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Direito ao Dever Silvio Dutra Set/2016

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Page 1: Direito ao dever

Direito ao Dever

Silvio Dutra

Set/2016

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A474

Alves, Silvio Dutra

Direito ao dever./ Silvio Dutra Alves. – Rio de

Janeiro, 2016.

80p.; 14,8x21cm

1. Cristianismo. 2. Esforço. 3. Diligência.

I. Título.

CDD 207

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É do Senhor que vem a força e a capacidade para cumprirmos o

nosso dever.

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Sumário

1 - Fazer Acordar em Vez de Dormir...............

5

2 - Esforço, Diligência e Empenho.................

7

3 - O Principal Objetivo em Nossa Vida.

11

4 - Afasta de mim a falsidade e a mentira...

15

5 - Não se Acomodando ao Mal......................

17

6 - Remindo o Tempo.......................................

19

7 - A Vida Cristã Deve Ser Ativa.......................

27

8 - Abusando da Misericórdia de Cristo......

29

9 - Manter a Chama Acesa...............................

34

10 - Recebemos pela Graça mas Deve Ser Buscado................................................................

37

11 - Nem Ociosos e Nem Infrutíferos..............

41

12 - Uma Chamada Séria a Uma Vida Santa e Devota ................................................................

45

13 – Palavras para Dever, Diligência,

Esforço, no Original Grego e Hebraico......

62

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1 - Fazer Acordar em Vez de Dormir

O fim vem.

E eu entreteria as pessoas com cantigas de ninar?

Fazendo cócegas em seus egos, dizendo-lhes

que tudo vai bem com suas almas?

Que podem sentar, descansar e sossegar?

Certamente, se o fizesse, seria muito estimado.

Quem não gosta de elogio e de aplauso?

Todavia que falta de amor seria a minha, na verdade, uma grande crueldade, não alertar com as palavras da Bíblia o que Deus tem dito o

que fará ao mundo por causa do pecado.

Ainda que me desprezem e fiquem

contrariados, não posso deixar de dizer aquilo que é verdadeiro.

Não é fácil entender a Bíblia.

Conhecer realmente o que nela está contido.

Por isso, por amor, o Deus bendito, levanta muitos servos, servos mesmo, porque os

escraviza para viverem para pregar a Bíblia.

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Não sermões moralistas, e de conveniência pessoal, mas as promessas de justiça, de

salvação, de juízo e de condenação que estão nela contidas.

Justiça e salvação para os que crerem.

Juízo de condenação para os que não crerem.

Mas crer em que ou em quem afinal?

Esta é a razão de não darmos descanso às nossas pálpebras, à nossa boca, e às nossas mãos, para

semear esta Palavra bendita, que é a única na qual devemos crer e confiar, quando o assunto

em pauta, se refere à salvação das nossas vidas.

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2 - Esforço, Diligência e Empenho

O Senhor é a força do seu povo porque é por se

estar em comunhão com ele que recebemos graça sobre graça para sermos fortalecidos em Cristo Jesus.

É por se viver de modo agradável a Deus que

somos fortificados por ele, de modo que se diz que a sua alegria é a nossa força.

Por natureza somos fracos para fazermos a vontade de Deus, de modo que devemos ser

diligentes e nos esforçarmos para ser fortalecidos pela sua graça.

A vida cristã é uma guerra contínua e constituída de muitas batalhas contra o pecado,

o diabo e o fascínio do mundo. As tentações se multiplicam ao nosso redor e no nosso próprio

interior, através de nossos desejos pecaminosos, de modo que necessitamos estar

continuamente revestidos pela graça para que possamos viver de modo vitorioso.

Isso não pode ser alcançado sem muita diligência em vigilância, oração, meditação na

Palavra e busca da comunhão com aqueles aos quais fomos unidos pelo Espírito Santo para

congregar e fazer a obra de Deus.

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Em inúmeras passagens bíblicas observamos que a graça é concedida em conformidade com

o nosso esforço, com o nosso empenho na obra de Deus.

Receberemos mais graça para que sejamos usados pelo Senhor.

E como a graça de hoje já não nos servirá amanhã, tal como o maná, necessitamos de

renovados suprimentos diários de graça, e para tanto devemos buscá-la no Senhor

cotidianamente através dos meios ordenados pela Palavra.

Temos da parte de Jesus o encargo de proclamar o evangelho em palavras ou através do

testemunho pessoal de nossa vida santificada, e não podemos fazê-lo caso não estejamos

fortificados na e pela graça.

Acrescente-se a isto que o testemunho e o conhecimento da Palavra são obtidos em graus

cada vez maiores, pela nossa plena diligência, conforme dizer do apóstolo em II Pedro 1.5-7.

Como a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra espíritos malignos

chefiados por Satanás não teríamos força em nós mesmos para enfrentar as investidas que

eles fazem contra nós, especialmente em razão

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de estarmos envolvidos com os interesses do reino de Deus.

Devemos sempre lembrar que não será jamais por qualquer boa obra nossa, nem sequer por

uma miríade delas, que alcançamos o reino dos céus, uma vez que ele é obtido somente por graça e mediante a fé. Todavia, ao mesmo

tempo, devemos lembrar que sem esforço de nossa parte não há conversão, nem santificação.

Os que ficam apenas no desejo de serem salvos ou santificados e que não buscam

diligentemente atender às condições necessárias para tanto (arrependimento,

oração, quebrantamento, busca de Deus, confiança em Jesus, renúncia ao ego, a tradições

vãs, a maus hábitos etc) jamais verão o seu simples desejo ser atendido por Deus.

O reino de Deus é para ser tomado e experimentado a partir da nossa vida aqui

embaixo, e isto sempre ocorrerá por meio do nosso esforço em atender às condições

estabelecidas na Palavra - quer para entrar nele pela conversão, quer para permanecer nele em

vitória.

“Esforça-te; tem bom ânimo; persevera; fortifica-te; seja corajoso”; são notas dominantes nas Escrituras, e faríamos bem em

atendê-las para termos sucesso na vida cristã.

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Lembremos também que a maior evidência da nossa salvação é a perseverança (veja: a

evidência, e não a causa). A graça verdadeira é ativa e nos manterá, portanto, em constante

atividade espiritual na busca de santificação para sermos úteis na causa do Evangelho. Onde

faltar portanto a diligência e a perseverança, pode ser devido à falta da verdadeira graça que salva, seja por inexistência, seja por esfriamento

em razão de um viver espiritual negligente.

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3 - O Principal Objetivo em Nossa Vida

“Isto, porém, vos digo, irmãos: o tempo se

abrevia; o que resta é que não só os casados sejam como se o não fossem; mas também os

que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que

compram, como se nada possuíssem; e os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem;

porque a aparência deste mundo passa.” (I Cor 7.29-31)

O apóstolo Paulo chama a nossa atenção para o que é principal: “Irmãos, o tempo é curto", e,

portanto, se ocupem com estas coisas como se vocês não as tivessem porque a aparência deste

mundo passa. Esta é a razão pela qual ninguém, senão um verdadeiro cristão pode relacionar-se

moderadamente com as coisas deste mundo. Por quê? Porque ninguém, senão um cristão fiel tem um objetivo principal que permeia toda a

sua vida; ele busca o céu e a felicidade, porque isto estará com ele mais tarde e para toda a

eternidade.

Por isso a sua fé permeia todos os assuntos: o casamento, compras, o mundo. E não deve se

importar com se entristecer ou se alegrar, porque há um grande e principal objetivo em

vista.

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Ele não será negligente na execução dos seus deveres, relativos ao casamento, ao uso do

dinheiro, às suas funções neste mundo, procurando sempre, em tudo, fazer o melhor

com a ajuda e a direção do Espírito Santo, todavia, sempre terá este sentimento de que o

Reino de Deus e a sua justiça, sempre deve ocupar o lugar principal em sua mente, coração e ações.

Assim, não concentrará o principal de seus esforços em objetivos terrenos e passageiros,

mas naqueles que se referem a Deus e às coisas espirituais e eternas, porque é isto o que lhe

ordena o seu Senhor.

Ele sabe que o tempo é curto, e portanto, deve ser moderado em todas as coisas deste mundo.

O envolver-se em demasia com tudo o que respeita à vida que temos aqui embaixo

conquista totalmente as nossas afeições por estas coisas, e não poderemos ter e manter o

nosso amor a Deus acima de tudo e de todos, conforme é ordenado por Ele.

Se temos um afeto desmedido por qualquer coisa desta vida, faremos todo o empenho para não perdê-la, e ficaremos fatalmente

imobilizados e desmotivados caso aconteça a perda, o que é de se supor, que aconteça mais

cedo ou mais tarde.

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Daí nosso Senhor ter afirmado tão categórica e expressamente: “Assim, pois, todo aquele que

dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.33); “Quem

ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preserva-la-á para a vida

eterna.” (João 12.25); “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a

mim não é digno de mim; (Mat 10.37).

Deus não consentirá que nosso afeto por Ele esteja em competição com qualquer outra coisa

ou pessoa deste mundo.

Nada e ninguém deve ser motivo para que Ele não seja servido em primeiro lugar por nós.

Nem bens terrenos, ou cônjuges, ou filhos, ou carreira, nem nossas tristezas, nem nossas

alegrias, enfim, nada é nada.

De tudo cuidaremos com zelo e amor, mas não deixaremos de tributar a honra, o culto, o

serviço que são devidos ao Senhor, antes de tudo o mais.

Sem este sentimento e prática de renúncia jamais poderemos servi-lo e amá-lo do modo pelo qual importa fazê-lo.

E há uma urgência no uso que fazemos de nossa vida aqui embaixo porque a vida é curta, e o

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tempo do nosso encontro com o Senhor é certo, e ele julgará todas as nossas obras.

E o que tivermos deixado de fazer para o Senhor não poderá ser recuperado, porque não

poderemos voltar atrás e começar tudo de novo.

