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Dissertação de Mestrado EFEITO AGUDO DA INGESTÃO DE FRUTOSE NO CONTROLE AUTONÔMICO DE INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS COM HISTÓRIA FAMILIAR DE DIABETE MELLITUS TIPO 2 Thiago Dipp

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Dissertação de Mestrado

EFEITO AGUDO DA INGESTÃO DE FRUTOSE NO

CONTROLE AUTONÔMICO DE INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS COM

HISTÓRIA FAMILIAR DE DIABETE MELLITUS TIPO 2

Thiago Dipp

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INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

Área de Concentração: Cardiologia

EFEITO AGUDO DA INGESTÃO DE FRUTOSE NO CONTROLE

AUTONÔMICO DE INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS COM HISTÓRIA

FAMILIAR DE DIABETE MELLITUS TIPO 2

Autor: Thiago Dipp

Orientadores: Prof. Dr. Rodrigo Della Méa Plentz

Profa. Dra. Beatriz D`Agord Schaan

Dissertação submetida como requisito

para a obtenção do grau de Mestre ao

Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde: Cardiologia do

Instituto de Cardiologia do Rio

Grande do Sul / Fundação

Universitária de Cardiologia.

Porto Alegre

2010

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Dedico esta dissertação à minha

família, pelo incentivo à busca dos

meus objetivos, pelo amor e força que

me fazem caminhar em frente sem

olhar para trás.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a uma força maior que permitiu a oportunidade da vida e tudo que

dela ganhei até hoje.

Aos meus pais, Jorge e Terezinha Dipp, por todo amor que tenho e por

representarem pilares sólidos na minha formação como ser humano, pelo constante

incentivo em busca do conhecimento e pelas possibilidades que me foram dadas de

crescimento.

Às minhas irmãs Núcia Andréa Dipp Erthal, Karina Dipp Portela e Cássia

Fernanda Dipp, que formam o elo com meu passado, agradeço por todo carinho e

cuidado e pela bênção ter vocês como minhas irmãs. Aos meus sobrinhos, Pedro

Henrique, Afonso Emanuel, Arthur e Jorge Luís que são a continuação da família e a

seqüência do amor de nossa criação. Aos meus cunhados Paulo Portela e Ricardo

Daltrozo por cuidarem das minhas irmãs. À minha tia Elizabeth O. Dipp pelo presente

que minha avó D. Soledade Dipp (in memoriam) nos deixou e que continua a nos cuidar

de onde está.

Ao meu orientador Dr. Rodrigo Della Méa Plentz, pela oportunidade e pelo voto

de confiança, pela orientação e principalmente pela cumplicidade que tornou o convívio

amistoso nessa etapa de formação profissional e pessoal.

À minha co-orientadora Dra. Beatriz D’Agord Schaan, agradeço pelas

oportunidades dentro da instituição, pela confiança, críticas e ensinamentos.

Aos colaboradores, Dr. Antônio Marcos Vargas da Silva e Dr. Luis Ulisses

Signori, obrigado pelo companheirismo, incentivo e pela motivação em fazer pesquisa.

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À minha amiga e colega de laboratório Gracieli Sbruzzi que durante os dois anos

de mestrado compartilhou meus momentos de angústias e alegrias, pelo respeito e pelo

ótimo convívio.

À Karina Rabello Casali que foi fundamental na análise e entendimento dos

dados, sempre com muita motivação na realização do trabalho.

À Profa. Maria Cláudia Irigoyen pelas oportunidades e pela gentil colaboração

na minha dissertação.

Aos voluntários que gentilmente se disponibilizaram em participar das

avaliações.

Aos amigos, companheiros e pesquisadores do LIC e demais laboratório s:

Andréia E. Vargas, Bruna Eibel, Melissa Markoski, José Eduardo Vargas, Lucinara

Dadda, Max Schaun, Janaína Ferreira Barcelos, Cinara Stein, Silvia Goldmeier, Bruna

Pontin, Sandra Whittaker, Isabel Lameirinhas, obrigado pelo incentivo e convívio.

Aos meus amigos Rafael Carafini Oliveira, Saulo Cordeiro de Paula, Lucas

Lorenzom, Marcos de La Giustina, Eduardo dos Santos Acosta, Tiago de Rubin Toledo,

obrigado por me remeterem ao belo prazer de uma ótima companhia, com o único

propósito da diversão e pelo carinho ao longo desses anos. Ao Tinho e a Bel que do

balcão de um bar até a sua morada se fizeram gentis e acolhedores. Ao Diogo Kaminski

que gentilmente me acolheu na sua casa quando as dúvidas faziam parte da certeza do

mestrado.

À Camila, obrigado pelo carinho, apoio e paciência.

À equipe do Instituto de Cardiologia de Cruz Alta, por repartirem comigo as

incertezas das mudanças, em especial ao Dr. Paulo Viecili, agradeço pelos ótimos anos

de trabalho, pelo despertar da pesquisa e pelo carinho de sempre.

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Ao Programa de Pós Graduação do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do

Sul/Fundação Universitária de Cardiologia, Profa Dra. Lucia Campos Pellanda

(coordenadora), a secretária do PPG - Fernanda Poester, Débora Campos e Madalena,

aos colegas e aos professores do PPG, agradeço pela ajuda e aprendizado.

À Unidade de Pesquisa - Maria Del Carmem S. de Stefani, Stephanie Schlatter

Pilotti Martins, Maurício Mesquita Reche, Maurício da Silva Hoffmann, Ângelo Souza,

Sérgio Kakuta Kato, Maria Lucia Guedes, e às bibliotecárias - Lílian Flores e Marlene

Tavares, por serem solícitos e atenciosos.

À equipe do Laboratório de Análises Clínicas: Emérson Marques, Roberta

Caldieraro Miranda, Claudete Rosa Werf, Giancarla Sábio de Souza, que sempre foram

muito prestativos e atenciosos na otimização do processo de coleta de sangue durante as

avaliações do meu projeto.

À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela

concessão da bolsa de mestrado.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

HFCS: high-fructose corn syrup

DMT2: diabetes mellitus tipo 2

OMS: Organização Mundial de Saúde

DM: diabetes mellitus

IDF: International Diabetes Federation

DCCT

UKPDS

HbA1c: hemoglobina glicosilada

HRV: heart rate variability

DMT1: diabetes mellitus tipo 1

SDNN: standard desviation to normal-to-normal intervals

VLF: very-low frequency

LF: low-frequency

HF: high-frequency

LF/HF: balance simpatovagal

AHA: America Heart Association

ATP: trifosfato de adenosina

Pi: fosfato inorgânico

AMP: monofosfato de adenosina

RNAm:

ICAM-1: molécula de adesão intercelular

NO: óxido nítrico

WHS: Woman´s Health Study

LDL: lipoproteína de baixa densidade

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AngII: angiotensina II

AT1a: receptor de angiotensina

ECA: enzima conversora de angiotensina

HOMA:

GC: grupo controle

GHF: grupo com história familiar

VFC: variabilidade da frequência cardíaca

VPA: variabilidade da pressão arterial

LFabsPAS: component de baixa frequência da VPA em unidades absolutas

PA: pressão arterial

TOTG: teste oral de tolerância à glicose

IMC: índice de massa corporal

PCR: protein C-reativa

TGO: transaminase glutâmico oxaloacética

HDL-c: lipoproteína de alta densidade

DD: decúbito dorsal

OA: ortostatismo ativo

ANOVA: análise de variância

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INTRODUÇÃO

A transição nutricional refere-se os padrões gerais de alimentação, atividade

física e composição corporal que definiu nosso estado nutricional em diferentes fases da

história. Mudanças nos hábitos de vida associadas às mudanças nos padrões sócio-

econômicos resultaram em um aumento dos níveis de sedentarismo e na ingestão

calórica [1], principalmente com o aumento do consumo de bebidas adoçadas

artificialmente [2]. O consumo de frutose, principalmente na forma de xarope de milho

rico em frutose (HFCS – high-fructose corn syrup), aumentou consideravelmente

durante as últimas décadas, ultrapassando o total ingerido de qualquer outro

alimento[3]. Esse consumo elevado de frutose tem sido apontado como um fator

potencial para a atual prevalência elevada de obesidade [2] que é o maior fator de risco

modificável para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) [4].

