diagnóstico logistico

35
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CURSO DE FARMÁCIA PATRÍCIA BOBSIN TEIXEIRA DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS EM UM ALMOXARIFADO MUNICIPAL CRICIÚMA, JUNHO DE 2010

Upload: mdssadm

Post on 25-Jul-2015

135 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Roteriro de diagnóstico logistico

TRANSCRIPT

Page 1: diagnóstico logistico

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

CURSO DE FARMÁCIA

PATRÍCIA BOBSIN TEIXEIRA

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DE

MEDICAMENTOS EM UM ALMOXARIFADO MUNICIPAL

CRICIÚMA, JUNHO DE 2010

Page 2: diagnóstico logistico

PATRÍCIA BOBSIN TEIXEIRA

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DE

MEDICAMENTOS EM UM ALMOXARIFADO MUNICIPAL

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Farmacêutico no curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador: Prof. MSc. Indianara Reynaud Toreti Becker

CRICIÚMA, JUNHO DE 2010

Page 3: diagnóstico logistico

PATRÍCIA BOBSIN TEIXEIRA

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DE

MEDICAMENTOS EM UM ALMOXARIFADO MUNICIPAL

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Farmacêutico, no Curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Assistência Farmacêutica.

Criciúma, 25 de junho de 2010.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Indianara Reynaud Toreti Becker – Mestre - UNESC

Orientadora

Profª. Angela Erna Rossato - Mestre – UNESC

Examinadora

Profª. Juliana Lora - Mestre – UNESC

Examinadora

Page 4: diagnóstico logistico

AGRADECIMENTOS

A Deus, por permitir que mais esta etapa da minha vida fosse cumprida,

mesmo com todas as dificuldades, tenho certeza que sempre esteve ao meu lado

em todos os momentos.

Ao meu marido Geison, por toda a paciência, pelo apoio, pelo incentivo, pela

compreensão da ausência e principalmente pelo carinho.

Ao meu filho Miguel, por toda a afabilidade mesmo com a minha ausência.

Aos meus pais Fernando e Angelita, que apesar das circunstâncias

acompanharam tudo passo a passo, e nas maiores dificuldades não mediram

esforços para estarem ao meu lado. A vocês minha eterna gratidão.

Aos meus sogros Pedro Miguel e Marlene, que mesmo de longe me

prestaram todo apoio necessário que esta etapa fosse vencida. Da mesma forma,

minha gratidão e admiração eterna.

Ao meu irmão Edson e minhas cunhadas Geisiane e Liziane, que apesar da

distância sempre se fazem presentes na minha vida. Vocês são muito especiais!

Meu agradecimento especial a professora MSc. Indianara, que muito mais

que uma orientadora, foi sempre uma amiga, e além de tudo uma eterna mestra.

Obrigada por tudo, principalmente pela confiança e pelo constante incentivo.

A todos os meus amigos e companheiros da graduação, pelo companheirismo

durante esta jornada.

A todos meus verdadeiros amigos, que estiveram comigo em todos os

momentos, partilhando incertezas e alegrias, dividindo o peso dos contratempos e

superando os problemas, as quais, sem “elas” eu não teria conseguido.

A todos os docentes do curso de Farmácia, da Universidade do Extremo Sul

Catarinense, que com toda dedicação repassaram seu vasto conhecimento durante

as aulas ministradas.

Obrigada também pelo apoio e incentivo de todos aqueles que não

mencionei, em especial meus companheiros de Almoxarifado, que se fizeram

presentes neste período e que direta ou indiretamente contribuíram para que este

trabalho fosse concretizado.

MUITO OBRIGADA!

Page 5: diagnóstico logistico

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DE

MEDICAMENTOS EM UM ALMOXARIFADO MUNICIPAL

(DIAGNOSIS OF THE STORAGE OF MEDICINES CONDITIONS

IN A MUNICIPAL STOCKROOM)

TEIXEIRA, Patrícia Bobsin1; BECKER, Indianara Reynaud Toreti2

1. Acadêmica do Curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense -

UNESC, Av. Universitária, 1105 - Bairro Universitário, CEP: 88806-000 -

Criciúma – SC.

2. Professora do Curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense -

UNESC, Av. Universitária, 1105 - Bairro Universitário, CEP: 88806-000 -

Criciúma - SC.

Autor Responsável: Indianara Reynaud Toreti Becker. E-mail: [email protected]

Page 6: diagnóstico logistico

RESUMO

Este estudo tem como objetivo diagnosticar as condições de armazenamento de

medicamentos em um almoxarifado municipal localizado no estado de Santa

Catarina. Trata-se de um estudo de caso, realizado no período de outubro de 2009 e

abril de 2010 através de observação participante. Os dados foram organizados

através do preenchimento de um formulário estruturado adaptado do roteiro de

diagnóstico previamente elaborado por Costa et al. (2006). Após o levantamento e a

analise dos dados obtidos pode-se afirmar que o espaço físico destinado ao

armazenamento dos produtos no Almoxarifado em estudo é insuficiente, a

organização interna é deficiente e áreas específicas como expedição, recepção e

deposição de produtos rejeitados são inexistentes. A associação das precárias

condições físicas do local a fatores como ausência de climatização, iluminação e

ventilação inadequadas, prejudicam as condições de armazenagem do

almoxarifado, comprometendo a estabilidade dos medicamentos. A forma de

estocagem dos materiais não garante sua identidade e integridade. O empilhamento

é executado de forma inadequada e os materiais são acondicionados nos estrados

sem critério de validade. O número de funcionários destinados as atividades

administrativas é insuficiente e estes não recebem treinamento e orientações. Deste

modo, pode-se afirmar que as precárias instalações físicas do setor associadas a

falhas na gestão e em recursos humanos ocasionam perdas de produtos e

medicamentos gerando prejuízo financeiro ao município e comprometimento do

estoque. Os resultados obtidos demonstram que as premissas exigidas pelas Boas

Práticas de Estocagem não são cumpridas no almoxarifado em análise,

comprometendo o gerenciamento e a qualidade dos medicamentos e materiais

estocados.

PALAVRAS-CHAVE: Assistência Farmacêutica. Armazenamento de medicamentos.

Almoxarifado.

Page 7: diagnóstico logistico

ABSTRACT

This study aims to diagnose the storage of medicines conditions in a municipal

storeroom located in the extreme south of Santa Catarina. This is a case study,

conducted from October 2009 to April 2010 through participant observation. Data

were organized by filling out a structured form adapted from the diagnostic guide

previously developed by Costa et al. (2006). The physical space for storage of

products is insufficient, the internal organization is deficient and specific areas such

as shipping, receiving and deposition of discarded products are nonexistent. The

combination of poor local physical conditions with factors such as lack of air

conditioning, inadequate lighting and ventilation, affect the storage conditions of the

stockroom, compromising the stability of the drugs. The material storage way does

not guarantee its identity and integrity. The stacking is performed improperly and the

materials are packed in pallets without validity criterion. The number of employees for

administrative activities is insufficient and they do not receive training and guidance.

