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DISCURSOS SOBRE GESTÃO DE HOSPITAIS PÚBLICOS PRODUZIDOS PELA
MÍDIA NA CONTEMPORNEIDADE
Giovana Cóssio Rodriguez (Universidade Federal de Pelotas)
Fernanda Sant´Ana Tristão (Universidade Federal de Pelotas)
Considerações iniciais
Na atualidade percebemos a grande proliferação discursiva sobre a forma de gerir os
hospitais públicos. A mídia chama a atenção para a crise financeira, vivida pelos hospitais
públicos brasileiros. Enunciados que são reproduzidos em jornais, revistas e programas
televisivos ao circularem na mídia falam a vários indivíduos ao mesmo tempo e dessa forma
contribuem para uma naturalização da verdade e ajudam a construir discursos sobre a gestão
desses hospitais. Este artigo apresenta alguns resultados parciais de uma pesquisa de
doutorado que se propõe a investigar as práticas de gestão contemporâneas em articulação
com o governamento dos sujeitos, aqui entendido como a população e também trabalhadores
da área da saúde que atuam nos hospitais universitários federais.
Seguimos a vertente pós-estruturalista, assumida no campo dos Estudos Culturais
(EC) e utilizamos algumas ferramentas propostas por Michel Foucault para analisar os
excertos, fragmentos de reportagens, originalmente publicadas nos jornais e revistas
selecionadas, já que, em artefatos culturais como jornais e revistas, a união de imagem e texto
cria a mensagem a ser veiculada. Seguindo esta perspectiva, este trabalho pretende analisar
alguns discursos sobre gestão de hospitais públicos, mais precisamente sobre hospitais
públicos universitários que são veiculados na mídia impressa no Brasil. Os excertos fazem
parte de reportagens de jornais publicados entre 1995 até 2013 disponíveis na internet.
Utilizamos tais na tentativa de mostrar alguns enunciados sobre a temática da crise financeira
dos hospitais públicos, dentre eles, os hospitais universitários, que circulavam na mídia
impressa nesse período. Estas reportagens, ao serem publicadas nos jornais diários e nas
revistas semanais, foram produzindo verdades sobre a existência de uma crise na saúde, a
precarização dos hospitais públicos, a ineficiência desses hospitais, fazendo tais verdades
circularem mais rapidamente dando, assim, visibilidade à ineficiência na forma do Estado
gerir os hospitais públicos brasileiros.
Por dentro dos Estudos Culturais
Os Estudos Culturais (EC) tiveram sua emergência como campo do saber em meados
do século XX. Foram os trabalhos de Richard Hoggart e Raymond Williams, publicados em
1958, que projetaram os Estudos Culturais como campo de estudo. As obras As utilizações da
cultura, de Hoggart e Cultura e sociedade 1780-1950, de Williams, mostravam a presença de
juízos contraditórios em relação à identidade cultural dos estudantes de origem popular, que
completavam formação universitária. Estes trabalhos destacaram-se por apresentarem
quebras, ou melhor, “rupturas” com as tradições de pensamento prevalentes na época em que
foram publicados (ESCOSTEGUY, 2010).
Autores, como Hoggart, Williams, Thompson e Stuart Hall, adotaram uma
perspectiva pluralista de encarar a cultura, na qual ela é relacionada ao domínio da produção
das ideias que dão sentido às experiências vividas, organizando as práticas sociais e
delineando “um modo de vida global” (HALL, 2009, p.127).
Algumas vertentes dos EC articulam-se com as perspectivas pós-estruturalistas e
dispõem-se a romper com as formas tradicionais de investigação, centradas em
metanarrativas da modernidade. Tais metanarrativas pretendiam/pretendem atribuir clareza e
rigor bem como estabelecer os métodos e teorias essenciais à análise dos fenômenos
(COSTA, 2004b).
Segundo Corazza (2002), quem se aventura no labirinto da pesquisa, seguindo a
vertente pós-estruturalista no complexo campo dos EC, não tem como pretensão
desidentificar-se dos demais ou de fazer diferente simplesmente por prazer.
