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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA PAULO ROBERTO NUNES DE SOUZA ANÁLISE COMPARATIVA DE WAVELETS PARA DETECÇÃO DE FENÔMENOS OCEANOGRÁFICOS RELACIONADOS À TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE DO MAR EM IMAGENS ADQUIRIDAS POR SATÉLITE VITÓRIA 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA

PAULO ROBERTO NUNES DE SOUZA

ANÁLISE COMPARATIVA DE WAVELETS PARA DETECÇÃO DE FENÔMENOS OCEANOGRÁFICOS

RELACIONADOS À TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE DO MAR EM IMAGENS ADQUIRIDAS POR SATÉLITE

VITÓRIA 2006

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PAULO ROBERTO NUNES DE SOUZA

ANÁLISE COMPARATIVA DE WAVELETS PARA DETECÇÃO DE FENÔMENOS OCEANOGRÁFICOS RELACIONADOS À

TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE DO MAR EM IMAGENS ADQUIRIDAS POR SATÉLITE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Informática do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Informática, na área de concentração de Sistemas de Informação. Orientadora: Profª Drª Mára Regina Labuto Fragoso da Silva

VITÓRIA 2006

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Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) (Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)

Souza, Paulo Roberto Nunes de, 1978- S729a Análise comparativa de Wavelets para detecção de fenômenos

oceanográficos relacionados à temperatura de superfície do mar em imagens adquiridas por satélite / Paulo Roberto Nunes de Souza. – 2006.

128 f. : il. Orientadora: Mara Regina Labuto Fragoso da Silva. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Espírito

Santo, Centro Tecnológico. 1. Oceanografia. 2. Sensoriamento remoto. 3. Wavelets

(Matematica). 4. Processamento de imagens. I. Silva, Mara Regina Labuto Fragoso da. II. Universidade Federal do Espírito Santo. Centro Tecnológico. III. Título.

CDU: 004

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PAULO ROBERTO NUNES DE SOUZA

ANÁLISE COMPARATIVA DE WAVELETS PARA DETECÇÃO DE FENÔMENOS OCEANOGRÁFICOS RELACIONADOS À TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE DO MAR EM IMAGENS ADQUIRIDAS POR SATÉLITE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação de Informática do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Informática na área de concentração de Sistemas de Informação

Aprovada em 24 de novembro de 2006.

COMISSÃO EXAMINADORA Profª Drª Mára Regina Labuto Fragoso da Silva Universidade Federal do Espírito Santo Orientadora Pesq. Dr Angelo Sartori Neto Petrobrás (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leolpoldo A. Miguez de Mello) Prof Dr Julio Tomás Aquije Chacaltana Universidade Federal do Espírito Santo Profª Drª Lucia Catabriga Universidade Federal do Espírito Santo

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Sou eternamente grato ao Brasil e a todas as

pessoas e instituições que o integram, por

oferecer toda a estrutura necessária para que

uma pessoa realize seus sonhos acadêmicos,

apesar de todas as mazelas do nosso país.

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RESUMO

O sensoriamento remoto desperta o interesse tanto da população em geral quanto

do setor produtivo e de pesquisa. Várias áreas do conhecimento humano podem se

beneficiar do olhar crítico e virtualmente onipresente dos satélites. Quando aplicado

à oceanografia, as vantagens do sensoriamento remoto sobre os métodos

tradicionais são proporcionais ao tamanho dos oceanos. Com a possibilidade de

captar imagens de praticamente tudo sobre a face da terra, o desafio se volta para

como analisar estes dados e extrair informações importantes. A forma explorada

neste trabalho para se extrair informações foi utilizando técnicas de análise espectral

de sinais, especificamente a Transformada Wavelet. Os objetivos definidos foram:

avaliar o potencial da análise Wavelet para identificar fenômenos oceanográficos

relacionados à Temperatura de Superfície do Mar (TSM) em imagens adquiridas por

satélite, definir uma metodologia para escolha da função Wavelet a ser utilizada e

comparar os resultados das Wavelets escolhidas para o estudo. Pelas imagens

digitais de satélite possuírem uma característica de dados discretos, foi utilizada

uma metodologia baseada na análise Wavelet Discreta. A análise Wavelet Discreta

utiliza a teoria de banco de filtros, na qual o dado original é submetido a uma série

de filtros até que seja obtido no final o dado resultante da aplicação da Wavelet. A

função Wavelet a ser escolhida define os filtros a serem utilizados. Na metodologia

escolhida o banco de filtros foi aplicado a blocos da imagem original, gerando

resultados que representam a aplicação da Wavelet neste bloco. O dado resultante

da aplicação dos Filtros Wavelet foi submetido a uma função de classificação. Esta

função agrupou os blocos de acordo com o resultado da aplicação da Wavelet e um

limiar escolhido previamente. Ao final do processo foi gerada uma imagem

segmentada proporcionalmente à resposta da Wavelet aos blocos da imagem

original. Utilizando esta metodologia foi possível segmentar imagens de

Temperatura de Superfície do Mar adquiridas por satélite, de modo a identificar

diversos fenômenos térmicos na superfície do oceano e classificar as Wavelets

utilizadas conforme a qualidade do resultado obtido por cada uma delas.

Descritores: oceanografia, sensoriamento remoto, wavelet, ondaletas,

processamento de imagens.

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ABSTRACT

The Remote Sensing arouses interest from general people, productive sector and

research. Several fields can benefit of analytic and virtually omnipresent view of the

satellites. When applied to oceanography, the advantages of remote sensing over

traditional methods are as big as the oceans. With the possibility to acquire images

of virtually anywhere over the planet, the challenge becomes to analyze these data

and extract important information. The explored method in this work was to extract

information using signal spectral analysis techniques, especially Wavelet Transform.

The defined objectives were: to evaluate the potential of Wavelet Analysis to identify

oceanographic phenomena related to the Sea Surface Temperature on digital

images acquired from satellites, to define a methodology to choose Wavelet

functions to be used and to compare the results of the chosen Wavelets. As digital

images from satellites were discrete data, it was used a methodology based on the

Discrete Wavelet Analyses. The Discrete Wavelet Analyses uses the filter banks

theory, where the original data is processed by a set of filters to result in a Wavelet

processed data. The chosen Wavelet Function defines the set of filters to be used.

At the used methodology the filter bank was applied to blocks of the original images,

generating results representing the wavelet application to each block. The

processed data was then submitted to a classification function. This function grouped

the blocks based at the wavelet result and a previously chosen threshold. At the end

of the process there were an image proportionally segmented to the response of the

Wavelet applied to each block of the original image. Using this methodology it was

possible to segment digital images of the Sea Surface Temperature acquired by

satellites, providing a way to identify several thermal phenomena on the ocean

surface a classify the used Wavelets according to the results quality of them.

Keywords: Oceanography, Remote Sensing, Wavelet, Image Processing.

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 - Lei de Plank............................................................................................ 21 Equação 2 - Emitância de um corpo negro ................................................................ 22 Equação 3 – Wavelet Mãe com média zero............................................................... 29 Equação 4 – Wavelet Mãe com base ortonormal ...................................................... 29 Equação 5 – Wavelet pai com base ortonormal......................................................... 30 Equação 6 - Transformada Wavelet.......................................................................... 30 Equação 7 - Coeficiente da Wavelet pai ................................................................... 30 Equação 8 - Coeficiente da Wavelet mãe .................................................................. 30 Equação 9 – Wavelet pai da análise Wavelet Discreta.............................................. 31 Equação 10 – Wavelet mãe da análise Wavelet Discreta ......................................... 31 Equação 11 - Quadrature mirror filter relation........................................................... 31 Equação 12 - Matriz de coeficientes de um filtro genérico ....................................... 32 Equação 13 – Matriz dos filtros passa-baixa (L) e passa-alta (H) com quatro

coeficientes.......................................................................................................... 41 Equação 14 - Matriz dos filtros passa-baixa (L) e passa-alta (H) com seis

coeficientes.......................................................................................................... 41 Equação 15 – Cálculo das características das sub-imagens..................................... 42

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Nível de absorção atmosférica em diferentes comprimentos de onda (ROBINSON, 1985) ............................................................................................. 19

Figura 2 – Janelas atmosféricas (SARTORI NETO, 2004)........................................ 20 Figura 3 – Curva de emissão de radiação de um corpo negro (SARTORI NETO,

2004).................................................................................................................... 20 Figura 4 – Exemplos de termoclinas (SARTORI NETO, 2004) ................................. 23 Figura 5 – Variação das medidas de temperatura feitas tendo como base as

diferentes profundidades (DOURADO; CALTABIANO, 2005)............................ 23 Figura 6 - Exemplo de sinal não estacionário ............................................................ 27 Figura 7 - Gráfico da distribuição média da temperatura de superfície do mar,

segundo a latitude, para os Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico (SILVA, M. R. L. F. 2002). .......................................................................................................... 34

Figura 8 - Processo de aplicação de Banco de Filtros baseado em Wavelet............ 36 Figura 9 – Agrupamento das sub-imagens no resultado ........................................... 37 Figura 10 – Gráfico da Wavelet mãe Daubechies-2 (MISITI, 1996) .......................... 39 Figura 11 – Gráficos da Wavelet mãe Bi-ortogonal-3.1 (MISITI, 1996)..................... 39 Figura 12 – Gráfico da Wavelet mãe Meyer-4 (MISITI, 1996) ................................... 40 Figura 13 – Gráfico da Wavelet mãe Coiflets-1 (MISITI, 1996) ................................. 40 Figura 14 - Imagem de 01 de junho de 1999 tratada com “Density Slice”................ 49 Figura 15 - Imagem de TSM de 01 de junho de 1999 ............................................... 50 Figura 16 – Imagem de TSM de 01 de junho de 1999 processada pela Wavelet

Daubechies. A escala de cores representa as classes geradas ........................ 51 Figura 17 – Imagem de TSM de 01 de junho de 1999 processada pela Wavelet Bi-

ortogonal. A escala de cores representa as classes geradas. ........................... 54 Figura 18 – Imagem de TSM de 01 de junho de 1999 processada pela Wavelet

Meyer. A escala de cores representa as classes geradas. ................................ 57 Figura 19 – Imagem de TSM de 01 de junho de 1999 processada pela Wavelet

Coiflets. A escala de cores representa as classes geradas. .............................. 60 Figura 20 – Imagem de 29 de junho de 1999 tratada com “Density Slice”................ 64 Figura 21 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999............................................... 65 Figura 22 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999 processada pela Wavelet

Daubechies. A escala de cores representa as classes geradas. ....................... 66 Figura 23 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999 processada pela Wavelet

Biortogonal. A escala de cores representa as classes geradas. ........................ 69 Figura 24 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999 processada pela Wavelet

Meyer. A escala de cores representa as classes geradas. ................................ 72 Figura 25 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999 processada pela Wavelet

Coiflets. A escala de cores representa as classes geradas. .............................. 75 Figura 26 – Imagem de 27 de agosto de 1999 tratada com “Density Slice”.............. 79 Figura 27 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999............................................. 80 Figura 28 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 processada pela Wavelet

Daubechies. A escala de cores representa as classes geradas. ....................... 81 Figura 29 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Bi-

ortogonal. A escala de cores representa as classes geradas. ........................... 84 Figura 30 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 processada pela Wavelet

Meyer. A escala de cores representa as classes geradas. ................................ 87

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Figura 31 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Coiflets. A escala de cores representa as classes geradas. .............................. 90

Figura 32 – Imagem de TSM com a média do período de dezembro de 1998 a novembro de 1999 com “Density Slice” .............................................................. 94

Figura 33 – Imagem de TSM com a média do período de dezembro de 1998 a novembro de 1999............................................................................................... 95

Figura 34 – Imagem de TSM da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 processada pela Wavelet Daubechies. A escala de cores representa as classes geradas. ................................................................ 96

Figura 35 - Imagem de TSM da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 processada pela Wavelet Bi-ortogonal. A escala de cores representa as classes geradas. ................................................................ 99

Figura 36 - Imagem de TSM da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 processada pela Wavelet Meyer. A escala de cores representa as classes geradas. ........................................................................ 102

Figura 37 - Imagem de TSM da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 processada pela Wavelet Coiflets. A escala de cores representa as classes geradas. ........................................................................ 105

Figura 38 - Imagem de TSM com a média do período de 22 a 28 de agosto de 1999, com a utilização de “Density Slice” para realçar a ressurgência próximo a Cabo Frio..................................................................................................................... 109

Figura 39 - Imagem de TSM com a média do período de 22 a 28 de agosto de 1999........................................................................................................................... 110

Figura 40 – Imagem de TSM da média de temperatura do período de 22 a 28 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Daubechies. A escala de cores representa as classes geradas. ........................................................................ 111

Figura 41 – Imagem de TSM da média de temperatura do período de 22 a 28 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Bi-ortogonal. A escala de cores representa as classes geradas. ........................................................................ 113

Figura 42 – Imagem de TSM da média de temperatura do período de 22 a 28 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Meyer. A escala de cores representa as classes geradas............................................................................................ 115

Figura 43 – Imagem de TSM da média de temperatura do período de 22 a 28 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Coiflets. A escala de cores representa as classes geradas............................................................................................ 117

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Critérios analisados para a escolha das Wavelets .................................. 38 Tabela 2 - Coeficientes das Wavelet Mãe escolhidas para utilização ...................... 41 Tabela 3 - Cálculo de limiar com imagens homogêneas .......................................... 44 Tabela 4 - Cálculo de limiar com imagens heterogêneas .......................................... 44 Tabela 5 - Limiares calculados................................................................................... 45 Tabela 6 – Lista de fenômenos analisados................................................................ 46 Tabela 8 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Daubechies

para a imagem de 01 de junho de 1999 ............................................................. 52 Tabela 9 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Biortogonal

para a imagem de 01 de junho de 1999 ............................................................. 55 Tabela 10 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para

a imagem de 01 de junho de 1999...................................................................... 58 Tabela 12 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets

para a imagem de 01 de junho de 1999 ............................................................. 61 Tabela 13 – Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Fronte Termal

Superficial ............................................................................................................ 63 Tabela 14 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet

Daubechies para a imagem de 29 de junho de 1999 ......................................... 67 Tabela 15 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Biortogonal

para a imagem de 29 de junho de 1999 ............................................................. 70 Tabela 16 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para

a imagem de 29 de junho de 1999...................................................................... 73 Tabela 17 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets

para a imagem de 29 de junho de 1999 ............................................................. 76 Tabela 18 - Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Influência da

Plataforma Continental na TSM .......................................................................... 78 Tabela 19 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet

Daubechies para a imagem de 27 de agosto de 1999 ....................................... 82 Tabela 20 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Bi-

ortogonal para a imagem de 27 de agosto de 1999 ........................................... 85 Tabela 21 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para

a imagem de 27 de agosto de 1999.................................................................... 88 Tabela 22 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets

para a imagem de 27 de agosto de 1999 ........................................................... 91 Tabela 23 - Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Vórtices...... 93 Tabela 24 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet

Daubechies para a imagem da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 ............................................................................. 97

Tabela 23 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Bi-ortogonal para a imagem da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 ................................................................................ 100

Tabela 24 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para a imagem da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999............................................................................................. 103

Tabela 25 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets para a imagem da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999............................................................................................. 106

Page 12: dissertação_final

Tabela 26 - Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Intrusão ao Longo da Costa ................................................................................................. 108

Tabela 27 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Daubechies para a imagem da média de temperatura de 22 a 28 de agosto de 1999................................................................................................................... 112

Tabela 28 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Bi-ortogonal para a imagem da média de temperatura de 22 a 28 de agosto de 1999................................................................................................................... 113

Tabela 29 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para a imagem da média de temperatura de 22 a 28 de agosto de 1999 ................ 116

Tabela 30 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets para a imagem da média de temperatura de 22 a 28 de agosto de 1999........ 118

Tabela 33 - Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Ressurgência........................................................................................................................... 119

Tabela 34 – Qualidade da detecção dos fenômenos por cada Wavelet utilizada ... 120 Tabela 35 – Classificação das Wavelet de acordo com o desempenho neste trabalho

........................................................................................................................... 121

Page 13: dissertação_final

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14 1.1. MOTIVAÇÃO................................................................................................ 14 1.2. OBJETIVOS ................................................................................................. 16 1.3. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ....................................................................... 16

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 17 2.1. SENSORES AVHRR.................................................................................... 17 2.2. IMAGENS DE TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO MAR...................... 18

2.2.1. Fenômenos Oceanográficos visíveis em imagens de TSM ................. 24 2.3. TÉCNICAS DE ANÁLISE DE SINAIS.......................................................... 25

2.3.1. Análise de Wavelet ............................................................................... 28 3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 33

3.1. ÁREA DE ESTUDO...................................................................................... 33 3.2. MATERIAL ................................................................................................... 34 3.3. SISTEMAS COMPUTACIONAIS ................................................................. 35 3.4. METODOLOGIA........................................................................................... 35

3.4.1. Escolha das Wavelets........................................................................... 37 3.4.2. Classificação......................................................................................... 42

3.5. LIMIAR PARA APLICAÇÃO DAS WAVELETS ........................................... 43 3.6. APLICAÇÃO DAS WAVELETS.................................................................... 46

3.6.1. Esquema geral do processo ................................................................. 47 3.6.2. Rotinas desenvolvidas em Matlab ........................................................ 48

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 49 4.1. FRONTE TERMAL SUPERFICIAL .............................................................. 49

4.1.1. Wavelet Daubechies ............................................................................. 51 4.1.2. Wavelet Bi-ortogonal............................................................................. 54 4.1.3. Wavelet Meyer ...................................................................................... 57 4.1.4. Wavelet Coiflets .................................................................................... 60 4.1.5. Comparação das Wavelets................................................................... 63

4.2. INFLUÊNCIA DA PLATAFORMA CONTINENTAL NA TSM....................... 64 4.2.1. Wavelet Daubechies ............................................................................. 66 4.2.2. Bi-ortogonal........................................................................................... 69 4.2.3. Wavelet Meyer ...................................................................................... 72 4.2.4. Wavelet Coiflets .................................................................................... 75 4.2.5. Comparação das Wavelets................................................................... 78

4.3. VÓRTICE ..................................................................................................... 79 4.3.1. Wavelet Daubechies ............................................................................. 81 4.3.2. Wavelet Bi-ortogonal............................................................................. 84 4.3.3. Wavelet Meyer ...................................................................................... 87 4.3.4. Wavelet Coiflets .................................................................................... 90 4.3.5. Comparação das Wavelets................................................................... 93

4.4. INTRUSÃO AO LONGO DA COSTA........................................................... 94 4.4.1. Wavelet Daubechies ............................................................................. 96 4.4.2. Wavelet Bi-ortogonal............................................................................. 99 4.4.3. Wavelet Meyer .................................................................................... 102 4.4.4. Wavelet Coiflets .................................................................................. 105 4.4.5. Comparação das Wavelets................................................................. 108

4.5. RESSURGÊNCIA....................................................................................... 109

Page 14: dissertação_final

4.5.1. Wavelet Daubechies ........................................................................... 111 4.5.2. Wavelet Bi-ortogonal........................................................................... 113 4.5.3. Wavelet Meyer .................................................................................... 115 4.5.4. Wavelet Coiflets .................................................................................. 117 4.5.5. Comparação das Wavelets................................................................. 119

5. CONCLUSÕES ................................................................................................. 120 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 122 APÊNDICE................................................................................................................ 126

Page 15: dissertação_final

- 14 -

1. INTRODUÇÃO

1.1. MOTIVAÇÃO

A atividade de extração e exploração de petróleo e gás tem se intensificado ao longo

da costa brasileira, além da já consolidada bacia de Campos, na busca de novas

reservas petrolíferas com o objetivo do Brasil alcançar a tão anunciada auto-

suficiência energética. Esta nova onda de crescimento do setor petrolífero traz

também uma onda de investimentos em várias áreas que servem de suporte a esta

indústria. Uma área muito importante e necessária para manter o setor petrolífero

nacional competitivo em relação ao mundial, é a pesquisa em sensoriamento remoto

marinho, já que grande parte das prospecções da indústria petrolífera brasileira está

localizada ao longo da costa oceânica.

Especificamente, o estudo de parâmetros oceanográficos é importante para a

indústria petrolífera, na prevenção a danos que podem ser causados a estruturas

flutuantes, como navios de exploração e plataformas de extração de petróleo e gás

natural. Estes danos podem ser causados tanto por ondas de magnitude maior que

o normal quanto por correntes marítimas quentes ou frias, ocorrências de vórtices ou

meandros. O conhecimento das datas de ocorrência e da variabilidade destes

fenômenos na costa brasileira pode fornecer subsídios para preparar as plantas de

prospecção e extração para as situações a que elas podem ser submetidas.

