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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA
GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA
DIOGO DA ROCHA PEDROSA
ORIENTADORA
PROFESSORA: ALEKSANDRA SLIWOWSKA
RIO DE JANEIRO 2013
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA
GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA
Monografia apresentada à AVM – Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial. Por: Diogo da Rocha Pedrosa
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AGRADECIMENTOS
Agradeço muito a Deus por me dar a
oportunidade de estar mais uma vez passando
por mais uma etapa em minha vida e assim
adquirir mais conhecimento e agregar este
conhecimento em minha vida profissional.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha amada esposa que desde
que a conheci tem me amado, apoiado e me dar forças
para realizar cada vez mais meus objetivos de vida e me
fazendo um homem cada vez mais feliz. Dedico
também este trabalho a minha querida mãe por tudo
que ela fez por mim em toda minha trajetória de vida e
se hoje estou me especializando agradeço a Deus e ela.
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RESUMO
A presente pesquisa tem por objetivo principal apresentar um estudo sobre a Logística Reversa,
como e onde ela pode ser usada, apresentar ainda um breve histórico sobre o tema exposto, as
empresas que investem nesta prática ambientalmente sustentável, Dentro deste contexto, o
presente trabalho cientifico tem por objetivo abordar a importância da Logística Reversa no
mercado empresarial. Para sua consecução, realizou-se um levantamento das bibliografias que
abordam o tema.
Chegou-se a seguinte conclusão: de que a logística destaca-se, como um novo e relevante
diferencial competitivo para as organizações, considerando-se todas as etapas e interações entre
os participantes da cadeia de suprimentos que precisam trabalhar integrados buscando
aperfeiçoar os recursos.
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METODOLOGIA
A Metodologia utilizada será a revisão bibliográfica, através da consulta em livros diversos,
artigos, pesquisas publicadas em fonte impressa e eletrônica, o conceito da Logística Reversa,
suas técnicas, a gestão da Logística Reversa, e como este conceito vem sendo gerido no mercado
empresarial, pelas minhas pesquisas iniciais verifiquei algumas referencias bibliográficas que
utilizarei nesta pesquisa.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO. 08
CAPÍTULO I – LOGÍSTICA REVERSA. 09
CAPÍTULO II - PRINCIPAIS EMPRESAS QUE INVESTEM NA LOGÍSTICA REVERSA.
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CAPÍTULO III – EMPRESAS QUE MAIS INVESTEM NA GESTÃO E PRÁTICA DA
LOGÍSTICA REVERSA. 33
CONCLUSÃO. 44
BIBLIOGRÁFIA CONSULTADA. 46
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INTRODUÇÃO
Atualmente a preocupação mundial com o modo de vida de maneira mais sustentável tem feito
empresas e a população em modo geral pensar em alternativas para diminuir o impacto ambiental
causado em todo o nosso planeta, É nesse dado momento que a gestão da logística reversa surge
como uma dessas alternativas sendo a logística reversa uma técnica usada na produção industrial,
comércio e demais atividades relacionadas ao consumo da população mundial, A logística
reversa trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro
produtivo.
Diante do exposto, o principal objetivo do presente trabalho é apresentar um estudo sobre a
importância da logística reversa, principalmente na atualidade, com isto o intuito deste trabalho é
também apontar como as empresas investem nesta prática sustentável prezando o bem estar da
população, fazer o uso dessa política ambiental como estratégia de marketing para promover a
marca da empresa, a partir de suas funções, conceitos, objetivos e por fim apresentar sua
finalidade. Foi utilizada como forma de pesquisa bibliográfica livros e revistas empresarias do
setor de conceituados especialistas.
O trabalho é composto por três capítulos. No primeiro capítulo iremos abordar primordialmente
sua funcionalidade e um breve histórico da logística reversa, suas funções e particularidades,
apresentar como essa prática é aplicada no mercado empresarial, sob quais condições ela
funciona e relatar a importância de se usar a logística como uma ferramenta para ajudar a
promover o bem estar pessoal e empresarial.
No segundo capítulo mostraremos as estratégias usadas pelas empresas para implantar e
promover o uso da logística reversa, a força da legislação ambiental para o uso dessa prática
ambiental, a política reversa e o ganho ambiental e a fidelização dos clientes sendo uma das
questões dessa política, como a logística reversa é usada como uma nova ferramenta de
relacionamento e comunicação, reciclagem e sustentabilidade ambiental e as principais empresas
que investem na logística reversa.
No terceiro capítulo iremos abordar os casos práticos de gestão da logística reversa e as empresas
que investem nessa ferramenta que é sustentável e ecologicamente correta.
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CAPÍTULO I – LOGÍSTICA REVERSA
1.0 LOGÍSTICA REVERSA UMA NOVA PRÁTICA EMPRESARIAL
No cenário atual dos negócios, é comum observar que as empresas investem, cada vez mais, na
política socioambiental para promover sua preocupação e preservação do meio ambiente perante
o mercado em que ela atua seja como prestadora de serviços ou consumidora, a política
ambiental não é mais uma questão de luxo, pois com o avanço da poluição nos solos, água e com
o perigo latente da vida no planeta terra daqui alguns anos ser extinta, atualmente essa
preocupação com o meio ambiente é uma questão exigida como fator motivador para
preservação da vida em nosso planeta, a logística reversa aparece como gerenciadora na
orientação da melhor forma do uso dos recursos naturais pelo homem, recapturando o valor ou
realizando descarte adequado dos produtos utilizados na linha de produção industrial e
comercial, promovendo assim o desenvolvimento do sistema sócio – econômico de forma
sustentável para o nosso planeta. Nesse sentido, justifica-se, no curso de administração de
empresas, a realização de uma pesquisa sobre um tema atual, que representa uma característica
gerencial no mercado empresarial seja Brasileiro ou mundial. (LEITE, 2003).
1.1 LOGÍSTICA REVERSA: UM BREVE HISTÓRICO
Logística reversa como é mais conhecida no mercado empresarial, é a área da logística que trata
dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo ou
descarte. A principal preocupação da logística reversa é o de atender aos princípios de
sustentabilidade ambiental e o da produção limpa, onde a responsabilidade com o meio ambiente
é a principal preocupação e por isso a logística reversa tenta criar novos mecanismos para
gerenciar e controlar a poluição e aumentar cada vez mais o ciclo de vida útil e reutilização dos
produtos e insumos. (LEITE, 2003).
Atualmente o consumismo mundial tem impulsionado a produção em massa pelas empresas, por
isso que nesse dado momento surge à preocupação em cuidar do lixo gerado por essa produção
em massa, que acaba assim obrigando as empresas a guardarem uma boa parte de seus ativos
para programas ambientais, e isso atualmente acontece dentro de uma escala empresarial global
para motivar à despoluição do meio ambiente, em meio a esse fato a logística reversa surge como
uma nova técnica para controlar e gerenciar todo esse processo que vai da produção até a saída
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dos materiais das empresas para a entrega do produto final e a volta dos mesmos através da
reciclagem feita para que haja reutilização das matérias - primas envolvidas no processo de
fabricação de produtos, havendo assim um processo cíclico e renovável desses materiais.
(LEITE, 2003).
Na maioria dos casos os resíduos ou lixos de maiores pesos que são lançados no meio ambiente
são de empresas basicamente que operam no ramo químico, industrial logístico ou até mesmo
pelos armazéns que servem de depósito para armazenar matérias – primas e materiais acabados
em geral. (LEITE, 2003).
Foi então a partir desse momento que nasce essa nova técnica de gerenciamento da cadeia de
produtos e materiais, que utiliza os preceitos básicos do sistema de gestão ambiental e do
controle de qualidade para reduzir custos e amenizar a poluição em nosso planeta e agregar valor
ao produto.
1.2 A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA
A questão ambiental tem sido um dos temas mais debatidos no atual cenário mundial e a
relevância deste tema ganha nova dimensão, porque através do aumento cada vez maior de
efeitos poluentes está em constante crescimento em nosso planeta. (LEITE, 2003).
Ações de incentivo a preservação do meio ambiente, antes adotadas de forma isolada, hoje se
transformaram em leis e normas aplicadas de forma rigorosa em todos os setores, com o objetivo
de minimizar os efeitos das ações poluentes, que hoje representam uma ameaça aos atuais estilos
de vida, a produção, e às sociedades futuras Um dos desafios para se alcançar um ambiente
sustentável é encontrar soluções para problemas relacionados à crescente poluição e a escassez
dos recursos naturais. (LEITE, 2003).
A crescente conscientização da sociedade tem levado as empresas a se adequarem a padrões
ambientalmente menos agressivos, com o emprego de tecnologias limpas, sistemas de gestão
ambiental e princípios de responsabilidade social, entre outros instrumentos. Neste contexto a
logística reversa surge como elemento fundamental para auxiliar a aplicação das avaliações de
ciclo de vida dos produtos e os projetos para o meio ambiente de forma sustentável. (LEITE,
2003).
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Portanto a logística reversa se insere como fator de vantagem competitiva, nos diversos
meios corporativos, além de divulgar a responsabilidade social das empresas perante o
mercado em que ela atua seja como vendedora ou consumidora de produtos ou serviços
(LEITE, 2003, P.23).
A importância da logística reversa na elaboração das análises do ciclo de vida dos produtos,
detectando gargalos de relevância ambiental em todas as etapas do ciclo de vida dos produtos, da
manufatura à pós-utilização, e opções tecnológicas mais adequadas, tem possibilitado a redução
dos materiais utilizados na produção e a concepção de produtos com possibilidade de reuso após
o término de sua vida útil, e reaproveitamento mais eficiente de seus componentes e materiais.
A logística reversa aparece como mediadora na orientação da melhor forma do uso dos
recursos naturais pelo homem, recapturando o valor ou realizando descarte adequado de
produtos, promovendo assim o desenvolvimento do sistema socioeconômico de forma
sustentável (LEITE, 2003, P.28).
Estamos, portanto, diante de uma nova tendência, onde às empresas, para permanecerem no
mercado, precisão atualizar-se na busca de novas alternativas para a redução nos impactos
ambientais de seus processos e produtos, considerando desde os insumos ou materiais, e
energéticos da produção até o reaproveitamento e a disposição final dos resíduos e dos próprios
produtos acabados.
A logística reversa então insere nesse contexto global uma visão ampla sobre os cuidados que as
empresas devem ter em suas operações, e assim se preocupando e investindo em processos que
permitam o aumento da vida útil das matérias-primas, insumos, materiais e utilizando
combustível renovável em seus processos, a fim de terem um processo produtivo eficaz e
ambientalmente correto e responsável com o meio ambiente e a sociedade.
