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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
A Utilização do LEM ( Laboratório de Ensino de Matemática) no Ensino de
Números Inteiros
Nilce Alves Castoldi ¹
João Roberto Gerônimo ²
RESUMO
Este artigo tem como objetivo descrever a “Implementação na Escola”, das atividades contidas no Material Didático-Pedagógico, produzidas para esse fim. Essas atividades envolveram materiais manipuláveis dentro da metodologia do Laboratório de Ensino de Matemática para o ensino de Números Inteiros. Com essa estratégia de ensino as aulas tornaram-se mais dinâmicas com o maior envolvimento dos alunos, uma vez que continha práticas com jogos e procedimentos que exigiam uma interação entre professor e aluno, tanto no preparo dos materiais quanto no processo de ensino-aprendizagem. O uso eficiente desses materiais contou com pesquisas complementares, resoluções de atividades feitas pelos alunos, uniu prática e teoria matemática na conclusão de cada atividade. Esses materiais envolveram jogos, atividades e procedimentos que exigiam interação entre professor e aluno, tanto no preparo dos materiais, quanto no processo ensino-aprendizagem, promoveu o desenvolvimento de habilidades na construção dos materiais, no manuseio e na responsabilidade da conservação dos mesmos durante os jogos e atividades em grupo. Esses alunos tornaram-se mais críticos em suas argumentações durante as discussões em grupo e as análises, conclusões e relatos individuais.
Palavras-chave: Materiais manipuláveis; Recursos didáticos; Laboratório de Ensino de Matemática; Números Inteiros
¹Professor da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná e-mail: [email protected] ² Professor.da Universidade Estadual de Maringá e-mail: [email protected]
1. Introdução
A matemática enquanto ciência complexa à compreensão dos educandos e à
formação de conceitos aponta para a necessidade de novas formas de ensinar que
vão além dos conteúdos ministrados em sala de aula. Nesse sentido, este trabalho
com materiais manipuláveis vem tornar as aulas mais atraentes e motivadoras.
Atividades lúdicas como instrumento de ensino da matemática auxilia no
desenvolvimento de solução lógica, melhorando as habilidades e a capacidade de
concentração e compreensão, bem como, permitindo uma relação sócio-cognitiva
dos educandos.
Crianças e adolescentes possuem suas próprias visões de mundo, que
diferem das maneiras de pensar de um adulto e, nesse sentido, o que importa é
observar atitudes e ações dos alunos para, sempre que necessário, interferir
colocando questões interessantes (sem perturbar a dinâmica das atividades em
grupo) buscando auxiliá-los na descoberta de possibilidades de aprendizagem.
A experiência de muitos anos de sala de aula tem mostrado que os alunos de
6ª série do ensino fundamental possuem uma relativa dificuldade em adaptar-se ao
conteúdo de números inteiros à maneira tradicional. Esse conhecimento se torna
muito complexo, pois descobrir que com este conjunto numérico é possível realizar
as mesmas operações que operaram com os números naturais, mas para isso é
preciso construir novos conceitos matemáticos. Tendo em vista que a maioria dos
alunos arrasta essas dificuldades nas séries seguintes do ensino fundamental,
surgiram à necessidade de novas formas de apresentação da matemática através
da implantação do LEM (Laboratório de Ensino de Matemática) como facilitador para
a aprendizagem fazendo uso de materiais manipuláveis, como jogos, experimentos,
confecções desses materiais para que possam comprovar seus experimentos,
servem para tirar dúvidas, revisão de conteúdos relacionando com a prática
elaborada.
A matemática de forma mais lúdica aproxima os alunos da disciplina
ocorrendo um melhor entrosamento professor-aluno, mais envolvimento e tomada
de atitude nas aulas, pois aqueles que até então permaneciam apáticos durante as
aulas, com o uso de materiais manipuláveis paralelo ao conteúdo tais como, jogos
de aprendizagem os mesmos tornam-se mais participativos confiantes auxiliando o
aprendiz no processo de construção de seu conhecimento.
