da loja simbÓlica À de perfeiÇÃo as vÁrias faces da pedra bruta

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SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO DA MAÇONARIA PARA A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL CORPO FILOSÓFICO JOSE SOARES DE CARVALHO DA LOJA SIMBÓLICA À DE PERFEIÇÃO: AS VÁRIAS FACES DA PEDRA BRUTA RENATO VIEIRA DE ANDRADE CADASTRO 71734 GRAU 14 MONTES CLAROS OUTUBRO DE 2011

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Page 1: DA LOJA SIMBÓLICA À DE PERFEIÇÃO AS VÁRIAS FACES DA PEDRA BRUTA

SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DO RITO ESCOCÊS

ANTIGO E ACEITO DA MAÇONARIA PARA A REPÚBLICA

FEDERATIVA DO BRASIL

CORPO FILOSÓFICO JOSE SOARES DE CARVALHO

DA LOJA SIMBÓLICA À DE PERFEIÇÃO: AS VÁRIAS FACES DA PEDRA BRUTA

RENATO VIEIRA DE ANDRADE CADASTRO 71734 – GRAU 14

MONTES CLAROS OUTUBRO DE 2011

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Da Loja Simbólica à de Perfeição: As várias faces da Pedra Bruta

Introdução

Desde que iniciamos na maçonaria, somos chamados e nos reconhecermos como “construtores do edifício social”. O que quer dizer, de fato, essa denominação? Somos ao mesmo tempo os artífices, responsáveis pela construção desse edifício e também sua matéria prima. Na forma buscamos ser um edifício que mescle a fortaleza, a segurança e a beleza e, no conteúdo sermos homens afeitos ao trabalho, à inteligência e à beleza em todas nossas ações. Na Loja Simbólica experimentamos o nascimento do aprendiz, o amadurecimento do companheiro e a experiência da morte do mestre e, por termos experimentado as três fases da vida de qualquer espécie de obra, dizemos que o grau de mestre corresponde à plenitude maçônica, embora a morte não seja o fim dos seres, mas apenas de parte um ciclo, que se repete continuamente. Da mesma forma, na construção desse edifício social, trabalhamos na formulação de um projeto, na execução da obra e vemos, ao final de determinado tempo, sua destruição, para ser sucedida por outra obra mais adequada, moderna ou necessária. Assistimos a isso em nossas vidas... As cidades nas quais nascemos ou nos criamos, passam por essa transformação constante. Provavelmente em algumas cidades nem um único edifício inaugural exista hoje, entretanto isso não determina a sua destruição, antes, revela o seu desenvolvimento. Assim também o é na Arte Real, a chegada ao grau de Mestre da Maçonaria não decreta o exaurimento do saber, ou seja, a plenitude deve ser desconstruída e reconstruída constantemente... um homem cada vez melhor e mais útil à sociedade, um edifício cada vez mais primoroso e necessário à sociedade. Mesmo caminhando com dificuldade nas imprevisíveis escadarias dos graus inefáveis estamos sempre entre o alicerce do grau de aprendiz e a abóbada do grau de mestre... Do centro da terra ao éter... em outras palavras diríamos que os graus inefáveis estão contidos nos graus simbólicos. Não são viagens para fora do simbolismo, antes são viagens dentro dos três graus, agora vistos com mais riqueza de detalhes... Se antes fomos do um ao nove, agora trabalhamos com o zero que transforma o um em dez, o nove em noventa. A construção do Templo de Salomão, que nos graus simbólicos aludiam à construção do caráter do maçom, ao aperfeiçoamento de suas virtudes e ao esboroamento de seus vícios, configura-se agora como formação de uma

