definiÇÃo - patologia em muro de arrimo
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ConteúdoIntrodução 2
Resumo 3
1. Definição 4
2. Cuidados a Serem Tomados ao Fazer um Muro de Arrimo 4
3. Principais patologias observadas em muros de Arrimo 5
a. Solo do aterro mal compactado 5
b. Recalque do solo de fundação em edificação vizinha 5
c. Escavação do terreno junto ao muro de arrimo existente 6
d. Falta de junta de movimentação entre o muro de arrimo e a edificação existente 7
e. Má condição de drenagem 8
f. Muros de Gravidade 9
g. Muros de alvenaria 9
h. Muros de gabião 10
4. Sistemas de drenagem 11
5. Patologia – Muro de arrimo de flexão em concreto armado14
a. Projeto 15
b. Propriedades do concreto armado utilizado no projeto: 16
c. Propriedades mecânicas do concreto armado utilizado no projeto:16
d. Propriedades do aço utilizado no projeto: 17
e. Propriedades mecânicas do aço utilizado no projeto: 17
f. Características geométricas das seções transversais: 17
g. Estrutura interna do concreto: 17
h. Deformações: 19
6. Dados preliminares do projeto: 19
a. Dados e Especificações / Sondagem:19
7. Análise da estrutura em execução do muro 23
8. Estudo de Caso: 24
a. Etapas de Execução da Recuperação do Muro de Arrimo de divisa29
9. Conclusão: 31
Bibliografia 32
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Introdução
No geral, as etapas de construção de um muro de arrimo são as
seguintes: planejamento, projeto, materiais, execução e uso. O grau de
qualidade exigido em cada etapa tem sua devida importância no resultado final
do produto, assim como na satisfação do proprietário e principalmente no
controle da incidência de manifestações patológicas na fase de uso.
As patologias verificadas num muro de arrimo não têm sua gênese em
fatores isolados, mas devem-se às falhas de concepção do solo, projetos e na
execução da mão de obra.
Durante a construção tem-se que dar destaque a projetos, fundação e
drenagem de modo que grande parte das patologias nos muros de arrimos
poderia ser evitada se houvesse uma melhor execução do projeto e escolha
apropriada dos materiais e componentes da construção.
O objetivo deste trabalho é apresentar os principais cuidados e
estratégias dentro do processo construtivo visando a diminuição de futuras
atividades de manutenção corretiva, colapso da estrutura e o controle do
aparecimento de problemas patológicos.
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Resumo
Apresentam-se registros contemporâneos, de recalque na construção de
muros de arrimo. A patologia verificada nesse muro de arrimo foi decorrente do
solo ruim, execuções inadequadas são observadas e discutidas. Está
patologias foi associada à má qualidade do terreno e execução, onde as
construções estão inseridas, procurado sempre apresentar as medidas
mitigadoras cabíveis. Para o desenvolvimento deste trabalho, inicialmente,
consultando projetos ensaios do solo e memoriais, foi reunido informações para
elaboração do trabalho em questão. A seguir os artigos foram divididos por
assunto, de forma equânime entre os membros da equipe, que leram e
apresentaram sínteses. A reunião ordenada das sínteses originou este
trabalho. Como conclusão; destaca-se que os problemas de patologias na
construção civil vem se destacando em todo o mundo, a falta de planejamento,
falta de projetos, compatibilização entre projetos, projetos mal elaborados, falta
de mão de obra qualificada, procura de baixo custos, materiais de má
qualidade e má fiscalização são os principais motivos.
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1. Definição
Muros de arrimo são estruturas corridas de contenção de parede vertical ou
quase vertical (Figura 1), apoiadas em uma fundação rasa ou profunda. Podem
ser construídos em alvenaria (tijolos ou pedras) em concreto (simples ou
armado), de flexão (com ou sem contraforte) e com ou sem tirantes ou ainda,
de elementos especiais.
