direção defensiva

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DIREÇÃO DEFENSIVA INTRODUÇÃO 1. Prevenção de acidentes Prevenir acidentes é uma obrigação lançada aos ombros das autoridades de trânsito, mas, acima de tudo é um dever cívico e social de todo o condutor de veículo que, com a prática de direção defensiva, estará dirigindo com segurança. Dirigir com segurança requer a adoção de uma atitude, relativamente ao modo de guiar, conhecida como "dirigir na defensiva". A prevenção de acidentes de trânsito toma o motorista defensivo, determinado nas suas ações, sem torná-lo tímido nem cauteloso em excesso, cumprindo o que a lei determina. 2. Conceito Direção Defensiva é o conjunto de regras e cautelas usadas na condução de veículos, ou o ato de dirigir de modo a reduzir a possibilidade de se ver envolvido em acidente, ou envolver terceiros em acidentes de trânsito. 3. Métodos de prevenção Na prevenção de acidentes, deve-se atuar com medidas sobre o homem, o veículo e a via, que são os elementos básicos do trânsito. Existem meios de ação para atingir tal objetivo: a engenharia, o policiamento e a educação, sem os quais o trânsito seria desordenado e violento.

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Page 1: Direção defensiva

DIREÇÃO DEFENSIVA

INTRODUÇÃO

1. Prevenção de acidentes

Prevenir acidentes é uma obrigação lançada aos ombros das autoridades de trânsito,

mas, acima de tudo é um dever cívico e social de todo o condutor de veículo que, com a

prática de direção defensiva, estará dirigindo com segurança.

Dirigir com segurança requer a adoção de uma atitude, relativamente ao modo de guiar,

conhecida como "dirigir na defensiva". A prevenção de acidentes de trânsito toma o

motorista defensivo, determinado nas suas ações, sem torná-lo tímido nem cauteloso em

excesso, cumprindo o que a lei determina.

2. Conceito

Direção Defensiva é o conjunto de regras e cautelas usadas na condução de veículos, ou

o ato de dirigir de modo a reduzir a possibilidade de se ver envolvido em acidente, ou

envolver terceiros em acidentes de trânsito.

3. Métodos de prevenção

Na prevenção de acidentes, deve-se atuar com medidas sobre o homem, o veículo e a

via, que são os elementos básicos do trânsito.

Existem meios de ação para atingir tal objetivo: a engenharia, o policiamento e a

educação, sem os quais o trânsito seria desordenado e violento.

Page 2: Direção defensiva

a. Engenharia

O campo da engenharia é de fundamental importância para se dirigir com segurança.

Engenheiros, planejadores, administradores e muitos outros técnicos projetam e

implantam, nas vias públicas, dispositivos de segurança do trânsito; criam normas e

regras desta segurança; aperfeiçoam a mecânica, a estabilidade dos veículos, a

resistência a choques e capotagens, os freios, etc.. Para permitir aos usuários a maior

segurança possível.

b. Policiamento

Policiar significa vigiar, zelar ou reprimir, para o cumprimento da lei.

Deste modo, o policiamento do trânsito deve se manifestar orientando condutores e

pedestres, no sentido do cumprimento das leis específicas do trânsito; quando isto não

bastar, coibindo o abuso e punindo infratores para assegurar a tranquilidade do trânsito,

evitando a geração de acidentes.

Em caso de emergência, a polícia atua, de modo a auxiliar e socorrer acidentados.

Page 3: Direção defensiva

c. Educação

A educação visa orientar a população, desde a criança em fase pré escolar, instruindo

com respeito aos riscos do trânsito, às causas e consequências dos acidentes e,

principalmente, com atitudes corretas frente ao tráfego de veículos.

4. Velocidade de Segurança

Os condutores devem procurar transitar sem ultrapassar a velocidade estabelecida e

indicada na sinalização. Além de ser mais seguro, não atrapalha o fluxo. Não devem

reduzir, sem necessidade, a velocidade mínima permitida no local. Desenvolver,

desnecessariamente, velocidades inferiores às permitidas, pode conduzir à geração de

acidentes.