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4 - Afasta de mim a falsidade e a mentira

“Afasta de mim a falsidade e a mentira." (Provérbios 30.8)

" Não me desampares, SENHOR; Deus meu, não te ausentes de mim." (Salmo 38.21)

Aqui temos duas grandes lições – o que desaprovar e o que suplicar. O estado mais feliz

de um cristão é o estado mais santificado. Assim como há maior calor quanto mais perto do sol,

assim também há mais felicidade quanto mais próximo de Cristo. Nenhum cristão desfruta de

conforto quando seus olhos estão fixados na vaidade - ele não encontra satisfação, a menos

que sua alma seja vivificada nos caminhos de Deus. O mundo pode ganhar a felicidade em outro lugar, mas ele não pode. Eu não culpo os

ímpios por correrem para os seus prazeres. Por que eu deveria? Deixe-os ter o seu prazer

preenchido. Isso é tudo o que eles têm para desfrutar.

Os cristãos devem buscar os seus prazeres em uma esfera mais elevada do que as frivolidades insípidas ou prazeres pecaminosos do mundo.

Atividades vãs são perigosas para as almas renovadas.

Temos ouvido falar de um filósofo que, enquanto olhava para as estrelas, caiu em um

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buraco; mas quão profundamente caem aqueles que olham para baixo. Sua queda é fatal.

Nenhum cristão está seguro quando a sua alma é preguiçosa ou indolente, e seu Deus está longe dele. Cada cristão está sempre seguro quanto à

grande questão de sua posição em Cristo, mas ele não está seguro no que diz respeito à sua

experiência em santidade, e comunhão com Jesus nesta vida.

Satanás não costuma atacar um cristão que está vivendo perto de Deus. Isto ocorre quando o

cristão se afasta do seu Deus, torna-se espiritualmente faminto, e se esforça para se

alimentar com vaidades, no que o diabo encontra a sua hora de vantagem. Ele às vezes

pode se levantar pé a pé, com o filho de Deus que está ativo no serviço de seu Mestre, mas a

batalha é geralmente curta: quem desliza como quem desce para o Vale da Humilhação, cada

vez que ele dá um passo em falso, ele convida Apolion para atacá-lo. Ore por graça para

caminhar humildemente com o nosso Deus!

Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.

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5 - Não se Acomodando ao Mal

Quando a Bíblia fala da condição caída do

homem, e da impiedade que impera no mundo, não há nisto, em uma linha sequer das

Escrituras, qualquer insinuação de que esta seja uma condição para ser acatada, de modo que

nos justifiquemos ou descansemos em nossas más ações, que são a consequência da má

natureza que temos, por ser decaída no pecado. Ao contrário, o registro é feito em forma de

instrução e alerta, para que nos arrependamos e busquemos em Deus, pela fé em Cristo, um

novo coração regenerado e renovado pelo poder do Espírito Santo, bem como um caminhar

segundo as virtudes de Cristo em real novidade de vida.

O registro relativo ao pecado nas Escrituras é para que nos envergonhemos, nos

entristeçamos e nos arrependamos desta nossa condição de miséria e morte espiritual, para que

por meio da graça de Jesus possamos vencer tanto uma quanto outra, despojando-nos do

velho homem pela mortificação contínua do pecado, pela Palavra e pelo poder do Espírito.

Deus fortalecerá os corações dos que praticam e amam a justiça, e os abençoará ricamente com

toda a sorte de bênçãos espirituais, nas quais verão a Sua poderosa mão conduzindo-os em

vitória sobre todas as investidas do Maligno, e

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lhes aperfeiçoando o caráter em graus cada vez maiores, de graça em graça e de fé em fé.

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6 - Remindo o Tempo

Remindo tem mais relação com alguma coisa

que tanto está perdida, ou que de alguma forma perdemos, ou que no mínimo está pronta para ser perdida, ou tomada de nós.

“Remindo o tempo porque os dias são maus”. Os

dias sendo maus, vemos outros desperdiçando seu precioso tempo; mas você se esforçará para

remi-lo?

O verso pode ter relação também com o

desperdício de tempo no passado... ou pode dizer respeito ao grande perigo do tempo ser perdido,

em razão do fato de os dias serem tão maus... se eles não tivessem um grande cuidado, o tempo

se deslizaria de suas mãos, e eles não tirariam nenhum benefício dele... ou finalmente pode

dizer respeito quanto à necessidade de remirmos o tempo dessas terríveis calamidades

que Deus trará sobre os ímpios... o tempo pode ser remido como se ele fosse salvo da terrível

destruição que quando vier, colocaria um fim à paciência de Deus.

O tempo é uma coisa que deveríamos ter em alto valor.

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DOUTRINA: O TEMPO É UMA COISA EXCESSIVAMENTE PRECIOSA

Pelas seguinte razões:

1. Porque a eternidade depende do aproveitamento do tempo. As coisas são

preciosas na proporção da sua importância, ou em razão do nível de relação com o nosso bem-

estar. Isso faz com que o tempo seja um bem imensamente precioso, porque o interesse pelo

nosso bem-estar, depende do aproveitamento do tempo. Ele é precioso porque o nosso bem-

estar nesse mundo depende do seu aproveitamento. Ele é precioso porque se não o

aproveitarmos, nós correremos o risco de atrairmos pobreza e desgraça... mas acima de

tudo é importante porque a eternidade depende dele... de acordo com o nosso aproveitamento ou

perda do nosso tempo, seremos felizes ou miseráveis na eternidade.

2. O tempo é muito curto, o que o torna muito precioso: a escassez de algum bem faz com que o homem coloque um grande valor sobre ele,

especialmente se é uma coisa necessária de ser tida e sem a qual não pode viver... o tempo é tão

curto, e o trabalho que temos a fazer é tão grande, que não podemos desperdiçar

nenhuma parte dele. O trabalho que temos que fazer para nos prepararmos para a eternidade

deve ser feito no tempo, ou nunca será feito; e

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esta é um obra que envolve grande dificuldade e labor.

3. O tempo dever ser visto por nós como algo muito precioso... porque sua continuidade é incerta. Nós sabemos que ele é muito curto, mas

não sabemos quão curto ele é. Nós não sabemos o quão pouco nos resta, se um ano, ou muitos

anos, ou apenas um mês, ou uma semana, ou um dia. Não há nenhuma experiência que possa

ser mais bem verificada do que essa.

Quanto mais muitos homens valorizariam seu tempo, se eles soubessem que tinham apenas

uns poucos meses, ou uns poucos dias a mais nesse mundo; e certamente um homem sábio

valorizaria seu tempo ainda mais... essa é a condição de milhares agora no mundo que

agora gozam de saúde, e não vêem nenhum sinal do avanço da morte. Muitos, sem dúvida

alguma, estão para morrer no próximo mês, e muitos morrerão essa semana, muitos

morrerão amanhã e não sabem nada disso, e não pensam sobre isso. Quantos morreram fora

dessa cidade num tempo ou outro, quando nem eles nem seus vizinhos viam nenhum sinal de

morte uma semana antes. E provavelmente existem muitas pessoas agora aqui presentes,

ouvindo o que eu digo agora, que vão morrer dentro de pouco tempo, e que não tem

nenhuma percepção disso.

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4. O tempo é precioso porque quando ele passa não pode ser recuperado... o que é bem

aproveitado não é perdido; embora o tempo por si mesmo se vá, o seu benefício permanece

conosco... cada parte do nosso tempo é como se fosse sucessivamente oferecida a nós, a fim de

que possamos escolher se o faremos nosso o não. Mas se o recusamos, ele imediatamente é tomado, e nunca mais oferecido.

A eternidade depende do aproveitamento do

tempo; mas quando o tempo de vida se vai, uma vez que a morte venha, nós não temos mais o

que fazer com o tempo.

APROVEITAMENTO

Aplicação I. Auto-exame. Para levar as pessoas a considerarem o que fizeram com tempo.

Quando Deus criou você e lhe deu uma alma racional, ele o fez para a eternidade; e lhe deu o

tempo aqui a fim de prepará-lo para a eternidade. Considere o que você fez com o

tempo passado. Existem muitos de vocês que podem muito bem concluir que metade do seu

tempo já se foi... o seu sol já passou o meridiano... quando você olha para o passado da sua vida

percebe que foi numa grande medida vazio...? Quanto pode ser feito em um ano? Para que

propósito você gastou o seu tempo?

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Aplicação II. Reprovação, para aqueles que desperdiçaram o seu tempo. A raça humana age

como se o tempo fosse uma coisa que tivesse em grande quantidade, e tivesse mais do que

precisa, e não sabe o que fazer com ele. Há muitas pessoas que deverão ser reprovadas com

essa doutrina que eu agora vou particularmente mencionar:

Primeiro. Aquelas que gastaram grande quantidade do seu tempo em ociosidade... suas mãos recusam-se trabalhar; e em vez de

trabalhar, eles deixam sua família sofrer e eles próprios sofrerão... muitos gastam grande parte

do seu tempo... em ociosidade e conversa não proveitosa.

Segundo. São reprovados pela doutrina aqueles que gastam o seu tempo em trabalhos ímpios,

que não apenas gastam o seu tempo fazendo nada para nenhum propósito bom, mas gastam

o seu tempo em propósitos maus... eles ferem e matam a si mesmo com isso. Por isso, esses que

tiveram a oportunidade de obter a vida, trabalham para a sua própria morte. Eles

gastaram o seu tempo corrompendo e infectando as cidades e locais onde vivem...

alguns gastaram muito do seu tempo em contendas... isso não é apenas perda de tempo, é

a pior forma de abusar do tempo do que meramente desperdiçá-lo... eles não apenas

desperdiçam o seu tempo, mas consomem o

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tempo de outros... eles contraíram aqueles hábitos pecaminosos que tomarão tempo deles

para serem mortificados... o pecado é um grande devorador de tempo.

Terceiro. São reprovados por essa doutrina, aqueles que gastam seu tempo em apenas

propósitos mundanos, negligenciando suas almas.

O tempo foi dado para a vida na eternidade. Foi designado como um tempo de provação para a

eternidade... se os homens não aproveitam seu tempo para os propósitos da eternidade, eles o

perdem.

Aplicação III. É uma exortação para aproveitarmos o tempo ao máximo.

Primeiro. Você é responsável diante de Deus pelo seu tempo. Tempo é um talento de Deus

dado a nós. Ele estabeleceu o nosso dia, e esse dia não nos foi dado para nada – foi designado

para algum trabalho.

