desenvolvimento sustentÁvel: questÕes e ......desenvolvimento sustentável, reciclagem, meio...
TRANSCRIPT
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
QUESTÕES E REFLEXÕES
Aparecida das Dores Andrade Mendes
Prof. Doutor Mauro Parolin
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: Q
UES
TÕES
E R
EFLE
XÕ
ES
Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação
Departamento de Políticas e Programas Educacionais
Coordenação Estadual do PDE
APARECIDA DAS DORES ANDRADE MENDES
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: QUESTÕES E REFLEXÕES
Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM
Orientador: Prof. Doutor Mauro Parolin
Campo Mourão 2011
Secretaria de Estado da Educação
Superintendência da Educação Departamento de Políticas e Programas
Educacionais Coordenação Estadual do PDE
APARECIDA DAS DORES ANDRADE MENDES
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: QUESTÕES E REFLEXÕES
Material Didático Pedagógico em forma de Multimídia com Encarte, apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional, sob orientação do Professor Doutor Mauro Parolin da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão.
Campo Mourão 2011
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: Q
UES
TÕES
E R
EFLE
XÕ
ES SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.............................................................. 03
1.IDENTIFICAÇÃO............................................................. 05
2.OBJETIVOS..................................................................... 05
2.1 Objetivo Geral.......................................................... 05
2.2 Objetivos Específicos............................................... 05
3. CONCEPÇÃO METODOLÓGICA.................................. 06
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................... 08
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................ 11
6. REFERÊNCIAS.............................................................. 12
APRESENTAÇÃO
Não há dúvida alguma que a humanidade tem provocado
transformações na natureza. Observando a história, ela se inicia
com o homem, que foi fazendo e refazendo, criando e recriando,
ampliando conhecimentos e modificando seu espaço local, mais
tarde com o advento da Revolução Industrial ampliou o avanço das
tecnologias em escala global, permitindo ao homem romper os
limites impostos pela natureza, dominando-a tão completamente que
se sentiu dono e senhor, passando a vê-la como algo separado da
sua própria existência. A crise ambiental/desenvolvimento
sustentável é tema constante da mídia hoje. No entanto, pouca
informação científica é passada sobre o assunto e infelizmente na
maioria das vezes, o tema é lançado de maneira alarmista ou
apocalíptica, requerendo detalhamento e explicações
fundamentadas, exigindo do educador atenção e discernimento.
Diante de tal perspectiva, se faz necessária uma análise
mais criteriosa sobre o uso do discurso do desenvolvimento
sustentável e a quem este discurso interessa. Buscando descobrir
se a sustentabilidade é realmente solução para os problemas
ambientais, ou mera especulação que visa atrair investimentos
financeiros, se subjetiva engessar o crescimento dos países em
desenvolvimento ou poupar as reservas de recursos naturais dessas
nações ou ainda possibilitar o crescimento econômico e a do lucro
nos países centrais.
Como já sabemos não há consenso por parte dos governos,
da sociedade civil, dos ambientalistas e da comunidade cientifica
quanto a aplicabilidade do conceito desenvolvimento sustentável,
devido aos interesses políticos e econômicos que regem a
sociedade. Mas todos concordam que devemos mudar nosso modo
de ver a natureza, não só para as gerações futuras, mas também
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: Q
UES
TÕES
E R
EFLE
XÕ
ES
03
para as gerações presentes, já que a maioria se encontra
desprovida do mínimo para a sobrevivência
Indiscutivelmente, o homem necessita de espaço para viver
e sem dúvida é parte integrante desse, como bem lembra Santos
(1996, p 218) “O espaço é a casa do homem e também a sua prisão”
e nesse intuito, se faz necessário uma conduta de responsabilidade
e compromisso com a natureza porque a sociedade carece conhecer
e entender o desenvolvimento sustentável para então sair da
penumbra da ignorância que o cerca e verdadeiramente exercer sua
cidadania.
O grande desafio do século XXI é o de encontrar soluções
para as questões ambientais, amplamente divulgadas pela mídia. Os
cientistas e estudiosos concordam que a educação e a
conscientização, serão o caminho para que o homem possa viver de
forma harmoniosa com o meio ambiente, refazendo assim o elo que
o une a esse Planeta.