A frutose começou a ser utilizada como substituta da glicose na dieta dos

diabéticos, pelo fato de possuir estrutura química semelhante à da glicose e

potencialmente exercer pouco efeito sobre a insulinemia e a glicemia [4, 5]. No entanto,

a frutose é mais conhecida por erros inatos associados ao seu metabolismo que podem

ter consequências clínicas importantes [6]. Diversos estudos em animais sugerem que o

consumo crônico de açúcares refinados pode contribuir para uma disfunção metabólica

e cardiovascular [2] além de produz hipertensão noturna e desequilíbrio autonômico,

que podem estar relacionados à ativação do sistema nervoso simpático e sistema renina-

angiotensina [7]. Evidências crescentes sugerem que a ingestão de frutose pode

aumentar a pressão arterial [8], diminuir a sensibilidade à insulina [9], reduzir a

tolerância à glicose [10], aumentar concentrações de apolipoproteína-B [11],

hipertensão glomerular, lesões renais [12], acúmulo de gordura intra-abdominal [13],

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esteatose hepática [14], disfunção endotelial [15], estresse oxidativo [16] e ativar o

sistema renina-angiotensina [17].

As alterações vasculares precedem o desenvolvimento de desordens

metabólicas em indivíduos com parentesco em primeiro grau de sujeitos com DMT2,

indicando que ser filho de uma pessoa com DMT2 per se seria um risco para disfunção

vascular [17, 18]. Recente estudo demonstrou que filhos de diabéticos apresentam

resistência à insulina e disfunção das células beta em resposta à sobrecarga de glicose,

sugerindo que a disfunção destas células pode ser um passo importante para o

desenvolvimento da doença nesses indivíduos [19]. Entretanto, a literatura não

apresenta trabalhos investigando o efeito agudo da ingestão de frutose sobre o controle

autônomo em filhos saudáveis de pais diabéticos.

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1. BASE TEÓRICA

A doença cardiovascular é a principal causa de incapacidade e morte prematura

em todo o mundo, contribuindo para o aumento dos custos e cuidados em saúde. Dentre

as doenças cardiovasculares, a aterosclerose, particularmente a doença arterial

coronariana se destaca, desenvolvendo-se ao longo dos anos e se mostrando em estágio

avançado quando os sintomas aparecem geralmente na meia idade [20]. Das 58 milhões

de mortes atribuídas a todas as causas no ano de 2005, 30% foram causadas por doenças

cardiovasculares [21]. É importante reconhecer que uma proporção substancial dessas

mortes (46%) era de pessoas com idade inferior a 70 anos, sendo que 79% dos óbitos

foram atribuídos às doenças cardiovasculares nessa faixa etária [22].

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 2006 a 2015, as

mortes por doenças não-transmissíveis (metade das quais será devido a doenças

cardiovasculares) aumentarão em aproximadamente 17%, enquanto que as mortes por

doenças infecciosas, deficiências nutricionais, condições maternas e perinatais sofrerão

uma redução em 3% [21]. As doenças não-transmissíveis serão responsáveis por quase

metade da carga de doenças em países de baixa e média renda [23].

Dada a importância das doenças cardiovasculares, dentre elas a doença arterial

coronariana, surgiram os grandes estudos populacionais como o estudo de Framingham

onde pela primeira vez forma estudadas os fatores de risco para o desenvolvimento

desta doença [24]. Os fatores de risco estabelecidos foram tabagismo, diabetes mellitus,

hipertensão arterial sistêmica, história familiar de doença arterial coronariana, idade

avançada, dislipidemias, obesidade e sedentarismo [25]. Modificação destes fatores de

risco tem mostrado redução na morbimortalidade em pessoas com e sem diagnóstico de

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doença cardiovascular [20]. No entanto, transformar as evidências em práticas clínicas é

um dos principais desafios da medicina moderna.

Indivíduos com diabete mellitus (DM) têm como principal causa de morte a

doença cardiovascular - 60% das mortes ocorrem por este motivo. O risco de eventos

cardiovasculares é 2 a 3 vezes maior em pessoas com DM [26, 27] sendo este maior nas

mulheres [26, 28]. Pacientes com DM também têm um pior prognóstico após eventos

cardiovasculares em comparação com os não-diabéticos [29, 30]. Diabetes é um grupo

de doenças metabólicas caracterizado por hiperglicemia, devido a defeitos na secreção

de insulina e/ou na ação desta. A hiperglicemia crônica do diabetes está associada a

danos a longo prazo, com disfunção e falência de diferentes órgãos, especialmente

olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos [10]. O DM é uma síndrome complexa

que afeta sistemas e órgãos múltiplos e é mundialmente responsável por morbidez e

mortalidade significante, sendo considerada a principal ameaça à saúde pública do

século XXI [31]. Para o seu desenvolvimento contribuem, alem da secreção insuficiente

de insulina pelo pâncreas, a resistência a insulina. Esta pode decorrer de causas

genéticas e/ou ambientais. As principais causas de resistência insulínica de origem

ambiental são obesidade e sedentarismo, que se originam da mudança no estilo de vida,

redução da atividade física e consequentemente aumento das taxas de obesidade [32-

34]. Mudanças no ambiente, no comportamento humano, no estilo de vida, em conjunto

com a suscetibilidade genética, resultaram no aumento da incidência e da prevalência de

DM no mundo [35].

Estimativas dos encargos atuais futuros do diabetes são importantes para a

promoção de medidas para neutralizar o crescente aumento dessa prevalência, pois se

estima que em 2010, aproximadamente 285 milhões de pessoas estarão acometidas por

esta patologia [32]. O crescimento demográfico, o envelhecimento das populações e o

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processo de urbanização aliados a mudanças no estilo de vida, levará a um aumento de

54% no número de diabéticos em todo o mundo até 2030 [32]. O número de mortes

atribuíveis ao DM em todas as idades corresponde a 6,8% da mortalidade global. Em

estudo publicado recentemente [36], apresentou a mortalidade por regiões de acordo

com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), sendo que na Região da América

Central e da América do Sul, a mortalidade foi de 9,5% para a faixa etária de 20-79

anos. Esta doença é uma causa importante de morte prematura, comprometendo a

produtividade e qualidade de vida resultando em altos custos para o controle e

tratamento, configurando-se em uma das doenças com grande impacto na saúde pública,

situação que poderá agravar-se particularmente em países subdesenvolvidos e em

desenvolvimento com o aumento da prevalência de DM [36].

Uma condição que frequentemente precede o DM é a intolerância à glicose, a

qual também se associa a aumento de risco de mortalidade cardiovascular [37]. Esta

fase é precedida por um longo período de hiperglicemia assintomática [35, 38]. Sabe-se

que intervenções como a dieta hipocalórica e a atividade física pode prevenir o

desenvolvimento do DM nesses indivíduos [39, 40].

Os estudos Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) [41] e United

Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS) [42] em pacientes com DMT1 e DMT2,

respectivamente, estabeleceram que a hiperglicemia é o fator causal inicial do dano

tecidual induzido pelo DM à medida que a doença avança no tempo, o que leva à gênese

e progressão de suas complicações crônicas. Este processo é modulado por

determinantes genéticos e outros fatores, tais como: a hipertensão arterial [43], a

dislipidemia [44] e o tabagismo [45]. O DM e a hipertensão estão intimamente

associados, sendo estas as principais causas de morte de pacientes com doença

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cardiovascular. O tratamento compreende a correção dos distúrbios metabólicos

(hiperglicemia, dislipidemia) e a redução dos níveis pressóricos [43, 46].

Recentes avanços na terapia medicamentosa e mudanças no estilo de vida

otimizaram as abordagens preventivas e terapêuticas desta doença. O United Kingdom

Prospective Diabetes Study [47] demonstrou que um rígido controle da glicemia e

hemoglobina glicosilada (HbA1c) nos pacientes com DMT2 se associa a longo prazo a

redução das complicações microvasculares dessa doença, inclusive com a neuropatia

autonômica [42, 48, 49]. A longo prazo, pacientes com DMT1 beneficiam-se do

controle glicêmico intensivo para a prevenção de eventos cardiovasculares [50].

Ações para prevenir ou retardar a progressão da doença são fundamentais e

devem ser incorporadas às políticas de saúde. Gillies et al. (2007) em uma meta-análise

demonstraram que intervenções no estilo de vida são, no mínimo, tão eficazes quanto

intervenções farmacológicas na redução do risco de DMT2 em pessoas com intolerância

à glicose [34]. A redução do risco está relacionada com o sucesso na realização de

intervenções no estilo de vida, tais como, perda de peso, redução da ingestão total de

gordura, aumento da ingestão de fibras e aumento da atividade física [33].

