diário do comércio - como construir uma marca que seja lembrada pelos consumidores - 11 jun 15

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IMPRIMIR / GESTÃO Como construir uma marca que seja lembrada pelos consumidores SÃO PAULO, 11 DE JUNHO DE 2015 ÀS 06:00 POR ITALO RUFINO POR ITALO RUFINO As empresas precisam ter mais do que um bom discurso para cativar os clientes A Heineken, uma das maiores cervejarias do mundo, é reconhecida por suas ações de marketing e peças publicitárias – em 2014, a empresa foi uma das finalistas do prêmio Caboré, promovido pelo jornal especializado Meio & Mensagem. A cervejaria, que atua no Brasil desde 2010, tem como concorrentes grandes companhias, como Ambev e Brasil Kirin. Para se diferenciar das marcas rivais, a Heineken passou a investir em ações que proporcionam boas experiências aos consumidores para transmitir os ideais da marca. No ano passado, por exemplo, a empresa foi responsável pela revitalização do Beco das Garrafas, em Copacabana, no Rio de Janeiro. O reduto, formado por dois bares tradicionais da bossa-nova carioca, viveu momentos áureos na década de 60, com shows de artistas como Elis Regina, Wilson Simonal, Nara Leão e Jorge Ben. Porém, na década de 80, o local entrou em decadência – um dos bares virou um prostíbulo e o outro fechou as portas. Após a reinauguração (foto no início dessa reportagem), em setembro de 2014, o local foi reconhecido como Patrimônio Cultural da cidade do Rio de Janeiro. Além da reforma, a cervejaria ainda ajudou na curadoria de artistas que se apresentaram nos bares nos meses seguintes (veja um documentário sobre o Beco das Garrafas abaixo). 1 |PODCAST| Cuidado com os abusos na hora de cobrar os clientes 2 Pensando em demitir? Saiba como conter os custos com funcionários I T A L O R U F I N O I T A L O R U F I N O Repórter especializado na cobertura de Economia e Negócios Contato TEXTOS DO MESMO TEXTOS DO MESMO AUTOR AUTOR O que fazer para evitar que os melhores de sua equipe batam asas Os funcionários levam seus próprios equipamentos ao escritório? 5 passos essenciais para você manter a clientela por perto / MAIS LIDAS / MAIS LIDAS SÃO PAULO, 28 DE AGOSTO DE 2015 Buscar FALE COM A REDAÇÃO OLAVO DE OLAVO DE CARVALHO CARVALHO A oligarquia contra o povo IVONE ZEGER IVONE ZEGER Quando a “dona de casa” é o homem ECONOMIA NEGÓCIOS FINANÇAS GESTÃO LEIS E TRIBUTOS INOVAÇÃO TECNOLOGIA SUSTENTABILIDADE BRASIL VIDA E ESTILO TAXAS E COTAÇÕES OPINIÃO BLOGS converted by Web2PDFConvert.com

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IMPRIMIR

/ GESTÃO

Como construir uma marca queseja lembrada pelos consumidoresSÃO PAULO, 11 DE JUNHO DE 2015 ÀS 06:00 POR ITALO RUF INOPOR ITALO RUF INO

As empresas precisam ter mais do que um bom discurso paracativar os clientes

A Heineken, uma das maiores cervejarias do mundo, é reconhecida por

suas ações de marketing e peças publicitárias – em 2014, a empresa foi

uma das finalistas do prêmio Caboré, promovido pelo

jornal especializado Meio & Mensagem.

A cervejaria, que atua no Brasil desde 2010, tem como concorrentes

grandes companhias, como Ambev e Brasil Kirin. Para se diferenciar

das marcas rivais, a Heineken passou a investir em ações

que proporcionam boas experiências aos consumidores para

transmitir os ideais da marca.

No ano passado, por exemplo, a empresa foi responsável pela

revitalização do Beco das Garrafas, em Copacabana, no Rio de

Janeiro. O reduto, formado por dois bares tradicionais da bossa-nova

carioca, viveu momentos áureos na década de 60, com shows de

artistas como Elis Regina, Wilson Simonal, Nara Leão e Jorge Ben.