Portanto este material didático pedagógico consiste numa
produção multimídia, dividido em três partes, abordando o tema tão
discutido na mídia, que é o Desenvolvimento Sustentável e suas
implicações na sociedade. Possibilitando aos alunos ter acesso a
diversas informações cientificas, para que se construam um
conhecimento sólido e libertador das amarras da ignorância que
cega-o. Possibilitando assim a formação de um cidadão crítico capaz
de modificar sua realidade.
DE
SE
NV
OL
VIM
EN
TO
SU
ST
EN
TÁ
VE
L:
QU
ESTÕ
ES E
REF
LEX
ÕES
04
1 IDENTIFICAÇÃO
INSTITUIÇÃO: Colégio Estadual Professor Darcy José Costa - ENFM
NRE: Campo Mourão
DISCIPLINA: Geografia
PÚBLICO ALVO: 2ª Série A - Ensino Médio
CONTEÚDO: Desenvolvimento Sustentável: Questões e Reflexões.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Discutir o conceito de Desenvolvimento Sustentável sob diferentes óticas
científicas e suas implicações no âmbito da política, da economia, da sociedade e da
própria natureza.
2.2 Objetivos Específicos
Refletir sobre o conhecimento do aluno com relação ao
desenvolvimento sustentável (escrito).
Debater pontos de vista sobre desenvolvimento sustentável.
Construir conceitos sobre o desenvolvimento sustentável.
Elaborar material didático sobre o conceito de Desenvolvimento
Sustentável.
Desenvolver com os alunos trabalhos de campo, na proximidade da
escola onde encontram-se espaços ociosos e impactados, com intuito
de estudar a paisagem local.
Analisar temas ambientais atuais e o Desenvolvimento Sustentável.
Comparar a produção prévia escrita e a atual sobre desenvolvimento
sustentável para verificação do aprendizado.
05
Produzir material didático (áudio visual) sobre o desenvolvimento
sustentável.
3 CONCEPÇÃO METODOLÓGICA
A proposta pedagógica das escolas da rede estadual do Paraná, para o
Ensino Fundamental e Médio tem como fundamento os pressupostos da Pedagogia
Histórico-Crítica, enfatizando uma concepção metodológica fundamentada na teoria
do materialismo histórico dialético, empenhado-se em colocar a educação a serviço
da transformação das relações sociais na busca de traduzir para a sala de aula o
processo dialético – prática-teoria-prática – de elaboração do conhecimento
científico. Segundo Saviani (2008, p. 93) “[…] a pedagogia Histórico-Crítica é uma
proposta pedagógica comprometida e que contribui para a transformação da
sociedade”.
O ensino de Geografia deve considerar o conhecimento espacial prévio dos
alunos para relacioná-lo ao conhecimento científico no sentido de superar o senso
comum. Neste sentido Saviani (2007, p. 70) chama este momento de prática social,
que é o ponto de partida de todo trabalho do professor, onde é comum a professores
e alunos, sendo a bagagem cultural que ambos trazem de sua realidade para dentro
da escola, ou seja, estão inseridos na mesma prática social, porém em posições
distintas, os alunos com uma compreensão sincrética e o professor uma visão
síntese de todo processo. Onde se deve apresentar os conteúdos a serem
trabalhados, explicitando seus respectivos objetivos, dialogando com os alunos
sobre os conteúdos. Portanto, a prática social inicial é sempre uma contextualização
do conteúdo.
Para Saviani (2007, p. 71) “A problematização trata de detectar que
questões precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e, em conseqüência
que o conhecimento é necessário dominar”. Paraná (2008, p. 75) cita a importância
deste momento quando afirma que “o professor ao apresentar o conteúdo que será
trabalhado, deve criar uma situação problema, instigante e provocativa, que tem
como objetivo inicial mobilizar o aluno para o conhecimento”.