Nos últimos anos as expressivas inovações no campo diagnóstico e terapêutico

proporcionaram uma melhora na expectativa de vida dos pacientes com DM, entretanto

estas trouxeram agregado um aumento inesperado das indesejáveis complicações

crônicas [51]. As complicações microvasculares e macrovasculares incluindo

retinopatia, neuropatia e doenças cardiovasculares afetam a maioria dos pacientes com

diabetes [52]. A Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos relatou que 58%

dos pacientes diabéticos têm pelo menos uma complicação e cerca de 25% têm duas ou

mais [53].

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Dentre as complicações microvasculares, se destacam a nefropatia, neuropatia

e a retinopatia, como complicações frequentes e debilitantes. Entre as macrovasculares

encontram-se a doença arterial coronariana, cerebrovascular e arterial periférica as quais

são responsáveis por expressivo aumento da morbidade e mortalidade nestes pacientes

[54].

Eventualmente as complicações microvasculares e macrovasculares da

hiperglicemia podem predecer o diagnóstico de DM. Além disso, dados do estudo

Framingham Heart Study demonstraram risco aumentado de doença renal crônica entre

pacientes com glicemia de jejum alterada ou tolerância a glicose diminuída [53, 55].

Ao lado das complicações macrovasculares, as complicações microvasculares,

como retinopatia diabética, nefropatia diabética e neuropatia diabética também

desempenham um papel crítico. A retinopatia pode ser detectada em quase todos os

pacientes após 20 anos do diagnóstico. A nefropatia que é uma das principais

complicações do diabetes mellitus, é responsável por 19% de doença renal terminal. A

microalbuminúria é um marcador precoce de nefropatia diabética, podendo ser

encontrada em 30% dos pacientes após 10 anos de diabetes [56]. Recente trabalho de

nosso grupo de pesquisa demonstrou que nesses pacientes a microalbuminúria está

associado à disfunção endotelial arterial e venosa [57]. Dentre as complicações crônicas

do DM a neuropatia autonômica representa um alto risco de mortalidade cardiovascular

em longo prazo [58]. Esta complicação ocorre quando as fibras nervosas simpáticas e

parassimpáticas que inervam o coração e os vasos sanguíneos são afetadas, e pode

acometer entre 25 e 33% dos pacientes com DM [59].

As duas últimas décadas testemunharam uma relação entre o sistema nervoso

autônomo e a mortalidade cardiovascular, incluindo a morte súbita [60-62]. Associação

entre as arritmias fatais, sinais de aumento do tônus simpático e redução do tônus vagal,

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serviram de base para o desenvolvimento de métodos quantitativos da atividade

autonômica [63]. Apesar das oscilações da pressão arterial e da frequência cardíaca

terem sido identificadas há mais de 100 anos, a noção de que certas frequências

poderiam ser indicativas da atividade simpática ou parassimpática, despertou grande

interesse clínico no uso dessas medidas de variabilidade como ferramenta no

entendimento dos mecanismos fisiopatológicos das doenças cardiovasculares [64].

O sistema nervoso autônomo divide-se em simpático e parassimpático os quais

atuam em sincronia. O mecanismo de controle central pode modular mecanismo

intrínseco regulando a atividade cardíaca. No coração, a estimulação simpática aumenta

o desempenho cardíaco (frequência e débito cardíaco) através de seus receptores

adrenérgicos enquanto que, a estimulação do parassimpático, deprime a sua função

através de receptores muscarínicos [60]. A interação entre esses sistemas é complexa e

passível de controle em vários níveis como: barorreceptores, quimiorreceptores,

integração central e interação neuronal local. Na maioria das condições fisiológicas, a

ativação do simpático é acompanhada da inibição do parassimpático e vice-versa,

sugerindo o conceito de balanço simpatovagal [65]. A Figura 1 representa este

mecanismo.

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FIGURA 1. Representação esquemática da oposição dos mecanismos que atendem ao controle neural do

sistema cardiovascular. Fib ras aferentes vagais e barorreceptores da região cardiopulmonar mediam o

mecan ismo excitatório negativo (estimulando a atividade vagal e inibindo a ativ idade simpática) enquanto

que mecanismos positivos são mediados por fibras simpáticas aferentes (estimulando a atividade nervosa

simpática e in ibindo a atividade vagal) [65].

A organização recíproca com esse formato sinérgico parece fundamental para o

fato da excitação simpática e a inibição vagal ocorrerem simultaneamente (ou vice-

versa) presumindo que ambos contribuem para o aumento ou diminuição do

desempenho cardíaco exigido em diferentes situações. Esse equilíbrio oscila entre

estados de tranquilidade que predominam os mecanismos negativos (vagal), e estados

de excitação tais como emoção e exercício físico, onde que predominam os mecanismos

positivos (simpático), que são imprescindíveis para o controle cardiovascular [65].

Um marcador quantitativo da atividade autonômica que decorre da oscilação

no intervalo entre os batimentos cardíacos consecutivos chama-se “variabilidade da

frequência cardíaca” (heart rate variability - HRV). Esse termo tornou-se

convencionalmente aceito para descrever as variações instantâneas da frequência

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cardíaca e dos intervalos R-R ressaltando a análise do intervalo entre os batimentos ao

invés da frequência por si só [62].

Fenômenos como a frequência cardíaca ou pressão arterial podem ser descritos

na função do tempo (ou seja, no domínio do tempo), onde a análise é baseada em

estatísticas simples como por exemplo o desvio padrão da variação do intervalo R-R

(standard deviation of normal-to-normal intervals - SDNN) [62]. Também podem ser

definidos por sua frequência e amplitude (isto é, no domínio da frequência), como uma

soma de componentes senoidais de amplitudes diferentes [65].

A análise espectral da potência fornece informações básicas de como a

amplitude (variância) se distribui como uma função da frequência [62, 66, 67]. O perfil

espectral da HRV de indivíduos saudáveis em repouso revela três componentes:

componente de muito baixa frequência em até 0,03Hz (very-low frequency - VLF);

componente de baixa frequência em 0,10Hz (low frequency - LF) e componente de alta

frequência em 0,4Hz (high frequency - HF) [63-65]. O componente LF representa a

modulação simpática estando presente na vasomotricidade, HF representa a modulação

parassimpática/vagal e está em sincronia com a respiração. A relação recíproca entre

esses dois ritmos caracteriza o balanço simpatovagal ou autonômico, sendo que o poder

do componente LF é maior do que o de HF e a razão LF/HF normalmente maior que 1

[63].

Na maioria das condições fisiológicas, a atividade simpática e vagal modulam

a atividade dos órgãos e sistemas submetidos a um período de regulação recíproca. No

coração, esse padrão pode ser quantificado indiretamente pelo cálculo do espectro dos

componentes oscilatórios correspondente aos movimentos respiratórios (alta frequência)

e as ondas vasomotoras (baixa frequência) presentes na variabilidade da frequência

cardíaca [66].

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Indivíduos pré-hipertensos já apresentam alterações nos marcadores de

regulação sinoatrial, caracterizado pelo aumento da ativação simpática, redução da

atividade vagal e alteração barorreflexa [68]. Alterações autonômicas foram descritas

como preditora de mortalidade após infarto agudo do miocárdio [69], bem como a

mortalidade por eventos cardiovasculares principalmente em pacientes com DM,

hipertensão arterial e história de doença cardiovascular [70-72]. Em indivíduos com

DM, mas sem complicações crônicas, o tratamento intensivo não apenas preveniu o

desenvolvimento de variações anormais do intervalo R-R como retardou estas alterações

ao longo do tempo [73].

Evidências sobre alterações no sistema cardiovascular e mudanças nos padrões

alimentares apontam o aumento na ingestão calórica (principalmente de carboidratos) e

diminuição dos níveis de atividade física, como fatores associados ao aumento das taxas

de obesidade, síndrome metabólica, hipertensão, DM e doença renal [74]. O efeito dessa

transição nutricional fez o American Heart Association (AHA) publicar em 2002 [75],

(revisada em 2006 [76]) recomendações para a dieta alimentar e mudanças no estilo de

vida, dentre estas, a diminuição do consumo de bebidas adoçadas artificialmente e

alimentos ricos em açúcar.