Mais ainda faltam muitas coisas para o completo desenvolvimento da logística reversa porque
para se implantar esse sistema ainda é um pouco caro e leva tempo, e ainda é preciso ter uma
consciência mutua da população e das empresas em geral para que isso aconteça. (LEITE, 2003).
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Porque a principal lógica dessa atividade gerencial é o ressuprimento e reaproveitamento de
peças e materiais líquidos ou não envolvidos nesses processos de produção, além disso, a
logística reversa se alia à gestão ambiental e ao sistema de gestão de qualidade, procurando
assim agregar valor à produção e consequentemente ao produto final.
E a logística reversa tenta conscientizar a responsabilidade ambiental dentro das empresas dentro
de uma escala global, adotando políticas que possam beneficiar cada vez mais o meio ambiente e
assim evitar acúmulo de lixo e desperdício seja por recursos naturais ou materiais. Pequenos
exemplos disso para termos uma vaga ideia do que seria a logística reversa para a melhoria e
redução de consumo no mundo, matéria-prima: cada quilo de alumínio reciclado é poupado
cinco quilos de bauxita (minério bruto no qual se produz o alumínio), economia de energia: a
reciclagem da lata de alumínio é poupada 95%da energia na sua produção primária, tudo isso
acarretaria em menos custo para as empresas e consequentemente menor poluição em nosso ar,
solos rios e lagos e contribuiria para uma produção responsável e saudável para o nosso planeta,
fazendo assim um dia a dia melhor e de forma sustentável para nossa população mundial.
(LEITE, 2003).
Nesta perspectiva os princípios da logística reversa, junto com a análise de ciclo de vida
e o projeto para o meio ambiente, se tornam fundamentais para a permanência das
empresas em um cenário cada vez mais restritivo do ponto de vista ambiental e das
políticas sociais. (LEITE, 2003, P.35).
Logística reversa é um termo bastante genérico, significa que todas as operações relacionadas
com a reutilização de produtos e materiais. A Logística reversa se refere a todas as atividades
logísticas de coletar, demonstrar e processar produtos ou materiais usados a fim de assegurar
uma recuperação sustentável ao meio ambiente.
O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem
eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoques em processo, produto acabado e
informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o
objetivo de atender aos requisitos do cliente. (LEITE, 2003, P.41).
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A logística reversa é a área da logística empresarial que tem a preocupação com os aspectos
logísticos do retorno ao ciclo de negócios ou produtivo de embalagens, bens de pós- venda e de
pós-consumo, agregando-lhes valores econômicos, ecológicos, legais, logístico, de imagem
corporativa, entre outros. (LEITE, 2003).
Trata-se do processo de planejamento, execução e controle do fluxo de matérias-primas, do
estoque do material em elaboração, dos produtos acabados e da sua informação desde seu início
até a adequação às necessidades e exigências do cliente, com o objetivo de recapturar valor ou
realizar um descarte adequado, Os processos de logística reversa têm trazido consideráveis
retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens
retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em
desenvolvimento e melhoria nos processos de logística reversa.
Nos últimos anos, a logística reversa experimentou uma grande transformação, deixando de ser
uma área apenas operacional para se transformar em uma área de estratégia empresarial. O
escopo da logística reversa tem sido ampliado para além da visão de operações logísticas de
retorno de produtos de pós venda e de pós-consumo, embora às vezes sejam decisivas e de maior
importância para uma visão mais holística. (LEITE, 2009).
A importância econômica da distribuição, seja sob o aspecto operacional da distribuição física,
revela-se cada vez mais determinante às empresas, tendo em vista os crescentes volumes
transacionais e a necessidade de se ter o produto certo no local e tempo certo, atendendo a
padrões de níveis de serviço diferenciados. (LEITE, 2009).
A logística reversa envolve os mesmos elementos encontrados na logística direta armazenagem,
transporte, estoques, fluxo de materiais, nível de serviço, sistemas de informação, Portanto o seu
serviço logístico deve ser bem estruturado, pois falhas no processo podem acarretar custos de
ordem financeira e de imagem corporativa.
Por traz do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o do ciclo de vida. A
vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua entrega ao cliente.
Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam e deve retornar ao seu ponto de
origem para serem adequadamente descartados, reparados ou reaproveitados.
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Antes da abordagem referente aos fatores críticos para o bom desempenho da logística reversa,
as empresas devem evitar a ocorrência de retornos não planejados. Para que se tenha algum
controle sobre retornos não planejados, muitas medidas podem ser tomadas, desde testes para
garantir a qualidade dos produtos, passando por uma estrutura mais avançada de serviço, até
mesmo o estabelecimento de políticas de retorno com os distribuidores (LEITE, 2009).
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é o tempo de ciclo do material, que inclui
desde a identificação da necessidade de reutilização até o seu reprocessamento. Sabe-se que, se
os tempos de ciclos forem muito longos, eles acabam por adicionar custos desnecessários porque
atrasam a geração de caixa e ocupa espaço de armazenamento; Do ponto de vista financeiro, fica
evidente que além dos custos de compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem e
estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui também outros custos que estão relacionados a
todo o gerenciamento do seu fluxo reverso, Do ponto de vista ambiental, esta é uma forma de
avaliar qual o impacto que um produto sobre o meio ambiente durante toda a sua vida. Esta
abordagem sistêmica é fundamental para planejar a utilização dos recursos logísticos de forma a
contemplar todas as etapas do ciclo de vida dos produtos (LEITE, 2009).
Neste contexto, podemos então definir logística reversa como sendo o processo de planejamento,
implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados
e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de
recapturar valor ou realizar um descarte adequado.
A Logística Empresarial tem por objetivo desenvolver um conjunto de atividades logísticas que
resultará no maior retorno possível sobre o investimento ao longo do tempo. Há duas dimensões
dessa meta sendo primeiro o impacto do projeto do sistema logístico na contribuição para a
receita e segundo o custo do projeto do sistema logístico. (LEITE, 2009).
Existe também a importância econômica na distribuição, seja sob o aspecto concreto operacional
que se revela cada vez mais determinante às empresas, tendo em vista os crescentes volumes de
negociação dos produtos e a necessidade de se ter o produto certo, no local e tempo certo,
atendendo a padrões de níveis diferenciados.
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Existem canais de distribuição reversos de bens e pós-consumo e reversos de pós venda.
Os de pós-consumo são constituídos de diferentes formas de processamento e de
comercialização dos produtos ou de materiais constituintes, desde sua coleta até a sua
reintegração ao ciclo produtivo como matéria prima secundária. (LEITE, 2009, P.15).
A logística reversa de pós-venda trata do fluxo logístico e das informações correspondentes, sem
uso ou com pouco uso, que são devolvidos. Nessa categoria incluem-se erros nos
processamentos dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas no funcionamento
do produto, avarias no transporte, mercadorias em consignação, liquidação de estação de vendas,
pontas de estoque, E Trata de produtos que podem retornar ao ciclo de negócios agregando valor
comercial, serem enviados à reciclagem ou para um destino final na impossibilidade de
reaproveitamento.
E os bens industriais de pós-venda que, por diversos motivos, retornam a cadeia de suprimentos,
sendo reintegrados ao ciclo de negócios por meio de uma diversidade de comercialização e de
processamentos. A Logística reversa de pós-consumo operacionaliza o fluxo físico e as
informações correspondentes de bens de consumo descartados pela sociedade, em fim de vida
útil ou usados com possibilidade de reutilização, e resíduos industriais que retornam ao ciclo de
negócios ou ao ciclo produtivo pelos canais de distribuição reversos específicos. Esses produtos
de pós-consumo poderão originar-se de bens duráveis ou descartáveis que poderão sofrer reuso
normalmente em mercado de segunda mão até atingir o fim da vida útil, Desmanche após o
produto ser desmontado, componentes poderão ser aproveitados ou remanufaturados, e
reciclagem onde os materiais constituintes são reaproveitados e se constituirão em matérias-
primas secundárias retornando ao ciclo produtivo. No caso de não haver nenhuma dessas
possibilidades mencionadas, o produto deverá ter um destino final em aterros sanitários, lixões
ou sofrerem incineração. (LEITE, 2009).
Logística reversa de embalagem, apesar de se enquadrar na logística reversa de pós-venda ou
pós-consumo, sua importância faz com que seja classificada numa categoria separada. Com a
distribuição a mercados cada vez mais afastados, verifica-se um incremento com gastos de
embalagem o que repercute no custo final do produto dependendo do tipo de produto e de
distribuição têm-se a embalagem primária, secundária, terciária, quaternária, e a de quinto nível
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que é a unidade conteinerizada ou embalagens especiais para envio à longa distância. Existe uma
tendência mundial de se utilizar embalagens retornáveis, reutilizáveis ou de múltiplas viagens,
tendo em vista que o total de resíduos aumenta a cada ano, causando impacto negativo ao meio
ambiente. Existem ainda alguns casos típicos de cada categoria de distribuição reversa citada nos
setores como os de leilão de empresas, Canal Reverso de Reuso, E-commerce e Lojas de Varejo
Canal Reverso de pós–venda e embalagens descartáveis canal reverso de pós – consumo. (LEITE,
2009).
As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as
empresas justificando os investimentos realizados e estimulando novas iniciativas, mas que a
maior ou menor eficiência do processo de logística reversa dependerá de como este é planejado e
controlado. (DONATO, 2008).
São identificados alguns fatores críticos a seguir que contribuem positivamente para o
desempenho do sistema de logística reversa são eles:
Bons controles de entrada: significa identificar corretamente o estado dos materiais que retornam
para que possam seguir o fluxo reverso correto: revenda; recondicionamento; reciclagem; ou
descarte. Quando a identificação não é feita corretamente pode gerar retrabalho ou atritos entre
fornecedores e clientes pela falta de confiança em relação às causas dos retornos.
Processos padronizados e mapeados: a logística reversa não deve ser tratada de forma esporádica,
e sim regular, sendo que seus processos devem ser corretamente mapeados e os procedimentos
formalizados a fim de que se possa ter controle e obter melhorias.
Tempo de ciclo reduzidos: refere-se ao tempo entre a identificação da necessidade de reciclagem,
disposição ou retorno de produtos e seu efetivo processamento ciclos longos atrasam a geração
de caixa para a empresa além de ocupar espaço de estoque entre outros aspectos; Sistemas de
informação: é um grande desafio para as empresas construir ou adquirir sistemas de informação
que tenham a capacidade de rastreamento de retornos, medição dos tempos de ciclo e medição do
desempenho de fornecedores disponibilizando informações para negociação, melhoria de
desempenho e identificação de abusos dos consumidores no retorno de produtos; Rede logística
planejada: assim como no processo logístico direto, a implementação da logística reversa
demanda uma infraestrutura logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais
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usados e fluxos de saída de materiais processados e Relações colaborativas entre clientes e
fornecedores: como existe uma série de devoluções que são feitas em função de produtos
danificados, é necessário uma relação de confiança e colaboração entre varejistas e indústrias, a
fim de que ninguém se sinta lesado na transação. (DONATO, 2008).