Segundo. Considere quanto tempo você já perdeu... você deve aplicar a si mesmo o mais diligentemente possível para o aproveitamento

da parte de tempo que lhe resta, para que você possa viver como se fosse para remir o tempo

perdido.

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1. Sua oportunidade agora é menor. O seu tempo por mais longo que seja é muito pequeno... e se o

todo da sua vida é tão pequeno, quão pequeno é o que lhe resta.

2. Você tem o mesmo tipo de trabalho que tinha

para fazer primeiro, e isso sob maiores dificuldades... não apenas o seu tempo para trabalhar se tornou menor, o seu trabalho se

tornou maior.

3. Você perdeu o melhor do seu tempo. Não apenas se foi o melhor, e ainda assim todo o seu

trabalho permanece; e não apenas isso, mas com mais dificuldades do que nunca. Que

loucura é uma pessoa se entregar ao desencorajamento, assim como negligenciar o

seu trabalho porque o seu tempo é muito curto? Deus o chama para se levantar, e se aplicar ao

seu trabalho

Terceiro. Considere como muitos valorizam o tempo quando estão perto do fim da vida.

Quarto. Considere... aqueles que desperdiçaram todas as oportunidades para obterem a vida eterna, e foram para o inferno, que

pensamentos você pensa que eles tem sobre a preciosidade do tempo?

Eu concluirei fazendo três advertências em particular.

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1. Aproveite o seu tempo sem de nenhuma maneira atrasar.

2. Seja especialmente cuidadoso para aproveitar aquelas partes do tempo que são mais preciosas... o tempo santo é mais precioso do

que o tempo comum. Esse tempo é mais precioso para o nosso eterno bem-estar.

Portanto, acima de tudo, aproveite os seus domingos; e especialmente aproveite o tempo

de adoração pública, que é a parte mais preciosa do tempo santo... o tempo de operações do

Espírito de Deus é mais precioso do que qualquer outro tempo... esse é o tempo quando

Deus está próximo... é o dia da salvação.

3. Aproveite seu tempo de lazer dos negócios

mundanos... você pode proveitosamente gastar o seu tempo em conversação com pessoas

santas sobre coisas das mais alta importância, em oração e meditação, e lendo livros

proveitosos. Você precisa melhorar cada talento... e oportunidade ao máximo, enquanto o

tempo ainda perdura.

Por Jonathan Edwards, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.

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7 - A Vida Cristã Deve Ser Ativa

Paulo diz: “Na diligência, não sejais remissos” –

(Rm 12.11). Este preceito nos é comunicado não só porque a vida cristã deve ser ativa, mas

também porque é próprio que às vezes desconsideremos nossas próprias vantagens e

dediquemos nossos labores em prol de nossos irmãos; e nem sempre em prol daqueles que são

bons, mas também em prol daqueles que se nos revelam ingratos e indignos. Em resumo, visto

que devemos esquecer de nós mesmos na execução de muitos de nossos deveres, jamais

estaremos adequadamente preparados para a obediência a Cristo, a menos que instemos

conosco mesmos, esforçando-nos diligentemente por desprender-nos de toda a

nossa indolência.

Ao acrescentar “fervoroso de espírito”, ele nos mostra como devemos firmar-nos ao preceito

anterior. Nossa carne, à semelhança dos asnos, é perenemente indolente, e por isso carecemos

de ser esporeados. Não há outro corretivo mais eficaz para nossa indolência do que o fervor do

espírito. Portanto, a diligência em fazer o bem requer aquele zelo que o Espírito de Deus

acendeu um nossos corações. Por que, pois, diria alguém, Paulo nos exorta a cultivar este

fervor? Eis minha resposta: embora este zelo seja um do divino, estes deveres são destinados

aos crentes a fim de que destruam sua

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indiferença e fomentem aquela chama que Deus lhes acendeu. Pois geralmente sucede

que, ou abafamos, ou mesmos extinguimos o Espírito em razão de nossas próprias mazelas.

O terceiro conselho, “servindo ao tempo”, tem a

mesma referência. Visto que o curso de nossa vida é por demais breve, nossa chance de fazer o

bem tão logo passa. Devemos, pois, ser mais solícitos na realização de nossos deveres. Assim,

Paulo, em outra passagem, nos convida a “remir o tempo”, visto que os dias são maus (Ef 5.16). O

significado pode ser também que devemos saber como administrar nosso tempo,

porquanto há grande necessidade de assim fazermos. Não obstante, Paulo, creio eu, está

contrastando seu preceito entre servir o tempo e (servir) o ócio. A tradução em muitos

manuscritos antigos é (kvpíw) – Hesito em rejeitar esta tradução completamente, embora

à primeira vista não pareça relacionar-se ao contexto. Contudo, se ela é aceitável, creio que

Paulo desejava relacionar o culto divino com os deveres que desempenhamos em favor de

nossos irmãos e tudo quanto serve para fortalecer o amor, a fim de transmitir maior

encorajamento aos crentes.

Por João Calvino, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.

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8 - Abusando da Misericórdia de Cristo

E os melhores dentre nós podem cometer escândalo contra essa disposição misericordiosa, caso não estejamos vigilantes

contra aquela liberdade que nossa disposição carnal estará pronta para dela tirar. Desse modo,

arrazoamos, se Cristo não apagará o pavio que fumega, que necessidade temos de recear que

qualquer negligência de nossa parte possa nos trazer para uma condição sem conforto? Se

Cristo não apagará, o que poderá fazê-lo?

Tu conheces a interdição do apóstolo, qual seja,

“não extingais o Espírito” (1 Tes 5.19). Tais cautelas para não apagar são santificadas pelo

Espírito como meio de não apagar. Cristo desempenha seu ofício de não apagar excitando

adequados esforços em nós; e ninguém há mais solícito no uso dos meios do que aqueles que

estão mais certos de seu bom êxito.

A razão é esta: os meios que Deus reservou para o efetuar de qualquer coisa estão inclusos no

propósito que ele tem de fazer aquilo se suceder. E isso é um princípio tido por certo, mesmo nas

matérias civis; pois quem, se de antemão soubesse que este seria um ano frutífero,

penduraria pois seu arado e descuidaria da lavoura?

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Por isso, o apóstolo estimula-nos a partir da expectativa certa de uma bênção (1 Co 15.57,58),

e tal encorajamento, que parte do bom desfecho da vitória, é pensado para nos incitar, e não para

nos dissuadir. Se formos negligentes no exercício da graça recebida e do uso dos meios

prescritos, permitindo que nossos espíritos sejam oprimidos com muitos e variados cuidados desta vida, e não tivermos cuidado

com os desencorajamentos momentâneos, em razão desse tipo de descuido, Deus, em seu sábio

cuidado, permite que frequentemente caiamos em uma condição pior em nossos sentimentos

do que aqueles que nunca foram tão iluminados. Todavia, em misericórdia ele não tolerará que

sejamos tão inimigos de nós mesmos a ponto de inteiramente negligenciar essas faíscas uma vez

acendidas. Caso fosse possível que devêssemos abandonar todo esforço em absoluto, então

poderíamos procurar por não outro resultado senão apagar; porém, Cristo tomará o cuidado

dessa fagulha e nutrirá essa sementinha, para que ele sempre preserve na alma algum grau de

cuidado.

Se fizermos um confortador uso disso, devemos considerar todos aqueles meios pelos quais

Cristo preserva a graça iniciada; tais como, primeiro, a santa comunhão, pela qual um

cristão aquece outro. “Melhor é serem dois do que um” (Ec 4.9). “Não ardia em nós o nosso

coração?”, disse os discípulos (Lucas 24.32). Em

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segundo lugar, muito mais comunhão com Deus nos santos deveres, tais como meditação e

oração, que não apenas acende como agrega um lustre à alma. Em terceiro lugar, sentimos por

experiência o sopro do Espírito ir junto com o de seus ministros. Por essa razão o apóstolo

entrelaça esses dois versículos em um: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (1 Ts 5.19,20). Natã, por poucas palavras,

assoprou as centelhas que definhavam em Davi. Em vez de Deus aceitar que seu fogo em nós se

extinga, ele enviará algum Natã ou outro, e algo é sempre deixado em nós para juntar com a

Palavra, desde que da mesma natureza dela; como um carvão que tem fogo em si

rapidamente ajunta mais fogo para si. O pavio que fumega facilmente pegará fogo.

Em quarto lugar, a graça é fortalecida pelo seu exercício: “Levanta-te, pois, e faze a obra, e o

Senhor seja contigo” (1 Cr 22.16), disse Davi a seu filho Salomão. Estimula a graça que está em ti,

pois desse modo santas moções viram resoluções, resoluções, prática, e prática, uma

preparada prontidão para toda boa obra.

Não obstante, que lembremos que a graça é

aumentada, no seu exercício, não em virtude do exercício em si, mas por Cristo, que, pelo seu

Espírito, flui na alma e nos traz mais próximos de si próprio, a fonte, assim instilando tal

conforto que o coração é mais adiante dilatado.

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O coração de um cristão é o jardim de Cristo, e suas graças são como tantas doces especiarias e

flores as quais, quando seu Espírito sopra sobre elas, emitem um aroma agradável. Portanto,

mantenha a alma aberta para acolher o Espírito Santo, pois ele introduzirá continuamente

forças adicionais para vencer a corrupção, e isso, sobretudo, no dia do Senhor. João estava no Espírito no dia do Senhor, precisamente em

Patmos, o lugar de seu banimento (Ap 1.10). Então, os golpes de vento do Espírito soprarão de

modo mais forte e meigo.

Como vimos, portanto, para o consolo dessa

doutrina, que não favoreçamos nossa preguiça natural, mas antes nos exercitemos na piedade

(1 Tm 4.7), e labutemos para manter esse fogo sempre queimando sobre o altar de nossos

corações. Que preparemos nossas lâmpadas diariamente, e ponhamos dentro óleo novo, e

alcemos nossas almas mais e mais alto ainda.

