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Anais do III Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão Tubarão, de 28 a 31 de março de 2011 1 JOVEM PESQUISADOR: POSSIBILIDADES E DESAFIOS DO TRABALHO PEDAGÓGICO COM JOVENS DO ENSINO FUNDAMENTAL AO TRABALHAR COM O MÉTODO DE PESQUISA Camila Fernandes Gabriela Roussenq Gonçalves Gabriela Serafim Martins Izabele Nehues Butter Karina Fernandes Santos Larissa Martins Nunes Margarida Cristina Vasques Mariely da Silva e Silva Naira Laroyd Francisco Priscilla Dinah Costa Lourenço Tamires de Bem Vanessa Medeiros Dias 1 RESUMO: Na busca de conscientizar os jovens e crianças sobre a importância de colaborar com a preservação do meio ambiente, a Escola Municipal de Educação Básica Professora Maria Emília Rocha, através dos trabalhos com bolsistas do projeto PIBID – UNISUL, efetivou o processo mediador de ensino-aprendizagem através do projeto: “Eu sou responsável pelo meio em que vivo”. O trabalho visou a apreensão do conhecimento acerca do meio-ambiente e dos processos de reciclagem de materiais em paralelo ao exercício de valores sociais, como a responsabilidade e o comprometimento, indispensáveis na compreensão da relação do grupo de educandos com o espaço social. Esta comunicação apresenta criticamente os resultados dessa experiência, cujo processo exigiu dos alunos a apropriação de metodologias de pesquisa, assimilação do conhecimento e utilização de ferramentas diversas como a informática e a produção de diferentes gêneros textuais. PALAVRAS-CHAVE: pesquisa; meio-ambiente; interdisciplinar. 1. Introdução O presente artigo é resultado do projeto interdisciplinar, desenvolvido na Escola Municipal de Educação Básica Professora Maria Emília Rocha e organizado pelas acadêmicas do projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência). O grupo apontou como principal meta a elaboração de um projeto que envolvesse os educandos do nível fundamental, compreendidos entre o 1º e 8º ano escolar. Seguindo linhas de pesquisa e de forma dialógica com a comunidade escolar, foram identificadas as necessidades de ensino daquela instituição. Logo, as discussões e estudos foram direcionados a um tema geral, onde os valores e a consciência social sobre o meio ambiente deveriam ser contemplados. O resultado foi a elaboração do projeto interdisciplinar “Eu sou responsável pelo meio em que vivo”, permeado pela pesquisa em diferentes áreas do conhecimento, 1 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID – Unisul – Tubarão - SC.

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Tubarão, de 28 a 31 de março de 2011

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JOVEM PESQUISADOR: POSSIBILIDADES E DESAFIOS

DO TRABALHO PEDAGÓGICO COM JOVENS DO ENSINO FUNDAME NTAL AO TRABALHAR COM O MÉTODO DE PESQUISA

Camila Fernandes

Gabriela Roussenq Gonçalves Gabriela Serafim Martins

Izabele Nehues Butter Karina Fernandes Santos

Larissa Martins Nunes Margarida Cristina Vasques

Mariely da Silva e Silva Naira Laroyd Francisco

Priscilla Dinah Costa Lourenço Tamires de Bem

Vanessa Medeiros Dias 1 RESUMO: Na busca de conscientizar os jovens e crianças sobre a importância de colaborar com a preservação do meio ambiente, a Escola Municipal de Educação Básica Professora Maria Emília Rocha, através dos trabalhos com bolsistas do projeto PIBID – UNISUL, efetivou o processo mediador de ensino-aprendizagem através do projeto: “Eu sou responsável pelo meio em que vivo”. O trabalho visou a apreensão do conhecimento acerca do meio-ambiente e dos processos de reciclagem de materiais em paralelo ao exercício de valores sociais, como a responsabilidade e o comprometimento, indispensáveis na compreensão da relação do grupo de educandos com o espaço social. Esta comunicação apresenta criticamente os resultados dessa experiência, cujo processo exigiu dos alunos a apropriação de metodologias de pesquisa, assimilação do conhecimento e utilização de ferramentas diversas como a informática e a produção de diferentes gêneros textuais. PALAVRAS-CHAVE: pesquisa; meio-ambiente; interdisciplinar. 1. Introdução

O presente artigo é resultado do projeto interdisciplinar, desenvolvido na Escola

Municipal de Educação Básica Professora Maria Emília Rocha e organizado pelas acadêmicas do projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência).

