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DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO AULA 1

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Page 1: DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO AULA

DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E

AVALIAÇÃOAULA 1

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Ser Professor

ABERTURA

Olá!

O professor do século XXI, deve ser um profissional da educação que elabora com criatividade conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade.

Nessa era da tecnologia, os professores devem ser encarados e considerados como parceiros/autores na transformação da qualidade social da escola, compreendendo os contextos históricos, sociais, culturais e organizacionais que fazem parte e interferem na sua atividade docente.

Cabe então aos professores do século XXI a tarefa de apontar caminhos institucionais (coletivamente) para enfrentamento das novas demandas do mundo contemporâneo, com competência do conhecimento, com profissionalismo ético e consciência política.

BONS ESTUDOS!

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REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta aula, conheceremos mais a fundo a profissão do professor.

A arte de ensinar é uma tarefa difícil demais para que alguém se envolva nela por comodismo, falta de fato melhor, ou porque é preciso auferir ganhos.

Devemos ter em mente que os professores exercem um papel insubstituível no processo da transformação social.

A formação identitária do professor abrange o profissional, pois a docência vai mais além do que somente dar aulas, constituiu fundamentalmente a sua atuação profissional na prática social.

Ao final da aula, você será capaz de:

• Perceber como se desenvolve e evolui a competência profissional do docente.• Identificar os pressupostos de uma formação articulada e prática.• Valorizar o processo de formação profissional como um beneficio para a carreira.

BOA LEITURA!

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Professores profissionais

Objetivos de aprendizagemAo final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

� Perceber como se desenvolve e evolui a competência profissionaldo docente.

� Identificar os pressupostos de uma formação articulada com a prática. � Valorizar o processo de formação profissional como um benefício

para a carreira.

IntroduçãoNeste capítulo, você irá estudar sobre o desenvolvimento e a evolu-ção das competências profissionais relacionadas à docência. Com esses conhecimentos, poderá identificar os pressupostos de uma formação capaz de articular teoria à prática e reconhecer o processo de formação profissional como um benefício à carreira docente.

O desenvolvimento e a evolução da competência profissional do docente

São incontáveis as variedades de profissões existentes em nossa sociedade, cada uma delas com um grau de complexidade, desafios e obstáculos. Tantas delas requerem uma precisão de ações, como um médico ao realizar uma cirurgia, em que um erro pode tirar a vida de alguém, engenheiros e arquitetos que realizam ações complexas para construir estruturas capazes de sustentar determinados pesos e que, se cometem algum equívoco, este pode causar o desabamento de prédios, tendo como resultado a morte de dezenas de pessoas.

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Para que todos esses profissionais chegassem à sua ocupação profissional, eles passaram pela ação dos professores. Assim, por mais que aparentemente essa profissão não exija tantos detalhes precisos imediatos para salvar uma vida ou planejar uma estrutura predial segura, o trabalho desse profissional, que ocorre por meio de um processo longo, afetará de modo positivo ou negativo a vida de crianças e jovens em formação, deixando consequências para toda vida.

A responsabilidade desse profissional o coloca diante de uma série de competências a serem desenvolvidas de acordo com a variedade de funções que realiza, e quanto mais avançamos nos campos da ciência, da tecnologia e da cultura, mais se espera desse agente transformador atuante no espaço escolar:

Os professores não podem ser vistos como técnicos ou burocratas, senão como pessoas comprometidas nas atividades de crítica e questionamento, a serviço do processo de libertação e emancipação. As pedagogias críticas desaprovam o papel docente de mero transmissor e executor das ideias de outros, em dívida com o paradigma do profissionalismo da eficácia tecno-crática. (JAUME, 2016, p. 58).

Muito além de um profissional técnico ou burocrata marcado pelo ensino tradicional, como mencionado acima, o professor contemporâneo tem como exigência o exercício de uma prática desenvolvida com criticidade, diálogo, compromisso e reflexão.

Assim como as transformações históricas e sociais acarretaram mudanças significativas no processo de formação dos professores, as expectativas em relação ao que se espera dos alunos também sofreram transformações.