Descansar em uma boa condição é contrário à

graça, que não pode senão promover a si para uma medida ainda maior. Que ninguém torne

essa graça “em lascívia” (Judas 4). As fraquezas são uma razão de humildade, não uma

justificativa à negligência nem um encorajamento à presunção. Longe estejamos

de sermos maus, pois que Cristo é bom para que aquelas brasas de amor nos derretam. Logo,

aqueles em quem a consideração de tal ternura

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de Cristo não opera dessa forma bem podem suspeitar de si próprios. Certamente, onde a

graça está, a corrupção é “como vinagre para os dentes, como fumo para os olhos” (Pv 10.26). E,

por conseguinte, eles labutarão, considerando o seu próprio conforto e, da mesma forma, o

mérito da religião e a glória de Deus, para que a luz deles possa irromper. Se uma centelha de fé e amor é tão preciosa, que honra será ser rico

em fé! Quem não prefere antes andar na luz, e nos confortos do Espírito Santo, a viver em um

estado sombrio, confuso? E a velejar a todo pano para o céu a ser agitado sempre com medos e

dúvidas? A presente dificuldade no conflito contra um pecado não é tanta quanto aquela

perturbação que qualquer corrupção favorecida trará sobre nós posteriormente. A paz

verdadeira está em conquistar, não em se entregar. O conforto tencionado neste texto é

para aqueles que querem fazer melhor, porém, descobrem que suas corrupções os obstruem;

que estão em uma tal bruma, que amiúde não podem dizer o que pensar de si mesmos; que

querem acreditar e, todavia, com frequência temem que não acreditam; e que pensam que

não pode ser que Deus seja tão bom para miseráveis tais como eles, e, contudo, não

permitem tais receios e dúvidas em si próprios.

Por Richard Sibbes, traduzido e adaptado por

Silvio Dutra.

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34

9 - Manter a Chama Acesa

Quando a dispensação da Lei - ou Velho Testamento, foi inaugurada nos dias de Moisés,

os serviços de culto no tabernáculo começaram depois que veio fogo diretamente do céu, e

acendeu a lenha que se encontrava sobre o altar dos holocaustos, cabendo dali por diante, aos

sacerdotes, manterem aquele fogo aceso continuamente.

De igual modo, quando a dispensação da Graça - ou Novo Testamento, foi inaugurada por nosso

Senhor Jesus Cristo, veio o fogo do Espírito Santo, desde o céu, não para queimar alguma

lenha, senão para purificar e encher de poder os próprios discípulos do Senhor, que estariam

encarregados, dali por diante, em propagar a mensagem do evangelho.

A incumbência de manter este fogo do Espírito aceso na Terra, mais especificamente nos

corações dos servos do Senhor, não foi dada aos anjos, mas aos próprios crentes.

Eles não devem permitir que o fogo do Espírito Santo seja apagado em suas vidas e na Igreja, e a

"lenha", o combustível, que o manterá aceso é a meditação e prática da Palavra de Deus, aplicada

às suas vidas pelo Espírito Santo.

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A Palavra do evangelho não foi produzida na Terra, mas nos veio diretamente por uma

revelação do céu, por meio do Senhor Jesus Cristo.

Assim a vida espiritual que há nos discípulos do Senhor, se move neles pelo Espírito Santo, em

conformidade com a prática desta palavra revelada.

Por isso diz o apóstolo que não devemos procurar esta nossa nova vida espiritual

buscando as coisas que são terrenas, senão as que são celestiais e divinas (Col 3.1-4).

É nas coisas celestiais e espirituais que deve estar concentrado o nosso pensamento, para

que possamos receber o crescimento na graça que procede de Deus.

Como a nossa mente estava naturalmente

inclinada para as coisas deste mundo, antes da nossa conversão, e não podia entender as coisas

espirituais que são discernidas espiritualmente, há portanto uma necessidade de que ela seja

renovada pelo Espírito, segundo a Palavra da verdade.

Nós morremos para os rudimentos do mundo, quando nós cremos em Cristo, e a nova natureza

celestial que nós recebemos está escondida em

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Cristo, em Quem nós devemos buscar o crescimento desta nova natureza espiritual.

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10 - Recebemos pela Graça mas Deve Ser Buscado

Nenhuma santificação, nenhum crescimento

espiritual, nenhum aumento no conhecimento de Jesus nos virá sem que seja buscado com

diligência, através dos meios de graça estabelecidos por Deus para este propósito:

orar, vigiar, jejuar, meditar e praticar a Palavra, congregar regularmente com outros irmãos na

fé etc.

Devemos ter um conhecimento pleno da vontade de Deus, em toda sabedoria e

entendimento espiritual.

Não um mero conhecimento intelectual, mas um conhecimento espiritual e pessoal de

intimidade com o Senhor, no qual devemos progredir em graus cada vez maiores.

Crescer na graça e no conhecimento de Jesus é um dever que está imposto aos seus discípulos,

para durar por toda a vida.

Para tanto é necessário estar confirmados na força da graça que Deus supre de acordo com o

poder da Sua glória, para que possamos perseverar na fé e ser longânimos com alegria

(Col 1.10,11).

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A longanimidade é a graça necessária para nos tornar pacientes e tardios em nos irarmos em

razão das ofensas que recebemos e de todo o mal que testemunhamos no mundo.

A verdadeira longanimidade guardará o nosso coração em paz, e livres de julgarmos pessoas e

situações com juízo ácido e hipercrítico

Deus está sendo completamente longânimo para com todos nesta dispensação do Evangelho - a da graça.

Ele não está imputando aos homens as suas

ofensas enquanto eles vivem no mundo, na expectativa de que se arrependam do pecado e se convertam a Cristo, para serem perdoados e

salvos.

Importa que todos os cristãos sejam imitadores de Deus neste e em muitos outros sentidos

evangélicos, de modo que não atuem como juízes de um mundo que se encontra em trevas,

senão como sacerdotes que intercedem junto a Deus em favor dos pecadores, sendo luz para os

que se encontram perdidos, de maneira que possam ter um encontro pessoal com Jesus.

Foi nele que “foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam

tronos, sejam dominações, sejam principados,

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sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.”.

O Cristo que nos salva é o Senhor de tudo e de todos.

Ele exerce domínio sobre todas as coisas porque é o Criador e tudo foi criado não somente por Ele, mas para pertencer a Ele.

Desde toda a eternidade o Pai constituiu o Filho herdeiro de todas as coisas.

Por isso, a Jesus foi dada toda autoridade tanto nos céus quanto na terra.

O Pai lhe constituiu Senhor de tudo e de todos para que exerça o domínio através do qual Ele é honrado, porque importa que o Filho seja

honrado tanto quanto o Pai é honrado.

De maneira que aquele que não honrar o Filho não estará honrando o Pai, como se lê em Jo 5.23.

“para que todos honrem o Filho, assim como

honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou.”

Foi do agrado do Pai que toda a plenitude estivesse no Filho e por isso O deu como Senhor

de todas as coisas e cabeça da Igreja.

Quando a Bíblia se refere à Igreja, o que está em foco não é nenhum templo, instituição,

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denominação religiosa, mas todos aqueles que se convertem a Cristo.

Por ser Seu corpo, toda vida espiritual verdadeira que houver na Igreja terá procedido dEle como Cabeça deste corpo.

É por isso que se não permanecermos nEle, a vida divina não fluirá em nós e seremos achados

como mortos, espiritualmente falando.

Esta permanência deve ser buscada com

diligência. Caso contrário, a mínima tentação ou qualquer outro tipo de provação nos afastará

dEle.

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11 - Nem Ociosos e Nem Infrutíferos

"5 E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à

virtude o conhecimento,

6 e ao conhecimento o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à

perseverança a piedade,

7 e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o

amor.

8 Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem

infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo." (II Pedro 1.5-8)

Deus nos criou para a ação proveitosa,

especialmente em relação a se fazer o bem ao nosso próximo, promovendo e desenvolvendo

sobretudo as sua vida espiritual no que tange à comunhão com Deus, e também para que nós

mesmos demos o fruto espiritual esperado por Ele, relativo à transformação do nosso caráter à

semelhança ao de Cristo.

É a isto que o apóstolo Pedro está se referindo com as palavras do nosso texto.

Ele diz que é necessário empregar toda a nossa diligência, ou seja, o nosso esforço continuado e

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bem definido para que este objetivo divino seja concretizado em nossas vidas.

Ele não fala sobre mero conhecimento ou compreensão intelectual destas virtudes, mas de existência delas na nossa vida, por um

conhecimento de experiência íntima, pessoal e sobretudo espiritual da realidade delas

implantadas no nosso ser.

À fé e à virtude deve ser acrescentado o conhecimento, não meramente conhecimento

intelectual da Palavra, mas um conhecimento vivo da vontade de Deus pela Palavra e pelo

Espírito. Conhecimento do próprio Deus e do Seu caráter. Conhecimento da fraqueza e

corrupção da nossa natureza terrena e de como o pecado opera nela, para que nos despojemos

dela pelo conhecimento das coisas que alimentam e dão crescimento à nossa nova

natureza em Cristo Jesus.

A estas graças deve ser acrescentado o domínio

próprio que é fruto do Espírito Santo. E este domínio próprio deve ser traduzido

principalmente num viver quieto e tranquilo, no Espírito, cultivando-se a virtude da mansidão e da gratidão e contentamento em toda e

qualquer circunstância.

A fé, a virtude, o conhecimento e o domínio próprio devem ser seguidos pela perseverança

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43

na fé. A perseverança que está associada à evidência da nossa salvação de irmos até ao fim

sendo fiéis a Cristo e à Sua vontade.

Com a perseverança deve seguir a piedade, que é um viver santo e justo diante de Deus e dos homens.

Viver piedosamente é viver de modo totalmente consagrado a Deus.

À piedade deve ser juntada a fraternidade ou

comunhão com os irmãos na fé, no ajuntamento santo da congregação (Igreja), para o culto de

adoração a Deus e serviço a Ele e ao próximo.

Finalmente, à fraternidade ou comunhão espiritual em unidade na Igreja, deve ser juntado o amor ágape, ou seja, o mesmo tipo de

amor espiritual com o qual Cristo nos ama, o qual é o vínculo da perfeição, e sem o qual nada

do que somos ou temos será de qualquer valor para Deus.

Então a melhor maneira de confirmarmos a nossa eleição, conforme o apóstolo diz no verso

10, isto é, de termos certeza da nossa salvação, é por percebermos que as graças aqui citadas por

Pedro estão aumentando em nossa vida. porque é um princípio vital da fé e da graça verdadeiras,

aumentarem em nós.