Figura 1
2. Cuidados a Serem Tomados ao Fazer um Muro de Arrimo
A construção de um muro de arrimo ou de contenção deve ser orientado,
caso a caso, por um profissional habilitado, pois a decisão de execução irá
depender de vários fatores tais como: capacidade de suporte do solo de
fundação, altura do muro, cargas atuantes, localização e alguma eventualidade
do local. O que torna impossível ter-se um projeto padrão.
Algumas orientações podem ser dadas:
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1º) Fazer um desenho do local a ser construído o muro, em planta e em corte.
No caso de muros de grande porte (altura superior a 2m) deverá ser feito um
levantamento topográfico.
2º) Verificar a presença de águas e esgotos superficiais a céu aberto ou
canalizados. Fazer uma planta indicando a posição destas interferências.
3º) Verificar através de furos de sondagens feitos com cavadeiras ou pá e
picareta, a qualidade do solo, particularmente o da fundação e profundidade do
nível da água.
OBS: As sondagens devem prosseguir até no mínimo 1,50m abaixo do nível da
fundação do muro.
4º) Verificar qual o material adequado disponível na região para a execução do
muro.
5º) Verificar qual o tipo de drenagem profunda a ser utilizada e prever sua
execução no projeto, bem como a posição dos barbacãs (tubos de saídas de
água que atravessam o muro de arrimo) se necessário.
3. Principais patologias observadas em muros de Arrimo
a. Solo do aterro mal compactado
Freqüentemente, se observa terrenos baldios servirem como bolsões de
lixo e de entulho. Posteriormente, esses materiais são simplesmente
recobertos com camada de solo limpo, mas, na maioria das vezes, o solo
lançado não sofre qualquer processo de compactação, a não ser pelo
movimento dos caminhões na tarefa de descarga e de movimentação.
b. Recalque do solo de fundação em edificação vizinha
Não é raro encontrar aterros em lotes urbanos que chegam a atingir 3m
ou 4m acima do nível natural do terreno, muitas vezes construídos junto às
edificações existentes, que independentemente do tipo de fundação utilizada,
vêm se comportando de maneira satisfatória. Admitindo-se para o material do
aterro um peso específico igual a 17 kN/m3, uma altura de 4m de aterro aplica
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ao solo subjacente um acréscimo de pressão de 68 kPa. Um edifício
residencial tem peso aproximado de 10 a 12 kN/m2/pavimento; portanto um
acréscimo de pressão dessa ordem é o mesmo que aplicaria ao solo um
edifício de cerca de 6 pavimentos, diretamente apoiado ao terreno.
Figura 2 - Vista de aterro e muro de arrimo construído adjacente a construção
existente.
A imagem acima mostra detalhe de um aterro, executado em terreno anexo a
uma edificação existente, construída junto à divisa do terreno, cuja altura é
próxima ao nível da cobertura da edificação. O recalque das paredes da
edificação vizinha ao muro e do piso foi tanto que resultou em inúmeras trincas
e fissuras na alvenaria, refletindo-se em um mau funcionamento das portas e
das janelas, prejudicando suas funções de abrir e de fechar regularmente. Esse
fato ocorreu em um mês de dezembro, logo após as primeiras chuvas de
verão. Em uma solução emergencial, parte do solo do aterro foi retirado, para
evitar agravamento do problema. Nota-se na Figura 2 a existência de tirantes
no muro, prática usual para muros de arrimo com altura superior a cerca de
1,5m.
c. Escavação do terreno junto ao muro de arrimo existente
Dependendo do desnível a ser vencido, os muros de arrimo funcionam como
(muros de flexão), portanto têm sua estabilidade garantida pelo
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desenvolvimento das tensões passivas do lado oposto do aterro, que
corresponde normalmente ao terreno vizinho. Essas tensões passivas atuam
ao longo das estacas, as quais usualmente são armadas para resistir aos
esforços de flexão. Escavações no terreno junto a estruturas de arrimo
provocam desconfinamento do solo de fundação (Figura 4), redução nos
empuxos passivos atuantes na lateral das estacas de suporte da contenção e,
em decorrência disso, surgem grandes deformações, muitas vezes provocando
colapso total do muro de arrimo(Figura 3).