O grupo apontou como principal meta a elaboração de um projeto que envolvesse os educandos do nível fundamental, compreendidos entre o 1º e 8º ano escolar. Seguindo linhas de pesquisa e de forma dialógica com a comunidade escolar, foram identificadas as necessidades de ensino daquela instituição. Logo, as discussões e estudos foram direcionados a um tema geral, onde os valores e a consciência social sobre o meio ambiente deveriam ser contemplados. O resultado foi a elaboração do projeto interdisciplinar “Eu sou responsável pelo meio em que vivo”, permeado pela pesquisa em diferentes áreas do conhecimento, 1 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID – Unisul – Tubarão - SC.

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considerando os estudos das acadêmicas dos cursos de Pedagogia, Letras, Biologia e Matemática e o comprometimento com a construção de um planejamento que colaborasse com o processo de ensino/aprendizagem de forma relevante e duradoura.

Uma das necessidades observadas pelas bolsistas, supervisores e equipe técnico-pedagógica envolvida, foi a reflexão referente ao método de trabalho, ou seja, como o trabalho com os jovens e crianças, colaboraria com o processo humanizador do grupo, favorecendo a inclusão escolar e a assimilação de valores como a responsabilidade e comprometimento elementos essências para desenvolver ações políticas e formar atores sociais conscientes do seu papel na comunidade.

Tendo como propósito o despertar da consciência em jovens e crianças sobre a importância do meio ambiente, as acadêmicas agiram como mediadoras e não detentoras do conhecimento. A metodologia de pesquisa tornou-se ferramenta para as ações desenvolvidas incentivando os alunos a conhecer, bem como, colocar em prática programas como reciclagem do lixo e coleta seletiva.

Os jovens das séries finais do Ensino Fundamental (6º ao 8º ano) foram convidados a trabalharem como jovem-pesquisador, com o objetivo de incentivá-los conhecer, bem como, colocar em prática programas como reciclagem do lixo e coleta seletiva.

O processo de ensino/aprendizagem desenvolvido no decorrer deste projeto exigiu que os discentes se apropriassem de metodologias de pesquisa, assimilação do conhecimento e utilização de ferramentas diversas, como informática e produção de diferentes gêneros textuais.

As ações pedagógicas foram divididas em dois períodos, sendo que o primeiro consistiu na definição dos temas aos alunos das séries finais do Ensino Fundamental e as pesquisas dos temas sobre a mediação dos bolsistas. Já durante o segundo momento aconteceram as apresentações dos jovens pesquisadores ao grupo escolar, direcionadas a princípio aos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, grupo docente e coordenadores.

Desta forma, foi possível proporcionar a aquisição de novos conhecimentos relativos à realidade dos alunos. Trabalhando a reciclagem e a preservação do meio ambiente, observamos um crescimento (pessoal) em todos os envolvidos, debatendo um assunto de suma importância para o futuro da sociedade.

2. Fundamentação Teórica

A natureza vem sendo transformada pelo homem através do trabalho. Estudos do

escritor Pierre-Joseph, definem trabalho como uma ação inteligente do homem sobre a natureza com vistas à satisfação de suas necessidades e à realização pessoal (CORRÊA, 2000).

Neste campo a educação afirma uma de suas principais finalidades, habilitar o educando para a ação transformadora do trabalho, promovendo formas de pensar reflexivas e inteligentes sobre os espaços sociais, recriando a cultura. Logo,

A educação é uma das poucas atividades específicas dos seres humanos, uma vez que são os únicos animais que ensinam sistematicamente, e está diretamente relacionada com o que chegamos a ser. Se a espécie humana conseguiu estender-se sobre toda a superfície da Terra, controlar a natureza e impor-se sobre os outros seres vivos, foi graças ao fato de ter acumulado uma cultura, que está em contínua

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mudança, e transmitindo-a à gerações sucessivas, cujo conhecimento começa ali onde o situou a geração anterior. (MARQUES, 2006, p. 143).

Pierre-Joseph discursa, em parte, sobre o dinamismo da educação enquanto produtora cultural. Atrelar esta característica com o estudo do meio fomenta o ensino de questões contemporâneas emergentes da sociedade, como a relação complexa entre o meio ambiente natural e o ambiente construído, o trabalho e culturas humanas preponderantes sobre o que comumente é chamado de ambiente.

Desenvolver um projeto de trabalho que contemple os processos de conscientização do educando com relação aos fatores pertinentes do processo transformador do meio, torna-se alvo de estudos e elaborações direcionados à leitura, pesquisa, à experiência e à ousadia. Estudos indicam que a organização dos currículos escolares por projetos de trabalhos instiga o aluno à participação e assimilação do objeto de estudo. Logo, torna-se indispensável planejar a ação pedagógica. Esta afirmativa é reforçada pelo Professor Dr. Celso Vasconcelos ao salientar que não é possível realizar um processo de ensino e aprendizagem sem planejar.