Thus, one can say that the poor physical facilities in the industry associated with

failures in the management and human resources result in lost of products and

medicines causing financial loss to the manager and compromising of the stock. The

results show that the premises required by Standards of Storage Accommodation are

not met in the stockroom under consideration, compromising the management and

quality of medicines and supplies stocked.

KEYWORDS: Pharmaceutical Care. Storage of medicines. Stockroom.

Page 8: diagnóstico logistico

1. INTRODUÇÃO

A Assistência Farmacêutica representa hoje um dos setores de maior impacto

financeiro aos cofres públicos e a tendência de demanda por medicamentos é

crescente. A participação do gasto com medicamentos no gasto total do Ministério

da Saúde aumentou de 5,4% em 2002 para 10,7% em 2007, representando um

gasto total com medicamentos em ações ou programas de assistência farmacêutica

definidos no orçamento da União de R$ 4.631.183.876,06. (VIEIRA, 2009). Desta

forma, a ausência de um gerenciamento efetivo pode acarretar grandes

desperdícios. (CONASS, 2007).

A gestão de medicamentos para a rede pública de saúde constitui um ponto

falho para os governos, uma vez que a falta de um mecanismo eficiente de controle

impede a apuração das reais necessidades de abastecimento, estimando-se

orçamento em geral abaixo do necessário para cobrir toda a demanda da rede. Além

disso, a perda de medicamentos por expiração do prazo de validade, o descontrole

dos mesmos e a falta de rastreabilidade da movimentação desses medicamentos

pela rede, coloca o sistema público de saúde numa posição de fragilidade, sendo

sempre alvo de críticas e ataques por parte dos usuários. (LOPES, SOUZA &

FERREIRA, 2006).

Estima-se que aproximadamente 70% dos recursos investidos no Ciclo

Logístico da Assistência Farmacêutica são perdidos devido a preços e qualidade

inadequados, armazenamento incorreto, gerenciamento inadequado do sistema de

abastecimento, prescrição inadequada e falta de adesão ao tratamento. (BONFIM &

BERMUDEZ, 1999; LUIZA, AVELAR & DANELON, 2008).

Dentre os fatores que causam a perda e o desperdício de medicamentos,

destacam-se a programação inadequada e o armazenamento indevido. Assim, um

aspecto importante a ser considerado neste caso é a manutenção da estabilidade do

medicamento, ou seja, sua conservação por meio de uma estocagem adequada e

satisfatória durante o período de vida útil. Para tanto, a conservação da qualidade

dos medicamentos depende das condições de seu armazenamento, o que ressalta a

necessidade de enfatizar e recomendar a adoção dos procedimentos que venham

assegurar a qualidade dos medicamentos estocados. (LOPES, SOUZA &

FERREIRA, 2006).

Page 9: diagnóstico logistico

Para garantir a otimização de recursos faz-se necessário seguir as Boas

Práticas de Armazenagem de Medicamentos (BPA), que é um conjunto de

condições das instalações físicas e procedimentos básicos que visam assegurar a

qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos estocados, permitindo preservar

suas condições de uso. (BRASIL, 1990; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO

PAULO, 2003).

De acordo com Ministério da Saúde (1990), todos os produtos devem ser

armazenados obedecendo às condições técnicas ideais de luminosidade,

temperatura e umidade, com o objetivo de assegurar a manutenção das

características e qualidade necessárias à correta utilização. Os produtos devem ser

dispostos de forma a garantir as características físico-químicas, observação de

prazo de validade, e ainda a manutenção da qualidade. Por outro lado, o sistema de

distribuição deve permitir que os produtos cheguem a seu destino com qualidade e

de maneira rápida, devendo obedecer a rotinas preestabelecidas. (SERRANO &

MÁSCULO, 2001).

Estas afirmações sugerem fortemente que o investimento público para

aquisição de medicamentos torna-se um desperdício de recursos quando

empregado sem critérios. Isso também ocorre caso sua armazenagem se processe

em condição tecnicamente incorreta, e quando a rede básica não atende às

demandas provenientes da sociedade. (SERRANO & MÁSCULO, 2001).

Desta forma, levando em consideração o risco oferecido pelo armazenamento

inadequado dos medicamentos em centros de abastecimentos públicos, os quais

podem gerar danos a saúde da população geral e perdas econômicas ao poder

público, o presente estudo tem como objetivo descrever e avaliar o armazenamento

de medicamentos em um Almoxarifado Municipal de Saúde localizado no Estado de

Santa Catarina, abrangendo os aspectos relacionados ao quadro funcional, infra-

estrutura física e boas práticas de estocagem.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo de caso realizado em um almoxarifado municipal de

saúde localizado no Estado de Santa Catarina. O almoxarifado em questão é

responsável pelo armazenamento e distribuição de medicamentos e materiais

utilizados por todo sistema de saúde municipal.

Page 10: diagnóstico logistico

A técnica de coleta de dados constitui-se de observação participante,

realizada no período de outubro de 2009 a abril de 2010, em dias úteis, totalizando

uma carga horária de aproximadamente 580 horas. Os dados foram organizados

através do preenchimento de um formulário estruturado adaptado do roteiro de

diagnóstico elaborado pela coordenação de medicamentos, suprimentos e correlatos

do Ministério da Saúde para uma Central de Abastecimento Farmacêutica. (COSTA

et al., 2006).

O formulário adotou a seguinte abordagem: a) Informações Gerais e Quadro

Funcional; b) Setor Administrativo; c) Área de estocagem; d) Boas Práticas de

Estocagem. Os aspectos abordados pelo formulário encontram-se em consonância

com os critérios exigidos pelas legislações pertinentes.

A verificação das condições de temperatura e umidade do almoxarifado foi

realizada através de registros diários, em dias úteis, com a utilização de um

termohigrômetro cedido pela pesquisadora.

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres

Humanos da Universidade do Extremo Sul Catarinense, através do Parecer

Consubstanciado de Pesquisa nº 62/2010.

Aspectos relacionados à caracterização do local de estudo foram suprimidos

para garantia do anonimato do Almoxarifado avaliado.

3. RESULTADOS

3.1. Informações gerais e Quadro Funcional

O espaço destinado para o armazenamento de medicamentos no município

em analise é também utilizado para a estocagem de outros materiais, que

abastecem o sistema de saúde municipal, o que o caracteriza como um almoxarifado

ao invés de uma Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF).