Figura 3 - Vista do muro de arrimo que sofreu colapso total.
Figura 4 - Vista de escavação executada ao longo de muro de arrimo existente.
Devido a retirada de solo (escavação) junto ao arrimo. Observa-se a pequena
altura do muro, da ordem de apenas 0,60m. Esse desabamento custou a vida
do operário que
executava o serviço de escavação e foi amplamente divulgado, na época, pela
imprensa.
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d. Falta de junta de movimentação entre o muro de arrimo e a edificação existente
Outro aspecto que tem sido negligenciado por muitos construtores é a “junta de
movimentação”, que necessariamente deve ser deixada entre o muro de arrimo
e a edificação existente, o que corresponde a uma folga de alguns centímetros.
O que se observa em várias perícias realizadas é a prática comum de utilizar a
parede da edificação vizinha como forma na concretagem da estrutura do muro
de arrimo (vigas baldrames, de amarração e pilares).
Figura 5 - Vista de Muro de Arrimo construído adjacente a edificação existente sem “folga”.
e. Má condição de drenagem
Normalmente, os muros de arrimos são dimensionados para resistir aos
esforços provocados pelo empuxo ativo do solo, considerando-se a hipótese de
solo não saturado. Raramente, são projetados para resistir ao empuxo
hidrostático, na hipótese de acumular-se água ao longo do muro, pois, quando
isso acontece, acaba ocorrendo acréscimo ao valor do empuxo que chega a
ser da ordem de 100%, encarecendo demasiadamente o projeto.
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Figura 6 - Detalhe da ruptura da parede do muro provocada pelo acúmulo de
água de chuva.
A pressão hidrostática, resultante do acúmulo de água no solo, acabou
provocando a ruptura da parede do muro, e o solo encharcado acabou por
escoar para dentro da piscina existente no imóvel vizinho. Esse fato, por sorte,
ocorreu e acabou aliviando a pressão sobre o muro, evitando seu colapso, fato
que colocaria em risco a vida dos moradores da residência contígua, cujo
dormitório se localiza ao lado da piscina.
f. Muros de Gravidade
Estruturas que tem por finalidade, suportar (conter) por seu próprio peso,
as pressões laterais (empuxos de terra) geradas por maciços de terra e
eventuais sobrecargas. São geralmente utilizadas para pequenas e médias
alturas, viabilizando desníveis que não são estáveis por taludes naturais. São
muito utilizados em projetos de barragens, para a contenção de aterros junto às
estruturas dos vertedouros e da tomada d’água.
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Figura 7 - O muro de gravidade sofreu uma pressão muito forte, onde ocorreu o
rompimento parcial em um.
g. Muros de alvenaria
Os muros de alvenaria de pedra são os mais antigos e numerosos.
Atualmente, devido ao custo elevado, o emprego da alvenaria de pedra é
menos freqüente, principalmente em muros com maior altura (Figura 8).
Figura 8 - A Controladoria Geral da União (CGU) constatou erros de cálculo na
construção da estrutura. “Foi feita uma reavaliação do muro, depois que a
fiscalização federal constatou falhas na modalidade de construção, e agora ele
será concluído dentro das normas”. As falhas ocorreram quando a execução da
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obra teve que ser alterada devido a uma adutora, que passava pelo local. “Uma
adutora que passava embaixo do muro obrigou a alteração do local da mesma,
agora ela está a frente do muro”.
h. Muros de gabião
Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas preenchidas
com pedras arrumadas manualmente e construídas com fios de aço
galvanizado em malha hexagonal com dupla torção. As principais
características dos muros de gabiões são a flexibilidade, que permite que a
estrutura se acomode a recalques diferenciais e a permeabilidade.
Figura 9 - De acordo com as informações fornecidas verbalmente, existia uma
solução inicial baseada na utilização de muros de betão armado. No decorrer
da obra esta solução construtiva foi alterada tendo-se optado pela substituição
do muro de betão armado por um muro de gabiões. O muro tem a geometria
em planta apresentada. Da inspeção visual ao muro foi possível verificar
deformações consideráveis na sua geometria. Tratando-se de estruturas
rígidas que trabalham por gravidade e devendo ser calculados de acordo com
essas condicionantes não deviam, de forma alguma, apresentar as
deformações ilustradas.
