar o pecado dos homens. Os primeiros cristos, face morte cruel de Jesus Cristo, tiveram

    grandes dificuldades para justificar esta morte cruel, a qual mais parecia um

    castigo de Deus do que a confirmao da misso de Jesus.Se Jesus era o Filho amado de Deus, perguntavam-lhes as pessoas,

    como possvel ter sofrido e ser morto daquela maneira? No tendo ainda aprofundado o bastante esta faceta da histria de

    Jesus Cristo, os cristos comeam a pregar, dizendo que a morte de Jesus

    no significou uma rejeio por parte de Deus, mas antes que esta morte

    significa a morte do justo da qual falara o profeta Isaas (Is 52, 13-53, 12).

    Os justos, na Babilnia, foram sujeitos a cruis sofrimentos por partedos caldeus, os quais mantiveram o povo bblico escravizado durante cerca

    de setenta anos.

    Os justos sofriam tanto ou mais como os pecadores. D-us decidiu libertar o povo em ateno ao sofrimento dos justos. O profeta Isaas e o salmo vinte e um atriburam a libertao do povo

    ao sofrimento dos justos, mas isto queria dizer que Deus precisava do

    sofrimento dos justos para perdoar aos pecadores.Jesus ensinou de modo muito claro que Deus no violento nem

    vingativo.No quer nem precisa de sacrifcios humanos para perdoar o pecado.

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    O desejo de dar tudo ao seu D-us levou Abrao a levantar a hiptese

    de oferecer o seu filho em sacrifcio. Na verdade este era o sacrifcio mais

    doloroso que ele poderia fazer a Deus.Abrao pensou que esta seria a maneira mais generosa e plena de

    mostrar o seu amor e a sua plena sujeio a D-us.

    Mas D-us no quer sacrifcios humanos, sejam culpados ouinocentes.

    E foi assim que Abrao compreendeu que a glria de D-us consiste

    em dar vida e no em matar.D-us incapaz de esmagar inocentes para perdoar aos pecadores. Face morte cruel de Jesus Cristo, os primeiros cristos, na

    verdade, no viam com clareza o sentido daquela morte. Na verdade, as pessoas da antiguidade pensavam que tudo o que

    acontece decidido pontualmente por D-us.

    Foi esta a razo pela qual os cristos comearam a pregar, dizendo

    que a morte cruel de Jesus foi decidida por Deus, a fim de perdoar os

    pecados dos homens.Este modo de falar distorceu a imagem do Deus que ama de modo

    incondicional. Este Deus perdoa de graa sem necessidade de sacrifcios.De facto, a justia de D-us no a justia dos tribunais humanos,

    mas sim a justia do amor, pois, como diz a Bblia, Deus Amor (1 Jo 4, 7-8). Por outras palavras, D-us s pode o que pode o amor e no pode

    nada contra o amor.A justia do amor aquela que reina nas relaes entre pais e seus

    filhos, mesmo que estes, por vezes, faam asneiras.

    A justia do amor tambm aquela reina entre o marido que ama a

    esposa e a esposa que ama o seu marido.Quando o casal recorre aos tribunais para resolver os seus

    problemas ou dificuldades sinal que, entre eles, o amor j morreu. Deus

    amor que no morre (1 Jo 4, 16).

    Um pai humano, apesar de ser limitado, incapaz de matar o seu

    filho para perdoar ou satisfazer a sua sede de justia. Apesar de pecadores, os pais humanos sabem perdoar de graa. Ao falar de D-us Pai, Jesus dizia que ele nos ama de modo

    incondicional.Pedia s pessoas para imitarem o Pai do Cu, procurando ser

    bondosos e compassivos (Lc 6, 36).Jesus explicou aos seus discpulos que deviam ser como o Pai do

    Cu, tentando perdoar sempre.Mandava-lhes exercitar a bondade, a fim de serem perfeitos

    como Deus s perfeito (Mt 5, 48).O prprio Jesus perdoou aos que o mataram. De facto, no momento

    de morrer, ele pediu perdo para os seus assassinos. O que agradou a D-us em Jesus Cristo foi a sua fidelidade

    incondicional e no aquela morte cruel, a qual foi um crime e um pecado. So Paulo diz que Jesus foi fiel e obediente at morte e morte de

    cruz (Flp 2, 8).

    Foi pela sua paixo pelo Evangelho e por fazer a vontade de D-us,isto , curar e libertar os homens, que Jesus Cristo agradou a D-us.

