diagnóstico da situação dos resíduos de construção civil (rcc)
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
CAMPUS ANGICOS
CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
TIALISON ROMÃO DANTAS
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) NO MUNICÍPIO DE
ANGICOS (RN)
ANGICOS - RN
2011
TIALISON ROMÃO DANTAS
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) NO MUNICÍPIO DE ANGICOS
(RN)
Monografia apresentada a Universidade
Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,
Campus Angicos para a obtenção do título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia.
Orientadora: Profª. Dra. Marcilene Vieira da
Nóbrega
ANGICOS - RN
2011
A meu pai Teonio Cassimiro Dantas (in memoriam).
A meu avô Tomaz Cassimiro Dantas (in memoriam).
A minha avó Tereza Macedo Dantas (in memoriam).
A minha família, amigos e todos que me
apoiaram durante a realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus que nos deu a vida e a sabedoria para seguirmos adiante, sem ele nada seria possível;
A minha mãe Dulcimar Romão pelo carinho e motivação em todos os momentos da minha
vida;
Aos meus irmãos, Tássio, Tiago, Tomaz, Etione e Iara pelo apoio e incentivo;
A minha orientadora Profa
Dra Marcilene Vieira da Nóbrega, pela paciência, motivação,
competência e auxilio na elaboração deste trabalho;
Aos amigos que fiz durante o curso, principalmente aos que participaram do grupo de estudo;
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO
A construção civil é considerada por muitos como sendo uma das mais importantes
atividades do planeta. No entanto é também uma grande geradora de resíduos. Nos últimos
anos tem-se questionado sobre o consumo exagerado de matéria prima como também dos
impactos causados pelos resíduos depositados clandestinamente gerando grandes problemas
ao poder público e sociedade. Em pesquisas realizadas em algumas cidades brasileiras
observou-se que os RCCs compõem grande parte dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). O
município de Angicos encontra-se hoje com o mercado da construção civil em crescimento e
em função disso uma grande quantidade de resíduo é gerado. Desta forma foi realizado um
diagnóstico visando contribuir para diagnosticar a situação do RCC no município de Angicos
- RN. O trabalho objetiva identificar a geração, transporte, utilização e caracterização visual
dos RCC. Os resultados demonstraram que o RCC são gerados por obras de construção,
reforma e demolição de edificações sendo o maior volume gerado por demolição. O
transporte é feito por carros da prefeitura ou fretados. Os resíduos transportados são utilizados
em baldrames das edificações como aterro. A composição é basicamente formada por sobras
de materiais como tijolos, telhas, argamassa, madeira e gesso.
Palavras-chave: Resíduo da construção civil (RCC). Reutilização. Diagnóstico.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Distribuição da composição média dos resíduos de construção e demolição
coletados no Aterro de Inertes da Zona Sul de Porto Alegre....................................................18
Figura 2 - Mapa da localização do Município de Angicos.......................................................27
Figura 3 - Fase de construção das paredes de uma edificação residencial................................29
Figura 4 - Resíduo cerâmico gerado na fase de construção (etapa de acabamento da
edificação).................................................................................................................................30
.
Figura 5 - Resíduos gerados durante a fase de reforma............................................................31
Figura 6 - resíduos provenientes da fase de demolição............................................................32
Figura 7 - Processo de demolição de edificações pequenas.....................................................32
Figura 8 - Transporte de RCC feito por caçamba e trator fretados..........................................34
Figura 9 - Utilização de RCC como aterro nos baldrames das edificações juntamente com
lixo............................................................................................................................................36
Figura 10 - Processo de utilização de RCC juntamente com outro material como aterro nas
edificações.................................................................................................................................37
Figura 11 - Presença de matéria orgânica nos RCC, com detalhe para a presença de
papelão......................................................................................................................................39
Figura 12 - Resíduo adquirido no lixão próximo de Angicos, com detalhe para a presença de
plástico............................................................................................................ ..........................40
Figura 13 - Composição dos RCC usado nas construções de edificações................................41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estimativa da geração de RCC de alguns países estudados por diversos
autores.......................................................................................................................................16
Tabela 2 - Geração de resíduos da construção civil em alguns municípios
brasileiros..................................................................................................................................17
Tabela 3 - Plano Integrado de Gerenciamento dos RCC e a distinção entre pequenos e grandes
geradores...................................................................................................................................23
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
hab - Habitante
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente
Kg – Quilograma
Kg/m2 - Quilograma por metro ao quadrado
m - Metro
m2 – Metro quadrado
MG – Minas Gerais
MPa – Mega pascal
Mton – Mega tonelada
NBR – Norma Brasileira
ºC – Celsius
PB – Paraíba
PGRCC – Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
PIB – Produto Interno Bruto
PMGRCC – Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
RCC – Resíduos de Construção Civil
RN – Rio Grande do Norte
RS – Rio Grande do Sul
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
ton – Tonelada
UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................13
2.1 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL – RCC...............................................................13
2.2 GERAÇÃO DO RCC..........................................................................................................14
2.3 COMPOSIÇÃO DO RCC...................................................................................................17
2.4 RECICLAGEM DO RCC...................................................................................................19
2.5 GERENCIAMENTO DO RCC..........................................................................................21
2.6 PRINCIPAIS PESQUISAS REALIZADAS SOBRE RCC................................................24
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................27
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO..............................................................27
3.2 LEVANTAMENTO DOS DADOS PARA ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO
SOBRE O USO DE RCC NAS CONSTRUÇÕES NO MUNICÍPIO DE ANGICOS -
RN........................................................................................................................... ................. 28
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................................29
4.1 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE ANGICOS.....................29
4.1.1 Geração do RCC............................................................................................................29
4.1.2 Transporte do RCC.......................................................................................................33
4.1.3 Utilização do RCC..........................................................................................................35
4.2 CARACTERIZAÇÃO VISUAL DO RCC........................................................................38
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................................43
REFERÊNCIAS......................................................................................................................44
APÊNDICE A – Questionário aplicado para obtenção de informações sobre o RCC em
Angicos.....................................................................................................................................47
11
1 INTRODUÇÃO
A construção civil é uma das atividades indicadoras de desenvolvimento social e
econômico de uma região. Este fato está relacionado também com o crescimento das cidades,
provocado pela busca, das pessoas, por novas moradias. O setor da construção civil, responde
por 5,13% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil em 2011. (IBGE, 2011).
Essa atividade é considerada por muitos como sendo uma das maiores consumidoras
de recurso naturais. Este consumo exagerado deve-se a fatores como baixa produtividade em
canteiros de obras, utilização inadequada de matérias primas, falta de capacitação e
treinamento dos funcionários, necessidade de manutenção e falta de tecnologia empregada nas
obras. (OLIVEIRA et al., 2007).
A quantidade de Resíduo da Construção Civil (RCC) gerado nas regiões urbanas pode
ser superior à dos resíduos domiciliares. As estimativas brasileiras são escassas e os números
apontam para uma produção anual entre 220 a 670 kg/hab, com média de 510 kg/hab, para
alguns municípios brasileiros de médio e grande porte. (JOHN; AGOPYAN, 2000).