06
Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo
contextualizado, Paraná (2008, p. 14) comenta que devem se estabelecer relações
interdisciplinares e colocando sob suspeita tanto a rigidez com que tradicionalmente
se apresentam quanto o estatuto de verdade atemporal dado a eles. Sendo assim, o
professor deve dominar o conteúdo escolhido em sua essência, de forma a tomar o
conhecimento em sua totalidade e em seu contexto, o que exige uma relação com
as demais áreas do conhecimento. De acordo com Paraná (2008, p. 27-8) “[...] deve-
se ter claro o conceito de interdisciplinaridade e contextualização para que não se
caia na armadilha da Pedagogia dos Projetos”.
As relações interdisciplinares evidenciam as limitações e as insuficiências
das disciplinas em suas abordagens isoladas e individuais, ou seja, não são
herméticas, fechadas em si, mas, a partir de suas especialidades, chamam umas às
outras e, em conjunto, ampliam a abordagem dos conteúdos de modo que se
busque, cada vez mais, a totalidade, numa prática pedagógica que leve em conta as
dimensões científica, filosófica e artística do conhecimento.
O processo de contextualização visa à atualização e aprofundamento do
conteúdo pelo professor, possibilitando ao aluno estabelecer relações e análises
críticas do conteúdo. Paraná (2008, p. 75) contextualizar o conteúdo é mais do que
relacioná-lo à realidade vivida do aluno, é, principalmente, situá-lo historicamente e
nas relações políticas, sociais, econômicas, culturais, em manifestações espaciais
concretas, nas diversas escalas geográficas. Ainda, Paraná (2008, p. 30) afirma que
“[...] contextualização é um elemento fundamental das estruturas sócio-históricas,
que devem ser marcadas por métodos que fazem uso, necessariamente, de
conceitos teóricos precisos e claros, voltados à abordagem das experiências sociais
dos sujeitos históricos produtores do conhecimento”. Gasparin (2007, p. 2) comenta
que trabalhar os conteúdos de forma contextualizada evidencia aos alunos que os
conteúdos são uma produção histórica.
Se o objetivo do Ensino é levar o aluno a ter compreensão do conhecimento
científico, superando o senso comum. Saviani (2007, p. 71) comenta que “A
instrumentalização consiste na apreensão dos instrumentos teóricos e práticos
necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática social”. Trata-
07
se de detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e,
em consequência, que o conhecimento é necessário dominar.
A Catarse é o momento de expressão elaborada da nova forma de
entendimento da prática social, Saviani (2007, p 72) explica que esse passo efetiva
a incorporação dos elementos culturais, com a estruturação dos conhecimentos
científicos de forma sintética, ou seja, transformando agora em elementos ativos de
transformação social e por último a prática social final.
A Prática social, por assim dizer a prática social final é o ponto de chegada.
Vislumbra a possibilidade de transformação da realidade, da própria prática social,
sendo a nova postura que o educando deve assumir perante a sociedade. Conforme
Saviani (2007, p. 73) “A prática social inicial e final não é a mesma, se consideramos
que houve uma mudança no seu interior qualitativamente. Pela mediação
pedagógica”.
Portanto, o processo de aprendizagem do ensino de Geografia deve ser
conduzido de forma dialogada, possibilitando o questionamento e a participação dos
alunos para que a compreensão dos conteúdos e a aprendizagem crítica
aconteçam, assim, contribuir para a formação de um sujeito capaz de interferir na
realidade de maneira consciente e crítica.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
a) Prática Social Inicial
1 Conteúdo
Desenvolvimento Sustentável
1.1 Vivência cotidiana do conteúdo
Desenvolvimento sustentável, reciclagem, meio ambiente, lixo, crise ambiental.
2 Problematização
1 - A Terra pode suprir as necessidades de todos os habitantes do Planeta?
08
2 - Será que a economia sustentável conseguirá acabar com a desigualdade social?
3 - Será possível aplicar o conceito de Desenvolvimento Sustentável de forma plena
numa sociedade capitalista?
4 - A quem cabe a responsabilidade de preservação da natureza?
5 - Quem mais se beneficia e quem mais se prejudica com a destruição ambiental?
6 - Somente os países altamente industrializados causam danos ao meio ambiente?
7 - Por que só agora os países desenvolvidos tem se preocupado com os problemas
ambientais dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos?
