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UNIVAG CENTRO UNIVERSITÁRIO GPA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E BIOLÓGICAS CURSO DE AGRONOMIA DESEMPENHO DE CULTIVARES PARA A PRODUÇÃO DE MILHO VERDE NA DEPRESSÃO CUIABANA-MT ÁTILA ULISSES DE MELLO Várzea Grande – MT 2008

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UNIVAG CENTRO UNIVERSITÁRIO

GPA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E BIOLÓGICAS

CURSO DE AGRONOMIA

DESEMPENHO DE CULTIVARES PARA A PRODUÇÃO DE MILHO VERDE NA DEPRESSÃO CUIABANA-MT

ÁTILA ULISSES DE MELLO

Várzea Grande – MT

2008

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ÁTILA ULISSES DE MELLO

DESEMPENHO DE CULTIVARES PARA A PRODUÇÃO DE MILHO VERDE NA DEPRESSÃO CUIABANA-MT

Monografia apresentada ao Univag Centro Universitário, como parte das exigências do GPA de Ciências Agrárias e Biológicas, Curso de Agronomia, para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Profº. ES Luiz Duarte Silva Junior

Várzea Grande - MT

2008

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ÁTILA ULISSES DE MELLO

DESEMPENHO DE CULTIVARES PARA A PRODUÇÃO DE MILHO VERDE NA DEPRESSÃO CUIABANA-MT

Monografia apresentada ao Univag Centro Universitário, como parte das exigências do GPA de Ciências Agrárias e Biológicas, Curso de Agronomia, para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

APROVADO em 10 de Novembro de 2008.

_______________________________________

Prof. Dr. Anderson Cavenaghi

_______________________________________

Prof. MSc. Alessandro Ferronato

_______________________________________

Profº. ES Luiz Duarte Silva Junior

(Orientador)

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RESUMO

O milho verde (Zea mays L.) é frequentemente plantado pelos pequenos produtores em diversas regiões do país e na Depressão Cuiabana não é diferente. Com isso o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de quatro cultivares de milho, sendo três híbridos AG 1051 (semi-precoce), AGN 2012 (super-precoce), BM 3061 (precoce), e uma variedade, BONA VERDE (semi-precoce), para a produção de milho verde nas condições edafoclimáticas da Depressão Cuiabana, estado de Mato Grosso. O experimento foi implantado em junho de 2007 no Campo Experimental do UNIVAG, Município de Várzea Grande-MT, altitude 182m, latitude 15º38’40,51”S e longitude 56º6’04”W. Foi utilizado o delineamento experimental de blocos ao acaso, com três repetições. As cultivares foram dispostas em parcelas constituídas por quatro fileiras com 6 m de comprimento, espaçamento 0,90 m na entre linha, tendo 4,5 pl/m, e uma população total de 50.000 pl/ha. Foi considerado como área útil apenas às duas fileiras centrais, excluindo 0,5 m em cada extremidade. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, e ao teste de Tukey (P <0,05). Entre as cultivares avaliadas, para a produção de milho verde na região da Depressão Cuiabana, destacou-se o híbrido AG 1051, apresentado os melhores resultados nas variáveis avaliadas, seguido dos híbridos AGN 2012 e BM 3061, sendo esses híbridos capazes de atenderem às exigências do produtor e do mercado consumidor, apresentando características desejáveis como diâmetro de espiga comercial, produtividade, maior rentabilidade bruta em sacas e em bandejas e alta capacidade de produção de massa verde. A variedade BONA VERDE foi a que obteve o menor resultado.

Palavras-chave: Zea mays, milho verde, híbridos, adaptabilidade, interação genótipo x ambiente.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................

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1 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................

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2 MATERIAL E MÉTODO....................................................................................

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3 RESULTADO E DISCUSSÃO........................................................................ 17 3.1 Diâmetro de Espiga Comercial.................................................................... 17 3.2 Peso das Espigas com Palha...................................................................... 18 3.3 Peso das Espigas sem Palha...................................................................... 19 3.4 Quantidade de Sacas de Espigas com Palha............................................. 20 3.5 Quantidade de Bandejas............................................................................. 20 3.6 Rentabilidade Bruta em Sacas.................................................................... 21 3.7 Rentabilidade Bruta em Bandejas............................................................... 22 3.8 Rendimento Total de Massa Verde............................................................. 22 3.9 Comparação entre a Rentabilidade Bruta em Sacas e em Bandejas.........

23

CONCLUSÃO......................................................................................................

25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................

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INTRODUÇÃO

O cultivo do milho tem sido bastante estudado no Brasil, em todos os

aspectos, envolvendo tanto a obtenção e recomendação de cultivares de alto

potencial produtivo quanto o manejo cultural e o efeito das características

edafoclimáticas necessárias para explorar o máximo potencial genético da semente.