Devido à grande quantidade gerada surge inevitavelmente a deposição ilegal, que pode
ser entre 20 e 50% dos resíduos gerados nas cidades sem política adequada para esse fim.
(JOHN; AGOPYAN, 2000).
As pesquisas sobre os RCC tem aumentado significativamente e o nível de
conhecimento adquirido permitiu a implantação de ações positivas na busca de um processo
mais favorável ao meio ambiente. No entanto ainda são insuficientes para a solução em nível
nacional. (DIAS, 2004).
Esse tipo de atividade contribui para aumentar a quantidade de Resíduos Sólidos
Urbanos (RSU) nas cidades. Dentre esses, estão os resíduos provenientes de atividades de
construção, reformas e demolição de edificações, denominados de RCC que, na maioria das
vezes são gerados em grandes quantidades ocasionando problemas de destinação final dos
mesmos.
Esse processo de geração de resíduos da construção civil em uma determinada região
esta relacionado com as suas particularidades econômicas, sociais, culturais e construtivas.
Essas características são de fundamental importância porque interferem na quantidade e
qualidade do resíduo gerado. De acordo com Mariano (2008), a composição dos RCC gerados
em obras brasileira é composta basicamente por argamassa, blocos de concreto, madeira,
12
plásticos, papel e papelão. Além destes, podem ser gerados resíduos classificados como
perigosos e não inertes.
Percebeu-se em estudos que os RCC produzidos em uma obra podem ser reutilizados
na própria obra, desde que se utilizem os procedimentos adequados e que haja
disponibilidade dos recursos necessários para esse aproveitamento. Esses procedimentos e
disponibilidades de recursos dependerão das características socioeconômicas de cada
município. Os RCC são geralmente usados em aterramento e base e sub-base de
pavimentação. (SANTOS, 2008).
Também observou-se o aumento no número de pesquisa voltadas para o
reaproveitamento do RCC, bem como de resíduos de outras indústrias para serem aplicados
na construção civil. Segundo alguns pesquisadores (ZORDAN, 1997; PINTO, 1999; JOHN,
2000; ANGULO, 2000), os RCC, quando conveniente selecionado, reciclado e classificado
pode ter uma infinidade de aplicações, dos quais, no Brasil, destaca-se a utilização em: obras
de drenagem; execução de contra pisos; agregados para a produção de concretos e
argamassas; preenchimento de vazios em construções; preenchimento de valas de instalações;
reforço de aterros; fabricação de blocos de concreto residual, dentre outros artefatos pré-
moldados. (DEGANI, 2003).
O município de Angicos – RN conta hoje com uma população de 11.549 habitantes
(IBGE, 2011) a partir da implantação da Universidade Federal Rural do Semi – Árido
_UFERSA e apresenta um crescente aumento no mercado imobiliário com maior procura por
edificações proveniente do acréscimo populacional por pessoas oriundas de outros municípios
que passaram a residir nesta cidade. Essa procura por imóveis provocou aumento de obras de
pequeno a médio porte e percebe-se que nessas obras boa parte dos resíduos gerados está sendo
utilizados na própria obra sem critério definido, do ponto de vista técnico.
Desta forma o presente trabalho tem como objetivo realizar um diagnóstico para
identificar de que forma os resíduos gerados pela construção civil neste município estão sendo
utilizados. Ainda dentro da pesquisa serão identificados os tipos de resíduos, como são
gerados, de que forma os resíduos estão sendo utilizados na obra e como são transportados.
13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesta seção serão apresentados os principais conceitos referentes aos Resíduos de
Construção Civil - RCC, geração, composição, reciclagem e gerenciamento. Apresenta
também as principias pesquisas sobre a utilização desses resíduos nesse setor.
2.1 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL – RCC
Denomina-se resíduo o conjunto de fragmentos resultante do desperdício de materiais
na construção, reformas e demolição de estruturas de edificações, como prédios, pontes e
casas. (PORTO; SILVA, 2010; CONAMA, 2002).
Ainda de acordo com a resolução do CONAMA (2002), os resíduos de construção
civil são classificados da seguinte forma: resíduos Classe A, são os reutilizáveis como
agregados, componentes cerâmicos, argamassa, concreto, peças premoldadas em concretos
produzidos nos canteiros de obras; resíduos Classe B, são os recicláveis tais como, plásticos,
papel, papelão, metais, vidros e madeiras; resíduos Classe C, os quais, não foram
desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem e recuperação tais como os produtos oriundos do gesso e os resíduos Classe D que
são aqueles perigosos oriundos de construção, tais como, tintas, solventes, óleos, amianto ou
aqueles contaminados provenientes de obras de construção de clínicas radiológicas,
instalações industriais e outros.
De acordo com a NBR 10004 (1987) os resíduos provenientes de construção e
demolição podem ser classificados em resíduos de Classe III – inertes. Isto se deve ao fato
deste resíduo ser constituído por componentes minerais não poluentes e ser praticamente
inerte quimicamente. No entanto, muitos casos, dependendo da origem, da composição ou da
qualidade destes resíduos, podem apresentar altos níveis de contaminantes que podem inserí-
los em outras classes. (LIMA, 2005).
A mudança de classificação desses resíduos pode ocorrer devido à particularidade dos
materiais produzidos em cada obra. Desta forma, uma determinada obra pode apresentar
resíduo inerte e outra pode apresentar elementos que o tornam não-inerte ou até mesmo
perigosos podendo oferecer risco a saúde do ser humano. (SILVA, 2007).
A classificação dos RCC em quatro classes distintas possibilita ao gerador realizar um
melhor manejo e segregação dos resíduos. Daí, o gerador poderá identificar a melhor solução
14
para os resíduos gerados no seu empreendimento, atingindo dessa maneira, um menor custo
de desperdício. (FREITAS, 2009).
2.2 GERAÇÃO DO RCC
Apesar de ser uma das atividades mais antigas do mundo a construção civil ainda
apresenta características bastante peculiares preservando fortes traços artesanais o que
contribui para um aumento na geração de resíduo. (SANTOS, 2007).
A geração de RCC nas cidades cresceu significativamente a partir de meados da
década de 90. São resíduos oriundos de obras de infra-estrutura urbana, de responsabilidade
do poder público e, principalmente, da ação da iniciativa privada na construção de novas
edificações (residenciais, comerciais, industriais etc.), nas ampliações e reformas existentes e
demolição de obras que já tenham atingido o final da sua vida útil, de modo a propiciar novos
usos para o local. (PINTO; GONZÁLES, 2005).
Segundo Porto e Silva (2010) há três fases nas quais os RCC é gerado: fase de
construção, fase de reforma e fase de demolição. Segundo Lima (2005) nas construções
geralmente são encontrados materiais que ainda não foram utilizados em qualquer fase da
construção, normalmente em razão do desperdício resultante da própria característica
artesanal da construção. Em demolições e reformas podem-se encontrar os materiais que não
mais apresentam serventia para aquele empreendimento, tal como paredes de alvenaria, pisos
revestidos e concreto armado.