Segundo a autora (2002), pelas condições históricas de possibilidade que se
apresentam na contemporaneidade, não podemos mais ficar trabalhando apenas com um
método único, privilegiado por uma única disciplina; nem mesmo com um aglomerado de
métodos, reunidos sob a forma de um compensado disciplinar, sejam quais forem seus
métodos. Intelectualmente, não podemos ignorar, em nome do rigor metodológico excludente
da modernidade, que dispomos de métodos múltiplos, com os quais precisamos entabular
negociações complexas.
A análise arqueológica do discurso apresenta-se como uma forma de tratar o que tem
sido dito sobre cultura, como práticas que formam, sistematicamente, os objetos de que se
fala. Portanto, procurar aproximações entre práticas analíticas, como as desenvolvidas no
campo dos EC e as realizadas por Michel Foucault, é possível devido a dois aspectos centrais
que são a recusa de metodologias pré-estabelecidas e de trajetórias metodológicas
reducionistas e pelo reconhecimento de que não há uma unidade homogênea que nos diga o
que são essas práticas analíticas no contexto dos EC.
No entanto, na sua fase contemporânea, os EC começaram a prestar mais atenção à
questão de política cultural e regulação através dos processos de governamentalidade, como
na educação, nos museus e na mídia. Nesse sentido, Hall (2006) destaca que os EC podem
ser tomados como uma formação discursiva no sentido foucaultiano, pois eles abarcam
discursos múltiplos bem como numerosas histórias distintas, assim como compreendem um
conjunto inteiro de formações, com as suas diferentes conjunturas e momentos no passado
[...] e foram construídos por metodologias e posicionamentos teóricos diferentes, todos
confrontando-se entre si.
Segundo a perspectiva dos EC, os meios de comunicação e a mídia não podem ser
vistos como exercendo uma relação linear, pois reduzindo-se os fenômenos a meras
estatísticas, ignorar-se-á a gênese da sua complexidade: subjetividade e processos de
produção de sentido. Nesse caso, o objeto como televisão, rádio, jornais, revistas, sites, etc.
pode ser estudado por vários aspectos. É por essa razão que o uso da interdisciplinaridade
torna-se tão vital para os EC (COSTA, 2004a).
Para Hall (1997) a mídia passou a ser uma parte crítica na infraestrutura material das
sociedades modernas, e, também, um dos principais meios de circulação das ideias e imagens
vigentes nestas sociedades.
Thompson (2005) destaca como possibilidade, a aproximação dos estudos de mídia
empreendidos sobre a perspectiva dos EC com os estudos de Foucault sobre regulação e
governamentalidade, nos quais Foucault quer chamar atenção para as táticas e técnicas de
governamento nas sociedades modernas e liberais, formando sujeitos que vão exercer o
governamento.
A mídia produz artefatos culturais, podendo ser entendida como um campo discursivo
constituído por um conjunto heterogêneo de enunciados, demarcado por formas próprias de
regularidade e por sistemas de coerção e subordinação que se exercitam e possuem
materialidade (COSTA, 2004a).
A partir da perspectiva Pós-Estruturalista dos EC, textos midiáticos impressos, assim
como materiais governamentais, são artefatos culturais, porque assumem caráter de artefatos
produtivos, de práticas de representação da “realidade”, de instituição de “verdades”,
constituídas em meio a relações de poder (COSTA, SILVEIRA e SOMMER, 2003).
De acordo com Foucault (2014), vivemos em uma sociedade que produz e faz circular
discursos que funcionam como verdade, que passam por tal e que detêm poderes específicos.
A verdade funciona como um conjunto de procedimentos regulados para a produção,
distribuição e funcionamento dos discursos. Considerando o que diz o autor, é possível
pensar que a circulação de tais verdades na mídia dá-se de diferentes formas. Consideramos,
nesse texto, as reportagens publicadas em jornais e revistas são utilizadas para efetuar um
chamamento para a crise nos hospitais públicos, para nos alertar quanto à precariedade dos
hospitais universitários federais. Tais chamamentos levam-nos a pensar não ser mais possível
que o Estado continue gerindo os hospitais públicos, dentre eles os hospitais universitários
federais.
