da escola pÚblica paranaense 2009 · cibele lacerda “a prÁtica ... nos remete a um grande...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
GOVERNO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE 2009
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – UNIDADE DIDÁTICA
“A PRÁTICA DOCENTE E A UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO DA
DISCIPLINA DE HISTÓRIA”
Curitiba 2010
CIBELE LACERDA
“A PRÁTICA DOCENTE E A UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO DA
DISCIPLINA DE HISTÓRIA”
Produção Didático-Pedagógica – Unidade Didática -
apresentado à Secretaria de Estado da Educação – SEED
como requisito parcial de participação no Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE a área de História,
sob a orientação da Professora, Doutora Maria Auxiliadora
dos Santos Moreira Schmidt, da Universidade Federal do
Paraná.
2
CURITIBA 2010
1. TEMA DE ESTUDO: DIDÁTICA DO ENSINO DE HISTÓRIA
2. TÍTULO: A PRÁTICA DOCENTE E A UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO
PÚBLICO DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA
3
SUMÁRIO
1. TEMA DE ESTUDO ...................................................................................03
2. TÍTULO ......................................................................................................03
3. INTRODUÇÃO ..........................................................................................05
4. METODOLOGIA.........................................................................................08
5. INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO....................................................... 09
6. TABULAÇÃO DO INSTRUMENTO DE
INVESTIGAÇÃO..........................15
7. PROPOSTA DE CRITÉRIOS......................................................................23
8. REFERÊNCIAS...........................................................................................24
4
3. INTRODUÇÃO
O LDPH foi construído pelos professores de história da Rede Pública
Estadual, seguindo a linha metodológica das Diretrizes Curriculares da Educação
Básica. O ponto de partida para este trabalho foi o Projeto Folhas, projeto este
que faz parte do “Programa de Formação Continuada dos Profissionais da
Educação” da SEED/PR.
O Projeto Folhas propõe uma metodologia específica de produção
de Material Didático, como forma de viabilizar a pesquisa dos saberes e
fundamentos teórico-metodológicos das disciplinas que compõem a matriz
curricular da Educação Básica da Escola Pública Paranaense.
Da junção de vários Projetos Folha nasceu o Livro Didático Público
de História. Os Projetos Folha foram elaborados por professores de regiões
diferentes do Estado do Paraná. Ao ser escrito por diferentes profissionais, com
histórias de vida e formação acadêmica diversificadas. Segundo Schmidt (2009)
diferentes abordagens da aprendizagem histórica têm servido de referência para
questões, como propostas curriculares e manuais didáticos destinados à
formação de alunos e professores.
As metodológicas e as práticas pedagógicas trabalhadas em sala de
aula envolvem professores e alunos, o que exige um trabalho significativo e
relevante voltado à pesquisa e o ensino.
Alguns estudos apontam a importância da forma de utilização dos
livros em sala de aula. Nesse sentido, pode-se afirmar que,
dependendo da maneira de utilização dos livros pelo professor, o
conhecimento histórico assume, na relação ensino
aprendizagem, determinados significados: desde um
conhecimento que não tem nenhum sentido para o aluno, até a
possibilidade de trabalhar conhecimentos que contribuam para
sua formação mais crítica e consciente, pois há estreita relação
com suas experiências e sua realidade.(Schimidt e Cainelli, 2006,
p.137).Trata-se de um Manual Didático voltado para os alunos do Ensino
5
Médio, caracterizado como apoio pedagógico para estudantes e professores das
escolas estaduais.
O significado do que é aprender história tem acompanhado e
fundamentado processos de produção da História enquanto
disciplina escolar no Brasil. Neste sentido, diferentes abordagens
da aprendizagem histórica tem servido de referência para
questões, como propostas curriculares e manuais didáticos
destinados à formação de alunos e professores. (Schimidt, 2009,
pág. 21).A partir das reflexões pessoais sobre o Livro Didático Público de
História e a sua utilização pelos educadores, tem-se a preocupação de
proporcionar ao professor um material didático pedagógico para que ele possa
desempenhar o seu trabalho de maneira que não o engesse, permita que
desenvolva a relação ensino aprendizagem condizente com o que entende por
ser a melhor forma para trabalhar a relação ensino aprendizagem.