Os resíduos gerados durante a fase de construção são provenientes das perdas do
processo construtivo. Parte das perdas é incorporada nas construções, na forma de
componentes cujas dimensões finais são superiores àquelas projetadas. Este é o caso de
argamassa de revestimento e concreto. A outra parcela de material que não foi utilizada na
construção vai se converter em resíduo de construção. (JOHN; AGOPYAN, 2000).
Também é na fase de execução das obras que grande parte dos resíduos são gerados. A
composição e o volume dos RCC dependeram do porte da obra. À medida que aumenta o
tamanho da construção, ocorre um acréscimo no volume de resíduos gerados. Nas etapas de
estrutura e alvenaria observa-se um maior volume de RCC, composto principalmente de
areias, argamassa, concreto e tijolos. As construções na fase de acabamento apresentam uma
maior diversidade de RCC, tais como, cerâmica, aço, plástico, vidros, gesso, etc. É também
nesta fase que se observa um menor volume de RCC em comparação com as demais etapas
15
construtivas. Um último fator que influencia na geração e composição dos RCC é o tipo de
construção executada. As obras de demolição geram um maior volume de RCC, enquanto que
nas obras de reforma esse volume é significativamente menor. (OLIVEIRA et al., 2007).
Na fase de manutenção, apesar de serem atividades que envolvem menos tempo de
execução, a composição também é variável, diversificando em função do tipo de reforma.
(ANGULO, 2000). Segundo John e Agopyan (2000), a geração de resíduos na fase de
manutenção esta associada a diversos fatores tais como: correção de defeitos (patologias),
reforma ou modernização do edifício, neste último caso, normalmente se exige demolições
parciais, substituição de materiais degradados que já tenha atingido o final da vida útil.
Mariano (2008) aponta a falta de conhecimento dos profissionais como sendo a
principal responsável pela geração de resíduos de reforma, pois as quebras de paredes e outros
elementos de edificação são realizados em processo simples, no entanto gera um alto volume
de resíduo no final da obra.
Segundo Leite (2001) os resíduos gerados durante a fase de construção e demolição já
possuem números alarmantes e a tendência mundial é que esses valores continuem
aumentando. Segundo a autora encontrar uma utilização para estes resíduos é mais que uma
necessidade, é uma obrigação.
Em alguns países, os resíduos resultantes da construção representam de 19 a 52% dos
RCC, enquanto que o resíduo de demolição representa de 48 a 81% desse mesmo resíduo.
(ANGULO, 2000).
Em países já desenvolvidos, onde as atividades de renovação de edificações, infra-
estrutura e espaços urbanos são mais intensas, os resíduos provenientes de demolições são
maiores que os da construção, conseqüentemente gera um maior numero de resíduos.
(CARNEIRO, 2005). Em países como Alemanha, Estados Unidos, Japão e a Europa
Ocidental a contribuição na geração de resíduo entre os anos de 1994 a 1999 variaram entre
32 e 99 ton/ano. (PINTO, 1999). Na Tabela 1 são apresentadas as principais estimativas da
geração de RCC encontrados na literatura.
16
Tabela 1- Estimativa da geração de RCC de alguns países estudados por diversos autores.
Quantidade Anual
País Mton/ano Kg/hab.
Suécia 1,2 – 6 136 – 680
Holanda 12,8 - 20,2 820 – 1300
EUA 136 – 171 463 – 584
UK 50 – 70 880 a 1120
Bélgica 7,5 - 34,5 735 – 3359
Dinamarca 2,3 - 10,7 440 – 2010
Itália 35 – 40 600 – 690
Alemanha 79 - 300 963 – 3658
Japão 99 785
Portugal 3,2 325
Brasil _ 230 – 660
Fonte: Adaptado de John e Agopyan (2000).
Em razão da natureza da atividade considera-se que a composição dos resíduos de
reforma/manutenção deve se assemelhar a de resíduos de demolição, porém não há dados a
respeito. (ANGULO, 2000; LIMA, 2005; MARIANO, 2008).
Pinto (1999) estimou através de vários estudos realizados nos municípios brasileiros
que as perdas de materiais da Construção Civil no Brasil correspondem de 20% a 30% dos
resíduos gerados nos canteiros de obras.
Outro fator importante na geração de resíduos na construção civil é o desperdício de
materiais na fase de execução das obras. (PINTO 1999; LIMA, 2005; FONTES, 2008).
Estima-se que em cidades brasileiras de médio e grande porte os resíduos provenientes da
construção, manutenção e demolição de obras de construção civil representam 41% a 70%
dos resíduos sólidos urbanos. (PINTO, 1999). O autor considera que a geração de RCC per
capita pode ser estimada pela média como sendo 510 kg/hab/ano, para alguns municípios
brasileiros como apresentado na Tabela 2.
17
Tabela 2 - Geração de resíduos da construção civil em alguns municípios brasileiros.
Geração Geração Participação em relação
Município/Ano Diária em per capita à massa de resíduos
ton (kg/hab/ano) sólidos urbano
Guarulhos / 2001 1.308 (2) 380 (2) 50% (3)
Diadema / 2001 458 (2) 400 (2) 57% (3)
Piracicaba / 2001 620 (2) 590 (2) 67% (3)
Vitoria da Conquista / 1997 (1) 310 400 61%
Jundiaí / 1997 (1) 712 760 62%
São José do Rio Preto / 1997 (1) 687 660 58%
Santo André / 1997 (1) 1.013 510 54%
São José dos Campos / 1995 (1) 733 470 67%
Ribeirão Preto / 1995 (1) 1.043 (2) 710 70% (2)
(1) PINTO, 1999, P. 40-42
(2) PINTO; GONZALES, 2005a, P.24.
(3) PINTO, 2005. P.8.
Fonte: Careli (2008).
Em algumas dessas cidades brasileiras a maioria desses resíduos são depositados
clandestinamente em córregos e drenagens, colaborando para enchentes, favorecendo a
proliferação de mosquitos e outros vetores, levando boa parte das prefeituras a usar parte dos
recursos públicos para uma remoção adequada. (LIMA, 2005).
Nos Estados Unidos, em 1996, foi estimado o valor de 136 milhões de toneladas de
RCC, sendo 48% gerados nas demolições, 44% oriundos de reformas e apenas 8% de novas
construções. Revelando ainda os valores médios de 1,99 kg de resíduos/metro quadrado para
novas construções residenciais e 1,76 kg/metro quadrado para novas construções não
residenciais. (DEGANI, 2003).