Discursos sobre gestão de hospitais públicos produzidos pela mídia
Ao falarmos sobre hospitais, buscamos apresentar a história da dor que figura nos
livros acadêmicos procurando, igualmente, salientar alguns discursos que marcaram, de
maneira mais destacada a forma de gerir estas instituições. Escolha, não decorre de
considerar a história como objetiva e definitiva ou de vê-la como constituída por eventos
imutáveis dos quais se podem extrair significados absolutos, mas especialmente, de entender
que os fatos históricos não falam por si, mas são sempre interpretados, sendo essa
interpretação que nos permite fazer algumas reflexões e problematizações sobre como vem
sendo configurada a gestão dos hospitais públicos na atualidade.
No início do séc. IV após a conversão do Rei Constantino ao cristianismo criaram-se
instituições voltadas para o tratamento de civis enfermos, porém, como instituições religiosas
de caridade, visando garantir a “salvação das almas” e não fundamentalmente as curas das
doenças, apesar de abrigarem doentes e necessitados, proporcionavam um local de refúgio e
proteção a estas pessoas e não tratamentos médicos (PORTER, 2004; FOUCAULT, 2014).
Houve um grande aumento na construção destes “asilos” na Europa durante o séc.
XIII, durante a epidemia de lepra, onde estes locais destinavam-se ao confinamento dos
leprosos, considerados “pessoas impuras” (PORTER, 2004).
No séc. XIV estes asilos foram transformados nos primeiros hospitais durante a
epidemia de peste bubônica e tinham como finalidade o isolamento dos enfermos, assim
protegendo as pessoas não contaminadas. Estas instituições visavam à exclusão e não a busca
pela cura e ou cuidado (PORTER, 2004). “O pobre como pobre tem necessidade de
assistência e, como doente, portador de doença e de possível contágio, é perigoso. Por essas
razões, o hospital deve estar presente tanto para recolhê-lo, quanto para proteger os outros do
perigo que ele encarna.” (FOUCAULT, 2014, p.174).
Segundo Roy Porter (2004, p.167):
Os hospitais pré-modernos eram muito diferentes dos de hoje. Embora
fornecessem tratamento, alimento, abrigo e uma oportunidade de
convalescença, os hospitais gerais não eram, com raras exceções, centros de
medicina avançada. A maioria restringe-se a acidentados e vítimas de
fatalidades, bem como a queixas bastante rotineiras [...].
A medicalização dos hospitais ocorreu aos poucos, iniciando com os hospitais
marítimos e militares no séc. XVII, pois o preço dos homens fora elevado, exigindo a
reorganização do modelo hospitalar e das práticas de saúde. A medicalização também fora
favorecida pela instituição da disciplina dentro dos hospitais, que teve como base os modelos
organizacionais do exército, onde os cuidados aos doentes passaram a ser individualizados e
foram distribuídos em espaços, tendo suas ações registradas (FOUCAULT, 2014).
No séc. XVIII o hospital deixou de ser um lugar de caridade e assistência, devido ao
desenvolvimento das abordagens médicas baseadas na anatomia patológica e nos exames
clínicos, tornando-se assim um local terapêutico, tendo o médico como principal responsável
pela organização institucional. Também passou a ser utilizado como instituição de ensino,
formando profissionais de saúde (PORTER, 2004; FOUCAULT, 2014).
Roy Porter (2004, p.179) traz que:
A partir da década de 1880, a construção de centros cirúrgicos bem
equipados e esterilizados, onde se realizavam cirurgias avançadas e anti-
sépticas, contribuiu para fazer com que o hospital deixasse de ser um
refúgio de indigentes e se transformasse numa máquina de curar, o salvador
dos doentes graves. Ao lado dos leitos gratuitos destinados aos pobres,
construíram-se pavilhões particulares para os pacientes que podiam pagar.
Com o crescimento dos hospitais, os avanços da medicina e suas práticas, exames e
cirurgias, elevaram-se os gastos dos hospitais em grande parte dos países, necessitando de
investimentos e financiamentos. Segundo Roy Porter (2004, p.181) “em 1950, os hospitais
absorviam dois terços dos recursos investidos pelos Estados Unidos na assistência de saúde, e
essa percentagem continuou a subir.”
