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DocumentosISSN 0101 - 9805Dezembro, 2005 10

Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Haron Abrahim Magalhães Xaud(Organizad

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República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Roberto RodriguesMinistro

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Conselho de Administração

Luis Carlos Guedes PintoPresidente

Silvio CrestanaVice-Presidente

Alexandre Kalil PiresErnesto PaternianiHélio TolliniMarcelo Barbosa SaintiveMembros

Diretoria-Executiva

Silvio CrestanaDiretor-Presidente

Tatiana Deane de Abreu SáJosé Geraldo Eugênio de FrançaKepler Euclides FilhoDiretores-Executivos

Embrapa RoraimaAntonio Carlos Centeno Cordeiro

Chefe Geral

Roberto Dantas de Medeiros

Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento

Miguel Amador de Moura Neto

Chefe Adjunto de Administração

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ISSN 0101 – 9805Dezembro, 2005

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaCentro de Pesquisa Agroflorestal de RoraimaMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Documentos 10

Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Haron Abrahim Magalhães Xaud(Organizador)

Boa Vista, RR2005

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Exemplares desta publicação podem ser obtidos na:

Embrapa RoraimaRod. BR-174 Km 08 - Distrito Industrial Boa Vista-RR

Caixa Postal 133.

69301-970 - Boa Vista - RR

Telefax: (095) 3626.7018

e-mail: [email protected]

www.cpafrr.embrapa.br

Comitê de Publicações da Unidade

Presidente: Roberto Dantas de Medeiros

Secretário-Executivo: Amaury Burlamaqui Bendahan

Membros: Alberto Luiz Marsaro Júnior

Bernardo de Almeida Halfeld Vieira

Ramayana Menezes Braga

Aloísio Alcântara Vilarinho

Helio Tonini

Normalização Bibliográfica: Maria José Borges Padilha

Editoração Eletrônica: Vera Lúcia Alvarenga Rosendo

1ª edição1ª impressão (ano): 300

XAUD, H. A. M. (Org.). SEMANA DO ESTUDANTE, 2005, Boa Vista, RR. Florestas e meio ambiente: Resumo. Boa Vista: Embrapa Roraima, 2005. 74 p. (Embrapa Roraima. Documentos, 10).

1. Floresta. 2. Meio ambiente. 3. Roraima. I. Título. II. Série.

CDD: 634.95

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Autores

Haron Abrahim Magalhães XaudPesquisador da Embrapa Roraima; M.Sc. Sensoriamento Remoto –

[email protected]

Maristela Ramalho XaudPesquisadora da Embrapa Roraima; M.Sc. Sensoriamento Remoto –

[email protected]

José Frutuoso do Vale JúniorProfessor Adjunto III – Departamento de Solos e Irrigação – CCA-

UFRR – E-mail: [email protected]

Maria Ivonilde Leitão de SousaEngenheira agrônoma – SEAAB – RR – Especialista em Meio

Ambiente

Moisés Mourão JrPesquisador da Embrapa Roraima; M.Sc. Métodos Quantitativos -

[email protected]

José BeethovenProfessor – CCA- UFRR; Dr. Engenharia Florestal – E-mail:

[email protected]

Oscar José Smiderle Pesquisador da Embrapa Roraima; Dr. Fitotecnia –

[email protected]

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Paulo Emílio Kaminski Pesquisador da Embrapa Roraima; M.Sc. Recursos Genéticos –

[email protected]

Helio Tonini Pesquisador da Embrapa Roraima; Dr. Manejo Florestal –

[email protected]

Patricia da CostaPesquisadora Embrapa Roraima – M.Sc. Solos –

[email protected]

Marcelo da Cunha AmaralBiólogo – FEMACT.

Jane Maria Franco de OliveiraPesquisadora da Embrapa Roraima – Dr. Botânica –

[email protected]

Carlos Eugênio Vitoriano LopesEngenheiro Agrônomo – Embrapa Roraima – [email protected]

Reinaldo Imbrozio BarbosaPesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA-

RR, [email protected]

Joachim Meier-DörnbergEng. Florestal. Ouro-Verde Agrosilvopastoril Ltda. (OVA).

[email protected]; [email protected]

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AGRADECIMENTOS

Ao Chefe Geral da Embrapa Roraima, Dr. Antônio Carlos Centeno Cordeiro que desde o

início acreditou no evento, liberou a equipe técnica e de apoio para a realização do

mesmo, além de ter incentivado a presente publicação.

Ao Magnífico Reitor da Universidade Federal de Roraima, Dr. Roberto Ramos Santos,

que igualmente deu crédito a toda a equipe Embrapa/UFRR e ofereceu condições para

que parte do evento fosse realizada no Campus do Paricarana, no Auditório Central da

UFRR.

Ao Dr. José Maria Arcanjo, Diretor do Centro de Ciências Agrárias da UFRR, que não só

disponibilizou professores e alunos, mas auxiliou presencialmente na montagem da

programação do evento.

À professora Joana Angélica Calvanti Brandão, que ofereceu todo o auxilio e boa vontade

na articulação junto às Faculdades Cathedral.

Ao Reitor das Faculdades Cathedral, Dr. Bismarque Diniz, que disponibilizou salas de

aulas e equipamentos para que os cursos pudessem ser oferecidos com o devido

conforto.

Aos patrocinadores pelo aporte de recursos diretos e indiretos: MAPA/DFA-RR;

Faculdades Cathedral; SESC-RR; Ministério Público do Estado e Ouro Verde

Agrossilvipastoril.

