diagnósticos diferenciais em nefropatia diabética gisele queiroz nefrologia - hcfmusp
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Diagnósticos Diagnósticos Diferenciais em Diferenciais em
Nefropatia DiabéticaNefropatia Diabética
Gisele Queiroz
Nefrologia - HCFMUSP

Nefropatia Diabética
Complicação comum do diabetes tipo 1 e tipo 2
Prevalência de micro ou macroalbuminúria em pacientes diabéticos é de cerca de 35%
Apresentação clássica na maioria dos pacientes: proteinúria (até síndrome nefrótica), hipertensão e perda lenta e progressiva de função renal

Quando suspeitar da presença de outra patologia glomerular
em diabéticos?
Curso clínico não compatível com a evolução
habitual da glomeruloesclerose diabética
Achado de hematúria de origem glomerular
Síndrome nefrótica com função renal normal
Glomerulopatia sem outras lesões de órgãos-
alvo

Diagnóstico Diferencial em ND
Estatísticas mostram prevalência variável de glomerulopatias em biópsias de pacientes diabéticos, com variações de 30 até 60% dos casos biopsiados.
A frequência do achado se correlaciona amplamente com os critérios utilizados para a indicação de biópsia (maior ou menor restrição na indicação)


Diagnóstico Diferencial em ND
Grupo italiano que levantou quase 400 resultados de pacientes diabéticos submetidos a biópsia renal entre 1977 e 2000 em vários centros italianos.
Os centros foram divididos entre aqueles que realizavam biópsias com maior frequência (unrestriscted biopsy policy centers - CUPs) e com menor frequência (restricted biposy policy center - CRPs).

Critérios para Bx renal em DM2
CRPs(centers in Torino and Novara-Italy):
- hematúria - sínd.nefrótica - proteinúria >2g/24h
na ausência de DR - rápida perda da
função renal - insuf. renal de origem
inexplicada
CUP(centers in Bergano-Italy)
- proteinúria>0,5g/24h sozinha ou associada com hematúria e/ou perda da função renal

Diagnóstico Diferencial em ND
Os achados foram divididos em: – Classe 1: alt. Glomerulares relacionadas ao diabetes
– Classe 2: alt. Relacionadas à hipertensão
– Classe 3: alt. Glomerulares não relacionadas ao diabetes (subdividas em classe 3a – com superposição com diabetes – e classe 3 b – sem superposição)



Conclusões
Os grupos não diferiam quanto ao grau de hipertensão, idade, sexo ou creatinina sérica
O grau de proteinúria era menor no grupo 2 (alterações da hipertensão) do que nos grupos 1 e 3 (diabetes e glomerulopatias). Entre os grupos 1 e 3, não houve diferença estatística.

Conclusões
As glomerulopatias mais frequentemente encontradas foram GN membranosa e nefropatia por IgA
Observou-se que a presença de hematúria e/ou proteinúria nefrótica, quando associada à ausência de retinopatia diabética, foi preditor de glomerulopatias em pacientes diabéticos tipo 2.

Casuística HC-FMUSP – Diagnósticos Diferenciais de
Nefropatia Diabética em 6 anos
Análise retrospectiva de prontuários dos
pacientes diabéticos submetidos a biópsia renal
no HCFMUSP
Indicação de biópsia: diabéticos com
apresentação / evolução atípicas
Entre 1999 e 2005, foram realizadas biópsias em
45 pacientes diabéticos com evolução de doença
sugestiva de glomerulopatias.

Casuística
N=45
Sexo (f/m) 23/22
Proteinúria (g/d) 5,41± 3,73 (0,4-14,9)
Creatinina (mg/dl) 2,8± 2,19 (0,6-8,9)
Hematúria (>10/c) 12 / 45 (26,7%)
Sd. Nefrótica 19 / 45 (42,2%)

Resultados
Pacientes agrupados de acordo com os resultados de biópsia:– Nefropatia diabética (ND)
– Nefropatia diabética associada a glomerulopatia (NDGP)
– Glomerulopatia isolada (GP)
– Não classificável: 2 casos de NTA + embolia de colesterol

Resultados
ND NDGP GP P (χ2)
Número 23 6 14
Idade 49,9±11,6 46,0±14,7 54,2±14,9 NS
Sexo (f/m) 12/11 4/2 6/8 NS
Insulina 18 / 23 4 / 6 3 / 14 0,01
Retinopatia 12 / 23 2 / 6 2 / 14 0,02
Creatinina 3,17±2,25 2,8±1,9 2,2±2,04 0,02
Proteinúria 4,98±3,5 6,1±4,2 6,3±3,7 NS
Hematúria 6 / 23 3 / 6 3 / 14 NS
Sd. Nefrótica 7 / 23 2 / 6 10 / 14 0,04

Resultados
• Distribuição de glomerulopatias
• NTA e embolia de colesterol: 2 casos
GP NDGP
IgA 0 5
GESF 5 0
GNM 6 1
DLM 2 0
GNMP 1 0

Resultados
Os principais motivadores de realização de biópsia renal foram hematúria, evolução rápida e síndrome nefrótica.
Mais de 50% dos pacientes biopsiados por evoluções atípicas apresentaram-se somente como nefropatia diabética isolada ao exame histopatológico.
75,8% dos pacientes com nefropatia diabética faziam uso de insulina

Resultados
Apenas 31% daqueles com nefropatia diabética (isolada ou em associação) apresentavam-se síndrome nefrótica ou hematúria.
As glomerulopatias diferiram na frequência conforme a apresentação:
– Se apresentação com hematúria: nefropatia por IgA mais frequente, associada a glomerulopatia diabética.
– Se apresentação com síndrome nefrótica: GN membranosa e GESF mais frequentes.

Conclusões
Principais fatores preditivos para glomerulopatias em pacientes diabéticos:– Ausência de retinopatia
– Não usar insulina
– Presença de síndrome nefrótica
– Função renal preservada

Conclusões Finais
A evolução atípica, principalmente quando relacionada a ausência de retinopatia, tem indicação precisa de biópsia renal em média 50% dos pacientes terão GP isolada ou associada ao quadro de nefropatia diabética.
A realização de biópsia renal deveria ser mais indicada benefícios decorrentes do diagnóstico correto, tratamento específico da glomerulopatia e avaliação prognóstica.

Bibliografia Consultada
Mazzucco et al, Amer J Kid Dis, Vol 39, No 4,
2002.
Mak et al, Nep Dial Transp, 16:1183-88, 2001
LeHir M, Kriz W, Curr Opin Nephrol
Hypertens, 16(3):184-91, 2007
Suzuli et al, Inter Med 40: 1077-1084, 2001