2. Fundamentação Teórica
Segundo as DCEs (2008) deve-se compreender que os números estão
inseridos em contextos articulados com os demais conteúdos da matemática. Os
números se encontram nas abstrações oriundas não só do conteúdo estruturante
números e álgebra, como também: das geometrias, das funções, do tratamento da
informação, das grandezas e medidas.
Quando pensamos em um ambiente de aprendizagem com recursos
adequados, que promovam a assimilação e retenção dos conceitos matemáticos
estamos nos referindo também aos encaminhamentos metodológicos, estratégias e
atividades motivadoras. Para construir um conceito o aluno precisa de tempo e estar
exposto a situações variadas que darão significado ao conteúdo. É imprescindível
que o estudante se aproprie do conhecimento de forma que “compreenda os
conceitos e princípios matemáticos, raciocine claramente e comunique idéias
matemáticas com segurança.” (LORENZARO E VILA, 1993, p.41 apud DCEs 2008).
Uma das maiores preocupações dos professores nos dias atuais está em
tornar suas aulas mais dinâmicas e contextualizadas, oportunizando os alunos em
conhecer, manipular e construir instrumentos matemáticos que possa contribuir na
construção do seu conhecimento.
Segundo LORENZATO (2006, p.7) o Laboratório de Ensino de Matemática
(LEM) é o lugar da escola onde professores estão empenhados em tornar a
matemática mais compreensível aos alunos.
Desta forma o (LEM) torna-se um ambiente favorável onde acontecem as
aulas de matemática, envolvendo tanto professor quanto o aluno a análise e
compreensão de conceitos de um determinado conteúdo, portanto neste local estão
disponíveis os materiais manipuláveis, tornando as aulas motivadoras, baseadas em
experiências agradáveis e reflexivas proporcionando a esse aluno um despertar pela
matemática.
O modo de utilizar cada material didático depende fortemente da concepção
do professor a respeito da matemática e da arte de ensinar. Um professor que
concebe a matemática como um conjunto de preposições dedutíveis, auxiliadas por
definições, cujos resultados são regras ou fórmulas que servem para resolver
exercícios em exames, avaliações, [...] Para o aluno, mais importante que conhecer
essas verdades matemáticas, é obter a alegria da descoberta, a percepção da sua
competência, a melhoria da auto-imagem, a certeza de que vale a pena procurar
soluções e fazer constatações, a satisfação do sucesso, e compreender que a
matemática, longe de ser bicho-papão, é um campo de saber onde ele, aluno, pode
navegar. (LORENZATO, 2006,p.25).
É preciso trabalhar a matemática promovendo reflexão e autonomia, tornando
as aulas mais significativas onde todos estão empenhados na descoberta e que os
recursos didáticos possam ser uma das possibilidades de aprendizagem.
3. Desenvolvimento
Antecipadamente foi apresentado ao corpo docente da escola e aos alunos
cada proposta de trabalho abordando todas as etapas de participação, critérios de
avaliação, relatórios das atividades, seminários de discussão, comprometimento e
cuidados com o material, com colegas e equipe de trabalho. Também foi analisado o
conhecimento em relação ao tema. As oficinas apresentadas neste relato foram
direcionadas a turmas de 6ª séries do Ensino Fundamental do Colégio Estadual
João XXlll - Ensino Fundamental e Médio de Maringá, programada para duração de
20 horas-aula (ou seja, 2 horas-aula cada uma das atividades práticas). No entanto,
estas horas foram ultrapassadas devido ao envolvimento dos alunos e a quantidade
de atividades contidas no material didático-pedagógico, já que a meta era aplicar a
maior parte delas com as devidas conclusões.