A velocidade compatível com a segurança é pois, aquela que permite ao motorista uma

reação que evite um obstáculo, um pedestre ou um outro veículo, permitindo-lhe uma

manobra de emergência, quando necessária, como frear ou desviar o veículo. A

velocidade de segurança permite, ainda, ao motorista, o total controle do veículo contra

derrapagens e hidroplanagem. Nunca deverá ser tão pequena que provoque

congestionamentos.

5. Percepção, reação e frenagem

Distância de percepção é aquela percorrida pelo veículo, desde que realmente ocorre o

perigo, até que o condutor o perceba.

Distância de reação é aquela que o veículo percorre, desde o instante em que o perigo é

visto pelo condutor, até aquele em que ele toma a atitude necessária (frear, desviar,

etc..)

Distância de frenagem é aquela que o veículo percorre depois de freado, até a parada

total.

Assim:

- a distância total para parar é igual à distância de percepção, mais a distância de reação,

mais a distância de frenagem.

De acordo com o que foi explicado, o tempo gasto até parar o veículo depende:

a. de sua atenção para permitir a rápida percepção;

Page 4: Direção defensiva

b. de seu estado físico para permitir seus rápidos reflexos, a fim de conduzi-lo a uma

ação imediata nos freios ou na direção, isto é, no controle do veículo;

c. do estado de seu veículo (freios, pneus, direção, etc. ...) e das condições da via, para

permitir frenagem eficiente; e,

d. principalmente, da velocidade imprimida ao veículo pois, quanto mais veloz, maiores

as distâncias por ele percorridas.

Conclui-se, então, que a segurança está condicionada ao desenvolvimento de uma

velocidade adequada e à manutenção da ordem mecânica do veículo, em conjunto com

um bom estado físico do condutor, que não lhe prejudique seu estado de atenção, nem

provoque lentidão de reflexos, que são reduzidos por sonolência ou estafa, por ingestão

alcóolica e pelo uso de drogas ou medicamentos.

6. Acidente evitável e inevitável

Acidente evitável é aquele que ocorreu porque o condutor deixou de fazer tudo que

poderia ter feito para evitá-lo. Direção defensiva é a medicação, então, recomendável.

É fundamental em segurança do trânsito e, em particular em direção defensiva, a ideia

de que os acidentes podem, na maioria dos casos, ser evitados. Assim, é de extrema

importância distinguir-se entre as medidas possíveis e as razoáveis que um motorista

pode tomar, com o fim de evitar acidentes de trânsito, para si ou para terceiros.

CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS À SEGURANÇA

1. Fatores condicionantes

A repetição de acidentes em determinados pontos de uma via é, frequentemente, um

forte indício da presença de condições que conduzem a riscos de acidentes. Como

exemplo, o traçado inadequado da via (lombadas, curvas, cruzamentos, insuficiência de

sinalização, defeitos no pavimento etc.) e deficiência da fiscalização, entre outros. São

as carências da via.

O condutor também tem suas carências que podem produzir acidentes, como seu estado

físico e mental, definido por negligência, imprudência, uso de drogas, ingestão de

bebidas alcóolicas, impulsos temperamentais ou mesmo, a simples distração. Acidentes

decorrentes das carências do condutor costumam se agravar, quando existem condições

externas que concorrem para diminuir a segurança, mas, não se concentram,

obrigatoriamente, em um trecho da via pública.

Page 5: Direção defensiva

2. Condições da via

Passemos a enumerar algumas condições da via que podem conduzir ao prejuízo da

segurança.

a. Os cruzamentos

Ruas e avenidas são o meio de circulação dos veículos de uma cidade; num cruzamento

entre duas ou mais vias, existem movimentos que não podem ser realizados ao mesmo

tempo, pois são conflitantes entre si. Deste modo, é necessário estabelecer-se alguma

forma de controle de direito de passagem, a fim de melhorar as condições de travessia

no cruzamento e reduzir riscos de acidentes, tanto entre veículos como entre veículos e

pedestres. Nas vias que apresentam baixos volumes de tráfego, os conflitos entre

veículos são, na maioria dos casos, facilmente resolvidos pelos motoristas, através de

uma regra simples: o primeiro chegar é o primeiro a atravessar.