Atualmente, é impossível ignorar os reflexos que o retorno dessas quantidades crescentes de
produtos de pós-venda e de pós-consumo causa nas operações empresariais. O retorno de
produtos de pós venda em grande quantidade precisa ser equacionado, sob pena de interferir nas
operações e na rentabilidade das atividades da empresa, Não menos importante, as crescentes
quantidades de produtos de pós-consumo, ao esgotar os sistemas tradicionais de disposição final,
se não equacionadas, provocam poluição por contaminação.
É apresentado um demonstrativo de crescimento excepcional de produção de alguns
produtos, a exemplo do que ocorre atualmente em virtude de um crescimento
econômico. Essas quantidades comprovam as preocupações com relação ao
equacionamento do retorno de quantidades cada vez maiores, tanto de produtos de pós
venda como de pós – consumo. (DONATO, 2008, P.23).
Recentemente foi constatada a importância de se implementar a Logística reversa, como
consequência do crescimento dos volumes transacionados nestes últimos anos, com a difusão de
ideias, melhor compreensão dos seus objetivos e estratégias, bem como novas oportunidades
empresariais para os agentes das cadeias de suprimento.
Em 2003 mais de 80% dos operadores logísticos ofereciam serviços de Logística reversa,
revelando crescimento acentuado de interesse diferente entre os ciclos de negócios. (DONATO,
2008).
Nasce então perspectiva estratégica e Operacional. A estratégica refere-se a decisões de logística
reversa no macro ambiente empresarial constituído pela sociedade e comunidades locais,
governos e ambiente concorrencial, Leva em consideração as características que garantirão à
competitividade e sustentabilidade as empresas nos eixos econômicos e ambientais por meio de
diversificação nos objetivos empresariais com a recuperação de valor financeiro, prestação de
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serviços, mitigação de riscos ou reforço de imagem de marca e demonstração de
responsabilidade empresarial. (DONATO, 2008).
A perspectiva operacional envolve o uso das principais ferramentas da logística aplicada, como
característica do produto logístico em seus aspectos de relevância para as operações logísticas,
definições operacionais, localização de origens e destinos, transporte, armazenagem, gestão de
estoques, sistema de informação, dentre outros. (DONATO, 2008).
A Logística reversa utiliza de meios de sistemas operacionais diferentes, do qual em cada
categoria de fluxos reversos, tem como objetivo tornar possível o retorno dos bens ou de seus
materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios. Agrega valor de econômico, de serviço,
ecológico, legal e de localização ao planejar as redes reversas, operacionalizar o fluxo, desde a
coleta dos bens de pós-consumo e venda por meios de processamento logísticos de consolidação,
separação e seleção, até a reintegração ao ciclo.
Os processos de logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas, o
reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que
estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos
processos de logística reversa. Também não podemos ignorar os custos que o processo de
logística reversa pode acarretar para as empresas, quando não é feito de forma intencional, isto é,
percebemos que a logística reversa é utilizada em prol da empresa, transformando materiais, que
seriam inutilizados, em matéria-prima, reduzindo assim, os custos para a empresa. (FLEURY,
2007).
Mas o contrário também pode acontecer, e notamos com mais frequência, isto é, materiais que
voltam aos seus centros produtivos devido às falhas na produção, pedidos emitidos em desacordo
com aquilo que o cliente deseja, troca de embalagens, Este tipo de processo reverso da logística
acarreta custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que processos como
armazenagem, separação, conferência e distribuição serão feitos em duplicidade, e assim como
os processos, os custos também são duplicados, Na gestão logística utiliza-se diversos
indicadores de custos que variam entre empresas, como os custos controláveis, de oportunidade,
irrecuperáveis, metas, melhorias e outros que podem ser utilizados da mesma forma nas
operações de logística reversa. (FLEURY, 2007).
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Na logística reversa as empresas passam a ter responsabilidade pelo retorno do produto à
empresa, quer para reciclagem, seja para descarte. Seu sistema de custeio deverá, portanto, ter
uma abordagem bastante ampla, como é o caso do custeio do ciclo de vida total, este sistema
permite aos gerentes administrar os custos do início ao fim. (FLEURY, 2007).
Talvez por seu desenvolvimento recente, as empresas tentam aproveitar-se da estrutura de
logística para tentar abraçar os controles necessários ao bom desenvolvimento da logística
reversa. Os tipos de controle, no entanto, são bem distintos, já que os dois processos também são
As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as
empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de
materiais para produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas.
Além disto, os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de logística reversa
podem produzir também retornos consideráveis, que justificam os investimentos realizados, Os
fatores Econômicos, Tecnológicos e Logísticos são os que garantem interesses satisfatórios
implicando em níveis mais altos de organização nas cadeias reversas. (FLEURY, 2007).
E o grande impacto gerado para a implantação da logística reversa nas empresas e a gestão do
tratamento de resíduos sólidos gerados, foi aprovada em 2 de Agosto de 2010 através da Lei nº
12.305/10, em linhas gerais, ela obriga todas as companhias a montar um esquema para recolher
e dar destino correto aos insumos gerados por sua atividade. Em outras palavras, a chamada
logística reversa. No capítulo II, veremos todas as empresas que investem na gestão e a prática
da logística reversa.
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CAPÍTULO II – PRINCIPAIS EMPRESAS QUE INVESTEM NA LOGÍSTICA
REVERSA.
2.0 LOGÍSTICA REVERSA OU DEVOLUÇÃO
A legislação Ambiental, que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar do
tratamento necessário, Redirecionamento ao fluxo por canal Estoque, Fornecedores, Fabricantes,
Assistência Técnica, Leilões e Descartes, Do ponto de vista financeiro: redução dos custos
relacionados à compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, de reuso e
descarte, Do ponto de vista ambiental: diminuição dos impactos ambientais causado pela
descartabilidade em virtude do excesso de produtos no mercado, Do ponto de vista social:
responsabilidade social, novas atividades econômicas, novos postos de trabalho mercado
secundário de reciclagem, nova renda familiar, melhora na imagem institucional às empresas que
dela fazem uso. (FLEURY, 2007).
Na verdade todas as empresas trabalham com o conceito de logística reversa, porém nem todas
encaram esse processo como parte integrante e necessária para o bom andamento ou para
amenizar o aumento nos custos das empresas. Apenas utilizam o processo e não dispensam
maior importância e nem investem em pesquisas para o mesmo. Uma empresa que recebe um
produto como fruto de devolução por qualquer motivo já está aplicando conceitos de logística
reversa, bem como aquela que transporta estes materiais utilizando a logística reversa.
(GURGEL, 2006).
Esse interessante processo pode ser visto pelas empresas transportadoras com enfoques
diferentes, ou seja, para algumas, esse processo trará benefícios diversos, a começar pela redução
de custos, tratando esta logística como mais um fator de lucro, enquanto que para outras pode ser
um grande problema, pois representa custos que precisam ser controlados, na verdade ela esta
tratando esta etapa, meramente como mais uma devolução, Pois a Logística é um processo que
pode ser dividido em várias etapas; envolve compra e venda devolução de mercadoria por
motivo de desistência ou de defeito e, finalmente, se preocupa com o destino de um produto ao
final de sua vida útil, A preocupação da logística reversa é fazer com que esse material, sem
condições de ser reutilizado, retorne ao seu ciclo produtivo ou para o de outra indústria como
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insumo, evitando uma nova busca por recursos na natureza e permitindo um descarte
ambientalmente correto. Parece simples e inteligente, mas o processo ainda não funciona bem.
Nos Estados Unidos, as pessoas normalmente têm duas ou três garagens em casa, sendo uma
delas desviada de sua função principal: vira depósito de entulhos. Boa parte dele é formada por
equipamentos velhos e sem uso que estão abandonados, mas guardados porque não se sabe o que
fazer com aquilo. Os gastos do país com logística reversa de mais de US$ 750 bilhões por ano,
mas que afirma, categoricamente, que as empresas não prestam muita atenção nisso,
especialmente porque não têm consciência de quanto dinheiro poderia ser economizado com a
adoção da prática, Ser ambientalmente correto afeta a satisfação do cliente. Se você não faz
porque é ambientalista, faça pelo lucro e pela imagem corporativa. O que é lixo, hoje, pode valer
dinheiro se for bem empregado no futuro. (GURGEL, 2006).
Mas além do desconhecimento do assunto, existe ineficiência na própria implementação da
logística reversa, que exige, de fato, uma estrutura complexa para recolher, armazenar e tratar
resíduos e um investimento inicial alto, E quais são as ferramentas usadas para medir a eficiência
da logística reversa? Se você não sabe mensurar, como vai falar que tem um problema?, Se não
sabem muito bem como executar o processo, por isso, eles devem ser educados sobre os valores
recuperados, pela própria cultura da empresa. (GURGEL, 2006).
Logística reversa é a estratégia que vai permitir um aumento de participação da empresa no
mercado a partir de um programa de conscientização e a destinação ambientalmente adequada de
um produto pode trazer, a esse consumidor, o entendimento sobre uma marca muito mais
responsável e direta do que qualquer comercial. É uma aposta no consumo consciente, Esse é
outro ponto fundamental, Além da responsabilidade dos fabricantes ao se desfazerem daquilo
que criaram com o menor impacto para o meio ambiente, é preciso haver o compromisso dos
clientes em fazer a melhor compra e não se guiar apenas pelo menor preço.
Pois a logística reversa começa no momento em que o produto é produzido, se estende ao ato da
compra e reinicia o ciclo quando é devolvido como matéria-prima para ser reinserido. Há
inúmeras empresas que diminuíram o tamanho das embalagens de seus produtos sem afetar seu
conteúdo para gerar menos lixo, que montam os equipamentos que comercializam pensando na
facilidade que terão em desmontá-los para reciclá-los depois e claro que procuram utilizar
materiais reciclados e, principalmente, recicláveis em sua confecção. (MOREIRA, 2006).
22
Alguns supermercados como Wal-Mart e Pão de Açúcar buscam incentivar o maior consumo de
produtos com algum diferencial de sustentabilidade e a não utilizar sacolas plásticas. Essas são
iniciativas de conscientização mais difundidas no país e que começam a funcionar, embora a
maioria dos clientes ainda escolha a embalagem maior, mais bonita e que for mais conveniente
para o bolso. (MOREIRA, 2006).