O quadro funcional é composto por 01 farmacêutico, 01 supervisor

administrativo, 01 motorista, 01 auxiliar de serviços gerais e 08 auxiliares de

expedição. Não existe um serviço de segurança armada e, portanto não há

funcionários destinados para esta atividade. O farmacêutico responsável não está

presente em tempo integral. O almoxarifado não apresenta certificado de

Page 11: diagnóstico logistico

regularidade técnica, nem alvará sanitário. Não há um programa de treinamento de

recursos humanos.

Instalado em um prédio de aproximadamente 2.000 m2 de área construída, o

almoxarifado ocupa apenas 632,08 m2 desta área física, sendo os demais espaços

ocupados por outros setores municipais. O espaço disponível é dividido em área

administrativa (35,7 m2), refeitório (29,58 m2) e área de estocagem (566,8 m2),

estando ainda inseridos neste espaço um sanitário e um vestiário inativado.

O almoxarifado municipal localiza-se em rua totalmente pavimentada e de

fácil acesso. Embora não apresente fontes de calor externa, o edifício é circundado

por terrenos baldios em maus estados de conservação caracterizando desta forma,

fonte de contaminação. Não apresenta qualquer identificação ou sinalização,

inclusive numeração postal afixada, dificultando a sua localização por fornecedores

e transportadoras.

3.2. Setor Administrativo

O setor administrativo ocupa aproximadamente 5,64% da área total. Possui

boas condições de higiene, não apresenta sanitário e, embora as instalações

elétricas se apresentem em boas condições, o uso de extensores e adaptadores é

prática comum. A área interna encontra-se em bom estado de conservação e

adequada as condições exigidas para o setor. Quanto aos equipamentos apresenta

apenas 01 computador e telefone, os quais são submetidos a manutenções

corretivas quando necessário. Não existem equipamentos de impressão, fotocópia,

fax e encadernação. Apenas o supervisor administrativo executa as tarefas

gerenciais. O arquivamento de notas fiscais, autorizações de fornecimento e cópias

de contratos, licitações e pregões é realizado na área de expedição.

3.3. Área de estocagem

O espaço destinado à estocagem possui uma área ampla e está setorizada

em produtos de limpeza (91,5 m2), produtos para escritório e impressos (100,95 m2),

materiais odontológicos (39,27 m2) e materiais de enfermagem e medicamentos

(358,76 m2), conforme ilustrado nas figuras 01 e 02. Não há placas para

Page 12: diagnóstico logistico

identificação dos setores, nem barreiras físicas para separação dos materiais, sendo

esta mantida apenas pela disposição dos pallets.

Figura 01: Área de estocagem do Almoxarifado em estudo. (Abril, 2010).

Page 13: diagnóstico logistico

Figura 02: Setorização da área de estocagem do Almoxarifado em estudo. A) Setor de

limpeza; B) Setor de impressos; C) Setor de material odontológico; D) Setor de materiais

médico-hospitalares e medicamentos. (Abril, 2010).

A via de acesso à área de estocagem não dispõe de plataformas para

movimentação de materiais, oferecendo apenas uma rampa de acesso, a qual

oferece obstáculos para circulação com carrinhos para transporte de menores

volumes, ilustrado na figura 03a. Além disso, dispõe de uma pequena área para

estacionamento e de um curto espaço para manobras, impedindo desta forma o

adequado estacionamento dos caminhões no portão de descarga. (Figura 03b).

Figura 03: Via de acesso a área de estocagem do Almoxarifado em estudo. A) Rampa de

acesso; B) Área de estacionamento e espaço para manobras; (Abril, 2010).

O aspecto externo do edifício não é adequado, apresentando rachaduras e

infiltrações. As instalações não garantem a proteção contra entrada de insetos e

outros animais, sendo a presença destes evidenciadas no interior do almoxarifado. O

programa de controle de pragas encontrava-se desatualizado e janelas e

encanamentos são desprovidos de proteções. Outros aspectos relacionados às

instalações físicas observadas estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1: Descrição de aspectos relacionados às instalações físicas da área de

estocagem do Almoxarifado em estudo. (Abril, 2010).

Page 14: diagnóstico logistico

Instalações Físicas Situação Descrição das inadequações

Piso � Inadequado � Rachaduras e descamações do piso.

� Piso irregular de difícil limpeza.

Paredes � Inadequado � Infiltrações.

� Fragmentação e rachaduras.

� Estado higiênico inadequado.

� Paredes incompatíveis com a manutenção

da higiene.

� Pintura inadequada ou ausente.

Portas � Parcialmente

adequado

� Algumas são de madeira, quando deveriam

ser de alumínio.

� Não apresenta dispositivo de segurança

automático.

Teto � Inadequado � Presença de goteiras.

� Higiene e conservação inexistente.

� Constituído de telhas de amianto.

Instalações

Elétricas

� Parcialmente

adequado

� Não passa por manutenção periódica.

� Uso excessivo de adaptadores e

extensores.

Instalações

Sanitárias

� Parcialmente

adequado

� Comunicação direta com setor de

estocagem.

� Área administrativa e setor de estocagem

dividem o mesmo sanitário.

� Condições higiene precárias.

� Mal estado de conservação.

(Figura 4)

Page 15: diagnóstico logistico

Figura 04: Aspectos relacionados às instalações físicas da área de estocagem do

Almoxarifado em estudo. A) Piso; B) Paredes; C) Portas; D) Teto; E) Instalações Elétricas;

F) Instalações Sanitárias; (Abril, 2010).

A iluminação do setor é deficiente, com utilização de lâmpadas

incandescentes em alguns pontos e incidência direta de raios solares sobre os

materiais em determinados períodos do dia. A ventilação do ambiente é insuficiente,

Page 16: diagnóstico logistico

sendo realizada através de ventiladores instalados entre os corredores. Não há

exaustores ou outros equipamentos de climatização. (Figura 05).

Figura 05: Equipamentos de iluminação e ventilação da área de estocagem do Almoxarifado

em estudo. A) Lâmpadas incandescentes; B) Incidência de raios solares; C) Ventiladores

entre os corredores; (Abril, 2010).

A ausência de climatização no almoxarifado propicia grandes oscilações de

temperatura e umidade, os quais podem ser observados através dos registros

obtidos nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e abril, conforme Figuras 06 e 07.

Page 17: diagnóstico logistico

Figura 06: Variação da temperatura ambiente no Almoxarifado em estudo, nos meses de

dezembro de 2009 e janeiro, fevereiro e abril de 2010, segundo critérios estabelecidos pela

Farmacopéia Americana (2001).

Figura 07: Variação da umidade ambiente no Almoxarifado em estudo, nos meses de

dezembro de 2009 e janeiro, fevereiro e abril de 2010, segundo critérios estabelecidos por

Jato (2001), Marin et al., (2003) e Brasil (2006).