Esta preocupação pauta-se diante da problematizarão e a teoria
relativa ao contexto histórico, que geram grandes discussões quanto a diferentes
formas de se aprender história, a fim de desconfigurar a visão de manipulação e
controle ideológico que, na maioria das vezes, encontram-se embutidas nos
materiais didáticos utilizados pelos educadores.
De acordo com Schimdt e Cainelli (2004) essas correntes
historiográficas amparavam-se nos estudos dos fatos, na neutralidade do
historiador e na explicação histórica. Tal explicação, porém reduzia-se a fatos
políticos e a história como produto das ações dos heróis. A história era
considerada uma ciência que estudava exclusivamente o passado.
O trabalho será desenvolvido a partir da investigação com
professores da rede pública estadual, através de reflexões e análises sobre as
atividades apresentadas no Livro Didático Público de História, emerge desta
forma, alternativas metodológicas, críticas de ensino aprendizagem, através de
uma didática referenciada na formação da consciência histórica dos educandos.
A preocupação com esse estudo decorre da tentativa de buscar
meios que facilitem o processo de ensino e aprendizagem, oportunizando aos
educandos estabelecer relações entre o passado e o presente. Através de
atividades, procura-se levá-los a percepção crítica e uma visão global do
6
conhecimento histórico. Para isso, faz-se necessário que os educadores estejam
preparados para articular o ensino da História, em suas diversas dimensões, sem
perder de vista a melhor forma didática da história enquanto disciplina escolar.
Esta Unidade Didática busca levantar alternativas viáveis que
contribuam significativamente para a produção de um Material Didático
Pedagógico de História, para professores que atuam com alunos do Ensino Médio
a partir da análise e discussão do Livro Didático Público de Historia.
O desenvolvimento dessa pesquisa, junto ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, está articulado entre o Ensino Superior e a
Educação Básica promove a busca de alternativas práticas, através das teorias
pesquisadas.
Analisar a proposta metodológica do LDPH e a relação que os
professores estabelecem com metodologias sugeridas, teorias de ensino e
aprendizagem referenciados na formação da consciência histórica como
finalidade do ensino de história, tendo em vista a construção de elementos para a
produção de Manuais Didáticos de História.
Durante o processo buscará a identificar as dificuldades encontradas
na metodologia sugerida pelo LDPH a partir de investigações sobre sua relação
com a prática dos docentes, com vistas à proposição de alternativas
metodológicas para o ensino de História.
Trabalhar com a disciplina de História, não é tarefa fácil diante da
diversidade de idéias que nos é apresentada, durante nosso percurso de vida
acadêmica e profissional.
Estudar História não é somente conhecer o passado pelo passado,
isso não é uma necessidade humana. O conhecimento histórico deve ser utilizado
para que o homem transforme o mundo em que vive, através das suas ações, em
seu benefício, sempre a partir do presente.
Qualquer consideração útil exige prestar atenção em dois
componentes: primeiro, as idéias dos estudantes sobre a
disciplina de História: segundo, sua orientação em direção ao
passado (o tipo de passado que eles podem acessar, e a relação
deste com o presente e o futuro).(LEE, 2006, p. 131).Escolher a temática “A Prática Docente e a Utilização do Livro
Didático Público da Disciplina de História”, nos remete a um grande desafio:
7
Como os Manuais Didáticos propõem o ensino de história, como os professores
ensinam e como os alunos aprendem História?
4. METODOLOGIA: “CONSTRUÇÃO DE CRITÉRIOS PARA ANALISAR O
LDPH”.
A Metodologia utilizada para a elaboração da Unidade Didática será
pautada no professor. Sendo ele o profissional qualificado, com conhecimento
acadêmico, ou seja, um intelectual autônomo, reflexivo com competência para o
trabalho com os Manuais Didáticos.
O professor é um indivíduo que a partir do seu nascimento é
inserido num meio sócio cultural, que o forma e que o moldará para agir sobre ele,
desta forma realiza uma trajetória onde a construção do seu saber perpassa por
diversas fases da sua vida aonde vai obtendo conhecimentos que lhe dão o aval
para trabalhar com seus alunos.