4. Sistemas de drenagem
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Processos de infiltração decorrentes da precipitação de chuva podem alterar as
condições hidrológicas do talude, reduzindo as sucções e/ou aumentando a
magnitude das poro pressões (Figura 10). Em ambos os casos, estas
mudanças acarretam uma redução na tensão efetiva e, consequentemente,
uma diminuição da resistência ao cisalhamento do material, tendendo a causar
instabilidade. Ressalta-se que, no caso de taludes localizados em áreas
urbanas, mudanças nas condições hidrológicas podem ocorrer não somente
devido à infiltração das águas de chuva, como também devido a infiltrações
causadas por vazamentos em tubulações de água e/ou esgoto.
Sistemas de drenagem subsuperficiais (drenos horizontais, trincheiras
drenantes longitudinais, drenos internos de estruturas de contenção, filtros
granulares e geodrenos) têm como função controlar as magnitudes de
pressões de água e/ou captar fluxos que ocorrem no interior dos taludes. Estes
sistemas tendem a causar rebaixamento do nível piezométrico, sendo o volume
de água que flui através dos drenos diretamente proporcional ao coeficiente de
permeabilidade e ao gradiente hidráulico. Com o rebaixamento do nível
piezométrico, o gradiente hidráulico diminui e o fluxo então vai se reduzindo
progressivamente até se restabelecer uma condição de regime permanente.
Em solos de baixa condutividade hidráulica, esta redução pode significar a
inexistência de um volume de drenagem visível a olho nu, a qual não deve,
entretanto, ser associada à deterioração do dreno. Este tipo de comportamento
muitas vezes gera dúvidas quanto a eficácia do sistema de drenagem,
sugerindo a possibilidade de colmatação. Neste sentido, recomenda-se a
monitoração contínua, através da instalação de piezômetros, comparando-se
registros antes, durante e após a construção.
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Figura10. Redes de fluxo em muros
A Figura 11 e Figura 12 apresentam esquemas de sistemas de drenagem.
Quando não há inconveniente em drenar as águas para a frente do muro,
podem ser introduzidos furos drenantes ou barbaças.
Figura 11. Sistemas de Drenagem – dreno inclinado
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Figura 12. Sistemas de Drenagem – dreno vertical
Durante a construção da estrutura de arrimo, a execução dos drenos deve ser
cuidadosamente acompanhada, observando o posicionamento do colchão de
drenagem e garantindo que durante o lançamento do material não haja
contaminação e/ou segregação. Em gabiões, recomenda-se, ainda, a
instalação de uma camada drenante na base para proteção da fundação contra
eventuais processos erosivos.
5. Patologia – Muro de arrimo de flexão em concreto armado
A patologia tratada a seguir refere-se a um muro de arrimo de flexão em
concreto armado confeccionado com perfis de aço e placas de concreto
armado, influenciando diretamente nas edificações vizinhas.
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Parâmetros para o dimensionamento estrutural:
Relação de normas utilizadas:
Número Norma Especificação
NBR 6118-2007 ABNT Projetos de Estruturas de Concreto - Procedimento
NBR 6120-1980 ABNT Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações
NBR 6122-1996 ABNT Projetos e Execuções de Fundações
NBR 6123-1988 ABNT Forças devido ao Vento em Edificações
NBR 8800-2008 ABNT Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios
b. Propriedades do concreto armado utilizado no projeto:
Para efeito de cálculo, adotamos para o concreto simples o valor 2400 kg/m3, e
para o concreto armado, 2500 kg/m3.
c. Propriedades mecânicas do concreto armado utilizado no projeto:
As principais propriedades mecânicas do concreto são: resistência à
compressão, resistência à tração e módulo de elasticidade. Essas propriedades
são determinadas a partir de ensaios, executados em condições específicas.