Porém, na década de 80, o local entrou em decadência – um dos bares

virou um prostíbulo e o outro fechou as portas.

Após a reinauguração (foto no início dessa reportagem), em setembro

de 2014, o local foi reconhecido como Patrimônio Cultural da cidade

do Rio de Janeiro. Além da reforma, a cervejaria ainda ajudou na

curadoria de artistas que se apresentaram nos bares nos meses

seguintes (veja um documentário sobre o Beco das Garrafas abaixo).

1 |PODCAST|Cuidado com osabusos na hora decobrar os clientes

2 Pensando emdemitir? Saibacomo conter oscustos comfuncionários

ITALO RUFINO ITALO RUFINO

Repórter especializadona cobertura de

Economia e Negócios

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O que fazer para evitar que

os melhores de sua equipe

batam asas

Os funcionários levam seus

próprios equipamentos ao

escritório?

5 passos essenciais para

você manter a clientela por

perto

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CHIARA MARTINI, DA HEINEKEN: AS EMPRESASPRECISAM MOSTRAR O SEU PONTO DE VISTA

“A Heineken acreditou que, além do valor histórico e cultural, o Beco

das Garrafas tinha coerência com os valores da marca, como música e

entretenimento”, afirma Chiara Martini, gerente de mídia e conteúdo

da cervejaria.

A exposição também foi relevante para a empresa. A ação gerou o

equivalente a cerca de R$ 6,3 milhões em mídia espontânea e muitas

postagens, fotos e comentários positivos nas redes sociais.

“Oferecer uma boa experiência

com conteúdo relevante pode

ser tão ou mais interessante do

que fazer propaganda de

produtos”, diz Marcelo Lenhard,

diretor da agência de live

marketing Hands, que

desenvolveu a campanha da

Heineken.

Lenhard também afirma que os

consumidores que vivem as

experiências propagam os ideais

da marca em seu círculo social.

“O que é mais eficiente do que

anúncios tradicionais, pois o

elogio virá de um amigo e não da

própria empresa.”

ATITUDES VALEM MAIS DO QUE PALAVRAS

Nos últimos anos, ganhou força um conceito que afirmar que, além de

investir em propagandas que emocionem, as empresas precisam

transformar o seu discurso em realidade. Essa tendência foi batizada

de storydoing.

“As empresas precisam desenvolver marcas que refletem a sua razão

de existência, que vão além de apenas entregar produtos e serviços”,

afirma Rodrigo Puga, sócio da consultoria de branding Top Brands.

“Essas empresas têm mais chances de cativar os consumidores.”

O QUE É UMA MARCA CORPORATIVA

Muito mais do que um nome ou logotipo estampado em um produto

ou numa fachada de loja ou fábrica, a marca sintetiza a expectativa do

consumidor em relação à empresa e gera valor aos seus produtos e

serviços.

De acordo com especialistas, atualmente, pequenas e médias

empresas têm acesso a tecnologias e processos industriais para

produzir produtos tão bons quanto os de grandes companhias. No

entanto, o que separa os dois segmentos é a força de suas marcas.

“Empresas com uma identidade consolidada transmitem confiança e

vendem também a sua credibilidade”, diz Puga. “E o consumidor está

3 Rebelde, prestativaou inocente. Qual éa personalidade dasua marca?

4 Conheça aspersonalidades queestão no alvo dasmarcas

5 Sete programas deempreendedorismopara mulheresdecididas a tersucesso

PAULO SAABPAULO SAAB

Ou acordam ou caem

GIBA UMGIBA UM

Economia, Política e

Estilo de Vida - 27/08

ROBERTOROBERTOFENDTFENDT

Lições da crise

ARISTÓTELESARISTÓTELESDRUMMONDDRUMMOND

Dignidade dos militares

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vendem também a sua credibilidade”, diz Puga. “E o consumidor está

disposto a pagar a mais por isso.”