2.3 COMPOSIÇÃO DO RCC
John e Agopyan (2000) afirmaram que os RCC são compostos por uma variedade de
produtos, classificados como: solos; e materiais de origem mineral como: rochas naturais,
concreto, argamassa a base de cimento e cal; resíduo de cerâmica vermelha, cimento amianto,
gesso em placa, vidro; materiais metálicos como: aço para concreto armado, latão, chapas de
18
aço galvanizado etc e por fim os materiais orgânicos como, madeira natural ou
industrializada, plásticos diversos; materiais betuminosos, tintas e adesivos; papel de
embalagem; restos de vegetais e outros produtos de limpeza de terrenos.
A composição dos RCC em Campina Grande-PB é constituída principalmente por
tijolos, areias e argamassas. Quase 80% dos resíduos são compostos por estes materiais. O
restante é formado por restos de concreto (9%), pedras (6%), cerâmicas (3%), gesso (2%) e
madeira (1%). Em menor quantidade, comparado aos demais tipos de matérias, é possível
encontrar peças em plásticos, cacos de vidro, embalagens de papelão, entre outros.
(OLIVEIRA et al., 2007).
Segundo Leite (2001) a composição dos RCC em Porto Alegre é um reflexo dos
insumos que têm os índices de desperdício mais elevados no setor da construção. Como
apresentado na Figura 1.
Figura 1 -. Distribuição da composição média dos resíduos de construção e demolição
coletados no Aterro de Inertes da Zona Sul de Porto Alegre.
Fonte: Leite (2001).
Observa-se na Figura 1 que a maioria dos materiais que compõem os resíduos
coletados na Zona Sul de Porto Alegre apresenta potencial para reutilização e reciclagem.
Em pesquisa realizada no município de Passo Fundo - RS foram identificados 14 tipos
de RCC, os que apresentaram os maiores percentuais foram os provenientes de argamassa e
tijolos, que, somados chegaram a aproximadamente 76% dos resíduos coletados.
(BERNARDES et al., 2008). Os autores ainda classificaram os RCC, de acordo com a
resolução nº 307 do CONAMA, constatou-se que os resíduos Classe A, apresentou o maior
19
percentual com 94,8% dos resíduos coletados, os resíduos Classe B, com 3,1%, Classe C, com
2,1%. Portanto mais de 94% dos RCC coletados podem ser reutilizados ou reciclados.
2.4 RECICLAGEM DO RCC
A construção civil ao longo dos anos tem avançado na diminuição das perdas de
materiais, por meio de programas de redução de perdas e implantação de sistemas de gestão
da qualidade. O aproveitamento de RCC deve ser uma das práticas adotadas na construção de
edificações, visando um processo sustentável ao longo dos anos, proporcionando economia de
recursos naturais e minimizado o impacto ao meio ambiente. (SANTOS, 2008).
Segundo a Resolução CONAMA nº 307/02 reutilização é a aplicação do resíduo, sem
transformação. Já a reciclagem é o reaproveitamento do resíduo, após ter sido submetido à
transformação.
O potencial de reaproveitamento e reciclagem de RCC é significativo, quanto à
incorporação destes resíduos em determinados produtos tende a ser benéfica, já que
proporciona economia de matéria prima e energia. (SANTOS, 2008).
A utilização de agregados reciclados permite produzir materiais para construção que,
dependendo da tecnologia empregada, terão custos significativamente inferiores ao preço de
materiais disponíveis no mercado. (SILVA, 2007).
A reciclagem é uma atividade em constante ascensão e de grande importância para o
desenvolvimento do país. O uso de RCC para a obtenção de materiais de construção, como
blocos, tubos para drenagem, placas, sobre o ponto de vista industrial enfrenta diversas
dificuldades, devido a sua heterogeneidade, existe também o problema da contaminação dos
resíduos que pode inviabilizar a sua reciclagem e conseqüentemente o produto final. Esses
problemas podem ser evitados com a aplicação de técnicas racionais de construção e
demolição, e uma sistemática de coleta envolvendo a indústria da construção civil. (LIMA,
2005).
Apesar dos RCC possuírem uma composição muito variável, estes apresentam grande
potencial para a reciclagem, sendo a produção de agregados reciclados a sua maior utilização.
Em geral, os agregados reciclados são mais porosos, e apresentam menor resistência e maior
absorção de água do que os agregados naturais. (CABRAL, 2007).
Na Dinamarca, após a implantação da taxa de disposição de RCC em aterros, ocorreu
um aumento significativamente na média de reciclagem. Grande parte dos resíduos reciclados
20
são absorvidos na construção civil, como material de aterro e como sub-base e base de
estradas ou construção de espaços abertos. (SILVA, 2007).
Os agregados reciclados apresentam um custo de produção inferior aos agregados
naturais, sendo a escolha desse produto um ganho ambiental, uma vez que se deixa de extrair
matéria-prima natural e utiliza-se um tipo de resíduo que tem considerável participação nos
RSU. De forma geral, estes agregados apresentam grande potencial de utilização como
insumo na construção civil. (CABRAL, 2007).
Na Holanda, o interesse pela reciclagem surgiu após a intervenção governamental
através de altas taxas de disposição de resíduos em aterros públicos. (SILVA, 2007).
No Brasil a reciclagem de RCC é bastante recente, mas vem despertando a atenção dos
gestores urbanos pelas possibilidades que apresenta enquanto solução para a destinação dos
RCC e solução para a geração de produtos a baixo custo. (PINTO, 1999). Segundo o autor os
primeiros estudos sistemáticos foram realizados a partir de 1983 (PINTO, 1986), ocorrendo
na seqüência os estudos de Silveira (1993), Zordan (1997), Levy (1997), Latterza (1998) e
Lima (1999), além de uma série de outros estudos desenvolvidos em várias instituições de
pesquisa do País. (PINTO, 1999).
A reciclagem de pavimento asfáltico, foi introduzida no mercado de São Paulo no
início da década de 90, atualmente já é uma realidade nas grandes cidades brasileiras,
viabilizando a reciclagem tanto do asfalto quanto dos agregados do concreto asfáltico.
(SILVA, 2007)
Assim como as demais atividades, a reciclagem também pode gerar resíduos, cuja
quantidade e características dependerão do tipo de reciclagem escolhida. Esses novos resíduos
não são tão ou mais simples que aqueles que foram reciclados. Poderá ser mais agressivo ao
homem e ao meio ambiente do que o resíduo que está sendo reciclado. Dependendo de sua
periculosidade e complexidade, estes novos rejeitos podem causar novos problemas, como a
impossibilidade de serem reciclados, a falta de tecnologia para o seu tratamento, a falta de
locais para dispô-los e todo o custo que isso ocasionaria. (SILVA, 2007).
As propriedades de certos resíduos ou materiais secundários possibilitam sua aplicação
na construção civil de maneira abrangente, em substituição parcial ou total da matéria-prima
utilizada como insumo convencional. No entanto, devem ser submetidos a uma avaliação do
risco de contaminação ambiental que seu uso poderá ocasionar durante o ciclo de vida do
material e após sua destinação final. O resíduo triturado pode ser utilizado em pavimentação
de estradas, enchimento de fundações de construção e aterro de vias de acesso.