Um dos parâmetros oceanográficos que determina os eventos oceanográficos

citados é a temperatura do mar. A importância da determinação da temperatura do

mar é tanta que este parâmetro é fundamental para diversas áreas de pesquisa e

comerciais, como por exemplo: o turismo, a marinha mercante, a indústria

pesqueira, a indústria petrolífera, meteorologia, ecologia, oceanografia, dentre

muitas outras. O conhecimento do comportamento térmico do mar possibilita

identificar as correntes e os seus limites.

Este estudo se propõe a utilizar técnicas de processamento de imagens digitais para

facilitar a identificação de vários tipos de eventos termais em imagens de

Temperatura de Superfície do Mar (TSM) adquiridas por satélite.

Page 16: dissertação_final

- 15 -

Dentre as diversas técnicas de processamento digital de imagens, são bastante

utilizadas as técnicas de análise espectral de sinais, principalmente as técnicas

baseadas na Transformada de Fourier. Esta técnica tem como objetivo identificar os

componentes de freqüência do sinal que está sendo analisado, decompondo-o numa

soma de senos e co-senos.

Há algumas décadas surgiu uma nova técnica de análise espectral que tem ganhado

cada vez mais atenção. Esta técnica é chamada de Transformada Wavelet, às

vezes traduzida como Ondaleta. Da mesma forma que a Transformada de Fourier,

a Transformada Wavelet tem como objetivo identificar os componentes de

freqüência do sinal que estão sendo analisado. No entanto, o diferencial da Wavelet

é que ela não se prende a decompor o sinal apenas em senos e co-senos, existem

algumas funções definidas na literatura que possuem as propriedades necessárias e

podem ser utilizadas como funções básicas da Transformada Wavelet, estas

funções são chamadas de Wavelet Mães. Outro diferencial da Transformada

Wavelet está no fato desta possuir a capacidade de localização das componentes de

freqüência, ou seja, isto significa identificar em que momento do tempo uma

freqüência está presente. Com isso a Wavelet pode descrever exatamente um sinal

no qual as suas componentes não necessariamente fazem parte do sinal durante

toda a sua ocorrência.

Com a possibilidade da Transformada Wavelet variar a função descritora do sinal,

pode-se utilizar, em cada caso, a função que melhor extrai a característica desejada.

A função escolhida para descrever o sinal analisado é chamada de Wavelet mãe.

Existem na literatura diferentes tipos de Wavelet mães sendo estudadas e aplicadas

em diversos trabalhos. Dois destes trabalhos valem ser citados neste momento por

terem despertado o interesse nesta área de estudo. O primeiro foi a tese de

Doutorado de Sartori Neto (2004) que incentivou este trabalho ao escrever como

recomendação a trabalhos futuros “[...] aprofundar o estudo sobre ondaletas,

definindo metodologia para escolha da ondaleta apropriada para análise [...]”. O

segundo trabalho Silva, R. D.; Minetto e Pedrini (2005) que serviu de base para a

metodologia utilizada neste trabalho.

Page 17: dissertação_final

- 16 -

1.2. OBJETIVOS

O presente estudo tem como principais objetivos:

• Avaliar o potencial da Transformada Wavelet para identificação de fenômenos

oceanográficos relacionados à Temperatura de Superfície do Mar (TSM) em

imagens adquiridas por satélite;

• Propor uma metodologia para escolha da Wavelet apropriada para análise;

• Comparar algumas Wavelet mãe aplicadas ao primeiro objetivo proposto.

1.3. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

O primeiro capítulo deste trabalho consiste da introdução dos motivos e objetivos

que levaram à execução deste estudo. O segundo capítulo apresenta os

fundamentos teóricos necessários para o entendimento e a realização desta

pesquisa. O terceiro capítulo descreve os materiais e os métodos empregados na

execução deste trabalho. O quarto capítulo apresenta e discute os resultados

obtidos na pesquisa. O quinto capítulo expõe as conclusões obtidas no fechamento

deste trabalho. O sexto capítulo lista as referências bibliográficas utilizadas. O

apêndice expõe os códigos computacionais utilizados no trabalho.

Page 18: dissertação_final

- 17 -

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma revisão acerca dos princípios teóricos e trabalhos relacionados ao tema será

apresentada, procurando ressaltar fatores relevantes sobre estimativa de TSM

utilizando imagens orbitais geradas pelo satélite/sensor National Oceanic and

Atmospheric Administration/Advanced Very High Resolution Radiometer -

NOAA/AVHRR, os eventos oceanográficos relacionados à temperatura de superfície

presentes na costa sudeste brasileira, técnicas de análise de sinais e a

Transformada Wavelet.

2.1. SENSORES AVHRR

O sensor responsável pela captura das imagens utilizadas neste estudo, AVHRR, é

o mais utilizado para estimativas de TSM. Este sensor equipa vários satélites da

série TIROS-N NOAA. A leitura do sensor AVHRR é dividida em 5 canais (bandas)

centrados nos seguintes comprimentos de onda:

• C1: 0,63 µm (visível);

• C2: 0,91 µm (infravermelho próximo);

• C3: 3,7 µm (infravermelho termal);

• C4: 10,8 µm (infravermelho termal);

• C5: 12 µm (infravermelho termal).

Todas as bandas do sensor AVHRR possuem a mesma resolução espacial, 1,1 km

(SOUZA; LORENZZETTI; LUCCA, 2005).

Page 19: dissertação_final

- 18 -

2.2. IMAGENS DE TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO MAR

A medição da Temperatura da Superfície do Mar feita por satélites se baseia na

radiação infravermelha, pois estas conseguem alcançar os sensores localizados na

órbita terrestre. Para se chegar ao valor da temperatura de cada região são

analisadas as diferentes radiações infravermelhas emanadas por corpos em

diferentes temperaturas, utilizando fórmulas da Lei de Radiação de Planck.

A Lei mencionada postula que existe uma relação entre a quantidade de radiação

emitida por um corpo e a temperatura em que ele está (ROBINSON, 1985; SOUZA;

LORENZZETTI; LUCCA, 2005; MOREIRA, 2003; NOVO, 1992). Esta relação

depende do comprimento de onda da radiação, de propriedades físicas do corpo

emissor e de algumas constantes físicas, o que possibilita ao sensor instalado no

satélite, ao medir a radiação de uma região e de posse dos parâmetros físicos

mencionados anteriormente, chegar à temperatura da região observada.

A temperatura medida por satélite é uma temperatura pelicular na superfície do mar.

Esta característica diverge do conceito de temperatura de superfície do mar adotada

por oceanógrafos, pois estes assumem a temperatura de uma camada de até um

metro de espessura para representar a temperatura da superfície. As divergências

numéricas, porém, podem ser mínimas em determinadas latitudes e determinadas

estações do ano e horas do dia. Junta-se a isto o fato da camada pelicular ser a

mais importante devido à interação ar-água e a possibilidade dos satélites medirem

a temperatura de grandes regiões do oceano onde a medição in situ instantânea

seria impossível.

Os sensores instalados à bordo dos satélites com o objetivo de medição de TSM são

os radiômetros infravermelhos, estes sensores captam a intensidade da radiação

infravermelha em várias faixas.

As radiações emitidas da superfície da terra em direção ao espaço têm que

atravessar toda a atmosfera antes de atingir os sensores a bordo dos satélites.

Durante o percurso pela atmosfera a radiação infravermelha sofre atenuações por

diversos motivos, a saber:

Page 20: dissertação_final

- 19 -

• Absorção por moléculas de gases que compõem a atmosfera;

• Reflexão por partículas em suspensão;

• Refração;

• Espalhamento.

Todos os efeitos citados acima atenuam as radiações antes delas chegarem ao

sensor, podendo gerar uma medição muito diferente da verdadeira (MOREIRA,

2003; NOVO, 1992; JENSEN, 1996; ROBINSON, 1985). A absorção é o efeito

atenuador que vale mais a pena ser mencionado neste trabalho, pois ele induz a

escolher que faixas do espectro eletromagnético serão utilizadas para realizar a

medição da TSM. A absorção das radiações que atravessam a atmosfera não

ocorre uniformemente para todos os comprimentos de ondas. Cada gás específico

na atmosfera absorve radiações em alguns comprimentos de onda, sendo que a

absorção por alguns gases em alguns comprimentos de onda pode chegar a quase

100%, conforme exemplo mostrado na Figura 1. Isso gera algumas lacunas onde as

radiações conseguem atravessar melhor a atmosfera, as chamadas janelas

atmosféricas.

Figura 1 – Nível de absorção atmosférica em diferentes comprimentos de onda (ROBINSON, 1985)

Page 21: dissertação_final

- 20 -

As janelas atmosféricas são faixas de comprimentos de onda, nos quais o nível de

absorção é baixo o suficiente, para os sensores dos satélites captarem a quantidade

de radiação necessária para fazer sua medição. A Figura 2 ilustra em que faixas de

comprimento de onda estão as janelas atmosféricas.

Figura 2 – Janelas atmosféricas (SARTORI NETO, 2004)

Devido à absorção pelos gases da atmosfera os sensores infravermelhos dos

satélites só podem medir a radiação infravermelha situada nas janelas atmosféricas.

Outro fator que deve ser observado é em que comprimentos de onda existem

radiações infravermelhas sendo irradiadas da terra. Para chegar a essas

informações é necessário observar a Lei de Planck (SOUZA; LORENZZETTI;

LUCCA, 2005). A lei de Planck descreve a forma característica da curva de emissão

de radiação de um corpo negro a determinada temperatura, como ilustrado na

Figura 3.

Figura 3 – Curva de emissão de radiação de um corpo negro (SARTORI NETO, 2004)

Page 22: dissertação_final

- 21 -

Observando a Figura 3 é possível perceber que diferentes temperaturas constroem

diferentes curvas de emissão, inclusive com os picos de emissão de radiação

posicionados em diferentes comprimentos de onda. O sol possui a temperatura na

ordem de 6000K, com isso o pico de radiação solar está situado na faixa do espectro

visível. A terra possui a temperatura na ordem de 300K, desta forma o pico de

radiação da terra está situado em torno de 10µm. Devido a esta característica, os

sensores de medição de TSM buscam utilizar mais os comprimentos de onda em

torno de 10µm, onde predomina a radiação infravermelha emitida pela superfície da

terra. Evita-se utilizar os comprimento de onda entre 0,4µm e 0,7µm, pois nesta

faixa predomina a radiação refletida pela terra. Na prática os sensores de TSM

utilizam esta faixa para fazer medições durante a noite, quando não há interferência

da radiação solar. Tomando como base o sensor AVHRR, a banda que está

centrada no comprimento de onda de 10,8 µm é mais utilizada para medir a TSM.

A lei de Planck não serve apenas para identificar em que regiões do espectro os

sensores devem fazer suas captações, ela também serve para calcular a

temperatura da superfície que está sendo observada, a partir da intensidade de

radiação medida pelos sensores.

]1)[exp( 25

1

−==

TCCLM

λλπλλ

Equação 1 - Lei de Plank

Sendo que:

λM - Emitância espectral (W.m-2. µm-1)

λL - Radiância espectral (W.m-2. µm-1)

λ - comprimento de onda (µm)

T – temperatura absoluta (K)

1C - 3,74151 x 108 W.m-2. µm4

2C - 1,43879 x 104 µm.K

Page 23: dissertação_final

- 22 -

A Lei de Planck (Equação 1) assume que o corpo que está sendo analisado é um

corpo negro, ou seja, um corpo com propriedades de um emissor perfeito. Para

aplicar a Lei de Planck para um corpo que não seja um corpo negro é necessário

conhecer a emissividade espectral do corpo em questão (Equação 2), pois esta

emissividade relaciona a emitância do corpo real, que é medida pelo sensor, e a

emitância de um corpo negro, que é utilizado na fórmula para calcular a temperatura

do corpo.

)_()_(

negrocorpoMrealcorpoM

λ

λλε =

Equação 2 - Emitância de um corpo negro

As TSM calculadas a partir de sensores instalados em satélites representam a

temperatura pelicular do oceano, ou seja, a temperatura da película de oceano que

está entre 10µm e 12µm de profundidade (DOURADO; CALTABIANO, 2005). A

medição de Temperatura de Superfície do Mar feita tradicionalmente por

oceanógrafos representa uma faixa de até um metro de profundidade, chamada de

temperatura de balde.

Apesar das duas medidas divergirem em alguns aspectos, as medições feitas por

satélite têm grandes vantagens em relação às medidas feitas por navios de

observação. Primeiramente os satélites podem fazer medições de áreas com

milhares de quilômetros quadrados, obtendo a temperatura de todos os pontos desta

região ao mesmo tempo, em segundo lugar os satélites estão disponíveis

diariamente para fazer medições de virtualmente qualquer região do globo, por

último é possível estimar a temperatura de balde do oceano a partir da temperatura

de pele e conhecendo a estrutura térmica do oceano.

A variação da temperatura do oceano com o aumento da profundidade descreve

uma curva que é representativa da estrutura térmica do mar nas condições

observadas, a região onde acontecem essas variações de temperatura tem o nome

de termoclina. O perfil da termoclina oceânica pode variar de acordo com a estação

do ano, da latitude, da intensidade dos ventos ou se o período é diurno ou noturno.

A Figura 4 exemplifica algumas termoclinas em situações diferentes.

Page 24: dissertação_final

- 23 -

Figura 4 – Exemplos de termoclinas (SARTORI NETO, 2004)

É possível observar na Figura 4 que o gradiente da temperatura na termoclina varia

sensivelmente de acordo com a latitude e a estação do ano. Na termoclina que

representa as altas latitudes é possível observar que próximo à superfície há um

resfriamento da água, isto ocorre devido a uma propriedade física da água quando

está próxima do seu ponto de fusão. Na termoclina de média latitude é possível

notar claramente a diferença de temperatura da água próxima à superfície entre as

estações do verão e do inverno. Já na termoclina de baixa latitude é possível

perceber que a diferença de temperatura entre as águas profundas e as águas de

superfície, devido à grande incidência solar durante praticamente todo o ano.

Figura 5 – Variação das medidas de temperatura feitas tendo como base as diferentes profundidades (DOURADO; CALTABIANO, 2005)

Page 25: dissertação_final

- 24 -

Analisando de forma esquemática a termoclina diurna e noturna (Figura 5) é

possível ilustrar a variabilidade entre as medidas de temperatura feitas por satélite

ou feitas in situ.

Com o objetivo de identificar os fatores que podem influenciar a variação da

temperatura de pele em relação às camadas mais profundas, vários estudos foram

realizados e geraram modelos matemáticos que determinam a variação de

temperatura entre a temperatura de pele e a temperatura de balde, para citar alguns,

existem os seguintes modelos: Modelo de Saunders, Modelo de Hasse, Modelo de

Fairall e colaboradores, Modelo de Soloviev e Schlüessel, Modelo de Wick e

colaboradores, Modelo de Schlüessel e colaboradores, Modelo de Zeng e

colaboradores, dentre outros (DOURADO; CALTABIANO, 2005).

2.2.1. Fenômenos Oceanográficos visíveis em imagens de TSM

Pelo fato das imagens de TSM capturarem a temperatura de pele do oceano, os

fenômenos que são visíveis nesse tipo de imagem são os que ocorrem na

superfície. Como a informação representada pelas imagens de TSM é uma

informação térmica, os fenômenos para serem representados na imagem devem

gerar algum tipo de mudança na temperatura da superfície do mar. Devido a essa

característica os fenômenos que são mais facilmente detectados em imagens de

TSM, são os fenômenos oceanográficos físicos que influenciam na temperatura de

uma região.

Alguns exemplos de fenômenos que podem ser detectados pela variação local de

temperatura estão definidos a seguir.

Vórtice – “Em Oceanografia, os vórtices são feições bem definidas, quase-circulares

ou elípticas, com contornos fechados delimitados por intensos gradientes de

propriedades físicas em superfície e em subsuperfície em relação às águas

adjacentes.” (LENTINI; SOUZA, 2005).

Page 26: dissertação_final

- 25 -

Intrusão – Entrada de massas de água com características termodinâmicas

diferente das que tipicamente circulam pela região.

Fronte – Área de limite entre massas de água com temperaturas diferentes.

Ressurgência – “A ressurgência é gerada pelo efeito do transporte de águas

superficiais causado pelo vento que atua na superfície do mar [...], que resulta num

deslocamento das águas superficiais para o oceano aberto. Por continuidade, as

águas subsuperficiais afloram próximo à costa [...]” (SOUZA; LORENZZETTI;

LUCCA, 2005).

Os fenômenos mencionados anteriormente por gerarem uma alteração térmica na

superfície do mar, podem ser melhor identificados por imagens de TSM. Por este

motivo, estes fenômenos serão os objetos de estudo neste trabalho.

2.3. TÉCNICAS DE ANÁLISE DE SINAIS

Uma forma muito natural de se buscar a solução de um problema complexo é tentar

dividi-lo em vários problemas simples, ou transformá-lo em um outro problema cuja

solução seja mais simples. A chave para se resolver problemas desta forma é:

“Como se transformar um problema complicado em um ou mais problemas

simples?”.

Há séculos este tipo de abordagem é trabalhado em matemática, desde técnicas

mais simples como substituição de variáveis, passando por técnicas mais

elaboradas como a utilização de funções assintóticas, até com teorias específicas

para transformar problemas, as transformadas.

A mais conhecida das transformadas é a de Fourier. Ela é amplamente utilizada nas

mais diversas áreas do conhecimento humano: matemática, física, engenharias,

oceanografia, biologia, dentre outras.

Page 27: dissertação_final

- 26 -

A transformada de Fourier tem como objetivo escrever uma função como um

somatório de senos e co-senos. O significado desta mudança na forma de escrever

uma função é que, ao se escrever uma função de uma forma diferente, se destaca

características diferentes da função. As novas características realçadas podem

explicar melhor certos comportamentos da função que originalmente não eram

visíveis.

Ao se permitir que uma função seja escrita de duas formas diferente criam-se,

conceitualmente, dois universos (domínios), o do tempo (forma original) e o da

freqüência (forma Fourier). O domínio da freqüência tem este nome porque as

funções são escritas como somatório de senos e co-senos, que são funções

periódicas, ou seja, os parâmetros que descrevem uma função seno ou co-seno são:

fase, amplitude e freqüência. Portanto, no domínio do tempo toda função é descrita

em função do tempo, já no domínio da freqüência toda função é descrita em função

da freqüência.

Análise espectral de sinais foi o nome dado à abordagem de trabalhar com funções

no domínio da freqüência. Isto porque uma função y = f(x) pode ser encarada como

sendo um sinal em função do tempo s = f(t).

A transformada de Fourier é a representante mais conhecida e utilizada das

ferramentas de análise espectral de sinais. Apesar de permitir que uma função

fosse escrita tanto no domínio do tempo quanto no domínio da freqüência a

Transformada de Fourier ainda possuía limitações.

A transformada de Fourier tem um desempenho muito bom quando o sinal (função)

a ser transformado é estacionário. Um sinal ser estacionário significa que as

componentes de freqüência deste sinal estão presentes em todo o tempo analisado

do sinal.

A Figura 6 mostra um sinal não estacionário. Na primeira metade do sinal existe

apenas uma componente com baixa freqüência, já na segunda parte do sinal existe

apenas uma componente de alta freqüência. Neste exemplo a freqüência que

ocorre na primeira parte do sinal, não ocorre na segunda parte e vice-versa.

Page 28: dissertação_final

- 27 -

Figura 6 - Exemplo de sinal não estacionário

Os sinais não estacionários, como o mostrado na Figura 6, geram problemas na

utilização da transformada de Fourier. Isto ocorre, pois a transformada tenta

representar o sinal como uma somatória de senos que ocorra em todo o tempo do

sinal, algo que em sinais não estacionários não existe, pois o seno que seria usado

na primeira parte não existe na segunda parte e vice-versa. Na tentativa de

representar este sinal a transformada de Fourier geraria uma somatória com infinitas

componentes de freqüência, algo que pode gerar erros de aproximação.

Por causa desta limitação, tem sido estudada uma outra transformada que tem como

propriedade a localização das componentes de freqüência, ou seja, a capacidade de

identificar em que parte do sinal quais freqüências existem e só utilizá-las para

representar os trechos de sinal onde elas são necessárias. A transformada

mencionada neste parágrafo é a transformada Wavelet.