O potencial produtivo do milho é a somatória da melhoria genética e das

condições ambientais, que nada mais é que a utilização de técnicas de manejo

cultural mais adequada à planta em cada ambiente de cultivo.

No caso específico da exploração de milho verde para o consumo “in

natura”, existem poucas informações relativas à Depressão Cuiabana,

especialmente no que diz respeito ao manejo da lavoura. Nesse tipo de exploração,

deve ser levado em conta que o material (espigas de milho verde) será colhido antes

que os grãos atinjam a maturidade fisiológica e que se deve estar atento a uma série

de características peculiares do produto, para que tenha sucesso.

Um aspecto relevante no manejo cultural para a produção de milho verde é

que essa exploração geralmente é conduzida em pequena escala, em médias

lavouras, e a colheita normalmente é manual, necessitando cerca de dez pessoas

para a lotação de um caminhão (com capacidade de 500 a 600 sacos) para

transporte (BOTTINI. et al. 1995). A embalagem utilizada para a comercialização do

milho verde é o saco de malha de polietileno ou polipropileno IV, de 0,80 m x 0,50 m,

cuja capacidade é de 25 kg, correspondente ao conteúdo de 50 a 55 espigas.

A produtividade esperada com plantio em outubro-dezembro é de 400 a 500

sacos de 25 kg de espigas por hectare, enquanto que, na “safrinha” (plantio de

janeiro a março, sem irrigação) a produtividade esperada é de 250 a 350 sacos.

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A crescente demanda por milho verde de qualidade obrigou as empresas

produtoras de sementes de milho para grãos a desenvolver cultivares que atendam

as exigências do mercado consumidor quanto às características: grãos dentados

amarelos, espigas bem empalhadas, grandes e cilíndricas, sabugo claro e fino,

pericarpo delicado, e longevidade de colheita. Devem apresentar também boa

resistência à lagarta-da-espiga Heliothis zea (FORNASIERI FILHO, 1988).

Tem-se observado no mercado de milho verde a comercialização com e sem

casca, muita desuniformidade, mostrando que o produtor de milho verde ainda

necessita de muitas informações a respeito de cultivares apropriada para esse

seguimento de mercado cada vez mais promissor e mais exigente.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de quatro

cultivares de milho: AG 1051 (semi-precoce), AGN 2012 (super-precoce), BM 3061

(precoce), e BONA VERDE (semi-precoce) para a produção de milho verde nas

condições edafoclimáticas da Depressão Cuiabana-MT.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

O milho verde pode ser cultivado em diferentes épocas de plantio,

mostrando ser possível mesmo no inverno, quando a disponibilidade hídrica é

menor.

O ciclo da cultura varia consideravelmente com a época de plantio,

ocorrendo um alongamento do ciclo nos meses de temperaturas mais baixas. Como

conseqüência, o número de dias do plantio a colheita de espigas de milho verde

também é bastante variável, sendo que o menor período do plantio a colheita deve

ocorrer no plantio de outubro/novembro e o maior no plantio de maio. Essas

diferenças no ciclo da cultura do milho são motivadas pelo fato da planta ser

termossensível (FORNASIERI FILHO. et al.1988).

Segundo Fornasieri Filho et al. (1988), as cultivares para a produção de

milho verde devem apresentar endurecimento de grão relativamente lento; espigas

grandes, bem granadas e com bom empalhamento; sabugo branco; grãos amarelo-

creme do tipo dentado, profundo e com alinhamento retilíneo. O pericarpo deve se

apresentar fino, bem como a textura dos grãos devem ser uniforme (TOSELLO,

1987). A espessura do pericarpo afeta a maciez do grão; quanto mais fina, melhor a

qualidade do milho verde, sendo muito importante para a qualidade do milho cozido

(SAWAZAKI. et al.1990). Também deve possuir resistência à lagarta das espigas,

que causa depreciação do produto (MACHADO, 1980).

Uma maior porcentagem de espigas comerciais, de maior comprimento e

diâmetro médio, também são características importantes, uma vez que a

comercialização é feita com base nesses atributos. Também deve ser levado em

consideração o tempo de conservação do produto colhido. Cultivares que produzem

espigas com maior durabilidade após a colheita são preferidas por proporcionarem

aumento no período de comercialização.

Outro aspecto importante a ser considerado é o empalhamento das espigas.

Existe uma preferência por cultivares que apresentam espigas bem empalhadas de

coloração verde intensa, o que deixa o produto menos susceptível ao ataque de

pragas, além de auxiliar na sua conservação. Há também uma preferência por

cultivares que não retêm muito “cabelo” após o despalhamento, facilitando, dessa

forma, o preparo do milho verde para a comercialização.