Foram propostas 14 atividades no Caderno Pedagógico, mas foram
realizadas apenas 10 atividades. Sendo turma do período noturno os alunos
necessitavam de maior tempo para confecção e conclusão das atividades. Partindo
disto foram realizadas diversas atividades previstas para o projeto, como pesquisas
referentes aos números inteiros, jogos de matemática e também foram utilizados a
televisão e o computador, pois através destes houve maior facilidade de interagir
com o aluno e com o conteúdo. Durante as realizações das oficinas, foram
fornecidos aos alunos textos de leituras, vídeos e pesquisas sobre assuntos de cada
oficina, no final de cada etapa os alunos realizavam atividades de fixação de cada
conteúdo envolvido com a correção e discussão contribuindo para enriquecer as
conclusões dos alunos. As oficinas foram realizadas no período normal de aula.
A atividade “jogo Números negativos” foi elaborado de forma gradativa de
aprendizagem, com objetivo de ensinar alunos que apesar de possuir algum
conhecimento no assunto, partia do princípio de que não possuíam qualquer
conhecimento. Foram necessárias 2 horas aulas para todos os procedimentos e a
conclusão. Inicialmente assistirmos uns vídeos sobre alguns temas geométricos
básicos: o estudo das figuras geométricas planas e espaciais, cálculo do perímetro,
medida de área e outros. O debate foi realizado após responder um questionário
relacionado ao conhecimento prévio que cada um possuía e o vídeo assistido. Após
discussões foram entregues aos alunos, quadrados para a construção do tabuleiro,
divisão em partes iguais com suas respectivas numerações. Também foram levados
a relembrar o conceito de área e perímetro do quadrado. Na confecção do dado foi
introduzido o conceito inicial de face, vértice e aresta do cubo bem como o cálculo
do volume de um cubo.
Depois de composto todo o jogo, iniciaram-se os procedimentos de cada
etapa do jogo. Houve interesse pela maioria dos alunos e comprometimento com o
desenvolvimento da atividade. Entretanto, algumas equipes necessitaram de
atendimento individual, mas todos compreenderam o conceito básico de números
inteiros. As regras e procedimentos foram mantidos. Os registros feitos pelos alunos
foram recolhidos, corrigidos e transformados em exercícios, com o intuito de
verificação dos objetivos alcançados, tanto pelo aluno quanto pelo professor.
Objetivos estes, que foram além do conceito de números inteiros, reconhecimento
da reta numérica do conjunto dos inteiros, além do conceito de maior e menor e
desenvolvimento do raciocínio lógico e capacidade do cálculo mental com as
operações de adição dos inteiros.
Dando maior ênfase ao conceito dos números inteiros, também foi muito
importante a interação harmoniosa do grupo, as discussões e suas conclusões.
A atividade do Material Didático–Pedagógico: “Sugestões de Situações
Problemas”, favoreceu um trabalho em grupo no qual foi pedido aos alunos para
trazer embalagens de produtos contendo informações nos rótulos e as temperaturas
de congelados, recortes de revistas e jornais com anúncios de temperaturas abaixo
e acima de zero grau Celsius em algumas regiões do planeta, após leitura e
comparações dessas informações foram elaborados situações problemas tendo
como objetivo principal mostrar a importância dos números negativos e positivos
bem como a necessidade das operações. Este trabalho foi gratificante, pois os
alunos demonstraram interesse da importância de analisar as datas de validade dos
produtos bem como as temperaturas de armazenamentos.
A atividade: “Números Inteiros com Damas Simples” possibilitou o estudo
do círculo e circunferências, assim como diferenças e elementos envolvidos (raio,
diâmetro, ângulos e outros. Após discussões foram confeccionados 24 círculos e
escritos sobre eles os números inteiros proposto pelo jogo. O tabuleiro quadrado foi
construído e dividido em 64 quadrados iguais e pintado alternadamente nas cores
preto e branco. Num segundo momento foram apresentadas as regras, formando as
duplas de trabalho, e entregue o material a ser utilizado no jogo. Toda criança
conhece o jogo de Dama Simples, porém eles não tiveram dificuldade para
compreender e jogar dama simples fixando o conteúdo dos números inteiros. Todos
finalizaram o jogo com seus próprios registros e conclusões. Cada equipe relatou
suas experiências identificando qual era o maior número para permanecer no
tabuleiro. Foram entregues as duplas de jogo atividades para fixação comparando
os números maior, menor e igual e também exercícios de adição dos números
inteiros.