(RECICLOTECA, 2011).
21
O processo de reciclagem acarreta riscos ambientais que precisam ser adequadamente
gerenciados. A quantidade de materiais e energias utilizadas no processo de reciclagem pode
representar um grande impacto ao meio ambiente. Durante o processo de reciclagem utiliza-se
energia para transformar o produto ou tratá-lo de forma a torná-lo apropriado a ingressar
novamente na cadeia produtiva. (SILVA FILHO, 2005).
Para Silva (2007) a reciclagem de resíduos, assim como qualquer atividade humana,
pode causa impacto ambiental. Alguns fatores como o tipo de resíduo, a tecnologia
empregada, e a forma de utilização do material reciclado, poderão tornar o processo de
reciclagem ainda mais impactante do que o próprio resíduo antes de ser reciclado.
Nos países onde a reciclagem está mais consolidada, a utilização dos elementos e
materiais recuperados da construção civil é muito diversificada, estando, de acordo com as
imposições de mercado e com a sofisticação dos métodos utilizados para obtenção dos
resíduos, vale ressaltar: os métodos de gerenciamento de resíduos em canteiro, de demolição e
de processamento na reciclagem. (PINTO, 1999).
2.5 GERENCIAMENTO DO RCC
Os estudos realizados de forma geral verificou-se que a primeira coisa a ser feita para
obter um gerenciamento eficaz dos RCC é a realização, em âmbito municipal, de um amplo
diagnóstico sobre a sua geração, para com isso identificar o volume total gerado e as suas
principais características e propriedades. (BERNADES et al., 2008).
A Resolução nº 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
Estabeleceu diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de RCC é a medida mais
concreta existente no sentido de estimular um gerenciamento adequado e diferenciado dos
resíduos. A partir desta resolução, ficou estabelecido que os geradores de entulho deve ter
como objetivo prioritário à não geração de resíduos e, caso não seja possível, a redução,
reutilização, reciclagem e a destinação final. Além disso, todos os municípios devem instituir
Planos Integrados de Gerenciamento de Resíduos que abranjam tanto os projetos de gestão
elaborados para as construtoras, quanto o Programa Municipal de Gerenciamento, elaborado
para gerenciar os entulhos gerados em todo o processo construtivo. (OLIVEIRA et al., 2007).
De acordo com o Artigo 10 da referida resolução os resíduos da construção civil
deverão ser destinados das seguintes formas:
22
I – Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados; ou
encaminhados a área de aterro de RCC, onde deverão ser dispostos de modo a permitir sua
posterior reciclagem, ou futura utilização.
II – Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a área de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua posterior utilização ou
reciclagem.
III – Classe C: deverão ser armazenados, transportados e receber destinação adequada
em conformidade com as normas técnicas especificas.
IV – Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados
conforme com as normas técnicas especificas.
A Resolução nº 307 do CONAMA estabelece a necessidade de implantar uma rede de
serviço que possibilite a destinação correta por parte dos pequenos geradores e outras redes
destinados aos grandes volumes. As obrigações de cada um dos agentes devem estar
explicitadas em legislação municipal especifica (Plano Integrado de Gerenciamento dos
Resíduos da Construção Civil), participando o poder publico como gestor, cumprindo seu
papel com relação a o licenciamento de empreendimentos, no cadastramento de transporte, na
fiscalização dos agentes, na promoção de ações sócio educativo como também prover
soluções para pequenos volumes de RCC. Com relação ao sistema de limpeza urbana local os
geradores de resíduos devem ser diferenciados de acordo com o volume de resíduos gerados.
(CARELI, 2008).
É de responsabilidade dos Municípios – elaborarem o Plano Integrado de
Gerenciamento que incorpore o Programa Municipal de Gerenciamento (para geradores de
pequenos volumes), como também Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil – PGRCC – (para aprovação dos empreendimentos dos geradores de grandes volumes).
Quanto aos Geradores é de responsabilidade dos mesmos elaborar e implementar o PGRCC
com o objetivo de estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e destinação
ambientalmente correta no decorrer da construção da obra por meio de caracterização dos
resíduos e indicação de procedimentos para triagem, acondicionamento, transporte e
destinação, conforme estabelecido pela resolução do CONAMA, nº 307/2002. (GUERRA,
2009).
Ainda com relação aos pequenos geradores, provenientes de pequenas construções e
reformas em regiões menos centrais dos municípios, por principio devem ser definidas, no
âmbito do Programa Municipal de Gerenciamento, como um serviço público de coletas,
ancorado em uma rede de pontos de entrega, instrumento de ação pública, que expressa o
23
compromisso geral com a limpeza urbana, de forma consistente com as características dos
problemas encontrados nos bairros urbanos. (PINTO; GONZÁLES, 2005).
As ações destinadas aos geradores de grandes volumes de RCC, conseqüência, da ação
das empresas privadas de coleta, caracterizam-se claramente como uma ação de agentes
privados regulamentada pelo poder público municipal. Essas ações devem ser submetidas por
meio de projetos de Gerenciamento de Resíduos e dos compromissos com transportadores
contratados e deposição em áreas licenciadas, aos princípios e diretrizes contidos no Plano
Integrado de Gerenciamento e à ação gestora do poder local. (PINTO; GONZÁLES, 2005).
Na Tabela 3 observa-se resumidamente a responsabilidade do pequeno e grande
gerador.
Tabela 3 - Plano Integrado de Gerenciamento dos RCC e a distinção entre pequenos e grandes
geradores
PLANO INTEGRADO DE GERENCIAMENTO
DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
(Resolução CONAMA nº 307)
GERADORES DE PEQUENOS VOLUMES GERADORES DE GRANDES VOLUMES
Programa Municipal de Gerenciamento Projeto de Gerenciamento de Resíduos
Pequenos geradores descartam em áreas Grandes geradores auto-declaram compr-
cadastradas (Pontos de Entregas) omisso de uso de transportadores cadast-
rados e áreas de manejo incendiadas Fonte: Pinto e Gonzáles (2005).
Essa Resolução não leva somente em consideração as questões que são de
responsabilidade do poder público, municipal e Distrito Federal, que, como citado acima,
deverão preparar um Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
– PMGRCC – a fim de promover meios que possibilite a capacitação desses resíduos gerados
pelos pequenos geradores, e estratégia de gestão municipal que promova incentivo aos
grandes geradores. (GUERRA, 2009).
O volume de RCC gerado nas áreas urbanas precisa ser reconhecido e assumido pelos
gestores urbanos, como também a necessidade de soluções duráveis para absorção desses
resíduos. (LIMA, 2005). Segundo o autor a Gestão Diferenciada dos RCC é formada por um
conjunto de ações que corporificam um novo serviço público, visando à: capacitação máxima
dos resíduos gerados pela atividade da construção civil, através da constituição de redes de
áreas de atração, diferenciadas para pequenos e grandes geradores; Reciclagem dos resíduos
captados, em áreas perenes especialmente definidas para essa tarefa; alteração de
24
procedimentos e culturas, com relação à intensidade da geração, a correção da coleta e da
disposição as possibilidades de utilização dos resíduos reciclados.
