desmatamento maio2012

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BOLETIM DE FOCOS DE CALOR E DESMATAMENTO Número 11 Maio 2012

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Page 1: Desmatamento maio2012

BOLETIM DE FOCOS DE CALOR E

DESMATAMENTO

Número 11 – Maio – 2012

Page 2: Desmatamento maio2012

Governo do Estado do Pará

Simão Robison Oliveira Jatene

Governador

Helenilson Cunha Pontes

Vice-Governador / Secretário Especial De Estado De Gestão – Seges

Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará

Maria Adelina Guglioti Braglia

Presidente

Cassiano Figueiredo Ribeiro

Diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural

Sérgio Castro Gomes

Diretor de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação

Jonas Bastos da Veiga

Diretor de Pesquisas e Estudos Ambientais

Elaine Cordeiro Felix

Diretora de Planejamento, Administração e Finanças

Page 3: Desmatamento maio2012

BOLETIM DE FOCOS DE CALOR E

DESMATAMENTO

Page 4: Desmatamento maio2012

Expediente Diretor de Pesquisas e Estudos Ambientais :

Jonas Bastos da Veiga

Coordenação Técnica de Estudos e Pesquisas Ambientais:

Andréa dos Santos Coelho

Elaboração Técnica:

Andréa dos Santos Coelho

Camila da Silva Pires

Maicon Silva Farias

Colaboração:

Celeste Ferreira Lourenço e Sérgio Rodrigues Fernandes

Revisão:

Anna Márcia Malcher Muniz e Fernanda Graim

Normalização:

Adriana Taís G. dos Santos

Boletim de focos de calor e desmatamento, 2012. Belém: Instituto de

Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2012.

Mensal

19 p. (Análise Idesp, 6)

1. Focos de calor-queimadas. 2. Desmatamento. 3. Meio ambiente. 4. Pará

(Estado). 5. Instituto de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental do

Pará. I.Série

CDD 363.78115

Page 5: Desmatamento maio2012

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APA - Área de Proteção Ambiental

DETER - Detecção do Desmatamento em Tempo Real

ESEC - Estação Ecológica.

FE - Floresta Estadual

FLONA - Floresta Nacional

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis.

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

MODIS - Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer

PARNA - Parque Nacional

PE - Parque Estadual

RDS - Reserva de Desenvolvimento Sustentável

REBIO - Reserva Biológica

RESEX - Reserva Extrativista

TI - Terra Indígena

UC - Unidade de Conservação

Page 6: Desmatamento maio2012

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 7

1 - INFORMAÇÕES TÉCNICAS .................................................................................... 8

1.1 O SISTEMA DE DETECÇÃO DO DESMATAMENTO EM TEMPO REAL -

DETER ............................................................................................................................. 8

1.2 O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE FOCOS DE CALOR - QUEIMADAS

......................................................................................................................................... 9

2 BOLETIM - MAIO DE 2012 ....................................................................................... 11

2.1 DESMATAMENTO ................................................................................................ 12

2.2 FOCOS DE CALOR ................................................................................................ 15

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 19

Page 7: Desmatamento maio2012

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APRESENTAÇÃO

As questões ambientais têm sido de grande interesse nos círculos políticos e

científicos visando diminuir o impacto e/ou prever os cenários futuros resultantes da ação

antrópica nos recursos florestais do Estado. O processo de desmatamento está ligado às

queimadas necessárias para o plantio de pastagens ou cultivos agrícolas, tanto em áreas

de vegetação primária quanto secundária.

Os prejuízos causados são enormes e não se restringem apenas à vegetação,

causando grandes danos sociais às populações local e regional.

Com o avanço da tecnologia de monitoramento por satélites, hoje é possível obter

informações, em tempo consideravelmente rápido, de processos dinâmicos como o

desmatamento, graças também à popularização do uso da internet. O Sistema de

Detecção do Desmatamento em Tempo Real - DETER e o Centro de Previsão de Tempo

e Estudos Climáticos - Queimada/Monitoramento de Focos, sob responsabilidade do

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, ligado ao Ministério da Ciência e

Tecnologia, monitoram diariamente o desmatamento e os focos de calor na Amazônia

brasileira.

Objetivando contribuir para um melhor conhecimento da dinâmica do

desmatamento e das queimadas no Estado do Pará, o Instituto de Desenvolvimento

Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP) passa a divulgar mensalmente em seu

site o Boletim de Desmatamento e Focos de Calor utilizando os dados disponibilizados

pelo INPE.