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Geralmente, os ensaios são realizados para controle da qualidade e
atendimento às especificações.
d. Propriedades do aço utilizado no projeto:
Para efeito de cálculo, adotamos aço com resistência ao escoamento máxima
de 450 MPa e relação entre resistências à ruptura (fu) e ao escoamento (fy) não
inferior a 1,18.
e. Propriedades mecânicas do aço utilizado no projeto:
Para efeito de cálculo utilizados os seguintes valores de propriedades
mecânicas:
módulo de elasticidade, E = Ea = 200000 MPa;
coeficiente de Poisson, a = 0,3;
módulo de elasticidade transversal, G = 77000 MPa;
coeficiente de dilatação térmica, βa = 1,2 x 10-5 ºC-1;
massa específica, ρa = 7850 kg/m³.
f. Características geométricas das seções transversais:
Para o dimensionamento das peças estruturais, além da estabilidade do
conjunto e dos esforços internos solicitantes, determinamos algumas
características geométricas das seções plana transversal.
g. Estrutura interna do concreto:
Para o dimensionamento foi seguido as seguintes especificações da norma:
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O concreto tem uma estrutura interna altamente complexa e heterogênea,
sendo esta a dificuldade de sua compreensão. Entretanto, o conhecimento da
estrutura e das propriedades individuais dos materiais constituintes e da
relação entre eles auxilia a compreensão das propriedades dos vários tipos de
concreto.
Por isso o concreto é dividido em três constituintes:
pasta de cimento hidratada,
agregado e
zona de transição na interface entre a pasta de cimento e o
agregado.
A fase agregado é a principal responsável pela massa unitária, pelo módulo de
elasticidade e pela estabilidade dimensional.
Essas propriedades do concreto dependem, principalmente, da densidade e da
resistência do agregado, que por sua vez são determinadas mais por suas
características físicas do que pelas químicas.
A pasta de cimento hidratada é resultado das complexas reações química do
cimento com a água. A hidratação do cimento evolui com o tempo, o que
resulta em diferentes fases sólidas, vários tipos de vazios e água em diferentes
formas.
As quatro principais fases sólidas são:
silicato de cálcio hidratado (C-S-H), parte resistente da pasta;
hidróxido de cálcio (CH), parte frágil da pasta;
sulfo aluminato de cálcio e
grão de clinquer não hidratado.
Os vazios presentes na pasta de cimento hidratada são classificados de acordo
com o tamanho:
espaço interlamelar no C-S-H, que são os menores vazios;
vazios capilares, espaço entre os componentes sólidos da
pasta;
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ar incorporado, que são os maiores vazios, só superados
pelos relativos ao
ar aprisionado, que ocupam os maiores vazios.
A classificação da água presente na pasta de cimento hidratada é baseada no
grau de dificuldade ou de facilidade com que pode ser removida. São elas, na
ordem crescente de dificuldade de remoção:
água capilar ou água livre;
água adsorvida;
água interlamelar e
água quimicamente combinada.
A zona de transição, na interface das partículas grandes de agregado e da
pasta de cimento, embora composta pelos mesmos elementos que a pasta de
cimento hidratada, apresenta propriedades diferentes da matriz. Esse fato se
deve principalmente ao filme de água formado em torno das partículas de
agregado, que alteram a relação água/cimento nessa região, formando uma
estrutura mais porosa e menos resistente.
h. Deformações:
O concreto apresenta deformações elásticas e inelásticas, no carregamento, e
deformações de retração por secagem ou por resfriamento. Quando
restringidas, as deformações por retração ou térmicas resultam em padrões de
tensão complexos, que costumam causar fissuração.
As deformações do concreto dependem essencialmente de sua estrutura
interna. A contração térmica é de maior importância nos elementos de grande
volume de concreto. Sua magnitude pode ser controlada por meio do
coeficiente de expansão térmica do agregado, consumo e tipo de cimento e da
temperatura dos materiais constitutivos do traço do concreto.