Page 29: dissertação_final

- 28 -

2.3.1. Análise de Wavelet

Apesar das técnicas de análise espectral de sinais existirem a séculos, a teoria de

Wavelet só começou a surgir a partir de 1930 (PEIXOTO, 1998). A aplicação da

Wavelet ao processamento de sinais e de imagens só começou a ser estudados a

poucos anos e ainda está gerando vários trabalhos em diversos contextos. Na área

de processamento de sinais existem pesquisas utilizando Wavelet para compressão

de dados, filtragem de sinal, dentre muitas outras.

Na área de processamento de imagem, contexto deste trabalho, a Wavelet tem

despertado pesquisas em vários contextos, por exemplo: em biometria a wavelet

tem inspirado pesquisas para a detecção de faces (BOAVENTURA et al, 2005), em

medicina têm se pesquisado a Wavelet para segmentar imagens de exames na

busca por cânceres, tumores ou obstrução de veias (SOARES, H. B.; DÓRIA NETO;

CARVALHO, M. A., 2005; SILVA, R. D.; MINETTO; PEDRINI, 2005; SOARES, J. V.

B. et al, 2005), em síntese de imagens a Wavelet tem sido utilizada para sintetizar

texturas (TONIETTO; WALTER; JUNG, 2005), em sensoriamento remoto existem

pesquisas utilizando Wavelet para redução de dados em imagens multi-espectrais e

hiper-espectrais (ACEVEDO; RUEDIN, 2005; PIZARRO; FERNANDES, 2003),

remoção de nuvens (CARVALHO, 2003), detecção de alteração de cobertura

vegetal (CARVALHO, L. M. T. et al, 2005; OLIVEIRA; CARVALHO, L. M. T.; ACERBI

JUNIOR, 2005a), identificação de cicatrizes no relevo (MARCELINO et al, 2003),

fusão de imagens de diversos sensores para obter melhor qualidade de resolução

(LEONARDI; ORTIZ; FONSECA, 2005; TELLES JUNIOR; ROSA, 2005a; TELLES

JUNIOR; ROSA, 2005b; OLIVEIRA; CARVALHO, L. M. T.; ACERBI JUNIOR,

2005b), filtragem de imagens (ROSA; FONSECA, 2005; PAPA; MASCARENHAS;

FONSECA, 2005), detecção de fenômenos oceanográficos (SARTORI NETO, 2004),

dentre outras.

A análise Wavelet é uma ferramenta matemática que busca escrever uma função na

forma de um somatório de uma função Wavelet numa dada escala.

Pela definição que foi dada no parágrafo anterior pode-se concluir que duas

características importantes da análise Wavelet são a função Wavelet e a escala. A

Page 30: dissertação_final

- 29 -

importância dessas características é tanta que inspirou até os pseudônimos dessas

características, a saber: a função Wavelet é chamada de Wavelet mãe e a função de

escala é chamada de Wavelet pai (PEIXOTO, 1998).

Uma característica da análise Wavelet é que as funções a serem utilizadas não são

fixas, elas devem ser escolhidas antes da aplicação. Entretanto não são quaisquer

funções que podem ser escolhidas para figurarem como Wavelet mãe ou Wavelet

pai, elas devem satisfazer a alguns critérios matemáticos.

As funções que podem figurar como funções Wavelet são funções que pertençam ao

espaço L2(IR). L2(IR) é o espaço de todas as funções mensuráveis de quadrado

integrável sobre IR, ou seja, são funções cujo quadrado possui uma integral finita ao

longo de toda a reta IR. De forma geral as funções Wavelet mãe e Wavelet pai são

funções que decaem para zero quando |t| → ∞ (MORETTIN, 1999).

A função Wavelet, ou Wavelet mãe, além de tender a zero quando a coordenada

tende para o infinito positivo ou negativo, também deve ter a média zero. Conforme

declarado na Equação 3.

∫∞

∞−

= 0)( dttψ

Equação 3 – Wavelet Mãe com média zero

A função Wavelet, ou Wavelet mãe, com base ortonormal deve respeitar a

expressão da Equação 4, onde j representa o nível e k representa a escala da

Wavelet.

Zkjktt jjkj ∈−= ,),2(2)( 2/

, ψψ

Equação 4 – Wavelet Mãe com base ortonormal

A função de escala é a função que possibilita a dilatação e translação da função

Wavelet, atribuindo assim a possibilidade de uma componente da Wavelet aparecer

apenas no intervalo do sinal em que este componente seria necessário. A função de

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- 30 -

escala, também conhecida como Wavelet pai, deve ser escrita como a Equação 5 ao

representar uma base ortonormal, onde j representa o nível e k representa a escala

da Wavelet.

Zkjktt jjkj ∈−= ,),2(2)( 2/

, φφ

Equação 5 – Wavelet pai com base ortonormal

Utilizando-se a Wavelet mãe e a Wavelet pai na base ortonormal pode-se escrever

as seguintes equações: Equação 6, Equação 7 e Equação 8 (MORETTIN, 1999).

∑∑∑≥

+=0

00)()()( ,,,,

jj kkjkj

kkjkj tdtctf ψφ

Equação 6 - Transformada Wavelet

sendo que:

∫∞

∞−

= dtttfc kjkj )()( ,, 00φ

Equação 7 - Coeficiente da Wavelet pai

∫∞

∞−

= dtttfd kjkj )()( ,, ψ

Equação 8 - Coeficiente da Wavelet mãe

Toda a abordagem teórica descrita até então sobre a Wavelet considera funções

contínuas, portanto é tratada como análise Wavelet Contínua. O contexto deste

trabalho é a aplicação da Wavelet em imagens digitais adquiridas por satélite. As

imagens digitais são representações discretas de um universo contínuo, portanto

para aplicar a Wavelet em imagens digitais é necessário utilizar a análise Wavelet

Discreta.

Page 32: dissertação_final

- 31 -

Na abordagem discreta a forma mais utilizada de se gerar a função Wavelet é a

partir da função de escala, por isso as equações ficam conforme a Equação 9 e a

Equação 10 (STRANG; NGUYEN, 1997):

∑=

−=N

kk ktlt

0)2(2)( φφ

Equação 9 – Wavelet pai da análise Wavelet Discreta

∑=

−=N

kk ktht

0)2(2)( φψ

Equação 10 – Wavelet mãe da análise Wavelet Discreta

Existe uma relação chamada quadrature mirror filter relation que define a associação

entre hk e lk (Equação 11).

kk

k lh −−= 1)1(

Equação 11 - Quadrature mirror filter relation

A abordagem discreta da análise Wavelet utiliza técnicas de uma teoria chamada

Banco de Filtros (STRANG; NGUYEN, 1997). Esta teoria trabalha com dados

discretos, como é o caso de imagens digitais. Esta abordagem é baseada na

existência dos dados de entrada, um conjunto de filtros e um procedimento de

aplicação dos filtros no dado discreto.

A teoria de banco de filtros encara que a aplicação do conjunto de filtro no dado de

entrada, seguindo o procedimento de aplicação dos filtros, irá gerar como dado de

saída um dado discreto transformado. Portanto a aplicação da teoria do banco de

filtros é correspondente à aplicação de uma transformada. Além da aplicação da

transformada, o banco de filtros também possibilita que o dado original seja

reconstruído a partir do dado transformado, para tanto é necessário que o conjunto

de filtros componha uma base ortogonal do espaço em que a transformada atua.

Page 33: dissertação_final

- 32 -

Encarando a análise Wavelet Discreta como a aplicação de um Banco de Filtros, a

Wavelet Mãe seria considerada um filtro passa alta e a Wavelet pai seria um filtro

passa baixa.

A aplicação do banco de filtro aos dados de entrada pode ser feita de duas formas:

pela convolução com os vetores dos coeficientes de cada filtro ou pela multiplicação

com as matrizes dos coeficientes de cada filtro. A matriz de coeficientes é montada

de tal forma que a multiplicação de um dado por ela tem o mesmo resultado que a

convolução com um vetor, como mostrado na matriz esquemática da Equação 12.

...........

0123

012

01

0

hhhhhhh

hhh

Equação 12 - Matriz de coeficientes de um filtro genérico

Page 34: dissertação_final

- 33 -

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

A área de interesse deste estudo consiste aproximadamente da Zona de Exploração

Exclusiva (ZEE) da Costa Central Brasileira. Segundo o Programa Revizee a ZEE

da Costa Central Brasileira abrange a região do Cabo de São Tomé a Salvador. De

fato, a região que é estudada neste trabalho é um pouco mais ampla que a

mencionada anteriormente, isto porque as imagens de satélite obtidas possuem uma

cobertura um pouco maior. A região de interesse será considerada daqui em diante

como sendo a faixa de Oceano Atlântico da Costa Brasileira entre as latitudes de 12-

27°S, longitude 28-49° O.

Quanto à determinação dos limites superior e inferior da faixa de temperatura de

superfície do mar possível para esta região, seguem-se as considerações expostas

em Silva, M. R. L. F. (2002):

• No oceano, a ordem de variação de temperatura observada é de cerca de

38°C: entre o Golfo Pérsico (36°C) e os mares polares (-2°C). Porém, a

temperatura da água dentro dos limites geográficos especificados neste

trabalho pode ser considerada local e permanece relativamente constante.

• A faixa de temperatura de superfície do mar característica da área de

interesse, latitude aproximadamente entre 10°S e 30°S, para o Oceano

Atlântico fica entre 19°C e 25°C (Figura 7). Porém, valores abaixo de 19°C

podem ocorrer durante os fenômenos de ressurgência e correntes frias.

Portanto, os valores-limite inferior e superior da escala de temperatura de superfície

do mar usados neste trabalho foram, respectivamente, 11°C e 30°C.

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- 34 -

Figura 7 - Gráfico da distribuição média da temperatura de superfície do mar, segundo a latitude, para os Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico (SILVA, M. R. L. F. 2002).

3.2. MATERIAL

As imagens utilizadas são do satélite NOAA-14, sensor AVHRR, obtidas entre 15-19

horas, no período 1998 a 2003 e pertencem ao banco de imagens do Programa

REVIZEE. Foram recortadas segundo as coordenadas que definem a área de

estudo, corrigidas radiometricamente, realizada detecção de nuvens e

disponibilizadas diariamente pelo Centro de Previsão de Tempo e Clima (CPTEC) do

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com o seguinte formato:

• seqüencial de bandas (BSQ), ou seja, seqüência de linhas contendo o mesmo

número de pixels;

• em cada pixel um número inteiro identifica o valor da temperatura de

superfície do mar multiplicado por fator 10, codificado em binário, contido em

2 bytes.

Page 36: dissertação_final

- 35 -

Posteriormente, foram tratadas com, georreferenciamento, casamento de imagens e

classificação em cores para utilização matemática por Silva, M. R. L. F. (2002).

3.3. SISTEMAS COMPUTACIONAIS

Para efetuar os processamentos necessários nas imagens de TSM foram utilizados

dois softwares:

• ENVI 4.0 e

• Matlab 5.3.

O software ENVI é um sistema de processamento de imagens de sensoriamento

remoto. O ENVI foi utilizado para preparar as imagens de TSM para serem

apresentadas, para criar o mapa de cores aplicá-lo nas imagens, gerando assim as

imagens de “Density Slice”1.

O software Matlab é uma linguagem e um ambiente de desenvolvimento para

aplicações de aspectos técnicos. O Matlab foi utilizado para efetuar todos os

cálculos do processamento da Transformada Wavelet e mostrar o seu resultado.

3.4. METODOLOGIA

A metodologia utilizada no atual trabalho se baseou na metodologia do trabalho de

Silva, R. D.; Minetto e Pedrini (2005) que utilizaram a Wavelet para segmentar

imagens médicas de ressonância magnética, com o objetivo de identificar, com

maior facilidade e menores custo e tempo, áreas com tumores.

1 Refere-se a conversão de cores ou tons contínuos de uma imagens numa série de intervalos discretos, nos quais cada intervalo corresponde a uma faixa específica de valores (JENSEN, 1996).

Page 37: dissertação_final

- 36 -

No trabalho mencionado, os pesquisadores buscavam com a utilização da

transformada Wavelet, obter características que contivessem informações das

texturas das regiões das imagens. Estas características foram utilizadas para

classificar as regiões da imagem.

A metodologia deste trabalho utiliza, da mesma forma, a Transformada Wavelet para

classificar as regiões da imagem de temperatura de superfície do mar usando a sua

abordagem discreta, pois os objetos deste estudo são imagens digitais. Na

abordagem discreta da Transformada Wavelet a metodologia aplicada é a de bancos

de filtros.

A imagem inicial, que será submetida ao processo da transformada Wavelet, é

subdividida em blocos pequenos. O tamanho do bloco depende da Wavelet a ser

utilizada da seguinte forma: o tamanho do bloco é de N x N, onde N é a quantidade

de coeficientes no filtro da Wavelet a ser utilizada. Vinculando desta forma o

tamanho do bloco com o tamanho do filtro da Wavelet, simplifica a forma de

aplicação do filtro ao bloco.

O diagrama do processo de aplicação de um banco de filtros baseado numa Wavelet

é ilustrado na Figura 8. São utilizados dois filtros: L é um filtro passa-baixa e H é um

filtro passa-alta. Os coeficientes de cada um desses filtros são definidos pelo tipo de

realce que se deseja obter.

Figura 8 - Processo de aplicação de Banco de Filtros baseado em Wavelet

O resultado da aplicação do processo ilustrado na Figura 8 são quatro sub-imagens

que quando agrupadas tem o mesmo tamanho da imagem inicial.

IMG

L 1↓ 2

1↓ 2 H

L 2↓ 1

H 2↓ 1

L 2↓ 1

H 2↓ 1

LL

LH

HL

HH

Coluna

Linhas X

1↓ 2

2↓ 1

: aplicação do filtro X no dado de entrada

: mantém uma linha de duas

: mantém uma coluna de duas

Page 38: dissertação_final

- 37 -

A Figura 9 ilustra como são agrupadas as sub-imagens no resultado.

Figura 9 – Agrupamento das sub-imagens no resultado

3.4.1. Escolha das Wavelets

Cada Wavelet Mãe possui um conjunto de coeficientes que definem os filtros que

serão utilizados no processo. Por esse motivo antes de submeter a imagem ao

processamento é necessário escolher as Wavelets Mães que serão utilizadas.

As wavelet foram escolhidas com o objetivo de ter funções com características

diferentes para permitir uma comparação mais rica entre os resultados. Os critérios

analisados para escolher as Wavelets foram os seguintes:

• Suporte a transformada discreta;

• Ortogonalidade;

• Simetria;

• Suporte compacto;

• Quantidade de momentos.

O primeiro critério, suporte a transformada discreta, é um critério obrigatório, ou seja,

todas as Wavelets escolhidas devem ter suporte a transformada discreta, pois o

dado utilizado neste trabalho é um dado discreto.

HH

LH

HL

LL

Page 39: dissertação_final

- 38 -

O critério de ortogonalidade oferece à Wavelet a possibilidade de reconstruir a

informação original a partir do resultado da Wavelet utilizando os mesmos

coeficientes de filtro (MALLAT, 2001).

A simetria é uma propriedade que facilita o entendimento visual do filtro, pois os

valores dos coeficientes se distribuem de forma simétrica ao longo do mesmo.

O critério de suporte compacto significa que a wavelet mantém as propriedades de

média igual a zero num intervalo menor que infinito. O tamanho deste intervalo é o

tamanho do suporte compacto e é este tamanho que define a quantidade de

coeficientes do filtro (MALLAT, 2001).

A quantidade de momentos de uma Wavelet significa a quantidade de níveis na

aplicação da wavelet que é suportada pela função (MALLAT, 2001). A aplicação da

wavelet em vários níveis significa aplicar a Wavelet no resultado de uma aplicação

dela mesma. A quantidade de vezes que isto pode ser feita é limitado pela

quantidade de momentos da função.

As Wavelets escolhidas com base nos critérios mencionados foram as mostradas na

Tabela 1.

Tabela 1 - Critérios analisados para a escolha das Wavelets

Wavelet Transformada

Discreta

Ortogonalidade Simetria Suporte

compacto

Quantidade

de momentos

Daubechies Sim Ortogonal Assimétrica Sim N

Bi-ortogonal Sim Bi-ortogonal Simétrica Sim N - 1

Meyer Sim Ortogonal Simétrica Não -

Coiflets Sim Ortogonal Quase

simétrica

Sim 2N

Após ter escolhido os tipos de Wavelet que serão utilizados é necessário escolher o

tamanho do filtro. O tamanho do filtro é proporcional ao tamanho da menor estrutura

que se pretende diferenciar no resultado da aplicação. Portanto, quanto menor for o

filtro, mais a Wavelet vai considerar os detalhes.

Page 40: dissertação_final

- 39 -

O tamanho do filtro utilizado neste trabalho foi escolhido seguindo a mesma escolha

feita no trabalho de Silva, R. D.; Minetto e Pedrini (2005). Foram escolhidos,

preferencialmente, filtros pequenos, com quatro coeficientes. No caso específico da

Wavelet Coiflets, ela não possui nenhum filtro com quatro coeficientes. Para a

Wavelet Coiflets foi escolhido o menor filtro possível, este filtro possui seis

coeficientes.

Daubechies – Foi escolhido filtro Daubechies-2 por possuir quatro coeficientes. O

gráfico da Wavelet mãe Daubechies-2 está ilustrada na Figura 10 (MISITI, 1996).

Figura 10 – Gráfico da Wavelet mãe Daubechies-2 (MISITI, 1996)

Bi-ortogonal – Esta wavelet mãe não é ortogonal, mas ela é bi-ortogonal, isto

significa que para ela ter a propriedade da ortogonalidade ela necessita ter duas

Wavelet mãe ao invés de apenas uma. A primeira Wavelet mãe é usada para

aplicação da Wavelet e a segunda é utilizada para a reconstrução do dado original.

O filtro escolhido para que fossem utilizados quatro coeficientes foi o filtro Bi-

ortogonal-3.1. A Figura 11 mostra o gráfico das Wavelets mãe (MISITI, 1996).

Figura 11 – Gráficos da Wavelet mãe Bi-ortogonal-3.1 (MISITI, 1996)

Page 41: dissertação_final

- 40 -

Meyer – Foi escolhido o filtro Meyer com quatro coeficientes. Este filtro será

referenciado neste trabalho como Meyer-4. O gráfico da Wavelet mãe do filtro

Meyer-4 está ilustrada na Figura 12 (MISITI, 1996).

Figura 12 – Gráfico da Wavelet mãe Meyer-4 (MISITI, 1996)

Coiflets – A Wavelet Coiflets não possui filtros com quatro coeficientes, portanto foi

escolhido um filtro que mais se aproximasse disso. Foi escolhido o filtro Coiflets-1

que possui seis coeficientes. O gráfico da Wavelet mãe deste filtro está ilustrado na

Figura 13 (MISITI, 1996).

Figura 13 – Gráfico da Wavelet mãe Coiflets-1 (MISITI, 1996)

Cada filtro escolhido tem o seu conjunto de coeficientes. A precisão usada para os

coeficientes foi de quatro casas decimais. Os coeficientes para a aplicação de cada

Wavelet estão mostrados na Tabela 2.

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- 41 -

Tabela 2 - Coeficientes das Wavelet Mãe escolhidas para utilização

Filtro h0 h1 h2 h3 h4 h5

Daubechies-2 0,4830 0,8365 0,2241 -0,1294 - -

Bi-ortogonal-3.1 -0,3536 1,0607 1,0607 -0,3536 - -

Meyer-4 0,8536 0,3536 -0,1464 0,3536 - -

Coiflets-1 -0,0727 0,3379 0,8526 0,3849 -0,0727 -0,0157

As matrizes de aplicação de cada Wavelet são geradas a partir do esquema

ilustrado a seguir. Os filtros passa-baixa (L) e passa-alta (H) para quatro

coeficientes são os mostrados na Equação 13.

L =

−−−

3210

321

32

3

hhhhhhh

hhh

H =

0123

012

01

0

hhhhhhh

hhh

Equação 13 – Matriz dos filtros passa-baixa (L) e passa-alta (H) com quatro coeficientes

Os filtros passa-baixa (L) e passa-alta (H) para seis coeficientes são os mostrados

na Equação 14.

L =

−−−−−

−−−

543210

54321

5432

543

54

5

hhhhhhhhhhh

hhhhhhh

hhh

H =

012345

01234

0123

012

01

0

hhhhhhhhhhh

hhhhhhh

hhh

Equação 14 - Matriz dos filtros passa-baixa (L) e passa-alta (H) com seis coeficientes

Page 43: dissertação_final

- 42 -

3.4.2. Classificação

A segmentação da imagem foi realizada em pequenos blocos. Inicialmente cada

bloco foi submetido ao processo mostrado na Figura 8, gerando 4 sub-imagens. O

bloco depois de processado foi representado por quatro características (FSi),

extraídas de cada uma de suas sub-imagens obtidas ao final do processo, a partir da

Equação 15.