Toda esta “bagagem” adquirida pelo profissional professor inicia com
o seu contato com o meio em que está inserido construindo sua identidade. Estes
conhecimentos prévios são ferramentas importantes no seu trabalho com os
aluno ao dar expressão ao que ensina através do uso de diversos materiais que
utiliza para construir e aplicar suas aulas.
Os Instrumentos de Investigação serão elaborados para que o
professor identifique as atividades do LDPH, de forma que os conhecimentos
científicos, filosóficos e artísticos possam ser trabalhados de forma que
desenvolva a cognição histórica dos alunos.
Partindo deste pensamento é necessária a construção de um
Instrumento de Investigação para saber o que o professor pensa sobre o que está
sendo trabalhado e qual é o relacionamento construído com o LDPH.
Torna-se importante que os autores dos Manuais Didáticos não
engessem os professores, dando-lhes possibilidades de criarem suas atividades.
O professor ao utilizar os Manuais Didáticos constrói um relacionamento
processual através das diferentes formas de utilizá-lo.
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5. INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO.
O Instrumento de Investigação foi construído a partir da seleção de
conteúdos, documentos e atividades, abaixo apresentados pelo Sumário, que
compõem o Livro Didático Público de História, 2006, 2ª edição.
Sumário
Apresentação .............................................................................................................. 10Unidade Temática I: Trabalho Escravo e trabalho livreIntrodução.......................................................................................................... 181 – Relações de trabalho: Conceito de trabalho.......................................................... 212 – Relações de trabalho: O Mundo do trabalho emdiferentes sociedades .................................................................................................. 353 – Relações de trabalho: A construção do trabalho assalariado ............................... 524 – Relações de trabalho: Transição do trabalho escravo parao trabalho livre: a mão-de-obra no contexto de consolidação docapitalismo na sociedades: brasileira e estadunidense. ............................................. 725 – Relações de trabalho: O trabalho na sociedadecontemporânea ............................................................................................................ 90Unidade Temática II: Urbanização e IndustrializaçãoIntrodução.................................................................................................................... 1106 – Relações culturais: As cidades na História............................................................ 1127 – Relações de trabalho: Urbanização e industrialização no Brasil .......................... 1308 – Relações culturais: Urbanização e industrializaçãono século XIX .............................................................................................................. 1519 – Relações culturais: Urbanização e industrializaçãona sociedade contemporânea...................................................................................... 16710 – Relações de poder: Urbanização e industrialização no Paraná ......................... 18011 – Relações de trabalho: O Porto de Paranaguá no contextoda expansão do capitalismo ........................................................................................ 200Unidade Temática III: O Estado e as relações de poderIntrodução..................................................................................................................... 21412 – Relações de poder: O Estado nos mundos antigo e
medieval.............................
217
13 – Relações de poder: O Estado e as relações de poder:formação dos Estados nacionais ................................................................................. 23414 – Relações de poder: Relações de poder e violência no Estado............................ 25215 – Relações de poder: O Estado imperialista e sua crise ........................................ 274Unidade Temática IV: Movimentos sociais, políticos e culturais –Relações de dominação e resistênciaIntrodução..................................................................................................................... 29416 – Relações culturais: Relações de dominação e resistêncianas sociedades grega e romana na Antigüidade:mulheres, plebeus e escravos...................................................................................... 29617 – Relações culturais: Relações de dominação e resistência
9
na sociedade medieval européia: camponeses, artesãos,mulheres, hereges e doentes....................................................................................... 31418 – Relações culturais: Relações de dominação e resistência na socie- 330dade ocidental moderna...............................................................................................19 – Relações de poder: Relações de dominação e resistência no mundo do
trabalho nos séculos XVIII e XIX..................................................................................
354
20 – Relações culturais: Movimentos sociais,políticos e culturais na sociedade contemporânea: é proibido
proibir?......................................................................................................................
376
Os Livro Didático Público de História foi estruturado através de
Unidades Temáticas. Sendo que em cada Unidade Temática desenvolve os
conteúdos de forma linear.
Optou-se pela Unidade Temática III: O estado e as relações de
poder e pela Unidade Temática IV: Movimentos sociais, políticos e culturais para
dar possibilidades aos professores investigados de realizar a análise do que foi
proposto de forma academicamente mais abrangente.
