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DESAFIOS DA DESINFECÇÃO DE
PRODUTOS TERMOSENSÍVEIS
Enfª Naiara Bussolotti Garcia
Produtos semi críticos
Semi críticos termosensíveis desafiadores
Design complexoLongos lúmensReentrâncias
EspecificidadesAlta contaminação após o
uso (até 09 log10 UFC)
Surtos e infecções
(KOVALEVA, 2016)
Contaminações Relacionadas ao Processamento
Ciclo de Processamento de Endoscópios
(AORN, 2016)
Secagem
LIMPEZA É A BASE PARA
% - Percentual de endoscópios em que a fase mencionada foi ignorada
(OFSTEAD, 2010 apud AORN, 2017)
BiofilmeMulticamadas de célulasmicrobianas que adere auma superfície e produzsubstâncias poliméricasextracelulares (EPS), quefavorecem a coesãobacteriana das células(Vickery, 2004)
Não permite penetração de agentes esterilizantes ou desinfetantes!
Estão ligados à casos de infecções descritas
Difícil remoção!! O que fazer??
(KOVALEVA, 2009;QIU,2015)
Canais de endoscópios da prática clínica de hospitais diferentes, com relatórios da execução de descontaminação.
Presença de biofilme
5/13 Canal de biópsia
12/12 Canal ar/água
100% dos canais apresentaram danos na
estrutura
Dano estrutural
Microrganismos em
local com defeito
Resíduo c/ biofilme
Biofilme
Diante da criticidade, o que fazer?
Vamos esterilizar?
A Limpeza efetiva é fundamental
para qualquer método de
desinfecção e/ou esterilização
Os custos muitas vezes
inviabilizam a esterilização
Como garantir a limpeza efetiva e evitar
crescimento microbiológico??
Pré - limpeza
➢Reduzir a carga microbiana e matéria
orgânica
➢Evitar a adesão de microrganismos e
formação de biofilme
➢Melhorar a efetividade da limpeza
Pontos críticos!!
A reposição da solução e reutilização do recipiente de solução enzimática, com solução não diluída corretamente, foi associada a casos de bacteremia por Pseudomonas aeruginosa. (REINER, 2008)
➢ Insumos e espaço em SO para execução da pré-limpeza
➢ Adesão à pré -limpeza➢ Tempo excessivo entre a pré- limpeza e
a limpeza
Fonte: Acervo da autora
Limpeza
Manual Automatizada
Nunca reduzir cuidados durante a LM por ter em sequência a LA
Reprodutibilidade
Omissão dos passos
Exposição laboral
+
➢Remover válvulas
➢Teste de vedação
Nem todo endoscópio necessita, sempre seguir as orientações do fabricante
Reduz risco de contaminação
Reduz custos com reparos
Falha Manutenção
Principais cuidados na limpeza
Principais cuidados na limpeza
➢Imersão total do equipamento
➢Introduzir solução nos canais
➢Escovar os canais submersos com insumo adequado de acordo com o lúmen
➢Respeitar o tempo de contato da solução
➢Acionar e lavar o mecanismo de elevador com escova recomendada
(AORN,2016)
Fonte: Acervo pessoal
Fonte: BAJOLET, 2013
A variabilidade de modelos exigem escovas de espessuras e tamanhos diversos
Pontos críticos!!
Escovas reutilizáveis necessitam de limpeza e desinfecção após a utilização
Fonte: Acervo pessoal
Pontos críticos!!
➢ Identificado 97 microrganismos, com predomínio dos gêneros Staphylococcus coagulase negativa, Pseudomonas spp., Klebsiella spp., Enterobacter spp., e da espécie Escherichia coli em solução reutilizada.
(MATI, 2018)
O reuso da solução detergente é contra indicada sob perda da eficiência da mesma e pode impactar na
qualidade do processamento.
➢Inspeção visual durante todas as fases do
processamento (Integridade, resíduos,
funcionalidade)
➢Lupas amplificadoras iluminadas são
indicadas, sobretudo para a inspeção dos
canais do elevador
Inspeção
➢Condições dos equipamentos em circulação
➢Manutenção preventiva
Pontos críticos
Fonte: OFSTEAD, 2018 Fonte: Acervo pessoal
OFSTEAD, 2018 encontrou danos estruturais, tais
como manchas e avarias em 100% dos equipamentos inspecionados.