∑= 2),(1 yxam

FSi

Equação 15 – Cálculo das características das sub-imagens

Sendo que Si representa cada sub-imagem do resultado (LL, LH, HL e HH), m é a

quantidade pixels existentes na sub-imagem e a(x,y) é o valor retornado após a

aplicação do processo da Figura 8 na posição (x,y) da sub-imagem em questão.

Desta forma cada bloco da imagem pode ser representado por quatro valores

(características). Estas características trazem embutidas as informações sobre a

textura do bloco que elas representam. Levando assim o classificador a considerar

estes aspectos no momento de agrupar ou não as classes.

Após a obtenção das características de cada bloco, estas foram avaliadas para

integrar uma das classes já identificadas ou para representar uma nova classe.

Para incluir um bloco em uma determinada classe foi utilizada a distância euclidiana

entre as quatro características do bloco e das classes já existentes e um limiar L

acima do qual um bloco será considerado externo à classe analisada. Cada classe,

que possuía um ou mais blocos, possuía quatro características que a identificava.

Estas características foram geradas pela média da respectiva dos elementos

integrantes da classe. Caso um bloco recém processado integrasse uma classe já

existente, as quatro características que a representavam serão recalculadas para

considerar, além dos blocos já integrantes, o novo bloco recém processado.

Page 44: dissertação_final

- 43 -

3.5. LIMIAR PARA APLICAÇÃO DAS WAVELETS

Para aplicar a Transformada Wavelet a uma imagem de TSM é necessário identificar

qual é o limiar que representa o nível de diferenciação que é esperado no resultado

do processo. Este limiar é um parâmetro que depende do tipo de wavelet aplicada e

do que se busca identificar na imagem. Portanto foram calculados 4 limiares, um

para cada Wavelet analisada neste trabalho.

Como neste trabalho buscou-se identificar fenômenos oceanográficos, o limiar devia

estar associado a fatores que permitiam a identificação destes fenômenos.

Estes fenômenos, segundo Robinson (1997), incluem:

• Características dinâmicas de grande escala (anomalias de ±1°C em bacias

oceânicas de 100 km)

• Vórtices em mesoescala (anomalias de ±2°C em escalas de 50 a 200 km)

• Fenômenos em pequena escala, tais como frentes termais e ressurgências

costeiras (anomalias de ±5°C em 50 km).

Portanto, segundo as escalas dos fenômenos que se pretendem detectar, uma

diferenciação em intervalos de 1° em 1°C parece ser adequada, pois permitiria

identificar fenômenos de pequena, meso e grande escala.

Baseado nisso todo o processo de cálculo dos limiares foi feito com o objetivo de

determinar um limiar que possibilitasse a diferenciação de temperaturas em

intervalos de 1°C.

Outro fator que foi considerado na obtenção dos limiares foi a faixa de temperatura

possível na área estudada. A costa central brasileira, conforme explicado na seção

4.1, possui águas na faixa entre 11°C - 30°C e por este motivo esta foi a faixa de

temperatura utilizada para os estudos.

Page 45: dissertação_final

- 44 -

Para chegar aos limiares foi gerada, computacionalmente, uma série de imagens

que representavam uma região com temperatura homogênea. Cada imagem

representava apenas uma temperatura entre 11°C e 30°C.

Cada imagem da série foi submetida às quatro Wavelets e em seguida foi calculada

a distância euclidiana dos coeficientes de duas imagens com temperaturas

próximas, após a aplicação da Wavelet. Depois de obtidas as distâncias para cada

imagem processada por cada Wavelet, foram calculadas as médias aritméticas das

diversas distâncias para cada uma das Wavelets utilizadas. Os limiares obtidos

entre duas temperaturas foram os mesmos para todas as temperaturas, por isso a

Tabela 3 mostra os resultados de forma resumida.

Tabela 3 - Cálculo de limiar com imagens homogêneas

Temperaturas Daubechies Bi-ortogonal Meyer Coiflets

Todas 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

Média 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

Para garantir que os valores são válidos foi feita uma segunda série de cálculos,

porém nestes foi inserido um relaxamento randômico nos pixels de cada imagem. O

desvio inserido nas imagens é randômico no aspecto de que os valores dos pixels

que compõem o desvio são aleatórios na faixa de 0°C a 0,9999°C, apesar disso o

desvio em cada uma das imagens é idêntico ao desvio das demais, garantindo que a

diferença entre as imagens é de exatamente 1°C para cada um dos pixels. A Tabela

4 ilustra o resultado obtido.

Tabela 4 - Cálculo de limiar com imagens heterogêneas

Temperaturas Daubechies Bi-ortogonal Meyer Coiflets

De 11°C para 12°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3331

De 12°C para 13°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3332

De 13°C para 14°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3332

De 14°C para 15°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3332

De 15°C para 16°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3332

De 16°C para 17°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3332

Page 46: dissertação_final

- 45 -

De 17°C para 18°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3332

De 18°C para 19°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 19°C para 20°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 20°C para 21°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 21°C para 22°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 22°C para 23°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 23°C para 24°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 24°C para 25°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 25°C para 26°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 26°C para 27°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 27°C para 28°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 28°C para 29°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

De 29°C para 30°C 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

Média 9,3301 12,5000 8.5355 8.3333

É possível observar que mesmo inserindo uma variação nas imagens o resultado

das distâncias pouco mudou. Só sofreram alterações os sete primeiros valores da

Wavelet Coiflets e mesmo assim a alteração foi tão pequena que não refletiu

nenhuma alteração na média. Portanto os dois resultados, para imagens com ou

sem variabilidade, confirmam os valores que serão utilizados como limiares para as

quatro Wavelets a serem analisadas (Tabela 5).

Tabela 5 - Limiares calculados

Wavelet Limiar

Daubechies 9,3301

Bi-ortogonal 12,5000

Meyer 8,5355

Coiflets 8,3333

Page 47: dissertação_final

- 46 -

3.6. APLICAÇÃO DAS WAVELETS

Após a obtenção dos limiares é possível aplicar o método proposto em imagens

reais. Dentre as imagens acessíveis foram escolhidas algumas para ilustrar os

resultados do método utilizando a Transformada Wavelet. As imagens escolhidas

possuem pelo menos um fenômeno oceanográfico. Para cada fenômeno distinto, foi

feita a comparação entre a imagem original e a imagem com a aplicação da Wavelet

para identificar o ganho obtido com sua aplicação.

Os fenômenos e as imagens que foram escolhidos para ilustrar a aplicação da

Wavelets em imagens digitais obtidas por satélites estão na Tabela 6.

Tabela 6 – Lista de fenômenos analisados

Fenômeno Imagem Data da Imagem

Fronte Termal Superficial N14010699_1807.rev 01 de junho de 1999

Influência da Plataforma

Continental na TSM

N14290699_1753.rev 29 de junho de 1999

Vórtice N14270899_1832.rev 27 de agosto de 1999

Intrusão ao longo da costa mediames Média anual (dez 1998 -

nov 1999)

Ressurgência sem4cf Média semanal (22-28

agosto de 1999)

As imagens de TSM utilizadas inicialmente possuíam apenas o tratamento original

de correções de erros e eram monocromáticas, dificultando a identificação das

características e fenômenos encontrados na imagem.

Cada um dos fenômenos analisados foi submetido às quatro Wavelets. A aplicação

de uma Wavelet a uma imagem de TSM resultou em uma imagem classificada. Tão

Page 48: dissertação_final

- 47 -

importante quanto analisar visualmente a imagem final classificada foi também

analisar as classes geradas durante o processamento.

No capítulo seguinte serão mostrados os resultados e discussão da aplicação de

cada uma das Wavelets às imagens escolhidas para representar cada fenômeno a

ser analisado. Na última seção deste capítulo serão mostrados as imagens

originais, as imagens tratadas pelas Wavelets e um resumo das classes geradas por

cada Wavelet para facilitar a análise comparativa.

3.6.1. Esquema geral do processo

O resumo do processo é representado pelo pseudocódigo a seguir.

IMG = <imagem de entrada>; SGMT = <imagem de saída segmentada>; CLS = <classes criadas>; Enquanto existem_blocos_a_processar(img) { BLC = próximo_bloco(IMG); Y = aplica_wavelet(BLC); DESC_Y = gera_descr(Y); Se vazia(CLS) { Acrescenta(DESC_Y, CLS, 1); Atribui_bloco_atual(SGMT,1); Senão { CONTADOR = 1; Enquanto Contador <= quatidade(CLS) e não_classificado(DESC_Y){ Se distancia(CLS[CONTADOR],DESC_Y) <= LIMIAR { Acrescenta(DESC_Y, CLS, CONTADOR); Atribui_bloco_atual(SGMT,CONTADOR); Foi_classificado(DESC_Y); } CONTADOR = CONTADOR + 1; } Se não_classificado(DESC_Y){ Acrescenta(DESC_Y, CLS, CONTADOR); Atribui_bloco_atual(SGMT,CONTADOR); } } }

Page 49: dissertação_final

- 48 -

Ao final da execução deste pseudocódigo a variável SGMT continha a imagem

segmentada pela aplicação da Wavelet utilizada e a variável CLS continha todas as

classes criadas e os seus descritores.

3.6.2. Rotinas desenvolvidas em Matlab

Foram criadas quatro rotinas em Matlab para o processamento e a visualização das

imagens necessárias neste trabalho. A seguir estão as descrições de cada rotina.

O código de cada rotina está listado no Apêndice.

Discrete_wavelet.m – Esta rotina implementa o processo exemplificado no

pseudocódigo da seção anterior, portanto esta rotina contém a parte central da

aplicação da Wavelet às imagens. Este processo recebe como parâmetros de

entrada o arquivo com a imagem a ser processada, o tamanho do bloco que deve

ser utilizado, o limiar que será utilizado na definição das classes e os coeficientes do

filtro da Wavelet que será utilizada. Com estes parâmetros o processo se torna

suficientemente genérico para ser utilizado para quaisquer das Wavelet e imagens

utilizadas neste trabalho.

Class_descr.m – Esta rotina é responsável por calcular as quatro características

que definem um bloco. Este processo recebe como parâmetros o tamanho do bloco

e o bloco a ser processado.

Subband_descr.m – Esta rotina é responsável por calcular a característica que

define cada sub-bloco de um bloco. Este processo recebe como parâmetros o

tamanho do sub-bloco e o sub-bloco a ser processado

Dist_class.m – Esta rotina é responsável por calcular a distância entre o bloco atual

e a classe que está sendo avaliada. Este processo recebe como parâmetros o bloco

e a classe que serão utilizados no cálculo da distância.

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- 49 -

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. FRONTE TERMAL SUPERFICIAL

O primeiro fenômeno oceanográfico a ser analisado foi a fronte termal superficial

vinda do sul. Esta fronte se desloca bem próxima à costa, em áreas com a

batimetria menor, protegidas das frontes quentes vindas do norte. A imagem a

seguir ilustra este fenômeno.

A região em verde escuro e azul na parte inferior esquerda da Figura 14, indicada

pela seta vermelha, é uma fronte fria vinda do sul. Esta região será o objeto da

análise comparativa nesta seção. A Figura 14 já possui um tratamento para tornar

mais visíveis as diferentes temperaturas. O tratamento utilizado foi um “Density

Slice” com o mapa de cores mostrado na escala ao lado da imagem.

Figura 14 - Imagem de 01 de junho de 1999 tratada com “Density Slice”

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- 50 -

A imagem que foi utilizada para aplicar as Wavelet não possuía o tratamento de

“Density Slice” mostrado na Figura 14. As Wavelets foram aplicadas à imagem em

tons de cinza, na qual cada valor de pixel representava a temperatura da região

analisada.

A imagem original em tons de cinza está ilustrada na Figura 15. Esta imagem

possibilita a observação das regiões com diferenciação em tons de cinza e em

textura.

Figura 15 - Imagem de TSM de 01 de junho de 1999

Cada item a seguir explica o resultado da aplicação das diferentes Wavelets

selecionadas na imagem de TSM que apresenta o fenômeno de Fronte termal

superficial vinda do sul.

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- 51 -

4.1.1. Wavelet Daubechies

A aplicação da Wavelet Daubechies à imagem de TSM de 01 de junho de 1999

resulta na imagem mostrada a seguir.

Figura 16 – Imagem de TSM de 01 de junho de 1999 processada pela Wavelet Daubechies. A escala de cores representa as classes geradas

A Figura 16 destacou três regiões. Primeiramente é possível identificar uma região

colorida em azul médio, vinda do norte que se estende para a parte inferior

esquerda. Esta região do norte corresponde às faixas com temperaturas entre 23°C

e 26°C na Figura 14.

Colorida em verde e amarelo existem duas regiões que representam a fronte fria

vinda do sul. Estas regiões correspondem a águas com temperaturas entre 18°C e

20°C na Figura 14.

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- 52 -

Entre essas duas regiões já destacadas existe a terceira região colorida em azul

claro. Esta região corresponde a águas com temperatura de aproximadamente

22°C, conforme Figura 14

A região que mais se destaca visualmente na Figura 16 é justamente a fronte fria,

devido à diferença de cores em relação às demais regiões da imagem.

A Tabela 7 mostra todas as classes criadas no processamento com a Wavelet

Daubechies. Foram geradas 44 classes.

Tabela 7 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Daubechies para a imagem de 01 de junho de 1999

Número da

classe

Quantidade de

blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 56850 696,4102 186,6025 186,6025 50

2 700 398,0175 106,6485 106,6485 28,5764

3 9950 220,7681 59,1546 59,1546 15,8504

4 17013 207,1035 55,4932 55,4932 14,8694

5 273 275,8237 73,9067 73,9067 19,8032

6 12045 193,9347 51,9646 51,9646 13,9239

7 903 382,653 102,5316 102,5316 27,4733

8 259 265,8908 71,2452 71,2452 19,0901

9 51 242,8442 65,0699 65,0699 17,4354

10 861 322,0308 86,2879 86,2879 23,1208

11 1305 579,8638 155,374 155,374 41,6323

12 1294 514,5475 137,8726 137,8726 36,9429

13 1 217,0763 58,1654 58,1654 15,5854

14 23 200,1049 53,618 53,618 14,3669

15 612 629,0295 168,548 168,548 45,1623

16 185 257,4113 68,9732 68,9732 18,4813

17 549 498,2608 133,5086 133,5086 35,7735

18 438 370,6299 99,31 99,31 26,61

19 66 360,1611 96,5049 96,5049 25,8584

20 672 309,7747 83,0039 83,0039 22,2408

21 36 568,7442 152,3945 152,3945 40,834

Page 54: dissertação_final

- 53 -

22 1 272,8595 73,1125 73,1125 19,5904

23 22 247,6646 66,3615 66,3615 17,7815

24 132 486,8355 130,4472 130,4472 34,9532

25 2838 182,0151 48,7708 48,7708 13,0681

26 108 465,8283 124,8183 124,8183 33,445

27 534 168,7328 45,2118 45,2118 12,1145

28 107 409,8962 109,8313 109,8313 29,4292

29 84 429,3954 115,0562 115,0562 30,8292

30 144 298,3011 79,9295 79,9295 21,4171

31 15 454,5585 121,7986 121,7986 32,6358

32 1 186,2043 49,8933 49,8933 13,3689

33 3 233,4255 62,5462 62,5462 16,7592

34 6 477,8519 128,04 128,04 34,3082

35 5 592,9441 158,8789 158,8789 42,5715

36 2 619,8448 166,0869 166,0869 44,5029

37 12 342,7332 91,8351 91,8351 24,6071

38 17 287,3666 76,9996 76,9996 20,632

39 1 350,3796 93,8839 93,8839 25,1561

40 3 442,0378 118,4437 118,4437 31,7369

41 11 156,2757 41,874 41,874 11,2201

42 3 142,5545 38,1974 38,1974 10,2349

43 6 420,53 112,6807 112,6807 30,1927

44 1 135,7146 36,3646 36,3646 9,7439

Interpretando a Figura 16 e a Tabela 7 é possível identificar que as regiões em verde

e amarelo, que representam a frente fria, são respectivamente as classes 25 e 27.

Page 55: dissertação_final

- 54 -

4.1.2. Wavelet Bi-ortogonal

A aplicação da Wavelet Bi-ortogonal à imagem de TSM de 01 de junho de 1999

resulta na imagem mostrada na Figura 17.

Figura 17 – Imagem de TSM de 01 de junho de 1999 processada pela Wavelet Bi-ortogonal. A escala de cores representa as classes geradas.

A imagem de TSM do dia 01 de junho de 1999 processada pela Wavelet Bi-

ortogonal destaca quatro regiões na faixa da imagem que representa o mar, todas

elas em tons de azul, estando a região de interesse em dois tons de azul mais claro.

As 3 regiões detectadas na Figura 17 correspondem às mesmas regiões

identificadas com a utilização da Wavelet Daubechies. São elas: fronte quente vinda

do norte (em azul escuro), fronte térmica vinda do sul (em azul claro) e a região

estas duas frontes (em azul médio).

Apesar da barra de cores apresentada como legenda da Figura 17 ter uma

amplitude do azul até o vermelho, a imagem está com cores predominando no azul.

Page 56: dissertação_final

- 55 -

Isto acontece porque as classes com maior número de representantes são as

primeiras classes.

A Tabela 8 com a descrição das classes criadas no processamento da Figura 17

está mostrada a seguir. Foram geradas 113 classes, não mostradas todas para não

gerar tabelas muito grandes que atrapalhariam na leitura do texto.

Tabela 8 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Biortogonal para a imagem de 01 de junho de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 56850 200 400 400 800

2 690 377,7701 435,5011 435,4457 551,2832

3 9754 63,5571 126,9543 127,0209 253,781

4 16944 59,577 119,054 119,1456 238,1169

5 120 60,5333 213,4521 7,8385 318,176

6 12118 55,721 111,4419 111,5571 223,0429

7 359 11,0681 188,9319 22,1565 377,8435

8 249 96,3321 87,0248 86,7116 277,4044

9 3 65,7708 131,6042 131,4792 262,8958

10 299 44,8403 225,1589 16,0707 346,0715

11 337 51,9039 219,9651 5,3728 333,3969

12 625 307,463 292,537 507,463 692,537

13 322 43,4193 17,7236 226,2131 348,0912

14 925 271,372 328,628 542,762 657,238

15 43 58,6846 116,3968 116,4927 231,734

16 39 315,0865 284,9135 515,0865 684,9135

17 614 163,8748 436,1252 436,1252 763,8748

18 351 92,8034 76,6891 76,9904 260,8761

19 58 276,2112 323,7888 552,2284 647,7716

20 95 387,0645 436,9013 437,7895 538,2447

21 365 17,6829 182,3171 34,8325 365,1675

22 625 308,4299 508,4299 291,5701 691,5701

23 293 123,2532 76,7468 76,7468 476,7468

24 182 23,8451 176,1549 47,1679 352,8321

Page 57: dissertação_final

- 56 -

25 54 56,4479 216,6076 2,39 325,6007

26 210 13,2 26,5339 186,8 373,4661

27 8 22,0469 177,9531 40,7187 359,2813

28 2 68,7188 128,9063 127,7813 246,0938

29 2964 52,1965 104,5141 104,6145 209,3834

30 22 4,8267 195,1733 10,446 389,554

31 122 19,6055 39,2111 180,3945 360,7889

32 69 7,4864 14,6875 192,5136 385,3125

33 39 95,2981 83,375 83,6827 271,7596

34 108 89,4722 67,6389 67,7049 245,8715

35 116 133,6595 66,3405 66,3405 466,3405

36 102 414,7059 400,4706 399,5294 585,2941

37 94 112,3012 87,6988 87,6988 487,6988

38 362 50,4572 6,8733 221,0335 335,3515

39 409 271,5892 543,2839 328,4108 656,7161

40 540 48,4368 96,85 97,0604 194,1069

41 10 116,5188 83,4813 83,4813 483,4813

... ... ... ... ... ...

106 1 16,5625 49,4375 183,4375 350,5625

107 2 86,9375 193,0625 42,0625 277,9375

108 1 79,125 43,125 202,5 275,25

109 1 42,0625 85,8125 157,9375 314,1875

110 1 75,5 35,5 55,75 215,75

111 1 38,125 76,25 161,875 323,75

112 1 186,875 87,125 87,125 413,125

113 1 59,1875 114,0625 102,8125 205,4375

As classes 29 e 40 correspondem à região da fronte fria vinda do sul.