No entanto, com o aumento do número de veículos, essa regra nem sempre é obedecida

e a disputa pelo direito de passagem pode ser, às vezes, motivo de desentendimentos e

acidentes. Para resolver este problema, estabeleceram-se regras para determinar as

preferências de passagem; assim, por exemplo, os veículos das ruas de maior volume de

tráfego, normalmente, impõem a preferência para atravessar, obrigando os veículos da

via secundária a parar e ceder a sua vez de passagem.

O Código Nacional de Trânsito regulamenta:

"quando veículos, transitando por direções que se cruzem, se aproximarem de local não

sinalizado, terá preferência de passagem o que vier da direita".

Quando há grande volume de tráfego na via principal, os veículos na via secundaria

sofrem grande demora, tendo que esperar durante um longo tempo para poder atravessar

o cruzamento. A fim de superar esta inconveniência é instalado um equipamento

semafórico, controlador de tráfego que, através de indicações luminosas, transmitidas

para motoristas e pedestres, alterna o direito de passagem de veículos e pedestres, em

intersecções de duas ou mais vias.

d. Curvas em geral

Curvas de uma via podem representar a causa de sérios acidentes, se o motorista não

tiver os cuidados e as técnicas necessárias para adentrá-las.

A força centrífuga que atua no veículo, quando numa curva, é tanto maior quanto menor

o raio de curvatura e maior a velocidade desenvolvida; consequentemente, a segurança

toma-se mais eficiente, se a velocidade for adequada à entrada na curva. Antes de entrar

em curva fechada deve o condutor diminuir a velocidade e manter-se o mais à direita

possível.

Page 6: Direção defensiva

c. As lombadas

Locais em lombadas nas vias de pista única e trânsito nos dois sentidos, são dotados de

elevada tendência para gerar acidentes, em virtude da carência de visibilidade; uma via

bem projetada não deveria contar com lombadas agressivas em pistas de sentido duplo,

porque são condições de alto risco.

Ao se aproximar de uma lombada, carente de visibilidade, jamais ultrapasse qualquer

veículo, ainda que a sinalização horizontal ou vertical ali exista.

Mesmo não havendo veículos à sua vista, no sentido oposto, a lombada poderá estar

ocultando o perigo de trânsito neste sentido. Ultrapassar nestas circunstâncias, seria uma

impudência, ainda que à frente sigam veículos lentos e pesados.

d. Pontes estreitas

Existe elevado grau de perigo oferecido pelas pontes estreitas, já que estas representam

uma descontinuidade à abertura da via e uma restrição no caminho dos veículos.

A manutenção de pontes estreitas deve acompanhar sérias medidas locais de segurança,

com intensa sinalização, luminosa se possível; é bom lembrar que junto a correntes

d'água, é usual a formação de nevoeiros que reduzem a visibilidade local, agravando os

riscos. A presença de nevoeiro faz elevar, ainda mais, os riscos que já existem num local

devido a outras condições desfavoráveis.

Ao transitar em declive, o mais das vezes extenso, provavelmente, o condutor se

defrontará com uma ponte. Tratando-se de uma ponte estreita, somente cruzá-la com

uma velocidade bem reduzida e quando houver certeza que nenhum veículo em sentido

contrário se tomará um perigo potencial.

Em declives com chuva ou, principalmente, nevoeiro, muito cuidado é exigido, pois

nesses casos uma ponte regular já é um grande perigo. Uma ponte estreita, então,

assume riscos elevadíssimos.

Page 7: Direção defensiva

e. carência de sinalização

Segundo pesquisas e estudos de acidentes, as rodovias têm uma grande participação em

acidentes de trânsito; as vias rurais, de sentido duplo de circulação, respondem até 30%

na geração de acidentes; já as rodovias de pistas múltiplas, mais seguras e adequadas,

contribuem somente até 18% nessa geração. Deste modo, é necessário muito cuidado e

atenção quando se dirige em ruas, avenidas e vias rurais de pista única, que são menos

seguras.

A sinalização prevê e garante a segurança no caso de condições adversas: efeito

obscuridade (à noite), efeito crepuscular (manhãs e tardes) e em lombadas de má

visibilidade. Em condição de segurança, obedecer sempre à sinalização.

f. Rodovias sem separadores

As boas características de um projeto de rodovia, juntamente com dispositivos

complementares, proporcionam aos usuários as necessárias condições que garantam a

segurança do tráfego.

