dietas laxativa e obstipante
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DIETAS MODIFICADAS EM NUTRIENTES:
DIETA LAXATIVA E OBSTIPANTE
Profa. Claudia Regina FelicettiDisciplina: Dietoterapia Aplicada
FIBRAS ALIMENTARES
Definição: Tipo de carboidrato não-digeríveis, intrínsecos e inatos nas plantas.
CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS
Fibras solúveisPectinas, gomas, FOS, inulina e mucilagens Retardam o esvaziamento gástrico e o tempo de trânsito intestinalDiminuem a absorção de glicose e colesterol
Fibras InsolúveisCelulose, lignina e hemicelulosesAceleram o tempo de trânsito intestinal
FUNÇÕES DAS FIBRAS
Função local
Função mecânica
Função metabólica
1. FUNÇÃO LOCAL
A fermentação das fibras alimentares pelas bactérias
CÓLON
Ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) (ác.acético, butírico e propiônico, na proporção: 60:25:15)
Gases (hidrogênio, metano e CO2 )
Energia
1. FUNÇÃO LOCALProdução de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC);
Crescimento das bifidobactérias benéficas e protetoras do hospedeiro;
O ácido butírico é o principal substrato do colonócito;
Fundamental na absorção de água e cloreto de sódio (NaCl);
Importante na proliferação e diferenciação das células da mucosa (integridade da mucosa, produção de muco e redução do pH);
Efeito prebiótico
PREBIÓTICOS
DEFINIÇÃO: oligossacarídeos não digeríveis que promovem o crescimento seletivo de bifidubactérias e ácido lático no cólon.
EFEITOS: Retirada da amônia no cólon reduzindo a amônia plasmática;Produção de vitamina B e aminoácidos;Atividade imunomoduladoraRestauração da população microbiana.
2. FUNÇÃO MECÂNICA
Ação nas alterações patológicas da mucosa intestinal (cólon irritável, diverticulite, câncer colorretal, etc) que promovem diarréia e/ou constipação;
Efeitos: atrasos do esvaziamento intestinal, grau de hidratação das fezes e a remoção dos ácidos biliares secundários.
3. FUNÇÃO METABÓLICA
Redução da absorção dos lipídeos séricos e do colesterol;
Auxilia na redução da fração LDL-c;
Importante no controle glicêmico por retardar a absorção na glicose;
Capacidade antiinflamatória e antineoplásica (?)
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
Adultos20 – 35g / dia ou 10 a 13g de fibras para cada 1.000 kcal ingeridas
Idosos10 a 13g de fibras para cada 1.000 kcal ingeridas
Crianças acima de 2 anosIdade de criança + 5g/dia até os 20 anos de idade
38g/dia para homens e 25g/dia para mulheres
(American Dietetic Association – ADA, 1993)
(DRIs dos EUA, 2007)
IMPORTANTE:
PARA QUE AS FIBRAS
DESENVOLVAM SEU
PAPEL NA FUNÇÃO
INTESTINAL É
IMPRESCINDÍVEL O
AUMENTO DA
INGESTÃO HÍDRICA
DIETA LAXATIVADEFINIÇÃO
Dieta rica em fibras, principalmente as insolúveis
OBJETIVOPromover o aumento da excreção fecal e redução da pressão intracolônica
INDICAÇÃOObstipação intestinal,
neoplasias intestinais, hemorróidas, doença diverticular
Alimentos fontes de fibrasinsolúveis
Frutas (principalmente as cascas e bagaços)
Cereais integrais, farelos
Hortaliças (principalmente cruas)
Leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha)
ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS PARA DIETA LAXATIVA
GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS
ALIMENTOS EVITADOS
Pães, cereais, arroz e massas
Pão integral, macarrão e arroz integral, farelos, cereais matinais com fibras, centeio,
aveia
Cereais refinados, pão branco
Hortaliças e leguminosasHortaliças folhosas, brócole,
todas as leguminosasNenhum
FrutasAmeixa preta, laranja, mamão,
mexerica, melão, manga, pêssego
* ingerir com casca e bagaço quando houver
Frutas sem casca
Leite e derivados Todos Nenhum
Carnes, aves, peixes e ovos
Todos Nenhum
Gorduras, óleos e açúcares
Todos, sem excesso nenhum
OBSTIPAÇÃO INTESTINAL
Sinônimo: Constipação intestinal
Definição:Alteração do trânsito intestinal, mais especificamente do intestino grosso, caracterizada por redução do número de evacuações, com fezes endurecidas e esforço a defecação.
Sintomas: sensação de evacuação incompleta, fezes em sibilos, endurecidas e escuras, distensão abdominal, dor e esforço ao evacuar.