A análise do Instrumento nos possibilitará a desenvolver diferentes
entendimentos e direcionamentos que possibilitará, ou não, aos professores a
desenvolver metodologias que melhorem e transformem a relação ensino
aprendizagem.
Unidade Temática IV: Movimentos Sociais, políticos e culturais –
Relações de dominação e resistência.
19 – Relações de Poder: Relações de dominação e resistência no mundo do
trabalho nos séculos XVIII e XIX, p. 354.
- Documento um: página 365, Petição Cartista, Inglaterra (1838).
- Documento dois: página 364, Manifestação Pública. Ilustração, Illustred
London News, abr. 1848, A ilustração do jornal inglês revela que milhares de
pessoas comparecem aos comícios cartistas na Inglaterra.
- Atividade um: página 365
Unidade Temática III: O estado e as relações de poder
14 - Relações de Poder: Relações de poder e violência no Estado.
- Pesquisa: página 260.
10
INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
PDE 2009 – CIBELE LACERDA
INVESTIGAÇÃO PROJETO PDE 2009.
Professor (a):
Estabelecimento:
Documento 1
PETIÇÃO CARTISTA, INGLATERRA (1838).
Aos ilustres membros das Comunas da Grã-Bretanha e da Irlanda,
reunidos em Parlamento, esta petição vem de seus abaixo assinados
concidadãos. Nos encontramos oprimidos com o sofrimento público e privado.
Estamos esmagados, sob uma carga de impostos. Nós dizemos à honrada
Câmara que não devemos mais tempo ser privados de justo salário. Que as leis
que criam a carestia dos alimentos e as que rareiam o dinheiro devem ser
11
abolidas. Tal estado de coisas não deve se prolongar. Não o pode sem o perigo
sério para a estabilidade do trono e da paz no reino. O bem estar de grande
número, único fim legítimo, deve ser a única preocupação também do governo.
Como preliminar essencial a essas formas e as outras para assegurar ao povo.
Como Preliminar essencial a essas reformas e a outras para assegurar ao povo
os meios pelos quais seus interesses poderão ser eficazmente definidos e
assegurados pede que, na confecção das leis, a voz de todos possa, sem
entraves, ser ouvida. Eis porque pedimos o sufrágio universal. Agrade, pois, à
respeitável Câmara, levar nossa, petição em séria consideração e de esforçar-se,
com vigor, por todos os meios constitucionais, em fazer promulgar uma lei que
garanta a todo o cidadão masculino maior, são de espírito inocente de qualquer
crime, o direito de votar e que institua o voto secreto para todas as eleições
parlamentares futuras. E seus peticionários rogarão para sempre.
(Adaptado de MATTOSO, p. 46.).
Documento 2
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Manifestação pública. ilustração, Illustred London News, abr.1848. A ilustração do jornal inglês revela que milhares de pessoas compareciam aos comícios cartistas na Inglaterra.
ATIVIDADES
Analise os documentos um e 2 ressaltando os sujeitos envolvidos e suas
reivindicações. Anote suas considerações a partir deste documento.
PESQUISA (e)
• O significado histórico de:
(a) Imperialismo (b) colonialismo (c) militarismo (d) nacionalismo
• Sob a orientação do professor, realize uma pesquisa sobre as grandes
guerras mundiais.
Sugestões:
- dividir a sala em duas equipes para que cada uma pesquise uma das
grandes guerras;
- coletar informações:
a) envolvimento dos paises (quem foi envolvido e por que)?();
b) desenvolvimento da guerra (construção de uma frisa cronológica com os
principais acontecimentos; construção de mapas);
c) conseqüências da guerra.
- montar um mural para exposição dos trabalhos.
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Prezado Professor:
Solicito a sua colaboração para a minha pesquisa do PDE, A Prática
Docente na Disciplina de História, a qual se preocupa com a efetiva formação do
educando na disciplina de história, para torná-lo sujeito e construtor de sua
própria história de forma social e coletiva.
Após leitura e análise das atividades, abaixo, responda:
1- Qual o seu parecer sobre as atividades?
2- Como trabalharia com o seu aluno?
3- Se não trabalharia a atividade com o seu aluno, como faria esta atividade?