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6. Dados preliminares do projeto:
Muro de arrimo - Área = 426,20m². Fundação em estacas metálicas tipo “I”; Pilares em vigas metálicas tipo perfil “I”; Fechamento em placas pré-moldadas de concreto armado; Vigas de coroamento do muro em concreto armado;
a. Dados e Especificações / Sondagem:
Tipo de solo - Pelos resultados de alguns furos de sondagem, o solo foi
caracterizado como:
1ª. Camada: Camada Vegetal;
2ª. Camada: Silte areno argiloso com entulho diverso, marrom
escuro;
3ª. Camada: Argila areno siltosa com grãos de quartzo pouco
orgânica, marrom escura e cinza clara;
4ª. Camada: Silte areno argiloso, amarelo variegado;
5ª. Camada: Silte areno argiloso, marrom escuro e avermelhado;
O nível do lençol freático estava em +3,20 m, com característica geológica de
solo residual.
1. Consultando bibliografia especializada, adotou-se os seguintes
parâmetros para o solo: Ângulo de talude natural = φ - 30º;
2. Massa específica aparente da terra = γ1 = 1,6 tf/m³;
3. Tensão admissível no solo σs = 1,5 kgf/cm².
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10203040
___3
17
___4
15
___2
15 6
___3
15
___4
15
___6
15 10
___7
15
___9
15
___4
16 13/ 31
___3
17
___3
15
___2
16 5/ 31
___2
19
___2
18
___1
12 3
___5
15
___7
15
___9
15 16
___6
15
___8
15
___12
15 20
___6
15
___9
15
___16
15 25
___8
15
___14
15
___18
15 32
___8
15
___13
15
___20
15 33
___13
15
___18
15
___20
10 38/ 25
FOFA**
POUCO
COMP.**
MEDIA.
COMP.**
RIJA*
MOLE*
POUCOCOMP.**
FOFA**
MEDIA.
COMP.**
COMP.**
MUITOCOMP.**
ATER_
RO
SOLO
RESI_
DUAL
0,05
3,60
4,70
8,70
11,40
CAMADA VEGETAL.
SILTE ARENO ARGILOSO COM ENTULHO
DIVERSO, MARROM ESCURO.
ARGILA ARENO SILTOSA COM GRÃOS DEQUARTZO POUCO ORGÂNICA, MARROMESCURA E CINZA CLARA.
SILTE ARENO ARGILOSO, AMARELO
VARIEGADO.
SILTE ARENO ARGILOSO, MARROM
ESCURO E AVERMELHADO.
Limite da Sondagem
4,58
4,7223/09/20114,6323/09/20114,5823/09/2011
0,00 1,00--.-- --.--1,47 11,40
--.----.----.----.--
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
6,70
SPTN.100
0,00023/09/2011 23/09/2011
SONDAGEM A PERCUSSÃO
RESISTÊNCIA A
PENETRAÇÃO
S. P. T.
PERFIL GEOLÓGICO E GEOTÉCNICO INDIVIDUAL DE RECONHECIMENTO DO SUB-SOLO
NUMERO
DE
GOLPES
CONSIS_
TÊNCIA* OU
COMPA_
CIDADE**
INTER.
GEOLÓ_
GICA
PERFIL
GEOLÓ_
GICO
PROFUN.
CAMADA
(m)
CLASSIFICAÇÃO DA CAMADA
Leitura Data/Hora N.A.(m)
123
Método Inicio(m) Fim(m)
T. CavadeiraT. EspiralLavagem
Lavagem por tempo - 10 min.Profun. de Inicio (m) :Estagio 1 (cm) :Estagio 2 (cm) :Estagio 3 (cm) :
OBS. :
COTA DATA DE INICIO TÉRMINO
N. A.
(m)
COORD. N E
Cliente :
Obra :
Local :
Escala :Desenhista :
Data :
Trab. n.° Folha:
Resp. Técnico - Engº Vagner Tasca - CREA 060028260-6 SOENGE
MASA SEIS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.
CD-6
AV. TENENTE MARQUES,1410 - CAJAMAR / SP.