Page 58: dissertação_final

- 57 -

4.1.3. Wavelet Meyer

A aplicação da Wavelet Meyer à imagem de TSM de 01 de junho de 1999 resulta na

imagem mostrada na Figura 18.

Figura 18 – Imagem de TSM de 01 de junho de 1999 processada pela Wavelet Meyer. A escala de cores representa as classes geradas.

A imagem processada de 01 de junho pela Wavelet Meyer destacou na faixa de mar,

as mesmas três regiões destacadas pelas Wavelets Daubechies e Bi-ortogonal.

A primeira região corresponde à fronte quente vinda do norte, colorida em azul

médio. A segunda região corresponde à fronte fria vinda do sul, colorida em verde.

A terceira região corresponde à região que separa as duas frontes.

A Tabela 9 mostra as classes criadas no processo de aplicação da Wavelet Meyer.

Esta aplicação gerou um total de 42 classes, mostradas na Tabela 9.

Page 59: dissertação_final

- 58 -

Tabela 9 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para a imagem de 01 de junho de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 56850 582,8427 241,4214 241,4214 100

2 368 209,8074 86,9051 86,9051 35,9973

3 9839 184,9244 76,5982 76,5982 31,728

4 17085 173,4456 71,8435 71,8435 29,7586

5 982 252,3147 104,5122 104,5122 43,2904

6 12552 162,0685 67,131 67,131 27,8066

7 1368 460,1997 190,621 190,621 78,9578

8 1075 375,6637 155,605 155,605 64,4537

9 261 198,1997 82,097 82,097 34,0057

10 477 263,1612 109,005 109,005 45,1513

11 20 256,8255 106,3806 106,3806 44,0643

12 1320 495,7143 205,3316 205,3316 85,0511

13 845 291,7193 120,8341 120,8341 50,0511

14 113 168,0874 69,6241 69,6241 28,8392

15 274 366,6674 151,8786 151,8786 62,9102

16 567 546,6639 226,4356 226,4356 93,7927

17 53 451,4135 186,9816 186,9816 77,4503

18 446 280,6337 116,2423 116,2423 48,1491

19 103 409,9994 169,8273 169,8273 70,3448

20 11 203,7907 84,4129 84,4129 34,965

21 2489 151,4589 62,7363 62,7363 25,9862

22 242 241,2456 99,9272 99,9272 41,3912

23 463 140,4749 58,1866 58,1866 24,1017

24 23 222,2646 92,065 92,065 38,1346

25 83 338,7921 140,3323 140,3323 58,1275

26 32 231,8025 96,0157 96,0157 39,771

27 11 400,3638 165,8361 165,8361 68,6916

28 39 357,5994 148,1225 148,1225 61,3544

29 43 301,6648 124,9536 124,9536 51,7575

30 14 329,5976 136,5238 136,5238 56,55

Page 60: dissertação_final

- 59 -

31 1 238,3776 98,7392 98,7392 40,8991

32 35 272,2984 112,7897 112,7897 46,719

33 2 321,4527 133,1501 133,1501 55,1526

34 5 505,5577 209,4089 209,4089 86,74

35 2 472,7343 195,813 195,813 81,1084

36 7 349,1782 144,6344 144,6344 59,9095

37 21 486,1305 201,3618 201,3618 83,4068

38 4 442,4709 183,2774 183,2774 75,916

39 3 385,4047 159,6399 159,6399 66,125

40 10 129,1093 53,4788 53,4788 22,1517

41 3 114,6882 47,5054 47,5054 19,6774

42 1 393,3269 162,9214 162,9214 67,4842

As classes 21 e 23 representam as regiões em verde, que correspondem à fronte

fria vinda do sul.

Page 61: dissertação_final

- 60 -

4.1.4. Wavelet Coiflets

A aplicação da Wavelet Coiflets à imagem de TSM de 01 de junho de 1999 resulta

na imagem mostrada na Figura 19.

Figura 19 – Imagem de TSM de 01 de junho de 1999 processada pela Wavelet Coiflets. A escala de cores representa as classes geradas.

A analise visual da imagem de TSM de 01 de junho de 1999 demonstra que, a

Wavelet Coiflets não distinguiram as frontes térmicas visualmente. A concentração

das classes ocorreu nas regiões de transição entre frontes, coberturas de nuvens ou

regiões de terra firme, gerando nestas partes da imagem um grande número de

classes.

A Tabela 10 mostra algumas das classes geradas. Não serão mostradas todas as

1875 classes para não dificultar a leitura do texto.

Page 62: dissertação_final

- 61 -

Tabela 10 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets para a imagem de 01 de junho de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 23461 620,8489 168,6805 168,6807 45,8348

2 12 571,6219 203,6727 179,2186 38,3556

3 5139 193,6197 52,6012 52,5799 14,2877

4 577 204,4714 55,5541 55,5292 15,0748

5 50 558,7819 181,4265 144,8941 51,1606

6 26 546,943 49,1824 204,1927 119,9286

7 6584 181,1404 49,2285 49,2188 13,3648

8 10 376,8725 46,8478 124,4047 22,0257

9 83 218,2803 127,3379 127,7135 151,8307

10 16 335,7493 205,1577 20,4362 51,8234

11 1 327,3149 19,9695 233,5016 53,6291

12 1 302,6856 88,2848 58,644 1,8214

13 9 374,2182 37,6211 27,2539 46,5074

14 47 207,6593 93,595 46,9211 4,8045

15 22 288,3523 239,7725 27,1573 59,9551

16 15 216,8401 93,6184 48,8705 5,5016

17 63 186,9417 53,9534 40,7989 16,8529

18 16 231,575 32,472 43,986 18,3267

19 4 262,0146 42,2628 28,4523 20,3253

20 3417 169,2035 45,9995 46,0127 12,4672

21 140 174,7302 55,552 54,5906 13,0014

22 40 298,2735 251,9112 92,473 88,8339

23 9 427,7263 260,2142 95,7786 80,5375

24 75 177,1721 52,1482 39,2096 15,8366

25 2 301,2346 34,9982 22,3667 44,5647

... ... ... ... ... ...

1852 1 395,4738 191,0937 34,5499 65,4047

1853 1 162,7268 39,1176 91,9839 1,6676

1854 1 505,8156 130,8704 100,9103 25,3191

1855 1 187,6736 10,8748 39,1623 21,3265

Page 63: dissertação_final

- 62 -

1856 1 443,2238 92,4765 152,081 38,3495

1857 1 432,2989 91,5245 158,5382 35,7815

1858 1 242,4845 109,0816 118,7324 160,7008

1859 1 206,6052 187,2125 113,6951 144,0448

1860 1 536,3339 208,7099 60,8389 127,3487

1861 1 341,0502 46,5756 203,4295 54,8125

1862 1 366,4406 100,6864 291,139 77,9555

1863 1 381,8917 15,3167 40,9099 38,7884

1864 1 577,3627 206,1144 191,3999 34,9697

1865 1 328,4609 37,2651 63,7392 49,138

1866 1 500,8681 142,2725 218,8777 46,3902

1867 1 176,7785 44,8039 108,5645 2,244

1868 1 571,2665 118,6137 105,7927 108,6834

1869 1 280,9447 113,8532 101,1343 161,2231

1870 1 450,1935 138,9605 88,884 108,1991

1871 1 434,7461 147,1164 69,5091 30,3632

1872 1 291,8029 30,6354 208,3786 67,7269

1873 1 412,4629 114,5885 175,3493 120,6655

1874 1 450,1454 40,5255 249,3816 110,8533

1875 1 220,7243 31,5206 24,927 14,3702

As classes que representam regiões homogêneas agregaram vários blocos e

regiões de transição, que possuem uma heterogeneidade maior, se espalharam,

criando em certas ocasiões uma classe para cada bloco.

Page 64: dissertação_final

- 63 -

4.1.5. Comparação das Wavelets

Das quatro Wavelets utilizadas, três delas conseguiram identificar a região de fronte

fria da imagem original. Apesar de eventualmente agrupar regiões que possuíam

temperaturas diferentes, como é o caso da região que representou as áreas com

temperatura de 23°C e 24°C, as regiões criadas são coerentes com a textura

apresentada na imagem original (em tons de cinza).

Tabela 11 – Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Fronte Termal Superficial

Wavelet Identificou o

fenômeno?

Qualidade do

contraste da região

alvo

Quantidade

de classes

geradas

Quantidade de

classes distinguíveis

visualmente

Daubechies Sim Bom 44 6

Bi-ortogonal Sim Razoável 113 5

Meyer Sim Bom 42 6

Coiflets Não - 1875 1

Baseado nos aspectos mostrados na Tabela 11, as Wavelets Daubechies e Meyer

foram as que obtiveram os melhores resultados para identificar a fronte fria vinda do

sul.

Page 65: dissertação_final

- 64 -

4.2. INFLUÊNCIA DA PLATAFORMA CONTINENTAL NA TSM

A influência da plataforma continental na TSM acontece em algumas áreas costeiras

do Brasil, onde, devido à plataforma continental se localizar mais distante da costa

cria uma proteção física para a entrada de águas de fora da plataforma.

Figura 20 – Imagem de 29 de junho de 1999 tratada com “Density Slice”

A Figura 20 é uma imagem de TSM com um “Density Slice” baseado no mapa de

cores mostrado na legenda da imagem. A região de retenção de águas frias está

indicada pela seta vermelha na figura. A região em verde escuro, próxima à costa,

indicada pela seta vermelha é uma região residual de uma fronte térmica fria. Essa

fronte térmica foi rompida pela fronte térmica em verde claro, porém a plataforma

continental característica da região aprisionou a região residual.

Page 66: dissertação_final

- 65 -

Figura 21 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999

Na Figura 21 é possível identificar a região mais escura que corresponde, na Figura

20, á região em verde escuro.

Page 67: dissertação_final

- 66 -

4.2.1. Wavelet Daubechies

A aplicação da Wavelet Daubechies à imagem de TSM de 29 de junho de 1999

resulta na imagem mostrada na Figura 22.

Figura 22 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999 processada pela Wavelet Daubechies.

A escala de cores representa as classes geradas.

A imagem de 29 de junho de 1999 (Figura 22) tratada pela Wavelet Daubechies

destaca três tons de azul, na faixa da imagem que representa o mar. Primeiramente

existe uma região na parte superior da imagem que se prolonga até

aproximadamente o seu centro. A segunda região é visível em azul médio e se

inicia na parte central da imagem e se alonga até a parte inferior esquerda. A última

região que se destaca visualmente é a região em azul claro que ocorre na parte

inferior da imagem e também próximo à costa. Esta parte próxima à costa da região

em azul claro é a retenção de águas frias decorrente da influência da plataforma

continental. Foram geradas 45 classes mostradas na Tabela 12.

Page 68: dissertação_final

- 67 -

Tabela 12 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Daubechies para a imagem de 29 de junho de 1999

Número da

classe

Quantidade de

blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 49603 696,4102 186,6025 186,6025 50

2 17093 200,4315 53,7055 53,7055 14,3903

3 513 395,2822 105,9155 105,9155 28,38

4 96 459,0958 123,0143 123,0143 32,9616

5 622 310,4492 83,1846 83,1846 22,2892

6 278 267,1948 71,5946 71,5946 19,1837

7 674 376,3983 100,8556 100,8556 27,0242

8 444 626,1264 167,7701 167,7701 44,9538

9 602 299,7348 80,3137 80,3137 21,52

10 299 484,2125 129,7444 129,7444 34,7649

11 728 574,9582 154,0596 154,0596 41,2801

12 21046 186,3748 49,939 49,939 13,3811

13 45 196,3035 52,5994 52,5994 14,094

14 12301 173,909 46,5988 46,5988 12,4861

15 834 158,3798 42,4377 42,4377 11,3712

16 362 363,5507 97,4131 97,4131 26,1018

17 179 242,4798 64,9723 64,9723 17,4093

18 704 502,8064 134,7266 134,7266 36,0999

19 164 286,5803 76,789 76,789 20,5755

20 269 254,7794 68,2679 68,2679 18,2923

21 65 418,685 112,1863 112,1863 30,0602

22 385 512,2963 137,2694 137,2694 36,7812

23 25 432,1988 115,8073 115,8073 31,0305

24 116 349,8335 93,7376 93,7376 25,1169

25 29 446,1352 119,5416 119,5416 32,0311

26 57 142,2306 38,1106 38,1106 10,2117

27 6 352,7013 94,506 94,506 25,3228

28 64 225,3867 60,3922 60,3922 16,182

29 72 387,6856 103,8801 103,8801 27,8346

30 6 278,1086 74,519 74,519 19,9673

Page 69: dissertação_final

- 68 -

31 210 180,7114 48,4215 48,4215 12,9745

32 8 262,8062 70,4187 70,4187 18,8686

33 52 563,3134 150,9394 150,9394 40,4441

34 5 215,5246 57,7496 57,7496 15,474

35 21 471,954 126,4597 126,4597 33,8848

36 25 336,2016 90,0849 90,0849 24,1382

37 3 616,7931 165,2692 165,2692 44,2838

38 5 587,8133 157,5041 157,5041 42,2031

39 12 128,3319 34,3864 34,3864 9,2138

40 22 491,0422 131,5744 131,5744 35,2552

41 2 522,9163 140,115 140,115 37,5437

42 1 308,5954 82,6879 82,6879 22,1562

43 2 407,4095 109,165 109,165 29,2507

44 91 165,5721 44,3649 44,3649 11,8875

45 2 322,857 86,5093 86,5093 23,1801

A classe 2 representa a grande região em azul escuro na parte superior a imagem.

A classe 12 representa a região em azul médio na parte central da imagem que se

alonga até a parte inferior esquerda. A classe 14 representa a região em azul claro

na parte inferior da imagem, região que contém o trecho de retenção de águas

devido à plataforma continental.

Page 70: dissertação_final

- 69 -

4.2.2. Bi-ortogonal

A aplicação da Wavelet Bi-ortogonal à imagem de TSM de 29 de junho de 1999

resulta na imagem mostrada na Figura 23.

Figura 23 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999 processada pela Wavelet Biortogonal. A escala de cores representa as classes geradas.

A imagem processada de 29 de junho (Figura 23) mostra as regiões com um

contraste muito pequeno, contraste este bem menor que o visto na Figura 22.

Entretanto é possível identificar três regiões na faixa de mar. Uma na parte central

superior da imagem, uma segunda região que se estende do centro até a parte

inferior esquerda da imagem a última região que está localizada na parte inferior da

imagem e próximo à costa. Foram geradas 133 classes mostradas na Tabela 13.

Page 71: dissertação_final

- 70 -

Tabela 13 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Biortogonal para a imagem de 29 de junho de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 49603 200 400 400 800

2 16867 57,6507 115,2165 115,2445 230,3402

3 600 381,8956 436,3256 436,2731 545,5056

4 84 421,1004 400,4576 399,5424 578,8996

5 196 49,8565 7,6709 221,6256 336,1888

6 228 93,6645 79,0543 78,8421 264,2319

7 117 16,3269 33,2981 183,6731 366,7019

8 447 162,3015 437,6985 437,6985 762,3015

9 371 57,357 4,4901 216,1134 322,4048

10 165 390,6746 437,7981 438,1367 533,3905

11 107 144,9071 55,0929 55,0929 455,0929

12 338 313,7642 513,7642 286,2358 686,2358

13 21084 53,5385 107,0395 107,0982 214,1283

14 193 56,7581 112,8701 113,1363 225,2225

15 6 54,9896 111,5104 110,5729 223,9271

16 11 193,2557 85,1193 85,1193 406,7443

17 12225 49,9419 99,8756 99,9114 199,8097

18 847 45,3577 90,9267 91,1742 182,6125

19 237 25,5198 174,4802 50,4296 349,5704

20 107 63,9848 14,1799 211,3353 310,5

21 168 87,9453 62,0792 62,0301 236,1641

22 122 126,7572 73,2428 73,2428 473,2428

23 336 311,2238 288,7762 511,2238 688,7762

24 202 18,6389 181,3611 37,6705 362,3295

25 56 70,2009 24,0647 206,9018 298,8326

26 245 90,6622 71,1495 70,7622 251,2495

27 32 177,4668 97,8262 97,8262 422,5332

28 52 84,1683 50,5216 50,7885 217,1418

29 344 274,0213 548,0147 325,9787 651,9853

... ... ... ... ... ...

Page 72: dissertação_final

- 71 -

114 1 330,875 530,875 269,125 669,125

115 1 293,9375 493,9375 306,0625 706,0625

116 1 396,3125 446,3125 428,6875 528,6875

117 1 80,375 46,75 59,125 225,5

118 3 446,6875 399,4375 400,5625 553,3125

119 1 45,4375 15,4375 223,9375 346,0625

120 1 89,75 192,125 57,25 260,875

121 1 97,375 51,875 179,125 271,625

122 1 418,875 444,375 443,25 493,5

123 1 96,3125 90,4375 89,6875 283,8125

124 1 39,9375 22,3125 228,9375 353,4375

125 1 31 63,5 69,5 144,25

126 1 183,9375 90,9375 90,9375 416,0625

127 1 46,9375 91,0625 82,0625 166,9375

128 1 283,25 566,5 316,75 633,5

129 1 102,125 73 91,375 262,25

130 2 44,2813 106,2813 90,3438 209,0938

131 1 76,4375 63,0625 57,4375 244,0625

132 1 71,125 198,625 10,625 319,625

133 1 87,1875 49,6875 193,6875 269,4375

As classes 2, 13 e 17 representam as 3 regiões que são distinguíveis na imagem

processada. A região de maior interesse, região de retenção de águas frias pela

batimetria, é representada pela classe 17.

Page 73: dissertação_final

- 72 -

4.2.3. Wavelet Meyer

A aplicação da Wavelet Meyer à imagem de TSM de 29 de junho de 1999 resulta na

imagem mostrada na Figura 24.

Figura 24 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999 processada pela Wavelet Meyer. A escala de cores representa as classes geradas.

A imagem de 29 de junho possui região em azul escuro que aparece mais no topo

da imagem. No centro da imagem existe uma região em azul médio que se alonga

para a parte inferior esquerdo. Uma faixa em azul claro na parte inferior da imagem

mostra a retenção de águas frias devido à plataforma continental.

Uma pequena região em amarelo se destaca bem próxima à costa de Cabo Frio,

sendo esta pequena região parte integrante da retenção de águas frias. Foram

geradas 44 classes mostradas na Tabela 14.

Page 74: dissertação_final

- 73 -

Tabela 14 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para a imagem de 29 de junho de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 49603 582,8427 241,4214 241,4214 100

2 17120 167,7647 69,4904 69,4904 28,7839

3 282 201,9702 83,6588 83,6588 34,6526

4 88 404,6521 167,6124 167,6124 69,4273

5 555 252,0406 104,3986 104,3986 43,2433

6 756 370,7413 153,5661 153,5661 63,6092

7 861 456,3829 189,04 189,04 78,3029

8 363 359,5923 148,948 148,948 61,6963

9 751 241,1896 99,904 99,904 41,3816

10 321 188,8487 78,2237 78,2237 32,4013

11 423 545,1429 225,8056 225,8056 93,5317

12 746 491,9875 203,7879 203,7879 84,4117

13 21866 155,0062 64,2057 64,2057 26,5949

14 1254 162,9637 67,5018 67,5018 27,9601

15 2 165,7405 68,652 68,652 28,4366

16 14 313,6976 129,9378 129,9378 53,822

17 10121 144,3064 59,7737 59,7737 24,7591

18 423 128,3786 53,1762 53,1762 22,0263

19 6 365,806 151,5218 151,5218 62,7624

20 50 327,4366 135,6287 135,6287 56,1792

21 574 277,1901 114,8159 114,8159 47,5583

22 232 287,3081 119,0069 119,0069 49,2943

23 59 345,522 143,1199 143,1199 59,2822

24 96 447,0358 185,1683 185,1683 76,6992

25 30 393,8551 163,1401 163,1401 67,5748

26 145 224,821 93,1239 93,1239 38,5732

27 796 148,4604 61,4943 61,4943 25,4718

28 26 213,5336 88,4485 88,4485 36,6366

29 12 350,1475 145,0358 145,0358 60,0758

30 107 265,852 110,1195 110,1195 45,613

Page 75: dissertação_final

- 74 -

31 31 115,6118 47,888 47,888 19,8358

32 74 232,6521 96,3676 96,3676 39,9168

33 8 382,9315 158,6154 158,6154 65,7007

34 36 482,7409 199,9578 199,9578 82,8252

35 49 196,0152 81,1922 81,1922 33,6309

36 21 334,801 138,6791 138,6791 57,4428

37 6 281,3314 116,5313 116,5313 48,2688

38 5 300,7348 124,5684 124,5684 51,5979

39 5 248,1791 102,7992 102,7992 42,5808

40 3 503,6263 208,6089 208,6089 86,4086

41 4 466,386 193,1834 193,1834 80,0192

42 49 178,9621 74,1285 74,1285 30,705

43 7 105,5251 43,7099 43,7099 18,1052

44 162 136,134 56,3886 56,3886 23,3569

As classes 2, 13 e 17 representam as frentes térmicas da imagem que se encontram

em tons de azul. A classe 27 representa a pequena região em amarelo próximo à

costa de Cabo Frio.