Para verificação dos canais internos recomenda-se o uso de um boroscópio
Inspeção canais
Fonte: Healthmark industries, 2019
O Boroscópio inclui uma ponta distal composta por uma fonte de luz e lente de câmera em
um eixo flexível que possibilita a visualização de canais internos de alguns
endoscópios
(AORN,2016;AMMI, 2015; SGNA, 2018)
Secagem
A presença de umidade nos canais dos endoscópios tanto antes da desinfecção quanto
do armazenamento aumentam os riscos de contaminação
Pontos Críticos
➢Uso de ar filtrado com pressão máxima
determinada pelo fabricante
➢Flush de álcool 70%
➢Tempo de secagem
1 min. Purga de ar
automatizado
1 min. Purga de ar
automatizado + 10 min
de purga de ar manual
1 min. Purga de ar
automatizado +5 min
secagem automatizada
ALFA 1991, 10 minutos de secagem extra no final do dia
Armazenamento
O armazenamento deve ser em área limpa, ventilada, livre de
poeira em armários dedicados com altura adequada para o endoscópio
não encostar ou enrolar no piso
Os endoscópios devem ficar em posição vertical para facilitar a
secagem, com as válvulas removidas
Existem vários tipos de gabinetes para armazenamento de endoscópios
Manipulação mínima e sempre com luvas
Tempo de prateleira➢ Política definida por equipe multidisciplinar
considerando a segurança do processamento (AORN, 2016)
➢ Três dias para gastroscópios e colonoscópios e 12 horas para duodenoscópios, broncoscópios e ecoendoscópios (GENCA e GESA, 2010)
➢ Sete dias se seguidas as instruções de processamento e armazenamento (SGNA, 2018)
➢ Tempo de acordo com a validação do fabricante em armários de secagem, justificado e validado pelo serviço (BSG, 2016)
RDC 06/2013 – Não apresenta determinação
Principais pontos
• Endoscópios não são equipamento simples;
• Casos de infecções relacionadas a endoscópio estão ligados a falha no processamento;
• Os principais Guidelines apresentam inconsistências;
• É comum encontrarmos equipamentos danificados em uso; (Ofstead, Thaker, Baraka)
• A fricção através da limpeza manual não pode ser substituída; (Alfa, Vickery)
• Secagem ineficiente aumenta os riscos de recontaminação; (Kovaleva, Ofstead)
• Os altos custos dificultam melhorias;
• Nenhum método desinfecção ou esterilização é efetivo sobre a matéria orgânica, Limpeza eficiente é fundamental!!
ReferênciasAgência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). Resolução nº. 06, de 10 de março de 2013. Dispõe sobre os requisitos de
Boas Práticas de Funcionamento para os serviços de endoscopia com via de acesso ao organismo por orifícios
exclusivamente naturais. Diário Oficial da União. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0006_10_03_2013.html
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Bashaw MA. Guideline Implementation: Processing Flexible Endoscopes AORN J. [internet] 2016 Sep;[citado 2018 Ago 20]
104(3):[Aprox.11 telas] Disponível em: https://aornjournal.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1016/j.aorn.2016.06.018
https://doi.org/10.1016/j.aorn.2016.06.018
BSG [British Society of Gastroenterology Endoscopy]. BSG guidance for decontamination of equipment for gastrointestinal
endoscopy. The Report of a Working Party of the British Society of Gastroenterology Endoscopy Committee. [internet]
2016.[citado 2018 Sep 02] Disponível em: https://www.bsg.org.uk/resource/guidance-on-decontamination-of-equipment-for-
gastrointestinal-endoscopy-2017-edition.html
GESA (Gastroenterological Society of Australia) & GENCA (Gastroenterological Nurses College of Australia). Clinical
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Disponível em: http://www.genca.org/public/5/files/Endoscopy_infection_control%20(low).pdf
Kovaleva J; Meessen N. E. L; Peters, F. T. M et al. Is bacteriologic surveillance in endoscopes reprocessing stringent
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MATI MLM. Reutilização do detergente enzimático: avaliação do impacto da contaminação microbiana da solução na
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Ofstead C.L., Wetzeler H.P., Snyder A.K., et al. Endoscope reprocessing methods. A prospective study on the impact of
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