Vias expressas ou rodovias alargadas para comportar altos volumes de tráfego, às vezes

não possuem a instalação de separadores físicos, como barreiras, defensas ou canteiros

centrais; nos centros urbanos nem sempre é possível implantar separadores físicos.

Trechos assim, são extremamente propensos a choques frontais e abalroamentos, e neles

o condutor deverá dirigir com bastante atenção e cuidado.

g. Rodovias sem acostamento

Um trecho viário sem acostamento representa uma secção que reduz a segurança.

Nestes locais os condutores sentem como se houvesse um estreitamento da via. A falta

de acostamento afeta, pois, a segurança e aumenta os riscos e perigos aos usuários.

Do mesmo modo, acostamentos mais baixos que os pavimentos provocam o efeito

Page 8: Direção defensiva

degrau, de alto risco, quando veículos semi desgovernados, momentaneamente,

adentram o acostamento ou vice-versa.

h. Via em obras

Um trecho em obras de melhoramento, reparos ou conservação, acentua os riscos de

ocorrência de situações perigosas e, portanto, de possíveis acidentes, pela participação

de homens e máquinas sobre as pistas e a redução da faixa carroçável. A segurança dos

usuários deve ser resguardada, através de desvios de qualidade, sinalização adequada,

barreiras, controle de circulação etc. Não havendo estas condições de segurança, o

condutor deve transitar com baixa velocidade, e redobrada atenção, para evitar colisões

e atropelamentos.

i. Outras carências da via

Quando é precária a manutenção de ruas e estradas ou em locais com falhas de projeto,

existe um risco elevado de geração de acidentes. Uma pista esburacada e mal sinalizada

agrava as condições de segurança, aumentando o risco de acidentes.

Vegetação alta, encobrindo a sinalização existente, é fator de risco. Nestes locais dever-

se-á desenvolver menor velocidade para manter a segurança do percurso, aumentando a

atenção e o cuidado, enquanto perdurar a situação.

3. Conduta do motorista

a) É de elevada importância a conduta do motorista ao dirigir na via pública, com o fim

de não se tomar um causador de acidentes e de estar apto a defender-se contra possíveis

distúrbios causados por outros.

Contam as estatísticas de trânsito que o homem é o maior fator causador de acidentes.

Deste modo, de uma conduta adequada se pode esperar a maior redução dos alarmantes

números que marcam os acidentes no Brasil.

O condutor deve manter seus reflexos em harmonia e dirigir sempre com a máxima

atenção.

Os reflexos são mais lentos quando o condutor estiver desatento, sonolento, estafado,

alcoolizado, drogado, indisposto ou doente. O "stress", a tensão emocional e o estado

Page 9: Direção defensiva

psicológico deprimido conduzem, também, à redução dos reflexos. Até mesmo os

impulsos de violência são prejudiciais. Com a idade o homem tende a perder a rapidez

de seus reflexos.

b) As bebidas alcoólicas são responsáveis pela elevada taxa de acidentes e por sua alta

gravidade. Dosagem de álcool na corrente sanguínea provoca o afrouxamento da

percepção e o retardamento dos reflexos. Dosagem excessiva conduz à perigosa

diminuição da percepção e à total lentidão dos reflexos, diminuindo a consciência do

perigo. Todo condutor em estado de embriaguez, mesmo leve, compromete gravemente

a sua segurança e a dos demais usuários da via.

Atentando para os efeitos prejudiciais do álcool sobre o comportamento do motorista, o

Código Nacional de Trânsito, em seu artigo n° 89 - inciso III, estabelece:

É proibido, a todo condutor de veículo, dirigir em estado de embriaguez alcoólica ou

sob o efeito de substância tóxica de qualquer natureza". Penalidade: Grupo 1 e

apreensão da Carteira Nacional de Habilitação e do Veículo.

A resolução n° 476/74-CONTRAN, em seu artigo 1 ° estabelece que o condutor do

veículo já se acha sob influência do estado de embriaguez alcóolica, quando apresentar

a concentração mínima de 8 decigramas de álcool, por litro de sangue.