4- Observações.
“O Professor investigador não cria bula, traça caminhos e mostra
como ir por diversas estradas e chegar a um lugar. Mostra caminhos e em que
condições. O resultado foi esse..., esperava esse....Pode chegar cansado,
sorrindo, suado... O resultado é a forma de como chegamos” (Schimidt, 2010).
A investigação foi realizada em oito escolas da Rede Pública
Estadual, jurisdicionadas ao Núcleo Regional de Educação de Curitiba. O NRE de
Curitiba possui o maior número de escolas, professores e alunos do Estado do
Paraná. Esta dimensão nos dá possibilidade de atingir uma maior abrangência de
sujeitos envolvidos no processo ensino aprendizagem nas suas mais diferentes
formações acadêmicas, sociais, políticas, econômicas e culturais. Entendesse
que desta forma obteríamos uma investigação fiel, que de fato apresente
resultados que venham responder ao proposto neste Material Didático.
A relação interpessoal permeia a nossa vida diária e como não
poderia deixar de ser, ela foi muito importante para a realização desta
Investigação. Em cada escola que chegamos nos
apresentamos a cada Diretor como professor PDE 2009 e solicitamos autorização
para entrar no estabelecimento e conversar com os professores para que os
mesmos respondessem ao Instrumento de Investigação.
Ao apresentar o Instrumento de Investigação aos professores, não
foi dito que as atividades haviam sido retiradas do Livro Didático Publico, para não
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interferir na investigação. Tem-se a preocupação de investigar se o professor
conhece e utiliza o LDPH.
6. TABULAÇÃO DO INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO
A tabulação será realizada por perguntas.
QUESTÃO NÚMERO 1 - “Qual o seu parecer sobre as atividades?”
Solicitou-se o “parecer” do professor a partir dos conhecimentos
prévios que possui, os quais são inerentes à competência acadêmica e a
experiência na relação ensino aprendizagem.
Razão esta que faz com que o professor acate, ou não as atividades
postas nos Manuais Didáticos, pois entende que é ou não é daquela maneira que
ele pensa que o aluno desenvolve o seu pensamento.
Todos os doze professores investigados responderam a questão
número um. Dos doze professores, cinco responderam positivamente.
Serão levantados os pareceres nas ordens positivos e negativos.
Com a metodologia aplicada obteve-se um conjunto de respostas
que nos permite realizar algumas sistematizações em relação à positividade e a
negatividade.
- Pontos Positivos
Prof. 3 – “Muito bom, bem pensado e dinâmico”.
Prof . 4 – “Gostei muito da idéia de uma aprendizagem mais
dinâmica, envolvendo professor e alunos”.
Em os seus pareceres os professores três e quatro entendem as
atividades como “muito bom, bem pensado e dinâmico” (prof. 3) e “Gostei muito da idéia
de uma aprendizagem mais dinâmica, envolvendo professor e alunos”. (prof. 4).
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A colocação dos professores nos reporta ao pressuposto que professor e
alunos trabalhem os documentos com possibilidades de desenvolver as considerações,
pertinentes ao assunto. Diversificando assim o trabalho em sala de aula.
O professor número quatro ressaltou a troca de conhecimentos
entre professor e alunos, tornando-os sujeitos envolvidos no processo ensino
aprendizagem.
Prof. 5 – “História é adquirir consciência do mundo, consciência do
que fomos para transformar o que somos”.
O professor entende o ensino da história enquanto transformador da forma
de pensar e entender do indivíduo para agir no seu meio.
Prof. 6 – “Achei-as bem esclarecedoras e sem dúvida abordam o
tema no todo e no contexto histórico da época”.
Entende a construção do conhecimento histórico do passado pelo
passado, não percebendo o passado no presente.
Prof. 10 – “Boa prática e importante para a formação e assimilação
dos conteúdos”. “Alguns alunos confundem os conceitos, isso quando não
sabem”.
Prof. 11 –
“1 – Quanto a atividade 1 e 2:
• Tanto o documento escrito quanto a ilustração do jornal favorecem a
construção do conhecimento histórico, pois permite ao aluno realizar
análises críticas através de diferentes fontes.