Uma das cidades brasileiras que se destaca pelo tratamento que vem dando aos RCC, é
Belo Horizonte - MG. Após a instalação e funcionamento de algumas estações de reciclagem
de RCC, como também do trabalho de fiscalização e educação ambiental promovidos nesta
cidade, estima-se uma reciclagem de 8,8 mil toneladas/mês e conseqüentemente uma
produção de 5.500 m3 de agregados reciclados, com redução de 80% no custo da produção.
(OLIVEIRA et al., 2007).
2.6 PRINCIPAIS PESQUISAS REALIZADAS SOBRE RCC
Várias pesquisas já foram desenvolvidas com resíduos de construção civil visando o
seu aproveitamento na própria construção civil. A seguir comentamos os resultados obtidos
por alguns destes pesquisadores.
Pinto (1986 apud LIMA, 2005) pesquisou a utilização de entulho para a produção de
argamassas. Para realização da pesquisa ele coletou 33 amostras, distribuídas pelos depósitos
do resíduo na cidade de São Carlos, interior do estado de São Paulo. Os resíduos foram
separados de acordo com suas características granulométricas, em cinco categorias. Foi
analisado o comportamento como agregado na confecção de argamassas, comparando-o ao
uso da areia normal. O autor obteve bons resultados na resistência a compressão das
argamassas nos traços com presença de cal e atribui esse fato a dois fatores: à reação
pozolânica dos finos reativos dos resíduos, em presença da cal e a maior velocidade de
carbonatação.
Zordan (1997) abordou a reciclagem da parte mineral do entulho, utilizado como
agregado na confecção de concreto. Com esse material, produziu-se concreto em diferentes
traços e relação água/cimento, que foram ensaiados à compressão simples, à abrasão e a
permeabilidade, em idades distintas. Percebeu-se que à medida que se diminuiu o consumo do
cimento, a resistência à compressão se aproximou dos valores obtidos pelo concreto de
referência, enquanto que a resistência à abrasão mostrou-se melhor em todos os casos onde se
usou entulho como agregado. Os resultados apresentados indicaram que o entulho pode ser
utilizado como agregado, na confecção de concreto não estrutural destinado a infra-estrutura
urbana.
25
O estudo de Leite (2001) avaliou o comportamento de concreto produzido com
diferentes proporções de agregados miúdo e graúdo de resíduos de construção civil,
avaliando ainda algumas propriedades físicas dos agregados reciclados. Considerou-se a
influência de diferentes teores de substituição dos agregados miúdos e graúdos naturais por
reciclados e diferentes relação água/cimento sobre as propriedades do concreto no estado
fresco e no estado endurecido sendo submetida a testes de resistência à compressão,
resistência à tração por diametral e resistência à tração na flexão e modulo de deformação dos
concretos.
Os resíduos utilizados na pesquisa de Leite (2001) apresentaram em sua composição
grande quantidade de rochas natural (29,84%) seguido por argamassa (28,26%) e material
cerâmico (26,33%). Segundo o autor diante dos resultados apresentados conclui-se que o uso
de agregados é perfeitamente viável para a produção de concreto isso, com relação ao ponto
de vista das propriedades mecânicas avaliadas.
Angulo (2005) estudou a viabilidade do emprego dos agregados de resíduos de
construção e demolição reciclados em concretos. A porosidade dos agregados estudados bem
como, o comportamento mecânico dos concretos, foram também correlacionados com a soma
dos teores de aglomerantes e de cerâmicas vermelhas por serem os materiais mais porosos
presente nesses agregados. Os agregados contidos no intervalo de densidade d > 2,2 possuem
teores elevados de rochas e teores baixo de cerâmica vermelha, resultando em concretos com
comportamento mecânico semelhante ao dos agregados naturais analisados.
O estudo de Silva (2007) relata os resultados obtidos com a implantação das diretrizes
da resolução CONAMA nº 307 em um conjunto de obras de pequeno porte na região de Belo
Horizonte - MG. Para realização do estudo foram escolhidas três construções novas
(residencial, comercial e industrial) e uma obra de reforma.
Os estudos indicaram que os resíduos gerados nas obras de reformas chegam a 684
kg/m2, já nas obras de construções novas a média desses resíduos é de 97,75 kg/m
2. A
separação dos RCC no momento da geração proporcionou uma melhoria na organização, e
facilitou a sua reciclagem e a correta disposição final. Destaca-se ainda a possibilidade de
reaproveitamento de resíduos na própria obra, o baixo custo do seu gerenciamento (média de
0,22% para as construções novas) e o fato desta gestão não ter alterado o cronograma físico
das obras estudadas.
De acordo com Mariano (2008) no Brasil a geração de RCC, em novas edificações, é
de 300 kg/m2, enquanto que em países desenvolvidos é de 100 kg/m
2. A autora estudou o
gerenciamento de RCC com aproveitamento estrutural em uma obra com 4.000 m2 em
26
Curitiba - PR. Foi elaborado o plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PGRCC), que foi aplicado durante toda a fase de execução do empreendimento.
Constatou-se nos estudos de Mariano (2008), uma geração de resíduos inferior às
médias nacionais e próximas às médias internacionais. Os valores obtidos pelo concreto
variam de 6 MPa a 21,4 MPa, para a mesma mistura. O estudo evidenciou que a fabricação de
concreto estrutural com a utilização de agregados reciclados é possível, mas o custo em
relação ao concreto produzido com agregados convencionais é mais alto.
Freitas (2009) elaborou um diagnóstico da geração de RCC para o município de Batatais SP.
De acordo com os resultados desse estudo, o município teve uma taxa de geração per capita
de 1,18 kg/hab/dia, o que corresponde a 347,05 kg/hab/ano e 64,50 toneladas de RCC gerados
todos os dias no município, sendo menor do que os índices pesquisados em outros municípios
brasileiros. Os RCC gerados são compostos por mais de 99% de resíduo Classe A, sendo em
sua grande maioria concreto, areia e materiais cerâmicos favorecendo, portanto, o
beneficiamento em usinas de reciclagem.
27
3 MATERIAL E MÉTODOS
Nesta seção será apresentada a metodologia utilizada para serem atingidos os objetivos
da pesquisa. Apresenta-se também a caracterização da área em estudo e como foi
desenvolvida a pesquisa no município de Angicos – RN, para obtenção dos resultados.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O diagnóstico foi realizado na zona urbana do município de Angicos - RN localizado
na Zona do Sertão Central do Estado do Rio Grande do Norte (Figura 2). Está a 110 m de
altitude, distância em relação à capital 171 km, com população de 11.549 habitantes; área de
741.65 km2, equivalente a 1,40% da superfície estadual. O clima quente e semi-árido,
apresentando temperaturas médias anuais máximas em torno de 33oC e mínimas em torno de
21oC; umidade relativa média anual de 70%. (IDEMA, 2008; IBGE, 2010).