Como saber quando se atingiu a taxa permitida de álcool, no sangue? Observe a seguir e

você saberá como limitar a ingestão de álcool:

- Uma lata de cerveja corresponde, em dosagem alcóolica, a uma taça de vinho ou uma

dose de whisky.

- Três latas de cerveja, três taças de vinho ou três doses de whisky são suficientes para

dosar a corrente sanguínea com 8 (oito) decigramas de álcool.

- Quando em viagem, não fazer refeições muito volumosas, mantendo livres os

aparelhos digestivos e urinário, pois, em caso contrário, fica seriamente prejudicado o

atendimento hospitalar da vítima, em caso de acidente.

- Não ingerir bebidas alcoólicas, ainda que em pequenas quantidades. "NÃO beba antes

de dirigir". "NUNCA dirija depois de beber".

c) O uso de drogas é de alto risco para a segurança do motorista. Os tranquilizantes e

antialérgicos podem provocar confusão, perda de atenção e sonolência.

Pílulas estimulantes podem prejudicar a capacidade de concentração e criar um falso

estado de autoconfiança.

Doses elevadas de analgésicos são extremamente perigosas.

O uso das dragas, pois, deve ser abolido dos costumes de quem dirige, não somente no

Page 10: Direção defensiva

momento em que se conduz na via pública. Sua ação e lenta e duradoura, prejudicando,

portanto, por longo tempo, a ação de quem as usa e dirige.

Se, de um lado, o uso de drogas representa um perigo físico para quem dirige, ela pode

se tomar um agravante legal no caso de acidentes. Mais ainda, o uso de certas drogas,

constitui contravenção penal.

4. Influência do ambiente atmosférico

As condições do tempo estão diretamente ligadas à segurança do trânsito, bem como à

quantidade dos riscos de acidentes. Más condições do tempo aumentam os perigos

porque prejudicam as operações do trânsito e dificultam as manobras e o controle do

veículo.

a. Iluminação excessiva

A luminosidade excessiva é prejudicial à vista, podendo, quando extremada, levar à

cegueira.

O excesso de luminosidade solar, por tempo muito longo, quando na direção de um

veículo, provoca o cansaço visual e a fadiga, conduzindo à sonolência; recomenda-se

uma parada e repouso, se necessário.

O mais prejudicial dos excessos de luminosidade solar é a incidência direta nos olhos: o

sol perto do horizonte, nos crepúsculos da manhã e tarde, frontalmente ao sentido de

deslocamento do automóvel, provoca perda da capacidade de visão, ofuscando todos os

objetos que se encontram à frente. Recomenda-se, então, cuidados especiais: não

realizar ultrapassagens; diminuir a velocidade; redobrar a atenção e aumentar o cuidado

perto dos cruzamentos; muito cuidado com pedestres, motociclistas e ciclistas, nas vias

urbanas ou animais na pista, em rodovias rurais.

Veículos que transitam no sentido oposto, provavelmente, nãos estarão atentos às

deficiências visuais daqueles que se encontram sob ofuscamento. Estes poderão levar

riscos aos primeiros. Deste modo, em crepúsculo de manhã ou tarde, com o sol às suas

costas, os veículos que lhes vêm em sentido contrário, sofrem os efeitos acima descritos

e, portanto, poderão causar acidentes por causa da carência de visibilidade.

b. Iluminação deficiente

A falta de iluminação solar, no período noturno, em vias desprovidas de iluminação

elétrica, diminui a visibilidade do condutor, ainda que conte com os faróis acesos.

Esta deficiência também ofusca objetos que estejam nas pistas em tráfego; então , dirigir

à noite obriga o condutora um maior estado de alerta e obedecer normas especificas de

conduta, como dirigir sem sonolência ou estafa e transitar com velocidade moderada.

O desrespeito ao uso adequado do farol. São causa de inúmeros acidentes em rodovias

rurais por prejudicar a visibilidade dos que vêm em sentido contrário. Ao receber o foco

Page 11: Direção defensiva

luminoso de um farol, a pupila se contrai a ponto de causar uma cegueira momentânea

(deslumbramento) que associada à velocidade do automóvel, facilita a perda de seu

controle e as possíveis consequências dramáticas de um acidente.