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Nação maçônica. Não uma Nação para os maçons, mas uma Nação permeada e regida por princípios maçônicos. As Nações são fruto da indústria humana; quando o homem deixou de ser um nômade coletor e caçador para plantar e pastorear; quando se reuniu a outros e juntos escolheram e dominaram um território onde passaram a viver, obedecendo a princípios que juntos formularam, a fim de perpetuar uma cultura e um povo, assentou-se a pedra fundamental do organismo social do qual somos parte hoje. A complexidade dessas relações estáveis exigiu a criação de sistema e meios de controle, dentre os quais a religião e a lei. E, antecedendo à religião e à lei, uma liderança que exprimisse em seus atos e decisões a sabedoria, a força e pela comunhão e ajustamento de ambas, a beleza. Uma construção de tal monta, não pode ser obra de um só homem, daí a união de três mestres: Salomão, Hiram de Tiro e Hiram-abif. Da Sabedoria e Força resultante da aliança de dois reis, surge a Beleza da obra do homem comum. A beleza é um atributo ligado à fragilidade. Na natureza, via de regra, as criações mais belas, são as mais sensíveis, mais frágeis e indefesas. E justamente por ser a parte mais fraca dessa Tríade, foi atacada e morta. Morta a beleza tornam-se inócuas a sabedoria e a força... Tudo perde a razão de ser. A beleza não pode morrer! Se morta, deve ser ressuscitada! Se impossível, deve ser lembrada e venerada eternamente para que a lembrança de sua existência possa revestir de significado a obra humana. A beleza, o homem comum, o povo, não pode deixar de existir, pois sem ele não há por que da existência de religiões, de leis, de nações e de Estado.

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I Grau 4 – Mestre Secreto Não há que se falar em qualquer sociedade ou comunidade sem que haja um apanhado de regras. Este apanhado de regras, a partir do momento em que se tornem uma imposição social e, por este motivo, passe a ser observado, torna-se lei. As leis podem ser escritas (formais) ou sustentadas pelo uso e costume (consuetudinárias). Este grau é consagrado ao silêncio, mas não um silêncio imposto pela opressão, antes, um silêncio que se traduz em reflexão que leva à aceitação e concordância das regras e leis existentes, condição sine qua non para a criação e manutenção da ordem que sustentam os pilares de uma Nação, de um Estado. Um tolo tanto pode concordar com tudo, quanto discordar de todos, assim, para ele o silêncio ou a parolice são, indistintamente, instrumentos, ferramentas para manifestação de sua própria ignorância. Situação inconcebível a um maçom. Grau 5 – Mestre Perfeito Neste grau nos dedicamos à memoria e à reverência do mestre ausente; aquele que nos inspira em nossos trabalhos e cujo exemplo é e será sempre uma luz-guia; aquele a quem a terra tragou o corpo, mas cujo coração pulsa sempre transfundido aos nossos o sangue da criação. Toda Nação tem seu herói, seu mártir, aquele a quem não menos que a própria vida foi exigida em tributo da obra. A reverência a este herói, não impõe-se com um decreto, uma lei fria, mas pelo reconhecimento de um povo. Um povo sem memória torna uma Nação sem futuro. A reverência maçônica não deve se resumir a elogios e lisonjas vazias de razão, de conteúdo e de sinceridade, como, infelizmente, vemos grassar em nossas Lojas, mas deve firmar-se como testemunho nas ações e praticas diárias, inspiradas nos exemplos que irmãos de todos os tempos e países nos deixaram como legado, inclusive irmãos que não se iniciaram na Maçonaria. 6 – Secretário Íntimo Neste grau, prestamo-nos à lealdade, ao zelo para com os irmãos, a quem devemos proteger, não somando forças para a luta, mas pelo desarmamento dos corações. O que pode ser mais íntimo que alguém que