Quanto aos equipamentos utilizados, o almoxarifado não dispõe de

empilhadeiras, nem termohigrômetros. As atividades são realizadas com auxílio de

carrinhos para transporte de pequenos volumes improvisados, os quais são em

número insuficiente. As atividades relacionadas à expedição são realizadas com

auxílio de 02 computadores antigos, 01 impressora multifuncional, fax e telefone.

(Figura 08).

Page 18: diagnóstico logistico

Figura 08: Equipamentos utilizados da área de estocagem do Almoxarifado em estudo. A)

carrinhos para transporte de pequenos volumes improvisados; B) Equipamentos

relacionados à expedição; (Abril, 2010).

O almoxarifado em estudo não realiza a estocagem de medicamentos

termolábeis ou que exijam alguma condição especial de temperatura e de

medicamentos com controle especial, fazendo com que esta não disponha de áreas

especificas para este tipo de armazenamento.

Não existem manuais normativos de procedimentos e rotinas, da mesma

forma que não são executados programas de treinamento para os funcionários. Não

há uma padronização de uniformes dentro do ambiente de trabalho, nem a

obrigatoriedade da utilização de EPI’s. Os equipamentos destinados ao bem estar e

segurança dos funcionários são insuficientes e alguns se encontram em maus

estados de conservação.

Não há um controle eficaz da circulação de pessoas no interior do setor de

armazenamento. Há apenas um bebedouro instalado na área de estocagem, o qual

é compartilhado com todos os demais setores. O vestiário existente no espaço físico

da estocagem é utilizado para o armazenamento de produtos recicláveis e materiais

de limpeza. Encontram-se diversos recipientes espalhados pelo setor destinados ao

depósito de lixo, em sua maioria identificados e abertos.

Os extintores estão distribuídos de forma racional pelo edifício e sofrem

manutenção constante por uma empresa terceirizada, no entanto os funcionários

Page 19: diagnóstico logistico

não recebem treinamento quanto a correta utilização destes. As instalações físicas

não possuem um sistema de combate a incêndios automatizado.

O almoxarifado dispõe de uma área adaptada destinada a realização das

refeições dos funcionários localizada na parte superior do prédio.

3.4. Boas Práticas de Estocagem

As Boas Práticas de Estocagem estão diretamente ligadas à organização

interna do almoxarifado, a qual influencia sobre o fluxo das atividades

desenvolvidas. Pode-se observar que o almoxarifado em estudo apresenta

deficiências relacionadas á organização interna, quando consideradas suas áreas

básicas fundamentais.

3.4.1. Recepção

O almoxarifado em análise não possui uma área exclusiva para a recepção e

conferência dos materiais entregues. A recepção dos materiais é realizada na área

de estocagem, através do portão de acesso principal também utilizado para

expedição dos materiais. A área não é identificada e não possui procedimentos e

orientações fixadas ou disponíveis para consulta. Da mesma forma não são

efetuados registros de inconformidades ou de perdas de produtos.

Os medicamentos recebidos, em sua maioria, possuem documentos

comprobatórios do Controle de Qualidade. No entanto, estes não são analisados

pelos funcionários do setor uma vez que estes não possuem formação e orientação

para isso. Caso haja reprovação ou inconformidades com os materiais entregues,

estes são mantidos no mesmo local até a resolução do problema, uma vez que o

setor de estocagem não possui área de quarentena. Nestes casos, as não

conformidades são comunicadas ao supervisor administrativo e este dá seqüência

ao processo de solução do problema.

Após a recepção e conferência dos materiais, as notas fiscais são

encaminhadas para o registro de entrada e o controle de estoque destes produtos.

São registrados a quantidade recebida e data de entrada da mesma, sendo

ignoradas informações como lote e validade.

3.4.2. Estocagem

Page 20: diagnóstico logistico

Em relação ao acondicionamento dos materiais, estes estão dispostos em

prateleiras, organizados por ordem alfabética ou são depositados sobre pallets ou

estrados, sem contato direto com o piso. No entanto, os produtos posicionados

próximos as paredes estão apoiadas nas mesmas. (Figura 09). Não há uma

padronização do nome destes medicamentos, que ora são denominados da forma

genérica, ora por nome comercial. Não há uma seqüência lógica de armazenamento.

Produtos médico-hospitalares são armazenados junto com medicamentos. Não há

um sistema de organização nos pallets, como ordem alfabética, característica do

produto, rotatividade, etc.

Figura 09: acondicionamento dos materiais na área de estocagem do Almoxarifado em

estudo. A) Medicamentos dispostos em prateleiras, organizados por ordem alfabética; B)

Produtos depositados sobre pallets e apoiados nas paredes; (Abril, 2010).

Os produtos são acondicionados nos estrados sem critério de validade. O

sistema PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou outra forma de controle da

validade não é aplicado e, em decorrência, é comum o armazenamento e até a

distribuição de produtos vencidos ou com validade próxima. Informações como lote,

data de fabricação, data de entrada e data de saída não são observadas. Não há um

controle de estoque efetivo. O inventário é realizado com uma periodicidade

insuficiente e de maneira inadequada, uma vez que itens armazenados em grande

quantidade não são contados individualmente. O número total do item estocado é

definido através de uma estimativa baseada no volume ocupado.

Page 21: diagnóstico logistico

O empilhamento é executado de forma inadequada, uma vez que o limite

máximo de empilhamento é ultrapassado, ocasionando quedas e quebras de

materiais.

3.4.3. Área Produtos Rejeitados

A área de produtos rejeitados consiste em um pallet depositado nos fundos do

almoxarifado, de difícil acesso físico e visual, onde são depositados todos os

materiais inviáveis para consumo, como vencidos e com estabilidade afetada. Não

há identificação do local ou alguma barreira de separação física. (Figura 10). A

disposição final destes produtos é realizada por uma empresa terceirizada e o

Almoxarifado não dispõe de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de

Saúde (PGRSS). O almoxarifado em análise não registra o que é descartado e em

certas ocasiões o item rejeitado continua a fazer parte do estoque.

Figura 10: Área de produtos rejeitados do Almoxarifado em estudo. (Abril, 2010).

3.4.4. Expedição

As atividades relacionadas à expedição, não são desenvolvidas em área

exclusiva. A organização e a preparação dos pedidos ocorre em pallets dispostos

nas proximidades do portão principal, a mesma área utilizada para as atividades de

recepção. (Figura 11a).

A solicitação de materiais realizada pelas unidades de saúde apresenta as

quantidades em estoque e solicitadas preenchida manualmente pela enfermeira

Page 22: diagnóstico logistico

chefe responsável, a qual é assinada e carimbada. Freqüentemente as solicitações

apresentam-se rasuradas.