À noite a única visibilidade do veículo é sua iluminação própria; assim é obrigatório

manter faroletes acessos e usar sinaleiros ao executar qualquer conversão. Com chuva

ou forte neblina, é prudente diminuir a velocidade, obtendo assim, melhores condições

de visibilidade e controle do automóvel. É comum, porém, a ocorrência de acidentes, às

vezes de alta gravidade, devido à imprudência de certos motoristas que teimam em não

usar as cautelas nestas circunstâncias.

c. Chuva, nevoeiro e fumaça

É exigido do motorista que trafega sob chuva, nevoeiro ou fumaça intensos: redobrada

atenção, uso de sinalização luminosa adequada e a manutenção de velocidade

compatível com as condições do ambiente:

- a velocidade deverá ser reduzida para assegurar melhores condições de visibilidade e

controle do veículo;

- nas vias de duplo sentido de circulação, não proceder ultrapassagens sem que o

condutor tenha a necessária visibilidade , garantida as condições de retomo à sua faixa,

em caso de emergência;

- estacionar o veículo em qualquer abrigo lateral ou no acostamento, quando a

intensidade da chuva ou nevoeiro não permitir segurança no deslocamento; depois de

estacionar, acionar o pisca-alerta; é recomendável, ainda, abandonar o veículo,

buscando abrigo às margens da via, para os ocupantes;

- excesso de fumaça pode provocar asfixia, no caso de parada do veículo.

Page 12: Direção defensiva

d. Hidroplanagem ou Aquaplanagem

Hidroplanagem ocorre quando há completa perda da tração e direção do veículo que, de

repente, parece flutuar sobre a pista coberta de água. Representa um risco àqueles que

ignoram tal fenômeno.

Pneus lisos ou com pressão abaixo da exigida convidam à hidroplanagem, que só não

ocorrerá se a água for pouca e a velocidade reduzida. Deve-se também, manter o

tamanho original dos pneumáticos.

A menos de 50 km/h, um pneu deve dispersar a água, mantendo-se em contato com a

estrado; acima dessa velocidade poderá ocorrer uma hidroplanagem parcial, ainda

controlável. Hidroplanagem total pode aparecer a partir de 80 km/h.

A distribuição do peso no interior do carro (passageiros e bagagem) é outro fator

importante; se o maior peso estiver concentrado na parte traseira, maior será o perigo, os

pneus dianteiros tendem a elevar-se, como a proa de um barro, diminuindo seu contato

com o solo.

Mesmos com pneumáticos em ordem a boa distribuição dos passageiros e carga, nas

curvas, a hidroplanagem se toma, ainda, mais perigosa, principalmente se a curva não

tiver a devida inclinação transversal.

A paralisação das rodas pelos freio, sobre pavimento molhado, diminui o contato com o

solo, provocando o deslizamento do veículo; a situação se agrava com excesso de água

e alta velocidade. Agrava-se, mais ainda, nas curvas e, pior será, se tudo ocorrer à noite.

Pelo que se depreende, as condições adversas, na direção de um veículo, exigem do

condutor uma postura atenta e cuidadosa. A atenção deve crescer e a velocidade

diminuir, sempre que uma condição adversa se somar a outras já existentes naquele

instante.

Page 13: Direção defensiva

COLISÕES, ATROPELAMENTOS E ULTRAPASSAGENS

1. Como evitar colisões

Colisão é o acidente devido ao encontro de dois veículos em movimento. Assim, poderá

acorrer a colisão traseira, quando se encontram dois veículos transitando no mesmo

sentido. Colisão frontal, quando se encontram dois veículos em sentidos contrários.

Colisão transversal, quando se encontra um veículo com outro que cruza seu caminho.

E, colisão por abalroamento quando se encontram dois veículos transitando em paralelo,

como nas ultrapassagens.

a) Colisão traseira

Para evitar colisão traseira deve-se:

- ficar alerta e observar os sinais do outro motorista, indicativos do que ele pretende

fazer.