1 : 100CAROLINA
27/09/2011
074/2011. 1 / 1
PROJESOFT (011)6991-5032
'
23
Neste ponto, está localizada a amostra SPTN 102, que está mais próxima do local onde se apresentou a patologia.
Aqui, encontra-se a amostra SPTN 100, classificada no ensaio anterior.
24
Cargas adicionais - foi prevista a possibilidade de uma sobrecarga no
terreno de 2.000 kgf/m².
Cálculo do empuxo de terra -
Coeficiente de empuxo (coeficiente de Coulomb) - Foi aplicada
diretamente a teoria de Coulomb, adotando-se parâmetros
recomendados nos manuais técnicos.
Fizemos α = 0 (inclinação do terreno adjacente); θi =0 (desprezando a
inclinação do tardoz); φ1 = 0 (considerando a superfície do tardoz lisa).
Nestas condições, o empuxo foi considerado horizontal e o coeficiente
de empuxo foi calculado pela fórmula:
Momento do empuxo –
Todo o projeto foi calculado de acordo com as especificações das normas NBR 6118/2007, NBR 6123/1988 e NBR 8800/2008.
7. Análise da estrutura em execução do muro
Após o cravamento dos perfis metálicos iniciou a execução dos drenos
conforme o projeto.
À seguir, apresentamos o estudo de caso que nos levou ao trabalho em
questão.
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8. Estudo de Caso:
O trabalho em questão está voltado ao estudo de caso de um muro de
arrimo que causou o colapso em uma edificação vizinha; local, empresa
contratada e cliente não são identificados para garantir a privacidade de
ambos.
Início da cravação dos perfis metálicos. Instalação da tubulação de esgoto.
A cravação dos perfis metálicos se deu à partir da divisa do terreno vizinho ao
fundo, no faceamento da divisa com o muro do vizinho ao lado (conforme foto),
com término 26m distante do muro da frente.
Após a cravação dos perfis metálicos, executou-se a rede de esgoto, sendo
instalados tubos de concreto de Ø 800mm.
Foram executados numa faixa de 20 cm de espessura do muro em toda a sua
extensão e preenchida com brita 2 e 3.
26
Execução da rede de AP (águas pluviais). Aterro da rede de AP.
Finalizada a rede de esgoto, sobre esta se iniciou a execução da rede de
captação de águas pluviais.
Após o término do dreno e instalações das tubulações da água pluvial, iniciou-
se o aterramento e compactação do solo, instalação das placas de concreto
armado e posterior concretagem, para liberação de perfurações das estacas
tipo hélice. (Início da patologia)
Instalação das placas de concreto armado Dimensão da profundidade do aterro com ano muro, para posterior concretagem. saída de esgoto.
O lançamento de solo e aterramento da rede de AP, e compactação
mecanizada com rolo compactador tipo “pé de carneiro”, com alto poder de
27
vibração, sem proteção com o muro de divisa do terreno vizinho, foi o maior
causador da patologia.
Note-se que, o nível do solo já está quase acima do nível do muro do vizinho, e
os tirantes de protensão do muro não estão afixados. (Perfis metálicos para
apoio dos tirantes marcados nas fotos acima).
Menos de uma semana após a aplicação do rolo compactador, é possível
observar o nível do aterro que está sendo executado.
A essa altura, já havia sido constatado a movimentação do subsolo devido a
edificação do vizinho apresentar patologias.
28
Após visita técnica ao terreno do vizinho, constatou-se que houve
movimentação do subsolo, ocasionando muitas trincas e iniciando o processo
de colapso da estrutura da estação de tratamento de esgoto.
As atividades de execução da obra, em seu todo, não foram interrompidas.
29
Movimentação do muro Tirantes sem afixação
Mesmo com a ocorrência das patologias, os tirantes de protensão do muro
ainda permaneciam sem a afixação.
Pela necessidade de cumprimento do Cronograma da obra, e sabendo-se que
já ocorria o atraso à essa altura, as atividades de fundação profunda foram
mantidas em execução.