A atividade “Régua Operatória” possibilitou o conhecimento referente à
soma de números inteiros para aqueles alunos que ainda apresentava dificuldade
com a adição e subtração de números inteiros contribuindo para reforçar o que já
havia apresentado nas oficinas anteriores em relação aos números inteiros.
Abrangeu os procedimentos e estratégias de variação como introdução, resgatou o
estudo da reta numérica, soma algébrica, leitura e interpretação de regras e o
cálculo por tentativa. O material foi confeccionado pelos alunos, utilizando cartolina
colorida e para cada equipe foram entregues cartelas contendo as operações a
serem realizadas manipulando a régua operatória, a leitura e interpretação da regra
do jogo tiveram uma importância fundamental para a compreensão das operações,
todos realizaram as operações propostas e registravam os resultados de modo
satisfatório.
A atividade do caderno pedagógico, “Pega varetas” foi apresentada em uma
única aula. Através dos jogos de pega varetas, onde cada vareta tinha seu valor
positivo ou negativo. Foram entregues aos alunos tabelas indicando o valor de cada
vareta conforme sua cor para os alunos preencherem aplicando a regra do jogo. O
jogo despertou curiosidade aos alunos, todos queriam pegar as varetas de maior
valor e os resultados das operações foram surgindo aplicando o cálculo mental que
rapidamente a tabela foi preenchida envolvendo as operações de adição e subtração
mentalmente, pois na primeira rodada foram valores para que todos conseguissem
realizar cálculo mental. O jogo demonstrou tanto interesse pelos alunos que foi
possível realizar operações com números naturais e decimais, já que alguns alunos
apresentavam ainda dificuldades com as operações com números decimais. O jogo
foi tão requisitado que foi aplicado em outras séries, envolvendo outros conjuntos
numéricos.
Os alunos foram encaminhados a tirar suas próprias conclusões, de que a
soma de valores de mesmo sinal somam-se seus valores absolutos e atribuímos ao
resultado o sinal comum a eles. E que a soma de parcelas com sinais diferentes o
resultado do número é aquele que tem maior módulo. Como atividade extraclasse foi
sugerida elaborações e conclusões de outros exercícios, levando o aluno a pensar
sobre o que o professor pretendia ensinar com o jogo e verificando se o objetivo
proposto foi alcançado. Por serem alunos do período noturno com defasagem de
idade e série os mesmos apresentaram as tarefas concluídas.
A atividade “Soma Algébrica com Cartas” foi bastante explorada na sua
confecção exercitando a interação dos grupos, recuperando os objetivos já
trabalhados nas oficinas anteriores. Os encaminhamentos pedagógicos referentes à
construção das cartas foram necessários uma aula, pois as cartas foram entregues
aos alunos recortadas, de modo que pudessem analisar classificar e fazer as
medidas destes retângulos, tais como: medidas dos lados, os ângulos, o perímetro e
a área. Os números foram escritos nas cartelas conforme a instrução do jogo.
Iniciamos com a leitura das regras do jogo. O jogo transcorreu normalmente,
algumas duplas tiveram dificuldade de compreender as regras, mas depois de
algumas jogadas ficaram esclarecido os objetivos do jogo.
A Soma algébrica com cartas contribuiu mais uma vez para o conceito de
adição dos inteiros, desenvolvimento do cálculo mental, observação e a interação do
grupo. Para complementação às atividades foram trabalhados problemas
encontrados no dia a dia do aluno, ampliando ainda mais o estudo dos números
inteiros. Pois compreender o mundo que nos cerca e conviver socialmente faz parte
de todos os cidadãos.