Ao Dr. José Beethoven, professor do CCA-UFRR, à jornalista Daniela Collares, relações

Públicas da Embrapa Roraima (à época), ao Sr. Alcides Galvão, técnico de nível superior

da Área de Comunicação e Negócios (ACN) da Embrapa Roraima, que juntamente

comigo formaram a Comissão Organizadora do evento.

Aos alunos representantes do CCA, os quais estiveram envolvidos antes e durante o

evento para que tudo transcorresse da melhor forma possível.

Agradecimentos especiais a todos os colegas, pesquisadores, professores e profissionais,

que entenderam à demanda para a elaboração das palestras, dos cursos e dos resumos.

Finalmente, agradecimentos àqueles para os quais o evento foi realizado, os estudantes de graduação do estado de Roraima, que prestigiaram e participaram densamente de

toda a Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente.

Haron Abrahim Magalhães Xaud

(Organizador)

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SUMÁRIO

RESUMOS DA SEMANA DO ESTUDANTE: FLORESTAS E MEIO AMBIENTE... 7

SENSORIAMENTO REMOTO EM ESTUDOS FLORESTAIS................................. 13

APTIDÃO DOS SOLOS PARA PLANTIOS FLORESTAIS....................................... 17

POTENCIAL MADEIREIRO DE FLORESTAS EM RORAIMA................................. 21

FENOLOGIA DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS............................................ 25

SEMENTES FLORESTAIS....................................................................................... 28

MELHORAMENTO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS NATIVAS................................ 31

CRESCIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS EM PLANTIOS HOMOGÊNEOS.. 35

CICLAGEM DE NUTRIENTES EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS......................40

UTILIZAÇÃO DE LEGUMINOSAS ARBÓREAS COMO COMPONENTES DE

SISTEMAS AGROFLORESTAIS.............................................................................. 46

EXPERIÊNCIAS COM SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM RORAIMA.................47

CARBONO EM ECOSSISTEMAS NÃO-FLORESTAIS DE RORAIMA.................... 50

CARBONO EM ECOSSISTEMAS FLORESTAIS DE RORAIMA............................. 56

PLANTIOS FLORESTAIS COMERCIAIS DE Acácia mangium EM RORAIMA....... 65

FLORESTAS RIBEIRINHAS.................................................................................... 70

PROGRAMAÇÃO DE CURSOS OFERECIDOS DURANTE A SEMANA DO

ESTUDANTE: FLORESTAS E MEIO AMBIENTE.................................................... 72

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Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Haron Abrahim Magalhães Xaud 1

PARTE 1

BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO

A Embrapa Roraima, em parceria com a UFRR, realizou em 2004, de 31 de maio a 05 de

junho, um evento novo no calendário destas duas instituições: a SEMANA DO

ESTUDANTE: FLORESTAS E MEIO AMBIENTE.

Para sua realização, o evento contou com os seguintes apoios: MAPA/DFA-RR;

FACULDADES CATHEDRAL; SESC-RR; MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO e OURO

VERDE AGROSSILVIPASTORIL. Sendo uma importante atividade do Projeto “Florestas

na Embrapa”, coordenado pela Embrapa Florestas, tendo a Embrapa Roraima como uma

das Unidades participantes.

Como o próprio nome indica, a Semana do Estudante foi um evento voltado para o

público estudantil, e, mais especificamente, de nível superior. Porém foi aberta à

participação de profissionais e professores universitários. Uma inovação para este evento

foi que toda a grade de programação foi estabelecida a partir de discussões entre a

Embrapa Roraima e a UFRR, com a participação efetiva de representantes dos

estudantes do CCA-UFRR.

O produto deste esforço conjunto foi consolidado numa programação variada de

palestras, cujo ciclo completo totalizou 16 hs, e nos seis cursos, de 12 hs cada. Ambas

etapas registraram uma participação expressiva do público alvo em todos os dias durante

o evento. As palestras tiveram uma média de mais de 100 ouvintes, e todos os cursos

atingiram o número máximo de vagas ofertadas.

Exatamente por conta do sucesso obtido, surgiu a idéia de registrar uma pequena parte

da Semana do Estudante, num formato leve que pudesse constituir num material de

1 Pesquisador da Embrapa Roraima; M.Sc. Sensoriamento Remoto – [email protected]

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10 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

rápida consulta sobre os trabalhos que os pesquisadores, docentes e profissionais da

área florestal e ambiental de Roraima vêm desenvolvendo.

O presente texto traz a programação da Semana do Estudante, os resumos das palestras

ministradas, a programação dos cursos, além dos contatos atualizados (e-mails) de cada

um dos profissionais que participaram do evento como palestrantes ou instrutores.

Os trabalhos apresentados foram originados de pesquisas científicas, sínteses de teses

de doutorado, dissertações de mestrado, até revisões bibliográficas sobre temas relativos

ao grande foco central: Florestas e Meio Ambiente.

Notadamente, todas as palestras e cursos foram executados por profissionais com

atuação em Roraima. Este acervo de informações foi ligado pelo objetivo da Semana:

atualizar os estudantes universitários na temática de Florestas e de Meio Ambiente,

aproximando-os às pesquisas e aplicações de conhecimentos de interesse para Roraima.