Esse conceito pode ser facilmente percebido no mercado de bens de

consumo, em que há predominância de marcas tradicionais que

parecem imbatíveis, como o sabão em pó Omo ou a lâmina de barbear

Gillette. A marca é uma vantagem competitiva.

COMO CONSTRUIR UMA IDENTIDADE

O empreendedor precisa pensar na cultura da sua empresa. “Toda

empresa tem uma cultura, mas empresas de menor porte podem ter

dificuldade para identificar e organizar os seus valores”, afirma

Giancarlo Meneghini, diretor da consultoria de branding Ghana.

Para identificar esses pontos, o empreendedor pode fazer uma

pesquisa com diretores, funcionários operacionais e clientes de longa

data. Como eles veem a empresa? É uma organização rígida, formal e

com competitividade interna? Ou é flexível, despojada e com clima de

cooperação.

SAIBA MAIS: Tendências para construir marca em 2015

A empresa pode alinhar seus valores internos as expectativas de seus

clientes e as demandas do mercado em que atua. Neste momento, deve

deixar transparecer os pontos positivos da empresa. Uma indústria de

máquinas agrícolas, por exemplo, pode se posicionar como uma

empresa que honra fielmente seus prazos de entrega. Uma loja de

eletrônicos pode buscar ser reconhecida por causa de um

ótimo serviço de pós-venda.

Após formatar uma identidade, o empreendedor deve comunicar todos

os públicos que se relacionam com a empresa, como clientes,

funcionários e fornecedores. Conforme experimenta e acumula boas

experiências de compra, o consumidor passa a construir uma

percepção positiva da empresa, que conquista uma boa reputação.

Há também empresas que vão ainda mais longe e alinham sua marca a

causas nobres. É o caso da americana Tom Shoes, que vende sapatos.

A empresa foi fundada em 2006 pelo jovem texano Blake Mycoskie,

que ficou sensibilizado ao conhecer bairros da perifeira da Argentina,

onde crianças pobres andavam descalças.

Mycoskie, então, elaborou um modelo de negócio para fabricar

alpargatas e, com as sobras de material, desenvolver novos produtos

para doar para crianças carentes. Desde a fundação, a Tom Shoes tem

como marca distintiva a doação.

Uma empresa brasileira que segue o mesmo conceito é a Lema 21, que

comercializa óculos pela internet. A cada óculos vendido, a Lema 21

doa o custo de uma armação simples (cerca de 15 reais) para a

Laramara, associação sem fins lucrativos que presta atendimento a

deficientes visuais.

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“O dinheiro é usado para comprar lupas, bengalas e equipamentos

usados no aprendizado e desenvolvimento das pessoas atendidas pela

associação”, afirma Naomi Arruda, sócia da Lema 21.

Para a empreendedora, que já realizou trabalho voluntário na China e

no Nepal, a assistência faz parte da responsabilidade social da

empresa e de seus clientes. É uma forma de alinhar a atuação da

marca com atitudes de filantropia.

EVENTO NA ASSOCIAÇÃO LARAMARA, QUE RECEBE DOAÇÕES DA EMPRESA LEMA 21 PARAAJUDAR PESSOAS COM DIFICIÊNCIA VISUAL

SER TRANSPARENTE É FUNDAMENTAL

Um consenso entre os especialistas é que as empresas não devem

forjar histórias ou participar de ações que não condizem com suas

práticas somente para tornar a sua marca mais relevante ou simpática.

“Hoje, o consumidor confronta as marcas ao se sentir lesado por

propagandas falsas”, afirma Kito Mansano, diretor da agência de live

marketing Rock Comunicação e presidente da Associação de

Marketing Promocional.

Outro fator importante é que nem todas as empresas precisam ou

conseguem ter um propósito ou seguir uma causa. “O importante é

saber onde a marca pode atuar para mostrar seu ponto de vista”,

afirma Chiara Martini, da Heineken.

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Cosméticos e roupas feitos por marcas decerveja: o que isso significa?Heineken e Carlsberg mostram que empresas vendem

estilos de vida – e não produtos e serviços

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