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trazemos no coração? E por que no coração? Porque é para o bem, para o bom aconselhamento, para a concórdia que deve esse secretário atuar. Em toda história humana os líderes, governantes, tiranos ou chefes são rodeados de assessores, secretários, asseclas ou bajuladores. Quanto mal não é capaz de fazer um mau conselheiro? Muito mais que o bem que consegue fazer um bom conselheiro. Não importa nossa posição hierárquica na esfera profissional ou social, sejamos ou cerquemo-nos sempre de bons conselheiros, verdadeiros secretários íntimos. Sejamos zelosos e pacificadores com nossos irmãos; servidores leais, amigos fiéis; estejamos sempre do lado do bem, do bom. 7 – Preboste ou Juíz A Justiça, mais que um sentimento ou uma atividade burocrática do Estado é um Valor que cada ser humano carrega dentro de si e, talvez por isso, seja vista em tantas formas distintas e até antagônicas. Quando duas pessoas discutem um direito, clamam por justiça: ora, são dois interesses contraditórios e um prevalecerá sobre o outro, por isso, via de regra, uma das partes se sentirá justiçada e a outra, pelo contrário sentir-se-á injustiçada. Em nossa obra social, na edificação de nosso Templo, na construção da Nação Maçônica a Justiça deve ser sempre a argamassa. Mais que a crença, que as afinidades pessoais, que uma mesma língua ou território, o que une indissoluvelmente os homens é a Justiça. Ela é a verdadeira língua universal. Onde ela se fizer presente aí estarão homens de bem, justos e perfeitos, que sabem e aceitam que a Justiça não favorece nem privilegia, não vilipendia nem oprime: a Justiça apenas iguala. 8 – Intendente de Edifícios Após sermos iniciados no grau 4 recebemos, por transmissão, os demais graus antes de sermos novamente iniciados no grau 9, portanto, consideramos este grau o fechamento de uma laje em nossa construção, ou, de acordo com a orientação dada a este trabalho, de um patamar na edificação de uma Nação maçônica. O maçom é guindado ao posto de intendente por ter se destacado em todas as matérias tratadas nos graus anteriores: ele entendeu, aceitou e propagou as leis (grau 4), reverenciou os antepassados e heróis, seguindo seus exemplos e sendo ele também um exemplo (grau 5); por sua lealdade e zelo, tornou-se o secretário íntimo (grau 6); pela perícia e sensibilidade na distribuição da justiça tornou-se Juiz ou Preboste (grau 7) e por todo o conhecimento e experiência acumulados, pelo exemplo tornou-se um líder legítimo e inconteste e por isso recebeu as chaves do edifício (ou do Reino).

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Não se tornou um líder por eleição, mas por aclamação. Não conjurou, não mentiu, não aliciou ou lutou pelo poder, antes recebeu-o naturalmente, por seu comportamento distinto, sua temperança, seu caráter ilibado, sua grandeza de espírito e humildade social que fizeram dele um líder ideal e natural. Assim deveríamos ser... Assim podemos ser?

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9 – Cavalheiro Eleito dos Nove Construir, destruir e reconstruir, o ciclo maravilhosamente eterno que permite à humanidade se reinventar. Tão preciso é o simbolismo do oroboro (a serpente que se devora a partir da própria cauda), como também o é o significado alquímico da inscrição INRI - Igne Natura Renovatur Integra! (O fogo renova a natureza inteira!). Porque novamente somos iniciados? Ora, por que precisamos nos renovar, nos recriar, precisamos queimar o que fomos para sermos o que seremos. A natureza nos exemplifica isso desde sempre: a matéria orgânica em decomposição serve de fertilizante para novas vidas. Seguindo este projeto de estudo, até o grau 8 vimos a edificação social internamente, ou seja, a formação do indivíduo e seu aproveitamento na sociedade, a partir do grau nove destruiremos essa construção para erguermos outro edifício, agora de uma sociedade, uma Nação, um Estado com suas Leis já internamente consolidadas, mas que precisa afirmar-se perante outros povos e nações. Portanto teremos a visão da construção extramuros, ou seja, passaremos às relações exteriores. Neste Grau aprendemos sobre a consolidação da justiça e o princípio de que todos são iguais perante a lei e a elas igualmente devem se submeter, mesmo uma ameaça à nação (o assassino do mestre), como um dos eleitos, recipiendário da confiança nacional. O sentimento de igualdade é primordial para a expressão do sentimento nacional, pelo qual todos são partes integrantes de um Estado, como células de um só corpo (macrocosmo e microcosmo). 10 – Cavalheiro Eleito dos Quinze Pela primeira vez fala-se de um estrangeiro que indica a localização de um dos assassinos (uma das ameaças à Nação) e uma comitiva de nove mestres é designada para partir em sua captura. Tratamos aqui de relações diplomáticas, sobre a escolha de quinze dentre os melhores e mais confiáveis mestres de Salomão, para acompanharem o estrangeiro e negociarem, em seu nome, a captura dos criminosos e sua extradição, para serem julgados pelo hediondo crime. Na perspectiva que vimos dando a este trabalho, podemos entender que a mais alta autoridade, por mais poderosa, sábia e rica que seja não é autossuficiente. Não consegue sozinho acercar-se de tudo o que é necessário para administrar uma nação, um povo. É necessário que tenha alianças, que se cerque de pessoas em quem possa confiar, não pela intuição, mas pelo