• Através da atividade de pesquisa por meio de temas ampliaria a percepção
dos alunos sobre um determinado contexto histórico, sua ação e relações
de distinção entre passado e presente”.
Prof. 12 – “A atividade apresenta-se com ótima perspectiva para
relacionar “passado” e presente aos alunos, porém para que isso ocorra será
necessário a contextualização do Movimento Cartista na Inglaterra e suas
influências e objetivos”
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- Pontos Negativos.
Prof. 1 – “Apesar da relevância temática, iniciaria a discussão pela
violência atual que os alunos percebem em seu cotidiano, e vista na tv.
(terrorismo e guerras), para somente após discutir os conceitos propostos”.
Prof. 2 – “A partir dos documentos 1 e 2 construa uma narrativa
histórica”.
O professor reformularia a atividade por entender que a construção da
narrativa pelo aluno é uma forma mais adequada de aprendizagem, bem como para a
formação de uma consciência histórica.
Prof. 7 –
“No texto 1 há necessidade de se ter um vocabulário contemplando
o significado das palavras desconhecidas pelos alunos”.
“A proposta de se buscar o significado de imperialismo,
colonialismo, militarismo e nacionalismo são pertinentes, mas também é preciso
dizer o que foi o Movimento Cartista e quais eram os seus objetivos”.
“Pesquisar sobre 1ª e 2ª Guerras Mundiais nesse momento, a
meu ver, não tem nada com o assunto. Talvez fosse mais interessante discutir a
questão do industrialismo e as condições de vida do operariado inglês nesse
período; além de se discutir as correntes ideológicas do período”.
O professor entende que a intervenção do professor torna-se
importante para o desenvolvimento dos conteúdos, bem como das atividades.
Prof. 8 – “Há uma linguagem de significados no texto número
1 e no documento número 2 que requer uma análise de “significância” para o
século XX e XXI contidas nas expressões traduzidas do século XIX; deve-se ater
em questões como sufrágio Universal e direito ao voto”.
Prof. 9 – “Os documentos 1 e 2 podem ser trabalhados em
uma atividade em sala de aula. O texto do documento 1 e a imagem do 2
possuem uma relação que poderá ser trabalhada: sujeitos e suas reivindicações.
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Entretanto a pesquisa requerida não está de acordo com os documentos, não
entendo a relação das atividades com os documentos 1 e 2 e a pesquisa
solicitada”.
QUESTÃO NÚMERO 2 – “Como trabalharia com seu aluno?”
Pretende-se com esta questão mostrar como metodologicamente
pode ser aplicados a relação do professor com o LDPH, através das metodologias
utilizadas pelo professor ao trabalhar os conteúdos.
Prof. 1 – “Trabalharia a partir da percepção dos mesmos
sobre a violência e seus por quês? A força é sempre o melhor resultado? Por que
países submetem outros como muitas vezes percebemos no dia a dia. Sempre
partindo da realidade atual”.
O professor propõe partir do presente para entender o passado.
Prof. 2 – “Significado histórico (qual período da história – Ant.
– Média – Mod. – Cont. )”.
“Pesquisa sobre as Guerras Mundiais (qual???) (primeira e
segunda) muito conteúdo. Ficou muito aberto (tempo) - ser específico”.
O professor sugere novos encaminhamentos para as atividades.
Prof. 3 – “Relacionando com o contexto atual no Brasil, as lutas pela
conquista da CLT e como isso é colocado no momento atual, como fechamento
do trabalho. Acredito que ficaria bem dinâmico”.
Prof. 4 – “A partir da nossa situação atual, relacionando-a em
princípio com o nosso contexto trabalhista, estendendo para as influências
externas”.
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Prof. 5 – “No caso o Imperialismo inglês, levantaria a questão de
muitos países africanos, fala-se o francês e inglês, isso por causa do imperialismo
no século XIX, e as formas que isso foi feito”.
Prof. 6 – “Se caso fosse trabalhar o tema talvez não fosse possível
montar o mural, por exemplo, em função do tempo disponível para trabalhar os
conteúdos que é bastante escasso”.
Prof. 7 – “Começaria perguntando em que circunstâncias do
presente leu em jornais ou viu em noticiários de televisão reivindicações
semelhantes às que constam no documento 1. O aluno poderia inclusive trazer
um material para a aula com esse tipo de texto”.