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Ser competente para favorecer o desejo desaber dos alunos e ampliar seus conhecimentos

Além de projetar situações de aprendizagem bem estruturadas e sequenciadas que facilitem aos alunos a ampliação de seus conhecimentos, é necessário incorporar, entre os objetivos prioritários do ensino, a necessidade de despertar o desejo do saber dos alunos e de fazer com que estes se envolvam na atividade de aprender. Para alcançar esse objetivo, a primeira habilidade é que o docente esteja, ele mesmo, interessado no conhecimento que pretende que seus alunos aprendam. A segunda habilidade é relacionar o que é aprendido na sala de aula com aquilo que o aluno vivencia fora dela e, no movimento inverso, trazer para a sala de aula determinados acontecimentos e experiências ocorridos à margem do trabalho escolar. A terceira habilidade é ser capaz de facilitar o diálogo, a participação e a colaboração dos alunos. A elaboração de experiências atraentes de aprendizagem consegue atingir melhor seus objetivos quando leva em consideração os interesses dos alunos e, ao mesmo tempo, utiliza a ajuda e a colaboração mútua para avançar na aprendizagem. A última das habilidades é ter certa capacidade de inovação. A elaboração de situações de aprendizagens variadas e adaptadas ao contexto de cada turma exige flexibilidade mental, segurança emocional e criatividade.

Professores competentes para responder à diversidade dos alunos

A cada ano letivo há maior diversidade no corpo discente, o que torna ainda mais valiosa essa competência docente. O sucesso da resposta educacional para a diversidade do corpo discente é, no fundo, conjugar de maneira equilibrada a qualidade e a equidade no ensino, o que exige promover um conjunto de iniciativas amplas e coerentes para enfrentar os problemas básicos da educação escolar. A capacidade de o professor dar resposta à diversidade dos seus alunos é um dos principais fatores que garantem um bom ensino para todos eles. Os professores competentes em oferecer uma resposta educativa satisfatória ao conjunto de seus alunos são aqueles que projetam atividades com diversos graus de dificuldade, nas quais podem trabalhar diferentes alunos, que apresentam várias tarefas de maneira simultânea para 2 ou 3 grupos, que oferecem uma ajuda específica àqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem, que facilitam a colaboração ou a tutoria de alguns alunos que passam a ajudar outros e que ajustam sua avaliação às necessidades psicológicas e educacionais dos estudantes. A variedade de experiências educativas, a adequação da resposta pedagógica às necessidades de cada aluno e a vontade de facilitar que os alunos se ajudem mutuamente são os 3 indicadores fundamentais do domínio dessa competência pelos professores.

(Continua)

Quadro 1. Competências profissionais a serem desenvolvidas na prática docente.

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Estar preparado para incorporar a leitura na atividade educativa

Ler é uma das atividades mais completas, formativas e prazerosas à qual podemos dedicar nosso tempo. A leitura pode ampliar nossos conhecimentos, levar-nos para outros mundos, ajudar a conhecer aos outros e a nós mesmos e pode também fazer com que vivamos aventuras apaixonantes. A leitura tem enorme poder de fascinação e incorporá-la no processo habitual de ensino vai facilitar o interesse dos alunos, favorecer a aprendizagem, despertar sua criatividade e permitir que desfrutem das narrativas e das histórias. Quando os estudantes dispõem de vários tipos de narrativas, eles podem contemplar sua vida e a dos demais com outro olhar, podem enfrentar de outra forma os problemas, sentir-se mais motivados a pensar sobre eles e procurar alternativas. Para conseguir esses objetivos, é preciso que a escola se envolva ativamente nessa tarefa. E necessário que os alunos encontrem modelos adultos amantes da leitura, que percebam que ler é a atividade privilegiada da escola e que intuam que não é apenas uma tarefa da disciplina de língua, mas que compete ao conjunto dos professores e que se estende à própria família. A leitura deve ser uma atividade cuidada e valorizada por todos, com momentos específicos diários na escola e na família, cujo objetivo estratégico pode ser construir uma comunidade educativa de leitores. Mas, além disso, a leitura não deve estar concentrada em um único formato. A utilização de diversos tipos de textos, em diferentes suportes (papel, computador, multimídia), favorece o interesse dos alunos e a vinculação das suas atividades escolares com seu entorno familiar e social. E necessário que os professores sejam conscientes da importância da leitura e do seu valor na motivação e na aprendizagem dos alunos.

(Continuação)

(Continua)

Quadro 1. Competências profissionais a serem desenvolvidas na prática docente.