“Soma algébrica com o Dominó dos Inteiros” iniciamos através da
confecção das 28 peças em formato retangulares de dimensões 4 cm x 8m e
quadrados de 4 cm de lado sendo 24 na cartolina vermelha com os números
negativos, 24 na cartolina azul com o registro dos números positivos e 8 na cartolina
verde com registro do numeral zero. Seguindo os encaminhamentos realizaram as
colagens dos quadrados nas peças retangulares, antes de iniciar o jogo foi feito a
correção das peças. Durante a confecção deste jogo, foi possível introduzir aos
alunos as propriedades das figuras geométricas planas. Esta atividade proporcionou
um ensino de matemática de maneira prática e simples, pois os jogos de dominó
todos conhecem.
Nessa atividade as jogadas transcorreram normalmente os objetivos
propostos na fixação da adição e subtração dos números inteiros foi satisfatório, pois
aqueles que ainda apresentavam dificuldade na subtração foram atendidos
individualmente pelo professor, conseguindo assim um resultado satisfatório. Após
uma aula trabalhando com o jogo as atividades propostas individualmente
envolvendo adição e subtração, foram realizadas pelos alunos com sucesso.
Também foram propostas situações problemas referentes às jogadas onde os
alunos precisavam ler atentamente os problemas, realizar as operações
corretamente para descobrir o vencedor, pois cada jogo proposto percebia-se maior
interesse pelo conteúdo e a interação do grupo. Os alunos conseguiram desenvolver
a atividade muito bem, estabeleceram os conceitos necessários e houve bastante
aceitação da parte deles com relação à atividade, apresentando um aprendizado
favorável dos temas abordados
.
A atividade “Jogo Matix”, foi bem aceito pelos alunos, contribuiu para fixação
da adição e subtração dos números inteiros além da necessidade de criar regras e
estratégias de raciocínio. Foi fornecido ao grupo um tabuleiro dividido em 64 partes
iguais e 36 tampinhas de garrafa já coladas no seu interior os respectivos números
conforme a regra do jogo. Também realizamos algumas questões referentes ao
material confeccionado, portanto as respostas foram bem sucedidas, com isso
tivemos mais tempo para sua aplicabilidade, pois este foi um pedido dos alunos, por
ser turma do período noturno. Fazer a leitura da regra do jogo não é uma tarefa fácil,
percebemos uma grande dificuldade de nossos alunos, em compreender o que lê,
foram necessárias várias explicações e discussões para que pudessem iniciar a
atividade. Através da manipulação do jogo os alunos já foram concluindo seus
resultados utilizando o cálculo mental nas operações dos inteiros.
Este jogo foi aplicado com objetivo de avaliação do conteúdo proposto, ou
seja, adição e subtração dos números inteiros, pois para determinar o ganhador, os
alunos tiveram que somar parcelas de mesmo sinal e subtrair para determinar o total
de pontos por jogador.
. Esta atividade proporcionou um ensino de matemática de maneira prática,
simples, criativa e divertida. Os alunos conseguiram desenvolver a atividade muito
bem, estabeleceram os conceitos necessários e um espírito de competição dos
grupos.
Na atividade “Jogo dos Produtos” para a introdução da multiplicação e
divisão dos números inteiros foi pedido aos alunos à confecção de quatro cartelas
quadradas de 7 cm de lado, Estas tabelas foram confeccionadas na sala de
informática. Em seguida foram explorados os conceitos de linha e coluna como
também as diagonais do quadrado. Na primeira tabela foram enumeradas na 1ª linha
e 1ª coluna números de +1 à +6 e o sinal da multiplicação. Na segunda tabela foram
enumerados números de -1 à – 6. No primeiro momento foram realizadas as
multiplicações linha x coluna de positivo com positivo e negativo com negativo tendo
como principal objetivo a construção do conceito dos sinais da multiplicação dos
números inteiros. Os alunos não tiveram dificuldades na tabuada, mas no jogo de
sinal foi necessário mostrar outras situações do cotidiano que usavam os sinais de
multiplicação, bem como as sequências de multiplicações no conjunto dos inteiros,
utilizando dessas práticas possibilitou a construção do conceito do jogo de sinal da
multiplicação. Nas tabelas seguintes foram introduzidos outros números e outras
operações tais como a divisão como operação inversa da multiplicação, estimulando
o raciocínio e a construção de conceitos das operações de multiplicação e divisão de
números inteiros. Na confecção dos dados foram explorados o conceito de vértice,
aresta, face e volume do cubo.