- observar adiante do veículo da frente, a fim de antever as situações que possam forçar

o condutor a mudanças repentinas, transformando-se numa ameaça.

- manter distância de segurança, usando o comprimento do próprio veículo, como base

de medida, para cada 10 quilômetros (uma dezena) de velocidade ; por exemplo: se

estiver a 35 km/h (três dezenas), deve manter a distância de 3 vezes o comprimento do

seu veículo; ou se achar mais prático, verificar a velocidade indicada no velocímetro e

dividi-la por três; isto é, se estiver a 10 km/h (uma dezena), a distância a manter deve

ser de 3,3m.

- guardar contínua atenção para acionar freios no instante em que vir a formação de

perigo; acioná-lo aos poucos, de modo que o veículo não derrape ou pare bruscamente,

a ponto de ser abalroado por trás.

- evitar paradas bruscas, sinalizando convenientemente, quando tiver de diminuir a

marcha, parar ou mudar de direção.

Page 14: Direção defensiva

b) Colisão frontal

Para evitar colisão frontal em tangente, é necessário:

- no caso de virem, em fila, veículos em sentido contrário, na faixa da esquerda, deve-se

reduzir a marcha, postar-se o mais possível para a direita, sempre atento aos que vêm no

sentido oposto.

- quando, no sentido oposto, um veículo qualquer sair de sua faixa e vier na contramão,

cuidar que ambos não tomem o acostamento e haja ali, uma colisão de frente; neste

caso, sempre de extremo perigo, é recomendável diminuir a velocidade, parando, se

necessário, no acostamento.

- se um veículo, no sentido contrário, está com as rodas da direita fora da estrada, deve-

se estar preparado para reduzir a marcha e parar, uma vez que o outro pode se

desgovernar e saltar para a sua faixa, ao voltar à rodovia.

- se uma carreta, no sentido contrário, aproximar-se de um cruzamento, sinalizando para

entrar à direita, deve-se reduzir a marcha e encostar o mais à direita; veículos deporte

elevado, terão que se desviar à esquerda, a fim de executar conversão à direita,

invadindo sua mão de direção.

- viajando, numa noite de cerração, em uma estrada asfaltada, sem distinguir a linha de

centro da rodovia, tomar cuidados especiais em manter a velocidade adequada às

condições existentes; nestas condições todos têm dificuldade para avistar a linha do

centro.

Page 15: Direção defensiva

c) Colisão em cruzamento

Para evitar colisão em cruzamentos, observar que:

- ao se aproximar de um cruzamento, deve o condutor tomar as precauções, para evitar

erros de conduta ou induzir os outros a erros de direção.

- estar consciente da direção a seguir; colocar-se com antecedência na faixa adequada à

manobra que pretende executar no cruzamento; se for convergir à direita, postar-se o

mais possível à direita; se for convergir à esquerda, permanecer mais à esquerda

possível; dar sinal luminoso em ambos;

- reduzir a velocidade e indicar as suas intenções através das setas, de sinais manuais e

pela posição de seu veículo na pista; seguir com cuidado, preparando-se para enfrentar

qualquer eventualidade, se houver considerável quantidade de veículos naquele

momento;

- se for seguir em frente, postar-se em qualquer das faixas e ficar atento ao movimento

do cruzamento.

d) Colisão em curvas

Para evitar colisão em curvas, é necessário:

- em curvas à direita, manter o veículo o mais à direita possível pois, a força centrífuga

fará com que seu carro se desloque para a esquerda.

- em curva à esquerda, lembrar que os veículos que vêm em sentido oposto, na mesma

curva “à direita”, são induzidos, pela citada força centrifuga, a invadir sua mão de

direção.

e) Choque nas pistas

O choque caracteriza o acidente de um veículo e um objeto qualquer, ou outro veículo

parado.

Para evitar choques nas pistas, recomenda-se.

- nunca parar sobre as pistas de rolamento. Alguma excepcionalidade poderá,

eventualmente, forçar uma parada súbita. Sinalizar, então, com o triângulo, com o pneu

sobressalente ou outro meio, a uma distância razoável, promovendo a rápida retirada do

Page 16: Direção defensiva

veículo.