Page 76: dissertação_final

- 75 -

4.2.4. Wavelet Coiflets

A aplicação da Wavelet Coiflets à imagem de TSM de 29 de junho de 1999 resulta

na imagem mostrada na Figura 25.

Figura 25 – Imagem de TSM de 29 de junho de 1999 processada pela Wavelet Coiflets. A escala de cores representa as classes geradas.

A imagem processada de 29 de junho ilustra novamente que a Wavelet Coiflets

gerou um número enorme de classes, tornando indistinguível visualmente as frentes

térmicas que ocorrem na imagem de TSM. Foram geradas 1739 classes mostradas

na Tabela 15.

Page 77: dissertação_final

- 76 -

Tabela 15 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets para a imagem de 29 de junho de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 20931 620,8442 168,6825 168,6814 45,8344

2 11 479,4511 161,3962 161,5047 55,644

3 71 216,7796 126,7613 127,1051 152,7348

4 6865 178,7473 48,5663 48,5446 13,1845

5 2 394,2916 72,9555 77,9886 189,2997

6 46 197,28 43,7999 43,8735 13,9912

7 2 427,728 49,8162 51,0375 51,7271

8 1 422,6524 62,993 153,1197 24,415

9 2 298,9753 17,954 146,0374 44,5788

10 7 453,3958 16,8666 15,3267 30,7484

11 1 332,5794 206,223 40,7713 46,6445

12 1 349,9369 307,9087 101,2394 75,8648

13 22 564,7457 195,0036 180,6551 40,222

14 92 626,559 167,3873 180,3094 43,335

15 47 583,117 103,5804 103,5775 103,112

16 8174 166,4721 45,2472 45,2283 12,2817

17 2 526,5259 143,522 43,4551 33,5598

18 1 583,5928 176,8902 103,8788 60,0529

19 61 640,4472 175,4708 163,9169 44,4796

20 1006 151,106 41,5484 40,977 11,2934

21 14 231,0861 69,3054 33,2129 7,0806

22 1 565,0435 43,3393 211,1885 112,5642

23 8 219,9632 67,4194 30,2002 6,3249

24 1 430,9577 181,3869 118,4874 129,3966

25 4451 156,4285 42,5466 42,5141 11,5531

... ... ... ... ... ...

1716 1 364,3118 286,6785 207,6631 16,7614

1717 1 200,9294 90,1427 94,4276 12,8785

1718 1 448,9871 152,5626 82,4298 36,9989

1719 1 187,6168 165,4219 117,4763 157,1672

Page 78: dissertação_final

- 77 -

1720 1 293,1418 313,77 134,7947 71,319

1721 1 593,1293 97,0984 94,2079 114,352

1722 1 241,0444 113,2053 144,4799 158,0879

1723 1 262,8234 232,0534 57,8548 77,6791

1724 1 338,9683 28,1253 14,3335 18,139

1725 1 254,805 249,7451 30,9921 75,1826

1726 1 363,8347 86,6291 70,2371 52,7401

1727 1 506,9261 131,6455 96,5788 24,0259

1728 2 225,5629 25,6929 12,8075 17,3805

1729 1 105,8053 15,8002 31,0303 9,859

1730 1 532,8641 58,7923 157,6923 135,7403

1731 1 406,4496 247,4778 41,5172 110,7524

1732 1 473,0049 147,8414 163,2605 58,531

1733 1 404,4792 114,0734 85,1143 17,6645

1734 1 333,0685 61,3456 301,1387 87,0093

1735 1 263,3504 50,0579 46,844 2,4979

1736 1 578,3342 124,719 109,9377 70,5484

1737 1 211,4939 20,5528 56,672 5,754

1738 1 206,9554 29,0507 93,6782 1,631

1739 1 619,148 104,8821 104,5333 113,0834

A tabela de descrição das classes mostra que, principalmente as classes de número

maior, possuem um número muito pequeno de blocos representantes, na maioria

dos casos apenas um.

Page 79: dissertação_final

- 78 -

4.2.5. Comparação das Wavelets

Das quatro Wavelets utilizadas, três delas conseguiram identificar a região de

retenção de águas frias da imagem original e dessas apenas duas tinham um

contraste bom na imagem.

Tabela 16 - Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Influência da Plataforma Continental na TSM

Wavelet Identificou o

fenômeno?

Qualidade do

contraste da

região alvo

Quantidade

de classes

geradas

Quantidade de

classes distinguíveis

visualmente

Daubechies Sim Bom 45 4

Bi-ortogonal Sim Ruim 133 4

Meyer Sim Bom 44 5

Coiflets Não - 1739 1

Foi observado novamente que a aplicação das Wavelets reuniu em uma mesma

classe regiões que originalmente possuíam temperaturas diferentes, como é o caso

das regiões com temperaturas de 19°C e 20°C. É possível notar comparando-se

visualmente a Figura 20 e a Figura 21 que essas áreas que foram agrupadas

possuíam a mesma textura.

Baseado nos aspectos mostrado na Tabela 16, as Wavelets Daubechies e Meyer

foram as que obtiveram os melhores resultados para identificar a retenção de águas

frias devido à influência da plataforma continental.

Page 80: dissertação_final

- 79 -

4.3. VÓRTICE

Um vórtice é um fenômeno oceanográfico caracterizado pela movimentação circular

ou espiral de uma corrente. Este fenômeno é detectado normalmente em áreas de

interface entre duas correntes marítimas.

Figura 26 – Imagem de 27 de agosto de 1999 tratada com “Density Slice”

A Figura 26 mostra um vórtice no ponto indicado pela seta vermelha. Nesta seção

este será o fenômeno oceanográfico analisado.

Page 81: dissertação_final

- 80 -

O vórtice que na Figura 26 fica bem destacado pelas diferenças de cores, na Figura

27 é menos visível, devido a existência de menos contraste entre as regiões que

delineiam o fenômeno.

Figura 27 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999

Page 82: dissertação_final

- 81 -

4.3.1. Wavelet Daubechies

A aplicação da Wavelet Daubechies à imagem de TSM de 27 de agosto de 1999

resulta na imagem mostrada na Figura 28.

Figura 28 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 processada pela Wavelet

Daubechies. A escala de cores representa as classes geradas.

No trecho que representa o mar é possível identificar três regiões em tons de azul,

uma situada na parte superior da imagem, a segunda que se prolonga da parte

central até a parte inferior esquerda da imagem e a terceira que aparece na parte

inferior esquerda e direita da imagem. Além dessas regiões existe também uma

pequena região na parte inferior direita da imagem colorida em verde.

Na interface entre a região em azul claro e a região em azul médio é possível

visualizar o vórtice buscado. Foram geradas 40 classes mostradas na Tabela 17.

Page 83: dissertação_final

- 82 -

Tabela 17 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Daubechies para a imagem de 27 de agosto de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 56629 696,4102 186,6025 186,6025 50

2 13981 205,187 54,9797 54,9797 14,7318

3 719 376,3423 100,8406 100,8406 27,0202

4 19325 190,0376 50,9204 50,9204 13,6441

5 871 509,7927 136,5985 136,5985 36,6015

6 524 309,7949 83,0093 83,0093 22,2423

7 135 217,4199 58,2575 58,2575 15,61

8 374 393,8968 105,5443 105,5443 28,2805

9 234 260,637 69,8375 69,8375 18,7129

10 402 628,0403 168,2829 168,2829 45,0913

11 211 248,7054 66,6404 66,6404 17,8562

12 756 577,4367 154,7237 154,7237 41,4581

13 352 491,6009 131,7241 131,7241 35,2954

14 11040 177,121 47,4594 47,4594 12,7167

15 4 184,4727 49,4293 49,4293 13,2445

16 386 297,8567 79,8105 79,8105 21,3851

17 4 307,928 82,5091 82,5091 22,1082

18 29 388,3622 104,0613 104,0613 27,8832

19 42 482,7236 129,3454 129,3454 34,658

20 316 364,8833 97,7702 97,7702 26,1974

21 23 355,8039 95,3374 95,3374 25,5456

22 1497 166,3932 44,5849 44,5849 11,9465

23 4 341,4336 91,4869 91,4869 24,5138

24 7 326,1603 87,3944 87,3944 23,4173

25 1 171,0039 45,8203 45,8203 12,2775

26 42 289,0297 77,4453 77,4453 20,7514

27 42 421,935 113,0572 113,0572 30,2936

28 34 459,0624 123,0054 123,0054 32,9592

29 46 237,9923 63,7698 63,7698 17,0871

30 52 156,0691 41,8186 41,8186 11,2053

Page 84: dissertação_final

- 83 -

31 21 503,4682 134,9039 134,9039 36,1474

32 9 591,593 158,5169 158,5169 42,4745

33 8 526,2697 141,0135 141,0135 37,7845

34 12 411,135 110,1633 110,1633 29,5182

35 2 565,1081 151,4203 151,4203 40,5729

36 1 226,8329 60,7797 60,7797 16,2859

37 2 449,5623 120,4599 120,4599 32,2771

38 3 278,1623 74,5334 74,5334 19,9712

39 1 617,5706 165,4775 165,4775 44,3396

40 1 124,0168 33,2302 33,2302 8,904

As classes 2, 4 e 14 representam as 3 regiões em azul ao longo da imagem. A

classe 22 representa a região em verde na parte inferior direita da imagem. O

vórtice, portanto, está localizado na interface entre as classes 4 e 14.

Page 85: dissertação_final

- 84 -

4.3.2. Wavelet Bi-ortogonal

A aplicação da Wavelet Bi-ortogonal à imagem de TSM de 27 de agosto de 1999

resulta na imagem mostrada na Figura 29.

Figura 29 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Bi-ortogonal. A escala de cores representa as classes geradas.

A imagem de 27 de agosto mostra, na faixa que representa o mar, quatro regiões

destacadas em azul que são as frentes térmicas localizadas na imagem. Uma no

centro da imagem, uma segunda que se estende do centro para a parte inferior

esquerda da imagem, uma terceira que aparece na parte inferior e próxima à costa e

a última que aparece na parte inferior direita como uma região bem pequena.

Na parte inferior esquerda, próximo à costa, é possível visualizar o vórtice que é alvo

desta seção. Foram geradas 82 classes mostradas na Tabela 18.

Page 86: dissertação_final

- 85 -

Tabela 18 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Bi-ortogonal para a imagem de 27 de agosto de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 56629 200 400 400 800

2 13910 58,981 117,9092 117,9252 235,7466

3 270 17,8035 182,1965 35,8632 364,1368

4 19256 54,615 109,1914 109,2361 218,3928

5 601 273,4058 326,5942 546,834 653,166

6 100 14,5019 29,3244 185,4981 370,6756

7 219 53,3604 218,9803 4,1807 329,881

8 295 273,057 546,1375 326,943 653,8625

9 144 62,5673 124,9796 124,9692 249,6871

10 474 382,7329 436,3929 436,6675 544,2068

11 162 92,7083 76,9491 76,6134 260,8542

12 12 10,625 189,375 22,8437 377,1563

13 243 52,4488 4,6932 219,7914 331,1484

14 403 163,3468 436,6532 436,6532 763,3468

15 222 90,0372 68,8378 69,0084 247,8091

16 397 310,165 289,835 510,165 689,835

17 140 125,2295 74,7705 74,7705 474,7705

18 4 116,2656 83,7344 83,7344 483,7344

19 347 310,826 510,826 289,174 689,174

20 11085 50,915 101,7988 101,8513 203,6429

21 8 303,7578 503,7578 296,2422 696,2422

22 167 60,3525 213,851 8,7231 317,0973

23 179 59,1334 6,8233 214,7668 319,3087

24 3 57,5 106,875 109,5 207,625

25 132 19,7443 39,4716 180,2557 360,5284

26 11 56,0795 216,6136 2,0568 325,9773

27 167 135,0782 64,9218 64,9218 464,9218

28 281 23,6768 176,3232 47,4557 352,5443

29 44 390,294 437,723 438,3111 533,6719

30 57 24,9211 49,6447 175,0789 350,3553

Page 87: dissertação_final

- 86 -

31 6 128,4063 71,5938 71,5938 471,5938

32 70 64,3839 15,3732 211,0411 309,2018

33 1574 47,8233 95,6752 95,7162 191,4545

34 4 69,9688 23,3125 206,6563 300,0625

35 1 40,75 159,25 81,5 318,5

... ... ... ... ... ...

69 1 58,375 141,625 116,75 283,25

70 2 429,125 398,875 401,125 570,875

71 1 95 88,375 86,125 279,5

72 1 36,5625 231,1875 29,0625 361,3125

73 3 8,5 15,875 191,5 384,125

74 5 177,175 97,675 97,675 422,825

75 1 2,6875 197,3125 8,1875 391,8125

76 1 107,125 92,875 92,875 492,875

77 2 157 116,3125 116,3125 443

78 1 412 442,25 442,625 503,125

79 1 81,25 44,375 199,75 274,625

80 1 34,75 70,25 70,25 142

81 1 187,625 89 89 412,375

82 1 73,8125 31,5625 205,0625 289,5625

As classes 2, 4, 20 e 33 são as grandes regiões destacadas na imagem tratada pela

Wavelet Bi-ortogonal. O vórtice se localiza na interface entre as classes 4 e 20.

Page 88: dissertação_final

- 87 -

4.3.3. Wavelet Meyer

A aplicação da Wavelet Meyer à imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 resulta

na imagem mostrada na Figura 30.

Figura 30 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Meyer. A escala de cores representa as classes geradas.

A imagem de 27 de agosto deixa bem destacada uma frente na parte central da

imagem que se inicia no topo e se alonga acompanhando um pouco o contorno da

costa. Na parte inferior da imagem é possível perceber uma frente térmica rente à

costa e uma outra parte desta mesma frente na parte direita da imagem. É visível

também uma região em verde na parte inferior direita da imagem que pode

representar uma região com águas um pouco mais frias.

Na interface entre a região em azul claro e a região em azul médio é possível

visualizar o vórtice presente na imagem. Foram geradas 44 classes mostradas na

Tabela 19.

Page 89: dissertação_final

- 88 -

Tabela 19 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para a imagem de 27 de agosto de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 56629 582,8427 241,4214 241,4214 100

2 13993 171,7338 71,1345 71,1345 29,4649

3 928 457,2112 189,3831 189,3831 78,445

4 19408 159,0101 65,8641 65,8641 27,2818

5 4 166,7385 69,0653 69,0653 28,6078

6 532 284,5662 117,8712 117,8712 48,8238

7 507 249,1109 103,1851 103,1851 42,7407

8 13 298,5073 123,6458 123,6458 51,2157

9 311 183,9219 76,183 76,183 31,556

10 183 200,3096 82,9709 82,9709 34,3677

11 720 370,0907 153,2966 153,2966 63,4975

12 385 239,0155 99,0034 99,0034 41,0086

13 758 493,9961 204,6199 204,6199 84,7563

14 366 545,9947 226,1584 226,1584 93,6779

15 11029 148,1261 61,3558 61,3558 25,4144

16 6 152,5299 63,1799 63,1799 26,17

17 128 193,7265 80,2441 80,2441 33,2382

18 346 274,7709 113,8138 113,8138 47,1432

19 151 362,7782 150,2677 150,2677 62,2429

20 13 450,6005 186,6448 186,6448 77,3108

21 1441 139,051 57,5968 57,5968 23,8574

22 60 231,8354 96,0294 96,0294 39,7767

23 38 265,622 110,0242 110,0242 45,5735

24 8 216,169 89,5401 89,5401 37,0887

25 39 332,4769 137,7164 137,7164 57,044

26 35 405,3894 167,9178 167,9178 69,5538

27 6 355,1759 147,1187 147,1187 60,9385

28 8 392,3339 162,51 162,51 67,3139

29 7 505,1999 209,2606 209,2606 86,6786

30 5 469,7896 194,5932 194,5932 80,6031

Page 90: dissertação_final

- 89 -

31 3 309,0594 128,0166 128,0166 53,0262

32 3 317,7394 131,612 131,612 54,5155

33 1 395,2402 163,7139 163,7139 67,8125

34 2 425,6171 176,2964 176,2964 73,0243

35 4 224,9156 93,1631 93,1631 38,5894

36 1 143,5982 59,4803 59,4803 24,6376

37 52 130,7026 54,1388 54,1388 22,425

38 2 484,7653 200,7964 200,7964 83,1726

39 1 435,8181 180,5218 180,5218 74,7746

40 6 382,7733 158,5499 158,5499 65,6735

41 7 326,2905 135,1539 135,1539 55,9826

42 1 258,2575 106,9737 106,9737 44,31

43 1 208,2506 86,2602 86,2602 35,7302

44 1 104,7867 43,4041 43,4041 17,9786

As classes 2, 4 e 15 mostram as frentes térmicas em azul na imagem. A classe 21

representa a região em verde na parte inferior direita da imagem. O vórtice aparece

na interface entre as classes 4 e 15.

Page 91: dissertação_final

- 90 -

4.3.4. Wavelet Coiflets

A aplicação da Wavelet Coiflets à imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 resulta

na imagem mostrada na Figura 31.

Figura 31 – Imagem de TSM de 27 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Coiflets. A escala de cores representa as classes geradas.

A imagem processada de 27 de agosto demonstra o mesmo efeito das outras duas

imagens processadas pela Wavelet Coiflets, um número muito grande de classes

criadas e uma diferenciação visual muito pequena das classes realmente relevantes.

Foram geradas 1246 classes mostradas na Tabela 20.

Page 92: dissertação_final

- 91 -

Tabela 20 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets para a imagem de 27 de agosto de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 23938 620,8439 168,6821 168,6816 45,8345

2 9 356,4812 223,1159 222,8082 27,3436

3 5853 183,225 49,7778 49,7874 13,5211

4 7787 169,5672 46,0979 46,0901 12,5148

5 19 185,5384 96,1402 46,5321 3,0047

6 45 598,4941 124,4508 173,5269 55,5011

7 11 284,6928 9,1909 57,4579 12,9775

8 91 634,4123 164,4696 164,5041 47,0175

9 42 175,4093 47,0238 47,2803 12,7505

10 29 198,7772 90,8452 43,334 3,8198

11 4417 158,1685 43,0316 43,0287 11,6919

12 63 626,6768 180,5424 167,3781 43,2812

13 3 333,4911 282,4213 82,5995 83,7456

14 5 305,9968 85,6047 301,6128 80,3009

15 55 171,4581 36,6854 49,9414 15,4548

16 36 559,1992 144,0161 181,7459 51,2634

17 6 330,0492 206,2427 20,1015 53,017

18 3 388,6068 34,4767 17,4748 36,1967

19 21 180,7348 45,6911 95,6698 2,6979

20 1 316,4179 56,2469 10,1663 13,8146

21 5 528,9055 188,666 152,2809 49,394

22 1 477,8408 162,4711 150,3898 57,915

23 24 309,1019 299,6856 83,1292 81,4971

24 1 341,5261 129,2013 141,0797 146,8168

25 77 151,6874 50,6529 41,5979 13,2402

... ... ... ... ... ...

1223 1 382,4015 283,072 272,1342 6,8257

1224 1 419,099 173,4767 113,4097 117,1564

1225 1 410,6183 52,6936 280,1405 88,9535

1226 1 413,1201 40,2804 260,6474 110,5929

Page 93: dissertação_final

- 92 -

1227 1 153,9548 110,3734 32,8265 2,0539

1228 1 228,2325 71,4812 192,7408 65,9421

1229 1 537,7967 136,0075 186,7275 52,9444

1230 1 326,8866 222,7066 159,286 130,8659

1231 1 520,7362 142,2538 51,1287 37,5114

1232 1 413,1985 274,698 199,28 18,5699

1233 1 171,4562 12,484 39,2074 16,8034

1234 1 370,248 220,3284 285,4649 14,2613

1235 1 343,0908 68,633 42,273 49,3019

1236 1 224,1729 23,7267 74,2668 3,3715

1237 1 303,8772 32,9092 24,9288 30,4849

1238 1 263,4066 157,7414 157,7414 119,243

1239 1 433,4575 69,1737 22,2327 41,9029

1240 1 527,502 208,3805 48,8437 111,0677

1241 1 161,0569 91,7402 30,1776 3,6275

1242 1 341,9766 111,4646 245,6967 85,1097

1243 1 541,9536 147,5259 137,7732 60,9351

1244 1 304,1794 227,1191 79,9227 99,6275

1245 1 198,3447 29,9356 8,0492 18,8818

1246 1 228,8423 25,7218 242,6456 69,2872

A tabela de descritores das classes criadas para a imagem processada de 27 de

agosto mostra o mesmo fenômeno das anteriores.