Causas comuns da Obstipação
Disfunção intestinal (diminuição da ação peristálica)Ingestão excessiva de alimentos refinados e fast foodsFalta de horários regulares para as refeiçõesUso de drogasUso crônico de laxativosSedentarismoFator PsicológicoDoenças do intestino grossoPouca ingestão hídrica
Instrumento importante para descobrir as
causas da obstipação intestinal é
anamnese alimentar detalhada.
DIETA OBSTIPANTE
DEFINIÇÃO:Dieta rica em fibras , principalmente as solúveis
OBJETIVO: diminuir o volume das fezes e prolongar o tempo de trânsito intestinal, auxiliar no alívio dos sintomas da diarréia e prevenir complicações como a desidratação e a perda de peso.
INDICAÇÃO: diarréia aguda e crônica (tempo maior que duas semanas)
Recomendações Gerais para dietaobstipante
Oferta de líquidos suficiente para repor e evitar desidratação;
Evitar alimentação que causem fermentação (fontes de lactose e sacarose;
Evitar o consumo de gordura e alimentos fontes de fibra insolúvel
Alimentos recomendados e evitados na dieta obstipante
GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS
ALIMENTOS EVITADOS
Pães, cereais, arroz e massas
Pães brancos, biscoitos água e sal, cereais refinados cozidos, macarrão, arroz branco
Alimentos integrais, produtos fritos, farelos
Frutas Banana – maçã ou prata, maçã sem casca ou raspada, sucos coados
Ameixa preta, laranja, mamão, mexerica, melão, manga, pêssego, abacate
Leite e derivadosLeites industrializados a base de soja, leite pobre ou isento de lactose
Leite de vaca e seus derivados, conforme
tolerância
Carnes, aves, peixes e ovos
Bifes tenros, frango sem pele, clara de ovo
Carnes gordas, preparações fritas ou a milanesa, gema de ovo, molhos gordurosos
Gorduras, óleos e açúcares
Sobremesas com pouco açúcar ou aquelas feitas com as frutas recomendadas, gelatina, utilizar adoçante
Bacon, sobremesas muito doces, produtos de confeitaria, doces cremosos, chocolate
DIARRÉIA
DEFINIÇÃODiarréia é o aumento na freqüência das evacuações (acima de 3 x / dia) com fezes semi-pastosa ou líquida, sendo normalmente acompanhada por perda excessiva de líquidos e eletrólitos (sobretudo Na e K).
Para o tratamento da diarréia é importante investigar a causa, para definir a conduta que melhor se aplique.
CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIA DA DIARRÉIA
TIPO DE DIARRÉIA ETIOLOGIA
Osmótica Presença no intestino de nutrientes inadequadamente absorvidos (ex.: deficiência de lactase)
Secretória Ocorre secreção ativa de eletrólitos e água pelo epitélio intestinal (ex.: intoxicação alimentar, enterotoxinas)
Exsudativa Associadas a lesões de mucosa, que levam àeliminação de muco, sangue e proteínas (ex.: colite ulcerativa)
Contato mucoso limitado Condições em que há exposição inadequada do quimo no epitélio intestinal (ex.: síndrome do intestino curto)
Diarréia persistente(+ 2 semanas)
Alimentos probióticosOrganismos vivos, com ação protetora, veiculados em alimentos. Esses organismos são componentes não patogênicos da flora intestinal humana que, quando ingeridos se aderem à mucosa intestinal e tornam-se úteis ao cólon. Ex.: lactobacilos, bifidubactérias encontrados nos leites fermentados.
Glutamina: Aminoácido fundamental como substrato energético para o enterócito (células de absorção da mucosa intestinal).
LEITURA COMPLEMENTAR
Livro: Dan Waitzberg, Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica, vol. 1, 3 ed., 2002.
Leitura do Capítulo 5 – “Fibras Alimentares e Ácidos Graxos de Cadeia Curta” pág. 79 – 92.
Caso Clínico
P.J., 56 anos, sexo masculino, administrador de empresas, chega ao seu consultório com queixas de dificuldade de evacuação, referindo ficar aproximadamente de 10 a 15 dias sem ir ao banheiro. O mesmo refere, ainda, ser hipertenso a 4 anos, controlada por medicamentos. Na avaliação nutricional:
CB = 36,1cm
PCT= 17,2mm
CMB= ?
Peso atual = 86kg
Altura= 1,70m
1. Qual o diagnóstico nutricional deste paciente?
2. Que dados são importantes para a anamnese alimentar?
3. Qual a conduta dietoterápica deve ser tomada?
Tópico Especial
DIETA RICA EM FIBRASDIETA RICA EM FIBRAS
Dieta balanceada rica em fibras solúveis e
insolúveis
Função: Normalizar o trânsito intestinal
Quando utilizar?Situações clínicas em que é necessário a regulação perfeita da função intestinal
* Em fase de remissão (estabilidade)
OSTOMIA:OSTOMIA: abertura a partir da superfície corpórea para o trato gastrintestinal para permitir a defecação.