- que um condutor, ao deparar uma situação como a anterior, deve tomar as medidas

acauteladoras de velocidade, freios e sinalização para evitar acidente em cadeia.

- manter-se sempre alerta e com velocidade adequada, quando houver muitos veículos,

momentaneamente, trafegando no local, principalmente, nas vias urbanas onde os

sucessivos cruzamentos implicam em paradas constantes dos movimentos.

2. Para evitar atropelamentos

Na colisão de veículos com pedestres, estes sempre saem em desvantagem, em função

das diferenças de peso, velocidade, resistência e constituição física. Os veículos estão

sujeitos, apenas a danos materiais.

As pessoas, contudo, estão sujeitas a lesões corporais que, em casos graves, poderão

gerar mutilações, incapacidade física e até a morte. Assim, convém lembrar que é dever

do condutor:

- dar preferência de passagem aos pedestres que estiverem atravessando a via

transversal na qual vai entrar, aos que ainda não haja concluído a travessia, quando

houver mudança de sinal, e aos que se encontrem nas faixas a eles destinadas, onde não

houver semáforo;

- parar o veículo no caso de ser interceptado por desfiles ou pedestres em geral,

notadamente, crianças, pessoas idosas ou portadoras de defeitos físicos, mesmo quando

estes não estejam atravessando ou transitando em faixas especiais.

- ter bastante atenção com ciclistas e motociclistas que transitarem proximamente;

cuidar, também, de veículos de tração animal ou humana, notadamente nos

cruzamentos.

- manter-se atento junto às escolas, colégios e estabelecimentos similares, onde é

comum a concentração de crianças e adolescentes, que se distraem com facilidade, nas

horas de entrada e saída das salas.

3. Para adequar ultrapassagens

Ultrapassagens somam, sempre, um potencial de riscos.

Quando ultrapassado por outro, atentar, ajudando-o de muitas maneiras:

- verificar o trânsito que vem no sentido contrário;

- avisá-lo com o braço ou com pisca-pisca à esquerda, se não houver condições de

ultrapassagem, mantendo-o o mais à direita possível;

- sinalizar, ligando o pisca-pisca à direita, para indicar condições de ultrapassagem.

- reduzir a marcha quando o outro veículo necessitar de espaço à frente para voltar à

posição de mão.

Para ultrapassar outro veículo, manobra que só deve ser realizada quando se tem

condições de total segurança:

- antes de desviar-se para a esquerda, verificar o trânsito dos veículos que vêm atrás;

Page 17: Direção defensiva

primeiramente pelos espelhos retrovisores, em seguida por meio de uma visada direta

para cobrir o "canto morto" ou "espaço cego".

- sinalizar com setas e com a mão, antes de mudar de faixa e, só então, deslocar-se para

a faixa da esquerda;

- acelerar à medida que o veículo é deslocado para a esquerda;

- logo depois da ultrapassagem, sinalizar com pisca-pisca a intenção de voltar à faixa da

direita;

- voltar à faixa da direita, quando ela estiver desimpedida, sinalizando com o braço e

pisca-pisca;

- retomar à velocidade normal, assim que tenha completado a ultrapassagem.

Nunca proceder uma ultrapassagem quando ocorrer uma ou mais condições enumeradas

a seguir.

- em lombadas de reduzida visibilidade;

- em pontes e viadutos;

- em curvas fechadas;

- em frente a postos de serviço;

- em frente a cruzamentos;

- em trechos em obras;

- sob luz solar direta nos olhos;

- sob chuva ou nevoeiro intensos;

- em frente a escolas e hospitais.

Usualmente, os locais de ultrapassagens de risco são dotados de sinalização. Obedeça-a

sempre.

CONCLUSÃO

Direção defensiva é o medicamento recomendado para os momentos em que se dirige

sob condições adversas que conduzem aos acidentes. Cuidados devem ser redobrados

se, a uma condição adversa, se soma uma outra já existente.

A qualquer momento, na direção de um veículo, o condutor pode sentir o acúmulo de

condições adversas e inesperadas a lhe exigirem a constante prática de direção

defensiva.

Alunos:

Maurício Costa de Moura Filho

Gilvane Estêvão Rafael

Túllio Bandeira Silva