Quando o assunto são os eletroeletrônicos, entram em cena outros elementos e o preço pesa cada
vez mais, por se tratar de produtos mais caros, mas que podem ser facilmente adquiridos em
locais impróprios. O mercado negro, que comercializa todo tipo de máquinas ilegalmente, é
constantemente alimentado por consumidores que buscam por valores mínimos e é aí que reside
um grande nó da logística reversa. Em alguns países estrangeiros como Alemanha e Japão, a
ideia de colocar o que não serve mais na calçada funciona.
No Brasil, ações institucionais para recolher equipamentos encalhados em casa e abandonar o
que quer que seja na rua é um estímulo para que, aqueles que compraram sua máquina digital e
seu pen drive em camelôs, que continuem a fazê-lo. Afinal, é assim que um produto falsificado
ou, no mínimo, importado irregularmente e a responsabilidade de se livrar dele deixam de ser do
fabricante, que não sabe do paradeiro do seu produto original; do vendedor que é um trabalhador
informal e não oferece garantia e do consumidor que não tem a quem recorrer. (MOREIRA,
2006).
Em caso de falsificação a situação fica ainda pior porque não há preocupação com o tipo de
material utilizado nem uma fábrica que seja oficialmente responsável por nada nesse processo
em que não existe educação ambiental. E como se sente quem comprou com nota, pagou os
impostos, e utilizou a ferramenta legal? Geralmente, as pessoas se tornam conscientes ou
demovidas com as questões ambientais mais por pressão da mídia e da sociedade, mas quanto, de
forma efetiva, elas contribuem?, Por meio da coleta e da reciclagem. Os aterros, além de terem
um alto custo para os municípios, oferecem riscos à saúde, já que, com o tempo, os materiais se
desintegram e formam um caldo de metais pesados que contaminam as pessoas, especialmente
via lençol freático. (SLACK, 2002).
A questão do lixo eletrônico teve como marco uma pesquisa europeia realizada em 2002 que
avaliou cordões umbilicais para saber o nível de intoxicação da população. Foram encontradas
23
287 substâncias que não deveriam estar ali, sendo 180 cancerígenas e 217 maléficas ao sistema
nervoso. Boa parte desse problema estava ligada à incineração do lixo que despejava toxinas no
ar. A partir de então, lixo eletrônico passou a ser um tema levado mais a sério. Pois quem paga é
o poluidor, que se torna responsável pelo ciclo de vida, custo de coleta, tratamento e reciclagem
do produto sob pena de multas altas. (SLACK, 2002).
Outro fator preocupante é o fato de que o lixo eletrônico mundial soma quase 10 milhões de
toneladas por ano e tende a dobrar a cada dez anos, graças à vida útil cada vez menor dos
aparelhos e à cultura de consumo desenfreado. É claro que montar uma estrutura de logística
reversa exige uma injeção de recursos e a solução adotada por alguns países europeus foi taxar os
produtos eletroeletrônicos em seu preço final de forma que, quando a vida útil do produto esgotar,
esse valor pago a mais, que esteve aplicado durante esse tempo, financie o processo. Os produtos
quebrados e inservíveis dispostos no mercado também são recolhidos e tratados.
A verba vem de todo o mercado, cada empresa dá contribuições proporcionais ao seu Market
Share. Outras medidas são a inclusão de orientações sobre o descarte correto dos produtos nos
manuais de instrução.
No Brasil para colaborarmos de uma maneira significativa com essa ideia de gestão da logística
reversa que é mais genérica, e vai precisar ser regulamentada de setor por setor, Deverá ter uma
política nacional para tentar agregar os muitos projetos de lei voltados para sustentabilidade
espalhados pelo país para reunir diretrizes genéricas para sua implementação.
Se o governo quiser agregar essa mentalidade, deve privilegiar esse tipo de inibidor.
Conhecimento também é um nó. As próprias empresas não mapeiam muito bem quanto custa e
não estabelecem parâmetros, Uma brecha na legislação, é que ela imputa responsabilidade ao
fabricante, mas não cria de forma clara uma regra para quem importa e comercializa no país.
(BALLOU, 2009).
Existem várias diretrizes a serem seguidas, Programa de Substituição e Promoção de Acesso dos
Refrigeradores Eficientes, do governo federal, pretende substituir 10 milhões de geladeiras das
famílias de baixa renda em um prazo de dez anos. Além de estimular as remanufaturas, as
recicladoras e a logística reversa, a ação objetiva dar oportunidade às famílias que ganham até
24
dois salários mínimos por mês de terem seu primeiro refrigerador eficiente e ecológico, Existe o
componente ambiental e o social.
Estima-se que os gastos com chuveiro e geladeira somem cerca de 50% dos gastos com energia
elétrica nessas residências, Mais da metade dos produtos de Linha Branca (55%) são trocados ao
final de sua vida útil, alguns com eficiência energética ainda menor, continuam a ser utilizados.
Por isso, a intenção é estimular, por meio de propostas diferenciadas. Uma delas seria um
desconto significativo na hora de adquirir esse novo produto caso o cliente entregasse seu antigo
refrigerador para ser desmontado e reinserido no ciclo produtivo. (BALLOU, 2009).
A outra etapa do Programa, ainda sem previsão de início, será facilitar a compra dessas
geladeiras pelos aproximadamente três milhões de brasileiros que ainda não dispõem do
equipamento. Dessa forma, benefícios como o ganho no segmento alimentar e na saúde também
são esperados. Espera-se que os conjuntos de medidas recolham dez milhões de geladeiras,
eliminem cinco mil toneladas de CFC e economizem 1,6 bilhões de investimentos por pelo
menos 20 anos na construção de usinas hidrelétricas. (BALLOU, 2009).
Os clientes valorizam empresas que possuem políticas de retorno de produtos, pois isso garante-
lhes o direito de devolução ou troca de produtos, Este processo envolve uma estrutura para
recebimento, classificação e expedição de produtos retornados, bem como um novo processo no
caso de uma nova saída desse mesmo produto e dessa forma, empresas que possuem um
processo de logística reversa bem gerida, tendem a se sobressair no mercado, uma vez que estas
podem atender seus clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes. (BALLOU,
2009).
2.1 LOGÍSTICA REVERSA, QUESTÕES AMBIENTAIS E A SUA POLÍTICA APONTAM
PARA O GANHO AMBIENTAL E FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES.
Preocupadas com questões ambientais as empresas estão cada vez mais acompanhando o ciclo de
vida de seus produtos. Isto se torna cada vez mais claro quando observamos um crescimento
considerável no número de empresas que trabalham com reciclagem de materiais, um exemplo
dessa preocupação, É o projeto Replaneta, que consiste em coleta de latas de alumínio e garrafas
PET, para posterior reciclagem, e que tem como bases de sustentação para o sucesso do negócio
a automação e uma eficiente operação de logística reversa. (BALLOU, 2009).
25
As novas regulamentações ambientais, em especial as referentes aos resíduos, vem obrigando a
logística a operar nos seus cálculos com os custos e os benefícios externos. Em função disto,
entende-se que a logística reversa pode ser vista como um novo paradigma no setor, Porque a
logística verde ou ecológica age em conjunto com a logística reversa, no sentido de minimizar o
impacto ambiental, não só dos resíduos na esfera da produção e do pós-consumo, mas de todos
os impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos e o processo de logística reversa gera
materiais reaproveitados que retornam ao processo tradicional de suprimento, produção e
distribuição. (BALLOU, 2009).
O processo de logística reversa é composto por uma série de atividades que a empresa tem que
realizar para atendê-lo, como por exemplo, coletas, embalagens, separações, expedição até os
locais de reprocessamento desses materiais quando necessário, O processo de logística reversa
tem que ser sustentável, pois esse processo trata de questões muito mais amplas que simples
devoluções, os materiais envolvidos nesse processo geralmente retornam ao fornecedor, são
revendidos, recondicionados, reciclados ou simplesmente são descartados e substituídos.
(BALLOU, 2009).
A logística reversa deve ser concebida como um dos instrumentos de uma proposta de
produção e consumo sustentáveis, por exemplo, se o setor responsável desenvolver
critérios de avaliação ficará mais fácil recuperar peças, componentes, materiais e
embalagens reutilizáveis e reciclá-los. Esta etapa denomina-se aqui de logística reversa
para a sustentabilidade. (BALLOU, 2009, P.47)
Um conceito que já é realidade em muitas empresas do Brasil e tem ganhado espaço nos últimos
anos é o da logística reversa. Com o consumo exagerado de produtos de todas as espécies, torna-
se imprescindível criar alternativas para que haja o retorno dos bens usados ao ciclo produtivo
para a reciclagem, remanufatura ou para que seja dada a destinação correta. No Brasil, há
experiências relevantes de empresas que investem em gestão ambiental e acompanham o ciclo de
vida dos seus produtos. Outras têm desenvolvido iniciativas de logística reversa pós-venda,
garantindo maior fidelização com o cliente, Os ganhos dessas duas aplicações podem passar pela
melhoria da imagem, redução de custos em alguns casos, aumento da competitividade e até
aquisição da certificação ISO 14000 que engloba um conjunto de normas que estabelecem
diretrizes sobre a gestão ambiental dentro das empresas. Esse retorno ao ciclo produtivo pode se
26
nos dar mais diferentes tipos de produtos. Para exemplificar a produção exagerada de bens de
consumo que remete à necessidade de ações da Logística reversa. (BALLOU, 2009).
Uma empresa que investe na logística reversa pós-consumo é a Autoglass, distribuidora e
prestadora de serviços na área de vidros automotivos. Com sede em Vitória (ES) e 17 unidades
espalhadas por todo o Brasil, a Autoglass além de vender o produto, há cerca de um ano, executa
um mecanismo de coleta dos resíduos vidros quebrados para o encaminhamento à reciclagem.
Esse material é transformado em vasilhames, garrafas e frascos de perfume. (BALLOU, 2009).
O trabalho é realizado por meio do Instituto Autoglass Socioambiental de Educação. São
recolhidas cerca de 30 toneladas de material por mês. Há uma grande preocupação ambiental em
relação ao produto. Pois se chegar a um aterro sanitário, o vidro não degrada, o propósito é tratar
esse material e a empresa procura alertar o consumidor de que os resíduos gerados pelo carro
dele podem prejudicar mais o meio ambiente do que o CO2 que sai do escapamento.