8 - A publicidade “propaganda” de produtos e serviços, exerce influência na
degradação ambiental?
9 - É possível a inclusão social, numa sociedade de consumo?
10 - A sociedade de consumo é uma sociedade de desigualdade?
11 - O que mais lhe chamou nas imagens das áreas degradadas de expansão de
sua cidade?
3 Instrumentalização
Solicitar uma produção de texto para constatar o conhecimento prévio dos
alunos sobre o Desenvolvimento Sustentável, através de alguns questionamentos,
tais como:
Como a mídia tem divulgado as noticias sobre desenvolvimento sustentável?
Como são veiculadas as questões ambientais locais/globais?
Como o homem é tratado nessa emblemática ambiental?
Apresentação do vídeo: Desenvolvimento Sustentável: Questões e
Reflexões que se encontra disponível no seguinte endereço:
09
Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=L2WnfKhTbMw com (13:17) 13minutos e
17 segundos;
Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=CGe8bCis8ZQ com (15:07) 15 minutos e
07 segundos;
Parte 3: http://www.youtube.com/watch?v=y58hugamDWk com (13:23) 13minutos e
23 segundos.
Apresentação de vídeos será de forma fracionada, ou seja, o primeiro vídeo
e assim sucessivamente, em seguida, o professor fará explanação sobre o tema
proposto, onde apresentará textos aos alunos, que deverão ler, e após a leitura, será
aberto para discussão e tirar dúvidas, em seguida os alunos farão algumas
atividades sobre o objeto de estudo, onde será observado o nível de interesse e as
dificuldades apresentadas pelos educandos.
- Leitura, análise e discussão de textos sobre o tema, os alunos deverão ler os
textos abaixo relacionados e a seguir elaborar um novo texto.
- “Grandioso em sua diversidade socioambiental, mas também nas
desigualdades sociais e ritmo de destruição ambiental, o Brasil
precisa resolver suas contradições para garantir a qualidade de vida
de sua população.” ISA. Almanaque Brasil socioambiental. São
Paulo: ISA, 2005.
- Deve-se haver sintonia entre os setores da sociedade para mudar
esse pensamento de destruição da natureza. Para que possamos
refazer o elo que nos une a esse Planeta, para a garantia da vida
“sustentabilidade”.
Esses textos têm o intuito de complementar as informações do vídeo
apresentado e que atendam as necessidades detectadas no levantamento
quantitativo das produções textuais dos alunos elaboradas no primeiro momento
- Desenvolver com os alunos trabalho de campo, na proximidade da escola,
onde encontram-se espaços ociosos e impactados, com intuito de estudar a
paisagem local e assim agir de modo consciente e efetivo, quando se
10
analisará o discurso do educando sobre o conceito que tem acerca da
sustentabilidade.
- Solicitar que os alunos observem as imagens do vídeo e a seguir analise a
seguinte questão: será que algum dia a humanidade atingirá a
sustentabilidade?
- Ao assistir o vídeo observamos a apresentação de um mapa-múndi, onde
destaca alguns países, portanto localize os continentes e capitais destes
países.
- Realização de pesquisa com temas relacionados ao Desenvolvimento
Sustentável que complemente o conhecimento do aluno sobre o tema em
questão.
4 Catarse
O levantamento dos dados e as observações feitas no decorrer do processo
servirão de base para analisar a viabilidade da proposta
5 Prática Social Final
Espera-se que as concepções apresentadas possam contribuir para a sua
formação pessoal, contribuindo para uma mudança de atitude e para compreensão
dos conhecimentos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que o aluno, enquanto sujeito inserido na sociedade e articulador
de ações dentro da realidade ambiental que vive possa compreender os desafios do
desenvolvimento sustentável:
Compreender que os interesses políticos e econômicos é que determinam
as estratégias de ações ambientais adotadas pelos países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Assim, posicionando-se criticamente diante das questões
ambientais veiculadas pela mídia.
11
6 REFERÊNCIAS
GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-crítica. 4ed. Ver. e ampl. Campinas, SP: Autores Associados, 2007
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, 1996.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: Polêmicas do Nosso Tempo. 39 ed.Campinas, SP: Autores Associados, 2007.
12