Ao coordenador desta publicação coube a articulação, a leitura inicial dos resumos e sua

organização estrutural. O Comitê Local de Publicações da Embrapa Roraima executou

através de revisores Ad Hoc, a análise crítica dos manuscritos. Porém, o conteúdo de

cada resumo é de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores.

Espera-se que os universitários e profissionais possam encontrar nesta publicação um

apoio adicional para continuidade de seus estudos, suas pesquisas e iniciativas na área

florestal e ambiental no Estado de Roraima.

Boa leitura.

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11 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

SEMANA DO ESTUDANTE: FLORESTAS E MEIO

AMBIENTE

APOIOMAPA/DFA-RR

FACULDADES CATHEDRALSESC-RR

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADOOURO VERDE AGROSSILVIPASTORIL

31.05 a 05.06.2004

CICLO DE PALESTRASLocal: AUDITÓRIO DA UFRR2a.-feira de 08:00 às 12:003a.-feira de 08:00 às 12:003a.-feira de 14:00 às 18:005a.-feira de 08:00 às 12:00

CURSOSLocal: FACULDADES CATHEDRAL

4a.-feira de 8:00 às 12:004a.-feira de 14:00 às 18:00

Local: C.E.CONFIANÇASábado a partir de 7:30 (dia todo)

REALIZAÇÃOEMBRAPA RORAIMA

&UNIVERSIDADE FEDERAL DE

RORAIMA

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12 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

PROGRAMAÇÃO FINAL DO EVENTOConforme mencionado, a semana foi composta de um Ciclo de Palestras envolvendo diversas instituições e técnicos do Estado, totalizando 14 palestras, e, 6 Cursos de 12h, composto de teoria (4h) e prática de campo (8h).

PALESTRAS: Local: Auditório da UFRR31.05.200408:45-09:30 - Sensoriamento Remoto em estudos florestais (Maristela Ramalho Xaud)09:45-10:30 - Aptidão dos solos para plantios florestais (José Frutuoso)10:30-11:15 - Potencial madeireiro de florestas em Roraima (Haron Xaud)11:15-12:00 - Debate

01.06.200408:00-08:45 - Fenologia de espécies nativas (Moisés Mourão Jr.)08:45-09:30 - Sementes florestais (José Beethoven, Oscar Smiderle)09:45-10:30 - Melhoramento de espécies florestais nativas (Paulo Emílio Kaminski)10:30-11:15 - Crescimento de espécies florestais em plantios homogêneos (Helio Tonini)11:15-12:00 - Debate14:00-14:45 - Ciclagem de nutrientes em SAF’s (Patrícia da Costa)14:45-15:30 - Utilização de leguminosas arbóreas como componentes de SAF’s (Jane

Maria Franco de Oliveira)15:45-16:30 - Experiências com SAF`s em Roraima (Carlos Eugênio Vitoriano Lopes)16:30-17:15 - Debate

DIA 03.06.200408:00-08:45 - Suprimento de matéria prima florestal: autorizações de desmatamento,

MFS, Florestas plantadas (José Ponciano D. Filho, José Martins de S. Filho)08:45-09:30 - Carbono em ecossistemas naturais de Roraima (Reinaldo Barbosa, Haron

Xaud) 2

09:45-10:30 - Plantios florestais comerciais de Acacia mangium em Roraima (Joachim Meier-Dörnberg )

10:30-11:15 - Florestas Ribeirinhas (José Beethoven)11:15-12:00 - Debate e encerramento do ciclo de palestras.

CURSOS02.06.2004 (4h - Teórico) Local: Faculdades Cathedral08:00-12:00 - Produção de mudas florestais (Nilton Barth) 3

08:00-12:00 - Inventário de florestas naturais (Haron Xaud, Moisés Mourão Jr.)08:00-12:00 - Coleta e beneficiamento de sementes florestais (José Beethoven, Oscar

Smiderle)14:00-18:00 - Introdução aos sistemas agroflorestais (Liane Marise Ferreira, Carlos

Vitoriano)14:00-18:00 - Biometria e manejo de povoamentos homogêneos (Helio Tonini)14:00-18:00 - Produção de orquídeas (Bruno de Campos Souza)

05.06.2004 (8h - Prática) Local: Campo Experimental do Confiança

2 A palestra “Carbono em ecossistemas naturais de Roraima” foi subdividida em dois resumos para esta publicação: a) Carbono em Ecossistemas Não-Florestais e b) Carbono em Ecossistemas Florestais.

3 O curso “Produção de mudas florestais” foi realizado na Fazenda Santa Cecília.

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13 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

PARTE 2

RESUMOS DAS PALESTRAS

SENSORIAMENTO REMOTO EM ESTUDOS FLORESTAIS

Maristela Ramalho Xaud 4

Por sua abrangência e aplicabilidade, o Sensoriamento Remoto vem sendo reconhecido

como importante ferramenta para obtenção de dados para auxiliar no conhecimento de

nosso planeta. Especialmente em se tratando de Amazônia, de dimensões territoriais

continentais, com elevada diversidade e complexidade nos ecossistemas existentes,

dados de Sensoriamento Remoto tornam-se essenciais na aquisição de informações

sobre o território.

Sensoriamento Remoto pode ser definido como o campo do conhecimento multidisciplinar

que permite a aquisição de informações sobre objetos, áreas ou fenômenos da superfície

terrestre, à distância (Lillesand e Kiefer, 1987). Essa ciência se ocupa de observar objetos

e fenômenos da Terra de diferentes maneiras, disponibilizando as informações em forma

de imagens, gráficos, números, etc.