[...] impossível porque o planejamento é uma coisa inerente ao ser humano. Então, sempre temos algum plano, mesmo que não esteja sistematizado por escrito. Agora, quando falamos em processo de ensino e aprendizagem, estamos falando de algo muito sério, que precisa ser planejado, com qualidade e intencionalidade. Planejar é antecipar ações para atingir certos objetivos, que vêm de necessidades criadas por uma determinada realidade, e, sobretudo uma “orquestra” na sala de aula, onde as crianças, cada uma na sua singularidade, emitiriam os sons harmoniosos da estética e inteligibilidade infantil, unidos pelo processo de construção do conhecimento. (VASCONCELLOS, 2009).

Sobre estes aspectos a ação pedagógica é planejada na construção do projeto de ensino interdisciplinar, pois segundo Nilbo Nogueira, este projeto é o trabalho de integração das diferentes áreas do conhecimento. Ele resulta num trabalho de cooperação e troca, aberto ao diálogo e ao planejamento. “As diferentes disciplinas não aparecem de forma fragmentada e compartimentada, pois a problemática em questão conduzirá à unificação”. (NOGUEIRA, 2001). Ao propor um projeto interdisciplinar, além da possibilidade de desdobrar-se em diversas ciências como metodologia de aprendizado, colabora com o crescimento do saber, ou seja,

[...] possibilita o estudo de temas vitais, no horizonte político-pedagógico da comunidade e, ao mesmo tempo, no interesse dos/as alunos/as; - permite a participação de todos, porque é da essência do projeto levar as pessoas ao fazer; os/as alunos/as são motivados a não ficarem parados, só ouvindo o/a professor/a, aborrecendo-se ou fazendo algo que não tem sentido, mas que “precisa ser feito” (“vencido”); - abre perspectivas para a construção do conhecimento, a partir de questões reais, tão simples como aprender a ver televisão, com espírito crítico, ou tão complexas, como estabelecer a relação entre economia e bem social. (GANDIN, 2005).

É necessário acentuar que os conceitos relacionados aos projetos pedagógicos foram redefinidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e através do PCN podemos entendê-lo como projeto interdisciplinar, onde,

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A interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários (BRASIL, 2002, p. 88-89).

Na elaboração do projeto pedagógico interdisciplinar, alvo deste artigo, o tema gerador

“Eu sou responsável pelo meio em que vivo” é um convite à reflexão e à exposição de diferentes ideias ao objetivar a compreensão da trajetória de vida e sua relação com a construção da história e conservação do espaço.

Porém, na construção do projeto o educador deve centrar-se sobre o importante papel de responsável por fazer a ação educativa acontecer. Neste sentido, problematizam-se questões intrínsecas à aprendizagem, ou seja: Como motivar a criança e o jovem a aprender? Como estimular suas potencialidades? Como dar significação ou sentido do objeto de conhecimento por meio de uma pedagogia de valores?

No ambiente escolar, o aluno de hoje precisa adquirir habilidades para pesquisa, saber agir na solução de problemas e estabelecer uma relação contínua entre o que aprende com o mundo à sua volta. Neste contexto, a pedagogia torna-se essencialmente dinâmica e diferenciada com o objetivo principal de dar significância ao aprendizado do aluno. O período é de desenvolvimento onde crianças e jovens que participam do Ensino Fundamental, reinventam o mundo e sua inteligência e a faculdade afetiva aumenta na medida em que constrói o próprio conhecimento. O ato de errar na aprendizagem serve como ferramenta de análise e pesquisa que promovem aprendizagens significativas ao aluno, estimulando, de forma individual, o aluno a vencer. A base do aprendizado é a experiência e saberes que o aluno já adquiriu e a partir de sua realidade será oportunizada a reconstrução de novos conhecimentos.

A partir destes conceitos a ação docente torna-se dialógica e resulta no que Philippe Meirieu denomina de “triângulo pedagógico”, ou seja, a forma educando-saber-educador, reflete sobre o ato da aprendizagem e estabelece referências a partir das quais o professor poderá elaborar, regular e avaliar sua ação pedagógica mediando a construção dos mapas de conhecimento e verdades de modo que o próprio aluno os elabore, a partir de suas vivências. O autor fundamenta a ação do professor,

Se o papel do professor é fazer com que nasça o desejo de aprender, sua tarefa é ‘criar o enigma’ ou, mais exatamente, fazer do saber um enigma: comentá-lo ou mostrá-lo suficientemente para que se entreveja seu interesse e sua riqueza, mas calar-se a tempo para suscitar a vontade de desvendá-lo (MEIRIEU, 1998, p. 92).