O pedido enviado pelas unidades de saúde é separado e embalado em caixas

de papelão reutilizadas não lacradas. (Figura 11b). Não ocorre a conferência dos

materiais e não há cuidado durante a montagem dos volumes com aspectos

relacionados a característica de armazenamento do produto, podendo comprometer

a integridade e qualidade dos mesmos durante o transporte.

Figura 11: Área de expedição dos produtos no Almoxarifado em estudo. A) Atividade de

expedição; B) Reutilização de caixas para embalagem; (Abril, 2010).

A relação dos produtos e quantidades fornecidas são impressas em duas

vias, assinados pelos responsáveis das unidades de saúde e arquivados no

almoxarifado.

3.4.5. Sistema Garantia da Qualidade

Os funcionários não recebem treinamento específico em Boas Práticas de

Estocagem e o setor não dispõe procedimentos operacionais padrões destinados a

qualquer atividade. Da mesma forma, não há um Manual da Qualidade. Somente

são realizados inventários físicos dos produtos, porém sem uma periodicidade

definida. Em média, realiza-se uma contagem de estoque anual.

A alimentação os funcionários não se restringe ao refeitório. Não há nenhuma

informação afixada ou repassada aos funcionários que alerte para a proibição de

comer, beber ou fumar na área de armazenagem, sendo estas práticas comuns

dentro deste setor. No entanto, os funcionários fumantes, por opção, somente

fumam na parte externa do almoxarifado.

Page 23: diagnóstico logistico

4. DISCUSSÃO

A qualidade do produto deve ser assegurada desde o recebimento até sua

entrega ao usuário, sendo este o principal objetivo do armazenamento, alcançado

através de condições adequadas e controle de estoque eficaz. (MARIN et al., 2003).

Quando o produto armazenado trata-se de medicamentos, sua qualidade, eficácia e

segurança somente são alcançadas se forem armazenados, transportados e

manuseados em condições adequadas, desde sua fabricação até a sua

dispensação. (ANSEL, POPOVICH & ALLEN JUNIOR, 2000; GOMES & REIS,

2001; MARIN et al., 2003; AULTON, 2005).

Embora não exista uma padronização que determine a área física de um

almoxarifado (BRASIL, 2006; MARIN et al., 2003) percebe-se que, no Almoxarifado

em estudo, esta é insuficiente quando se estabelece uma relação entre o volume de

materiais movimentados pelo sistema de saúde municipal e o espaço físico ocupado

por estes. Tal fato evidencia-se com o acúmulo de materiais em prateleiras e

estrados, o empilhamento excessivo de caixas e pacotes, a utilização de outros

espaços anexos ao prédio para estocagem dos materiais e a descentralização do

armazenamento de medicamentos.

A descentralização do armazenamento de medicamentos caracteriza-se pela

conferência destes no almoxarifado municipal e transporte imediato para outras

unidades responsáveis pela sua distribuição. Isto ocorre com produtos que ocupam

grandes volumes como medicamentos sob controle especial (BRASIL, 1998), leite

em pó, preservativos, reagentes laboratoriais, entre outros. Desta forma, têm-se

medicamentos e insumos armazenados em vários pontos no município, fato este

que dificulta o gerenciamento adequado dos mesmos, principalmente em aspectos

relacionados ao controle de estoque, a programação e condições de

armazenamento.

O espaço físico insuficiente, além de comprometer a organização e

gerenciamento dos materiais estocados, quando associado a fatores como ausência

de climatização, iluminação e ventilação inadequadas, prejudicam as condições de

armazenagem do almoxarifado.

A condição ambiental da área física onde os medicamentos se encontram

estocados atua diretamente sobre a estabilidade e a garantia da integridade destes

durante o seu período de vida útil. As alterações físicas tais como a mudança de cor,

Page 24: diagnóstico logistico

odor, precipitação ou turvação servem de alerta e indicam sinais de instabilidade no

medicamento, os quais devem ser observados. (BRASIL, 2006). Atenção especial

deve ser dada à temperatura ambiente, à luminosidade e à umidade, pois esses são

fatores ambientais extrínsecos controláveis, que têm ação direta na estabilidade dos

medicamentos. (LOPES, SOUZA & FERREIRA, 2006).

A temperatura recomendada para conservação de medicamentos deve estar

entre 20 a 22ºC (BRASIL, 1994), não devendo ultrapassar os 25ºC. (VECINA &

REINHARDT, 1998). Ressalta-se que cada dez graus de elevação de temperatura

correspondem à duplicação da velocidade dos processos de decomposição.

(BRASIL, 1994).

Segundo a Farmacopéia Americana (2001), a temperatura ideal para

conservação de medicamentos que não exijam condições especiais de temperatura

é de 20ºC, com uma variação aceitável entre 15 e 30ºC, desde que haja controle

freqüente através de termostato. No entanto, os registros de temperatura

encontrados (Figura 1) revelam que estas ultrapassam, principalmente nos meses

de janeiro e fevereiro, as recomendações estabelecidas. A literatura aponta que

essa constante variação de temperatura é prejudicial para garantia da qualidade do

medicamento podendo comprometer sua eficácia. (MARIN et al, 2003; BRASIL,

2004; BRASIL, 2006).

Contribui ainda com o aumento interno de temperatura do almoxarifado a

incidência direta de raios solares sobre os produtos, as precárias condições do teto e

paredes e a utilização de lâmpadas incandescentes, as quais são inapropriadas para

essa finalidade. (MARIN et al, 2003; BRASIL, 2006).

A temperatura é a condição ambiental que possui maior parte da

responsabilidade sobre as alterações e deteriorações dos medicamentos. Elevadas

temperaturas são contra-indicadas para medicamentos porque podem acelerar a

indução de reações químicas e ocasionar decomposição dos produtos, alterando a

sua eficácia e reduzindo seu prazo de validade. (GOMES & REIS, 2001; MARIN et

al., 2003; AULTON, 2005; BRASIL, 2006).

Para o controle da temperatura, é necessária a utilização de termômetros nas

áreas de estocagem, com registros diários em mapa de controle, registro mensal

consolidado, e elaboração de relatórios, com gráficos demonstrativos, para correção

de eventuais anormalidades. (LOPES, SOUZA & FERREIRA, 2006). No entanto, tal

Page 25: diagnóstico logistico

procedimento não é realizado no almoxarifado em avaliação, o que dificulta o

levantamento de possíveis fatores responsáveis pela perda dos produtos e não

proporciona uma visualização real das condições ambientais de estocagem do setor.

Estas informações, quando administradas corretamente, constituem uma forte

ferramenta para conscientização do gestor sobre a importância do armazenamento

adequado na garantia da qualidade dos medicamentos.