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Estar preparado para zelar pelo desenvolvimento afetivo dos alunos e pela convivência escolar

O desenvolvimento da vida afetiva dos alunos também é um dos objetivos importantes da educação escolar, mas isso nem sempre é considerado. Muitas vezes, os professores pensam que a educação emocional dos alunos deve recair quase exclusivamente no meio familiar, no qual os alunos devem encontrar sua referência afetiva básica. Em outras ocasiões, a preocupação dos professores com o equilíbrio afetivo dos alunos somente se manifesta quandopercebem que isso está atrapalhando a dedicação deles aoestudo. Entretanto, a educação afetiva deve ser um objetivoem si, que se deve incluir no projeto educacional das escolas ena ação pedagógica dos professores, uma vez que aponta paraum dos componentes principais do bem-estar do ser humano.As pesquisas recentes sobre o cérebro emocional confirmamas reações entre as emoções e os sentimentos, as habilidadescognitivas, a tomada de decisões e a construção da identidade.A competência emocional inclui o autocontrole, a compaixão, acapacidade de resolver conflitos, a sensibilidade para com os outros e a cooperação. O desenvolvimento afetivo dos alunos contribui para seu bem-estar e sua felicidade, mas também favorece uma atitude positiva diante da aprendizagem e um comportamentosensível frente às necessidades dos outros. Neste momento osprofessores precisam saber da importância de estar cientes dassuas possibilidades de intervenção nesse âmbito e tenham acompetência suficiente para intervir de forma satisfatória.

(Continuação)

A partir do aprofundamento de algumas das competências do Quadro 1 que evoluíram em consonância com o desenvolvimento profissional do do-cente no mundo contemporâneo, notamos que essas habilidades se integram e ressignificam as relações interpessoais nas salas de aula, as quais se tornaram espaços capazes de favorecer um desenvolvimento global do educando, não apenas na construção de conhecimentos que são frutos de um currículo, como também envolvendo aspectos socioafetivos, cognitivos e emocionais.

Quadro 1. Competências profissionais a serem desenvolvidas na prática docente.

Fonte: Adaptado de MARCHESI, 2008.

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Tão importante quanto nos aprofundarmos nos estudos sobre a evolução da com-petência profissional do docente é saber quais competências esse profissional deve desenvolver em seus alunos. Por isso, recomendamos a leitura de um relatório chamado Um tesouro a descobrir: Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Destacaremos abaixo os quatro pilares da educação propostos nesse documento (DELORS, 2010, p. 31):

Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente ampla, com a possibilidade de estudar, em profundidade, um número reduzido de assuntos, ou seja, aprender a aprender para se beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida.Aprender a fazer, a fim de adquirir não só uma qualificação profissional, mas uma qualificação mais abrangente. É a competência que torna a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Além disso, aprender a fazer no âmbito das experiências sociais ou de trabalho oferecidas aos jovens e adolescentes, seja espontaneamente, na sequência do contexto local ou nacional, seja formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.Aprender a conviver, desenvolvendo a competência do outro e a per-cepção das interdependências — realizar projetos comuns e se preparar para gerenciar conflitos — no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.Aprender a ser para desenvolver, o melhor possível, a personalidade e estar em condições de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal. Com essa finali-dade, a educação deve levar em consideração todas as potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas e aptidão para se comunicar.

Pressupostos de uma formação articulada com a prática

Antes de abordarmos sobre os pressupostos de uma formação de professores que visa à articulação entre a teoria e a prática, convidamos você a refletir sobre os seguintes aspectos. A formação médica se volta para a contribuição do sistema de saúde, assim como um advogado se forma para contribuir para defesa de direitos em variadas áreas em que se especializa.

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Quando falamos sobre os professores, veremos que esta profissão se destaca das demais pelo fato de que essa área cuida de seu próprio desenvolvimento para contribuir para todas as demais profissões, tais como medicina e direito, como mencionamos anteriormente.

Antes de se chegar ao momento de ingressar em estudos de preparação para diferentes profissões, esse indivíduo precisou passar pela preparação escolar formal, a qual encontra, em sua essência, a função de assegurar ao educando a construção de uma formação para o exercício da cidadania. Outro ponto a se destacar é que:

A situação de formação profissional do professor é inversamente simétrica à situação de seu exercício profissional. Quando se prepara para ser professor, ele vive o papel de aluno. O mesmo papel, com as devidas diferenças etárias, que seu aluno viverá tendo-o como professor. Por essa razão, tão simples e óbvia, quanto difícil de levar às últimas conseqüências, a formação do pro-fessor precisa tomar como ponto de referência, a partir do qual orientará a organização institucional e pedagógica dos cursos, a simetria invertida entre a situação de preparação profissional e o exercício futuro da profissão. As diretrizes que se seguem procuram avançar nessa característica, buscando tornar coerente a formação do professor com a simetria existente entre essa formação e o futuro exercício da profissão. (MELLO, 2000, p. 102).