Por definição, o Sensoriamento Remoto adquire informações de um objeto sem o contato

físico direto com o mesmo, conforme representa a Figura 1.

Fig. 1: Esquema de aquisição de imagens de satélites

4 Pesquisadora da Embrapa Roraima; M.Sc. Sensoriamento Remoto – [email protected]

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14 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Os dados de sensores remotos podem ser adquiridos de diferentes níveis: (1) orbital,

quando são utilizados sensores em satélites; (2) aéreo, sensores fixados em aeronaves; e

(3) terrestre, sensores em instrumentos de laboratório (espectroradiômetros). Dessa

forma, os produtos de sensoriamento remoto variam desde imagens de satélite até

valores oriundos de espectroradiômetros, sendo dessa maneira classificados em sistemas

imageadores ou não-imageadores.

A energia utilizada em sensoriamento remoto é a radiação eletromagnética, cuja interação

com os diferentes alvos sensoreados origina diferentes respostas ao longo do espectro

eletromagnético, que nada mais é que a distribuição da radiação eletromagnética por

regiões, segundo o comprimento de onda e a freqüência, conforme mostra a Figura 2.

Fig.2 : O espectro eletromagnético.

A potencialidade da obtenção de dados a partir do espaço, como as imagens de satélite,

fornecendo valiosas informações sobre a superfície terrestre, proporcionou a evolução

dos satélites de sensoriamento remoto, desenvolvidos para as mais diversas aplicações.

Destacam-se os de aplicações meteorológicas, como é o caso do NOAA e do Meteosat,

que provêm informações valiosas para previsão meteorológica e climática, e os voltados

para aplicações sobre os recursos terrestres, como é o caso do satélite americano

Landsat, do francês SPOT, do sino-brasileiro CBERS, do europeu ERS, do indiano IRS,

do japonês JERS, etc.

APLICAÇÕES EM ESTUDOS FLORESTAIS

Na Amazônia e mais especificamente em Roraima, três aplicações com utilização de

dados de sensoriamento remoto merecem destaque por sua relevância diante dos temas

abordados: desmatamento, queimadas, incêndios florestais e emissão de carbono.

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15 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

O Projeto PRODES, que trata do monitoramento da floresta amazônica brasileira com

imagens de satélite, é realizado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em

parceria com o Ministério do Meio Ambiente e tem como objetivo geral estimar a taxa

anual e a extensão do desmatamento bruto da Amazônia (por Estado e por imagem). A

base do levantamento é realizada com imagens LANDSAT (bandas 3, 4 e 5), totalizando

215 imagens para cobrir toda Amazônia. A metodologia de trabalho passou por uma fase

de transição de interpretação visual (de 1988 a 2002) para interpretação semi-automática

das imagens (a partir de 2003), com a introdução do PRODES digital a partir de 2000. A

estimativa da taxa anual é atualmente realizada em cima de 75 imagens consideradas

críticas, isto é, de regiões com maior intensidade de desmatamento (92%). Através de

técnicas de processamento digital de imagens, a extensão do desmatamento bruto é

medida com precisão, de forma a produzir um banco de dados geográfico multitemporal,

sendo acrescidos anualmente os incrementos de desmatamento identificados.

Outra aplicação importante para Amazônia da tecnologia de sensoriamento remoto é o

PROARCO – Sistema de Monitoramento, Prevenção e Controle de Incêndios Florestais

na Amazônia. Trata-se de um sistema operacional de detecção de queimadas, conduzido

pelo IBAMA em parceria com o INPE, utilizando principalmente os satélites NOAA, GOES

e MODIS. São utilizadas atualmente 16 imagens diárias, cujas bandas termais (sensíveis

à temperatura do alvo) indicam a ocorrência de focos de calor, disponibilizando as

informações aproximadamente 20 minutos após a passagem dos satélites. Essas

informações podem ser acessadas pela internet, possibilitando medidas de

monitoramento e controle, como acontece no Estado de Roraima (Sala de Situação –

FEMACT).

Em relação aos estudos realizados em áreas florestais de Roraima utilizando essa

ferramenta, temos uma grande variedade, começando pelos levantamentos realizados

pelo RADAMBRASIL, na década de 70. Em função da especificidade do assunto,

destacamos a utilização de dados de satélites para avaliar a distribuição de biomassa

aérea em áreas de contato de Roraima (Xaud, M.R., 1998). Através da análise dos dados

de dois tipos de sensores (um óptico – TM/LANDSAT e outro de radar - SAR/JERS),

avaliando as relações com parâmetros biofísicos da cobertura vegetal, pretendeu-se

determinar a distribuição espacial da biomassa aérea na região estudada. Esse tipo de

estudo é importante na quantificação da emissão de carbono produzido em áreas de forte

antropização. O Projeto AGROGASES, realizado em rede por várias unidades da

Embrapa, pretende realizar estudos semelhantes na Amazônia, correlacionando dados

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16 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

dos sensores com medidas de biomassa aérea e conseqüentemente com valores de

estoque de carbono em ecossistemas florestais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LILLESAND, T.M.; KIEFER, R.W. Remote sensing and image interpretation. 2 ed. New

York: John Wiley, 1987. 712p.