Page 8: Desmatamento maio2012

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1 - INFORMAÇÕES TÉCNICAS

1.1 O SISTEMA DE DETECÇÃO DO DESMATAMENTO EM TEMPO REAL -

DETER1

O DETER é um sistema de apoio à fiscalização e controle do desmatamento da

Amazônia. Com o DETER, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE divulga

mensalmente um mapa de alertas, com áreas maiores que 25 ha. Esses mapas indicam

áreas totalmente desmatadas (corte raso) e áreas em processo de desmatamento por

degradação florestal progressiva (quando há uma alta intensidade de perturbação). Áreas

de manejo florestal de baixo impacto, em geral, não são detectadas por esse sistema. Esse

sistema utiliza imagens dos sensores MODIS (Moderate Resolution Imaging

Spectroradiometer), a bordo do satélite TERRA, da NASA (National Aeronautics and

Space Administration) e WFI (Wide Field Imager), a bordo do satélite sino-brasileiro

CBERS-2B do INPE.

O objetivo do DETER é fornecer indicadores para fiscalização produzindo um

mapa digital com todas as ocorrências de desmatamento observadas. Dessa forma,

permite aos órgãos responsáveis pela fiscalização (IBAMA, Secretarias de Meio

Ambiente, Promotoria Pública, etc.) planejar suas ações de campo e operações de

combate ao desmatamento ilegal.

Ressalta-se que o DETER é uma ferramenta concebida para dar suporte à

fiscalização e não para fornecer um mapa fiel do desmatamento mensal da Amazônia.

Isso é devido à resolução pouco detalhada dos satélites utilizados e à cobertura de nuvens,

variável de um mês para outro. A vantagem desse sistema está na rapidez com que o

DETER é capaz de detectar novos desflorestamentos, possibilitando gerar em um curto

período de tempo, dados para a fiscalização.

A conversão de floresta primária até o estágio de corte raso pode levar de alguns

meses até vários anos para ser concluída. Os dados do DETER podem incluir áreas

cortadas em períodos anteriores ao do mês de mapeamento ou em processo de

desmatamento progressivo, mas cuja detecção não fora possível devido à cobertura de

nuvens.

1INPE - Coordenação-Geral de Observação da Terra - OBT, Sistema DETER - Detecção de Desmatamento

em Tempo Real - Metodologia.

Page 9: Desmatamento maio2012

9

Ao analisar o dado de um determinado mês, é necessário considerar a área de

cobertura de nuvens. Assim, são disponibilizadas informações de cobertura de nuvens de

todas as imagens utilizadas para a avaliação.

Assim, as informações do DETER devem ser usadas apenas como um indicador

de tendência do desmatamento anual.

Para obter mais informações sobre a metodologia consulte:

http://www.obt.inpe.br/deter/metodologia_v2.pdf

1.2 O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE FOCOS DE CALOR - QUEIMADAS2

O monitoramento dos focos de calor é realizado diariamente pelo INPE para

detectar focos de queima da vegetação. Para tanto, o INPE utiliza imagens de diversos

satélites (ex. imagens MODIS dos satélites polares, NASA TERRA e AQUA, as imagens

dos satélites geoestacionários GOES-12 e MSG-2, imagens AVHRR - Advanced Very

High Resolution Radiometer - e dos satélites polares NOAA-15, NOAA-16, NOAA-17,

NOAA-18 e NOAA-19).

Dentro do universo de satélites, desde 22 de agosto de 2011, o INPE utiliza o

satélite AQUA (sensor MODIS) como “satélite de referência”. Os dados diários de focos

detectados pelo “satélite de referência” são usados para compor a série temporal ao longo

dos anos, e assim permitir a análise de tendências dos focos de uma região em

determinado período.

Anterior ao satélite AQUA, eram utilizadas imagens do satélite NOAA-15 e

NOAA-12 como “satélite de referência”. De maneira geral, o número de focos nas

imagens AQUA é maior aquele nas imagens NOAA-15.

Esta alteração para o AQUA decorreu de limitações e degradação na qualidade

das imagens do NOAA-15, que apresentam muito ruído devido a restrições em sua antena

transmissora, impedindo o monitoramento das regiões norte e noroeste do País.

Em termos de impacto nos dados de focos, com o AQUA o norte do Amazonas e

do Pará, Roraima e Acre passam a ter cobertura regular e, portanto, mais adequada nas

comparações temporais.