A empresa alerta ainda que no momento da troca de bateria, pneu, óleo e filtros do automóvel, o
consumidor deve verificar se o prestador do serviço tem uma preocupação ambiental em relação
à destinação desses materiais. O principal ganho que a Autoglass tem com a logística reversa
pós-consumo se refere à imagem da empresa como proativa em relação ao meio ambiente.
Na área de logística reversa pós-venda, uma experiência que se destaca no Brasil é o serviço dos
Correios, que faz a captação de produtos devolvidos ao fabricante em função de algum defeito ou
desistência da compra, por exemplo. O trabalho dos Correios envolve tanto o consumidor final
como a empresa que vendeu o produto e seus parceiros. (BALLOU, 2009).
Atualmente, os Correios têm 2.000 empresas clientes que usam o serviço voltado para a
Logística reversa pós-venda. Em 2008, as encomendas somaram 1,6 milhão, gerando um
faturamento de R$ 37 milhões. Entre os produtos comercializados no e-commerce comércio
eletrônicos, por exemplo. Sendo assim o conceito da logística reversa voltada para o pós-venda
já está bem amadurecido no Brasil a reciclagem e reutilização de produtos têm crescido muito.
A fabricante de embalagens TETRAPAK é uma das empresas preocupadas com o ciclo final do
produto. Desde 1996, a companhia investe R$ 5 milhões por ano em projetos que visam restituir
o lixo pós-consumo. Este ano, a TETRAPAK completou 10 anos em projetos em escolas, tanto
27
públicas quanto privadas. Entre as ações feitas pela fabricante, está à educação ambiental do
cidadão, o trabalho realizado com cooperativas no qual a empresa fornece contatos,
direcionamentos, segurança e recicladoras locais, A empresa está otimista em relação à
responsabilidade estendida dos produtores e busca fomentar a educação das pessoas para que se
conscientizem da importância do assunto. (BALLOU, 2009).
2.2 LOGÍSTICA REVERSA: UMA NOVA FERRAMENTA DE RELACIONAMENTO
O crescimento da Gestão da logística reversa poderá melhorar o relacionamento da indústria e
varejo, o Brasil é atualmente o país que possui o maior índice de reciclagem de embalagens de
alumínio do mundo. Cerca de 87% de todas as latas consumidas no período de 2006 á 2008 cerca
de 9 bilhões de unidades foram reaproveitadas pela indústria. (BALLOU, 2009).
Esse é apenas um exemplo da importância e do potencial da reciclagem de materiais, sobretudo
embalagens de produtos de consumo papéis, plásticos, vidro, metais, borracha. Para a economia
e para as empresas esse é o motivo pelo qual o tema vem ganhando a atenção das empresas. A
logística tradicional está relacionada a fazer com que os produtos LATASC de cerveja e
refrigerante, Por exemplo, cheguem ao consumidor com o máximo de eficiência e ao menor
custo possível. Já a logística reversa, como o termo já diz, refere-se a fazer com que os resíduos
reaproveitáveis as latas de alumínio retornem à sua origem de modo eficiente e com baixo custo,
de forma a serem reciclados sob as mais diversas formas, Portanto quanto mais as empresas
investirem em logística reversa, mais o processo de reciclagem se tornará viável
economicamente como já ocorre com o setor de embalagens de alumínio e agregando valor ao
negócio principal da empresa. (BALLOU, 2009).
Ganhos financeiros e logísticos são apenas um dos benefícios que a logística reversa é capaz de
proporcionar. Somem-se também os ganhos à imagem institucional da companhia por adotar
uma postura ecologicamente correta, atraindo a atenção e preferência não só de clientes, mas dos
consumidores finais. Outro benefício igualmente importante, hoje praticamente ignorado pelas
empresas, mas que deve ganhar relevância nos próximos anos é o poder da logística reversa para
unir a indústria, o atacado e o distribuidor, o varejo e os demais elos da cadeia de abastecimento
em torno vantagens mútua. Um bom exemplo é o que reúne a TOMRA LATASA grande
28
fabricante de latas de alumínio, AmBev fabricante de cervejas e refrigerantes e Extra, uma das
principais redes de supermercados do Brasil. Em uma iniciativa conjunta, instalaram em diversas
lojas os replanetas, máquinas de autoatendimento que recebem latas e garrafas plásticas PET
para reciclagem. Ao depositar as embalagens usadas no replaneta, o consumidor recebe um
cupom referente ao valor do material, e que pode ser utilizado como pagamento nas compras.
(BALLOU, 2009).
Como se vê, com a preocupação cada vez maior pela preservação do meio ambiente, aliada com
a concorrência e a pressão por resultados e diferenciação no mercado, farão da logística reversa
uma ferramenta fundamental para as empresas. Tanto para aumentar o seu poder de competição
quanto à forma de melhor se relacionar com fornecedores, clientes e consumidores finais. O lixo
é ainda um problema que está longe de ser resolvido todos os dias nós consumimos, consumimos
e consumimos, Geramos lixo, separamos lixo, reciclamos parte e mesmo assim ainda é pouco
muito pouco, Nem todas as pessoas o separam e nem todas o reciclam. O modelo de
conscientização ambiental é fraco e ainda estamos muito longe de uma realidade sustentável, É
claro que possuímos grandes projetos e que em quase todas as áreas existe algum tipo de
aplicação verde, porém é basicamente muita filosofia, com muitas ideias no papel, conceitos e
alguns produtos voltados apenas para uma pequena elite, disposta a pagar mais caro, algumas
vezes por consciência, outras por status e às vezes também por modismo todas válidas, desde que
alcancemos nossa realidade ecológica. (BALLOU, 2009).
Nesse modelo todos ganham o consumidor é incentivado a ter uma responsabilidade social,
ganhando desconto para isso, redução na tarifa de taxa de lixo, os supermercados e indústrias
podem ter um abatimento de impostos, assim os descontos concedidos aos consumidores
permitem que eles consumam mais, e acima de tudo, reconheçam o esforço e responsabilidade
socioambiental da empresa, que gera uma incalculável fidelização dos clientes, E o governo
ganha apoiando iniciativas socioambientais, gasta menos com a coleta de material além de fazer
relações entre indústrias e supermercados. É claro que dentro desse modelo existem muitos
outros pontos a serem estudados, e processos a serem discutidos, pois é burocrático, Mas nós
temos que agir estrategicamente, criar tendências aqui dentro do nosso país, parar de esperar dar
certo ou surgir em outro lugar para depois implantarmos aqui. (BALLOU, 2009).
29
2.3 RECICLAGEM E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Nos tempos atuais, o termo sustentabilidade é repetido pela mídia que é praticamente impossível
encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar em meios de vida mais sustentáveis ou formas de
levar uma existência em acordo com o bem estar do planeta em que vivemos. Contudo, para
muitos o conceito de ser sustentável ainda é algo estranho e longe de suas realidades.
(BERTAGLIA, 2008).
Portanto sustentabilidade é um conceito sistêmico relacionado com a continuidade dos aspectos
econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Pode-se dizer que na prática,
esse conceito de sustentabilidade representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos
planetários naturais ou não de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio
ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que dele depende para existir.
(BERTAGLIA, 2008).
Mesmo nas atividades humanas altamente impactantes no meio ambiente como a mineração, a
extração vegetal, a agricultura em larga escala; a fabricação de papel e celulose e todas as outras,
a aplicação de práticas sustentáveis nesses empreendimentos; revelou-se economicamente viável
e em muitos deles trouxe um fôlego financeiro extra, As ideias de projetos empresariais que
atendam aos parâmetros de sustentabilidade começaram a multiplicar-se e a espalhar-se por
vários lugares antes degradados do planeta. A degradação do planeta ajudou muito a criar e a
fomentar uma consciência planetária de que algo deve mudar. Representa uma pressão constante
sobre as empresas e suas práticas de produção e de prestação de serviços. Criando nas empresas
a necessidade de adaptarem seus procedimentos ou de mudarem sua forma de agir de forma
drástica e rápida sob pena de verem suas vendas e seus lucros caírem vertiginosamente de forma
perigosa e arriscada, Esse novo comportamento acabou recebendo o nome de Sustentabilidade
Empresarial. (BERTAGLIA, 2008).
Valores de marca, preço, tecnologia e outros diferenciais competitivos tradicionais parecem não
ter a mesma força mercadológica de outrora em diversos segmentos empresariais, tornam-se
condições qualificadora de participação no mercado, traduzindo o que convencionou denominar
comotização dos mercados. Desta forma, as empresas acabaram definindo um conjunto de
30
práticas que procuram demonstrar o seu respeito e a sua preocupação com as condições do
ambiente e da sociedade em que estão inseridas ou aonde atuam.
As graves alterações climáticas, as crises no fornecimento de água devido à falta de chuva e da
destruição dos mananciais confirmam que, as empresas devem procurar mudar as suas atitudes,
visão, metas para mudarmos também a situação do planeta. Cientistas, pesquisadores,
empresários e membros de organizações não governamentais se unem, para discutir, levantar
sugestões e adotar ações que possam melhorar ou pelo menos, encontrar um ponto de equilíbrio
entre a manutenção do Meio Ambiente com o desenvolvimento industrial. (BERTAGLIA, 2008).
Para atribuir-se um controle maior e transformar essa preocupação num ponto de apoio ao
marketing dessas empresas, a BOVESPA criou há algum tempo um índice para medir o grau de
sustentabilidade empresarial das empresas, o I.S.E. – Índice de Sustentabilidade Empresarial, que
se tornou um importante fator para despertar o interesse de investidores nas ações de empresas
que possuem políticas claras de respeito à responsabilidade social de seus empreendimentos,
produtos e serviços. Atualmente existem trinta e duas empresas vinculadas ao índice.
(BERTAGLIA, 2008).
A sustentabilidade empresarial ainda não é um tema central em muitas empresas, Principalmente
em países como o nosso e nos países ricos, muitas corporações associam a ideia da
sustentabilidade empresarial a um aumento nos custos de operação e nos preços de venda; o que
provocaria um risco aos seus produtos e a sua penetração no mercado consumidor. No entanto,
aos poucos, essa visão vai sendo revertida pela conscientização cada vez maior dos
consumidores e a real pressão que esses grupos vêm fazendo sobre o mercado e,
consequentemente, sobre as empresas, cabe a cada um de nós, como consumidores atentos,
elevar o nível de pressão sobre essas empresas teimosas e deixar bem claro que ou elas mudam
sua forma de agir e controlam seus procedimentos produtivos e agem de forma mais sustentável,
ou seus produtos acabarão sendo deixados de lado e deixando de participar do mercado.
(BERTAGLIA, 2008).