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    Jesus ensinou-nos de muito claro que Deus no se vinga nem tem

    necessidade de destruir pessoas para perdoar os pecados: Deus quermisericrdia e no sacrifcios (Mt 9, 13).

    Segundo o retrato do Pai que Jesus nos desenha nos evangelhos

    podemos afirmar com plena segurana que Deus no precisa de sacrifcios

    para perdoar o pecado dos homens.Na parbola do Filho Prdigo, Jesus fala do Pai como de uma pessoa

    que ama de modo incondicional:O pai disse aos servos: ide depressa, trazei a melhor tnica e vesti-

    lha, ponde-lhe um anel no dedo e sandlias nos ps.Trazei o novilho gordo e matai-o. Comamos e festejemos, pois este

    meu filho estava moro e voltou vida. Estava perdido e foi reencontrado (Lc

    15, 22-24)E na verdade, Jesus falou muitas vezes de modo explcito e muito

    claro sobre o Pai.Muitas vezes Jesus, ao curar as pessoas, Jesus dizia que estas

    curas eram apenas um sinal de que Deus lhes estava perdoando os seus

    pecados.Isto exactamente o contrrio das afirmaes segundo as quais

    Deus, para perdoar, exige sacrifcios.

    Para Jesus, o perdo do pecado significava uma cura espiritual e

    no um rito mgico ou um acto meramente jurdico.O perdo de D-us uma dinmica recriadora que acontece no nosso

    corao pela aco do Esprito Santo.O relato de Zaqueu explicita esta aco transformadora do Esprito

    Santo como uma capacitao para vencermos o egosmo e passarmos a agir

    de acordo com as propostas do amor (Lc 19, 1-10).Ao perdoar o pecado, o Esprito Santo restaura o nosso corao e

    cura as nossas feridas, dando-nos um corao novo, como diz o profeta

    Jeremias (Jer 31, 33).

    So Paulo diz que, atravs de Cristo, Deus reconciliou consigo a

    Humanidade, fazendo dela uma Nova Criao (2 Cor 5, 17-19). A vontade do Pai, dizia Jesus que ele perdoe a todos e no perca

    nenhum:A vontade daquele que me enviou esta: que eu no perca nenhum

    daqueles que ele me deu, mas o ressuscite no ltimo dia (Jo 6, 38-39).Um Deus que tem este jeito de amar e perdoar no podia exigir a

    morte cruel e injusta de Jesus Cristo.Como sabemos, D-us no ama o pecado. Ora a morte de Jesus foi um

    pecado, pois ele era o mais inocente de todos os homens.O Livro do Gnesis diz que se houvesse dez justos na cidade de

    Sodoma esta no teria sido destruda, pois Deus incapaz de maltratar os

    justos.Como s l havia um justo, Lot, o sobrinho de Abrao, Deus salvou-o

    a ele e sua famlia, destruindo a cidade de Sodoma com um fogo que veio

    do cu.Antes de destruir esta cidade pecadora, Deus teve um dilogo longo

    com Abrao, garantindo-lhe que se l houvesse dez pecadores no destruiriaa cidade em ateno aos justos que l vivessem.

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    Isto quer dizer que D-us perdoa aos pecadores em ateno aos

    justos que ele quer poupar e no destruir.Por outras palavras, o dilogo entre D-us e Abrao sobre Sodoma

    significa, portanto, que os pecadores so poupados quando no seu meio haja

    justos (Gn 18, 23-32).

    Ao falar da paixo de Jesus, o evangelho de So Joo j no fala deCristo como de uma vtima expiatria, mas sim do grande amor de Jesus

    pela Humanidade:A morte de Jesus, para o evangelho de So Joo, um crime

    perpetrado pelos judeus.Ao aceitar esta morte, Jesus est a levar o seu amor a D-us e

    Humanidade at sua perfeio mxima, isto , dar a vida pelos que ama. Eis as palavras de Jesus no evangelho de So Joo: este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu

    vos amei.Na verdade, ningum tem maior amor do que aquele que d a vida

    pelos seus amigos (Jo 15, 12-13).Jesus nunca interpretou a sua morte como um sacrifcio exigido por

    D-us, a fim de perdoar aos homens.Em resumo podemos dizer o seguinte: o que agradou a Deus foi a

    fidelidade incondicional de Jesus misso que lhe foi confiada e no a morte

    cruel e injusta que sofreu.