Ao encontro destas questões, o projeto interdisciplinar para o estudo do meio, concebeu a oportunidade do jovem estudante atuar como pesquisador na busca do conhecimento ao capacitar-se de ações investigativas sobre a realidade e a história. Através da metodologia de pesquisa de jovens e crianças interagem com o conhecimento seguindo a direção da contextualização do problema, a elaboração de hipóteses e ideias centrais, a argumentação, e a divulgação de resultados alcançados. O aprendizado além de despertar a consciência de crianças e jovens sobre a problemática: homem e o meio ambiente, deveria provocar a assimilação com ações

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transformadoras das quais todos possam participar como autores sociais. Para estes objetivos foram exigidos o conteúdo conceitual, ou seja, a compreensão, reflexão e análise dos diferentes materiais que o ser humano produz e dos visíveis prejuízos ao meio ambiente resultado do excesso de lixo produzido por estes materiais e a exploração desequilibrada dos recursos naturais que são escassos.

O estudo realizado pelos educandos através do método de pesquisa sobre os diferentes materiais, adquiridos do trabalho e cultura humanos, privilegiou atividades experimentais que promoveram os conhecimentos prévios do grupo interligando a atividade mental (cognitivo) e o aspecto formador (subjetivo) num mesmo espaço e tempo. A dinâmica do processo exigiu diferentes técnicas para se chegar ao produto do conhecimento. Especialista em projetos para educação, José Manuel Moran (2009), denomina o método de pesquisa como “aula-pesquisa” e a analisa como processo contínuo de comunicação e pesquisa,

[...] onde vamos construindo o conhecimento em um equilíbrio entre o individual e o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunos-participantes ativos. Aula-pesquisa, onde professor motiva, incentiva, dá os primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que vamos fazer, para a importância da participação do aluno neste processo. Aluno motivado e com participação ativa avança mais, facilita todo o nosso trabalho. Depois da sensibilização - verbal, audiovisual - o aluno - às vezes individualmente e outras em pequenos grupos - procura suas informações, faz a sua pesquisa na Internet, em livros, em contato com experiências significativas, com pessoas ligadas ao tema. (MORAN, 2009).

Na metodologia de pesquisa o educador é o mediador do conhecimento. Através da

pedagogia dialógica a curiosidade dos alunos foi aguçada e com o desenvolvimento das experiências puderam interiorizar o conhecimento de forma participativa no trabalho em grupo. Ao professor cabe instigar o jovem pesquisador através da apresentação problemática do conteúdo, proporcionando ao trabalho de pesquisa o acesso a informações, de acordo com os interesses e necessidades desenvolvidos pelos próprios alunos envolvidos com o aprendizado. O professor tornou-se pesquisador, educador e educando. Por sua vez o jovem pesquisador formou-se, educando e educador, integrando-se no espaço aberto do conhecimento como sujeito da experiência.

3. Metodologia

Tendo em vista a escassez dos recursos naturais, aliado à intensidade dos impactos

ambientais que o processo de globalização vem ocasionando, e o crescimento desordenado da população, deparamo-nos com a necessidade de trabalhar nas escolas um tema até então pouco abordado nos currículos: a preservação ambiental.

Para dar conta desse trabalho, os acadêmicos/bolsistas do PIBID da Escola de Educação Básica Professora Maria Emília Rocha desenvolveram o projeto “Eu sou responsável pelo meio em que vivo”, visando não apenas aulas expositivas, mas sim as interações dos alunos e principalmente a iniciação dos mesmos na área da pesquisa. Conforme Piaget, “O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problema". (PROJETOS PEDAGOGICOS DINÂMICOS, 2011). O professor nesse contexto precisa ser mais do que um simples emissor de informações. Deve instigar o aluno para que o próprio busque seu conhecimento, atuando dessa forma como um mediador no

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processo interacional ensino-aprendizagem. Considerando-se a necessidade do trabalho a ser desenvolvido, convencionou-se

utilizar o dialogismo Bakhtiniano, que tem como palavra chave o diálogo, ou seja, a interação entre as partes envolvidas no discurso, nesse caso, os próprios alunos.

Após traçarmos as linhas de trabalho, iniciamos os encontros com os alunos. Antes, porém, houve uma manhã de apresentação do projeto aos estudantes, doravante denominados “pesquisadores”, onde cada acadêmico pode se apresentar e falar sobre sua área de atuação, pois cada subprojeto responsabilizou-se por desenvolver suas atividades em uma série específica. Foram abordados os seguintes temas: lixo orgânico, lixo eletrônico, reciclagem de papel, vidro, metal, lixo hospitalar e coleta seletiva. Os encontros entre acadêmicas e alunos ocorriam semanalmente, no período oposto ao horário de aula dos alunos. Durante os encontros os estudantes recebiam orientações sobre como realizar uma pesquisa adequadamente, como fazer o levantamento dos dados necessários, e principalmente como expor de maneira clara e objetiva suas idéias para os colegas.

