do joelho - dr. adriano...

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Dr. Adriano Karpstein CRM 15995 PR RQE 12438 / 12555 Com a técnica da viscossuplementação, pacientes com artrose e outras doenças que acometem a cartilagem articular podem ter vida normal ortopedia C om o envelhecimento e também por outros fatores, a cartilagem que re- veste nossas articulações, especial- mente os joelhos, vai se desgastando a pon- to de um osso acabar atritando no outro. As consequências disso são dores horríveis e deformidades que limitam o dia a dia do in- divíduo, prejudicando seu bem-estar. Essa analogia serve para explicar melhor a artro- se, uma doença inflamatória e degenerativa das articulações (juntas) do corpo, caracteri- zada por comprometer a “capa” que reveste as extremidades ósseas. Sobrepeso, fatores genéticos, falta de exercícios, excessos no uso da articulação, Infiltração do joelho sobrecarga em atividades físicas e o enve- lhecimento são as principais causas da ar- trose, que já afeta a vida de 10 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED). De modo geral, a artrose no joelho é um dos comprometi- mentos mais graves dessa articulação e acomete principalmente pessoas com mais de 45 anos. Entretanto, indivíduos com his- tórico familiar da doença ou sobrepeso, ou que praticam corrida, por exemplo, podem desenvolver artrose no joelho ainda jovem, em torno dos 30 anos. “Não existe ainda um tratamento defini- tivo para a artrose, que possa ser usado em todos os pacientes e que seja ca- paz de regenerar a cartila- gem gasta. Vários estudos vêm sendo realizados no mundo todo e espera- mos, em breve, novos avanços e soluções que estejam disponíveis para todos”, afirma o or- topedista e traumato- logista Dr. Adriano Karpstein, especia- lista em Medicina do Esporte, Cirur- gia Artroscópica e Cirurgia do Joelho, que atua nos hospi- tais Vita e Marceli- no Champagnat, em Curitiba. De acordo com o médico, os tratamentos conser- vadores, ou seja, aqueles que não preci- sam de cirurgia, têm a finalidade de aliviar os principais sintomas – a dor é o mais importan- te deles – e retardar a evolução da doença. Dentre as várias possi- bilidades de tratamen- to conservador atual- mente disponíveis, o especialista indica a viscossuplementa- ção. “É uma técnica que consiste em infiltrar na articulação um medicamento de alta viscosidade, que irá melhorar o ambiente intra-articular, alivian- do a dor e retardando o desgaste”, explica. A bancária Bruna da Silva, de 25 anos, que já havia corrigido a patela cirurgicamen- te, precisou também fazer a viscossuple- mentação devido a uma falha genética na cartilagem da articulação. “Sentia muita dor no joelho, que ficava inchado, afetando o meu trabalho, pois preciso me locomover muito, subir e descer escadas todos os dias. Somente depois desta infiltração fiquei livre da dor, ganhei mais movimentos e passei a ter vida normal”, comemora a jovem. O mesmo alívio teve a dona de casa Dircéia Janaina B. Montemezzo, de 31 anos, que, devido à falta de orientação e uma so- brecarga nos joelhos na academia, passou a ter dores constantes, inchaço e ouvia es- talos ao se movimentar. “Como tenho dois filhos pequenos que pedem colo, subo es- cada frequentemente e tenho os afazeres de casa, a situação foi piorando e o trata- mento com corticoides não foi suficiente. Há um mês fiz a viscossuplementação e não sinto mais nada. Voltei para a academia e já uso salto alto todos os dias”, destaca a paciente recuperada. O medicamento é semelhante a um gel e funciona como se fosse um lubrificante, di- minuindo o atrito entre as superfícies em contato, o processo inflamatório e a dor. Es- tudos mostram que o medicamento esti- mula a produção natural do líquido sinovial Como funciona a articulação A articulação do joelho é formada por dois ossos, unidos entre si pela cápsula articular e por outras estruturas, como ligamentos, ten- dões e meniscos. As extremidades ósseas da articulação são revestidas por cartilagem, um tecido branco brilhante, que forma uma super- fície regular e lisa para que os ossos possam se movimentar entre si. O líquido sinovial, produ- zido pela sinóvia – membrana que reveste in- ternamente as paredes da articulação –, é res- ponsável pela nutrição, lubrificação e proteção da cartilagem articular, sendo bem viscoso e elástico, como um gel lubrificante. “Numa articulação com artrose, o líquido si- novial falha nas suas funções porque sua viscosi- dade está diminuída e o efeito de lubrificação e absorção de impactos está reduzido”, escla- rece Dr. Karpstein. A viscosidade do líqui- do sinovial se deve à presença do áci- do hialurônico, que, em situações de alta carga, age amortecendo a pressão excessiva entre as su- perfícies cartilaginosas. “Na articulação com artrose, moléculas bioativas infla- matórias quebram o ácido hialurônico em moléculas me- nores, diminuindo o seu papel na ab- sorção de impacto e lubrificação da cartilagem. Isso aju- da no avanço do desgaste da mesma, que fica desprotegi- da”, completa o es- pecialista. articular com melhor viscosidade. O trata- mento é utilizado em outros países há mais de duas décadas, mas somente nos últimos anos começou a ser utilizado no Brasil com maior frequência. É um procedimento rápi- do e relativamente simples, que pode ser feito em ambiente ambulatorial, com anes- tesia local. “Após a aplicação, o alívio da dor e a melhora da mobilidade articular são evi- dentes, e o paciente pode retomar suas ati- vidades cotidianas, devendo apenas evitar grandes esforços com o joelho por alguns dias”, explica Dr. Karpstein. Evitando a cirurgia As aplicações podem ser repetidas de tempos em tempos dependendo do grau da artrose e do medicamento utilizado. Apenas alguns dos medicamentos existen- tes no mercado mundial estão disponíveis no Brasil, e a recomendação é de que os pa- cientes procurem sempre bons profissio- nais, especialistas, que tenham experiência em cirurgia de joelho e profundo conheci- mento para avaliar cada caso, identificando se é necessária a viscossuplementação, qual o melhor medicamento, a dose adequada e o número de aplicações. “O paciente precisa fazer alguns exames e ser examinado por um especialista para a indicação do trata- mento mais adequado para o seu caso”, en- fatiza Dr. Karpstein. No caso do administrador de empre- sas Ronaldo Jancer Cunha, de 64 anos, uma artrose no joelho foi a consequência de cirurgias desnecessárias realizadas no passado. Passados vários anos, com a do- ença já avançada, ele teve que se submeter a uma artroscopia para se livrar da dor e das limitações. “Quando consultei um especia- lista no assunto, descobri o equívoco dos tratamentos anteriores e tive que fazer uma artroscopia para resolver o problema. Há um ano estou totalmente recuperado, sem dor e andando normalmente, inclusive fa- zendo academia. Recuperei 100% a minha qualidade de vida, graças a este tratamento inteligente”, elogia o paciente, que poderia ter evitado a cirurgia com a viscossuple- mentação, se tivesse, desde o início, feito o tratamento correto. Bruna da Silva Dircéia Janaina B. Montemezzo Ronaldo Jancer Cunha