No Brasil os primeiros hospitais foram as Santas Casas de Misericórdia, sendo que a
primeira a ser construída por iniciativa do português Braz Cubas, líder do povoado do porto
de São Vicente, posteriormente Vila de Santos foi a Santa Casa de Santos, localizada no
Estado de São Paulo, que foi inaugurado em 1° de novembro 1543. A administração e
assistência ao hospital ficou a cargo da Confraria da Misericórdia, confirmada por D. João
III. O hospital foi construído para prestar atendimento aos colonos, nativos e escravos, mas
também foi o local de assistência aos nobres do Império Português e do Brasil Imperial,
tradicionais monarquistas e republicanos. O local também serviu para a prática da Medicina
durante quase três séculos, antes da fundação da primeira faculdade de Medicina do país
(IRMANDADE DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SANTOS, s/d).
No decorrer do século XX, surgiram os hospitais particulares que tinham como
proprietários médicos e tinham fins lucrativos. A partir de 1960 começaram a surgir os
primeiros hospitais próprios da medicina de grupos, envolvendo grupos e cooperativas
médicas. Foi também nesse período que as Faculdades de Medicina passaram a ter vínculo
com os Hospitais Universitários (HUs). Estes hospitais antes de 1992 eram utilizados apenas
como campo de estudo, treinamento de profissionais, sem quais quer vínculo com o sistema
de saúde. Nos anos seguintes, os HUs passaram a atender os usuários do Sistema Único de
Saúde, para assim garantir atendimento de qualidade a todos brasileiros, também aumentando
o investimento em tecnologias, pesquisas e ensino, porém resultou no aumento de custos e
falta de profissionalização suficiente para dar conta do crescimento das instituições e da
qualidade do atendimento (TORO, 2005).
Atualmente os HUs encontram-se em um momento de transição em suas gestões, pois
grande parte das instituições estão migrando de Unidades Suplementares das Universidades
Federais de Ensino para Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) (BARROS
et al., 2013).
Vale destacar que a forma de gerir os hospitais universitários federais é uma temática
que tem recebido expressivo destaque na mídia no decorrer dessa década. No entanto,
discussões sobre a temática já vêm sendo realizadas e apontadas, na literatura especializada,
desde a década de 1950 (CESARINO JUNIOR, 1957; MINISTERIO DA SAÚDE, 1965).
Contudo, observa-se que ganhou ênfase na década de 1990, com o inicio da Reforma
Administrativa do Estado, quando os Hospitais Universitários Federais (HUFs) foram
inseridos na rede de saúde pública e passaram a ser remunerados pelo Ministério da Saúde
(MS), que foi regulamentado pelo artigo 45 da Lei Orgânica da Saúde (LOS).
Cabe destacar que foi, a partir da promulgação da Lei Orgânica da Saúde, que o MS
ficou responsável pelo financiamento do hospital e o MEC pelo pagamento do pessoal. Até a
década de 1980, os hospitais de ensino eram financiados integralmente pelo MEC e tinham
como objetivo desenvolver o ensino, a pesquisa e a extensão por meio da assistência à
população não contribuinte. O repasse para pagamento de serviços prestados ao Ministério da
Previdência era realizado aos hospitais universitários públicos para atender a clientela
previdenciária e, posteriormente, aos não contribuintes. O pagamento era realizado pelo
Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) e/ou pelo Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS), aos hospitais universitários, hospitais de ensino e
hospitais escola e dos Governos Estaduais e Municipais para os hospitais estaduais e
municipais universitários. Os recursos eram de livre utilização por parte dos hospitais.
No entanto, o destino de recursos aos hospitais universitários federais continuou
insuficiente para mantê-los, e o Estado continuava tendo pouco controle sobre o destino dos
recursos repassados, assim como sobre os processos administrativos. Essa forma de
organização passou a ser considerada ineficiente, já que não se tinha mecanismos de controle
que garantissem, ao Estado, acompanhar o resultado das ações das instituições.
A temática da ineficiência, em relação à administração dos hospitais universitários,
ganhou visibilidade com a publicação de alguns trabalhos pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA), fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão. Um dos trabalhos, “Hospitais Universitários: avaliação comparativa de
eficiência técnica”, realizado por Marinho e Façanha (2001), teve o objetivo de desenvolver
uma metodologia para avaliação comparativa de eficiência de 43 hospitais universitários
federais brasileiros. O trabalha indicou, como fundamental, a mensuração da eficiência do
setor saúde em “países pobres, como o Brasil”.