Outro fator que contribui na redução de qualidade dos produtos é a umidade

relativa do ar, que embora neste estudo encontra-se dentro das especificações com

pequenas oscilações, durante o período de análise (Figura 2), apresenta risco de

alteração em períodos do ano mais úmidos, já que não existe sistema para controle

de umidade no almoxarifado. Para tanto, o grau de umidade para o armazenamento

adequado de medicamentos não deve ultrapassar 70%. (JATO, 2001; MARIN et al.,

2003; BRASIL, 2006).

As precárias condições de armazenamento encontradas no almoxarifado

municipal comprometem a qualidade dos produtos estocados, especialmente dos

medicamentos uma vez que alterações físicas em xaropes e suspensões foram

observadas durante o período analisado.

Além do comprometimento da qualidade dos materiais estocados, as

instalações físicas do setor, ocasionam perdas de produtos e medicamentos,

trazendo prejuízo financeiro ao municipío e possível comprometimento do estoque

com posterior desabastecimento das unidades de saúde.

A irregularidade do piso proporciona a disposição inadequada de prateleiras e

estrados, ocasionando quedas e danificação de mercadorias. Perdas de vários

produtos por umidade, além de contaminação de materiais médico-hospitalares e

medicamentos por o acúmulo de pó e demais sujidades, associada ao visível

crescimento de fungos nas rachaduras das paredes também foram observados.

Algumas perdas estão relacionadas a falhas durante a realização das

atividades de estocagem. Foram observadas práticas de arremesso, arraste ou

deposição de peso sobre as caixas, por parte dos funcionários, ocasionado danos

visíveis aos medicamentos e demais materiais.

Um almoxarifado deve dispor de estrutura e profissionais habilitados de modo

a garantir a estabilidade dos medicamentos. (BRASIL, 1990; MARIN et al., 2003;

BRASIL, 2006; BRASIL, 2009a). No entanto, a inexistência de um programa de

Page 26: diagnóstico logistico

treinamento quanto ao manuseio e ao transporte adequado dos medicamentos aos

funcionários compromete a qualidade dos produtos e serviços realizados.

A possibilidade de melhorias nas atividades realizadas em um ambiente de

estocagem, em muitos casos, não exige a montagem, organização ou construção de

uma nova estrutura. Pode-se afirmar que, quase sempre é possível aprimorar a

estrutura física e organizacional já existente, alcançando-se bons resultados a partir

da qualificação dos recursos humanos envolvidos e da implementação de ações

devidamente planejadas. (MARIN et al., 2003).

Para tanto, a portaria nº 2.982 de 26 de novembro de 2009, a qual aprova as

normas de execução e de financiamento da Assistência Farmacêutica na Atenção

Básica, normatiza no artigo 5º um percentual anual de até 15% da soma dos valores

dos recursos financeiros estaduais, municipais e do Distrito Federal, os quais devem

ser destinados a atividades de adequação de espaço físico das Farmácias do SUS

relacionadas à Atenção Básica, à aquisição de equipamentos e mobiliário

destinados ao suporte das ações de Assistência Farmacêutica, e à realização de

atividades vinculadas à educação continuada voltada à qualificação dos recursos

humanos da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica. (BRASIL, 2009).

A organização é a base fundamental de sustentabilidade de qualquer serviço,

atividade ou sistema de produção de trabalho. Está diretamente relacionada com a

funcionalidade dos serviços, tendo por objetivo o gerenciamento eficiente e eficaz.

Um serviço organizado gera resolubilidade, otimiza tempo e recursos, além de

refletir positivamente na credibilidade da instituição, setor/serviço, sistema de saúde

e usuário, favorecendo a todos os envolvidos no processo. (BRASIL, 2006).

No almoxarifado em análise, problemas organizacionais foram identificados,

tais como organização interna insuficiente, identificação de setores e materiais

ausentes e/ou inadequadas e controle de estoque ineficiente.

Situações semelhantes forma encontradas na avaliação da Assistência

Farmacêutica no Brasil, organizado pela Organização Pan-Americana de Saúde

diagnosticou que, dentre as Centrais de Abastecimento Farmacêutico avaliadas,

apenas 32% das CAF municipais e 61% das CAF estaduais apresentavam registros

de estoque. Em ambos os casos, os resultados encontrados são insatisfatórios, uma

vez que se trata de uma informação fundamental para o controle de estoque. Com

isso, a programação e a aquisição de medicamentos tornam-se inconsistentes caso

Page 27: diagnóstico logistico

as informações de registro de estoque não sejam de qualidade, gerando prejuízos

econômicos e sanitários (OPAS, 2005).

A organização interna de um almoxarifado está condicionada as

características dos produtos a serem estocados. Deve ser bem sinalizada, de forma

que permita fácil identificação e visualização dos produtos e sua localização, bem

como processos inerentes a ela, de forma a impedir contaminações de fluxo. Esta

deverá constar de áreas que contemplem as necessidades do serviço, considerando

o volume e tipos de produtos a serem estocados. (MARIN et al., 2003; LOPES,

SOUZA & FERREIRA, 2006).

No entanto, a organização adotada pelo almoxarifado em análise não oferece

um fluxo seqüencial na disposição dos materiais ao longo do espaço físico de

armazenamento. É comum a disposição do mesmo medicamento, ou materiais com

características semelhantes, em locais distintos (diferentes estrados ou prateleiras),

muitas vezes ocasionados pela insuficiência do espaço físico. A disposição

inadequada dos materiais é agravada pela ausência de identificação das áreas de

estocagem. A localização dos materiais ocorre apenas pela identificação afixada no

próprio material, esta realizada por placas impressas ou manuscritas em folhas de

papel. A ausência de identificação externa padronizada ou legível proporciona a

troca de material, uma vez que caixas provenientes do mesmo fornecedor possuem

características semelhantes.

Outro fator que compromete o fluxo seqüencial de atividades na área de

estocagem é a inexistência de um espaço destinado exclusivamente a recepção e

expedição de materiais. Por dividirem o mesmo espaço físico, as atividades de

recepção e estocagem são confusas. Ainda no mesmo espaço são desenvolvidas

atividades administrativas, recepção de pessoal e conferencia e arquivamento de

notas fiscais, registros de entradas e saídas do sistema para controle de estoque.

Tal situação possibilita a ocorrência de erros e compromete o gerenciamento do

almoxarifado.

Conforme cita Viana (2002), a realização eficiente e efetiva de uma operação

de armazenagem depende muito da existência de um bom layout, cuja atenção

deve-se voltar para: espaço necessário, tipo de instalação adequada, distribuição

dos estoques nas áreas que melhor atenderão o consumo, meios de transporte, tipo

de controle a ser adotado e número de funcionários para manutenção dos estoques.

Dentre os vários aspectos abordados, porém, alguns merecem atenção especial: a

Page 28: diagnóstico logistico

manutenção da estabilidade dos medicamentos, a observância rigorosa dos prazos

de validade e o gerenciamento e controle do estoque. Não é possível aceitar o

desabastecimento de algum medicamento devido a negligências no gerenciamento

de estoque.