XAUD, M.R. Avaliação de dados TM/Landsat e SAR/JERS na caracterização da cobertura

vegetal e distribuição de fitomassa em áreas de contato floresta/savana no Estado de

Roraima - Brasil. São José dos Campos: INPE, 1998. 139p. Dissertação de Mestrado.

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17 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

APTIDÃO DOS SOLOS PARA PLANTIOS FLORESTAIS

José Frutuoso do Vale Júnior 5 Maria Ivonilde Leitão de Sousa 6

1 – INTRODUÇÃO

O solo é um recurso natural formado a partir da ação do clima, organismos, material de

origem, relevo e tempo que em conjunto são responsáveis pela grande variabilidade e

complexa pedologia da Amazônia. Sendo o principal suporte para a vida, em especial da

vegetação, por muito tempo se atribuiu a este recurso juntamente com o clima a

responsabilidade de manutenção da exuberante floresta Amazônica.

Hoje é bem conhecido que o ciclo biogeoquímico, através da ação dos microrganismos do

solo, é o principal processo que mantém as Florestas Tropicais Úmidas, pois, os solos, de

uma forma geral, sob estas florestas, apresentam baixa fertilidade, apesar das boas

condições físicas.

A falta de estudos concernentes à classificação, à fertilidade e à nutrição de plantas,

dificulta a determinação da aptidão agrícola e adoção de práticas de manejo e uso dos

solos da porção Norte do Brasil, com reflexos diretos na conservação dos solos, água e

preservação ambiental.

Portanto, este trabalho objetiva discutir os solos sob savana e floresta, visando suas

aptidões de uso e manejo.

1 – SOLOS SOB SAVANA X SOLOS SOB FLORESTA : diferenças e potencialidades

A vegetação é um dos maiores recursos naturais de caráter renovável: conserva a água;

protege o solo; regula o volume das nascentes; fornece áreas de recreação e é ambiente

adequado a fauna. Com um manejo apropriado, além desses multiplos usos, pode dar

ocupação e renda econômica para milhões de pessoas.

5 Professor Adjunto III – Departamento de Solos e Irrigação – CCA- UFRR – E-mail: [email protected]

6 Engenheira agrônoma – SEAAB – RR – Especialista em Meio Ambiente

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18 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

A vegetação natural é utilizada para caracterizar o pedoclima. A fase de vegetação nativa

indica várias outras propriedades importantes, dentre as quais destacam-se a fertilidade

do solo, o arejamento (drenagem), a vegetação clímax, etc. Na Figura 1 são apresentadas

esquematicamente, algumas das tendências das interações mais importantes entre a

vegetação, o solo e o ambiente.

Floresta savana

Perenifólia ⇒ Subperenifólia ⇒ Subcaducacifólia ⇒ Caducifólia

AUMENTO EM

Cerrado ⇒ Campo Cerrado ⇒ Campo Sujo ⇒ Campo Limpo ⇒ Cerradão

AUMENTO EM

Fig. 1 - Principais tendências nas relações entre ecossistemas de Savanas e Florestas de

Roraima (Adaptado do modelo de RESENDE et al., 2002).

3 – APTIDÃO DOS SOLOS PARA PLANTIOS FLORESTAIS

Estudos realizados por LEITÃO SOUSA (2004), avaliando alterações físicas, químicas e

água no solo na conversão savana para plantios de Acacia mangium em Roraima

revelaram que não houve alterações químicas significativas (Quadro 1).

Aridez e número de meses secos; Profundidade do solo; Intemperização; Porosidade;

Fixação de Fósforo; Lixiviação; Susceptibilidade a erosão laminar; Caráter coeso, etc.

Pobreza em nutrientesAl3+ trocável

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19 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Quadro 2 – Características químicas (*) do LATOSSOLO AMARELO Distrófico sob

Acacia mangium e savana natural na Fazenda Tuquinha.

Horizontes pH Bases trocáveis (cmolc/dm3) SB Al H+Al CTC

Simb Prof. H2O KCl Ca Mg K Na cmolc/dm3

Savana

A 0 - 30 4,6 4,0 0,02 0,10 0,04 0,01 0,17 0,59 3,20 3,37

AB 30 - 60 4,9 4,3 0,01 0,07 0,02 0,01 0,11 0,35 1,86 1,97

Bw1 60 - 120 5,5 4,5 0,00 0,05 0,01 0,01 0,07 0,27 1,64 1,71

Acacia mangium com 1 ano

Ap 0 - 30 5,0 4,1 0,02 0,14 0,08 0,00 0,24 0,42 2,73 2,29

Bw1 30 - 60 5,4 4,4 0,00 0,07 0,01 0,01 0,09 0,25 1,76 1,85

Bw2 60 - 120 5,5 4,4 0,00 0,04 0,00 0,00 0,05 0,36 1,37 1,41

Acacia mangium com 3 anos

Ap 0 - 30 4,6 3,9 0,05 0,07 0,04 0,01 0,16 0,60 3,21 3,37

Bw1 30 - 60 5,3 4,4 0,00 0,05 0,01 0,01 0,07 0,29 1,65 1,72

Bw2 60 - 120 5,4 4,5 0,00 0,03 0,00 0,01 0,04 0,18 1,56 1,60

V m P C MOS % mg/dm3 g/dm3

SavanaAp 0 - 30 5,0 77,8 tr 7,5 13,0

Bw1 30 - 60 5,7 75,5 tr 5,1 8,8

Bw2 60 - 120 4,2 79,0 tr 1,8 3,2Acacia mangium com 1 ano

Ap 0 - 30 8,1 63,2 tr 11,4 19,6

Bw1 30 - 60 4,6 74,8 tr 4,4 7,6

Bw2 60 - 120 3,4 88,3 tr 2,1 3,7Acacia mangium com 3 anos

Ap 0 - 30 4,7 78,9 tr 6,9 11,9

Bw1 30 - 60 3,8 81,5 tr 3,7 6,4

Bw2 60 - 120 2,8 80,0 tr 3,4 5,9(*) Valores médios

Observando-se tendência de mudanças na umidade do solo, com valores para

percentagem de umidade em peso (%U) crescentes da savana para Acacia mangium com

mais idade de plantio e do período seco para o mais chuvoso. Resultados semelhantes