A variável ambiental, tanto quanto a social, é introduzida na reflexão estratégica de empresas
líderes como um diferencial competitivo, por meio da percepção de que o posicionamento e o
reforço de sua imagem permitirão a perenização de seus negócios, Uma empresa como
31
sustentável sendo ainda um mistério para muitos, afinal de contas, Os produtos produzidos ou os
serviços prestados por essas empresas são ecologicamente corretos? É uma das perguntas a
serem feitas em caso de identificação se uma empresa é realmente sustentável ou não. Mesmo
que a empresa sustentável produza elementos que agridam o meio ambiente; é necessário levar-
se em consideração como ela trabalha para minimizar ou eliminar os impactos provenientes de
seu processo produtivo. (BERTAGLIA, 2008).
A partir desse momento as empresas começam a se preocupar com o Marketing Ambiental e
Reciclagem de produtos. Como exemplo o caso do Mc Donald’s no qual foi necessário mudar
parte de seus produtos, atitudes e objetivos para apresentar melhor a sua marca no mercado. Foi
utilizado relações de parceria e constituindo o verdadeiro reverso na Logística empresarial e o
modo de gerir suas operações que essas empresas líderes e de grande responsabilidade ética têm
obtido excelente, retorno mercadológico e de imagem corporativa, pela criação das redes de
distribuição reversas de bens duráveis ou de seus componentes e por meio de diferentes maneiras
de montagens das redes reversas, semiduráveis e descartáveis. (BERTAGLIA, 2008).
As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas
vezes não renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessita de tratamento
final, como aterramento ou incineração, O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais
que podem voltar ao estado original e ser transformado novamente em um produto igual em
todas as suas características. O conceito de reciclagem é diferente do de reutilização, O
reaproveitamento ou reutilização consiste em transformar um determinado material já
beneficiado em outro, Em outros casos, isso não acontece. A reciclagem do alumínio, por
exemplo, não acarreta em nenhuma perda de suas propriedades físicas, e esse pode ser reciclado
continuamente. (BERTAGLIA, 2008).
O projeto dos produtos é o momento ideal para a consideração de seus impactos e de seus
materiais constituintes no meio ambiente. O projeto das linhas de montagem permite grande
economia e diminuição dos impactos ambientais. Como exemplo é citado à redução de diferentes
tipos de plásticos para um único tipo na construção de computadores, dentre outros diversos
casos. Isso corresponde a desenvolver e a modificar produtos e serviços que satisfaçam às novas
exigências dos consumidores que passam a ter maior sensibilidade ecológica, Na extração e
revalorização do material visado do produto em condições econômicas e de acordo com as
32
especificações de qualidade necessárias para substituir as novas matérias primas nos processos
industriais. Nos ciclos reversos abertos, os materiais são extraídos de diferentes tipos de produtos,
enquanto no caso dos ciclos reversos fechados eles são retirados de determinado produto de pós-
consumo e reintegrados na fabricação e um produto similar. A primeira operação industrial
necessária é a separação do produto dos quais são extraídos os materiais de interesse. Em seguida,
é geralmente, utilizados processos térmicos para a extração de materiais visando o produto final.
E após toda essa separação e extração são necessários métodos industriais de purificação,
limpeza ou filtração, a fim de se tornarem material utilizável nas condições de qualidade exigida
pelo processo de fabricação de novos produtos. (BERTAGLIA, 2008).
Estimular o plantio de árvores, a reciclagem de lixo, a coleta seletiva, o aproveitamento de partes
normalmente descartadas dos alimentos como cascas, folhas e talos; assim como o
desenvolvimento de cursos, palestras e estudos que informem e orientem todos os cidadãos para
a importância da participação e do engajamento nesses projetos e nessas soluções simples para
fomentar a sustentabilidade e a conservação do meio ambiente. (BERTAGLIA, 2008).
33
CAPÍTULO III – EMPRESAS QUE MAIS INVESTEM NA GESTÃO E PRÁTICA DA
LOGÍSTICA REVERSA.
Mas, antes mesmo da vigência completa da lei, prevista para 2016, diversas empresas vêm
desenvolvendo mecanismos para obter dividendos da gestão correta de seus resíduos. E isso
inclui todos os setores. Do bancário à confecção, passando pelos fabricantes de eletroeletrônicos.
Mas sim de uma seleção de iniciativas voluntárias que surpreendem pela criatividade e pelo
compromisso com a sustentabilidade. Tanto do ponto de vista da gestão ambiental quanto
econômico.
3.0 EMPRESAS QUE CONTRIBUEM PARA A GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA COM
PROGRAMAS NOS QUAIS A IDEIA CENTRAL É A ECONOMIA DE ENERGIA, SÃO
ELAS:
A Seara indústria de alimentos, do grupo Marfrig, iniciou o processo de troca do combustível
utilizado em suas caldeiras industriais. Nas fábricas de Jacarezinho, (PR) e de Criciúma (SC), o
óleo BPF, derivado do petróleo, foi substituído por um óleo vegetal feito à base de resíduos de
soja.
Com isso, a empresa substituiu um combustível fóssil por outro renovável e ecologicamente
correto. A previsão é de que mais cinco plantas de São Paulo e de Mato Grosso do Sul passem a
utilizar o produto até o final de 2012. A velocidade da implementação do projeto nessas unidades
depende de dois fatores: encontrar os fornecedores adequados dos resíduos do grão e empresas
que transformem essa matéria-prima em bióleo.
Em mais de 50 plantas no Brasil e a maioria já utiliza soluções sustentáveis como combustível,
além da soja, biomassa de cana e de eucalipto são as outras fontes utilizadas. A empresa levou
um ano e meio para desenvolver a tecnologia do bióleo. (FERREIRA, 2012).
O McDonald's é uma rede de fast-food utiliza o mesmo óleo que frita as batatas, nuggets e
tortinhas para movimentar os veículos que levam os alimentos às unidades da rede em São Paulo.
Os Arcos Dourados, que controla a rede americana de lanchonetes na América Latina desde
2007, e sua operadora logística Martin-Brower passaram os últimos 18 meses desenvolvendo e
34
testando um projeto para reutilizar o óleo de fritura no transporte e permitir a economia de
combustíveis.
O projeto-piloto abrange dez unidades em São Paulo, abastecidas pelo centro de distribuição em
Osasco (SP), responsável por 70% dos insumos. Os parceiros são a Volkswagen e as fabricantes
de motores Cummins e MWM Internacional, que produziram quatro veículos com 20% de
biodiesel e um veículo capaz de rodar apenas com o combustível sustentável.
Após um ano de testes, a empresa verificou que os caminhões com 20% de biodiesel
consumiram apenas 5% mais do que os alimentados por diesel comum, Ficando dentro do
esperado porque, embora o biocombustível tenha menor poder calórico, por ser mais barato que
o diesel, ainda traz recompensa econômica.
O processo de transformação do óleo em biodiesel acontece em uma usina em Sumaré, no
interior de São Paulo. Com o projeto-piloto aprovado, a empresa estuda no momento a ampliação
da iniciativa.
Está sendo avaliadas quantas das 620 lojas da rede poderão adotar a prática e se ela será
expandida para o Nordeste, onde existe um centro de distribuição no Recife. No futuro, o
McDonald's pretende substituir, com biocombustível, dois milhões do total de cinco milhões de
litros anuais de diesel consumidos pelos caminhões da Martin-Brower. (FERREIRA, 2012).
A Monsanto, produtora de sementes e defensivos agrícolas se tornou sinônimo de alimentos
geneticamente modificados, já foi vista com desconfiança pelos ambientalistas, devido à
polêmica em torno dos transgênicos. Para reverter essa imagem negativa e revigorar sua marca, a
empresa americana resolveu apostar em práticas de logística reversa.
Um dos projetos nessa área utiliza um plástico reciclável, denominado Ecoplástica Triex,
proveniente de galões de defensivos agrícolas em parte das embalagens de 20 litros de sua linha
de herbicidas.
Com a utilização de cada embalagem, a Monsanto contribui para reduzir a emissão de 3,6 kg de
CO² na atmosfera, o que representa cerca de 45% menos na comparação com outros recipientes.
Por meio do processo de reciclagem e transformação, para cada 100 bombonas Ecoplástica Triex
fabricadas, duas árvores deixam de ser cortadas ou um barril de petróleo é economizado. A
economia gerada para a Monsanto chega a 13% nos custos de produção das embalagens, a
35
intenção agora é ampliar o uso do Ecoplástica Triex em recipientes de tamanhos variados. Para
isso, a empresa já trabalha na criação de novos moldes. (FERREIRA, 2012).
Souza Cruz indústria de fabricação de cigarros, em Uberlândia (MG) uma das duas unidades
industriais da empresa. Há cestos de lixo, mas o que eles coletam não é lixo. Não existe lixo, mas
um insumo que não foi aproveitado com a intenção de aproveitar ao máximo tudo o que entra na
empresa, a unidade iniciou em 2000 um programa para reciclar pó de fumo e outros resíduos
resultantes da produção do cigarro. Naquela época, eram enviados para o aterro sanitário 40%
dos resíduos.
No ano passado, o reaproveitamento foi de 99,6%, o que rendeu à unidade de Uberlândia o
prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro e uma economia de R$ 225 mil. Este ano, o
aproveitamento deve subir para 99,9%. Das 7.155 toneladas de resíduos, apenas 40 toneladas
devem seguir para aterros sanitários.
O resultado foi obtido por meio de uma parceria com a Conspizza, empresa de soluções
ambientais que recolhe materiais como pó de fumo, lodo do tratamento de esgoto, cascas de
lenha usadas na geração de vapor, sem custos para a empresa, e utiliza o material em usinas de
compostagem. (FERREIRA, 2012).
3.1 EMPRESAS QUE CONTRIBUEM PARA PRÁTICA DA GESTÃO DA LOGÍSTICA
REVERSA, CONTRIBUINDO COM PROGRAMAS QUE VISAM À REUTILIZAÇÃO DAS
EMBALAGENS, SÃO ELAS:
Pão de Açúcar empresa de varejo de supermecados do Brasil, o Pão de Açúcar foi um dos
pioneiros no Brasil no uso de práticas de sustentabilidade. Além dos chamados três RS reduzir,
reutilizar e reciclar a companhia colocou na equação mais três elementos: conscientizar, engajar
e educar.
A empresa elegeu três públicos-alvo para levar esta estratégia em frente, os clientes, os
colaboradores e os participantes da cadeia de valor, como fornecedores e provedores de soluções.
A rede varejista lançou oficialmente um programa no Dia do Meio Ambiente, destinado a
estimular os consumidores a reduzirem a utilização de sacolas plásticas em prol das retornáveis.