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Quanto à base genética das cultivares mais apropriadas para a produção de

milho verde, a maioria são híbridos simples e/ou triplos de alta estabilidade

produtiva, que proporcionam uma maior uniformidade de produção quando

comparados com os híbridos duplos e variedades de polinização aberta, além de

possibilitarem uma maior produtividade de espigas (ISHIMURA. et al.1986).

Ishimura et al. (1986), num estudo de avaliação de dez cultivares de milho

verde em duas épocas de semeadura, observaram efeito significativo da interação

épocas x cultivares para o estande final e para o número de espigas totais. Silva et

al., (1997) avaliando nove cultivares de milho quanto aos rendimentos de grãos

verdes e secos em três épocas de semeadura, observaram efeito significativo da

interação cultivares x épocas de semeadura para o peso total de espigas

empalhadas e para o rendimento de grãos.

Pereira Filho et al. (1998), trabalhando com sete cultivares de milho para

consumo verde em duas épocas de semeadura, observaram efeito significativo da

interação cultivar x época de semeadura para o rendimento de espigas comerciais.

Entretanto, o efeito de cultivares foi mais evidente que o das épocas de semeadura,

mostrando que as cultivares mais produtivas tiveram o mesmo comportamento nas

duas épocas de semeadura.

Para a produção de milho verde, é interessante que a semeadura seja

realizada ao longo de vários meses do ano, para atender à demanda contínua

durante todo o ano. Desse modo, é importante que as cultivares destinadas para

essa finalidade apresente uma boa estabilidade de produção nas diferentes épocas

de semeadura ao longo do ano.

Normalmente, nas condições da Depressão Cuiabana, em plantios nos

meses de novembro a fevereiro, quando a planta fica exposta a altas temperaturas

durante a fase vegetativa, resulta em maior acúmulo de unidades calóricas,

ocorrendo uma redução no ciclo e no potencial produtivo da cultura.

O conhecimento dessa variação do ciclo da cultura em função da

temperatura é de suma importância no planejamento do escalonamento de plantio e

colheita do milho verde. A época de semeadura pode influenciar no peso total de

espigas, peso de espigas comerciais, porcentagem de espigas comerciais e

comprimento das espigas (PEREIRA FILHO et. al, 1998). A época de plantio sem

irrigação é limitada pela disponibilidade hídrica, temperatura e pela radiação solar.

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Normalmente o escalonamento do plantio é feito em função do mercado

consumidor de milho verde “in natura”.

A lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) é considerada a principal

praga da cultura do milho no Brasil. O ataque na planta ocorre desde a sua

emergência até o pendoamento, e espigamento. As perdas devido ao ataque da

lagarta podem reduzir a produção em até 34%. A lagarta atacando as plantas mais

jovens de milho pode causar a sua morte, especialmente quando a cultura é

instalada após a dessecação no sistema de plantio direto. Nessas condições, a

lagarta já está presente na área e quando o milho emerge as lagartas podem causar

danos nas plantas ainda jovens, aumentando significativamente sua importância no

estabelecimento da população de plantas ideal na lavoura (CRUZ et al., 1997).

A Lagarta da espiga (Helicoverpa zea) coloca seus ovos nos estilos-

estigmas, local onde as lagartas recém-nascidas iniciam os seus danos, podendo

ocasionar falhas na produção de grãos. Á medida que a larva se desenvolve ela

dirige-se para a ponta da espiga para alimentar-se dos grãos em formação. Os

prejuízos estimados para essa praga é cerca de 8% nos rendimentos (CRUZ et al.,

1997).

O período de colheita do milho verde varia de cinco a oito dias, dependendo

da cultivar e da época do ano em que é cultivado (BOTTINI et al., 1995).

Considerando às variáveis do período de colheita e o tempo de comercialização, se

estabelece qual é o melhor intervalo de plantio, tanto para consumo “in natura” como

para indústria de conservas.

Os estádios de desenvolvimento da planta de milho para o consumo verde,

em “R3” ou “grão leitoso” não se diferenciam do desenvolvimento da planta para

consumo de grãos secos. Entretanto, é preciso ficar atento para as características

exigidas pelo mercado consumidor dessa modalidade de milho, principalmente

quanto a cultivar a ser utilizada, uma vez, que dependendo do ciclo, o momento de

colheita (R3) é variável, assim como o tempo de permanência no campo na fase de

grão leitoso apto para a colheita (FANCELLI et al., 2000).

Hoje, com os avanços dos trabalhos na área de climatologia, o Brasil já tem

um zoneamento agrícola (BRASIL, 2006) que fornece informações sobre as épocas

de plantio de milho com menores riscos.