Durante o período de análise, observaram-se discrepâncias entre diferentes

itens estocados. Enquanto existem itens que sofrem freqüente desabastecimento,

outros se encontravam com estoque muito elevado. Supõe-se que tal fato é

explicado pela inexistência de um sistema de programação eficaz e de uma gestão

inapropriada do estoque.

Um grave problema ainda enfrentado pela gestão de almoxarifados está no

controle de entrada e saída de seus materiais e medicamentos. Sem um controle

efetivo de tudo que dá entrada nos estoques e de toda a saída de produtos, quase

nada se poderá fazer em relação à redução de desperdício e gerenciamento de

custos. (LOPES, SOUZA & FERREIRA, 2006).

Além do controle de entradas e saídas ineficiente, o inventário é realizado

com uma periodicidade insuficiente e de maneira inadequada. Deste modo, o

sistema de controle de estoque não traduz o estoque físico real com exatidão e não

pode ser utilizado como fonte confiável na programação de compras.

O gerenciamento do estoque também é prejudicado pela ausência de

padronização na nomenclatura dos materiais, que ora apresentam o nome comercial

do medicamento, ora nome genérico, conforme cadastro no sistema informatizado.

Como conseqüência, alguns materiais deixam de ser fornecidos às unidades

solicitantes.

Características como validade e lote não são levadas em consideração no

momento da estocagem dos medicamentos. Desta forma, a perda de medicamentos

e de outros materiais por expiração da validade pode ser observada durante o

período em analise. O armazenamento de produtos de lotes diferentes associados é

comum, impossibilitando o rastreamento de possíveis inconformidades.

O quadro de pessoal é insuficiente para as atividades envolvidas,

comprometendo as atividades gerenciais. Somado a isso a localização física do

setor administrativo proporciona um distanciamento do gerente das atividades

realizadas, impedindo a identificação das necessidades e dificuldades apresentadas

pelo setor de estocagem.

Page 29: diagnóstico logistico

A ausência, em tempo integral, do farmacêutico responsável, dificulta o

dimensionamento real das necessidades do almoxarifado, uma vez que este tem

como base o sistema informatizado e os inventários, para realização da

programação de medicamentos.

De acordo com o Manual de Boas Práticas para Estocagem de Medicamentos

(1990) o gerenciamento de um almoxarifado destinado a estocagem de

medicamentos e correlatos deve ser exercido por um profissional farmacêutico, por

ser exigida perante a legislação específica tal responsabilidade pela guarda de

medicamentos. O farmacêutico responsável deve receber o amparo dos órgãos

superiores necessário para um trabalho eficiente, como exigem as boas normas de

estocagem de medicamentos. Tal apoio é traduzido na autoridade e nos meios

adequados que cada um deve ter na esfera de suas atividades, para exercer, efetiva

e responsavelmente suas tarefas, recebendo os materiais e pessoal necessário.

(BRASIL, 1990).

O desperdício de recursos resultantes da ineficiência dos processos de

aquisição, de prescrição e dispensação, e pela inadequada qualidade e

armazenamento incorreto dos medicamentos é conseqüência da falta de

conhecimento dos profissionais envolvidos nas etapas do ciclo da Assistência

Farmacêutica. Nesse contexto, a ausência do farmacêutico na equipe de saúde e

inserido nos programas de gerenciamento dos medicamentos dos municípios é um

fator importante da fragmentação da execução das etapas do ciclo e da obtenção de

melhores resultados. (BERNARDI, BIEBERBACH & THOMÉ, 2006).

A responsabilidade técnica do almoxarifado de medicamentos deve ser

assumida por um farmacêutico, que tem a função de supervisionar e orientar as

atividades da equipe de trabalho. No entanto, uma equipe multidisciplinar composta

de enfermeiros, farmacêuticos, dentistas, médicos e administradores é capaz de

responder pela operacionalização das atividades, pelo cumprimento das

especificações técnicas e normas administrativas, pelo cumprimento da legislação

vigente e análise dos aspectos jurídicos, administrativos e financeiros, pelo sistema

de informações e pela gestão de estoque de forma mais eficiente. (MARIN et al.,

2003; CONASS, 2007).

Embora o gerenciamento deva ter um núcleo responsável, os profissionais da

rede devem ser envolvidos no processo de elaboração e de execução do plano

operacional. Em contrapartida, todo pessoal envolvido nas atividades de estocagem

Page 30: diagnóstico logistico

deve ser capacitado em Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição. (MARIN et

al., 2003; PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 2003).

A fiscalização das condições de armazenamento de estabelecimentos ligados

a área da saúde, bem como a normatização de outras atividades é de

responsabilidade da Vigilância Sanitária. No entanto, como a VISA responsável pela

fiscalização das atividades realizadas no Almoxarifado em analise é subordinada ao

município, esta não executa seu poder de fiscalização sobre o almoxarifado. Uma

alternativa para este impasse é o repasse da responsabilidade de fiscalização de

órgãos municipais a VISA estadual, a qual não possui subordinação ao município.

A efetividade desta fiscalização foi comprovada no estudo realizado por

Rossato (2008), onde no Diagnóstico dos Procedimentos Relacionados á

Assistência Farmacêutica das Farmácias Hospitalares dos Hospitais de Pequeno e

Médio Porte do Sul do Estado de Santa Catarina – Brasil, esta observou que a

maioria dos locais atende aos critérios preconizados pela ANVISA para o

armazenamento de medicamentos e poucos necessitam de pequenos ajustes, mas

trabalham para alcançá-los. Neste contexto, pode-se observar que quando se refere

ao armazenamento a Vigilância Sanitária é presença marcante nas instituições

(ROSSATO, 2008), o que faz com que estas se adéqüem ao solicitado pela

legislação, com risco de suspensão das atividades da farmácia caso contrário.

5. CONCLUSÕES

As condições de armazenamento encontradas no almoxarifado municipal

analisado comprometem a qualidade dos medicamentos e materiais estocados.

Ainda que se aperfeiçoe a organização interna do espaço físico, este é insuficiente

considerando o volume de materiais e não viabiliza uma estocagem adequada.

Para um armazenamento que garanta a qualidade dos produtos estocados

faz-se necessário, dentre outros, um aumento do número de funcionários, a

implantação de um programa de capacitação de recursos humanos, aquisição de

equipamentos para manutenção e controle de temperatura e umidade, além de

reorganização e ampliação do setor de estocagem.