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É este crescimento nestas virtudes, que configura o nosso amadurecimento espiritual, e

é ele que fará com que Deus não nos deixe ociosos e nem infrutíferos no que concerne ao

pleno conhecimento de Jesus, e de uma vida confirmada em boas palavras e obras, pois Ele

nos fará úteis no Seu serviço.

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12 - Uma Chamada Séria a Uma Vida Santa e Devota – Cap III

Tradução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, do terceiro capítulo do livro de William Law, em

domínio público, intitulado Uma Chamada Séria a Uma Vida Santa e Devota. William Law, foi

professor e mentor por vários anos de John e Charles Wesley, George Whitefield – principais

atores do grande avivamento do século XVIII, que se espalhou por todo o mundo - Henry

Venn, Thomas Scott e Thomas Adam, entre outros, que foram profundamente afetados por

sua vida consagrada a Deus, e sobretudo pelo conteúdo deste livro.

Do grande erro e insensatez, de não

tencionarmos ser mais eminentes e exemplares quanto possamos, na prática de todas as

virtudes cristãs.

Apesar de a bondade de Deus e as suas ricas

misericórdias em Cristo Jesus, serem uma garantia suficiente para nós, que ele será

misericordioso para com as nossas inevitáveis fraquezas e enfermidades, quando estas são

causadas por ignorância ou por algo inesperado, no entanto, não temos nenhuma razão para

esperar a mesma misericórdia para com aqueles pecados nos quais temos vivido, por

falta de intenção de evitá-los.

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Por exemplo, o caso de um blasfemo, que morre nessa culpa, parece não ter direito à

misericórdia divina, porque ele não pode mais alegar qualquer fraqueza ou enfermidade como

desculpa, do que o homem que escondeu o seu talento na terra, poderia se desculpar por sua

falta de força para mantê-lo fora da terra.

Mas agora, se isto é o raciocínio certo, no caso de um blasfemo, que seu pecado não é para ser

contado como uma fraqueza perdoável, porque ele não tem como desculpar tal fraqueza, por

que então não levar esta forma de raciocínio para sua verdadeira dimensão? Por que não

temos condenado tanto todos os outros erros da vida, para os quais não temos desculpas como

no caso da blasfêmia?

Porque, se isto é uma coisa ruim, que pode ser

evitada, se tivermos uma sincera intenção em fazê-lo, não devem, então, todos os demais modos de vida serem considerados culpados, se

vivermos neles, não por meio de fraqueza e inabilidade, mas porque nunca sinceramente

tencionamos evitá-los?

Por exemplo, você talvez não tenha feito nenhum progresso nas mais importantes virtudes cristãs, por ter parado no meio do

caminho em humildade e caridade, agora se o seu fracasso nessas tarefas é puramente devido

à sua falta de intenção de realizá-las em

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qualquer grau verdadeiro, você não está tanto sem desculpa quanto o blasfemo?

Por que, então, você não inculca essas coisas em sua consciência? Por que não pensa nisso como sendo perigoso para você viver em tais defeitos,

assim como está em seu poder evitá-los, tanto quanto é perigoso para um blasfemo viver na

violação desse dever, que está em seu poder observar? Não é a negligência, e a falta de uma

intenção sincera em agradar a Deus, tão condenável em um caso, como no outro?

Você, pode estar, tão longe da perfeição cristã, como o blasfemo em relação a guardar o terceiro mandamento; você não está, portanto,

tão condenado pelas doutrinas do Evangelho, quanto o blasfemo pelo terceiro mandamento?

Você talvez dirá que todas as pessoas ficam aquém da perfeição do Evangelho, e, portanto,

você está satisfeito com as suas falhas. Mas isso não responde ao propósito. Porque a questão

não é se a perfeição do Evangelho pode ser plenamente alcançada, mas se você procura se

aproximar dela, com uma intenção sincera, e inteligência cuidadosa para fazê-lo.

Se você está fazendo progresso na vida cristã, tanto quanto os seus melhores esforços possam lhe permitir, então você pode justamente

esperar, que as suas imperfeições não serão

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lançadas em sua conta, mas se os seus defeitos em piedade, humildade e caridade, são devidos

à sua negligência, e falta de intenção sincera, para ser mais eminente quanto possa nestas

virtudes, então você se acha sem desculpa, como aquele que vive no pecado de blasfêmia,

por causa da falta de uma intenção sincera de se afastar dele.

A salvação de nossas almas é apresentada nas Escrituras como uma coisa difícil, que exige

toda a diligência, que deve ser trabalhada com temor e tremor.

Nos é dito que a porta é estreita, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a

encontrem. Que muitos são chamados, mas poucos escolhidos. E que muitos não acharão a

salvação por não se esforçarem para entrar pela porta estreita.

Aqui nosso bendito Senhor nos ordena a nos esforçarmos para entrar, porque muitos irão

falhar, porque somente procuram entrar mas não se esforçam para entrar. Por que nós somos

claramente ensinados que a religião é um estado de trabalho e esforço, e que muitos não

se salvarão porque eles não se esforçam e se importam o suficiente, pois somente procuram,

mas não se esforçam para entrar.

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Cada cristão, portanto, deve também analisar a sua vida por estas doutrinas, como pelos

Mandamentos. Porque estas doutrinas são as marcas claras de nossa condição, assim como os

mandamentos são as marcas claras do nosso dever.

Porque, se a salvação somente é dada para aqueles que se esforçam para isso, então é razoável considerar, se o meu curso de vida é

um curso de luta para obtê-la, como considerar se eu tenho guardado qualquer um dos

mandamentos.

Se a minha religião é apenas um cumprimento formal daqueles modos de adoração, que estão na moda onde eu moro, se ela não me custa

dores e tribulações, se ela não me coloca sob regras e restrições, se não tenho pensamentos

cuidadosos e reflexões sóbrias sobre isto, não é grande fraqueza pensar que eu estou lutando

para entrar pela porta estreita?

Se eu estou procurando tudo o que pode agradar os meus sentidos, e os meus apetites; gastar meu tempo e dinheiro em prazeres, em

diversões e alegrias mundanas, e ser um estranho para vigílias, jejuns, orações e

mortificações do pecado, como pode ser dito que eu estou trabalhando a minha salvação com

temor e tremor?

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Se não há nada na minha vida e conversação, que me mostre ser diferente dos pagãos, se eu

uso o mundo, e os prazeres mundanos, como a maioria das pessoas fazem agora, e têm feito em

todas as épocas, por que eu deveria pensar que eu estou entre aqueles poucos, que estão

andando no caminho estreito para o céu?

E, ainda, se o caminho é estreito, se ninguém pode andar por ele, mas aqueles que se

esforçam, não é assim necessário para mim considerar, se o caminho em que eu estou é

estreito o suficiente?

A soma desta questão é a seguinte: A partir do

mencionado acima, e muitas outras passagens das Escrituras, parece claro, que a nossa

salvação depende da sinceridade e da perfeição de nossos esforços para ser obtida e mantida. (A

salvação é de fato obtida somente pela graça, mediante a fé, e não por nossas boas obras, mas é por um efetivo exercício na piedade que

mantemos o nosso estado equivalente ao de todos aqueles que estão vivendo na condição

que corresponde às características dos que estão desfrutando as virtudes do reino dos céus

– nota do tradutor.)

Homens fracos e imperfeitos podem, apesar de suas fraquezas e defeitos, serem considerados, como tendo agradado a Deus, se eles têm feito o

máximo para agradá-lo. (É reputado como tendo

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um coração puro neste mundo todos aqueles que se esforçam sinceramente em viver do

modo que é ordenado por Deus nas Escrituras, porque estes, quando falham são cobertos por

suas misericórdias e perdão – se confessarmos e deixarmos nos nossos pecados então o Senhor

nos acolherá em comunhão com ele, mas se não andamos na luz não podemos ter tal comunhão com Deus e com os demais crentes que andam

na luz – nota do tradutor).

As recompensas de caridade, piedade e humildade, serão dadas àqueles, cujas vidas têm tido um trabalho cuidadoso de exercer as

virtudes em um tão alto grau quanto possam.

Não podemos oferecer a Deus o serviço dos

Anjos, não podemos lhe obedecer como o homem em um estado de perfeição poderia

fazê-lo, mas os homens caídos podem fazer o seu melhor, e esta é a perfeição que se exige de nós; é apenas a perfeição dos nossos

melhores esforços, um trabalho cuidadoso para ser o mais perfeito possível.

Mas se pararmos aquém disto, por qualquer coisa que nós conhecemos, nós nos excluímos

da misericórdia de Deus, e nada temos para pleitear nos termos do evangelho. Porque Deus

não fez nenhuma promessa de misericórdia para o preguiçoso e negligente. Sua

misericórdia é apenas oferecida para as nossas

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fraquezas e imperfeições, caso nos esforçamos para praticar todos os tipos de justiça.

A medida do nosso amor a Deus, na justiça parece ser a medida de nosso amor por todas as virtudes. Devemos amá-las e praticá-las com

todo o nosso coração, com toda a alma, com toda a nossa mente, e com toda a nossa força. E

quando deixamos de viver com essa observância à virtude, vivemos abaixo da nossa nova

natureza, e em vez de sermos capazes de pleitear o perdão de nossas fraquezas, ficamos sujeitos à

cobrança da nossa negligência.

É por esta razão que somos exortados a trabalhar

a nossa salvação com temor e tremor; porque a menos que o nosso coração e paixões estejam

ansiosamente inclinados para a obra da nossa salvação, a não ser que em nossos temores

sejamos animados por nossos esforços, e guardemos nossas consciências estritas e ternas sobre cada parte de nosso dever,

constantemente examinando o modo como vivemos, há toda uma probabilidade de cairmos

num estado de negligência, e nos acomodarmos em tal curso de vida, o qual nunca nos conduzirá

às recompensas do céu.

E aquele que considera, que um Deus justo só pode fazer tais exigências como sendo adequadas à sua justiça, que todas as nossas

obras devem ser examinadas por um fogo santo,

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achará o temor e o tremor que são apropriados para aqueles que estão perto de um tão grande

julgamento.