Cada equipe elaborou, a partir do projeto, planejamentos pedagógicos para o trabalho em equipe e utilizou de variadas ferramentas para a exposição dos resultados de pesquisa, sendo: slides em powerpoint, cartazes, paródia, e inclusive uma composteira, utilizada na horta da escola.

Confeccionados os trabalhos, cada equipe expôs os resultados de suas respectivas pesquisas de forma a organizar na escola uma semana de seminários sobre o meio ambiente e sua preservação através da reciclagem de materiais. Os seminários foram apresentados pelos alunos para as crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental (1o ao 5o ano). 4. Resultados

As ações pedagógicas realizadas por meio do desenvolvimento do projeto foram

realizadas do dia 21 de fevereiro a 21 de março. Durante todo o processo houve a mediação dos bolsistas do Projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), desde a divisão de temas entre os alunos das séries finais do Ensino Fundamental até a pesquisa e elaboração da apresentação do tema escolhido. No período do dia 21 a 25 de março, foram realizadas as apresentações dos jovens pesquisadores ao grupo escolar, para alunos do pré-escolar ao 5º ano.

As acadêmicas bolsistas da área de Pedagogia (Gabriela Gonçalves, Gabriela Martins, Priscilla e Margarida), desenvolveram as etapas de construção e apresentação das pesquisas referentes aos materiais recicláveis “papel, plástico e vidro” com o 6º ano, turma 01.

As etapas compreenderam os seguintes momentos: orientação de metodologias de pesquisa, utilizando os recursos de internet; produção de gêneros textuais; organização de diversas formas de apresentação do tema, como: teatro, confecção de origami, confecção de papel reciclado, apresentação de slides em powerpoint a respeito da importância da separação do lixo, origem do plástico, papel e vidro, e formas de reciclagem e reaproveitamento desses materiais; apresentação da pesquisa para os alunos de pré-escolar, 3º e 4º ano.

Durante o seminário as crianças apresentaram diversas dúvidas e relatos pessoais sobre a utilização dos materiais como fonte de reciclagem e o processo de separação do lixo na escola e em suas casas. Neste sentido a turma do 6º ano, autora e oradora do trabalho, desempenhou um papel importante no processo de conscientização, resultando na ampliação dos conhecimentos sobre a importância da reciclagem e separação do lixo, e na conservação

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do meio ambiente, para além da escola. Conscientização que também se estendeu para os próprios alunos que realizaram a pesquisa ao se apropriaram de novos métodos de pesquisa para a construção do conhecimento.

As acadêmicas bolsistas da área de Biologia (Camila e Mariely) trabalharam com o tema metal, com o 6º ano, turma 02. Como metodologia para apresentação elaboraram slides e como apoio para o trabalho de pesquisa utilizaram a sala de informática disponível na escola. Após montar os slides, foi feita a paródia com a música: “Tá vendo aquela lua”, da banda Exaltasamba. Além disso, foi montado um caça-palavras sobre o metal.

As apresentações ocorreram nos dias 22 de março, terça-feira, para o 3º ano e 23 de março, quarta-feira, para o 2º ano. A apresentação foi expositiva e dialogada com o auxílio do datashow. Logo após os alunos juntamente com as crianças cantaram a paródia, com o acompanhamento de um aluno do 8º ano que tocou violão. Por fim foi aplicada uma atividade de caça-palavras com os alunos.

As acadêmicas bolsistas da área de Matemática (Izabele, Larissa e Naira) auxiliaram os alunos da 8ª série do Ensino Fundamental, desenvolvendo junto a eles pesquisas e estudos sobre os temas “Coleta Seletiva e Aterro Sanitário”, a fim de propiciar uma melhor compreensão sobre estes e transmitir por meio de seminários o conhecimento adquirido, conscientizando tanto os jovens pesquisadores, quanto os alunos que iriam assistir aos seminários. A fim de integrar o tema ao cotidiano do aluno, foi realizada uma pesquisa de campo com os alunos da 8ª série sobre Coleta Seletiva. As apresentações dos temas “Coleta Seletiva e Aterro Sanitário” foram realizadas no dia 25 de março para os alunos do 5º ano, nos períodos matutino e vespertino. Os seminários consistiram em apresentar vídeos educativos, apresentação do tema por meio de slides (utilizando recurso datashow), teatro de fantoches, com o intuito de interagir junto aos alunos do 5º ano que assistiam a apresentação, paródia relacionada ao tema reciclagem e meio ambiente e o jogo didático “Brincando de Coleta Seletiva” que consistia em ensinar as cores das lixeiras para a realização da coleta seletiva e relacionar os lixos com cada uma delas (plástico, papel, vidro, metal e orgânico).