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A questão básica deste programa é a educação, Serão concedidos pontos a clientes que utilizarem
sacolas retornáveis, que poderão ser trocados por produtos.
O grupo também está investindo em projetos-piloto de energia alternativa para suas lojas, como
eólica e solar. Trata-se de um complemento ao bem-sucedido experimento com biomassa. Ao
todo, 56 lojas do supermercado Extra são alimentadas por energia negociada no mercado livre,
vinda de biomassa. (FERREIRA, 2012).
Natura líder no mercado brasileiro de cosméticos, Presente em mais de 15 países, com
faturamento de R$ 5,1 bilhões em 2010, a Natura é uma empresa conhecida por ter a
sustentabilidade em seu DNA. E uma das principais referências da empresa nessa área é o
programa de logística reversa, que compreende uma série de estudos e ações para monitorar o
ciclo de vida das embalagens recicláveis de seus cremes, xampus e maquiagens. O projeto
consiste em utilizar a logística já existente para retirar de circulação essas embalagens e materiais
de divulgação já usados, para encaminhá-los à reciclagem.
Criada em 2007, a logística reversa da Natura recolheu, em quatro anos, 500 mil toneladas de
resíduos em São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Esse programa faz
parte de uma série de ações para reduzir o impacto dos produtos ao meio ambiente.
Outro projeto importante é o Carbono Neutro, que tem como objetivo reduzir as emissões
provenientes das atividades em toda a cadeia de negócios da empresa. Desde 2001 é feito um
monitoramento a partir do método de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) dos produtos, que
permite quantificar e mensurar os impactos ambientais. Uma das principais iniciativas, fruto
desse programa, foi o desenvolvimento de embalagens de polietileno verde, produzido a partir da
cana-de-açúcar 100% reciclável. (FERREIRA, 2012).
A Novelis, empresa americana de laminados de alumínio, é hoje uma das maiores recicladoras de
latas de alumínio do Brasil. a companhia foi um dos principais motivos que levou
Pindamonhangaba (SP), onde está uma de suas unidades de produção de chapas e bobinas de
alumínio, a ser batizada de Capital Nacional da Reciclagem do Alumínio.
Esse processo é parte fundamental do modelo de negócios, e fácil de entender, o material
reciclado é reutilizado na produção e hoje essa matéria-prima já responde por 55% das vendas da
empresa. No País, a Novelis elevou sua capacidade de reciclagem do material de 80 mil
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toneladas anuais em 2008 para 200 mil toneladas em 2010, com investimentos de US$ 15
milhões no ano passado. O processo de reciclagem gera todo ano uma economia de energia de
300 MW, equivalente a uma usina hidrelétrica de médio porte. Atualmente, a companhia está
montando oito centros de coleta de materiais no Brasil. (FERREIRA, 2012).
O Boticário maior rede de franquias em perfumaria e cosméticos do mundo, conscientizar
vendedores, consultores e consumidores da marca sobre a importância da reciclagem das
embalagens dos produtos, impedindo o descarte na natureza, é a missão do Programa
Bioconsciência, colocado em prática pela empresa. Os consumidores levam as embalagens
vazias a um coletor, instalado no interior das lojas credenciadas. Esses resíduos são enviados a
empresas especializadas, que fazem a reciclagem da embalagem e sua reinserção como matéria-
prima em diversos ciclos produtivos. Além de reduzir o impacto ambiental, o programa também
beneficia comunidades que trabalham com reciclagem nas regiões de atuação da marca.
O estado campeão de recolhimento de embalagens é São Paulo. Antes de a Política Nacional de
Resíduos Sólidos entrar em vigor, O Boticário já havia implantado esse programa em 66% das
suas lojas. (FERREIRA, 2012).
Bombril é uma empresa brasileira do setor de higiene e limpeza doméstica, cujo principal
produto é uma lã de aço, que é utilizada como produto de limpeza, específico para panelas. O
gerenciamento dos resíduos sólidos é um dos temas mais importantes da política de gestão da
logística reversa da Bombril. Por isso, a companhia paulista participa ativamente do projeto Dê a
Mão para o Futuro, desde 2009.
A ação faz parte do Movimento Limpeza Consciente, promovido pela Associação Brasileira da
Indústria de Produtos de Higiene Pessoal (Abipla), que conta com mais de 20 parceiros, entre
pequenas, médias e grandes empresas. O projeto, que começou no Rio de Janeiro em 2008 e hoje
contempla também o Estado do Paraná, procura alternativas para equalizar as demandas
ambientais levando em consideração também os aspectos sociais e econômicos, por meio da
coleta das embalagens dos produtos, em parceria com cooperativas de catadores.
Enquanto as entidades ficam responsáveis pela capacitação das associações ou cooperativas de
catadores, o compromisso das prefeituras é implantar ou melhorar a coleta seletiva municipal. A
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iniciativa proporciona ainda o aumento da conscientização da população sobre a importância do
consumo responsável e da cooperação com a separação do lixo. (FERREIRA, 2012).
A Philips é líder dos mercados locais de eletroeletrônicos, eletrodomésticos portáteis, produtos
para cuidados pessoais e iluminação, a Philips do Brasil atua ainda nos setores de
telecomunicações, informática e equipamentos médico-hospitalares. Em 2008 a empresa decidiu
revisar todas as suas atividades de reciclagens de produtos de sua operação global. Como parte
dessa estratégia, criou um projeto para que os consumidores possam dar o destino adequado a
seus equipamentos inutilizados e, assim, contribuir para a redução do lixo eletrônico.
O programa está presente em mais de 30 países e consiste na coleta de todos os aparelhos da
Philips, como televisores, cafeteiras e aparelhos de vídeo, entre outros, que os consumidores
desejam aposentar. Chamado no Brasil de Ciclo Sustentável Philips, o programa começou com
uma fase piloto em Manaus, ainda em 2008, e foi expandido, em março de 2010 para 26 cidades.
O projeto funciona da seguinte forma: pelo telefone ou site da empresa, o consumidor descobre
onde há postos credenciados para coleta de equipamentos. Em seguida encaminha até um desses
locais o seu aparelho.
Os materiais recebidos são repassados à Oxil, parceira da Philips e responsável por desmontar e
definir o destino final das peças que não serão reaproveitadas. Em um ano, o Ciclo Sustentável
Philips coletou 130 toneladas de equipamentos, como TVs e liquidificadores. (FERREIRA,
2012).
3.2 EMPRESAS QUE ADERIRAM À PRÁTICA DA GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA
ATRÁVES DE PRÁTICAS DE RECICLAGEM SÃO ELAS:
Camargo Corrêa atua no ramo de engenharia, Construção, Cimento e Concessões de energia e
Transporte, em meio aos problemas enfrentados recentemente em um dos maiores canteiros de
obras do País, o da Usina Hidrelétrica de Jirau, localizada a 120 quilômetros de Porto Velho
(RO), a construtora Camargo Corrêa criou um plano de gerenciamento para controlar o descarte
do que é gerado pela construção da usina, que produz, em média, 90 toneladas de resíduos
sólidos por dia. Nesse volume estão restos de concreto, madeira, lixo comum, resíduos orgânicos
e metais, entre outros materiais. O concreto representa a maior quantidade: 33% do total, A
empresa investiu R$ 700 mil no plano de controle, manipulação e descarte desses materiais.
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Nesse valor estão incluídos treinamento de pessoal, compra de um britador de resíduos de
concreto, de um picotador de madeira e implantação de um incinerador para resíduos perigosos.
Com o gerenciamento total dos resíduos, já é possível prever uma economia de R$ 2,6 milhões
nos quatro anos da obra. (FERREIRA, 2012).
Vulcan é a maior produtora de filmes e laminados plásticos do Brasil, fornecendo matéria prima
para quase todos os segmentos industriais como: papelaria, automotivo, brindes, transportes,
decoração, moda, comunicação visual, engenharia, arquitetura e embalagem flexível e rígida.
Uma nova unidade industrial começou a funcionar no complexo da fabricante de produtos
plásticos Vulcan, no Rio de Janeiro. Trata-se da primeira fábrica de reciclagem da empresa, um
investimento de R$ 300 mil. A partir dela, as 50 toneladas de sobras das plantas da empresa no
Rio de Janeiro e em São Roque, no interior de São Paulo onde são fabricadas lonas para toldos,
entre outros itens, são recicladas e vendidas a produtores de calçados, que fabricam solas para
botas. No futuro, a Vulcan pretende desenvolver produtos a partir desses materiais. Estamos
desenvolvendo itens que possam ser feitos a partir da matéria-prima reciclada. (FERREIRA,
2012).
Renault montadora de automóveis francesa começa a colocar em prática no Brasil um modelo de
produção sustentável. O Renault Sandero é o primeiro veículo fabricado no País a receber o selo
Eco2, indicador criado pela empresa para identificar veículos ecologicamente responsáveis.
Para isso, o carro é fabricado com 46% de material reciclado, possui 25 quilos de fibras naturais
e dois quilos de plástico reciclado, o equivalente a 14% do total. Quando o Sandero não tiver
mais condições de ser utilizado, 97% dos materiais poderão ser reciclados. (FERREIRA, 2012).
Wtorre maior geradora de resíduos sólidos do País, a indústria da construção civil tem papel
singular na formação de uma nova consciência ambiental. E o programa de reaproveitamento de
refugos de obras da construtora WTorre tem feito escola. Um exemplo é o novo projeto do
Parque do Povo, em São Paulo. Degradado por 20 anos de ocupações irregulares, o parque de
112 mil metros quadrados foram revitalizados com entulho processado das obras da WTorre
Shopping Iguatemi. As novas pistas de caminhada, corrida e ciclismo e três quadras
poliesportivas foram construídas com 30 mil metros cúbicos de cimento aproveitado da estrutura.
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Parte do material também veio dos escombros de edifícios da Cracolândia, região que abrigava
drogados, no centro da capital paulista, demolidos pela prefeitura. A reutilização de resíduos de
obras é uma prática antiga nos canteiros da empresa. (FERREIRA, 2012).
Denovo fabricante de tecidos faz a união de garrafas PET com retalhos transformar-se em moda
para a empresa. Não há um único fio produzido pela empresa que não seja fruto de reciclagem.
Criada em 2009, a Denovo reutiliza, anualmente, 400 mil garrafas PET e 600 toneladas de sobras
de tecidos, compradas em outras tecelagens, para produzir suas malhas. Depois de coletadas, as
garrafas são higienizadas, moídas, derretidas e transformadas em poliéster.
O mesmo acontece com os tecidos, que viram fio novamente. A combinação de resistência e
elasticidade desse poliéster com a maciez do algodão proveniente dos retalhos compõe os tecidos
da Denovo. Reciclando resíduos, reduzimos o volume de lixo nos aterros sanitários,
economizando petróleo. (FERREIRA, 2012).