O potencial genético de uma cultivar de milho é fundamental para obtenção

de altos rendimentos de grãos, conjuntamente com a melhoria do ambiente e das

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condições de manejo da cultura. A adoção conjunta de cultivares melhorada para

produção de milho verde, insumos e técnicas de cultivo adequadas, faz com que os

rendimentos das lavouras possam ser progressivamente mais elevados

(FRANCELLI et al., 2000).

A comercialização do milho verde no Brasil se realiza de várias formas,

desde a venda das espigas com palha em sacos na própria lavoura (Figura 1), até o

processo mais sofisticado de milho cozido a vapor, embalado a vácuo, em

embalagens de plástico esterilizadas (Figura 3).

A aquisição das espigas com palha em sacos na própria lavoura

normalmente se dá às margens das rodovias, onde o comerciante, e/ou consumidor

de milho cozido, pamonha, cural e entre outros derivados de milho verde, adquire o

produto na quantidade desejada. Nessas condições, o milho suporta, no máximo, 5

dias nas bancas de quitandas ou, feiras livres sem perder a qualidade e as

características exigidas pelo mercado consumidor (FERNANDES & OLIVEIRA,

1985).

Figura 1. Comercialização de milho verde, na própria lavoura, em sacos abertos.

(Embrapa Milho e Sorgo. Sete Lagoas, MG, 2001)

Nos mercados municipais, feiras livres, sacolões e quitandas, a

comercialização se dá na forma de atilho composto por seis espigas, ou ainda na

forma livre, sendo vendido por peso. Em supermercados, a comercialização é feita

em bandejas de material biodegradável, onde se acondicionam de quatro a cinco

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espigas semi-despalhadas (Figura 2) ou despalhadas, e cobertas por um filme de

PVC transparente, para conservação em balcões frigoríficos à temperatura de 7 a 10

graus centígrados.

Figura 2. Espigas de milho verde acondicionadas em bandejas, e cobertas com filme de

PVC transparente. (Embrapa Milho e Sorgo. Sete Lagoas, MG, 2001).

Existe ainda a opção mais recente que é o milho verde em espigas, cozido a

vapor e embalado a vácuo, em embalagem de plástico esterilizada. As embalagens

de 500g são acondicionadas em caixas com capacidade de 24 unidades (Figura 3).

Figura 3. Milho verde cozido no vapor, embalado a vácuo, em saco de plástico esterilizado

(Embrapa Milho e Sorgo. Sete Lagoas-MG, 2001).

A comercialização pelos atacadistas nos Ceasas normalmente é feita em

embalagens de sacos de PVC trançado, com capacidade para 50 espigas

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(especiais) ou 55 espigas (extras) empalhadas, pesando 25 kg (BOTTINI et al.,

1995), (Figura 4).

Figura 4. Espigas de milho verde, embaladas em sacos de PVC, prontas para serem

comercializadas. (Embrapa Milho e Sorgo. Sete Lagoas, MG, 2001)

O tempo de comercialização mede o número de dias em que as espigas

permanecem comercializáveis após o despalhamento e colocadas em ambiente à

sombra. Cultivares que possuem espigas que toleram um maior período de

comercialização têm preferência sobre as demais, uma vez que o milho verde é um

produto altamente perecível (FRANCELLI et al., 2000).

Os processos de comercialização descritos são de ordem geral para o milho

comum, e milho doce, em que a produção é quase toda dirigida ao consumo “in

natura” e às fábricas de conservas alimentícias.

Pelas características dessa exploração, é comum o plantio escalonado

durante o ano todo, ou parte do ano, observando, dessa forma, épocas que

propiciam melhores condições climáticas para o desenvolvimento da cultura ou

melhores preços. Normalmente, o escalonamento é feito em função da demanda do

mercado consumidor de milho verde “in natura” ou da indústria de conservas

alimentícias, para o envasamento do produto, que pode ser tanto milho verde

comum como milho verde do tipo doce. O período de colheita do milho verde varia

de cinco a oito dias, dependendo da cultivar e da época do ano em que é cultivado

(BOTTINI et al., 1995). Diante das variáveis do período de colheita, tempo de

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comercialização e tempo de processamento na indústria, se estabelece qual é o

melhor intervalo de plantio entre uma lavoura e outra, tanto para consumo “in natura”

como para indústria de conservas (BOTTINI et al., 1995).

Quando for comprar o milho verde, o consumidor tem que atentar para a

escolha das espigas com folhas de cor verde bem vivo e de cabelo marron-escuro.

As espigas de cor amarelada e com casca seca já estão fora do padrão comercial.

Na colheita de milho verde, nem todas as espigas são comercializáveis.