Constatou-se que a partir desta atividade foi possível desenvolver nos alunos
as capacidades de investigações matemáticas, sendo possível a demonstração do
jogo de sinais na multiplicação e divisão. Com essa atividade todos compreenderam
a importância da multiplicação e divisão no conjunto dos inteiros, contribuiu de forma
significativa a resolução de situações problemas onde são aplicadas as divisões de
valores negativos que são as dívidas do nosso cotidiano. Essa atividade possibilitou
um diálogo, pesquisa e debate referente à (dívidas). Após a compreensão da
multiplicação e da regra do jogo os alunos preencheram as tabelas de acordo com o
jogo de bingo: cartela cheia, diagonais, linha e coluna. Nos relatos e conclusões
puderam observar a formação de conceitos matemáticos e maior interação do grupo.
x +1 +2 +3 +4 +5 +6 x - 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6
+1 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +1 - 1 - 2 - 3 - 4 -5 -6
+2 +2 +4 +6 +8 +10 +12 +2 - 2 - 4 - 6 - 8 -10 -12
+3 +3 +6 +9 +12 +15 +18 +3 - 3 - 6 - 9 -12 -15 -18
+4 +4 +8 +12 +16 +20 +24 +4 - 4 - 8 -12 -16 -20 -24
+5 +5 +10 +15 +20 +25 +30 +5 - 5 -10 -15 -20 -25 -30
+6 +6 +12 +18 +24 +30 +36 +6 - 6 -12 -18 -24 -30 -36
X - 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6
- 1 +1 +2 +3 +4 +5 +6
- 2 +2 +4 +6 +8 +10 +12
- 3 +3 +6 +9 +12 +15 +18
- 4 +4 +8 +12 +16 +20 +24
- 5 +5 +10 +15 +20 +25 +30
A atividade “Jogo das Argolas” foi aplicada na sala de aula com objetivo de
avaliar as operações adição, subtração, multiplicação e divisão dos inteiros de forma
mais atraente. Os alunos em dupla jogavam as argolas no tabuleiro e iam anotando
em uma tabela os números que conseguiam laçar, formando assim uma expressão
numérica de acordo com a regra do jogo, a dupla terminava de jogar as argolas, e
iam resolvendo as expressões. Os alunos realizaram a multiplicação e o jogo de
sinais com segurança, pois enquanto não fosse corrigida a expressão numérica ele
não voltaria a jogar as argolas novamente, pois venceria o jogo aquele que tivesse o
maior número de expressões certas e corrigidas. A atividade foi aplicada para
verificar o conhecimento das quatro operações com números inteiros. Também foi
aceita por todas, ocorrendo 90% de acertos, concluiu-se que os jogos sendo bem
direcionados podem ser aplicados em sala com objetivos definidos, mesmo nos
momentos de avaliação.
4. Conclusão
A experiência do trabalho de leitura para a escrita do Projeto de Intervenção,
Material Didático-Pedagógico sobre “A Utilização do LEM (Laboratório de Ensino de
Matemática) no Ensino de Números Inteiros”, se apresentou como uma metodologia
relevante para a sala de aula, por oferecer atividades diversificadas e experiências
significativas, melhorando a motivação e favorecendo o aprendizado. Com relação à
série escolhida para a implementação, 6ª série período noturno, com defasagem
idade série em relação ao conteúdo a prática trouxe benefícios para a aprendizagem
enriquecendo com as experiências e a pesquisa. Com essa prática pedagógica
ocorreu à socialização e a interação dos grupos.