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reconhecimento da sabedoria e lealdade daqueles a quem delega seus poderes e responsabilidades. Também podemos entender que não bastam alianças internas, pois a ação de um líder, invariavelmente ultrapassa os limites de seu território e, se antes, quando reinava a barbárie, era necessário combater, conquistar e aniquilar os estrangeiros, agora, a Sabedoria sobrepõe-se à força e resulta na beleza de uma aliança firmada. A sutileza empreendedora da diplomacia em vez da ameaça destruidora das armas. 11 – Sublime Eleito dos Doze ou Cavaleiro eleito dos Doze Mortos os três inimigos do Estado, aqueles que ameaçaram a ordem e a beleza que resplandecia no templo; vencida a barbárie que dominava as relações entre os povos, surge um novo tempo, no qual o poder centralizado em um só homem não é mais necessário e pode ser distribuído entre aqueles que deram valorosas provas de confiabilidade, sabedoria, lealdade e justiça. O poder para o homem bom e justo não é um privilégio, é um ônus, uma carga que, de bom grado, ele compartilha com outros que deram provas de sua capacidade, sabedoria e lealdade. E quão bom é que os irmãos governem em harmonia... é como um óleo precioso que derramado na cabeça, escorre até as barras das vestes...ninguém nada retém para si; todos, em toda e qualquer parte, por meio dos líderes sábios, justos e perfeitos, são proprietários e titulares das benesses que um Estado ou Nação deve ofertar aos seus cidadãos. 12 – Grão-Mestre Arquiteto Um bom Estado, com bons líderes, deve formar bons cidadãos, ou pelo menos deve preocupar-se em dar-lhes essa formação, de modo a garantir a sua própria existência. As colunas do edifício devem ser reforçadas incessantemente. A Palavra Sagrada, o Nome Inefável deve continuar sendo transmitido para todo o sempre . Deve o Estado reconstruir-se perenemente, pois os líderes de hoje morrem e serão substituídos por outros, portanto, é fundamental que haja a preocupação em manter-se o conhecimento adquirido, bem como acompanhar o enriquecimento da ciência, que não deixa de evoluir e multiplicar-se. O homem, a pedra bruta deve, por todo o sempre, continuar a ser desbastada, daí a importância das ciências e os instrumentos serem mantidos pelo Estado que, para tal mister, deve recolher dos cidadãos os tributos que garantam essa manutenção.

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13 – Cavalheiro do Arco Real O conhecimento, o saber precioso e inspirador devem ser preservados para que se mantenham disponíveis pelos séculos e séculos. Qualquer construção, Nação ou Estado, mesmo precavendo-se contra desgastes e rupturas em sua história, pode ser surpreendido pela calamidade, pelas forças da natureza, por atos e situações imprevisíveis. A natureza e a história nos dão lições sobre a efemeridade das coisas. Uma flor, uma ideia ou um império, todos têm seu tempo e passam. Entretanto a previdência da semente, da disseminação da ideia e as realizações de um império podem torná-los perenes ao longo do tempo. Neste Grau refletimos sobre a necessidade de nos precavermos e guardarmos registros, os projetos e plantas que foram utilizados para polir a pedra bruta e encaixá-la na construção do nosso edifício, Nação e Estado, para que gerações futuras possam, a despeito do resultado da fúria imperiosa do tempo sobre nossas construções, reerguê-las em outras e novas condições.