Com isso ha uma produção de espigas não comercializáveis, e de forragens verde,

que poderão ser utilizadas na alimentação de bovinos, e/ou como adubação verde,

após a decomposição.

O milho verde é colhido quando os grãos estão no estado leitoso, com 70 a

80% de umidade; portanto, a forragem verde remanescente e as espigas não

comercializáveis restantes ainda não se encontram no momento ideal para serem

ensiladas, quando as plantas devem apresentar de 33 a 37% de matéria seca, o que

deve ocorrer quando os grãos estiverem no estádio farináceo-duro (NUSSIO, 1991).

Dessa forma, se optar por ensilar a forragem verde juntamente com as

espigas não comerciais, deverá esperar um pouco (duas a três semanas) antes de

ensilar o material, pois segundo Evangelista.(1986), o teor de matéria seca inferior a

25% propicia ambiente favorável à proliferação e ao desenvolvimento de bactérias

produtoras de ácido butílico e também a perdas de nutrientes por lixiviação, e

intensa degradação de proteínas (NUSSIO, 1991).

Variações na produção de matéria fresca da parte aérea da planta sem

espiga, de 14,77 a 44,50 t ha-1, foram encontradas por Couto et al. (1984), em dez

épocas de plantio durante o ano e em três cultivares de milho. Em estudo

semelhante, Fancelli et al.(1990), trabalhando com dez épocas de plantio durante o

ano e quatro cultivares de milho, relatam valores de 14,0 a 35,6 t ha-1, de peso da

massa verde da planta sem espigas.

Segundo esses autores, os valores médios para percentagem de proteína

bruta na forragem e espigas não comerciais foram de 5,17 e 6,99%,

respectivamente. Considerando que a contribuição das espigas não comerciais na

massa seca total foi de 14,5%, pode-se estimar uma produção média de 407 kg ha-1

de proteína bruta proveniente dos restos culturais de milho verde.

Os dados citados confirmam a idéia de que, além das espigas

comercializáveis, (Silva, 1994) as cultivares de milho verde rendem em média, 25

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toneladas por hectare de matéria fresca, que pode ser utilizada diretamente na

alimentação animal. Nesse caso, é recomendável o uso até cerca de três semanas

após a colheita do milho verde, pois, durante esse período a planta de milho onde foi

colhida a espiga continuará realizando fotossíntese e acumulando carboidrato no

colmo. A partir dessa fase (equivalente aos grãos no estádio farináceo–duro), o

colmo passa a perder qualidade rapidamente, devido ao espessamento e

lignificação da parede celular.

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2 MATERIAL E MÉTODO

O experimento foi realizado no Campo Experimental do UNIVAG, município

de Várzea Grande-MT, altitude 181m, latitude 15º38’40,51”S e longitude 56º6’04”W,

em solo arenoso, com teor de argila abaixo de 15 % (Tabela 1)

Tabela 1. Análise do solo da área do experimento, campo experimental do UNIVAG. Elemento Unidade Valor

pH CaCl2 5,50

MO % 0,72

P Mehlich mg/Kg 23,40

K cmol/dm3 0,11

Ca cmol/dm3 1,50

Mg cmol/dm3 0,38

H+Al cmol/dm3 1,69

Al cmol/dm3 0,00

CTC cmol/dm3 3,68

V % 54,08

AREIA % 88,28

SILTE % 3,56

ARGILA % 8,16

Foram utilizadas quatro cultivares de milho verde, sendo três híbridos AG

1051 (semi-precoce), AGN 2012 (super-precoce), BM 3061 (precoce), e uma

variedade, BONA VERDE (semi-precoce), semeados no dia 15/06/2007, sendo

irrigado por pivô central.

As cultivares foram dispostas em parcelas constituídas por quatro fileiras de

6 m de comprimento, espaçamento de 0,90 m na entre linha, sendo semeadas 6

sementes/m, dando um total de 36 sementes por 6 m. Após a emergência no décimo

quinto dia, foi feito o desbaste, deixando 4,5 pl/m, e uma população total de 50.000

pl/ha. Foi considerado como área útil apenas às duas fileiras centrais, excluindo 0,5

m em cada extremidade. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao

acaso, com três repetições, tendo um total de 12 parcelas.

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A adubação de semeadura foi de 20 kg ha-1 de N, 80 kg ha-1 de P2O5 e 40

kg ha-1 de K2O, aplicados manualmente, mantendo-se a mesma distribuição de

nutrientes por parcela. Após a distribuição, o fertilizante foi incorporado no fundo do

sulco, distribuindo-se as sementes tratadas com uso de réguas marcadas de

maneira a atender as populações desejadas por área.