Diante do exposto na citação acima, é necessário que a formação inicial dos professores facilite o acesso aos referenciais, às diretrizes e às normas legais, bem como aos documentos e às orientações voltadas para aspectos pedagógicos da educação pública básica. Nesse material, encontramos informações sobre a oferta de um currículo nacional que incentiva a interdisciplinaridade, a trans-versalidade, a contextualização e a integração de áreas em projetos de ensino. Falar em uma formação articulada e prática é falar sobre a conceituação do termo competência. O dicionário Webster (WEBSTER´S..., 1981, p. 63) define competência, na língua inglesa, como “qualidade ou estado de ser funcional-mente adequado ou ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidades ou força para uma determinada tarefa”. Esta se desenvolve em curso, algo a ser construído e acessado em momentos de ações e decisões em situações reais e imprevisíveis, como é o caso do dia a dia de uma sala de aula. Muito mais que um domínio dos conhecimentos da grade curricular a ser implementada, é exigido do professor intervenções e ajustes, demandando ações imediatas. O ensino-aprendizagem é um processo de se relacionar com um grupo permeado pela diversidade em um convívio que enfrenta as mais variadas situações e os conflitos que comumente não podem ser previstos. Para que o professor

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em formação se sinta integrado e familiarizado com esse campo de trabalho, é importante que desde o início de seu curso ele esteja diante da articulação entre teoria e prática (MELLO, 2000, p. 104):

A prática deverá estar presente desde o primeiro dia de aula do curso superior de formação docente, por meio da presença orientada em escolas de educação infantil e ensinos fundamental e médio ou de forma mediada pela utilização de vídeos, estudos de casos e depoimentos ou qualquer outro recurso didático que permita a reconstrução ou simulação de situações reais. [...] A importância da prática decorre do significado que se atribui à competência do professor para ensinar e fazer aprender. Competências são formadas pela experiência, portanto esse processo deve ocorrer necessariamente em situações concretas, contextualizadas. Mas é preciso cuidar para que não exista nova fragmentação. O termo prática na formação do professor tem três sentidos complementares e inseparáveis. O primeiro sentido refere-se à contextualização, relevância, aplicação e pertinência do conhecimento das ciências que explicam o mundo da natureza e o mundo social; em segundo lugar, identifica-se com o uso eficaz das linguagens como instrumento de comunicação e organização cognitiva da realidade natural e social; em terceiro, a prática tem o sentido de ensinar, referindo-se à transposição didática do conhecimento das ciências, das artes e das letras para o contexto do ensino de crianças e adolescentes em escolas de educação básica.

Sabemos que não são poucos os desafios para quem decide seguir os caminhos profissionais da docência. Assim, espera-se que, desde o início de sua formação, os futuros professores busquem uma instituição que tenha a oferta de uma preparação que articule os referenciais teóricos contextualizados com a prática.

A formação profissional docente como benefício para a carreira

É comum em nosso cotidiano a presença de alguns comentários sobre a pro-fissão de professor, em especial nos últimos anos, relacionando-a uma carreira desvalorizada, tanto por questões salariais, quanto pelo desgaste do sistema de ensino que absorve os problemas presentes na sociedade, como desajustes familiares, desigualdades sociais e violência. Em contrapartida, é notório que se trata de uma profissão essencial, já que prepara os educandos para o exercício da cidadania, assim como também é diretamente responsável pela formação profissional.

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Outro ponto a ser refletido é que, assim como em todas as profissões, há a variação salarial e os planos de carreira, além das diferentes áreas de atuação, como, por exemplo, o ensino básico público, particular, superior e técnico, além das modalidades presenciais e a distância.

Assim, é fundamental que o indivíduo que pretende seguir esse caminho profissional esteja informado sobre as questões acerca da área docente, pois além de vocação, há diversos aspectos a serem pensados que envolvem algo além dos conhecimentos específicos e pedagógicos construídos nas instituições que formam professores.

Analisando os aspectos referidos acima e havendo a vontade de seguir essa carreira, é o momento do professor ingressar sua formação, marcando o início de sua trajetória profissional, segundo Marchesi (2008, p. 38):

Apesar de a história profissional dos docentes começar no seu primeiro dia de aula, é preciso reconhecer, da mesma forma, que o tempo dedicado à univer-sidade é uma fase previa que inquestionavelmente incide em suas vivências posteriores. As razões pelas quais escolheram os estudos de maestros ou de professor, a formação que recebem, as experiências pelas quais passam nas escolas durante a fase de estágio, as reações com docentes já em exercício e as suas expectativas pessoais e profissionais vão configurando o embrião do seu futuro caráter profissional.

Tendo em vista as considerações acima, podemos considerar que, entre um grupo de professores em formação, veremos que cada um terá um aproveita-mento diferente devido à bagagem de experiências que obtiveram ao longo da educação básica e às perspectivas sobre o futuro, tais como suas expectativas e seus objetivos ao ingressarem na carreira docente.