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III 14 – Grande Eleito ou Sublime e Perfeito Maçom Nova iniciação... “Tudo novo, de novo”. Novamente o oroboro, o começo originando-se do fim, o fim sendo devorado pelo começo, enfim, a reconstrução novamente. No grau anterior vimos o fechar de mais um ciclo na edificação do homem, agora sob a forma de uma Nação. Pudemos acompanhar que tudo foi feito para que a construção fosse perfeita, para que os homens que nela se inserissem fossem perfeitos... Mas é da natureza humana a imperfeição, pois de outra forma seríamos deuses e não homens. Neste grau percebemos que a degeneração promovida por alguns dos que se intitulam mestres, ocasionou a corrosão dos princípios, palavras e sinais e toques, ameaçando a pureza dos ensinamentos, a integridade do edifício, e a coesão da Nação. Por essa razão uma minoria de mestres que remanesceram na integridade dos ensinamentos, antevendo a ruína, o dilúvio que se aproximava, atraído pela degradação, precaveu-se para que a obra não se perdesse e pudesse ser restituída à sua inteireza pelas gerações futuras.

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Conclusão

A maçonaria deriva das guildas de pedreiros livres responsáveis pelas construções magníficas que abundaram na Europa durante a idade média. As Catedrais representam o expoente dos trabalhos daqueles pedreiros que, pelo domínio da técnica e conhecimento restrito aos seus membros, aliado às habilidades políticas que desenvolveram, costuraram alianças com Igreja e Reinos. Estes pedreiros, embora não tenham seus nomes grafados nos livros de história, foram importantes para a criação de Nações e Estados. As fortalezas e castelos que construíram para os nobres atraíram artesãos, agricultores, e possibilitou a formação de vilas, que foram se organizando em cidades que, por sua vez, iam se aliando a outras cidades e formando reinos e estes, por fim se consolidaram em Estados. A espiral que tem início no homem polido vai, a cada volta, ampliando seu alcance, por arcos cada vez mais abertos, mais amplos e mais largos, tornando essa espiral infinita, influenciando mais homens, mais sociedades, mais comunidades, povos, nações, propagando-se continuamente, criando, aperfeiçoando, destruindo e recriando... Este foi o recorte ao qual nos delimitamos para o presente trabalho, que não tem a pretensão ser considerada uma tese maçônica, antes, que os Irmãos (aqueles que ainda leem) o apreciem como um ensaio ficcional maçônico. As fontes consultadas e a bibliografia que serviu de apoio, juntamente à recusa em fazer “mais do mesmo”, repisando enfadonhamente sinais, toques, palavras, marchas e decorações do templo, levaram a este enfoque. Não me é dado saber se, ao ultrapassar os ensinamentos da Loja de Perfeição e adentrar nos novos saberes de um Capítulo, será possível a continuidade deste trabalho, nos mesmos moldes que o trouxeram até aqui.

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Bibliografia

ASLAN, Nicola. Instruções para Lojas de Perfeição para o 5º ao 14º Grau. 4.ed. Londrina: Ed Maçônica A Trolha, 2003. CAMINO, Rizzardo da. Rito Escocês Antigo e Aceito 1º ao 33º. 2.ed. São Paulo: Ed. Madras, 1999 DURÃO, João Ferreira. Rito Escocês Antigo e Aceito: Ordenanças Graus Inefáveis, Cobridor. São Paulo: Ed. Madras, 2005. PIKE, Alberto. Moral e Dogma, tomo II, Graus inefáveis. São Paulo: Ed Clube

dos Autores,[2009?]. RITUAL DO GR. 4. Rio de Janeiro: Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil. 2006. RITUAL DO GR. 9 e GGR. Intermediários 5, 6, 7 e 8. Rio de Janeiro: Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil. 2009. RITUAL DO GR. 14 e GGR. Intermediários 10, 11, 12 e 13. Rio de Janeiro: Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil. 2009.