Entre os carboidratos, os açúcares destacam-se por ser um componente

onipresente em nossa rotina alimentar, podendo ser consumidos como um elemento

natural e também podendo ser adicionados aos alimentos durante o processo de

preparação ou na hora de ingeri- los [77]. No entanto, efeitos deletérios à saúde podem

ocorrer quando estes são consumidos em grande quantidade [5].

Dentre os açúcares, a frutose é um monossacarídeo encontrado na maioria das

plantas e também no organismo humano, tendo sido isolada pela primeira vez em 1847

a partir da cana-de-açúcar. Seu nome é originário da palavra latina fructus, já que as

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frutas são uma importante fonte de frutose e esta se tornou um componente importante

de nossa dieta [78]. Na década de 70, o isolamento da frutose e da glicose a partir de

soluções compostas por açúcares invertidos foi conseguido por meio da cromatografia

de troca iônica. A utilização desse método aumentou a produção de frutose pura e

diminuiu drasticamente o seu preço levando à introdução comercial de xaropes

derivados de amido, ricos em frutose [6].

A fórmula química da frutose é semelhante à da glicose, sendo esta utilizada

como substituta na dieta de pacientes com DM exercendo pouco efeito sobre a

insulinemia e a glicemia [6, 79]. Esse efeito é devido ao seu índice glicêmico ser baixo,

em torno de 20 [80]. O índice glicêmico é definido pelo aumento nos níveis plasmáticos

de glicose do ponto zero até 2 horas após a ingestão de 50g de qualquer carboidrato

comparado a 50 g de glicose, que é o carboidrato de referência [80]. A frutose supra-

regula suas próprias vias de sinalização [56], sendo que está é metabolizada por três

diferentes enzimas (frutoquinase, aldolase B e triose fosfato isomerase) seguindo a rota

metabólica da glicose [81]. Outra particularidade é que seu metabolismo difere dos

demais açúcares devido à sua quase completa extração hepática e rápida conversão

hepática em glicose, glicogênio, lactato e em gordura [78]. Por outro lado, a frutose é

conhecida por erros inatos associados ao seu metabolismo, que podem ter

consequências clínicas importantes [6].

Recentes estudos sugerem que dietas ricas em frutose podem contribuir no

desenvolvimento da síndrome metabólica [82] e do DM [4, 74]. Nas últimas décadas

houve um aumento no consumo de carboidratos [83], resultado em grande parte da

quantia de frutose do xarope de milho presente nos refrigerantes e outros alimentos

processados [74, 79].

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13

Em humanos a ingestão de frutose pode causar dislipidemia e prejudicar a

sensibilidade insulínica hepática [84]. Apesar da ingestão de frutose não apresentar

efeitos adversos no controle glicêmico, esta a longo prazo, produz efeitos deletérios em

outros aspectos, tais como: obesidade [85], aceleração do processo de envelhecimento

[86], resistência insulínica, esteatose hepática [87], hipertrigliceridemia [84],

hipeuricemia [77, 88], distúrbios gastrointestinais [89, 90] e o DM [4]. Os mecanismos

propostos com responsáveis por esses efeitos metabólicos adversos da frutose incluem a

lipogênese hepática [91] e o estresse oxidativo [16]. Estudos epidemiológicos mostram

crescente evidência de que o consumo de bebidas açucaradas (contendo sacarose ou de

uma mistura de glicose e frutose) está associado a um consumo alto de energia, aumento

do peso corporal e ocorrência de doenças metabólicas e cardiovasculares [1, 4, 74, 78,

92].

Os principais locais da presença da frutoquinase (enzima que inicia a

degradação frutose) estão no fígado, nos rins, no intestino e nos adipócitos, sendo essas

células mais vulneráveis aos seus efeitos [81]. A incubação das células destes tecidos

com frutose resultou em um aumento dos níveis de frutoquinase e seus respectivos

transportadores (Glut2 e Glut5) [93]. Em humanos, apenas 50g de frutose por via

intravenosa pode causar depleção de ATP no fígado [94], que ocorre porque a

fosforilação da frutose até frutose-1-fosfato é rápida, enquanto que a reação da aldolase-

B é mais lenta. Como resultado, a frutose-1-fosfato pode se acumular, com uma redução

concomitante nos níveis intracelulares de fosfato inorgânico (Pi). Assim, a

disponibilidade diminuída de Pi limita a velocidade de produção de ATP a partir de

ADP + Pi especialmente no fígado, o qual metaboliza a maior parte da frutose da dieta.

A depleção de ATP gera um acúmulo local de AMP (adenosina monofostato) com

ativação da AMP deaminase e geração de ácido úrico [95].

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14

A frutose supra-regula a expressão protéica do RNAm de moléculas de adesão

intercelular (ICAM-1), diminuindo os níveis de óxido nítrico (NO), provocando uma

redução transitória na expressão de NO sintase endotelial. Estes dados sugerem que a

frutose induz alterações inflamatórias nas células vasculares mesmo em concentrações

fisiológicas [15].

Janket et al. [96] realizaram um estudo prospectivo investigando a quantidade

ingerida, o tipos de açúcares e sua associação ao risco de desenvolvimento do DM.

Foram incluídas 38.480 mulheres que foram acompanhadas por um período de 6 anos

(The Women´s Health Study - WHS). Nesse estudo não foi encontrado associação entre

ingestão de sacarose, glicose, frutose e lactose e o risco de desenvolver DM. Entretanto,

uma coorte com seguimento de 12 anos, onde foram arrolados 4304 voluntários

normoglicêmicos de ambos os gêneros com idade entre 40-60 anos, demonstrou que a

ingestão combinada de frutose e glicose foi associada a DM [92]. O estudo ainda

revelou que a maior ingestão de frutose e glicose estava presente nas bebidas açucaradas

e estas poderiam aumentar o risco de desenvolver DM [92].

Em outra coorte prospectiva com 59.000 mulheres afro-americanas, após o

seguimento de 6 anos, foi identificado um aumento do risco relativo de desenvolver DM

nas pessoas que consumiam suco artificial de frutas (RR: 1,31 IC95%: 1,13-1,52) e

refrigerante (RR: 1,24 IC95%: 1,06-1,45). Nestes pacientes o índice de massa corporal

foi quase que inteiramente mediado pelo consumo de refrigerante [4].

Estudos em indivíduos saudáveis e pacientes com DM demonstraram que a

frutose produz incrementos na glicose e insulina plasmática pós-prandial [97, 98]. A

substituição de frutose na dieta de indivíduos com DMT1 e DMT2 por 8 dias produziu

uma redução de 24% e 7% na média da glicose plasmática respectivamente [98]. Efeito

semelhante foi encontrado após 28 dias de dieta com frutose e com amido em pacientes

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com DM tipo 1 e 2, os níveis de glicose plasmática estavam menores (13%) enquanto

que houve um aumento (11%) nos níveis de LDL-colesterol em comparação a dieta com

amido [99]. Pessoas com diabetes têm níveis elevados de frutose na urina e no plasma,

os quais estão associados ao estado diabético [100].

Os níveis de triglicérides plasmáticos ao longo de um dia foram 32%

superiores em homens saudáveis quando consumiram uma dieta rica em frutose quando

comparados ao consumo glicose [101]. A frutose estimula menos a secreção de insulina

que a glicose aumentando a liberação de leptina, estas podem apresentar menor inibição

do apetite no período pós-prandial que o consumo de outros carboidratos, levando ao

aumento no consumo de energia [102]. Alta ingestão de frutose tem sido associada com

aumento do risco de gota em homens [103].

Outro aspecto que merece destaque é a relação da ingestão de frutose com

modificações no controle autonômico. Em ratos alimentados com uma dieta contendo

60% de frutose vs dieta controle por 8 semanas foi demonstrado um aumento na pressão

arterial média, na variabilidade da pressão arterial (14±3 vs. 33±4 mmHg2) e no

componente simpático vascular (10±2 vs. 26±4 mmHg2). Essas mudanças ocorreram à

noite, período de maior atividade dos animais. A dieta com frutose também alterou a

tolerância à glicose, níveis plasmáticos de colesterol e angiotensina II (Ang II) [7] e foi

demonstrado através de hibridização in situ aumento da expressão dos receptores de

angiotensina AT1a e hidroxilase tirosina no tronco cerebral. O mesmo grupo demonstrou

que em animais knockout para receptores de angiotensina AT1a, a ingestão de frutose

além de diminuir a pressão arterial, não alterou a variabilidade da pressão arterial

sistólica [17], porém o grupo controle apresentou aumento da variabilidade da pressão

arterial sistólica com aumento da componente LF (ativação simpática). Animais sem

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receptores de AT1a e em dieta com frutose demonstraram redução da pressão arterial

sugerindo uma interação genética e ambiental (dieta) [17].