Quanto ao material e sua confecção onde uma parte foi confeccionada pelos
próprios alunos e outros foram apresentados prontos, em termos matemáticos, foi
possível desenvolver muitas habilidades com esses materiais, como: problemas e
desafios que dependiam de análise do próprio aluno ou do grupo. A participação em
equipes de trabalho contribuiu com o desenvolvimento de habilidades como respeito
e aceitação de colegas, organização, participação em jogos, debates e relatos sobre
a produtividade, pontos positivos, negativos, etc.
Como obstáculo durante a implementação, cito a confecção dos materiais que
nem sempre saíam conforme o planejado, muitas vezes por falta de tempo, outras
por falta de habilidade e capricho dos alunos. Outro obstáculo seria o cumprimento
do calendário, que por várias vezes teve de ser transferido, hora por motivos
particulares, hora pela rotina da própria escola. Vale lembrar que o Material Didático-
Pedagógico que foi elaborado no primeiro semestre de 2009 para ser implementado
na escola, continha atividades em excesso em relação ao tempo reservado no
Cronograma de Ação. A 6ª série do período noturno é uma turma heterogênea,
composta na maioria por alunos que já estão no mercado de trabalho, por isso com
capacidade e interesse definido e ainda turma com dificuldade de aprendizagem.
Nessa aplicação, o professor, junto com a equipe pedagógica, notou que
houve interesse dos alunos, a cada atividade aplicada. Talvez, pelo material e a
motivação a cada jogo que foi desenvolvido, mesmo assim, dada pela aplicação de
várias atividades que almejavam muitas vezes os mesmos objetivos e estratégias
diferentes, levou ao objetivo principal do projeto em relação aos conteúdos
matemáticos básicos, o que levou a um crescimento desde a avaliação inicial até a
final. Percebeu-se uma diferença muito grande entre aplicar as operações com
números inteiros utilizando materiais manipuláveis em resolver as operações
mecanicamente,
Pode-se afirmar que o material manipulável do Laboratório do Ensino da
Matemática dá sentido a essa diferença, além de possuir metodologias que ajudam
a fixar e abstrair. A oportunidade de discutir, concluir, relatar e verificar cada objetivo
alcançado nas atitudes dos mesmos, levando-os a participar mais das aulas e até
questionar e ser questionado. Concluí-se que esta metodologia possa contribuir de
forma especial para uma aprendizagem mais significativa, trazendo consigo um
entrosamento maior entre aluno e professor, além de promover alguns hábitos
importantes para o convívio social, resgatar os hábitos de estudo, bem como a
interação com o grupo.
5. Referências
IMENES, Luís Márcio Pereira/ Marcelo Cestari Lellis. Matemática / Imenes e Lellis. São Paulo: Scipione, 1997. LORENZATO, Sérgio. Laboratório de Ensino de Matemática na Formação de Professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. (Coleção Formação de Professores). SMOLE, Kátia Stocco et. al. Jogos de matemática: de 6º a 9º ano. Porto Alegre: Artmed, 2008. DANTE, Luiz Roberto. Tudo é Matemática: 7ª ano livro do professor. São Paulo: Ática, 2009. FIORENTINI, Dario; LORENZATO, Sergio. Investigação em educação matemática: percursos teóricos e metodológicos. 2. ed. São Paulo: Autores Associado. PAIVA, Manoel. Matemática, volume único.1. ed. São Paulo: Moderna, 2005. PASSOS, C.L.B. Materiais Manipuláveis como recursos didáticos na formação de professores de matemática. In: LORENZATO,S. (org): O Laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas, SP: Autores associados. 2006. PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado. Curitiba, PR: Seed, 2006. DANTZIG, Tobias. Número: a linguagem da ciência. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1990.