Page 94: dissertação_final

- 93 -

4.3.5. Comparação das Wavelets

Das quatro Wavelets utilizadas, três delas conseguiram identificar o vórtice presente

na imagem, com um contraste no mínimo bom.

Tabela 21 - Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Vórtices

Wavelet Identificou o

fenômeno?

Qualidade do

contraste da

região alvo

Quantidade

de classes

geradas

Quantidade de

classes distinguíveis

visualmente

Daubechies Sim Ótimo 40 5

Bi-ortogonal Sim Bom 82 5

Meyer Sim Ótimo 44 5

Coiflets Não - 1246 1

Baseado nos aspectos mostrado na Tabela 21, as Wavelets Daubechies e Meyer

foram as que obtiveram os melhores resultados para identificação do vórtice.

Page 95: dissertação_final

- 94 -

4.4. INTRUSÃO AO LONGO DA COSTA

Imagens que representam média de períodos longos, meses ou anos, destacam a

variação das temperaturas em relação à latitude.

Figura 32 – Imagem de TSM com a média do período de dezembro de 1998 a novembro de 1999 com “Density Slice”

Na Figura 32 é possível visualizar cinco regiões de temperaturas diferentes na

direção horizontal. No entanto, a região que representa a temperatura de 22°C

apresenta uma feição diferente das demais. Esta região, quando se aproxima da

costa, estende-se em direção ao norte aproveitando a proteção dada pela

plataforma continental. Este fenômeno chama-se intrusão ao longo da costa e será

buscado nas imagens processadas pelas Wavelets.

Page 96: dissertação_final

- 95 -

Na Figura 33 é possível observar uma região mais escura próxima à parte inferior

da imagem, que ao se aproximar da costa, se alonga para a parte de cima da

imagem.

Figura 33 – Imagem de TSM com a média do período de dezembro de 1998 a novembro de 1999

Page 97: dissertação_final

- 96 -

4.4.1. Wavelet Daubechies

A aplicação da Wavelet Daubechies à imagem de TSM da média de temperaturas

entre dezembro de 1998 e novembro de 1999 resulta na imagem mostrada na

Figura 34.

Figura 34 – Imagem de TSM da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 processada pela Wavelet Daubechies. A escala de cores representa as

classes geradas.

A Figura 34 realçou a estratificação da imagem devido à temperatura, porém o

processo mostrou apenas três das cinco regiões de estratificação. Mesmo não

mostrando todas as regiões que apareciam na imagem com “Density Slice”, a

intrusão ao longo da costa ficou bem visível (região em verde).

A Tabela 22 mostra as 47 classes criadas no processamento da Wavelet

Daubechies.

Page 98: dissertação_final

- 97 -

Tabela 22 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Daubechies para a imagem da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 33826 696,4102 186,6025 186,6025 50

2 330 589,2138 157,8794 157,8794 42,3036

3 223 632,935 169,5944 169,5944 45,4427

4 43820 210,6935 56,4551 56,4551 15,1271

5 464 228,9339 61,3427 61,3427 16,4367

6 82 401,9053 107,6902 107,6902 28,8555

7 115 576,2411 154,4033 154,4033 41,3723

8 202 521,7064 139,7908 139,7908 37,4568

9 18 296,1782 79,3607 79,3607 21,2646

10 59 415,0202 111,2043 111,2043 29,7971

11 56 483,3421 129,5111 129,5111 34,7024

12 109 508,7081 136,3079 136,3079 36,5236

13 34 465,5088 124,7327 124,7327 33,422

14 27 434,1835 116,3391 116,3391 31,173

15 43 338,9375 90,818 90,818 24,3346

16 151 242,6663 65,0222 65,0222 17,4227

17 38 536,0745 143,6407 143,6407 38,4884

18 7 424,0442 113,6223 113,6223 30,445

19 56 496,5073 133,0387 133,0387 35,6476

20 45 317,3621 85,0369 85,0369 22,7856

21 40 382,2483 102,4231 102,4231 27,4442

22 26626 195,6587 52,4266 52,4266 14,0477

23 18 263,944 70,7236 70,7236 18,9503

24 25 620,9108 166,3725 166,3725 44,5794

25 21 357,2801 95,7329 95,7329 25,6516

26 39 561,327 150,4071 150,4071 40,3015

27 14 451,57 120,9978 120,9978 32,4213

28 10 285,7478 76,5659 76,5659 20,5158

29 12 391,159 104,8107 104,8107 28,084

30 13 326,7455 87,5512 87,5512 23,4593

Page 99: dissertação_final

- 98 -

31 3 347,9119 93,2227 93,2227 24,979

32 5 253,4124 67,9017 67,9017 18,1942

33 91 203,2088 54,4496 54,4496 14,5897

34 1 130,6623 35,0109 35,0109 9,3811

35 6 276,1253 73,9876 73,9876 19,8249

36 1 329,1964 88,2079 88,2079 23,6352

37 2 551,0689 147,6585 147,6585 39,565

38 4 607,3074 162,7275 162,7275 43,6027

39 13 161,8575 43,3696 43,3696 11,6208

40 2 446,2461 119,5713 119,5713 32,039

41 1447 186,3382 49,9292 49,9292 13,3785

42 8 369,3596 98,9696 98,9696 26,5188

43 12 187,6854 50,2901 50,2901 13,4752

44 6 306,5126 82,1298 82,1298 22,0066

45 13 175,5621 47,0417 47,0417 12,6048

46 1 91,0852 24,4062 24,4062 6,5396

47 4 219,8727 58,9147 58,9147 15,7861

A tabela de descrição das classes criadas pela Wavelet Daubechies mostra que

apenas a classe que representa a terra (classe 1) e as classes que representam as

três estratificações visíveis, classes 4, 22 e 41, possuem uma quantidade

significativa de representantes.

Page 100: dissertação_final

- 99 -

4.4.2. Wavelet Bi-ortogonal

A aplicação da Wavelet Bi-ortogonal à imagem de TSM da média de temperaturas

entre dezembro de 1998 e novembro de 1999 resulta na imagem mostrada na

Figura 35.

Figura 35 - Imagem de TSM da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 processada pela Wavelet Bi-ortogonal. A escala de cores representa as

classes geradas.

A Figura 35 destaca três regiões de estratificação, as três em tons de azul. O

contraste da imagem gerada no processo da Wavelet Bi-ortogonal se mostrou ruim,

o que dificulta a identificação visual das regiões de estratificação e da região de

intrusão. Foram geradas 215 classes mostradas na Tabela 23.

Page 101: dissertação_final

- 100 -

Tabela 23 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Bi-ortogonal para a imagem da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 33826 200 400 400 800

2 141 298,4162 301,5838 498,4162 701,5838

3 4 294,875 305,125 494,875 705,125

4 235 165,7322 434,2678 434,2678 765,7322

5 43534 60,538 121,0482 121,0546 242,07

6 135 298,7014 498,7014 301,2986 701,2986

7 406 66,3732 132,1567 132,2706 263,2401

8 22 3,9886 197,2102 7,642 392,7841

9 57 308,8322 508,8322 291,1678 691,1678

10 56 267,0313 534,6786 332,9688 665,3214

11 1 295,4375 495,4375 304,5625 704,5625

12 11 101,767 101,8239 100,9034 300,9602

13 49 369,0077 433,9592 433,8597 563,1735

14 16 140,2422 59,7578 59,7578 459,7578

15 52 84,9063 115,0938 115,0938 515,0938

16 52 96,2752 103,7248 103,7248 503,7248

17 7 169 31 31 431

18 26616 56,2239 112,4484 112,466 224,9223

19 11 359,1534 432,4034 431,5511 576,892

20 3 47 220,625 29,75 362,125

21 78 265,6418 334,3582 531,7524 668,2476

22 17 5,2426 205,2426 10,6838 410,6838

23 7 9,1786 15,7857 209,1786 415,7857

24 13 1,9712 2,4615 199,9808 399,4423

25 41 270,8384 329,1616 542,3537 657,6463

26 1 18,625 11,375 181,375 388,625

27 16 398,8672 398,0078 401,9922 601,1328

28 9 37,0486 27,0486 230,4653 359,5347

29 9 77,0833 130,25 146,5 261,6667

30 19 276,7171 323,2829 552,1711 647,8289

Page 102: dissertação_final

- 101 -

31 150 70,5671 140,2004 140,4279 278,9246

32 4 103,9531 110,5469 110,3594 316,9531

33 15 17,6625 182,3375 35,7375 364,2625

34 76 307,7015 292,2985 507,7015 692,2985

35 6 74,4271 135,8854 148,6354 272,1771

36 1699 53,4404 107,1313 107,1644 214,6313

37 8 88,6719 75,0625 72,7188 259,1094

... ... ... ... ... ...

204 1 59,75 206,75 8,375 341,875

205 1 81,75 152,25 129,75 270,75

206 1 26,375 52,375 52,75 104,75

207 1 42,625 110,375 113,375 248,875

208 1 81 10,875 191,25 316,875

209 1 62,1875 127,1875 113,3125 230,5625

210 1 27,8125 96,6875 83,1875 210,8125

211 1 377,1875 452,6875 409,5625 560,5625

212 1 53,9375 96,8125 115,1875 211,0625

213 1 69,6875 97,5625 135,4375 199,0625

214 1 77,3125 193,5625 20,1875 308,9375

215 1 85,3125 145,3125 144,1875 259,6875

A tabela de descrição das classes criadas pela Wavelet Bi-ortogonal mostra que

apenas a classe que representa a terra (classe 1) e as classes que representam as

três estratificações visíveis, classes 5, 18 e 36, possuem uma quantidade

significativa de representantes.

Page 103: dissertação_final

- 102 -

4.4.3. Wavelet Meyer

A aplicação da Wavelet Meyer à imagem de TSM da média de temperaturas entre

dezembro de 1998 e novembro de 1999 resulta na imagem mostrada na Figura 36.

Figura 36 - Imagem de TSM da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 processada pela Wavelet Meyer. A escala de cores representa as

classes geradas.

A Figura 36 realçou a estratificação da imagem devido à temperatura, porém o

processo mostrou apenas três das cinco regiões de estratificação. O contraste da

imagem resultante do processo é bom, permitindo uma boa visualização das regiões

estratificadas e da região de intrusão.

A Tabela 24 mostra as 47 classes criadas no processamento da Wavelet Meyer.

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- 103 -

Tabela 24 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para a imagem da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 33826 200 400 400 800

2 141 298,4162 301,5838 498,4162 701,5838

3 4 294,875 305,125 494,875 705,125

4 235 165,7322 434,2678 434,2678 765,7322

5 43534 60,538 121,0482 121,0546 242,07

6 135 298,7014 498,7014 301,2986 701,2986

7 406 66,3732 132,1567 132,2706 263,2401

8 22 3,9886 197,2102 7,642 392,7841

9 57 308,8322 508,8322 291,1678 691,1678

10 56 267,0313 534,6786 332,9688 665,3214

11 1 295,4375 495,4375 304,5625 704,5625

12 11 101,767 101,8239 100,9034 300,9602

13 49 369,0077 433,9592 433,8597 563,1735

14 16 140,2422 59,7578 59,7578 459,7578

15 52 84,9063 115,0938 115,0938 515,0938

16 52 96,2752 103,7248 103,7248 503,7248

17 7 169 31 31 431

18 26616 56,2239 112,4484 112,466 224,9223

19 11 359,1534 432,4034 431,5511 576,892

20 3 47 220,625 29,75 362,125

21 78 265,6418 334,3582 531,7524 668,2476

22 17 5,2426 205,2426 10,6838 410,6838

23 7 9,1786 15,7857 209,1786 415,7857

24 13 1,9712 2,4615 199,9808 399,4423

25 41 270,8384 329,1616 542,3537 657,6463

26 1 18,625 11,375 181,375 388,625

27 16 398,8672 398,0078 401,9922 601,1328

28 9 37,0486 27,0486 230,4653 359,5347

29 9 77,0833 130,25 146,5 261,6667

30 19 276,7171 323,2829 552,1711 647,8289

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- 104 -

31 150 70,5671 140,2004 140,4279 278,9246

32 4 103,9531 110,5469 110,3594 316,9531

33 15 17,6625 182,3375 35,7375 364,2625

34 76 307,7015 292,2985 507,7015 692,2985

35 6 74,4271 135,8854 148,6354 272,1771

36 1699 53,4404 107,1313 107,1644 214,6313

37 8 88,6719 75,0625 72,7188 259,1094

38 15 47,2208 223,5208 11,2208 340,4792

39 2 13,0625 24,4375 213,0625 424,4375

40 17 156,7537 443,2463 443,2463 756,7537

41 4 20,0625 242,625 54,4688 391,7813

42 22 321,8153 521,8153 278,1847 678,1847

43 12 104,5469 95,4531 95,4531 495,4531

44 4 126,6094 141,6094 141,6094 473,3906

45 15 12,175 187,825 20,9 379,1

46 7 408,7946 400,5089 399,4911 591,2054

47 5 17,8 48,325 247,075 383,45

A tabela de descrição das classes criadas pela Wavelet Meyer mostra que apenas a

classe que representa a terra (classe 1) e as classes que representam as três

estratificações visíveis, classes 5, 18 e 36, possuem uma quantidade significativa de

representantes.

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- 105 -

4.4.4. Wavelet Coiflets

A aplicação da Wavelet Coiflets à imagem de TSM da média de temperaturas entre

dezembro de 1998 e novembro de 1999 resulta na imagem mostrada na Figura 37.

Figura 37 - Imagem de TSM da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999 processada pela Wavelet Coiflets. A escala de cores representa as

classes geradas.

A Figura 37 realçou a estratificação da imagem devido à temperatura, porém o

processo mostrou apenas 3 das 5 regiões de estratificação. O contraste da imagem

resultante do processo é bom, permitindo uma boa visualização das regiões

estratificadas e da região de intrusão.

A Tabela 25 mostra as mais significativas das 614 classes criadas no

processamento da Wavelet Coiflets.

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- 106 -

Tabela 25 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets para a imagem da média de temperatura dos meses de dezembro de 1998 a novembro de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 14144 620,8813 168,6745 168,6749 45,8358

2 1 352,1335 47,691 14,7395 33,8092

3 36 560,0144 198,4885 57,5893 102,5742

4 175 632,7872 164,7845 164,7656 46,9684

5 19402 187,8108 51,0349 51,0354 13,8676

6 106 626,8712 167,3828 180,0785 43,3711

7 5 516,5438 45,2538 130,8522 32,7872

8 55 595,8136 119,423 174,1857 56,5982

9 139 204,7086 55,9191 55,829 15,2978

10 3 518,6145 203,5638 203,488 35,6977

11 44 595,4726 174,2632 118,3105 56,8438

12 8 602,4897 172,71 129,4693 54,3829

13 2 535,3433 209,4636 198,1198 34,8006

... ... ... ... ... ...

72 2 539,0146 203,3606 58,1917 103,0949

73 2 542,9491 41,0035 202,2706 109,6725

74 17 640,1974 174,7982 164,1788 44,58

75 11592 174,4408 47,4273 47,3964 12,8862

76 1 525,5583 133,7897 27,043 26,26

77 1 499,7412 21,5696 85,3679 11,1502

... ... ... ... ... ...

225 3 188,6706 42,0232 49,716 7,7916

226 1 518,0312 191,0365 142,9961 51,4165

227 2 463,9481 168,3958 168,3958 112,4164

228 493 165,8909 45,197 45,0943 12,2499

229 3 583,6282 176,7859 186,6427 41,9585

230 1 255,8679 22,6052 184,4837 53,243

231 6 183,6146 55,6076 49,831 19,5223

232 1 354,6648 276,4799 78,29 84,3519

233 138 168,7897 45,7625 45,7618 12,4889

Page 108: dissertação_final

- 107 -

234 3 591,1292 175,1808 197,1998 39,6892

235 1 285,1135 27,5032 228,4339 54,4647

... ... ... ... ... ...

600 1 373,7043 268,6331 84,5863 81,535

601 1 272,8735 85,297 266,6476 91,8288

602 1 180,5962 65,2954 55,2524 17,8188

603 1 171,4762 45,773 60,5212 15,6732

604 1 521,5614 61,0583 136,5318 14,3145

605 1 342,9869 90,1809 297,5619 75,622

606 1 231,638 54,2966 97,8914 7,3161

607 1 263,3008 33,4247 76,1435 6,451

608 1 183,3394 58,0958 39,9999 18,3647

609 1 147,0907 42,661 39,3427 9,5796

610 1 158,7271 51,1383 41,3567 13,3964

611 1 655,4775 170,8392 158,6804 45,9136

612 1 263,9521 27,3849 228,6565 71,617

613 1 185,5581 36,2654 88,0368 3,7247

614 1 175,1758 43,1165 47,2944 1,0641

A tabela de descrição das classes criadas pela Wavelet Coiflets mostra que apenas

a classe que representa a terra (classe 1) e as classes que representam as três

estratificações visíveis, classes 5, 75 e 228, possuem uma quantidade significativa

de representantes.

Page 109: dissertação_final

- 108 -

4.4.5. Comparação das Wavelets

Das quatro Wavelets utilizadas, todas conseguiram identificar a estratificação

presente na imagem, sendo que apenas uma das Wavelets apresentou um contraste

ruim, como mostra a Tabela 26.

Tabela 26 - Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Intrusão ao Longo da Costa

Wavelet Identificou o

fenômeno?

Qualidade do

contraste da

região alvo

Quantidade

de classes

geradas

Quantidade de

classes distinguíveis

visualmente

Daubechies Sim Excelente 47 4

Bi-ortogonal Sim Ruim 215 4

Meyer Sim Ótimo 47 4

Coiflets Sim Ótimo 614 4

Foi observado que, nas quatro Wavelets aplicadas, das cinco regiões de

estratificação mostradas na imagem de “Density Slice”, apenas três apareceram na

imagem resultante das Wavelets. Comparando visualmente as figuras de 24 a 29 é

possível observar que a separação das classes no resultado das Wavelets

aconteceu onde a mudança de textura é mais visível.

Baseado nos aspectos mostrado na tabela acima, a Wavelets Daubechies foi a que

obteve o melhor resultado para identificação da estratificação devido à latitude.

Page 110: dissertação_final

- 109 -

4.5. RESSURGÊNCIA

A ressurgência é um fenômeno causado pelos ventos próximos à costa que induzem

um deslocamento da massa superficial de água, possibilitando que as camadas

mais profundas e frias de água cheguem à superfície.

Figura 38 - Imagem de TSM com a média do período de 22 a 28 de agosto de 1999, com a utilização de “Density Slice” para realçar a ressurgência próximo a Cabo Frio

A Figura 38 ilustra uma ressurgência que ocorre freqüentemente próximo a Cabo

Frio. O fenômeno na imagem aparece em azul e está indicado por uma seta

vermelha. Este fenômeno será o alvo de estudo nesta seção. A Figura 38 é de

tamanho menor que as imagens dos outros fenômenos analisados, pois no banco de

imagens obtido para o estudo, as ressurgências só apareciam em imagens menores

que as demais.

Page 111: dissertação_final

- 110 -

A Figura 39 mostra a imagem TSM sem o “Density Slice”. Nesta figura é possível

visualizar a pequena região de ressurgência em preto.

Figura 39 - Imagem de TSM com a média do período de 22 a 28 de agosto de 1999

Page 112: dissertação_final

- 111 -

4.5.1. Wavelet Daubechies

A aplicação da Wavelet Daubechies à imagem de TSM da média de temperaturas

entre 22 e 28 de agosto de 1999 resulta na imagem mostrada na Figura 40.

Figura 40 – Imagem de TSM da média de temperatura do período de 22 a 28 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Daubechies. A escala de cores representa as classes

geradas.

A Figura 40 destaca quatro regiões bem visíveis. A primeira é a região de terra firme

na parte superior esquerda da imagem. A segunda região é a parte em azul escuro

que ocupa quase toda a parte direita da imagem. A terceira região aparece em azul

claro, esta é parte de uma corrente vinda do sul. A última região e mais importante

para esta seção é a região em vermelho, que representa a ressurgência que é alvo

deste estudo.