Os autores destacaram que avaliações comparativas de eficiência são importantes
porque os hospitais universitários são financiados e conjuntamente gerenciados, pelo
Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério da Saúde, uma vez que integram o sistema
das instituições federais de ensino superior (IFEs). E, também, porque os dirigentes desses
hospitais são nomeados e administram as suas unidades por meio das mesmas regras de
financiamento, oriundas do ambiente das Instituições Federais de Ensino Superior, e por
reconhecidas afinidades. Portanto existem problemas de conceituação, de mensuração e de
exploração de produtividade nessas instituições, de modo que seria importante reconhecer as
causas da ineficiência dos hospitais universitários federais.
O trabalho, realizado por Medici (2001) em parceria com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento e publicado na Revista Associação Médica Brasil, também se destacou. No
trabalho intitulado “Hospitais Universitários: passado, presente e futuro”, o autor ressalta que
“as necessidades de racionalizar gastos com saúde têm fragilizado os hospitais de ensino, que
costumam ser muito dispendiosos, dado a não apresentarem uma relação eficiente entre
custos e resultados” (MEDICI, 2001, p.153). De acordo com o autor, a maioria dos hospitais
universitários está sob a administração de faculdades de medicina ou universidades, depende
do orçamento público para a sua manutenção o que lhes garante autonomia em relação ao
planejamento de suas atividades de forma independente da demanda e do mercado.
Com o passar dos anos, aumentou o número de hospitais universitários que passaram
a ter parte do seu financiamento vinculado aos serviços que são prestados para a comunidade.
Isto tem gerado conflitos administrativos, entre Ministérios da Educação e Saúde, sobre o
objetivo final dos hospitais universitários e a que tipo de lógica deveriam responder: a do
ensino ou a do mercado? Segundo Medici (2001), nos países desenvolvidos, assim como nos
países em desenvolvimento, a pesquisa não tem sido considerada uma atividade essencial a
ser desenvolvida nos hospitais universitários. Nesses países, a maioria das pesquisas é
desenvolvida por institutos de pesquisa, indústrias farmacêuticas e de equipamentos médicos.
O autor destaca, ainda, que os limites dos orçamentos públicos para a pesquisa e os custos
elevados do desenvolvimento científico e tecnológico fazem com que esses hospitais
diminuam sua capacidade institucional para atuarem em pesquisas aplicadas à área da saúde e
que a tendência é que os hospitais universitários não conduzam mais pesquisas e passem a
participar como parceiros, auxiliando os institutos de pesquisa ou sendo financiados
parcialmente por indústrias.
Cabe ressaltar que os estudos, publicados pelo IPEA, são apresentados como
documentos técnicos que atuam como instrumentos norteadores para a construção de
políticas públicas.
Segundo Kurgant (1991), os manuais, instrumentos integrantes do sistema de
informação da organização, transmitem, por escrito, orientações aos elementos da equipe
para o desenvolvimento das atividades. Segundo a autora, as organizações, quando
estruturadas pelo modelo burocrático com o objetivo de funcionamento racional e eficiente,
impõem um conjunto de leis e/ou regras que ficam explícitas em forma de textos nos
manuais.
Os excertos, a seguir, como já descritos inicialmente, fazem parte de reportagens de
jornais publicados entre os anos de 2001 e 2013 e disponíveis na internet. Optamos por
apresentar, como excertos, os fragmentos das próprias reportagens, a versão original que foi
publicada nos jornais e revistas selecionadas, já que, em artefatos culturais como jornais e
revistas, a união de imagem e texto cria a mensagem a ser veiculada.
Destacamos também a proliferação discursiva sobre a forma de gerir os hospitais
públicos que ocorreu na mídia entre os anos de 2001 a 2005. Destacamos, para que possamos
entender multiplicidade de discursos, e a variedade de formas de ver e dizer.
Neste contexto, bastava-se abrir os jornais e revistas, assistir os programas televisivos
para perceber a veiculação de enunciados como os que tratavam sobre a “crise na saúde” e
“precarização dos hospitais públicos”. A crise financeira, vivida pelos hospitais públicos
brasileiros, estava na pauta do dia e a mídia, chamava a atenção para tal problemática como
podemos observar nos excertos apresentados abaixo.
Figura 1: Serviço Hospitalar está à beira do colapso.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 06 de out.2001.
Figura 2: Ministério da Saúde descobre fraude de R$ 100 milhões.