Dentro do projeto a ser desenvolvido as acadêmicas bolsistas da área de Letras (Karina, Tamires e Vanessa) trabalharam com os temas: lixo eletrônico e lixo orgânico, com os alunos do 7º ano. A turma foi dividida em dois grupos, de forma que as acadêmicas pudessem estar mais próximas dos alunos.

Assim sendo, uma pesquisa de ordem quantitativa e qualitativa foi realizada juntos aos alunos, deixando a cargo de cada um deles o projeto em si, ou seja, sua elaboração e o modo de exibição ao público alvo (alunos das séries iniciais).

As linhas de pesquisa se mostraram bem distintas em cada grupo, tendo um optado pela elaboração de slides e apresentação em vídeo, e outro por mostrar de forma visual as várias formas de reutilização do lixo. Dentro das linhas específicas de pesquisa, percebeu-se uma necessidade de orientar os alunos a respeito de como apresentar o trabalho desenvolvido para um grupo, apresentando suas ideias de forma rápida, sucinta, voltada sempre para o público específico.

Sendo assim, no decorrer do projeto até sua finalização, os alunos puderam externar todo o conhecimento obtido em suas pesquisas. Tornaram-se não alunos, mas pesquisadores e formuladores de opinião, pois suas pesquisas foram meios de questionamentos de outros alunos, trazendo assim o espírito de pesquisador, e não apenas um apresentador de “trabalhos”; proporcionou aos mesmos uma visão de equipe, e trabalho em conjunto, pois cada linha de raciocínio não era trabalho de um, mas de todo um grupo, bem como, desta

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forma foi possível proporcionar aos alunos, uma nova visão de mundo, ou seja, o ‘como fazer” o “fazer” para obterem um modo mais sustentável no que diz respeito a reciclagem e a boa utilização do lixo.

Por fim, ressalta-se que o projeto interdisciplinar produzirá novas ações pedagógicas, pois, de acordo com os resultados alcançados, novas metas foram elaboradas como a extensão dos estudos sobre a importância da reciclagem para a comunidade local.

5. Conclusão

O presente projeto vem contribuir significativamente para a mudança de

comportamento dos discentes, no que tange a proteção e conservação do meio ambiente. Os recursos utilizados são relativamente modestos, posto que, são objetos de reciclagem, onde se buscou incentivar a criatividade. Sendo assim, o projeto cumpre ainda o papel de preservar o patrimônio de conhecimento e experiência já adquiridos e inicia a preparação para o aproveitamento de oportunidades.

O projeto “Jovem pesquisador: possibilidades e desafios do trabalho pedagógico com jovens das séries finais do Ensino Fundamental utilizando o método de pesquisa”, desenvolvido na Escola Municipal de Educação Básica Professora Maria Emília Rocha, torna claro que diante das atuais práticas pedagógicas é de suma importância trabalhar a interdisciplinaridade, envolvendo assim diversas áreas do conhecimento em prol de um só conceito. Diante disso o intuito foi agregar as áreas de competência do PIBID em um só projeto sobre o meio ambiente e reciclagem, temas estes relacionados à realidade em que a comunidade escolar está inserida.

O trabalho visou à apreensão do conhecimento sobre o meio ambiente e os processos de reciclagem por parte dos alunos envolvidos, proporcionando um trabalho interativo e em grupo. Os discentes puderam trabalhar diretamente com metodologias de pesquisa, bem como diferentes ferramentas didáticas para o desenvolvimento e apresentação dos temas abordados.

Aos bolsistas do PIBID coube o papel de mediar à busca do conhecimento pelos alunos, permitindo a estes a obtenção de informações suficientes a fim de transmitir por diferentes métodos os temas relacionados ao meio ambiente, conscientizando desta maneira, toda a comunidade escolar envolvida no projeto. Diante disso, despertamos valores como responsabilidade e comprometimento por parte dos jovens pesquisadores, visto que estes teriam como função ensinar a importância da preservação ambiental e reciclagem aos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental.

Todavia, com a realização do projeto, torna evidente que a conscientização sobre a preservação do meio ambiente deve ser inserida na educação escolar desde as séries iniciais, e com o conhecimento adquirido, os confrades repassarão à comunidade a importância de colaborar para solucionar essa problemática ambiental, atingindo não só o ambiente escolar, mas o meio em que vivem.