O papel do sistema renina-angiotensina-aldosterona na patogênese das

doenças cardiovasculares induzida pelo DM é um ponto crucial que validam os efeitos

benéficos do tratamento com antagonistas do sistema renina-angiotensina-aldosterona.

Estudos demonstram que dietas com frutose administradas a longo prazo, aumentam a

pressão arterial, a reatividade vascular e modificam o equilíbrio autonômico [12, 18,

104]. Estes efeitos estão provavelmente relacionados à ativação do sistema autônomo e

ao sistema renina-angiotensina-aldosterona. Medicamentos como inibidores da enzima

conversora da angiotensina (ECA) ou bloqueadores dos receptores da angiotensina

(BRA) são os métodos preferenciais no tratamento de pacientes hipertensos e diabéticos

[105, 106]. Os inibidores da enzima conversora da angiotensina ou bloqueadores dos

receptores da angiotensina demonstraram serem úteis em pacientes com DMT2 e

hipertensão arterial com redução da mortalidade e complicações pelo DM e redução na

progressão da retinopatia diabética [107].

A utilização de inibidores da enzima conversora de angiotensina (captopril) e

allopurinol sinergicamente reduziram as alterações decorrentes da síndrome metabólica

como elevação da pressão arterial, obesidade abdominal, hipertrigliceridemia,

hiperuricemia e hiperinsulinemia em animais alimentados com dieta rica em frutose por

20 semanas [82].

Em idosos, a reatividade pressórica foi verificada agudamente após a ingestão

de 50g de diferentes carboidratos (glicose, frutose ou sacarose) em dias alternados [79].

Foi monitorada a pressão arterial e frequência cardíaca de maneira não- invasiva até a

segunda hora que se seguiu a ingestão das soluções. Foi demonstrando um efeito

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hipotensor após ingestão da glicose e da sacarose (diminuição de aproximadamente 7,5

mmHg) não sendo verificado alterações pressóricas após a ingestão de frutose.

Efeitos agudos no controle autonômico foram demonstrados após a ingestão de

carboidratos (solução com volume de 500 mL de água + 60g de glicose ou frutose) em

jovens saudáveis. Foi monitorada a pressão arterial e frequência cardíaca por 2h após a

ingestão das soluções com os sujeitos sentados de forma não- invasiva e contínua. A

ingestão de frutose causou aumento na pressão arterial em relação à ingestão de glicose

e de água. Além disso, a ingestão de ambos os carboidratos promoveram diminuição da

sensibilidade barorreflexa, essa alteração foi observada 80 minutos após a ingestão de

frutose e 100 minutos após a ingestão de glicose; foi demonstrado também aumento da

modulação simpática vascular após 40 min de ingestão da glicose e 100min após a

ingestão de frutose [8].

Dentre os fatores de risco estabelecidos, estudos sugerem que alterações

vasculares precedem o desenvolvimento de desordens metabólicas em indivíduos com

parentesco em primeiro grau de indivíduos com DM tipo 2 indicando que ser filho de

uma pessoa com DM per se, poderia ser um risco para disfunção vascular [108, 109].

Indivíduos com predisposição para o DM apresentam enrijecimento da artéria carótida,

mesmo na ausência de alterações da pressão arterial, bem como, alterações substanciais

do metabolismo da glicose e índice de massa corporal [108].

Ratos com dois meses de vida, filhos de mães diabéticas já apresentam pressão

arterial maior, resposta vascular aumentada à fenilefrina (63%) e aumento da atividade

da enzima conversora de angiotensina no tecido cardíaco, renal e pulmonar. Os

resultados sugerem que a hiperglicemia durante a gestação tem efeitos duradouros sobre

a programação fisiológica fetal podendo induzir doença hipertensiva, alteração

barorreflexa e ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona [110].

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Investigando demais fatores que interferem na resposta vascular, filhos de

indivíduos com DM tipo 2 foram submetidos a pletismografia de oclusão venosa. Em

condições basais o grupo com histórico familiar apresentou valores semelhantes de

fluxo sanguíneo e condutância no antebraço em relação aos indivíduos controles.

Durante a hiperemia reativa o fluxo sanguíneo foi similar, mas a condutância vascular

estava diminuída nos indivíduos com histórico familiar para o DM tipo 2. Entretanto, as

análises bioquímicas revelaram que mesmo dentro da normalidade, resistência

insulínica avaliada pelo HOMA e a glicose plasmática encontravam-se

significativamente maiores nos indivíduos com história famílias de DM que nos

indivíduos controles [109]. Reforçando estes dados, recente estudo com filhos de mães

com DM, mostrou que descendentes em primeiro grau apresentam resistência à insulina

e disfunção das células beta em resposta à sobrecarga de glicose, sugerindo que a

disfunção nas células beta pode ser um passo importante para o desenvolvimento da

patologia nos filhos de indivíduos com DM [19].

A possibilidade que a história familiar de DM influencie no metabolismo foi

estudada frente a uma dieta hipercalórica (5,200kJ/dia) com acompanhamento de 28

dias. A dieta causou aumento do peso corporal, resistência insulínica e deposição de

gordura hepática avaliada por tomografia computadorizada, esses efeitos foram mais

pronunciados nos indivíduos com história familiar para o DM. Os dados sugerem que

esta predisposição genética favoreça a efeitos adversos frente à ingestão hipercalórica

[111]. Influências ambientais como a dieta, induzem alterações moleculares que, uma

vez estabelecidas, podem permanecer durante a vida do adulto [112].

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2 JUSTIFICATIVA

Mudanças em diversos padrões da sociedade acarretaram, ao longo dos anos,

aumento da morbimortalidade por doenças crônico-degenerativas, principalmente por

eventos cardiovasculares decorrentes do aumento da prevalência de obesidade,

hipertensão e DM. O aumento do consumo calórico e sedentarismo associado ao estilo

de vida estão fortemente relacionados a esses fatores. Entretanto, a literatura carece de

informações acerca da influência que o DM exerce sobre uma possível predisposição

autonômica em indivíduos descendentes de pais com DM frente ao consumo de frutose.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Verificar os efeitos da ingestão oral de frutose sobre o controle autonômico em

sujeitos saudáveis com história familiar de diabetes mellitus tipo 2.

3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Verificar o efeito nos níveis glicêmicos após a ingestão da solução de frutose

em ambos os grupos.

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Artigo submetido à Revista Journal of Endocrinology Investigation

Fructose Acutely Reduces Cardiovagal Baroreflex Sensitivity in

First-degree Relatives of Type 2 Diabetic Patients

T. Dipp1,5, B.D. Schaan1,2, K.R. Casali1, M. Morris3, L.U. Signori4, M.C.

Irigoyen1 and R.D.M. Plentz1,5,*

1 Instituto de Cardiologia/Fundação Universitária de Cardiologia do Rio

Grande do Sul. Porto Alegre/RS, Brasil

2 Divisão de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto

Alegre/Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre/RS, Brasil

3Departament of Pharmacology and Toxicology, Wright State University

School of Medicine. Dayton/Ohio, USA

4 Instituto de Ciências Biológicas/ Universidade Federal de Rio Grande.

Rio Grande/RS, Brasil

5 Departamento de Fisioterapia/Universidade Federal de Ciências da

Saúde de Porto Alegre. Porto Alegre/RS, Brasil

Abbreviated version of the title: Fructose and Baroreflex in Diabetic

Relatives

Keywords: Autonomic nervous system; Blood pressure; Fructose;

Heart rate; Type 2 diabetes mellitus

Rodrigo Della Méa Plentz, PhD: Departamento de Fisioterapia,

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Sarmento Leite

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32

245, CEP: 90050-170, Porto Alegre, RS, Brasil, Tel: +55 51 33038833, Fax:

+55 51 33038810, email: [email protected]

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Abstract

Background and aims: Consumption of fructose has been linked to insulin

resistance along with obesity, arterial hypertension and type 2 diabetes mellitus.