E, de fato, não há probabilidade de que alguém possa fazer todo o dever que se espera dele, ou

faça progresso na piedade, na santidade e justiça que Deus requer dele, senão aquele que está

constantemente com temor de ficar aquém disso.

Agora, não se pretende com isso, manter as mentes das pessoas com uma ansiedade escrupulosa, e descontentamento no serviço de

Deus, mas para enchê-los apenas com um temor de viverem em preguiça e ócio, e na negligência

de tais virtudes, pois eles irão faltar no dia do Juízo.

Isto é para estimulá-los a um exame sincero de suas vidas, para tal zelo, cuidado, e preocupação

com a perfeição cristã, como eles usam em qualquer assunto que ganhou seu coração e

afeições. (Nosso Senhor ordenou que devemos ser perfeitos assim como o Pai é perfeito – nota

do tradutor)

Isto é apenas por desejar que eles sejam tão apreensivos quanto ao seu estado, sendo

humildes na opinião de si mesmos, de modo sincero, tencionando atingir maiores graus de

piedade, e assim virem a temer ficarem aquém

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da bem-aventurança, como o grande apóstolo Paulo, quando assim escreveu aos filipenses:

“Fil 3.12 Não que eu o tenha já recebido ou tenha

já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui

conquistado por Cristo Jesus.

Flp 3:13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para

as que diante de mim estão,

Flp 3:14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

Flp 3:15 Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos

esclarecerá.”

Mas agora, se o apóstolo considerou isto necessário para aqueles que estavam em seu

estado de perfeição, a serem assim, de mente, isto é, aspirando por maiores graus de

santidade, aos quais eles não haviam ainda chegado, com certeza é muito mais necessário

para nós, que nascemos nos fins do tempo, e que trabalhamos sob grandes imperfeições, que nos

esforcemos para atingir esses graus de uma vida santa e divina, que ainda não tenhamos

alcançado.

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A melhor maneira para que alguém saiba, o quanto ele deve aspirar pela santidade, é

considerar, não o quanto ela vai tornar a sua vida presente fácil, mas indagar a si mesmo, o quanto

ela vai tornar fácil, a hora da morte.

Agora, qualquer homem que ousar ser tão sério, a ponto de colocar esta questão para si mesmo,

será forçado a responder, que no momento da morte, todo mundo desejará que tivesse sido tão

perfeito quanto pudesse ser.

Não é isto, portanto, suficiente, para nos fazer

não somente desejosos, mas também trabalhar para a perfeição, de cuja falta lamentaremos?

Não é excessivamente insensato, se contentar com tal curso de piedade, do qual já sabemos

que não podemos nos contentar com ele, no momento em que necessitaremos dele, nada

mais tendo para nos consolar? Como podemos trazer uma condenação mais severa contra nós mesmos, do que crer, que na hora da morte, nós

teremos para nos assistir as virtudes dos Santos, e daqueles que foram servos de Deus, antes de

nós, e ainda assim não nos empenharmos para chegarmos ao auge da piedade deles, enquanto

estamos vivos?

Embora seja um absurdo que podemos facilmente passar isto por alto no presente, enquanto a saúde de nossos corpos, as paixões

de nossas mentes, o barulho, a pressa, e

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prazeres, e os negócios do mundo, nos levam a ter olhos que não veem, e ouvidos que não

ouvem, no momento mesmo da morte, isto será fixado diante de nós numa magnitude terrível, e

irá nos assombrar como um fantasma santo, e nossa consciência nunca permitirá que

desviemos os nossos olhos dele.

Quando consideramos a morte como uma desgraça, somente pensamos na mesma como

uma separação miserável dos prazeres desta vida. Nós raramente choramos por um homem

velho que morre rico, mas lamentamos a perda dos jovens, que são levados quando progrediam

em fazer fortuna.

Esta é a sabedoria de nossos principais pensamentos. E que loucura das crianças mais

tolas é tão grande como esta?

Porque o que há de miserável ou terrível na

morte, senão a consequência da mesma? Quando um homem está morto, o que pode

qualquer coisa significar para ele, senão o estado no qual ele se encontra então?

Se eu estou indo agora para a alegria de Deus, poderia haver qualquer razão para lamentar, que isso aconteceu comigo antes que eu tivesse

atingido quarenta anos de idade? Poderia ser uma coisa triste ir para o céu, antes que eu

tivesse mais algumas pechinchas?

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E se eu fosse contado entre os espíritos perdidos, poderia haver alguma razão para estar

contente, que isso não aconteceu comigo até que estivesse velho e cheio de riquezas?

Se os bons anjos estavam prontos para

receberem a minha alma, poderia ser qualquer tristeza para mim, que eu estava morrendo em cima de uma cama de pobre num sótão?

E se Deus me entregou para os maus espíritos, para ser arrastado por eles para locais de tormentos, poderia haver qualquer conforto

para mim, que eles me encontraram em cima de uma cama de ouro?

Quando você está tão perto da morte como eu estou, você sabe, que todos os diferentes estados da vida, seja da juventude ou da idade avançada,

da riqueza ou da pobreza, da grandeza ou pequenez, nada mais significam para você, do

que se você morresse em um apartamento pobre, ou imponente.

A grandeza das coisas que seguem a morte, faz tudo o que veio antes se afundar em nada.

Agora este julgamento é a próxima coisa que eu procuro, e sempre que a felicidade última, ou

miséria é chegada tão perto de mim, todas as alegrias e prosperidades da vida parecem tão

vazias e insignificantes, e nada mais têm a ver

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com a minha felicidade, do que as roupas que eu usava antes que eu pudesse falar.

Mas, meus amigos, como estou surpreso, que

eu nem sempre tenho tido esses pensamentos? Porque o que há nos terrores da morte, nas

vaidades da vida, ou nas necessidades da piedade, senão o que eu posso ter fácil e totalmente visto em qualquer parte da minha

vida?

Que coisa estranha é, que um pouco de saúde, ou os pobres negócios de uma loja, deveriam

nos manter tão insensíveis destas grandes coisas, que estão vindo rapidamente sobre nós!

Ó meus amigos! bendigam a Deus por vocês não serem desse número, que vocês tenham tempo e força para se empenharem em tais obras de

piedade, que possam lhes trazer paz no final.

E guarde isso com você, que não há nada além de uma vida de grande piedade, ou uma morte

de grande estupidez, que possa mantê-lo fora destas apreensões.

Nos negócios desta vida terrena eu usei de prudência e reflexão. Eu tenho feito tudo por regras e métodos. Eu tenho tido prazer em

conversar com os homens de experiência e julgamento, para encontrar as razões pelas

quais alguns fracassam, e outros têm sucesso

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em qualquer negócio. Eu não dei nenhum passo no comércio, senão com muito cuidado e

prudência, considerando todas as vantagens ou os perigos envolvidos.

Eu sempre tive meu olho sobre o fim principal do negócio, e estudava todas as formas e meios

para ser um ganhador em tudo que empreendi.

Mas qual é a razão de não ter trazido nenhuma destas disposições para a religião? Qual é a razão que eu, que tenho até muitas vezes falado da

necessidade de regras e métodos, e diligência nos negócios do mundo, nunca tenha pensado

em todo esse tempo em quaisquer regras ou métodos, ou gerências, para me conduzirem

numa vida de Piedade?

Você acha que qualquer coisa pode surpreender e confundir um homem como este na hora da morte? Que dor que você acha que um homem

deve sentir, quando sua consciência coloca toda essa insensatez em sua conta, quando deveria

ter se mostrado regular, exato, e sábio, como tem sido em pequenas coisas, que já passaram

como um sonho, e quão estúpida e insensivelmente ele tem vivido, sem reflexão,

sem quaisquer regras, em coisas relativas à eternidade, como nenhum coração pode

suficientemente concebê-las?

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Se eu tivesse apenas minhas fragilidades e imperfeições para lamentar neste momento da

morte, eu deveria estar aqui humildemente confiando na misericórdia de Deus. Mas,

infelizmente! Como posso chamar um desrespeito geral, e uma completa negligência

de toda melhoria religiosa, de fragilidade ou imperfeição; quando estivera ao máximo ao meu alcance ter sido exato, prudente, e

diligente num curso de piedade, como fui no negócio do meu comércio.

Eu poderia ter procurado ajuda, ter praticado o maior número de regras, e ser ensinado em

tantos métodos corretos para uma vida santa, como fiz para prosperar em meu negócio do

mundo, mas eu não pretendi e desejei isso.

Oh meus amigos! uma vida descuidada,

despreocupada e desatenta aos deveres da religião, é tão sem qualquer desculpa, tão indigna da misericórdia de Deus, como uma

vergonha para o sentido e a razão de nossas mentes, que mal posso conceber uma punição

maior, do que um homem ser lançado no estado em que eu estou, para refletir sobre ele.

Um penitente estava partindo aqui, mas tinha a boca paralisada por uma convulsão, que não

permitiu que nada mais falasse. Ele convulsionou por cerca de doze horas, e, em

seguida, entregou o espírito.

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61

Agora, se cada leitor, imaginasse este penitente tendo algum conhecimento específico em

relação à sua condição, e imaginasse que ele viu e ouviu tudo o que está aqui descrito, que

estivera junto da sua cabeceira, quando seu pobre amigo estava em tal aflição e agonia,

lamentando a insensatez de sua vida passada, iria, com toda a probabilidade, ensinar-lhe tal sabedoria como nunca estivera antes em seu

coração. Se para isso, ele considerasse quantas vezes ele próprio pode ter sido surpreendido no

mesmo estado de negligência, e feito um exemplo para o resto do mundo, esta reflexão

dupla, tanto sobre o sofrimento de seu amigo, e da bondade de Deus que, lhes tinha preservado

disto, teria, muito provavelmente amolecido seu coração em santas disposições, e teria

transformado o restante de sua vida em um curso regular de piedade.

Isto, portanto, sendo tão útil para a meditação, vou deixar o leitor aqui, como espero,

seriamente engajado na mesma.

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13 – Palavras para Dever, Diligência, Esforço, no Original Grego e Hebraico

1 – apoude (grego) – diligência;

2 – philotimeomai (grego) - esforçar-se, lutar;

3 – agonizomai (grego) - esforçar-se a ponto de agonizar;

4 – endunamoo (grego) – fortalecer-se, fortificar-se;

5 – chazaq (hebraico) – esforçar-se, ser forte;

6 – oze (hebraico) – força.