Cada tratamento recebeu 100 kg ha-1 de N, em cobertura, divididos em três

aplicações, sendo a primeira com quatro folhas, a segunda com oito folhas e a

terceira com dez folhas. Foram aplicados 30 kg ha-1 de K2O quando a planta estava

com oito folhas, juntamente com o nitrogênio.

O controle das plantas daninhas foi realizado manualmente, através de

capinas, sendo feito sempre que necessário, para manter as parcelas livres de

plantas invasoras.

Para controle da Spodoptera frugiperda foram efetuadas cinco aplicações

de inseticidas, intercalando os princípios ativos. As aplicações foram feitas na

maioria das vezes no por do sol, devido ao hábito da lagarta de atacar as plantas no

período noturno.

A colheita foi realizada 90 dias após o plantio aproximadamente, sendo feita

de forma manual na medida em que as parcelas atingiram o ponto de milho verde,

ou seja, quando os grãos apresentaram-se com cerca de 70 a 80% de umidade, no

estádio R3 , grão leitoso.

Foram avaliadas as variáveis Altura de Planta (AP), Altura de Inserção de

Espiga (AIE), Diâmetro do Colmo (DC), Comprimento de Espiga Comercial (CEC),

Diâmetro de Espiga Comercial (DEC), Peso das Espigas com Palha (PECPB), Peso

das Espigas sem Palha (PESPB), Quantidade de Sacas de Espiga com Palha (SC),

Quantidade de Bandejas (BAND), Rentabilidade Bruta em Sacas (RENDASC), e em

Bandejas (RENDAB), e Rendimento Total de Massa Verde (RENDE).

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, e ao teste

de Tukey (P <0,05).

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3 RESULTADO E DISCUSSÃO

As variáveis Altura de Planta, Altura de Inserção de Espiga, Diâmetro de

Colmo e Comprimento de Espiga Comercial, não apresentaram diferenças

significativas, nas quatro cultivares avaliadas, segundo o teste de Tukey (P <0,05)

(Tabela 2).

Tabela 2. Variáveis Agronômicas avaliadas nas quatro cultivares de milho verde.

CULT. AP AIE DC CEC DEC PECPB PESPB

m m mm cm cm Kg/ha Kg/ha

AG 1051 1,5620 a 0,9000 a 26,31 a 19,41 a 4,4308 a 12782,47a 8490,67 a

AGN 2012 1,6390 a 0,8330 a 24,88 a 19,40 a 4,4174 a 11070,85 ab 7673,58 ab

BM 3061 1,5867 a 0,8453 a 28,35 a 19,08 a 4,2951 ab 10651,13 ab 7193,50 ab

B. VERDE 1,6933 a 0,8953 a 26,31 a 17,59 a 4,0569 b 9888,95 b 6569,68 b

CV (%) 7,861 15,493 12,645 4,506 2,445 9,185 7,972

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. AP: Altura de Planta, AIE: Altura de Inserção de Espiga, DC: Diâmetro de Colmo, CEC: Comprimento de Espiga Comercial, DEC: Diâmetro de Espiga Comercial, PECPB: Peso de Espigas com Palha, e PESPB: Peso de Espigas sem Palha.

Tabela 3. Variáveis de Produção e Renda Bruta avaliadas nas quatro cultivares de milho verde.

CULT. SC BAND RENDASC RENDAB RENDE

SC/ha Nº/ha R$/ha R$/ha Kg/ha

AG 1051 438,27 a 7.888,86 a 6.574,05 a 15.777,73 a 39.444,33 a

AGN 2012 416,83 b 7.503,00 b 6.252,50 b 15.006,00 b 37.515,00 b

BM 3061 386,82 c 6.962,79 c 5.802, 33 c 13.925,60 c 34.814,00 c

B. VERDE 367,27 d 6.611,00 d 5.509,16 d 13.222,00 d 33.055,00 d

CV (%) 1,33 1,33 1,33 1,33 1,33

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. SC: Quantidade de Sacas de Espiga com Palha, BAND: Quantidade de Bandejas, RENDASC: Rentabilidade Bruta em Sacas, RENDAB: Rentabilidade Bruta em Bandejas, e RENDE: Rendimento Total de Massa Verde.

3.1 Diâmetro de Espiga Comercial

Observa-se na Tabela 2, que as cultivares de milho verde AG 1051, AGN

2012, e BM 3061 não apresentaram diferenças significativas entre si, indicando que

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não houve diferença no Diâmetro de Espiga Comercial (DEC). A cultivar AG 1051 foi

a que apresentou o maior diâmetro 4,43 cm, seguido da AGN 2012 com 4,4 cm

(Figura 5).