Given the potential metabolic and cardiovascular effects of fructose intake, the

present study was performed to assess fructose ingestion acutely effects on

cardiovascular autonomic control. Material/Subjects and Methods: Control-

exposed study, 12 healthy first-degree relatives of type 2 diabetic patients and

15 healthy controls were recruited. Subjects provided blood samples for lipid

profile and performed glucose overload. Cardiovascular responses to one of

both test drinks were measured before and after one hour of water or water

containing 100 g of fructose. Blood pressure and heart rate were monitored

beat-to-beat. Results: Fasting glucose, insulin and lipid profile were similar

between groups. Fructose ingestion, as compared to water ingestion,

determined, in both groups, an increase in heart rate, decrease in heart rate

variability, did not change the total systolic pressure variability, but reduced low-

frequency component of systolic arterial pressure variability in controls and

raised in first-degree relatives of type 2 diabetic patients. In controls determined

a reduction in systolic arterial pressure, but no change in first -degree relatives

of type 2 diabetic patients. Spontaneous baroreflex sensitivity was reduced by

fructose only in the first-degree relatives of type 2 diabetic patients. Conclusion:

First-degree relatives of type 2 diabetic patients without metabolic disorder

showed reduction in spontaneous baroreflex sensitivity and vascular

sympathetic modulation increase after high dose of fructose.

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Resumo

Introdução: Consumo de fructose tem sido associado a resistência insulínica

além de obesidade, hipertensão arterial e diabete mellitus tipo 2. Devido aos

efeitos metabólicos e cardiovasculares da ingestão de frutose, o presente

estudo foi realizado para avaliar os efeitos agudos da ingestão de frutose no

controle autonômico cardiovascular. Métodos: Estudo exposto-controle, 12

indivíduos com parentesco em primeiro grau de pacientes diabéticos e 15

controles saudáveis foram recrutados. Todos sujeitos realizaram exame de

sangue para perfil lipídico e realizaram teste de tolerância a glicose. As

respostas autonômicas foram mensuradas antes e após uma hora da ingestão

das soluções contendo água ou água contendo 100g de frutose. Pressão

arterial e a frequência cardíaca foram monitoradas batimento-a-batimento.

Resultados: Glicose de jejum, insulina e perfil lipídico foram semelhantes entre

os grupos. Ingestão de frutose, comparada com a ingestão de água,

determinou em ambos os grupos aumento da frequência cardíaca, diminuição

de variabilidade da frequência cardíaca, não houve mudança na variabilidade

da pressão arterial, mas reduziu o componente de baixa frequência da

variabilidade da pressão arterial sistólica nos controles e aumentou nos

indivíduos com parentesco em primeiro grau de pacientes diabéticos. No grupo

controle houve redução da pressão arterial sistólica sem mudanças no grupo

com história familiar. Houve redução da sensibilidade baroreflexa somente nos

indivíduos com parentesco de pacientes diabéticos. Conclusão: Indivíduos com

parentesco em primeiro grau de pacientes diabéticos sem desordem

metabólica apresentam redução da sensibilidade baroreflexa e aumento da

modulação simpática vascular após alta dose de frutose.

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Introduction

The consumption of fructose, a usual component of carbonated soft

drinks and processed foods, has been linked to insulin resistance along with

obesity, dyslipidemia, arterial hypertension and type 2 diabetes mellitus (1, 2) .

The American Diabetes Association discourages fructose at high intake (3),

citing its ability to adversely affect lipids (4). However, some researchers have

conversely reported that fructose might improve long-term glycaemic control in

diabetic patients (5).

In nondiabetic individuals, experimental studies have shown that fructose

consumption may produce a clinical syndrome similar to metabolic syndrome

(6), including high arterial pressure levels at night (7), decreased baroreflex

sensitivity (7, 8) and hepatic steatosis (9). Inflammation may be a further

consequence: studies have suggested that, when human aortic endothelial cells

were stimulated with physiological concentrations of fructose, intercellular

adhesion molecule-1 mRNA and protein expression increased in a time and

dosage-dependent manner (10). In humans, fructose ingestion can acutely

raise arterial pressure in young healthy individuals (11). Moreover, sustained

consumption of fructose and glucose may cause similar weight gain in humans;

fructose has markedly increased visceral adipose volume (12). Also, fructose

seems to determine the development of insulin resistance, dyslipidemia,

increased visceral adiposity (12) and increased risk of type 2 diabetes (13, 14).

First-degree relatives of type 2 diabetic patients are frequently insulin-

resistant and may have beta cell dysfunction in response to an oral glucose

challenge, suggesting that metabolic changes are present early in the course of

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the disease, even when no other clinical abnormality has been detected (15).

Furthermore, offspring of type 2 diabetic patient bear a lifetime risk for

developing type 2 diabetes mellitus of approximately 40% and present vascular

changes, such as reduction of vascular reactivity (16) and increased arterial

stiffness (17) as compared with those with no family history of diabetes.

Given the potential metabolic and cardiovascular effects of fructose

intake, and that, adding family history of type 2 diabetes mellitus, may lead to

major metabolic and cardiovascular disturbances, the aim of this study was to

investigate the acute effect of fructose intake on the autonomic control of

healthy first-degree relatives of type 2 diabetic patients.

Material and Methods

In this control-exposed study, twenty-seven participants, recruited

through community-advertisement, were studied. We included individuals with

fasting glucose < 5.5 mmol/l and glucose 2 h after oral glucose test tolerance

(75 g) < 7.7 mmol/l, arterial pressure < 140/90 mmHg, body mass index ≤ 25

kg/m2, waist-hip ratio ≤ 0.8 and non-smokers. Twelve of them were first-degree

relatives of type 2 diabetic patients (4 men, aged 27 ± 7 years) and 15 controls

(6 men, aged 25 ± 7 years). Diabetes mellitus family history in a first relative

was self-reported. General health status was also self-reported and participants

informed they had no relevant medical condition or were not being treated with

any medication affecting cardiovascular or autonomic regulation.

Participants were studied in the morning following an overnight (12 h)

fast. Participants were asked to empty their bladders immediately before the

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protocol. All measurements were performed in a temperature controlled (22 ±

1°C) and quiet laboratory. All participants attended two separate sessions (each

session separated by at least three days) according to a randomized crossover

design. At each day, cardiovascular responses to one of both test drinks were

measured before and after one hour of water or water containing 100 g of

fructose. Each drink contained 30 ml lemon juice (to provide a more uniform

taste) and was made up to a total of 300 ml by addition of distilled water.

Participants were not told the order of the drinks.

Arterial pressure and heart rate were monitored by Finapress technology

(Ohmeda 2300, Monitoring Systems, Englewood, CO, USA) for non-invasive

beat-to-beat blood pressure and hemodynamic monitoring, with a cuff placed on

the middle finger of the participant’s left hand. Signal was digitalized by A/D

converter of DataQ Instruments. After a 30 min at rest, cardiovascular variables

were recorded for 10 min in the supine position and 10 min after stand up

maneuver, which can elicit sympathetic activation by orthostatic stress. This

maneuver was performed based on the fact that orthostatic stress maneuvers

evoked by upright posture elicit an activation of the sympathetic nervous system

and a decrease in the activity of the parasympathetic nervous system, both

mediated by the baroreflex pathway (18).

Participants were then given a test drink to be ingested within 5 min.

Measurement of glycaemic was carried out using an Accu-Check Advantage

blood glucose monitor (Roche Diagnostic, Indianapolis, IN) before and every 15

min after ingestion (last measure: 60 min after baseline). After one hour of

ingestion, cardiovascular variables were recorded again in situations as above

described. Arterial pressure and heart rate variability were assessed in the

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frequency domain using autoregressive spectral analysis. This technique

provides information about the cardiovascular system and allows for quantifying

of the autonomic nervous system modulations (sympathetic and

parasympathetic system) through a noninvasive method. Spectral power was

applied to stationary series (200 - 250 beats) by autoregressive model in the

low-frequency (LF: 0.04–0.15 Hz) and high-frequency (HF: 0.15–0.40 Hz)

ranges (19). The spectral components were expressed in absolute (ms2) and

normalized units (n.u.). Normalization consisted of dividing the power of a given

spectral component by the total power and multiplying the ratio by 100 (20).

Arterial pressure and heart rate series were used to estimate the spontaneous

baroreflex sensitivity from the square root of the ratio between LF components

of heart rate and arterial pressure variability in absolute units (21).