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Dr. Adriano KarpsteinCRM 15995 PR

RQE 12438 / 12555

Com a técnica da viscossuplementação, pacientes com artrose e outras doenças que acometem a cartilagem articular podem ter vida normal

ortopedia

Com o envelhecimento e também por outros fatores, a cartilagem que re-veste nossas articulações, especial-

mente os joelhos, vai se desgastando a pon-to de um osso acabar atritando no outro. As consequências disso são dores horríveis e deformidades que limitam o dia a dia do in-divíduo, prejudicando seu bem-estar. Essa analogia serve para explicar melhor a artro-se, uma doença inflamatória e degenerativa das articulações (juntas) do corpo, caracteri-zada por comprometer a “capa” que reveste as extremidades ósseas.

Sobrepeso, fatores genéticos, falta de exercícios, excessos no uso da articulação,

Infiltração do joelho

sobrecarga em atividades físicas e o enve-lhecimento são as principais causas da ar-trose, que já afeta a vida de 10 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED). De modo geral, a artrose no joelho é um dos comprometi-mentos mais graves dessa articulação e acomete principalmente pessoas com mais de 45 anos. Entretanto, indivíduos com his-tórico familiar da doença ou sobrepeso, ou que praticam corrida, por exemplo, podem desenvolver artrose no joelho ainda jovem, em torno dos 30 anos.

“Não existe ainda um tratamento defini-tivo para a artrose, que possa ser usado em

todos os pacientes e que seja ca-paz de regenerar a cartila-gem gasta. Vários estudos vêm sendo realizados no mundo todo e espera-mos, em breve, novos avanços e soluções que estejam disponíveis para todos”, afirma o or-topedista e traumato-logista Dr. Adriano Karpstein, especia-lista em Medicina do Esporte, Cirur-gia Artroscópica e Cirurgia do Joelho, que atua nos hospi-tais Vita e Marceli-no Champagnat, em Curitiba.

De acordo com o médico, os tratamentos conser-vadores, ou seja, aqueles que não preci-sam de cirurgia, têm a finalidade de aliviar os principais sintomas – a dor é o mais importan-te deles – e retardar a evolução da doença. Dentre as várias possi-bilidades de tratamen-to conservador atual-mente disponíveis, o especialista indica a viscossuplementa-ção. “É uma técnica

que consiste em infiltrar na articulação um medicamento de alta viscosidade, que irá melhorar o ambiente intra-articular, alivian-do a dor e retardando o desgaste”, explica.