foram encontrados por VALE JÚNIOR (2002), em solos sob Eucalyptus na savana do

Amapá.

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20 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Quadro 3 – Percentagem de umidade em peso (%U)(*) em LATOSSOLO AMARELO

Distrófico e ARGISSOLO AMARELO Distrófico sob Acacia mangium.

Regime de Chuvas

Savana Acacia com 1 ano Acacia com 3 anos

Profundidades (cm)

0 – 30 30 - 60 60 - 120 0 - 30 30 - 60 60 - 120 0 - 30 30 - 60 60 - 120LATOSSOLO AMARELO Distrófico

Início das chuvas 8,95 10,30 13,67 12,54 12,60 14,47 11,68 11,72 14,76

Pico das Chuvas 12,19 13,59 18,81 12,66 17,37 20,39 13,83 14,87 21,40

Período crítico 0,77 5,33 11,41 4,00 7,00 12,31 5,45 7,03 12,60

Savana Acacia com 2 anos Acacia com 4 anos

Profundidades (cm)0 - 30 30 - 60 60 - 120 0 - 30 30 - 60 60 - 120 0 - 30 30 - 60 60 - 120

ARGISSOLO AMARELO Distrófico

Início das chuvas 11,03 13,96 17,19 9,13 8,59 14,19 6,83 10,84 14,69

Pico das Chuvas 9,78 12,13 14,86 13,33 13,33 14,59 10,58 12,85 15,2Período crítico 2,51 4,67 8,97 5,83 5,79 7,13 3,9 6,26 10,67

(*) valores médios

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RESENDE, M.; CURI, N.; REZENDE, S. B. CORRÊA, G. F. Pedologia: bases para

distinção de ambientes. 4ª Ed. Viçosa: NEPUT, 2002. 338p.

VALE JUNIOR, J.F. Estudo de solos das áreas de Eucaliptus do empreendimento

AMCEL LTDA. In : Estudos de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental. STCP

consultoria LTDA. Macapá - AP, 2002. 350p.

LEITÃO SOUSA, M. I. Alterações das características físicas, químicas e água no solo na

conversão de savana para plantio de Acacia mangium em Roraima. Monografia de

especialização. Boa Vista – RR, 2004. 60p.

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21 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

POTENCIAL MADEIREIRO DE FLORESTAS EM RORAIMA

Haron Abrahim Magalhães Xaud 7

Mapas, imagens de satélite e levantamentos oficiais, mostram o avanço do

desmatamento sobre regiões florestais de Roraima alcançando em 2003, segundo o

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, cerca de 7.000 km2. Este quadro evolui sem

que tenha havido um planejamento do poder público referente ao uso sustentável para as

florestas que são normalmente exploradas seletivamente, derrubadas, queimadas e

finalmente transformadas em áreas de agricultura e/ou pasto, esgotando-a como recurso

natural, às vezes entrando em processo de sucessão secundária ou capoeira (chamada

regionalmente de “juquira”).

Ao se estudar ambientes amazônicos, a pesquisa se depara com o grande desafio

representado pelo insuficiente número de pontos amostrados versus a imensidão

geográfica desta região. Mesmo abordando apenas o Estado de Roraima, alguns tipos de

florestas, principalmente as de transição, ainda não haviam sido estudadas. Por outro

lado, as florestas equatoriais da Amazônia Central favorecidas pela existência de três

atuantes pólos científicos com herbários reconhecidos internacionalmente: Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) e

Embrapa Amazônia Oriental (CPATU), são os ecossistemas mais bem estudados da

região.

Observando este contexto, a Embrapa Roraima, a partir do ano de 2000, tem dedicado

pesquisas em florestas naturais de Roraima, enfatizando inicialmente as florestas de

transição, visando o levantamento de dados específicos para as condições do Estado.

Estes estudos são executados mediante a realização de Inventários Florestais, que nada

mais são do que uma forma organizada de se obter informações de interesse da floresta

como: número de árvores existentes por área, número de espécies, altura (total e

comercial), diâmetro (a 1,30m do solo) e o mapeamento com a localização das árvores na

área inventariada.

E por que a geração destas informações é importante? Qual será a utilidade destes

estudos? Da mesma forma que não se pode cultivar a terra com sucesso sem conhecer o

solo, o clima, além do manejo das plantas, não se pode também fazer bom uso

7 Pesquisador da Embrapa Roraima; M.Sc. Sensoriamento Remoto – [email protected]

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22 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

(sustentável) dos recursos florestais sem antes conhecê-los, sem observar a

complexidade de sua dinâmica.