On a separate day to the experimental sessions, participants provided

fasting blood draw for assessment of glucose (PAP LiquiformLabtest, MG,

Brazil), total cholesterol (LiquiformLabtest, MG, Brazil), HDL-cholesterol

(LiquiformLabtest, MG, Brazil), triacylglycerol (Roche, Manheim, GE), insulin

(Abbot-Murex, Park, IL, USA), C-reactive protein (ELISA kit, IBL America, USA),

bilirubin (Labtest, MG, Brazi l), aspartate aminotransferase (Labtest, MG, Brazil),

thyroid-stimulating hormone (Labtest, MG, Brazil) and insulin resistance was

assessed by the homeostasis model assessment (HOMA), whereby the HOMA-

IR index of insulin resistance (22).

Data are expressed as mean ± SD and median and IQR. Before water

ingestion data were used as baseline values, since there was no statistical

difference between separated days of experiments. To compare baseline

characteristics, Student’s t test or Kruskal-Wallis test were applied, when

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appropriated. Statistical analysis was performed by two-way ANOVA with

Student-Newman-Keuls post hoc for repeated measures with time and

treatment (drink type) as within-groups. SigmaStat software was used for all the

analyses described. Statistical significance level was set as P < 0.05. All

participants gave their informed written consent before participation and the

study protocol complied with the Declaration of Helsinki and received the local

ethics committee approval.

Results

Baseline data are demonstrated in Table 1. Age and anthropometric

variables were similar between groups, as well as fasting plasma glucose,

insulinemia and lipid profile. Plasma glucose evaluated 2 h after an oral glucose

load was higher in first-degree relatives of type 2 diabetic patients as compared

with controls, but this difference was not statistically significant. The glycaemia

at baseline was similar in both groups, after water ingestion [AUC 216.2 ± 23 vs

131.6 ± 17 (mmol/l) x h], after fructose ingestion, [AUC 243.8 ± 32 vs 240.6 ± 16

(mmol/l) x h (P = 0.50)].

Figure 1 displays an example of the power spectrum of heart rate

variability and Figure 2 depicts hemodynamic and autonomic control variables

(systolic arterial pressure, heart rate, systolic arterial pressure variability, heart

rate variability, baroreflex sensitivity and low-frequency component of systolic

arterial pressure variability) after water and fructose ingestion in both groups

studied in the supine position. At baseline (before intervention), these variables

were similar between groups (data not shown).

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Fructose ingestion, as compared with water ingestion, determined, in

both groups, an increase in heart rate (Fig. 1A - Group factor: P = 0.30;

Treatment factor: P < 0.001; Interaction: P = 0.54) and a decrease in heart rate

variability (Fig. 1B - Group factor: P = 0.90; Treatment factor: P < 0.001;

Interaction: P = 0.87), with no difference between groups in the LF (Group

factor: P = 0.88; Treatment factor: P = 0.35; Interaction: P = 0.17) and HF

(Group factor: P = 0.85; Treatment factor: P = 0.41; Interaction: P = 0.16)

components of heart rate variability and in the LF/HF index (sympatho-vagal

cardiac balance) (Group factor: P = 0.83; Treatment factor: P = 0.19;

Interaction: P=0.28), data not shown.

Given the resulting arterial pressure and its variability, the intake of

fructose seems to have promoted different changes in controls and first-degree

relatives of type 2 diabetic patients. In the control group, fructose ingestion, as

compared with water ingestion, determined a reduction in systolic arterial

pressure, but no change was brought about by fructose in first-degree relatives

of type 2 diabetic patients (Fig. 1C - Group factor: P = 0.045; Treatment factor:

P = 0.012; Interaction: P = 0.40).

Fructose ingestion did not change the total systolic pressure variability in

both groups (Fig. 1D - Group factor: P = 0.55; Treatment factor: P = 0.63;

Interaction: P = 0.06), but promoted changes on the LF component of systolic

arterial pressure variability: it was reduced in controls and raised in first-degree

relatives of type 2 diabetic patients (Fig. 1E - Group factor: P = 0.08; Treatment

factor: P = 0.83; Interaction: P = 0.004). The spontaneous baroreflex sensitivity

was reduced by fructose only in the first-degree relatives of type 2 diabetic

patients (Fig. 1F - Group factor: P = 0.11; Treatment factor: P = 0.023;

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Interaction: P = 0.06). The LF component of the first-degree relatives of type 2

diabetic patients increased while the spontaneous baroreflex sensitivity index

was reduced when compared with controls.

Cardiovascular autonomic changes observed after the stand up

maneuver (a sympathetic activation maneuver) after water and fructose

ingestion in both groups are shown in Table 2. At baseline (before intervention),

these variables were similar between groups (data not shown). No changes

were observed in heart rate and heart rate variability in both groups after water

ingestion and the stand up maneuver. In response to fructose ingestion,

however, both groups exhibited the similar effect of increased heart rate as

compared with those observed in the supine position (Group factor: P = 0.81;

Treatment factor: P < 0.001; Interaction: P = 0.81) and a decrease in heart rate

variability (Group factor: P = 0.36; Treatment factor: P < 0.001; Interaction: P =

0.81).

The spectral variables of heart rate variability did not change after

fructose intake, as compared with water intake, in both groups. In the supine

position, systolic arterial pressure values and spontaneous baroreflex sensitivity

did not change after fructose ingestion in both groups. The spectral components

of systolic arterial variability did not change after fructose intake, as compared

with water intake, in both groups.

Discussion

The main findings of our study is that first-degree relatives of type 2

diabetic patients present a reduction of spontaneous baroreflex sensitivity and

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42

vascular sympathetic modulation increase after fructose ingestion, which was

not determined by water ingestion or stomach distension and was not observed

in individuals with no family history. Moreover, it was fructose ingestion, rather

than water ingestion, which seemed to have led to increases in heart rate and

decreases in heart rate variability in all studied participants, irrespective of a

family history of diabetes.

An important methodology issue was the evaluation of individuals who

clearly had no metabolic abnormality, with the groups being different solely on

the basis of family history of type 2 diabetes mellitus. All values for blood

analysis were within normal limits, although plasma glucose levels 2 h after

glucose 75 g tending to be higher in first-degree relatives of individuals with

type 2 diabetes mellitus than in controls. Since all other characteristics were

similar between the groups, including glycaemia after fructose ingestion, we

speculated that cardiovascular changes observed may indeed precede the

development of metabolic disturbances in first-degree relatives of individuals

with type 2 diabetes, as shown for other cardiovascular disturbances in this

population (23). Another study has put forward an alternative explanation (16):

impaired vascular reactivity in healthy first-degree relatives of individuals with

type 2 diabetes would be related to metabolic factors. However, as impaired

glucose tolerance is a continuous derangement, it may be the case that the

study was performed in individuals with established metabolic dysfunction,

since it has not reported normality results from an oral tolerance test in all

individuals, as we did.

A limitation of our study lies in the fact that spectral analysis, being an

indirect measure, may not show autonomic changes in situations characterized

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by increased sympathetic activation and consequent reduction in heart rate

variability. Whereas fructose intake resulted in a reduction of heart rate

variability in both groups, spectral analysis, by expressing cardiac and vascular

modulation, could preclude a direct characterization of sympathetic and

parasympathetic activation (24). On the other hand, the use of direct and

invasive measures and implementation of non-linear tools could provide us with

a more precise evaluation of cardiac autonomic control (19).

Some studies have pointed that ingestion of water activates both the

sympathetic (25-28) and vagal (29) branches of cardiovascular autonomic

regulation (increases on heart rate, reduction on heart rate variability and no

arterial pressure changes), which has been previously reported in healthy

individuals (11, 25-27). The cardiovascular changes that we observed in all

participants were not of the same magnitude as shown above.

First-degree relatives of individuals with type 2 diabetes compose a

subgroup of individuals not previously studied after water or fructose challenge

and, as such, more susceptible to different responses. This is worth stressing,

since all participants drunk both kinds of drinks, cardiovascular changes were

not determined for neural factors stimulated by gastric distension within the

gastrointestinal tract (29, 30). These alterations were characterized by fructose

and its specific receptors for sugars as previously speculated (1).

Interestingly, these effects on heart rate and its variability were also

observed in the stand up maneuver, which might suggest that the effect of

fructose is very intense, remaining unaltered by the sympathetic stimulation of

this maneuver. Fructose ingestion determined a reduction in systolic arterial

pressure in controls and no change in systolic arterial pressure in fi rst-degree

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relatives of type 2 diabetic patients compared with water ingestion. Other

researchers have reported a moderate (11) or no (31) pressor response after

drinking fructose in healthy individuals. The difference in our results in controls

(lower systolic arterial pressure induced by fructose drink) could be accounted

for the choice of supine position, while those of Brown et al have been

performed in the seated position, and the fructose quantity we used (100 g vs.