A bancária Bruna da Silva, de 25 anos, que já havia corrigido a patela cirurgicamen-te, precisou também fazer a viscossuple-mentação devido a uma falha genética na cartilagem da articulação. “Sentia muita dor no joelho, que ficava inchado, afetando o meu trabalho, pois preciso me locomover muito, subir e descer escadas todos os dias. Somente depois desta infiltração fiquei livre da dor, ganhei mais movimentos e passei a ter vida normal”, comemora a jovem.

O mesmo alívio teve a dona de casa Dircéia Janaina B. Montemezzo, de 31 anos, que, devido à falta de orientação e uma so-brecarga nos joelhos na academia, passou a ter dores constantes, inchaço e ouvia es-talos ao se movimentar. “Como tenho dois filhos pequenos que pedem colo, subo es-cada frequentemente e tenho os afazeres de casa, a situação foi piorando e o trata-mento com corticoides não foi suficiente. Há um mês fiz a viscossuplementação e não sinto mais nada. Voltei para a academia e já uso salto alto todos os dias”, destaca a paciente recuperada.

O medicamento é semelhante a um gel e funciona como se fosse um lubrificante, di-minuindo o atrito entre as superfícies em contato, o processo inflamatório e a dor. Es-tudos mostram que o medicamento esti-mula a produção natural do líquido sinovial

Como funciona a articulaçãoA articulação do joelho é formada por dois

ossos, unidos entre si pela cápsula articular e por outras estruturas, como ligamentos, ten-dões e meniscos. As extremidades ósseas da articulação são revestidas por cartilagem, um tecido branco brilhante, que forma uma super-fície regular e lisa para que os ossos possam se movimentar entre si. O líquido sinovial, produ-zido pela sinóvia – membrana que reveste in-ternamente as paredes da articulação –, é res-ponsável pela nutrição, lubrificação e proteção da cartilagem articular, sendo bem viscoso e elástico, como um gel lubrificante.

“Numa articulação com artrose, o líquido si-novial falha nas suas funções porque sua viscosi-dade está diminuída e o efeito de lubrificação e absorção de impactos está reduzido”, escla-rece Dr. Karpstein. A viscosidade do líqui-do sinovial se deve à presença do áci-do hialurônico, que, em situações de alta carga, age amortecendo a pressão excessiva entre as su-perfícies cartilaginosas. “Na articulação com artrose, moléculas bioativas infla-matórias quebram o ácido hialurônico em moléculas me-nores, diminuindo o seu papel na ab-sorção de impacto e lubrificação da cartilagem. Isso aju-da no avanço do desgaste da mesma, que fica desprotegi-da”, completa o es-pecialista.

articular com melhor viscosidade. O trata-mento é utilizado em outros países há mais de duas décadas, mas somente nos últimos anos começou a ser utilizado no Brasil com maior frequência. É um procedimento rápi-do e relativamente simples, que pode ser feito em ambiente ambulatorial, com anes-tesia local. “Após a aplicação, o alívio da dor e a melhora da mobilidade articular são evi-dentes, e o paciente pode retomar suas ati-vidades cotidianas, devendo apenas evitar grandes esforços com o joelho por alguns dias”, explica Dr. Karpstein.

Evitando a cirurgia As aplicações podem ser repetidas de

tempos em tempos dependendo do grau da artrose e do medicamento utilizado. Apenas alguns dos medicamentos existen-tes no mercado mundial estão disponíveis no Brasil, e a recomendação é de que os pa-cientes procurem sempre bons profissio-nais, especialistas, que tenham experiência em cirurgia de joelho e profundo conheci-mento para avaliar cada caso, identificando se é necessária a viscossuplementação, qual o melhor medicamento, a dose adequada e o número de aplicações. “O paciente precisa fazer alguns exames e ser examinado por um especialista para a indicação do trata-mento mais adequado para o seu caso”, en-fatiza Dr. Karpstein.

No caso do administrador de empre-sas Ronaldo Jancer Cunha, de 64 anos, uma artrose no joelho foi a consequência de cirurgias desnecessárias realizadas no

passado. Passados vários anos, com a do-ença já avançada, ele teve que se submeter a uma artroscopia para se livrar da dor e das limitações. “Quando consultei um especia-lista no assunto, descobri o equívoco dos tratamentos anteriores e tive que fazer uma artroscopia para resolver o problema. Há um ano estou totalmente recuperado, sem dor e andando normalmente, inclusive fa-zendo academia. Recuperei 100% a minha qualidade de vida, graças a este tratamento inteligente”, elogia o paciente, que poderia ter evitado a cirurgia com a viscossuple-mentação, se tivesse, desde o início, feito o tratamento correto.

Bruna da Silva

Dircéia Janaina B. Montemezzo

Ronaldo Jancer Cunha