Figura 2 -. Mapa da localização do Município de Angicos.
Fonte: IBGE (2010).
28
3.2 LEVANTAMENTO DOS DADOS PARA ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO
SOBRE O USO DE RCC NAS CONSTRUÇÕES NO MUNICÍPIO DE ANGICOS-RN
Para alcançar os objetivos propostos foram realizadas duas etapas. A primeira
consistiu de um amplo levantamento bibliográfico sobre a reutilização de RCC na construção
civil. Concomitantemente foram realizados visitas às obras da cidade.
Foi escolhida uma amostra com 11 construções. Nessas visitas eram realizados
registros fotográficos e entrevistas com aplicação de um questionário de forma que se pudesse
obter o máximo de informação sobre o uso do RCC nas construções de Angicos – RN.
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE ANGICOS
4.1.1 Geração do RCC
Durante a realização das visitas às edificações observou-se que o RCC no município é
proveniente de pequenas construções e demolições de edificações, sendo a maior parte desses
resíduos gerados por demolição de edificações antigas e utilizados em construções novas.
Através do diagnóstico realizado percebeu-se também que os resíduos gerados no município
de Angicos se relacionam com a fase da obra: construção das edificações, reforma e
demolição de edificações.
Observou-se que na fase de construção das edificações o volume de resíduo tinha
relação direta com a etapa em que a obra se encontrava sendo a construção das paredes
responsável por uma pequena quantidade de resíduo, como pode ser observado na Figura 3.
Figura 3 - Fase de construção das paredes de uma edificação residencial.
Fonte: Autoria própria (2011).
30
Nessa fase da construção, o acabamento é responsável por grande variedade de sobras
de material que nem se quer chega a ser utilizado na construção. Na Figura 4 podem-se
observar sobras de materiais cerâmicos originários dessa etapa da construção.
Figura 4 – Resíduo cerâmico gerado na fase de construção (etapa de acabamento da
edificação).
Fonte: Autoria própria (2011).
Na fase de reforma constatou-se um grande volume de material resultante de
demolições parciais, sendo a sua grande maioria formada por resto de tijolos e argamassa
(Figura 5a). Na etapa onde não ocorre demolição parcial o resíduo apresenta uma composição
diferenciada sendo formada basicamente por pedaços de gesso, madeira, telhas, restos de
tijolos e plásticos (Figura 5b).
31
Figura 5 - Resíduos gerados durante a fase de reforma.
(a)
. (b) (a) Com demolição parcial; (b) sem demolição parcial.
Fonte: Autoria própria (2011).
Foi na fase de demolição onde se constatou o maior volume de resíduos sendo a
grande maioria composta por restos de materiais cerâmicos e argamassas, conforme
apresentado na Figura 6.
32
Figura 6 - resíduos provenientes da fase de demolição.
Fonte: Autoria própria (2011).
O processo de demolição de edificações pequenas é geralmente realizado de forma
manual, utilizando somente uma marreta, como pode ser observado na Figura 7.
Figura 7 - Processo de demolição de edificações pequenas.
Fonte: Autoria própria (2011).
33
Os resíduos provenientes de demolição do município de Angicos são gerados em
maior quantidade do que os oriundos de reformas e construção isso porque a cidade está
passando por transformações no setor da construção civil. Havia uma grande quantidade de
edificações antigas, sendo necessário fazer algumas demolições para que novas edificações
fossem construídas, com isso foi gerado grandes quantidades de RCC.
Pinto e Gonzáles (2005) estimam que em alguns municípios brasileiros diagnosticados
os resíduos de demolição e reformas são responsáveis por 59% dos resíduos gerados e 41% de
construções novas. Para o município de Angicos não foi possível quantificar os resíduos mas
qualitativamente pode-se afirmar que os resíduos oriundos de demolição são gerados em
quantidade bem maiores do que os resíduos de construção e reformas.
4.1.2 Transporte do RCC
No que diz respeito ao transporte desses resíduos gerados nas obras da cidade e
utilizados em outras obras, percebeu-se que geralmente são transportados por caminhões
caçamba e tratores da própria prefeitura municipal da cidade de Angicos. Em algumas
situações percebeu-se que o mesmo foi realizado com uso de carros fretados.
Na Figura 8 observa-se a coleta (Figura 8a) e a colocação do RCC no caminhão
caçamba (Figura 8b) para posterior transporte. Vale salientar, que mesmo quando utilizado
transporte em carros oficiais, a prefeitura municipal não se responsabilizou com a destinação
final desses resíduos.
34
Figura 8 - Transporte de RCC feito por caçamba e trator fretados.
(a)
(b)
(a) Coleta do material; (b) Colocação e transporte.
Fonte: Autoria própria (2011).
35
Especificamente nessa situação registrada na Figura 8, o transporte de resíduos era
realizado através de carro e máquina fretada pelo proprietário de outra construção existente na
cidade para utilização desse material em sua obra. O custo referente ao transporte desse
material foi à única despesa que o referido proprietário efetuou para obtenção do resíduo.
O transporte do RCC é feito geralmente por carros da prefeitura isso por que é
interessante para a prefeitura que a cidade permaneça limpa, mas não é de obrigação da
mesma retirar esse resíduo das ruas, isso é dever do gerador.
No município de Batatais – SP, o serviço de transporte dos RCC é realizado por quatro
empresas privadas especializadas nesse tipo de remoção, para realização desses serviços as
empresas dispõem de caçambas estacionárias metálicas com capacidade de 3 m3 e são
removidos por caminhões equipados com poliguindastes. (FREITAS, 2009).
4.1.3 Utilização do RCC
Em visitas realizadas às obras, constatou-se que os resíduos gerados eram utilizados
como aterro nos baldrames da própria obra. Observaram-se também situações em que os
resíduos eram gerados em nas obras, depositados no lixão da cidade e após algum tempo eram
trazidos de volta e utilizados em outras construções existentes na cidade sem que houvesse
nenhum tratamento prévio. Considera-se tratamento prévio aquele em que ocorre separação
dos RCC de outros materiais como, plásticos, papelão ou até mesmo de materiais que
constitui o próprio RCC como é o caso do gesso e madeira. Na Figura 9 observa-se que o
RCC foi usado como aterro nos baldrames das edificações juntamente com lixo.
36
Figura 9 - Utilização de RCC como aterro nos baldrames das edificações juntamente com
lixo.
(a)
(b)
(a) Chegada do resíduo do lixão; (b) Aplicação desse resíduo no baldrame.
Fonte: Autoria própria (2011).
37
Durante as visitas percebeu-se que somente em uma das construções ocorreu algum
critério para utilização desse material. Os profissionais responsáveis pela obra utilizavam os
RCC(s) juntamente com pedregulho, sendo a distribuição do material feita por camadas como
pode ser observado na Figura 10, que descreve todo o procedimento utilizado.