Por fim, vale ressaltar que o projeto interdisciplinar com o tema gerador “Eu sou responsável pelo meio em que vivo” ainda está em desenvolvimento, haja vista que, o processo de aprendizagem e conscientização é contínuo, pois a cada dia mais e mais conhecimento é obtido, transformando o educando em pesquisador e formadores de opinião, futuros responsáveis por uma sociedade melhor e politicamente sustentável.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 2002. CARVALHO, E. B. de; COSTA, G. L. M.. Educação: questões contemporâneas. Florianópolis: Insular, 2006. GANDIN, A. B. Metodologia de Projetos na Sala de Aula: Relato de uma Experiência. São Paulo: Loyola, 2001.MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, M. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas: Papirus, 2009, p. 11-65. MEIRIEU, Ph. Aprender... Sim, mas como? Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. NOGUEIRA, N. R. Pedagogia dos projetos. São Paulo: Editora Erica, 2001. PROJETOS PEDAGÓGICOS DINÂMICOS. Jean Piaget. 2011. Disponível em: <http://www.projetospedagogicosdinamicos.com/piaget.htm>. Acesso em: 17 maio 2011. KASSICK, Cl. N.; BELTRÃO, I. R. Esboço para uma História da Escola no Brasil. Rio de Janeiro: Achiamé, 2000, p. 51-84. SANTOS, M. Pensando o espaço do Homem. São Paulo: Hucitec, 1986. VASCONCELLOS, C. (2009, 19 de janeiro). Produtividade, Revista Escola, jan. 2009. Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/entrevista-celso-vasconcellos-415759.shtml. Acesso em: 06 Maio 2011.

APÊNDICE A – Fotos do projeto

Figura 1 – Apresentações da turma de 6º ano sobre os temas papel e plástico.

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Fonte: Elaborada pelas autoras do projeto, Tubarão/S.C, 2011.

Figura 2 – Apresentação Aterro Sanitário: Utilizando Slides e por meio de teatro de fantoche. Fonte: Elaborada pelas autoras do projeto, Tubarão/S.C, 2011.

Figura 3 – Apresentação Coleta Seletiva: Jogo Brincando de Coleta Seletiva. Fonte: Elaborada pelas autoras do projeto, Tubarão/S.C, 2011.

APÊNDICE B – Questionário sobre coleta seletiva de lixo

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Escola Municipal Professora Maria Emília Rocha

Projeto PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

Questionário - Coleta seletiva de lixo

Idade___________________Série:_________Gênero: ( )Masculino ( )Feminino

Escolaridade do pai: ( )Primário ( )Secundário ( )Superior

Escolaridade da mãe: ( )Primário ( )Secundário ( )Superior

Passa na sua rua a coleta seletiva do lixo? ( )Sim ( )Não

Na sua casa é feita a coleta seletiva do lixo? ( )Sim ( )Não

Você separa o lixo produzido por você na sua casa? ( )Sim ( )Não

Quando existem diferentes lixeiras você tem o cuidado de colocar seu lixo no local certo?

( )Sim ( )Não

Assinale qual o destino do lixo produzido na sua casa:

( )Vai para o lixão ( )É reutilizado ( )É feita a compostagem

( )É reciclado (vendido) ( )É queimado ( )Desconhece o destino

O lixo sólido produzido por você em sua residência:

( )Papel ( )Pilhas ( )Plástico ( )Latas ( )Entulho ( )Metais

( )Lâmpadas ( )Madeira ( )Vidro ( )Borracha

APÊNDICE C – Resultados da pesquisa envolvendo coleta seletiva, realizada na turma 801

da Escola Municipal Professora Maria Emília Rocha, bairro Recife, Tubarão.

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APÊNDICE D – PROJETO INTERDISCIPLINAR

E. M. E. B. Professora Maria Emília Rocha Ensino Fundamental I e II Bairro Recife – Tubarão- SC Organizado pelo grupo de acadêmicas do projeto PIBID (Unisul) 1º Semestre/ 2011 10-fevereiro-2011

TEMA GERADOR : Eu sou responsável pelo meio em que vivo. 1 – Problematização

Jovens e crianças têm consciência sobre a importância de colaborar com a conservação do meio ambiente? O que conhecem sobre programas como reciclagem do lixo e coleta seletiva? Como mediar o processo de ensino-aprendizagem de forma a introduzir valores como responsabilidade e comprometimento aos jovens e crianças para compreenderem a sua relação com o espaço social? 2 – Objetivo geral

Contribuir com a construção do saber do aluno, por meio do trabalho de pesquisa e descobertas sobre os materiais que estão a nossa volta e integram nossas vidas, relacionando os prejuízos sobre o espaço ao negligenciar o destino final destes mesmos materiais.