Fonte: Jornal Paraná online, 08 de out.2004.
Como consumidores de jornais e revistas semanais como as Revista Veja, estando em
contato com as recorrentes publicações sobre a situação dos hospitais brasileiros, podemos
dizer que, as reportagens, publicadas nesses veículos de comunicação, de certa forma,
invadem o cotidiano, atravessando, interpelando, subjetivando os sujeitos, invocando-os a
viver a problemática da crise financeira da saúde, a crise dos hospitais.
Chamadas como “Serviço hospitalar está à beira do colapso”, “Ministério da Saúde
descobre Fraude de R$ 100 milhões”, convidam-nos a pensar e a reproduzir que existe uma
crise nos hospitais públicos federais, nos hospitais universitários e que essa crise está
relacionada ao desempenho das funções de gerência, à forma de gerir, de conduzir, de
administrar. A circulação dessas “enunciações” produz verdades sobre a crise nos hospitais e,
de certa forma, leva-nos a acreditar que o Estado não tem mais capacidade para gerir os
hospitais públicos federais e os hospitais universitários.
De acordo com Foucault (2014), os seres humanos tornam-se sujeitos de diferentes
modos. As sociedades e culturas, em que vivemos, são regidas por poderosas ordens
discursivas que regulam o que deve ser dito e o que deve ser calado e os próprios sujeitos não
estão isentos desses efeitos. A linguagem assim como as narrativas, os textos, os discursos
não apenas descrevem ou falam sobre as coisas; ao fazerem isso, instituem, eles, as coisas,
inventando sua identidade (COSTA, 2000).
Portanto, a constituição da subjetividade implica alguma relação com a verdade.
Verdades são saberes em evidência, discursos tidos como "certos", aceitos sem inquietações,
dificilmente questionados pelo senso-comum.
A mídia constitui-se como lugar de circulação e legitimação de saberes dos mais
variados campos. O fato de uma notícia ter ganhado espaço nos jornais e revistas configura
poder, produz efeitos nas pessoas e constrói um tipo especial de verdade (FISCHER, 1996).
Para ficar um pouco mais aparente o movimento que estamos fazendo com os vários
fios, para tramar esse processo de escrita, mesmo considerando que meu texto possa ficar
denso, farei uma referência formal a PORTARIA Nº 34, DE 21 DE AGOSTO DE 2012 que
trata do Regimento Interno da EBISERH que dispõe, dentre outros aspectos, das instâncias de
governança, da estrutura organizacional, das competências dos órgãos de administração e
fiscalização e do contrato de adesão (BRASIL, 2012).
De acordo com o documento, são competências da EBSERH: administrar unidades
hospitalares, bem como prestar serviços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de
apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, integralmente disponibilizados ao Sistema
Único de Saúde; prestar, às instituições federais de ensino superior e a outras instituições
públicas congêneres, serviços de apoio ao ensino e à pesquisa e à extensão, ao ensino-
aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde publica, em consonância com as
diretrizes do Poder Executivo; apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de
instituições federais de ensino superior e de outras instituições públicas congêneres, cuja
vinculação com o campo da saúde pública ou com outros aspectos da sua atividade torne
necessária essa cooperação, em especial na implementação de residência médica ou
multiprofissional e em área profissional da saúde, nas especialidades e regiões estratégicas
para o SUS; prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em pesquisas básicas,
clínicas e aplicadas nos hospitais universitários federais e a outras instituições públicas
congêneres; prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais universitários e
federais e a outras instituições públicas congêneres, com a implementação de sistema de
gestão único com geração de indicadores quantitativos e qualitativos para o estabelecimento
de metas, coordenar o processo de certificação dos Hospitais de Ensino de forma articulada
com os Ministérios da Educação e da Saúde (EBSERH, 2014 – grifos dos autores).
A estrutura organizacional da EBSERH, para cumprimento das suas competências
legais, contempla órgão de administração e fiscalização. Para tanto, está organizada seguindo
a lógica do modelo de governança e foi estruturada da seguinte forma: 1) órgãos de
administração que são compostos por uma diretoria executiva, um conselho administrativo e
um conselho consultivo; 2) órgãos de fiscalização que são compostos por um conselho fiscal e
uma comissão de auditoria interna (EBSERH, 2014).