2 INPE - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - Queimadas. Perguntas freqüentes e A

mudança do satélite de referencia. Disponível em: http://www.inpe.br/queimadas/faq.php.

Page 10: Desmatamento maio2012

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Mesmo indicando uma fração do número real de focos (e de queimadas e

incêndios florestais), por usarem o mesmo método e o mesmo horário de imageamento ao

longo dos anos, os resultados do "satélite de referência" permitem analisar as tendências

espaciais e temporais dos focos.

O sistema do INPE detecta a existência de fogo na vegetação, sem avaliar o

tamanho da área queimada ou o tipo de vegetação afetada.

Os dados de focos de calor são divulgados diariamente pelo INPE, através da

internet, cerca de três horas após sua geração.

Para análise temporal e a periodicidade dos dados, enfatiza-se que os dados de

focos de calor divulgados neste boletim referem-se ao “satélite de referência”.

Para obter mais informações sobre a metodologia consulte:

http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/

Page 11: Desmatamento maio2012

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2 BOLETIM - MAIO DE 2012

No Estado do Pará, em maio de 2012, foi detectado que o desmatamento3

alcançou uma área equivalente a 23,65 km². Em relação aos focos4 de calor, foram

detectados 59 no mês. Na Figura 1 é possível observar a localização dos pontos de

desmatamento e focos de calor no Estado do Pará.

Figura 1 - Mapa de localização do desmatamento e focos de calor em maio de 2012.

Fonte: Queimadas/DETER/INPE.

Elaboração: IDESP.

3 Fonte: DETER/INPE.

4 Fonte: Queimada/INPE - satélite de referência AQUA-UMD.

Page 12: Desmatamento maio2012

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2.1 DESMATAMENTO

No mês de maio de 2012, houve um total de 23,65 km² de desmatamento com

maior concentração no município de Cumaru do Norte (8,16 km²). Jacareacanga e São

Féliz do Xingu apresentaram 5,47 e 5,35 km2 em área desmatada, respectivamente,

subsequenciados por Altamira, com 4,24 km2 (Tabela 1). Destaca-se Dom Eliseu como o

município onde foi observado menor dematamento.

Tabela 1 - Distribuição do desmatamento por Município do Estado do Pará, em maio de 2012.

Município Desmatamento (Km²)

Altamira 4,24

Cumaru do Norte 8,16

Dom Eliseu 0,44

Jacareacanga 5,47

São Félix do Xingu 5,35

Total 23,65 Fonte: DETER/INPE.

Elaboração: Idesp.

No mês de maio foi detectado desmatamento em uma área de 4,87 km², na Terra

Indígena Kayabi, no município de Jacareacanga (Tabela 2 ), não sendo identificada tal

atividade em outras áreas protegidas.

Tabela 2 - Distribuição do desmatamento em UC por município do Estado do Pará.

Município UC Desmatamento (Km²)

Jacareacanga Terra Indígena Kayabi 4,87

Total 4,87 Fonte: DETER/INPE.

Elaboração: IDESP

Page 13: Desmatamento maio2012

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Ao comparar o desmatamento de maio de 2012 com o de 2011, que registrou

65,47 km², verifica-se que houve uma redução de 63,88%. Em relação ao ano de 2010,

quando foram desmatados 37,18 km², a redução equivaleu a 36,39%. Em relação a 2009,

que registrou 10,58 km², houve aumento de 123,53%, como observado no Gráfico 1.

Gráfico 1 - Comparativo5 do desmatamento no mês de maio, de 2009 a 2012.

Fonte: DETER/INPE.

Elaboração: IDESP

*Informação não diponível no banco de dados do DETER. Idesp.

Na Figura 2 encontram-se dispostos os pontos de desmatamento no estado.

Verifica-se a distribuição do desmatamento ao longo da região Sul do Pará, afetando

áreas de municípios inseridos no Programa Municípios Verdes.

5 Informação não diponível no banco de dados do DETER. Idesp.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

Total

Desmatamento Maio

2009 2010 2011 2012

Page 14: Desmatamento maio2012

14

Figura 2 - Mapa de localização do desmatamento no Estado do Pará em maio de 2012

Fonte: Desmatamento DETER/INPE

Elaboração: IDESP

Page 15: Desmatamento maio2012

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2.2 FOCOS DE CALOR

Foram identificados 59 focos de calor durante o mês de maio. A maioria dos

municípios avaliados apresentou apenas um foco de calor. No entanto, identificou-se

maior número de ocorrências nos municípios de Santana do Araguaia (12), Parauapebas

(8) e Óbidos (6), conforme mostra a Tabela 3.