“Depois trabalharia o significado de palavras como Comuna,
Câmara, etc...”
“Procuraria descobrir juntamente com os alunos o que foi o
Movimento Cartista. E buscar semelhanças e diferenças com alguns movimentos
que acontecem hoje como os Movimentos Sindicais, Greves e até mesmo outros
movimentos sociais”.
“Um bom exercício seria pedir aos alunos para reescrever o
documento 1, parafraseando-o com elementos do presente e usando o sistema
político brasileiro como pano de fundo. Poderia ser um Manifesto ao Congresso
Nacional”.
Prof. 8 – “Revelaria o texto como sendo de uma transição histórica
do regime de governo republicano constitucional e a mentalidade dos estados
absolutistas em suas expressões: Troyo/Reyo, desvelando a fase da história
linear mostrando como a história crítica possibilita vários olhares sobre os feitos
históricos dando significância ao PARLAMENTO, COMUNA, OPRESSÃO, Público
X Privado – IMPOSTOS, SALÁRIOS, LEIS, sobre salários e alimentos, como da
circulação do dinheiro”.
“Na pesquisa mesmo tempo”.
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Prof. 9 – “Minha atividade utilizaria os documentos 1 e 2, mas
buscaria outros temas, para a pesquisa: Iluminismo, liberalismo político,
socialismo. Tais assuntos teriam uma maior relevância para o tema abordado nos
documentos”.
Prof. 10 – “Utilizaria textos complementares para cada conceito,
vocabulário, imagens que completem as imagens. Eu utilizo metodologia
parecida, pois esses conceitos são vistos desde a 5ª série, claro que com suas
características”.
Prof. 11 – “Atividade 1 e 2: investigação dos conhecimentos
tácitos sobre o tema e problematização a partir das fontes”.
“Atividade de Pesquisa: após a pesquisa procuraria demonstrar a
importância do trabalho do historiador e da produção do conhecimento histórico
para a compreensão do passado através das diferentes interpretações e fontes”.
Prof. 12 – “O trabalho com os alunos deverá prever a relação do
Cartismo enquanto movimento “brando” de contestação, com os demais
movimentos ocorridos na Inglaterra, no mesmo contexto e período, possibilitando
assim uma relação com movimentos de contestação na América do Sul, em
especial o Brasil”.
“Tomando devido cuidado para não cometer anacronismos”.
QUESTÃO NÚMERO 3 – “Se não trabalharia a atividade com
seu aluno, como faria esta atividade?”
Pensou-se nesta questão para saber as propostas de
atividades dadas pelos professores, pautados nas diferentes clientelas.
Prof. 1 – “Trabalharia a atividade, mas discutiria seu
direcionamento como citei acima”.
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O professor apresenta a opção metodológica de trazer o passado para o
presente através do tema violência. A violência é um tema presente que perpassa pela
nossa sociedade, sob diversos aspectos.
A violência dentro e fora da escola torna-se um obstáculo que reflete
diretamente no trabalho do professor em sala de aula.
Prof. 2 – “Não consigo estabelecer relação entre documento 1 e 2 e
pesquisa sobre guerras”.
Os professores três e quatro não responderam a questão.
Prof. 5 – “Faria da seguinte maneira, trabalhando o
Imperialismo Norte Americano e os países mais ricos do ano”.
Prof. 6 – não respondeu.
Prof. 7 – ”De acordo com as respostas acima”.
Prof. 8 – “Conteúdo diferente quanto ao envolvimento
individual dos países, seria as alianças e seus interesses”.
“Incluiria a derrota do regime monárquico pela aliança da
burguesia e do proletariado que se consolida na 2ª Guerra Mundial com o acordo
Muro de Berlim, metade da Alemanha para as nações capitalistas e metade para
as socialistas.”
“Conseqüência: Mundo bipolar; equilíbrio capitalismo X
socialismo e derrota dos nacionalismos facistas e do monarquismo”.
“Como faria?”
“No momento pelos recursos e realidade das turmas do Ensino
Médio”.
“Base: Livro para consulta e leitura como para exercício”.
“Quadro de giz: Resumo com os destaques principais dos conteúdos”.