A Tabela 27 mostra as 15 classes geradas no processo de aplicação da Wavelet

Daubechies.

Page 113: dissertação_final

- 112 -

Tabela 27 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Daubechies para a imagem da média de temperatura de 22 a 28 de agosto de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 1094 696,4102 186,6025 186,6025 50

2 1643 192,0463 51,4587 51,4587 13,7883

3 4 584,0964 156,5082 156,5082 41,9362

4 6 628,7667 168,4775 168,4775 45,1434

5 9 510,9547 136,9099 136,9099 36,6849

6 10 392,2284 105,0973 105,0973 28,1607

7 839 179,9382 48,2143 48,2143 12,919

8 5 315,0207 84,4095 84,4095 22,6175

9 1 469,1566 125,7101 125,7101 33,6839

10 5 203,6533 54,5687 54,5687 14,6217

11 1 258,3086 69,2136 69,2136 18,5457

12 3 300,5956 80,5443 80,5443 21,5818

13 1 383,4384 102,742 102,742 27,5296

14 18 165,4902 44,343 44,343 11,8817

15 1 283,038 75,8398 75,8398 20,3212

A tabela de descrição das classes criadas pela Wavelet Daubechies mostra que

apenas a classe que representa a terra (classe 1) e as classes que representam as

três regiões visíveis mencionadas na imagem, classes 2, 7 e 14, possuem uma

quantidade significativa de representantes. A região de ressurgência é a região 14.

Page 114: dissertação_final

- 113 -

4.5.2. Wavelet Bi-ortogonal

A aplicação da Wavelet Bi-ortogonal à imagem de TSM da média de temperaturas

entre 22 e 28 de agosto de 1999 resulta na imagem mostrada na Figura 41.

Figura 41 – Imagem de TSM da média de temperatura do período de 22 a 28 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Bi-ortogonal. A escala de cores representa as classes

geradas.

A Figura 41 destaca quatro regiões bem visíveis. As regiões destacadas são as

mesmas que foram destacadas na Wavelet Daubechies. A única diferença visível

está nas cores utilizadas para cada região da imagem. A ressurgência é identificada

pela região em vermelho.

A Tabela 28 mostra as 20 classes geradas no processo de aplicação da Wavelet Bi-

ortogonal.

Tabela 28 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Bi-ortogonal para a imagem da média de temperatura de 22 a 28 de agosto de 1999

Número da Quantidade Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

Page 115: dissertação_final

- 114 -

classe de blocos

1 1094 200 400 400 800

2 1643 55,1341 110,2822 110,2891 220,6011

3 1 299 499 301 701

4 6 163,75 436,25 436,25 763,75

5 5 272,5625 327,4375 545,2375 654,7625

6 9 382,4653 436,3264 436,5764 544,6319

7 838 51,664 103,3443 103,3403 206,7113

8 4 272,9688 545,8438 327,0313 654,1563

9 5 51,5875 219,8875 5,2625 332,5625

10 1 410,9375 400,9375 399,0625 589,0625

11 1 306,6875 506,6875 293,3125 693,3125

12 5 57,8 116,05 115,3 233,3

13 2 305,6563 294,3438 505,6563 694,3438

14 1 50,75 10,625 220,25 339,625

15 1 89,375 72,625 71,5 254,75

16 2 59,5938 214,8438 8,0937 317,4688

17 2 10,4687 189,5313 21,2187 378,7813

18 18 47,5104 95,6979 94,7604 191,0313

19 1 42,875 88,75 86,875 177,5

20 1 70,875 25,5 206,25 297,375

A tabela de descrição das classes criadas pela Wavelet Bi-ortogonal mostra que

apenas a classe que representa a terra (classe 1) e as classes que representam as

três regiões visíveis mencionadas na imagem, classes 2, 7 e 18, possuem uma

quantidade significativa de representantes. A região de ressurgência é a região 18.

Page 116: dissertação_final

- 115 -

4.5.3. Wavelet Meyer

A aplicação da Wavelet Meyer à imagem de TSM da média de temperaturas entre

22 e 28 de agosto de 1999 resulta na imagem mostrada na Figura 42.

Figura 42 – Imagem de TSM da média de temperatura do período de 22 a 28 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Meyer. A escala de cores representa as classes geradas.

A Figura 42 destaca quatro regiões bem visíveis. As regiões destacadas são as

mesmas que foram destacadas nas Wavelets Daubechies e Bi-ortogonal. A única

diferença visível está nas cores utilizadas para cada região da imagem. A

ressurgência é identificada pela região em vermelho.

A Tabela 29 mostra as 16 classes geradas no processo de aplicação da Wavelet

Meyer.

Page 117: dissertação_final

- 116 -

Tabela 29 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Meyer para a imagem da média de temperatura de 22 a 28 de agosto de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 1094 582,8427 241,4214 241,4214 100

2 1652 160,7039 66,5658 66,5658 27,5724

3 4 498,9488 206,6714 206,6714 85,6061

4 7 371,557 153,9039 153,9039 63,7491

5 8 283,846 117,5729 117,5729 48,7003

6 9 194,2179 80,4477 80,4477 33,3225

7 829 150,5662 62,3666 62,3666 25,8331

8 4 253,3705 104,9495 104,9495 43,4715

9 1 413,0933 171,1089 171,1089 70,8756

10 6 171,7885 71,1571 71,1571 29,4742

11 3 239,9769 99,4017 99,4017 41,1735

12 2 462,9497 191,76 191,76 79,4296

13 1 259,4646 107,4737 107,4737 44,5171

14 1 276,0177 114,3303 114,3303 47,3572

15 18 138,8489 57,5131 57,5131 23,8227

16 1 226,1475 93,6734 93,6734 38,8008

A tabela de descrição das classes criadas pela Wavelet Meyer mostra que apenas a

classe que representa a terra (classe 1) e as classes que representam as três

regiões visíveis mencionadas na imagem, classes 2, 7 e 15, possuem uma

quantidade significativa de representantes. A região de ressurgência é a região 15.

Page 118: dissertação_final

- 117 -

4.5.4. Wavelet Coiflets

A aplicação da Wavelet Coiflets à imagem de TSM da média de temperaturas entre

22 e 28 de agosto de 1999 resulta na imagem mostrada na Figura 43.

Figura 43 – Imagem de TSM da média de temperatura do período de 22 a 28 de agosto de 1999 processada pela Wavelet Coiflets. A escala de cores representa as classes geradas.

A Figura 43 destaca quatro regiões bem visíveis. As regiões destacadas são as

mesmas que foram destacadas nas Wavelets processadas anteriormente. A única

diferença visível está nas cores utilizadas para cada região da imagem. A

ressurgência é identificada pela região em vermelho.

A Tabela 30 mostra as 35 classes geradas no processo de aplicação da Wavelet

Meyer.

Page 119: dissertação_final

- 118 -

Tabela 30 - Tabela de classes criadas no processamento com a Wavelet Coiflets para a imagem da média de temperatura de 22 a 28 de agosto de 1999

Número da

classe

Quantidade

de blocos

Coef. LL Coef. HL Coef. LH Coef. HH

1 477 620,8407 168,6782 168,6841 45,835

2 1 583,9367 200,2116 173,9274 39,6508

3 705 171,0676 46,4813 46,4448 12,6115

4 3 205,5047 126,665 125,9175 155,4264

5 1 583,9276 173,9537 200,1533 39,6581

6 2 383,3059 279,0431 217,6113 15,8457

7 1 384,6096 217,4502 278,4016 15,9917

8 1 597,2959 123,5426 173,8505 55,6875

9 364 160,3196 43,5539 43,5562 11,8429

10 2 640,07 174,8223 164,5241 44,5059

11 1 278,1875 25,2146 242,4901 62,3929

12 1 460,5754 65,7351 94,3022 180,8002

13 1 346,534 75,9641 280,0694 85,5154

14 1 560,782 144,319 181,7201 51,1281

15 1 315,4329 296,2622 85,9009 80,3975

16 2 370,9498 269,661 220,2482 17,7493

17 1 474,4847 42,5472 218,8978 112,3933

18 1 255,4249 37,4503 84,0735 5,3872

19 4 638,661 164,8343 161,977 47,2877

20 1 552,9071 134,1281 183,4425 53,3567

21 1 507,8143 217,1045 155,2654 43,6324

22 1 571,5623 179,4724 203,3687 38,3688

23 1 628,4092 164,2623 176,8693 44,6662

24 1 426,7111 97,4912 260,3804 79,8198

25 1 298,7699 10,7538 10,5804 24,9803

26 1 414,5933 247,9642 210,098 21,9876

27 1 610,3908 171,0302 121,7674 56,0808

28 1 191,1545 126,5527 116,0587 160,2565

29 1 474,8342 218,4758 42,331 111,7564

30 1 451,6892 44,9418 184,2607 120,9364

Page 120: dissertação_final

- 119 -

31 1 398,419 47,6155 117,2262 18,9702

32 1 279,6441 13,3652 90,4678 6,3983

33 1 189,1188 45,8045 50,2203 13,0299

34 1 586,0973 117,0434 106,9084 95,997

35 6 147,8238 39,387 40,3612 10,5739

A tabela de descrição das classes criadas pela Wavelet Meyer mostra que apenas a

classe que representa a terra (classe 1) e as classes que representam as três

regiões visíveis mencionadas na imagem, classes 3, 9 e 35, possuem uma

quantidade significativa de representantes. A região de ressurgência é a região 35.

4.5.5. Comparação das Wavelets

Das quatro Wavelets utilizadas, todas conseguiram identificar a ressurgência

próxima a Cabo Frio, sendo que todas elas apresentaram um contraste ótimo.

Tabela 31 - Resultados da aplicação das Wavelet para a detecção de Ressurgência

Wavelet Identificou o

fenômeno?

Qualidade do

contraste da

região alvo

Quantidade

de classes

geradas

Quantidade de

classes distinguíveis

visualmente

Daubechies Sim Ótimo 15 4

Bi-ortogonal Sim Ótimo 20 4

Meyer Sim Ótimo 16 4

Coiflets Sim Ótimo 35 4

Baseado nos aspectos mostrado na Tabela 31, não é possível concluir que alguma

das Wavelets seja melhor que as demais, no caso de detecção de ressurgências.

Page 121: dissertação_final

- 120 -

5. CONCLUSÕES

Recordando os objetivos deste trabalho e analisando os resultados obtidos pode-se

considerar que os objetivos foram alcançados a contento.

O primeiro objetivo tratava de avaliar o potencial da Transformada Wavelet para

identificação de fenômenos oceanográficos. Os resultados mostraram que a

Transformada Wavelet consegue realçar os fenômenos captados pelas imagens de

TSM, principalmente pelo fato destes fenômenos se caracterizarem na imagem

como diferentes texturas (ver imagens monocromáticas).

O segundo objetivo trata de definir uma metodologia para escolha da Wavelet mãe a

ser utilizada num problema. Neste trabalho ilustramos uma metodologia de escolha,

baseada nas características da função Wavelet e que se mostrou eficiente, pois as

wavelets escolhidas atingiram o resultado esperado.

O terceiro objetivo era comparar o desempenho de algumas Wavelets mãe quanto à

detecção dos fenômenos oceanográficos. A Tabela 32 resume os resultados

obtidos na detecção dos fenômenos oceanográficos para cada Wavelet utilizada.

Tabela 32 – Qualidade da detecção dos fenômenos por cada Wavelet utilizada

Fenômeno Daubechies Bi-ortogonal Meyer Coiflets

Fronte Termal

superficial

Bom Razoável Bom Não identificou

Influência da

plataforma

continental na

TSM

Bom Ruim Bom Não identificou

Vórtice Ótimo Bom Ótimo Não identificou

Intrusão ao

longo da costa

Excelente Ruim Ótimo Ótimo

Ressurgência Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo

Page 122: dissertação_final

- 121 -

Com base na Tabela 32 é possível ordenar as Wavelets utilizadas de acordo com

desempenho neste trabalho. Esta classificação pode ser vista na Tabela 33.

Tabela 33 – Classificação das Wavelet de acordo com o desempenho neste trabalho

Posição Wavelet

1a Daubechies

2a Meyer

3a Bi-ortogonal

4a Coiflets

Este resultado não significa que esta ordenação ocorrerá em qualquer problema

proposto, pois o desempenho de cada Wavelet depende da característica do

problema e da metodologia empregada.

Para melhorar a visibilidade dos fenômenos realçados sugere-se diminuir a

quantidade de classes segmentadas, pois foi gerada uma quantidade muito grande

de classes e nem todas eram perceptíveis visualmente. A título de sugestão para

futuros trabalhos, uma forma de reduzir a quantidade de classes seria, após a

aplicação da Wavelet, calcular para cada classe criada, o tamanho da maior região

conexa da classe. De posse deste valor para cada classe poderiam ser suprimidas

as classes cuja maior região conexa fosse menor que um limiar determinado

empiricamente. Desta forma só ficariam visíveis as classes com maior

representatividade visual.

Outra sugestão seria desenvolver trabalhos que explorem metodologias diferentes

ao se utilizar as Wavelet.

Page 123: dissertação_final

- 122 -

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ACEVEDO, Daniel G., RUEDIN, Ana M. C.. Reduction of Interband Correlation for Landsat Image Compression. In: Simpósio Brasileiro de

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4. CARVALHO, Luis Marcelo Tavares de et al. Forestry database updating based on remote sensing change detection. In: Simpósio Brasileiro de

Sensoriamento Remoto, 12., 2005. Goiânia. Anais… Goiânia, 2005. p. 465-

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de Textos, 2005. p. 134-147.

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Sensing Perspective. 2. ed. New Jersey: Prentice Hall, 1996.

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Vórtices de Mesoescala no Oceano Atlântico Sudoeste Medidos por Satélites.

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Paulo: Oficina de Textos, 2005. p. 166-178.

8. LEONARDI, Silvia Shizue; ORTIZ, Jussara de Oliveira; FONSECA, Leila

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diferentes sensores orbitais. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento

Remoto, 12., 2005. Goiânia. Anais… Goiânia, 2005. p. 4111-4113.

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The MathWorks, Inc. 1996.

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13. MORETTIN, Pedro A. Ondas e Ondaletas: Da análise de Fourier à análise

de Ondaletas. 1. ed. São Paulo: Edusp, 1999.

14. NOVO, Evlyn M. L. de Moraes. Sensoriamento Remoto: Princípios e

Aplicações. 2. ed. São José dos Campos: Editora Edgard Blücher, 1992.

15. OLIVEIRA, Luciano Teixeira de; CARVALHO, Luis Marcelo Tavares de;

ACERBI JÚNIOR, Fausto Weimar. Fusão de Imagens Landsat e Mineração

de Dados Geográficos para Mapear o Cerrado dos Municipios de Paraopeba e Caetanópolis – MG. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento

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16. ______. Seleção de métodos para aumentar a resolução de imagens dos sensores ETM+ e ASTER por meio de fusão de imagens. In: Simpósio

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Divergência na Determinação de Membros de Referência em Imagens Hiperespectrais. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 11.,

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Oceanographers and Remote-sensing Scientists. 1. ed. Chichester: Praxis

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22. SARTORI NETO, Angelo. Análise de imagens termais avhrr utilizando

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Federal de Viçosa, Viçosa, 2004.

23. SILVA, Mára Regina Labuto Fragoso da, Aplicações de TSM Orbital em Engenharia Oceânica. Tese (Doutorado em ), COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro,

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Simpósio Brasileiro de Computação Gráfica e Processamento de Imagem,

18., 2005, Natal. Anais… Natal, 2005.

27. SOUZA, Ronald Buss de; LORENZZETTI, João Antônio; LUCCA, Eduardo

Viegas Dalle. Estimativas da Temperatura as Superfície do Mar através do

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29. TELLES JUNIOR, Miguel Archanjo Bacellar Goes; ROSA, Antônio Nuno de

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12., 2005. Goiânia. Anais… Goiânia, 2005. p. 4335-4342.

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Gráfica e Processamento de Imagem, 18., 2005, Natal. Anais… Natal, 2005.

Page 127: dissertação_final

- 126 -

APÊNDICE

Discrete_wavelet.m

function [CLASS,SEGMT,Y] = discrete_wavelet(FILE,STP,LIM,H0)

M_MAX = 1112;

M_SIZE = M_MAX - mod(M_MAX,STP);

N_MAX = 1556;

N_SIZE = N_MAX - mod(N_MAX,STP);

for i=1:STP,

H1(i)=(-1)^(i-1) * H0(STP + 1 - i);

end

STP2 = STP / 2;

for i=1:STP2,

for k=1:STP,

i2 = i * 2;

if k > i2

L(i,k) = 0;

B(i,k) = 0;

else

L(i,k) = H0(i2 - k + 1);

B(i,k) = H1(i2 - k + 1);

end

end

end

LB= [L;B];

fid = fopen(FILE,'r');

[a,cnt] = fread(fid,[N_MAX,M_MAX],'integer*2');

X = a(1:N_SIZE,1:M_SIZE)';

SEGMT = zeros(M_SIZE,N_SIZE);

primeira_classe = 1;

for m=1:STP:M_SIZE

for n=1:STP:N_SIZE

Page 128: dissertação_final

- 127 -

x = X(m:m+STP-1,n:n+STP-1);

y = LB * (LB * x)';

Y(m:m+STP-1,n:n+STP-1) = y;

[LL,HL,LH,HH] = class_descr(STP, y);

class_descr_y(1:4) = [LL,HL,LH,HH];

if primeira_classe == 1

CLASS(1,2:5) = class_descr_y(1:4);

CLASS(1,1) = 1;

SEGMT(m:m+STP-1,n:n+STP-1) = ones(STP:STP);

primeira_classe = 0;

else

k = 1;

classificado = 0;

[N_CLASS,N_BAND] = size(CLASS);

while k <= N_CLASS & classificado == 0

if dist_class(CLASS(k,2:5),class_descr_y) <= LIM

CLASS(k,2) =(CLASS(k,2)*CLASS(k,1)+class_descr_y(1))/(CLASS(k,1)+1);

CLASS(k,3) =(CLASS(k,3)*CLASS(k,1)+class_descr_y(2))/(CLASS(k,1)+1);

CLASS(k,4) =(CLASS(k,4)*CLASS(k,1)+class_descr_y(3))/(CLASS(k,1)+1);

CLASS(k,5) =(CLASS(k,5)*CLASS(k,1)+class_descr_y(4))/(CLASS(k,1)+1);

CLASS(k,1)= CLASS(k,1) + 1;

SEGMT(m:m+STP-1,n:n+STP-1) = ones(STP:STP) * k;

classificado = 1;

end

k = k + 1;

end

if classificado == 0

CLASS(N_CLASS + 1,2) = class_descr_y(1);

CLASS(N_CLASS + 1,3) = class_descr_y(2);

CLASS(N_CLASS + 1,4) = class_descr_y(3);

CLASS(N_CLASS + 1,5) = class_descr_y(4);

CLASS(N_CLASS + 1,1) = 1;

SEGMT(m:m+STP-1,n:n+STP-1) = ones(STP:STP) * (N_CLASS + 1);

end

Page 129: dissertação_final

- 128 -

end

end

end

Class_descr.m

function [LL,HL,LH,HH] = class_descr(SIZE, BAND)

SUBSIZE = SIZE / 2;

LL = subband_descr(SUBSIZE, BAND(1:SUBSIZE, 1:SUBSIZE ));

HL = subband_descr(SUBSIZE, BAND(1:SUBSIZE , SUBSIZE+1:2*SUBSIZE));

LH= subband_descr(SUBSIZE, BAND(SUBSIZE+1:2*SUBSIZE, 1 :SUBSIZE ));

HH= subband_descr(SUBSIZE, BAND(SUBSIZE+1:2*SUBSIZE,

SUBSIZE+1:2*SUBSIZE));

Subband_descr.m

function [SUBDESCR] = subband_descr(SUBSIZE, SUBBAND)

SUBDESCR = 0;

m = 1;

while m < SUBSIZE

n = 1;

while n < SUBSIZE

SUBDESCR = SUBDESCR + SUBBAND(m,n) ^ 2;

n = n + 1;

end

m = m + 1;

end

SUBDESCR = sqrt(SUBDESCR / (SUBSIZE ^ 2));

Page 130: dissertação_final

- 129 -

Dist_class.m

function dist = dist_class(class1, class2)

dist = 0;

n = 1;

while n <= 4

dist = dist + (class2(n) - class1(n)) ^ 2;

n = n + 1;

end

dist = sqrt(dist);