Tabela 3 – Distribuição dos focos de calor nos municípios do Estado do Pará.

ESTADO DO PARÁ - MAIO - 2012

Município Focos (nº)

Altamira 1

Brejo Grande do Araguaia 1

Breu Branco 1

Cametá 1

Canaã dos Carajás 1

Curralinho 1

Dom Eliseu 3

Faro 1

Igarapé-Miri 1

Jacundá 1

Juruti 1

Moju 2

Monte Alegre 2

Óbidos 6

Oriximiná 4

Paragominas 2

Parauapebas 8

Rio Maria 1

Santa Maria das Barreiras 5

Santana do Araguaia 12

Santarém 1

São João de Pirabas 1

São João do Araguaia 1

Ulianópolis 1

Total geral 59 Fonte: Queimadas/INPE.

Elaboração: IDESP.

Dos 59 focos de calor detectados nos municípios, 14 foram identificados em

Unidades de Conservação (UC), Terras Indígenas (TI) e Áreas Especiais, com maior

concentração na Terra Indígena Tumucumaque, município de Óbidos, onde registrou-se 4

focos no mês. Resgistrou-se ainda 2 focos no buffer interno Flona de Sacará-Taquera e TI

Page 16: Desmatamento maio2012

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Tumucumaque, ambos no município de Oriximiná. A grande maioria das unidades

apresentou apenas 1 foco de calor no mês, conforme mostra a Tabela 4.

Tabela 4 - Distribuição dos focos de calor em U.C’s, T.I’s e áreas especiais nos municípios do Estado do

Pará.

ESTADO DO PARÁ - MAIO - 2012

Município UC, TI e ÁREAS ESPECIAIS Focos (nº)

Canaã dos Carajás AEM ERM Brasil Ltda 1

Buffer interno Flona de Carajás 1

Curralinho APA Arquipélago do Marajó 1

Monte Alegre APA Paytuna 1

Óbidos T.I Tumucumaque 4

Oriximiná Buffer interno Flona de Saracá-Taquera 2

T.I Tumucumaque 2

Paragominas Buffer externo Rebio do Gurupi 1

São João de Pirabas Buffer externo Resex Chocoaré-Mato Grosso 1

Total 14 Fonte: Queimadas/INPE.

Elaboração: Idesp.

Ao se comparar os dados de focos de calor do presente ano com 2011, verifica-se

que houve aumento considerável no número de registros, pois em 2011 identificou-se

apenas 16 focos de calor. No ano de 2010, detectaram-se 57 focos de calor, dois a menos

que em 2012. Contudo ressalta-se que 2009 foi o ano em que se observou o menor

número de focos entre os anos avaliados, com apenas 7 focos (Gráfico 2), o que soma

um total de 139 focos nos meses de maio de 2009 a 2012. Na Figura 3 é possível observar

a distribuição dos focos de calor em todo o Estado do Pará.

Page 17: Desmatamento maio2012

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Gráfico 2 - Comparativo do total de focos de calor para o mês de maio no Estado do Pará.

Fonte: Queimadas/INPE.

Elaboração: Idesp.

0

10

20

30

40

50

60

Total

Focos Maio

2009 2010 2011 2012

Page 18: Desmatamento maio2012

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Figura 2 - Mapa de localização dos focos de calor no Estado do Pará em maio de 2012.

Fonte: Queimadas/INPE

Elaboração: IDESP

Page 19: Desmatamento maio2012

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério de Ciência e Tecnologia. Ministério do meio ambiente.

Monitoramento de queimadas e incêndios, dez. 2010. Disponível em

<http://www.inpe.br/queimadas/> Acesso em: 09 de abril. 2012.

_______. Monitoramento de queimadas e incêndios, dez. 2011. Disponível em

<http://www.inpe.br/queimadas/> Acesso em: 09 de abril. 2012.

BRASIL. Ministério de Ciência e Tecnologia. Sistema Deter: detecção de desmatamento

em tempo real, dez. 2010. Disponível em <http://www.inpe.br/deter/> Acesso em: 09 de

abril 2012.

_______. Sistema Deter: detecção de desmatamento em tempo real, dez. 2011.

Disponível em <http://www.inpe.br/deter/> Acesso em: 09 de abril 2012.