60 g), with the same volume of water (300 ml). First-degree relatives of type 2

diabetic patients presented similar systolic arterial pressure responses to

fructose to those obtained in healthy individuals by Jansen et al [31], who have

evaluated patients in the same position (supine) as we did, although these

researchers used an intermittent method to evaluate cardiovascular variables

during the experiments. Jalal et al [2] demonstrated that chronic fructose intake

of 74 g/day independently and significantly associates with higher odds of

elevated blood pressure levels.

No changes in baroreflex sensitivity accompanied by lower LF

component of systolic arterial pressure variability were seen in controls after

fructose ingestion and lower baroreflex sensitivity accompanied by higher LF

component of systolic arterial pressure variability in first-degree relatives of type

2 diabetic patients, suggesting an impaired vascular reactivity in these

individuals, which is in accordance with previous evaluations using invasive

methods (16, 23). This mechanism alteration can, in part, explain blood

pressure control changes in first-degree relatives of type 2 diabetic patients.

The contrasting vascular responses to fructose drinking in controls and first-

degree relatives of type 2 diabetic patients might be explained, at least in part,

by the hemodynamic actions of insulin in a scenario of insulin resistance (32).

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45

Although insulin resistance was not identified by the usual metabolic variables

evaluated, we did not use the best method to evaluate it, which would be the

hyperinsulinemic clamp. Moreover, it is well-known that physiologic actions of

insulin would lead to a rise in cardiac output and a reduction in muscle and

systemic vascular resistance (33), but first-degree relatives of type 2 diabetic

patients are prone to insulin resistance, a derangement that could be present

only at the vascular level (34), as already shown in other insulin-resistant states.

Considering systolic arterial pressure and their variability parameters, the

sympathetic maneuver was not able to elicit any change, most likely because

they were already saturated in this situation.

Baroreflex sensitivity may be related to low-frequency component of

systolic arterial pressure variability, suggesting a predominant role for the

sympathetic limb to the peripheral vasculature for the blood pressure-buffering

capacity of the arterial baroreflex (35). Sympathetic activation occurred in

normal non-diabetic offspring of patients with type 2 diabetes in proportion to

their plasma insulin levels (36). We might finally speculate that the arterial

pressure-buffering capacity in first-degree relatives of type 2 diabetic patients is

smaller than that in controls. This baroreflex alteration may have influenced the

arterial pressure regulatory mechanism after fructose ingestion in first-degree

relatives of type 2 diabetic patients’ responses. Although both groups had

similar autonomic baseline values, we could not demonstrate arterial pressure

variability changes after fructose ingestion. Baroreflex sensitivity vagal

component change response due to increased arterial pressure was described

in fructose-induced insulin resistance rats, which occurs via attenuation in reflex

activity (8). Since nature in general provides organisms with compensatory

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46

systems that can step into the breach if critical organs are malfunctioning, the

presence of a second short-term arterial pressure buffering mechanism,

independent of the autonomic nervous system, should not be surprising (37).

Another mechanism identified was the short-term blood pressure buffer which

operates by releasing NO in response to an increase in arterial pressure (38).

Normoglycaemic offspring of diabetic patients have decreased endothelial

dependent and independent vascular function, decreased insulin sensitivity, and

elevated circulating markers of inflammation compared with matched healthy

controls without family history of diabetes mellitus (23).

First-degree relatives of type 2 diabetes patients showed reduction in

baroreflex sensitivity and vascular sympathetic modulation increase after high

dose of fructose compared with control group. We might speculate that chronic

doses of fructose can contribute to cardiovascular risk increase, particularly in

individuals with a family history of type 2 diabetes.

Acknowledgements: The authors would like to thank Instituto de

Cardiologia do Rio Grande do Sul for the support and Sábio, G.A. for technical

assistance on blood draws. All the authors contributed to the interpretation of

data, discussion of results and critical review, and gave final approval of the

version to be published. Also, this project was supported by Coordenação

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Fundação de Amparo

à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e Fundo de Apoio à

Pesquisa do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (FAPIC).

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Figure Legends

Figure 1: displays an example of the power spectrum of heart rate

variability after water intake (top) and after fructose ingestion (below) in a

control participant (A) and in a first-degree relative of type 2 diabetic patient (B).

The dotted lines express supine position situation while the continuous line

expresses the situation after standing up (sympathetic activation maneuver).

Pie charts express total spectral power, proportional to the supine position,

divided into percentages of low-frequency component (white) and high-

frequency component (gray).

Figure 2: Hemodynamic and autonomic control variables after solutions

ingestion. Heart rate after fructose ingestion compared with water in the same

group (*P < 0.001 - A); Heart rate variability after fructose ingestion compared

with water in the same group (*P < 0.001; ** P = 0.003 - B); Systolic arterial

pressure after fructose ingestion compared with water in the same group (*P <

0.014) and after fructose ingestion compared with control group (**P < 0.040 -

C); Systolic arterial pressure variability was not statistically different after

fructose ingestion in both groups (D); Low-frequency component of systolic

arterial pressure variability after fructose ingestion compared with water in the

same group (*P = 0.034) and after fructose ingestion compared with control

group (†P = 0.001 - E); Baroreflex sensitivity after fructose ingestion compared

with water in the same group (*P = 0.007) and after fructose ingestion

compared with control group (†P = 0.017 – F).

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Table 1: Participant’s characteristics.

Group Characteristic Control (n=15) First-degree relatives of

diabetic patients (n=12) P value

Age, years 24.9 ± 4 27.0 ± 7 0.31 Waist-hip ratio 0.75 ± 0.06 0.79 ± 0.07 0.09 BMI, kg/m2 22.6 ± 2 23.3 ± 2 0.42 Fasting glucose, mmol/l 4.75 ± 0.31 4.72 ± 0.27 0.80

2 h post-glucose overload-75 g, mmol/l 4.39 ± 0.65 4.99 ± 0.90 0.06 Fasting insulin, pmol/l 47.9 ± 19 50.2 ± 20 0.87

HOMA-IR 1.47 ± 0.62 1.52 ± 0.61 0.83

Total cholesterol, mmol/l 4.99 ± 1.31 4.66 ± 1.38 0.55

HDL-cholesterol, mmol/l 1.49 ± 0.50 1.46 ± 0.42 0.84

C-reactive protein, mmol/l 0.22 ± 0.10 0.15 ± 0.06 0.35

Triglycerides, mmol/l 1.25 ± 0.50 1.23 ± 0.60 0.98

Data are mean ± SD. BMI: body mass index; HOMA-IR: homeostatic model

assessment of insulin resistance.

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Table 2: Spectral components after sympathetic activation maneuver.

Data are means ± SD or median and interquartil interval (25 - 75). *Significantly different from water ingestion on the same group (P < 0.05) SAP: systolic arterial pressure; HR: heart rate; LF n.u.: low-frequency component of HR variability in normalized units; HF n.u.; high-frequency component of HR variability in normalized units; LF/HF: sympatovagal balance; LFabs SAP variability: low-frequency component of SAP variability in absolute units.

Variable

Controls (n=15) First-degree relatives diabetic patients (n=12)

after WATER after FRUCTOSE after WATER after FRUCTOSE

SAP (mmHg) 119.4 ± 13 115.5 ± 10 119.8 ± 20 117.1 ± 17

HR (bpm) 84 ± 10 97 ± 16* 84 ± 12 99 ± 15 *

HRvariability (ms2) 3 759.7 (1 829 - 4 779) 1 323.8 (899 - 2 362)* 2 125.1 ( 1385 – 4 635) 1 061.8 (382 – 1 678)*

LFn.u. 91.1 ± 9 87.1 ± 14 83.3 ± 12 83.9 ± 18

HFn.u. 6.7 (4-10) 9.7 (7-11) 12.8 (9-23) 8.3 (4-24)

LF/HF 11.4 (6-15) 9.9 (8-23) 6.9 (3-11) 6.1 (3-11)

SAP variability (mmHg2) 52.7 (31-70) 43.0 (24-76) 46.6 (40-60) 63.6 ± 23

LFabsSAP variability (mmHg2) 66.7 (18-81) 33.8 (10-115) 36.8 (3-62) 57.2 (14-71)

Spontaneous baroreflex sensitivity (ms/mmHg) 7.8 (6-10) 7.1 (5-8) 8.7 ± 4 5.1 (3-9)

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Figure 1

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2

Figure 2