1 – apoude – diligência

Romanos 12.8 ou que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade;

o que preside, com diligência (apoude); o que usa de misericórdia, com alegria.

Romanos 12.11 não sejais vagarosos no cuidado

(apoude) ; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;

2 Coríntios 7.11 Pois vede quanto cuidado (apoude) não produziu em vós isto mesmo, o

serdes contristados segundo Deus! sim, que

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defesa própria, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo

provastes estar inocentes nesse negócio.

2 Coríntios 7.12 Portanto, ainda que vos escrevi, não foi por causa do que fez o mal, nem por

causa do que o sofreu, mas para que fosse manifesto, diante de Deus, o vosso grande

cuidado (apoude) por nós.

2 Coríntios 8.7 Ora, assim como abundais em tudo: em fé, em palavra, em ciência, em toda a

diligência (apoude), no vosso amor para conosco, vede que também nesta graça

abundeis.

2 Coríntios 8.8 Não digo isto como quem manda, mas para provar, mediante o zelo (apoude) de

outros, a sinceridade de vosso amor;

2 Coríntios 8.16 Mas, graças a Deus, que pôs no coração de Tito a mesma solicitude (apoude) por

vós;

Hebreus 6.11 E desejamos que cada um de vós mostre a mesma diligência (apoude) até o fim,

para completa certeza da esperança;

2 Pedro 1.5 E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência (apoude), acrescentai à vossa fé

a virtude, e à virtude a ciência,

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Judas 1.3 Amados, enquanto eu empregava toda a diligência (apoude) para escrever-vos acerca

da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a

pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos.

2 – philotimeomai - esforçar-se, lutar

Romanos 15.20 deste modo esforçando-me (philotimeomai) por anunciar o evangelho, não

onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio;

2 Coríntios 5.9 Pelo que também nos esforçamos

(philotimeomai) para ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes.

1 Tessalonicenses 4.11 e procureis (philotimeomai) viver quietos, tratar dos vossos

próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vô-lo mandamos,

3 – agonizomai - esforçar-se a ponto de agonizar

Lucas 13.24 Esforçai-vos (agonizomai) por entrar

pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão.

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65

Colossenses 1.29 para isso também trabalho, lutando (agonizomai) segundo a sua eficácia,

que opera em mim poderosamente.

Colossenses 4.12 Saúda-vos Epafras, que é um

de vós, servo de Cristo Jesus, e que sempre luta (agonizomai) por vós nas suas orações, para que

permaneçais perfeitos e plenamente seguros em toda a vontade de Deus.

1 Timóteo 6.12 Peleja (agonizomai) o bom combate da fé, apodera-te da vida eterna, para a

qual foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.

2 Timóteo 4.7 Combati (agonizomai) o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.

4 – endunamoo – fortalecer-se, fortificar-se

Romanos 4.20 contudo, à vista da promessa de

Deus, não vacilou por incredulidade, antes foi fortalecido (endunamoo) na fé, dando glória a

Deus,

Efésios 6.10 Finalmente, fortalecei-vos

(endunamoo) no Senhor e na força do seu poder.

Filipenses 4.13 Posso todas as coisas naquele que

me fortalece (endunamoo).

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1 Timoteo 1.12 Dou graças àquele que me fortaleceu (endunamoo), a Cristo Jesus nosso

Senhor, porque me julgou fiel, pondo-me no seu ministério,

2 Timóteo 2.1 Tu, pois, meu filho, fortifica-te (endunamoo) na graça que há em Cristo Jesus;

2 Timóteo 4.17 Mas o Senhor esteve ao meu lado

e me fortaleceu (endunamoo), para que por mim fosse cumprida a pregação, e a ouvissem

todos os gentios; e fiquei livre da boca do leão,

Hebreus 11.34 apagaram a força do fogo,

escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças (endunamoo), tornaram-se poderosos na

guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros.

5 – chazaq – esforçar-se, ser forte

Números 13.20 e que tal é a terra, se gorda ou

magra; se nela há árvores, ou não; e esforçai-vos (chazaq), e tomai do fruto da terra. Ora, a estação

era a das uvas temporãs.

38 Josué, filho de Num, que te serve, ele ali

entrará; anima-o (chazaq), porque ele fará que Israel a receba por herança.

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Deuteronômio 3.28 Mas dá ordens a Josué, anima-o (chazaq), e fortalece-o, porque ele

passará adiante deste povo, e o levará a possuir a terra que tu verás.

Deuteronômio 11.8 Guardareis, pois, todos os

mandamentos que eu vos ordeno hoje, para que sejais fortes (chazaq), e entreis, e ocupeis a terra a que estais passando para a possuirdes;

Deuteronômio 31.6 Sede fortes e corajosos

(chazaq); não temais, nem vos atemorizeis diante deles; porque o Senhor vosso Deus é

quem vai convosco. Não vos deixará, nem vos desamparará.

Deuteronômio 31.7 Então chamou Moisés a

Josué, e lhe disse à vista de todo o Israel: Sê forte (chazaq) e corajoso, porque tu entrarás com

este povo na terra que o Senhor, com juramento, prometeu a teus pais lhes daria; e tu

os farás herdá-la.

Deuteronômio 31.23 E ordenou o Senhor a Josué, filho de Num, dizendo: sê forte (chazaq) e

corajoso, porque tu introduzirás os filhos de Israel na terra que, com juramento, lhes

prometi; e eu serei contigo.

Josué 1.6 Esforça-te (chazaq), e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que

jurei a seus pais lhes daria.

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Josué 1.7 Tão-somente esforça-te (chazaq) e tem

mui bom ânimo, cuidando de fazer conforme toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; não te desvies dela, nem para a direita nem para a

esquerda, a fim de que sejas bem sucedido por onde quer que andares.

Josué 1.9 Não to mandei eu? Esforça-te (chazaq),

e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está

contigo, por onde quer que andares.

Josué 1.18 Quem quer que se rebelar contra as tuas ordens, e não ouvir as tuas palavras em

tudo quanto lhe mandares, será morto. Tão-somente esforça-te (chazaq), e tem bom ânimo.

Josué 10.25 Então Josué lhes disse: Não temais,

nem vos atemorizeis; esforçai-vos (chazaq) e tende bom ânimo, porque assim fará o Senhor a todos os vossos inimigos, contra os quais haveis

de pelejar.

Josué 17.13 Mas quando os filhos de Israel se tornaram fortes (chazaq), sujeitaram os

cananeus a trabalhos forçados, porém não os expulsaram de todo.

Josué 23;6 Esforçai-vos (chazaq), pois, para

guardar e cumprir tudo quanto está escrito no

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livro da lei de Moisés, para que dela não vos desvieis nem para a direita nem para a esquerda;

Juízes 1.28 Mas quando Israel se tornou forte

(chazaq), sujeitou os cananeus a trabalhos forçados, porém não os expulsou de todo.

Juízes 3.12 Os filhos de Israel tornaram a fazer o

que era mau aos olhos do Senhor; então o Senhor fortaleceu (chazaq) a Eglom, rei de

Moabe, contra Israel, por terem feito o que era mau aos seus olhos.

Juízes 7.11 ouvirás o que dizem, e serão

fortalecidas (chazaq) as tuas mãos para desceres contra o arraial. Então desceu ele com

e seu moço, Purá, até o posto avançado das sentinelas do arraial.

Juízes 17.28 Então Sansão clamou ao Senhor, e disse: ó Senhor Deus! lembra-te de mim, e fortalece-me (chazaq) agora só esta vez, ó Deus,

para que duma só vez me vingue dos filisteus pelos meus dois olhos.

Juízes 20.22 Mas esforçou-se (chazaq) o povo, isto é, os homens de Israel, e tornaram a

ordenar a batalha no lugar onde no primeiro dia a tinham ordenado.

1 Samuel 4.9 Esforçai-vos (chazaq), e portai-vos

varonilmente, ó filisteus, para que porventura

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não venhais a ser escravos dos hebreus, como eles o foram vossos; portai-vos varonilmente e

pelejai.

1 Samuel 30.6 Também Davi se angustiou; pois o povo falava em apedrejá-lo, porquanto a alma de

todo o povo estava amargurada por causa de seus filhos e de suas filhas. Mas Davi se

fortaleceu (chazaq) no Senhor seu Deus.

2 Samuel 2.7 Esforcem-se (chazaq), pois, agora as vossas mãos, e sede homens valorosos; porque

Saul, vosso senhor, é morto, e a casa de Judá me ungiu por seu rei.

2 Samuel 10.11 E disse-lhe: Se os sírios forem

mais fortes (chazaq) do que eu, tu me virás em socorro; e se os amonitas forem mais fortes

(chazaq) do que tu, eu irei em teu socorro.

2 Samuel 10.12 Tem bom ânimo (chazaq), e sejamos corajosos pelo nosso povo, e pelas

cidades de nosso Deus; e faça o Senhor o que bem lhe parecer.

1 Reis 2.2 Eu vou pelo caminho de toda a terra; sê forte (chazaq), pois, e porta-te como homem.

1 Reis 20.22 Então o profeta chegou-se ao rei de

Israel e lhe disse: Vai, fortalece-te (chazaq); atenta bem para o que hás de fazer; porque

decorrido um ano, o rei da Síria subirá contra ti.

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1 Crônicas 11.10 São estes os chefes dos valentes de Davi, que o apoiaram fortemente (chazaq) no

seu reino, com todo o Israel, para o fazerem rei, conforme a palavra do Senhor, no tocante a

Israel.

1 Crônicas 22.13 Então prosperarás, se tiveres cuidado de guardar os estatutos e os juízos que o

Senhor ordenou a Moisés acerca de Israel. Esforça-te (chazaq), e tem bem ânimo; não temas, nem te espantes.

1 Crônicas 28.10 Agora toma cuidado, porque o

Senhor te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te (chazaq), e faze a

obra.

1 Crônicas 28.20 Disse, pois, Davi a seu filho

Salomão: Esforça-te (chazaq) e tem bom ânimo, e faze a obra; não temas, nem te desalentes, pois

o Senhor Deus, meu Deus, é contigo; não te deixará, nem te desamparará, até que seja

acabada toda a obra para o serviço da casa do Senhor.