As cultivares BM 3061, e BONA VERDE não apresentaram diferenças

significativas entre si indicando que não houve diferença no Diâmetro de Espiga

Comercial, apresentando diâmetro de 4,29 cm e 4,05 cm respectivamente.

Diâmetro da Espiga Comercial

3,80 3,90 4,00 4,10 4,20 4,30 4,40 4,50

AG 1051

AGN 2012

BM 3061

BONA VERDE

Híbr

ido

DEC (cm)

b

ab

a

a

FIGURA 5. Diâmetro de Espiga Comercial das quatro cultivares de milho verde avaliadas. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey

3.2 Peso das Espigas com Palha Observa-se na Tabela 2, que as cultivares de milho verde AG 1051, AGN

2012, e BM 3061 não apresentaram diferenças significativas entre si, indicando que

não houve diferença no Peso de Espigas com Palha (PECPB). A cultivar AG 1051

foi a que apresentou o maior peso, apresentando 12.782,47 Kg ha-1 seguido da AGN

2012 com 11.070,85 kg ha-1 (Figura 6).

As cultivares AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE não apresentaram

diferenças significativas entre si indicando que não houve diferença no Peso de

Espigas com Palha, apresentando peso de 11.070,85 Kg ha-1, 10.651,13 Kg ha-1, e

9.888,95 Kg ha-1 respectivamente.

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Peso das Espigas com Palha

0

5000

10000

15000

AG 1051 AGN 2012 BM 3061 BONA VERDE

Híbridos

PEC

PB (k

g/ha

)

a ab ab b

FIGURA 6. Peso das Espigas com Palha das quatro cultivares de milho verde avaliadas. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey

3.3 Peso das Espigas sem Palha Observa-se na Tabela 2, que as cultivares de milho verde AG 1051, AGN

2012, e BM 3061 não apresentaram diferenças significativas entre si, indicando que

não houve diferença no Peso de Espigas sem Palha (PESPB). A cultivar AG 1051 foi

a que apresentou o maior peso, apresentando 8.490,67 Kg ha-1 (Figura 7).

As cultivares AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE não apresentaram

diferenças significativas entre si indicando que não houve diferença no Peso de

Espigas sem Palha, apresentando peso de 7.673,58 Kg ha-1, 7.193,50 Kg ha-1, e

6.569,68 Kg ha-1 respectivamente.

Peso das Espigas Sem Palha

0,002000,004000,006000,008000,00

10000,00

AG 1051 AGN 2012 BM 3061 BONAVERDE

Híbridos

PES

PB

(kg/

ha)

a ab ab b

FIGURA 7. Peso das Espigas sem Palha das quatro cultivares de milho verde avaliadas. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey

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3.4 Quantidade de Sacas de Espigas com Palha Observa-se na Tabela 3, que as quatro cultivares de milho verde AG 1051,

AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE apresentaram diferenças significativas entre

si, indicando que houve diferença na Quantidade de Sacas de Espigas com Palha

(SC). A cultivar AG 1051 foi a que apresentou a maior quantidade de sacas, 438,27

SC ha-1, seguido das cultivares AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE,

apresentando quantidade de 416,83 SC ha-1, 386,82 SC ha-1, e 367,27 SC ha-1

respectivamente (Figura 8).

Quantidade de Sacas de Espiga Com Palha

320 340 360 380 400 420 440 460

AG 1051

AGN 2012

BM 3061

BONA VERDE

Híbr

ido

Sacas/ha

d

c

b

a

FIGURA 8. Quantidade de Sacas de Espigas com Palha das quatro cultivares de milho verde avaliadas. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey

3.5 Quantidade de Bandejas Observa-se na Tabela 3, que as quatro cultivares de milho verde AG 1051,

AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE apresentaram diferenças significativas entre

si, indicando que houve diferença na Quantidade de Bandejas (BAND) por hectare.

A cultivar AG 1051 foi a que apresentou a maior quantidade, apresentando 7.888,86

band ha-1, seguido das cultivares AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE,

apresentando rendimento de 7.503 band ha-1, 6.962,79 band ha-1, e 6.611 band ha-1

respectivamente (Figura 9).

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Quantidade de Bandejas

5500,00

6000,00

6500,00

7000,00

7500,00

8000,00

AG 1051 AGN 2012 BM 3061 BONA VERDE

Híbridos

Band

/ha

a b

c d

FIGURA 9. Quantidade de Bandejas das quatro cultivares de milho verde avaliadas. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey

3.6 Rentabilidade Bruta em Sacas Observa-se na Tabela 3, que as quatro cultivares de milho verde AG 1051,

AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE apresentaram diferenças significativas entre

si, indicando que houve diferença na Rentabilidade Bruta em Sacas (RENDASC). A

cultivar AG 1051 foi a que apresentou a maior rentabilidade, apresentando R$

6.574,05, seguido das cultivares AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE,

apresentando rentabilidade de R$ 6.252,50, R$ 5.802,33, e R$ 5.509,16,

respectivamente (Figura 10).