Exposição, participação da turma contribuindo para o conhecimento e
questionando as dúvidas“.
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Os professores nove, dez e onze não responderam a questão.
QUESTÃO NÚMERO 4 – “Observações”
Nesta última questão solicitamos, pessoal e individualmente a
cada professor investigado, que façam observações sobre o Instrumento de
Investigação, caso achem pertinente.
Prof. 1 – ““Discutir a violência escolar com os alunos seria
uma boa opção para iniciar a discussão da temática”.
A violência é uma questão que perpassa pela nossa realidade
e que afeta diretamente a escola, os professores, tem consciência de ela afeta
diretamente a relação ensino aprendizagem. Desta forma, trabalhar a violência
contextualizada ao conteúdo acadêmico faz com que tenhamos noção de como
ela afeta nossas vidas e como trabalhar com ela no cotidiano.
Os professores dois, três, quatro, cinco, seis e sete não
fizeram observações.
Prof. 8 – “O mural, pelo acúmulo de pessoas, informativos,
tamanho do espaço físico e condições de conservação, tem dado, na minha
percepção, um aspecto de poluição visual”.
Prof. 9 – Não fez observações.
Prof. 10 – “Boa iniciativa, conteúdo importante para a
formação de cidadania dos alunos, muitos se confundem, ou não se interessam”.
Prof. 11 – Não fez observações.
Prof. 12 – “Deve destacar-se a ótima relação do texto com a
iconografia, fonte histórica fotográfica”.
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7. PROPOSTA DE CRITÉRIOS.
Como resultado dos trabalhos desenvolvidos, propõe-se a
construção de critérios que possam contribuir para a avaliação dos Manuais
Didáticos de História, tendo como referência o próprio professor.
Proposta para uma metodologia de avaliação de Manuais
Didáticos a partir de critérios estabelecidos por professores de História.
Critério 1 – Elaboração das atividades a serem desenvolvidas
com alunos.
1.1. Atividades que sugerem uma relação dinâmica entre
professores e alunos:
Professor elabore uma atividade em que essa relação esteja
exemplificada.
1.2. Atividades que permitam a contextualização do tema
abordado, em sua época (passado).
Professor explique como faz esta contextualização.
Critério 2 – Sugestões metodológicas para o trabalho com o
conteúdo.
1.1. Partir do presente e da realidade do aluno.
Professor para você, o que significa e como propõe esse caminho?
1.2. Investigação dos conhecimentos tácitos dos alunos.
Professor como o Manual Didático poderia contemplar esse critério?
Critério 3 - Intervenção e uso que o professor faz dos Manuais
Didáticos.
Professor analise essa questão sob dois aspectos:
3.1. Intervenções relacionadas à Didática Geral.
3.2. Intervenções relacionadas à Didática Específica da História.
3.3. Intervenções relacionadas ao conteúdo
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8. REFERÊNCIAS
DIAS, Sueli de Fátima, História Temática como Metodologia do Ensino da
História: percepções de professores em um processo de formação continuada.
PDE 2007 – Londrina.
História / vários autores – Curitiba: SEED-PR, 2006.
LEE, Peter, Em direção a um conceito de literacia histórica, Educar, Curitiba,
Especial, p. 131 -150, 2006. Editora UFPR.
SAGATI, Siumara, A Abordagem Temática de Conteúdos como Metodologia para
o Ensino de História no Ensino Médio – PDE 2007, Apucarana.
SCHIMIDT, M. A. Cognição histórica situada: Que Aprendizagem é esta? IN:
SCHIMIDT, M. A. BARCA, I (Org). Coleção Cultura: Escola e Ensino./ Juí: Ed.
UNIJUÍ, 2009.
SCHIMIDT, Maria Auxiliadora, Ensinar história / Maria Auxiliadora Schimidt,
Marlene Cainelli – São Paulo: Scipione, 2004.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. “A formação do professor de História e o cotidiano
da sala de aula”. IN: BITTENCOURT, Circe. (org.) O saber histórico na sala de
aula. 8ª ed. São Paulo: Contexto, 2003. p.60-62.
OBRAS CONSULTADAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do
Paraná. Curitiba 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
MANUAL FOLHAS – HISTÓRIA [email protected] – 2010.
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