1 Crônicas 29.12 Tanto riquezas como honra vêm de ti, tu dominas sobre tudo, e na tua mão há

força e poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força (chazaq) a tudo.

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2 Crônicas 1.1 Ora, Salomão, filho de Davi, fortaleceu-se (chazaq) no seu reino, e o Senhor

seu Deus era com ele, e muito o engrandeceu.

2 Crônicas 15.7 Vós, porém, esforçai-vos

(chazaq), e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra terá uma recompensa.

2 Crônicas 15.8 Asa, tendo ouvido estas palavras,

e a profecia do profeta filho de Odede, cobrou ânimo (chazaq) e lançou fora as abominações de toda a terra de Judá e de Benjamim, como

também das cidades que tomara na região montanhosa de Efraim, e renovou o altar do

Senhor, que estava diante do pórtico do Senhor.

2 Crônicas 16.9 Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se

forte (chazaq) a favor daqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisto procedeste

loucamente, pois desde agora haverá guerras contra ti.

2 Crônicas 23.1 Ora, no sétimo ano Jeoiada, cobrando ânimo (chazaq), tomou consigo em

aliança os capitães de cem, Azarias, filho de Jeroão, Ismael, filho de Jeoanã, Azarias, filho de

Obede, Maaséias, filho de Adaías, e Elisafaté, filho de Zicri.

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2 Crônicas 25.11 Amazias, cobrando ânimo (chazaq), conduziu o seu povo, e foi ao Vale do

Sal, onde matou dez mil dos filhos de Seir.

2 Crônicas 27.6 Assim Jotão se tornou poderoso (chazaq), porque dirigiu os seus caminhos na

presença do Senhor seu Deus.

2 Crônicas 32.7 Sede corajosos (chazaq), e tende

bom ânimo; não temais, nem vos espanteis, por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a

multidão que está com ele, pois há conosco um maior do que o que está com ele.

2 Crônicas 35.2 E estabeleceu os sacerdotes nos

seus cargos, e os animou (chazaq) a servirem na casa do Senhor.

Esdras 6.22 e celebraram a festa dos pães ázimos

por sete dias com alegria; porque o Senhor os tinha alegrado, tendo mudado o coração do rei

da Assíria a favor deles, para lhes fortalecer (chazaq) as mãos na obra da casa de Deus, o Deus

de Israel.

Esdras 7.28 e que estendeu sobre mim a sua benevolência perante o rei e os seus

conselheiros e perante todos os príncipes poderosos do rei. Assim encorajado (chazaq)

pela mão do Senhor, meu Deus, que estava sobre mim, ajuntei dentre Israel alguns dos

homens principais para subirem comigo.

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Esdras 9.12 Por isso não deis vossas filhas a seus filhos, e não tomeis suas filhas para vossos

filhos, nem procureis jamais a sua paz ou a sua prosperidade; para que sejais fortes(chazaq) e

comais o bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre.

Esdras 10.4 Levanta-te; pois a ti pertence este

negócio, e nós somos contigo; tem bom ânimo(chazaq), e faze-o.

Salmo 147.13 Porque ele fortalece (chazaq) as trancas das tuas portas; abençoa aos teus filhos

dentro de ti.

Isaías 35.3,4 Fortalecei (chazaq) as mãos fracas,

e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Sede fortes (chazaq), não temais; eis o vosso Deus! com vingança virá, sim com a

recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.

Isaías 41.6 um ao outro ajudou, e ao seu

companheiro disse: Esforça-te (chazaq).

Isaías 54.2 Amplia o lugar da tua tenda, e

estendam-se as cortinas das tuas habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma

bem (chazaq) as tuas estacas.

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Daniel 10.18 Então tornou a tocar-me um que tinha a semelhança dum homem, e me

fortaleceu (chazaq).

Daniel 10.19 E disse: Não temas, homem muito

amado; paz seja contigo; sê forte (chazaq), e tem bom ânimo (chazaq). E quando ele falou comigo,

fiquei fortalecido (chazaq), e disse: Fala, meu senhor, pois me fortaleceste (chazaq).

Oseias 7.15 Contudo fui eu que os ensinei, e lhes fortaleci (chazaq) os braços; entretanto

maquinam o mal contra mim.

Ageu 2.4 Ora, pois, esforça-te (chazaq), Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te (chazaq), sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e

esforçai-vos (chazaq), todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz

o Senhor dos exércitos,

Zacarias 8.9 Assim diz o Senhor dos exércitos: Sejam fortes (chazaq) as vossas mãos, ó vós, que

nestes dias ouvistes estas palavras da boca dos profetas, que estiveram no dia em que foi posto

o fundamento da casa do Senhor dos exércitos, a fim de que o templo fosse edificado.

Zacarias 8.13 E há de suceder, ó casa de Judá, e ó casa de Israel, que, assim como éreis uma

maldição entre as nações, assim vos salvarei, e

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sereis uma bênção; não temais, mas sejam fortes (chazaq) as vossas mãos.

6 – oze - força

Êxodo 15.2 O Senhor é a minha força (oze), e o meu cântico; ele se tem tornado a minha

salvação; é ele o meu Deus, portanto o louvarei; é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei.

Êxodo 15.13 Na tua beneficência guiaste o povo que remiste; na tua força (oze) o conduziste à tua

santa habitação.

1 Samuel 2.10 Os que contendem com o Senhor serão quebrantados; desde os céus trovejará

contra eles. O Senhor julgará as extremidades da terra; dará força (oze) ao seu rei, e exaltará o

poder do seu ungido.

1 Crônicas 16.11 Buscai ao Senhor e a sua força

(oze); buscai a sua face continuamente.

1 Crônicas 16.28 Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força (oze).

2 Crônicas 6.41 Levanta-te pois agora, Senhor Deus, e vem para o lugar do teu repouso, tu e a

arca da tua fortaleza (oze); sejam os teus sacerdotes, ó Senhor Deus, vestidos de salvação,

e os teus santos se regozijem no bem.

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Salmo 21.13 Exalta-te, Senhor, na tua força (oze); então cantaremos e louvaremos o teu poder.

Salmo 28.7 O Senhor é a minha força (oze) e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui

socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu cântico o louvarei.

Salmo 28.8 O Senhor é a força (oze) do seu povo; ele é a fortaleza salvadora para o seu ungido.

Salmo 46.1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza (oze), socorro bem presente na angústia.

Salmo 59.9 Em ti, força (oze) minha, esperarei; pois Deus é o meu alto refúgio.

Salmo 59.17 A ti, ó força (oze) minha, cantarei louvores; porque Deus é a minha fortaleza, é o Deus que me mostra benignidade.

Salmo 61.3 Pois tu és o meu refúgio, uma torre forte (oze) contra o inimigo.

Salmo 62.7 Em Deus está a minha salvação e a minha glória; Deus é o meu forte (oze) rochedo

e o meu refúgio.

Salmo 68.28 Ordena, ó Deus, a tua força (oze);

confirma, ó Deus, o que já fizeste por nós.

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Salmo 68.35 Ó Deus, tu és tremendo desde o teu santuário; o Deus de Israel, ele dá força (oze) e

poder ao seu povo. Bendito seja Deus!

Salmo 77.14 Tu és o Deus que fazes maravilhas;

tu tens feito notória a tua força (oze) entre os povos.

Salmo 84.5 Bem-aventurados os homens cuja

força (oze) está em ti, em cujo coração os caminhos altos.

Salmo 86.16 Volta-te para mim, e compadece-te de mim; dá a tua força (oze) ao teu servo, e a salva

o filho da tua serva.

Salmo 89.17 Pois tu és a glória da sua força (oze); e pelo teu favor será exaltado o nosso poder.

Salmo 93.1 O Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu, cingiu-se de

fortaleza (oze); o mundo também está estabelecido, de modo que não pode ser

abalado.

Salmo 96.6 Glória e majestade estão diante dele, força (oze) e formosura no seu santuário.

Salmo 105.4 Buscai ao Senhor e a sua força (oze); buscai a sua face continuamente.

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Salmo 118.14 O Senhor é a minha força (oze) e o meu cântico; tornou-se a minha salvação.

Salmo 138.3 No dia em que eu clamei, atendeste-

me; alentaste-me, fortalecendo (oze) a minha alma.

Salmo 140.7 Ó Senhor, meu Senhor, meu forte

(oze) libertador, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha.

Provérbios 18.10 Torre forte (oze) é o nome do

Senhor; para ela corre o justo, e está seguro.

Isaías 12.2 Eis que Deus é a minha salvação; eu confiarei e não temerei porque o Senhor, sim o

Senhor é a minha força (oze) e o meu cântico; e se tornou a minha salvação.

Isaías 45.24 De mim se dirá: Tão somente no senhor há justiça e força (oze). A ele virão,

envergonhados, todos os que se irritarem contra ele.

Isaías 49.5 E agora diz o Senhor, que me formou

desde o ventre para ser o seu servo, para tornar a trazer-lhe Jacó, e para reunir Israel a ele (pois

aos olhos do Senhor sou glorificado, e o meu Deus se fez a minha força (oze)).

Isaías 52.1 Desperta, desperta, veste-te da tua

fortaleza (oze), Sião; veste-te dos teus vestidos

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formosos, ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem

imundo.

Isaías 62.8 Jurou o Senhor pela sua mão direita, e pelo braço da sua força (oze): Nunca mais darei

de comer o teu trigo aos teus inimigos, nem os estrangeiros beberão o teu mosto, em que

trabalhaste.

Jeremias 16.19 ó Senhor, força (oze) minha e fortaleza minha, e refúgio meu no dia da angústia, a ti virão as nações desde as

extremidades da terra, e dirão: Nossos pais herdaram só mentiras, e vaidade, em que não

havia proveito.

Miquéias 5.4 E ele permanecerá, e apascentará o povo na força (oze) do Senhor, na excelência

do nome do Senhor seu Deus; e eles permanecerão, porque agora ele será grande

até os fins da terra.

Habacuque 3.4 E o seu resplendor é como a luz, da sua mão saem raios brilhantes, e ali está o

esconderijo da sua força (oze).