Rentabilidade Bruta em Sacas

4.500 5.000 5.500 6.000 6.500 7.000

AG 1051

AGN 2012

BM 3061

BONA VERDE

Híbrido

RENDASC (R$/ha)

d

c

b

a

FIGURA 10. Rentabilidade Bruta em Sacas das quatro cultivares de milho verde avaliadas. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey

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3.7 Rentabilidade Bruta em Bandejas Observa-se na Tabela 3, que as quatro cultivares de milho verde AG 1051,

AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE apresentaram diferenças significativas entre

si, indicando que houve diferença na Rentabilidade Bruta em Bandejas (RENDAB).

A cultivar AG 1051 foi a que apresentou a maior rentabilidade, R$ 15.777,73,

seguido das cultivares AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE, apresentando

rentabilidade de R$ 15.006,00, R$ 13.925,60 e R$ 13.222,00 respectivamente

(Figura 11).

Rentabilidade Bruta em Bandejas

11.500 12.000 12.500 13.000 13.500 14.000 14.500 15.000 15.500 16.000

AG 1051

AGN 2012

BM 3061

BONA VERDE

Híbr

ido

RENDAB (R$/ha)

d

c

b

a

FIGURA 11. Rentabilidade Bruta em Bandejas das quatro cultivares de milho verde avaliadas. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey

3.8 Rendimento Total de Massa Verde Observa-se na Tabela 3, que as quatro cultivares de milho verde AG 1051,

AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE apresentaram diferenças significativas entre

si, indicando que houve diferença no Rendimento Total de Massa Verde (RENDE). A

cultivar AG 1051 foi a que apresentou o maior rendimento, apresentando 39.444,33

Kg ha-1, seguido das cultivares AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE, apresentando

rendimento de 37.515 Kg ha-1, 34.814 Kg ha-1, e 33.055 Kg ha-1 respectivamente

(Figura 12).

Com essa produção de massa verde citada acima, o produtor terá a opção

de utilizá-la no processo de silagem, e/ou fornecer diretamente na alimentação dos

bovinos.

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Rendimento de Massa Verde Total

28000,0030000,0032000,0034000,0036000,0038000,0040000,00

AG 1051 AGN 2012 BM 3061 BONA VERDE

Híbridos

REND

MV

(kg/

ha)

a b

c d

FIGURA 12. Rendimento Total de Massa Verde das quatro cultivares de milho verde avaliadas. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey

3.9 Comparação entre a Rentabilidade Bruta em Sacas e em Bandejas Observa-se na Tabela 4, que as quatro cultivares de milho verde AG 1051,

AGN 2012, BM 3061, e BONA VERDE apresentaram diferenças significativas entre

si, indicando que houve diferença na Rentabilidade Bruta entre a comercialização de

espigas em bandeja e em Sacas. A cultivar AG 1051 foi a que apresentou a maior

rentabilidade por hectare, R$ 15.777,73 em bandeja e R$ 6.574,06 em sacas.

(Figura 13), mostrando que a comercialização do produto processado em bandeja é

mais rentável que em sacas.

TABELA 4. Comparação entre Rentabilidade Bruta em Sacas, e em Bandejas, para as cultivares

analisadas.

CULTIVARES SACAS BANDEJA

AG 1051 R$ 6.574,06 R$ 15.777,73

AGN 2012 R$ 6.252,50 R$ 15.006,00

BM 3061 R$ 5.802,33 R$ 13.925,60

BONA VERDE R$ 5.509,17 R$ 13.222,00

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Rentabilidade Bruta em Bandejas e em Sacas

0,00

5000,00

10000,00

15000,00

20000,00

AG 1051 AGN 2012 BM 3061 BONAVERDE

Híbridos

R$/

ha

BandejaSacas

FIGURA 13. Rentabilidade bruta de milho verde em Sacas, e em Bandejas.

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CONCLUSÃO

Entre as cultivares avaliadas, para a produção de milho verde na região da

Depressão Cuiabana, estado de Mato Grosso, destacou-se o híbrido AG 1051

apresentando os melhores resultados nas variáveis avaliadas, seguido dos híbridos

AGN 2012 e BM 3061. Esses híbridos são capazes de atenderem às exigências do

produtor e do mercado consumidor, apresentando características desejáveis como

diâmetro de espiga comercial, produtividade, maior rentabilidade bruta em bandejas

e em sacas e alta capacidade de produção de massa verde sem espigas, que

poderá ser utilizado na alimentação animal.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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