Assim como um médico, por exemplo, deve acompanhar o avanço das descobertas científicas e os novos medicamentos que chegam ao mercado, enfim, investir em uma formação continuada para não se tornar um profissional desatualizado, os professores também não devem ficar restritos aos conteúdos curriculares e às suas transformações. Há de existir, entre os docentes, a mobilização de se continuar a aprendizagem em seus diferentes contextos, como aponta Bolzan et al. (2013, p. 53):

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Consideramos que o foco da formação de professores não pode estar restrito a pensar e discutir a organização do ensino e seus desdobramentos, mas antes de tudo está em mobilizar os sujeitos a continuarem aprendendo nos diferen-tes contextos de atuação. Isso inclui refletir na e sobre a prática pedagógica, compreender os problemas do ensino, analisar os currículos, reconhecer a influência dos materiais didáti cos nas escolhas pedagógicas, socializar as construções e troca de experiências, de modo a avançar em direção a novas aprendizagens, num constante exercício de prática reflexiva, colaborativa e coletiva. Trata-se de um processo caracterizado por tensões e desafios em contextos desconhecidos, nos quais os formadores buscam equilíbrio profis-sional. Para que isso ocorra, precisam conscientizar-se de que são sujeitos em permanente evolução e desenvolvimento profissional docente. [...] a formação de professores pressupõe a or ganização de um processo contínuo e sistemático que considere as exigên cias sociais, psicológicas, pessoais, contextuais e profissionais como parte do desenvolvimento profissional docente. Trata-se de um processo caracte rizado por tensões e aprendizagens em contextos desconhecidos, nos quais os formadores buscam manter coerência profis-sional. Para que isso ocorra, necessitam reconhecer seu inacabamento, ou seja, precisam conscientizar -se de que são sujeitos em permanente evolução e desenvolvimento, pois só assim construirão sua identidade profissional.

Assim, de acordo com as considerações acima, é de suma importância que os professores iniciem a sua carreira na docência refletindo sobre sua prática, que vai além de sua função institucionalizada. Sua trajetória deve envolver seu crescimento pessoal e profissional com vivências formativas, interativas e colaborativas.

Concluímos esse estudo enfatizando que investir na carreira demanda tempo, mobilização e compreensão e que, acima de tudo, os educadores são exemplos para seus alunos, portanto, quanto mais contínuas forem as suas formações, mais esses profissionais terão condições de oferecer uma educação de qualidade, compreenderão melhor os fenômenos presentes no cotidiano educacional, saberão lidar melhor com os conflitos e os desafios que a profissão impõe e terão mais possibilidades de alcançar espaços com melhores condições salariais e estruturais.

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BOLZAN, D. P. V. et al. Formação de professores: a construção da docência e da atividade pedagógica na Educação Superior. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 13, n. 38, p. 49-68, jan./abr. 2013.

DELORS, J. Um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Brasília, DF: UNESCO, 2010. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2018.

JAUME, C. Pedagogias do século XXI: bases para a inovação educativa. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2016.

MARCHESI, Á. O bem-estar dos professores — competencias, emoçoes e valores. Porto Alegre: Penso, 2008.

MELLO, G. N. de. Formação inicial de professores para a educação básica: uma (re)visão radical. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 98-110, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n1/9807.pdf> Acesso em: 20 fev. 2018.

WEBSTER’S third new international dictionary of the English language, unabridged. Springfield: G. & C. Merriam, 1981.

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PORTFÓLIO

CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

Vamos conhecer o perfil de professores que fazem parte da sua vida?

Procure entrevistar cinco professores, preferencialmente que possuam algo em comum, para que possam ser comparados.

Colete informações como

• Escola em que trabalham;

• Disciplina que ministram;

• Faixa etária da turma que lecionam, entre outras.

Após finalizar as entrevistas, analise e compare as respostas.

Procure assistir a uma aula de cada colega entrevistado e relacione a sua experiência na sala com o nível de informação coletada.

OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com no mínimo 20 linhas e máximo 35 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.

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PESQUISA

A palavra professor origina-se no latim e deriva do termo professus, que significa “pessoa que declara em público”.

O professor é, antes de tudo, alguém que sabe alguma coisa e ensina a alguém; contudo, as competências atribuídas ao exercício da profissão refletem os ideais de sociedade e de ser humano predominantes em cada período histórico, assim como as disputas e contradições presentes nos debates em torno dos objetivos da educação em cada época.

PESQUISA E REDAÇÃO.

Faça uma pesquisa sobre a profissão e descreva seus objetivos e sonhos em relação ao seu futuro profissional em uma redação sobre o seguinte tema:"Ser Professor"

N

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