Figura 10 - Processo de utilização de RCC juntamente com outro material como aterro nas
edificações.
(a) (b)
(c) (d)
(a) e (b) Materiais utilizados no processo de aterramento da calçada; (c) processo de colocação dos materiais em
camadas; (d) finalização com a aplicação de uma camada de areia fina.
Fonte: Autoria própria (2011).
Na Figura 10(a) e 10(b) são apresentados os materiais utilizados no processo de
aterramento da calçada, sendo os resíduos da Figura 10(b) submetidos a processo de trituração
manual prévio. Na Figura 10(c) encontra-se o processo de colocação dos materiais em
camadas e por fim na Figura 10(d) a finalização com a aplicação de uma camada de areia fina.
Os responsáveis pela construção seguiram um critério onde o resíduo era distribuído
por camadas juntamente com o pedregulho para que se obtivesse uma melhor compactação
dos materiais.
38
A primeira camada foi composta por resíduo triturado, a segunda camada colocou-se
restos de tijolos de tamanhos diferenciados, a terceira camada usou-se pedregulhos sendo
nesta, feita uma compactação dos materiais e por último adicionou-se novamente o resíduo
triturado sendo em seguida feita a compactação dos materiais como um todo. A importância
de triturar o resíduo antes de usá-lo é porque diminui os espaços vazios entre os materiais de
tamanhos diferenciados, conforme apresentado na Figura 10(d).
Segundo os responsáveis pela construção o uso desses resíduos como aterro nas
edificações deve ser feito em conjunto com outros materiais sendo de grande importância para
a construção que se estabeleça um critério para utilização desse tipo de resíduo, caso contrário
pode ocorrer problemas futuros como rebaixamento do piso e conseqüentemente o surgimento
de buracos colocando em risco a vida útil da edificação.
A utilização RCC como aterro nas edificações é uma prática bastante comum em
Angicos como também em outras cidades brasileiras.
Em uma pesquisa realizada em Campina Grande na Paraíba foi constatado que os
resíduos gerados nas obras de edificações do município são utilizados como aterro nas
próprias construções sem critérios técnicos, transportados por agentes coletores ou
depositados em ruas ou aterros próximos às construções atraindo outros tipos de resíduos
como os domiciliares. Nóbrega (2002 apud LIMA, 2005).
A utilização desse resíduo acontece geralmente de maneira inadequada o responsável
pela construção não faz a separação desses restos de materiais sendo utilizado na construção
RCC juntamente com lixos que pode comprometer a vida útil da edificação.
4.2 CARACTERIZAÇÃO VISUAL DO RCC
Foi necessário caracterizar o tipo de RCC que era gerado na cidade de Angicos.
Realizou-se tal procedimento qualitativo de forma visual e percebeu-se que nos dos resíduos
usados como aterro das edificações, havia grande quantidade de matéria orgânica como:
papel, madeira e papelão. Como apresentado na Figura 11.
39
Figura 11 - Presença de matéria orgânica nos RCC, com detalhe para a presença de papelão.
Fonte: Autoria própria (2011).
Percebeu-se também na composição do RCC grande quantidade de material orgânico
como, plásticos. Pode-se atribuir essa origem, a resíduo adquirido no lixão próximo da cidade.
Em algumas construções foram encontrados lixo juntamente com os RCC esse material foi
adquirido no lixão e será utilizado nas edificações sem que haja nenhum critério do ponto de
vista técnico, conforme verfica-se na Figura 12.
40
Figura: 12 - Resíduo adquirido no lixão próximo de Angicos, com detalhe para a presença de
plásticos.
Fonte: Autoria própria (2011).
Observou-se também que em grande parte dos resíduos encontrados nos baldrames,
havia grande quantidade de sobras de materiais de construção como, tijolos, telhas, gesso,
concreto armado, ferro e alvenaria estrutural resultante de obras de construção, reforma e
demolição de edificações do município, como está apresentado nas Figura 13(a) e (b).
41
Figura 13 - Composição dos RCC usado nas construções de edificações.
(a)
(b)
(a) Sobras de telhas e tijolos; (b) Sobras de demolição já triturados.
Fonte: Autoria própria (2011).
Os resíduos gerados no município de Angicos apresentam composição bastante
diferenciada sendo composta essencialmente por materiais cerâmicos e argamassa, isso pode
ser confrontada com pesquisas realizadas em outros municípios brasileiros.
42
Na pesquisa realizada por Bernades et al. (2008) para o município de Passo Fundo –
RS foi constatado que os resto de tijolos, argamassa e concretos representaram os maiores
percentuais dos resíduos gerados por construções e demolições.
43
5 CONCLUSÕES
O objetivo geral desse trabalho foi realizar um diagnóstico para identificar de que
forma os resíduos gerados pela construção civil neste município estão sendo reutilizados.
Ainda dentro da pesquisa foram identificados os tipos de resíduos gerados, como são gerados
e de que forma estes estão sendo utilizados na obra. Partindo dessa assertiva e dos resultados
obtidos com o diagnóstico, conclui-se que:
Os resíduos gerados são provenientes de construção reforma e demolição das
edificações sendo a maior quantidade resultante de demolições de edificações antigas
predominando em sua composição sobras de tijolos e argamassa;
Observou-se que o transporte do RCC é feito por caminhão caçamba, trator da
prefeitura municipal ou carros fretados pelo proprietário da construção para onde o resíduo é
transportado;
Os resíduos gerados pelas obras de construção do município são utilizados na própria
obra como também em outras construções da cidade, em aterros, nos baldrames das
edificações, sem que ocorra nenhum tratamento prévio desse resíduo sendo utilizado
juntamente com lixo, colocando em risco a vida útil da edificação;
Os principais componentes dos resíduos utilizados como aterros nas edificações em
Angicos são: restos de tijolos, telhas, argamassa, concreto armado, madeira e gesso como
também plásticos e papelão oriundo do lixão da cidade.
44
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Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
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Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2008.
CARNEIRO, Fabiana Padilha. Diagnóstico e ações da atual situação dos resíduos de
construção e demolição na cidade do Recife. 2005. 131 f. Dissertação (Mestrado) -
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2005.
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45
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APÊNDICE A – Questionário aplicado para obtenção de informações sobre o RCC em
Angicos
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
CAMPUS ANGICOS
TIALISON ROMÃO DANTAS
1 GERAÇÃO DO RCC.
1.1 Como é gerado os Resíduos da Construção Civil (RCC) nas obras de Angicos?
1.2 Qual a fase da obra em que é gerada a maior quantidade de RCC?
1.3 Como é feita a demolição das edificações?
2 UTILIZAÇÃO DO RCC.
2.1 O RCC é utilizado na própria obra?
2.2 Onde e de que forma?
2.3 Se for utilizado própria obra, existe algum critério para utilizar esse material?
3 TRANSPORTE.
3.1 Como é transportado o RCC?
4 CARACTERIZAÇÃO DO RCC.
4.1 Quais são os tipos de RCC gerado no município?