Existem diversas perguntas a serem respondidas: Em quantos anos uma árvore jovem se

tornará adulta e apta a servir como matéria prima? A partir de qual tamanho (diâmetro e

altura) uma espécie apresenta maior mortalidade? As espécies estão se regenerando

naturalmente? A velocidade de crescimento das florestas de Roraima segue o mesmo

padrão determinado nas pesquisas para as florestas da Amazônia Central? Qual o

potencial madeireiro e não madeireiro destas florestas? Qual a biodiversidade contida

nestes ecossistemas?

Buscando responder à boa parte dessas perguntas a Embrapa Roraima vem

intensificando os inventários florestais realizados no Estado. Tanto a preocupação com a

preservação desses ecossistemas, quanto sua conservação através de uso sustentado,

estão embutidos nesses estudos. As informações que estão sendo geradas e publicadas

devem fornecer subsídio para que os órgãos públicos ambientais, de planejamento e

desenvolvimento, possam desenvolver políticas mais consistentes para o

desenvolvimento adequado do setor florestal em Roraima. Planos de Manejo Florestal

Sustentado que podem ser realizados por pequenos, médios ou grandes proprietários,

também encontrarão subsídios técnicos nestas informações.

Em Roraima, os estudos dos recursos florestais ficaram durante muito tempo

estacionados nos levantamentos do RADAMBRASIL (1975) (Figura 1), com raras

incursões novas. Pode-se notar que de acordo com os levantamentos do RADAMBRASIL

as regiões de maior potencial madeireiro chegam a apresentar uma média de cerca de

160m3 disponíveis por ha.

À medida que vai se estabelecendo uma crescente ocupação humana em Roraima e, à

medida que, o recurso florestal passa a ser vislumbrado à utilização, cabe às instituições

de pesquisa buscarem conhecimentos mais detalhados para que esta utilização seja

realizada sob critérios de sustentabilidade e promova a efetiva conservação destes

recursos.

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23 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Fig. 1 – Dados de volume comercial (com casca) em diferentes regiões de Roraima, segundo Brasil (1975).

Em Alto Alegre foram identificadas as espécies Angelim, Tatajuba e Abiurana, de bom

potencial em nível de comércio (Xaud et. al., 2000). Considerando-se todas as espécies, o

volume médio de madeira com casca, calculado com base neste levantamento,

considerando árvores com DAP a partir de 45 cm, foi de 97,4 m3/ha. A área basal

calculada para a mesma faixa de DAP foi de 12,1 m2/ha.

No Confiança III, a cerca de 90 quilômetros da capital, no Campo Experimental da

Embrapa Roraima, foram listadas as espécieis Cupiúba, Rabo-de-arara, Caferana e

Amargoso, todas madeiras comerciais, o volume de madeira com casca ficou em 85,23

m3/ha e a área basal apresentou 9,26 m2/ha (Xaud et. al, 2003).

Somente em Boa Vista estão instaladas cerca de 100 empresas, como serrarias e

movelarias, e mais de 30 nos demais municípios. O comércio madeireiro com a

Venezuela, China, Japão, Estados Unidos e países europeus é crescente e há sinais de

esgotamento de áreas produtoras de matéria-prima. O distanciamento de pólos

produtores; tendências de aumento no valor da madeira certificada; e a instalação de

empresas do Acre e de Rondônia no sul do Estado também levam o setor a um contexto

de alerta.

Por outro lado as informações geradas até o momento não permitem a execução racional

de um ordenamento florestal para o Estado, principalmente, pela insuficiência e dispersão

dos dados de inventários florestais realizados em Roraima..

O mercado mudou tornando-se mais exigente, as leis de exploração florestal e ambientais

foram sendo atualizadas, o sistema de fiscalização e controle federal e estadual,

S7 - SUB-R

EGIÃO DO

PLANALTO SEDIMENTAR D

E

RORAIMA

S4 - CONTATO SAVANA /

FLORESTA ESTACIONAL

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7

Total

S1S2S3S4S5S6S7

Vol com casca

Sub-Região

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24 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

igualmente sofreu modernização, tornando-se mais ágil e transparente. Espera-se que as

autoridades competentes encarem o setor produtivo florestal como fonte de riquezas

econômicas e sociais, porém o façam com a responsabilidade de olhar para um futuro de

bases sustentáveis e modernas de produção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL. Folha

NA.20 Boa Vista e parte das folhas NA.21 Tumucumaque, NB.20 Roraima e NB.21;

geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro,

1975. 428p. (Levantamento de Recursos Naturais, 8).

XAUD, H.A.M.; XAUD, M.R.; SANTOS, J.R.dos. Inventário florestal em área na região de

Alto Alegre, Estado de Roraima. Boa Vista: Embrapa Roraima, 2000. 15p. (Embrapa

Roraima. Documentos, 3).

XAUD, H.A.M.; MOURÃO JR., M.; TONINI, H.; CAMPOS, K. R. S. Potencial madeireiro

de florestas naturais do campo experimental Confiança (Embrapa Roraima), município do

Cantá, Roraima. Boa Vista: Embrapa Roraima, 2003. (Embrapa Roraima. Documentos,

8).

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25 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

FENOLOGIA DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS

Moisés Mourão Jr.8

Haron Abrahim Magalhães Xaud 9

Aspectos gerais de fenologia florestal

Os estudos envolvendo fenologia florestal têm uma história relativamente recente, quando

comparados aos estudos fenológicos em espécies anuais, que datam desde a época de

Lineu, no século XVIII. Sendo estes definidos como a avaliação temporal dos eventos

biológicos repetitivos, suas possíveis causas ambientais e a interrelação destes eventos

com recursos disponíveis e competidores.