Atenção especial deve ser dada ao gerenciamento dos estoques, com intuito

de diminuir as perdas e desabastecimento da rede municipal. Melhorias gerenciais

perpassam pela implantação de um sistema de padronização interna no cadastro de

Page 31: diagnóstico logistico

medicamentos, alimentação adequada e contínua do sistema informatizado de

controle de estoque, na organização do layout e na centralização da estocagem

municipal de materiais e medicamentos, que mais uma vez exige ampliação de

espaço físico do almoxarifado.

A adequação das condições ambientais internas do almoxarifado enquadra-se

como uma medida prioritária, a qual necessita de uma alta demanda de recursos

financeiros. Porém o custo benefício estabelecido por esta medida pode tornar-se

satisfatório com o aumento da efetividade dos medicamentos, e a redução dos

custos na aquisição de novos medicamentos que podem vir a substituir os

danificados, bem como na redução de custos investidos no tratamento de pacientes

afetados pela instabilidade e falta de qualidade destes medicamentos.

Para tanto, a curto prazo, a inserção de profissionais farmacêuticos no quadro

de funcionários do Almoxarifado Municipal analisado pode contribuir com a melhora

nas condições de estocagem dos produtos no espaço físico disponibilizado. Durante

sua formação acadêmica, o profissional farmacêutico é preparado para conhecer o

medicamento em todas as modalidades que o envolve, desde sua formulação até a

dispensação ao consumidor final. Todas as etapas do Ciclo Logístico da Assistência

Farmacêutica são de competência deste profissional, inclusive o armazenamento e a

distribuição adequada de medicamentos e correlatos, o que torna este profissional

tecnicamente mais preparado e habilitado para o desenvolvimento destas atividades

em comparação com profissionais ligados a outras áreas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANSEL, Howard c.; POPOVICH, Nicholas G.; ALLEN JÚNIOR, Loyd V. Farmacotécnica: formas farmacêuticas e sistema de liberação de fármacos. 6ª edição. São Paulo: Premier, 2000. AULTON , Michael E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2005. BERNARDI, Carmen L. B. De; BIEBERBACH, Emily Wagner; THOMÉ, Henrique Inácio. Avaliação da Assistência Farmacêutica Básica nos Municípios de Abrangência da 17aª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul. Saúde e Sociedade. v.15, n.1, p.73-83, jan-abr 2006.

Page 32: diagnóstico logistico

BONFIM, José Ruben Ferreira de Alcântara; BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Medicamentos e a reforma do setor saúde. São Paulo: ENSP, 1999. 236 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Central de Medicamentos. Boas Práticas para Estocagem de Medicamentos. Brasília, 1990. BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Guia Básico para a Farmácia Hospitalar. Brasília, 1994. BRASIL. Portaria n° 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Técnico sobre Substâncias e Medicamentos Sujeitos a Controle Especial. Brasília, DF, 1998. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE nº 398, de 12 de novembro de 2004. Determina a publicação do GUIA para a Realização de Estudos de Estabilidade. Diário Oficial da União; Poder executivo, de 16 de novembro de 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Assistência farmacêutica na atenção básica: instruções técnicas para sua organização / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. 2. ed.–Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BRASIL. Portaria nº 2.982 de 26 de novembro de 2009. Aprova as normas de execução e de financiamento da Assistência farmacêutica na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do Sistema Único de Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2009a. CONASS, CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE (BRASIL). Assistência Farmacêutica no SUS. 1. Ed. Brasília, DF: CONASS, 2007.

Page 33: diagnóstico logistico

COSTA, Claudner Luis da; LIMA, Fernanda Cordeiro de; MARTINS, Kelb Marcos Moreira. Proposta de Reestruturação da Central de Abastecimento Farmacêutico do Ministério da Saúde. 2006. 69 fl. Monografia (Especialista em Gestão Pública da Assistência Farmacêutica). Faculdade de Ciências da Saúde-Universidade de Brasília, Brasília. GOMES, Maria José Vasconcelos de Magalhães; REIS, Adriano Max Moreira. Ciências Farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2001. JATO, José Luis Vila. Tecnologia Farmacêutica: Aspectos Fundamentais Delos Sistemas Farmacêuticos Y Operacionais Básicos. Madrid: v.1; Sintesis, 2001. LOPES, F.S; SOUZA, I. A; FERREIRA, M.S. Gestão Técnico-Administrativa no Almoxarifado de Medicamentos do Ministério da saúde como proposta aos Estados. 2006. 104p. Monografia/Projeto (Especialização em Gestão Pública da Assistência Farmacêutica) Universidade de Brasília – UNB. LUIZA, Vera Lúcia; AVELAR, Fernando Genovez de; DANELON, Márcio de Carvalho. Assistência Farmacêutica: Desafios e Perspectivas. Revista Racine, São Paulo, v.18, n.102, p.42-62, fev. 2008. MARIN, Nelly; LUIZA, Vera Lucia; OSORIO-DE-CASTRO, Cláudia G. Serpa; SANTOS, Silvio Machado dos. Assistência Farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003. 334p. OPAS/OMS (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAUDE / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE). Ministério da Saúde. Avaliação da Assistência Farmacêutica no Brasil: Estrutura, Processo e Resultados. Brasília, 2005. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Saúde. Coordenação de Desenvolvimento da Gestão Descentralizada – COGest. Área Temática de Assistência Farmacêutica. Manual de Estrutura de Almoxarifados de Medicamentos e Produtos para a Saúde, e de Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição. CEFOR – SMS, São Paulo, 2003.

ROSSATO, Angela Erna. Diagnóstico dos Procedimentos Relacionados à Assistência Farmacêutica das Farmácias Hospitalares dos Hospitais de Pequeno e Médio Porte do Sul do Estado de Santa Catarina – Brasil. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Farmácia – Área de Concentração de Fármaco- Medicamentos, linha de pesquisa: Garantia da

Page 34: diagnóstico logistico

Qualidade de Insumos, Produtos e Serviços Farmacêuticos, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. ��SERRANO, Rossana Maria Souto Maior; MÁSCULO, Francisco Soares. Aquisição e armazenagem de medicamentos pelos serviços públicos de saúde. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFPB. Paraíba, 2001. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2001_TR10_0974.pdf. Acesso em 17 de maio de 2010. � UNITED STATES PHARMACOPEIAL CONVENTION. The united states pharmacopeia - USP 25 - NF 20 - the national formulary. Rockville: United States Pharmacopeial Convention, 2001. VECINA, Gonzalo Neto; REINHARDT, Wilson Filho. Gestão de Recursos Materiais e de Medicamentos. São Paulo: USO, 1998. VIANA, João José. Administração de Materiais – Um Enfoque Prático. São Paulo: Atlas, 2002.

VIEIRA, Fabíola Sulpino. Gasto do Ministério da Saúde com medicamentos: tendência dos programas de 2002 a 2007. Revista de Saúde Pública 2009; vol.43, n.4, pg. 674-681.

Page 35: diagnóstico logistico