Figura 3: MEC nomeia direção de empresa que fará gestão de hospitais universitários.
Fonte: Revista Gestão Universitária, 16 de abril de 2012.
Ao longo dos anos, estamos acompanhando, nos noticiários televisivos e publicações
em jornais e revistas de notícias, sobre a precariedade dos hospitais públicos brasileiros e a
ineficiência na forma de geri-los. Ao mesmo tempo, venho observando que uma série de
prescrições sobre gestão vem sendo feitas como possibilidades de salvação para esses
hospitais. Nesse contexto, a salvação indicada é a incorporação e implementação de modelos
de gestão, sendo preciso seguir a lógica de gestão, oriunda das empresas, do setor privado.
Mas, para isso, é necessário seguir as regras, os manuais, as prescrições que procuram
direcionar o que se deve ou não fazer para realizar uma “gestão eficiente”. Isso implica em
fazer uso dos saberes que fazem parte de uma nova lógica na forma de gerir.
Figura 4: TCU aponta irregularidades em 21 hospitais universitários.
Fonte: Revista Veja, 23 de maio de 2013.
Figura 5: Relatório do TCU aponta falhas na gestão de 24 hospitais universitários
Fonte: Jornal Bom Dia Brasil, 12 de agosto de 2013.
Nessa lógica, a gestão passa a ser o saber legitimado que contribui para a propagação e
o consumo de técnicas e teorias consideradas verdades. Ela passa a ser o modelo a ser seguido
para se conquistar uma forma de gerir, de conduzir de forma eficiente.
De acordo com Denhardt (2012), a Gestão foi criada a partir do modelo de
administração científica, desenvolvido pelo americano Frederick Winslow Taylor no fim do
século XIX, que se baseia na aplicação do método científico na administração com o intuito
de garantir o melhor custo/benefício aos sistemas produtivos. A gestão de Taylor, reunia
numa mesma proposta, mecanismos de produção e uma filosofia de vida social. Para ele, a
gestão aperfeiçoa a eficiência do processo produtivo. Taylor destacou, em sua obra intitulada
Scientific management (TAYLOR apud DENHARDT, 2012), que “a melhor gestão é uma
verdadeira ciência, que se baseia em leis, regras e princípios claramente definidos”. Para
Denhardt (2012), a afirmação de Taylor expressa a forma como ele pensava que deveria ser a
administração científica: rigorosa e precisa no levantamento de dados, além de posicionar-se
como disciplina no seleto grupo das ciências dominantes.
No inicio nos anos de 1990, a Gestão ganhou força com uma série de teorias que
foram desenvolvidas e aplicadas em empresas de todo mundo, dentre elas a Total Quality
Management (TQM), Product Lifecycle Management (PLM), Just-in-Time (JIT), Lean
Manufacturing, Supply Chain Management (SCM), Customer, Business Process
Reengineering (BPE), Learning Organization, Relationship e a Management (CRM).
Gestão passou a ser a nova forma de conduzir, de comandar, de administrar e passou
das empresas para as repartições públicas, passou a ser “a forma de resolver os problemas”
não só do setor privado, mas também do setor público.
Essa forma de administrar vem se expandindo e vem permeando vários e diferentes
espaços. Nas escolas, passou a ser trabalhada em inúmeros projetos de empreendedorismo,
ganhou o status de disciplina e passou a fazer parte dos currículos escolares, sobretudo dos
cursos de graduação e pós-graduação em diversas áreas, dentre elas, a área da saúde. No
entanto, os saberes, que circulam no campo da gestão, não se limitam ao espaço escolar e ao
espaço acadêmico. Eles ultrapassam limites, atravessam outros campos e passam a ser
percebidos como algo indispensável à sobrevivência. Passamos a desejar que as práticas de
gestão sejam aplicadas, não apenas às empresas privadas, mas também às administrações
públicas.
Figura 6: Relatório do TCU aponta falhas na gestão de 24 hospitais universitários
Fonte: Jornal Bom Dia Brasil, 12 de agosto de 2013.
Na contemporaneidade, proliferam abordagens de gestão, tudo passa ser uma “questão
de gestão”. Portanto, muitos fazem gestão, e gerir não é privilégio daqueles formados em
cursos superiores de administração, ou de especialistas em gestão. Afinal, os saberes da área
ultrapassam o campo da administração e são procurados, também, por outros profissionais
que igualmente fazem gestão (SOUZA, 2013).