3 – Objetivo específico

• Trabalhar o conceito de meio ambiente e espaço;

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• Trabalhar o conceito de valores sociais, como a responsabilidade; • Relacionar e interpretar os diferentes materiais produzidos pelo ser humano; • Estudar sobre os processos de reciclagem do lixo; • Desenvolver a sensibilidade e a crítica sobre o espaço de vida do aluno, o meio. • Desenvolver seminários sobre o tema a serem produzidos pelos próprios alunos

pesquisadores. 4 – Justificativa

Ocorrendo naturalmente ou elaborados pelo homem, os materiais têm se tornado parte integrante de nossas vidas. Eles são, sem dúvida, a substância de trabalho de nossa sociedade; desempenham uma função crucial não somente em nosso desenvolvimento natural de vida, mas, também, no bem-estar e na segurança de nações. Por outro lado tornam-se visíveis os prejuízos ao meio ambiente resultado do excesso de lixo produzido por estes materiais e a exploração desequilibrada dos recursos naturais que são escassos. Sendo assim, despertar a consciência de crianças e jovens sobre esta problemática social e relacioná-la a ações transformadoras das quais todos nós podemos desenvolver, é inseri-los ao meio ambiente, despertando-lhes a percepção de participação neste processo de preservação à vida.

5 – Conteúdo

As áreas do conhecimento estarão dialogando entre língua portuguesa, matemática, geografia, artes, história e ciências.

O processo exigirá que os alunos apropriem-se de metodologias de pesquisa, assimilação do conhecimento e utilização de ferramentas diversas como a informática e a produção de diferentes gêneros textuais. 6 – Planejamento das atividades As ações pedagógicas estarão sendo divididas em dois períodos, sendo: - Período de 21 de fevereiro a 21 de março:

a) Todos os jovens do Ensino Fundamental II (6º ao 8º ano) serão convidados a conhecer e participar do projeto;

b) Cada aluno de cada sala poderá escolher um tema gerador, conforme organizado

abaixo: 6º ano 01, temas Papel e Plástico 6º ano 02, temas Metal e Vidro 7º ano, temas Lixo orgânico e Lixo Eletrônico 8º ano, temas Coleta Seletiva e Aterro Sanitário.

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c) Para cada sala/turma serão formados dois grupos de acordo com os temas. Exemplo: a turma do 6º ano 01 terá um grupo que trabalhará o material papel e outro grupo que trabalhará o material plástico;

d) Cada grupo contará com a mediação de duas bolsistas do PIBID para a elaboração

da pesquisa e estudos sobre o tema escolhido. Os trabalhos deverão ser desenvolvidos na escola;

e) Os encontros serão agendados e divididos conforme tabela em anexo (Anexo I).

Com exceção da turma do 6º ano 01, todos os demais encontros com as bolsistas PIBID serão no período vespertino;

f) Como resultado da pesquisa cada grupo deverá expor seus estudos e conclusões na

forma de um seminário;

g) Os recursos para apresentação podem variar desde textos, cartazes e utilização de data-show.

h) As bolsistas deverão elaborar planejamentos para cada encontro, com estratégias

para aplicação de conteúdos das diferentes áreas do conhecimento e motivacional. Devem estar atentas aos objetivos específicos deste projeto.

- Período de 21 de março a 25 de março

Nesta semana acontecerão as apresentações dos jovens pesquisadores ao grupo

escolar. Para cada grupo será agendado um horário específico na sala de vídeo da escola para

apresentação dos trabalhos da pesquisa. A princípio as palestras serão direcionadas ao Ensino Fundamental I, grupo docente e

colaboradores. Desta forma estará sendo oportunizado o aprendizado e o envolvimento dos alunos do

1º ao 5º ano no projeto, contribuindo com a interação entre jovens, crianças e professores no ambiente escolar e na produção do conhecimento.

7 – Avaliação A avaliação é uma operação descritiva e informativa. No processo ensino/aprendizagem será necessário verificar se o trajeto correspondeu as metas, ou ainda, sobre possíveis dificuldades de alguns alunos, identificando-as e registrando todas as observações colhidas. Esta informação sobre o progresso do grupo e de cada um dos seus membros será necessária para professores e alunos envolvidos. A avaliação descreve os conhecimentos, atitudes ou aptidões que os alunos adquiriram, ou seja, os objetivos do projeto que foram atingidos e quais dificuldades revelaram. Esta informação é necessária ao professor para procurar meios e estratégias que possam ajudar os alunos a resolver essas dificuldades e é necessária aos alunos para se aperceberem delas e tentarem ultrapassá-las com a ajuda do professor e com o próprio

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esforço. Por isso, a avaliação tem uma intenção formativa, com a elaboração de um feedback (retorno) dos resultados alcaçados entre as bolsistas PIBID e o grupo docente da escola. Haverá uma nota de participação como elemento motivador da aprendizagem, porém o foco da avaliação será o desenvolvimento das competências previstas pelo projeto.