A tensão provocada pela carga do solo aterrado, acrescido da carga de
equipamentos pesados no local (perfuratriz, caminhão bomba, betoneira),
aumentou a movimentação do subsolo, corroborando para o colapso da
Estação de Tratamento de Esgoto e do muro do vizinho.
30
Colapso da E.T.E.
Colapso muro do vizinho
a. Etapas de Execução da Recuperação do Muro de Arrimo de divisa
Para a recuperação da área e continuidade nas atividades no entorno,
foram consideradas as seguintes etapas:
1. Alívio de carga no muro com remoção do aterro executado até a base;
2. Realinhamento dos perfis deslocados, executando corte na base
exposta dos perfis, tração dos perfis, alinhamento com os demais perfis,
criação de reforço com talas para recomposição da continuidade dos
perfis;
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3. Execução do tirante na linha de 1,5m acima do terreno natural com
diâmetro de ø 20,0 mm, comprimento final até solo com alteração de
rocha e soldados a um perfil metálico I - W250x38,5 na horizontal que
será travado aos perfis metálicos "I" verticais do muro. Este travamento
não permitirá que a base do muro deforme por não ter sustentação no
solo;
4. Execução da viga de coroamento nas dimensões 30x50cm com
3ø16,0mm positivo, 3ø16,0mm negativo e 4ø16,0mm de costela com
estribo de ø6,3mm a cada 15cm. Esta viga sobre os perfis e as placas
de concreto pré-moldado forma o travamento do muro;
5. Execução dos elementos de dreno do muro – filtro, tubo de base do
dreno proteção do filtro com bidim, interligação do tubo de dreno com a
rede de águas pluviais, canaletas de drenagem superficial no topo do
muro de arrimo;
6. Reaterro compactado em camadas reduzidas, com equipamento de
baixo poder de vibração na região de execução dos tirantes e demais
regiões. O reaterro foi executado até o nível de apoio do muro de
contenção e alívio de carga do muro em perfis metálicos.
7. Ao mesmo tempo em que foram executadas as ações acima, à partir da
maior altura de muro, na direção oposta, após a execução da camada
de dreno e reaterro, foi executado o muro de contenção em concreto e
de alívio.
8. Após a finalização do muro de concreto e de alívio, será re-aterrada a
região atrás do mesmo e protegido o talude entre o muro de concreto e
o muro de perfis com argamassa projetada.
9. Execução do atirantamento . No eixo com altura superior a 7,0 metros, foi
executado o atirantamento dos perfis metálicos. Este atirantamento foi
executado com um perfil metálico I - W250x38,5, sendo que para cada 3
perfis do muro, terá um perfil do tirante. Ele ficará a 5,0m da face interna
do muro e 3,0m abaixo da cota de arrasamento do muro. Os perfis do
muro foram furados para que o cabo de aço de ø19,0mm seja amarrado
e posteriormente também amarrado no perfil do tirante já cravado. Este
travamento terá como função principal absorver o momento produzido
pelo empuxo do solo e da carga distribuída sobre o maciço referente ao
galpão.
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Muro atirantado (canaleta de captação na face do muro e caixa de captação do esgoto)
Serão cortadas as cabeças dos perfis e execu- Muro em concreto armado e de alíviotada uma viga de coroamento
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.
Foi executado o muro de divisa do vizinho e o muro dos fundos, com ligação do esgoto à caixa coletora do lado externo do muro.
9. Conclusão:
As soluções apresentadas acima, para recuperação do muro de divisa, e
detalhadas no projeto nº 135-PE-EST-001-IMP-DE-R04, são suficientes e
manterão a estabilidade do muro, de modo que possa ser concluído o
carregamento no local, e finalizada a obra.
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Bibliografia
http://www.geotecnia.xpg.com.br/G9-Apresentacao.pdf
http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2013/01/imagens-mostram-momento-
em-que-muro-desaba-sobre-predios-em-bh.html
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/4562/1/relatorio.pdf
http://www.mrcl.com.br/xicobreap/trab02.pdf
http://www.diarioav.com.br/duas-obras-problemas-multiplicados/
http://www.sitebarra.com.br/?p=48237