Na atualidade, há um notório predomínio de discursos sobre formas de gerir,
produzidos por um campo que se convencionou chamar de “gestão”. A gestão utiliza
conceitos e estratégias como: auditoria, accountability, análise de risco, análise de custo,
efetividade, análise SWOT, avaliação de desempenho, brainstorming, ciclo PDCA,
cidadão/cliente, competências, cultura organizacional, empowerment, excelência, impacts, out
comes, indicadores, ISO9000, lessons learned, modelo de governação, plano ou planejamento
estratégico, business process, re-engineering, standard, TQM Total Quality Management ou
Gestão da Qualidade Total. Engendrando-se a partir da matemática, da estatística, ao utilizar
uma linguagem específica, a Gestão aspira à posição de saber científico, que confere um
caminho seguro a ser seguido.
Como destacou Souza (2013, p.404), “essa generalização do modo de funcionamento
do mercado, esse modelo empresarial passa pela produção de normas gerais de conduta em
sociedade, um modo que imprime estilos de vida e maneiras de se conduzir”. Frequentemente
somos interpelados por enunciados que circulam nos livros acadêmicos, nos materiais
governamentais e também na mídia. Nossas vidas são constantemente direcionadas por uma
mentalidade empresarial, onde a gestão é o caminho para resolver os problemas, para ser
produtivo e para alcançar o sucesso.
Assim, ao olhar para esses materiais que apresentamos: materiais governamentais,
materiais técnicos/científicos e materiais produzidos pela mídia, lançando um olhar através
das lentes dos ECs, consideramos que as reportagens publicadas na Revista Veja produzem os
seguintes discursos: “Crise na saúde”, “Precarização dos hospitais públicos federais”,
“Ineficiência dos hospitais públicos” e “Gestão eficiente” .
Tais discursos ganham força quando associados a teorizações da estatística e da gestão
como culturalmente sólidas e dignas de credibilidade que definem que a forma de gerir que
garantirá o êxito dos HUFs é a gestão que segue o modelo das instituições e empreses
privadas, argumentos que contribuem paraa instituição de novos modelos de gestão, como a
gestão público privada que se institui por intermédio da criação de empresas que tem como
objetivo a gestão dessas instituições.
Consideramos ser possível pensar, também, tais discursos permeiam nossas vidas e
locais de trabalho, governando nossas condutas. Os modos pelos quais somos governados,
como sujeitos, população, trabalhadores da área da saúde, professores são modelos de conduta
pautados nos modos de ação empresariais que atingem profissionais das mais diferentes áreas,
levando-nos a buscar certos saberes, como o da Gestão. Essa mentalidade, que nos governa,
direciona nossos modos de viver, num processo cotidiano de naturalização de saberes em
forma de empresa.
Considerações finais
Ao operar com as ferramentas conceituais, percebe-se o quanto os discursos da gestão
presentes na mídia impressa são uma importante estratégia de subjetivação, que se refere a
formação de sujeitos governáveis. Percebe-se também que a formação dos saberes sobre a
gestão dos hospitais universitários federais, ou seja, a invenção da gestão como tecnologia de
poder para bem governar, assim como a produção de sujeitos também se da por esses
discursos, porque existem condições de possibilidade que fizeram da Gestão proposta por
programas governamentais, um conjunto de saberes e normas que todos devem seguir para
melhor governar os hospitais universitários federais brasileiros. Na atualidade, há um notório
predomínio de discursos sobre formas de gerir, produzidos por um campo que se
convencionou chamar de – gestão.
O saber da “gestão” ultrapassa o espaço da empresa e penetra em diferentes áreas
como na área da saúde chega ao hospital. No entanto ela ganha notoriedade e visibilidade ao
circular na mídia impressa, como em revistas de grande circulação nacional. Seguindo essa
perspectiva de analise, as revistas podem ser vistas como artefatos culturais que educam,
formam, conformam e subjetivam os sujeitos, porque a partir dessa perspectiva entende-se
que a mídia além de ser um local privilegiado de informação, é também um local privilegiado
de educação, um local que constitui verdades e inventa e reforma formas de viver e pensar o
mundo.
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