3.3 EMPRESAS QUE CONTRIBUEM PARA A GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA
ATRAVÉS DA PRÁTICA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÃO ELAS:
Ambev não é só com a venda de cervejas que a Ambev, donas das marcas Brahma e Antártica,
engorda seu caixa. No ano passado, 98,2% de todos os subprodutos gerados no processo de
fabricação de bebidas foram reaproveitados através da politica de gestão de logistica reversa. Na
ponta do lápis, a empresa gerou uma receita extra de R$ 80,3 milhões só com a política de
redução de impactos ambientais, como a reciclagem de garrafas PET.
No caso da água, que representa 95% da cerveja, os cuidados são ainda maiores. Todas suas 33
fábricas têm estações de tratamento de efluentes industriais, com capacidade para tratar até 240
mil metros cúbicos por dia. A Ambev lançou no ano passado, o Movimento Cyan. O projeto
começou com o trabalho de recuperação de nascentes da Bacia do Paranoá-Corumbá, no Distrito
Federal, com a participação das comunidades locais. Em São Paulo, a Ambev firmou parceria
com a Sabesp para criar uma espécie de programa de milhagem para os mais de 23,6 milhões de
consumidores da companhia paulista que economizarem água. (FERREIRA, 2012).
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White Martins é a maior empresa de gases industriais e medicinais da América do Sul, há algum
tempo atrás, o sicilicato de alumina, ou perlita, era o único resíduo industrial produzido na
unidade da White Martins no bairro de Cordovil, no Rio de Janeiro, que não era reciclado ou
reaproveitado. Hoje, o pó branco, um poderoso isolante térmico, deixou de ser refugo para se
tornar matéria-prima na empresa.
Nascido da iniciativa de funcionários, o projeto pioneiro da White Martins já reaproveitou 4,5
toneladas de perlita para reparos na fábrica. Os técnicos da empresa descobriram que, ao fim de
sua vida útil como revestimento de tanques criogênicos onde gases são armazenados a -196º C, o
material poderia ser usado como substituto da areia na fabricação de cimento.
Já são mais de 800 metros quadrados de calçadas e pavimentação refeitos com o concreto
perlítico, no reaproveitamento da perlita. Porque a remoção da perlita já era um procedimento
padrão e foi preciso apenas investir nos testes de resistência do novo tipo de concreto.
(FERREIRA, 2012).
A ArcelorMittal é uma grande siderúrgica produtora de aços em geral, a política de gestão de
resíduos valeu uma economia de R$ 100 milhões para a empresa no ano passado. É pouco, diante
dos R$ 16,4 bilhões faturados pela empresa no Brasil, em 2009. O material, que não pode mais
voltar à cadeia de produção da siderurgia, será usado na recuperação de estradas e ferrovias,
substituindo argila, cascalho e brita, com mais durabilidade e menor custo de manutenção. Na
fábrica de Tubarão (SC), o reaproveitamento de resíduos é superior a 95%, acima da média de 80%
do setor. Com esse trabalho, as unidades brasileiras da ArcelorMittal aços longos ganharam o
Selo Ecológico do Instituto Falcão Bauer de Qualidade em 2010. (FERREIRA, 2012).
Chevron a petrolífera de origem americana deixou de lançar 6,5 toneladas de óleo ao meio
ambiente no ano passado. Esse é o saldo do processo de reaproveitamento de água realizado pela
empresa no Campo de Frade, na Bacia de Campos (RJ) em 2010. A Chevron é pioneira no Brasil
na adoção da reinjeção, nos próprios poços, de toda água produzida e utilizada no processamento
de petróleo. Quando coletado dos poços, o óleo cru vem acompanhado por gases e água salgada,
que, separada do petróleo, costuma ser reencaminhada ao meio ambiente, mas com resquícios do
óleo. Reinjetar 100% da água é uma prática desafiadora, mas a Chevron prece estar
comprometida em fazer a coisa certa em termos ambientais, Além de preservar o meio ambiente,
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à reinjeção de água extraída nos reservatórios contribui para manter a pressão dos poços quando
o óleo é extraído. Em 2010, cerca de 4,5 milhões de barris de água foram reinjetados nos poços,
dos quais 1,6 milhão de barris são provenientes do processo de tratamento, realizado desde junho
de 2009, quando o poço foi inaugurado. (FERREIRA, 2012).
3.4 EMPRESAS QUE CONTRIBUEM PARA A GESTÃO DA LOGÍSTICA REVERSA
ATRAVÉS DA PRÁTICA DE REUTILIZAÇÃO DOS SEUS EQUIPAMENTOS SÃO ELAS:
Light empresa carioca de distribuição de energia elétrica, para distribuir a energia gerada, a Light
utiliza uma rede complexa de transformadores, postes, isoladores, ferragens e fios. Em 2009 a
empresa iniciou uma parceria com a empresa Reluz, do município de Dorândia, a 130
quilômetros da capital fluminense, para reciclar e reaproveitar todo material defeituoso.
Os postes de madeira são reciclados e vendidos a empresas de móveis rústicos. Os postes de
concreto são moídos e o material é utilizado em bases para construção de rodovias. Todo
material de ferro vai para a fundição e a porcelana dos isoladores é moída e usada como insumo
para cimento. Além de gerar benefícios ao meio ambiente, a reciclagem traz receita.
Após uma série de estudos e negociações a empresa conseguiu implementar um programa de
reciclagem economicamente viável, o reparo dos transformadores compensa financeiramente,
pois custa até 40% o preço do equipamento novo. (FERREIRA, 2012).
Itautec é especializada no desenvolvimento de produtos e soluções em computação, automação
bancária, automação comercial e autoatendimento, e que é controlada pelo grupo Itaú Unibanco.
A empresa reciclou, no último ano, o equivalente a 140 mil computadores de mesa e 5,6 mil
terminais bancários de autoatendimento, equipamentos que pesam mais de 700 quilos cada um.
Essa carga pesada, que somou ao todo 3,8 mil toneladas de resíduos eletrônicos, fez do programa
de logística reversa da empresa, um destaque no mundo das fabricantes de computadores. Esse
resultado representa um aumento de 524% em toneladas recicladas em relação ao ano anterior.
No relatório do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) de 2011, a Itautec foi à
única das 13 fabricantes de notebooks avaliadas a ter seu processo de logística reversa
considerado bom. O lixo eletrônico do setor é altamente tóxico, além de conter metais preciosos.
No Brasil, são 26 empresas homologadas para fazer a reciclagem dos produtos com a marca
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Itautec. Do volume de equipamentos que chegam ao centro de reciclagem da empresa, na sua
fábrica, em Jundiaí, no interior de São Paulo, apenas 7% são compostos de materiais não
reutilizáveis. (FERREIRA, 2012).
Itaú Unibanco é o maior banco privado do Brasil, Computador, monitor e caixa eletrônico antigo
tudo isso é reciclado pelo Itaú Unibanco, em vez de ser jogado no lixo. Só no ano passado foram
3,7 mil toneladas desses equipamentos vindos da rede de agências, prédios administrativos e
almoxarifado. Foi um salto em relação às 15 toneladas de 2011, primeiro ano em que a iniciativa
foi adotada.
O crescimento é explicado pelo grande investimento em tecnologia feito para integrar a rede do
Itaú a do antigo Unibanco, que trocou grande parte dos caixas eletrônicos e foi feito seguindo os
preceitos do programa de TI verde da instituição. O reaproveitamento do material descartado
chega a 98%, incluindo plásticos e outros componentes. (FERREIRA, 2012).
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CONCLUSÃO
Na verdade percebemos que todas as empresas trabalham com o conceito de Logística reversa,
porém nem todas encaram esse processo como parte integrante e necessária para o bom
andamento ou para o aumento nos custos das empresas apenas utiliza o processo e não dão maior
importância e nem investem em pesquisas, para o mesmo, Uma empresa que recebe um produto
como fruto de devolução por qualquer motivo já está aplicando conceitos de Logística reversa,
bem como aquele que, compra materiais recicláveis para transformá-los em matéria-prima
novamente.
Percebe – se então que esse interessante processo pode ser visto pelas empresas com enfoques
diferentes, ou seja, para algumas esse processo trará benefícios diversos, a começar pela redução
de custos, enquanto que para outras pode ser um grande problema, pois representa custos que
precisam ser controlados, Observamos que nas empresas onde o processo de logística reversa
representa custos, existe uma grande preocupação com o processo, para que ele seja
extremamente controlado, a fim de que esses custos sejam reduzidos, uma vez que a extinção do
processo de Logística reversa numa empresa é praticamente impossível, E A cada dia aumenta
mais a preocupação da sociedade e de grupos ambientalistas para a realização de ações efetivas
que possam promover uma redução da degradação ambiental, pois as graves alterações
climáticas, as crises no fornecimento de água devido à falta de chuva e da destruição dos
mananciais e a constatação que se não fizermos nada para mudar, o planeta será alterado de tal
forma que a vida como a conhecemos deixará de existir.
Se todos entendessem a importância da adoção de práticas de sustentabilidade desde muito cedo
e da Logística reversa, todas essas alterações climáticas poderiam ser evitadas ou retardadas ao
máximo e os recursos naturais estariam disponíveis e fartos por muito mais tempo.
Podemos concluir que os processos da Logística reversa que trouxe considerável retorno ao
controle ambiental através das empresas, O estudo da Logística reversa também se tornou
relevante em função do crescimento da frequência das operações reversas nos últimos tempos, as
empresas e a sociedade passaram a dar atenção especial para este tema, tendo em vista a
vantagem competitiva.
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Na Logística reversa, as empresas passam a ter responsabilidade pelo retorno do produto à
empresa, quer para reciclagem ou não, Sendo assim o objetivo principal da Logística reversa é o
de atender aos princípios de sustentabilidade ambiental como o da produção limpa, em que a
responsabilidade é do início ao fim de quem produz e deve responsabilizar-se também pelo
destino final dos produtos gerados de forma a reduzir o impacto ambiental que eles causam. A
reciclagem é geralmente utilizada para designar o reaproveitamento de materiais beneficiados
como matéria-prima para um novo produto.
Diante desse quadro, e pela responsabilidade social é necessário estudar detalhadamente o
processo Logístico Reverso com ênfase na Sustentabilidade Social e no controle ambiental,
sendo o mais importante educar e fazer com que o cidadão comum entenda que tudo o que fará
gera um impacto no meio ambiente que o cerca, precisando controlar e cuidar da conservação do
meio ambiente.
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