Na palestra foram apresentadas as conjecturas anteriores que creditavam às espécies

florestais tropicais um comportamento fenológico caótico, devido à ausência de estações

bem definidas (primavera, verão, outono, inverno) e a atual conjectura de que as

espécies florestais tropicais apresentam ritmo complexo. Bem como a importância dos

estudos fenológicos, seus eventos principais e aplicações como indicadores de impacto

na estrutura funcional dos sistemas. Uma síntese das abordagens mais comumente

aplicadas, a saber: (i) qualitativa ~ índice de atividade e (ii) ordinal ~ percentual de

atividade é fornecida, bem como indicação de práticas metodológicas em estudos desta

natureza, tais: tamanho, composição e esforço amostral.

As técnicas de análises foram apresentadas com base em estudos na região do

Confiança – RR. e Floresta Nacional do Tapajós – PA. Foram apresentados resultados de

várias espécies: tatajuba (espécie dióica; FLONA Tapajós-PA), morototó, cupiúba e tachi

(espécies monóicas, Confiança-RR). Apontamentos quanto a questões de sincronia

fenológica espacial também foram apresentados, bem como aplicação de técnicas de

decisão via árvores de regressão. A título de exemplificação de análises e apresentação

de dados, foi escolhida a espécie Goupia glabra.

8 Pesquisador da Embrapa Roraima; M.Sc. Métodos Quantitativos - [email protected] Pesquisador da Embrapa Roraima; M.Sc. Sensoriamento Remoto – [email protected]

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26 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Fenologia da espécie Goupia glabra.

A cupiúba (Goupia glabra) pertence à família botânica Celastraceae sendo uma das

árvores mais abundantes da região do Confiança, município do Cantá, em Roraima. Sua

madeira é muito procurada para comercialização em serrarias devido aos diferentes tipos

de uso e às grandes dimensões do fuste.

A partir de 2001, 11 faixas de 40m x 450m foram instaladas e as árvores devidamente

marcadas com código único. Foram tomadas avaliações quinzenais de respostas

fenológicas de folhas (maduras, novas), flores (em botão, abertas) e frutos (verdes,

maduros e disseminados total ou parcialmente), no período de 22 meses a partir de

fevereiro de 2001.

A amostra foi constituída das maiores árvores de cupiúba, num total de 31 indivíduos com

DAP (diâmetro a 1,30 do solo) médio de 96,0 cm variando de 80,0 a 131,0 cm e altura

comercial média de 10,1 m, variando de 4,0 a 16,5 m. As observações fenológicas foram

tomadas como séries temporais discretas, considerando-se o dia juliano em que as

avaliações foram conduzidas.A pressuposição de algum grau de autocorrelação, devido à

presença de sazonalidade, foi investigada por meio do teste de aleatoriedade de Durbin-

Watson e correlação serial.

Fig. 1 – Localização da área de estudo.

Os principais resultados indicaram que:

• A troca foliar foi observada no período entre a segunda quinzena de abril (113,4 mm)

até o final de junho/início de julho (170,1 - 91,4 mm), coincidindo com o período de

maior precipitação.

Campo Experimental Confiança

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27 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

• A floração foi concordante, tanto para flores em botão, quanto para abertas, entre a

primeira quinzena de agosto (123,5 mm) e o final de setembro (55,8 mm), assinalando

o período de transição entre as chuvas e a seca.

• A frutificação foi observada no período seco do ano (Figura 02).

• Os eventos fenológicos analisados apresentaram sazonalidade.

Meses

Frut

os m

adur

os

Prec

ipita

ção

(mm

)

0

50

100

150

200

250

300

350

02468

101214161820222426283032

J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O

Fig. 2 – Ocorrência de frutos maduros em Cupiúba (Goupia glabra) na região do

Campo Experimental Confiança – Embrapa Roraima, para o período de fev. de

2001 a dez. de 2002.

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28 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

SEMENTES FLORESTAISJosé Beethoven 10

Oscar José Smiderle 11

A pressão sobre as florestas tropicais e subtropicais é uma ação contínua que se iniciou

com a descoberta de novos continentes e rotas e tem se acentuado nos últimos decênios

devido à brusca redução de estoques de madeiras na Ásia Insular e Continental.

Este assunto também tem sido um ponto importante na agenda ambiental da atualidade,

não apenas na contenção do ambiente florestal, mas principalmente para evitar extinção

de espécies e manutenção da qualidade da vida terrestre através da conservação de

recursos hídricos e seqüestro de carbono.

Porém, hoje se considera de senso comum que a única forma de preservar espécies

florestais de alto valor econômico é através da domesticação destas, iniciando-se pelo

conhecimento de sua propagação por sementes.

Assim, é possível pensar em áreas de plantio objetivando a produção de madeira. Até o

momento, as principais essências florestais tropicais cultivadas em regime de plantio,

como por exemplo, o Eucalipto, a Acacia mangium e a Teca, são consideradas plantas

exóticas à flora brasileira. Certamente que as extensas áreas de florestas e a ampla

diversidade florística foram argumentos utilizados para desprezar a necessidade de se

pesquisar espécies autóctones.

Porém, os avanços severos sobre os recursos florestais superaram tais expectativas.

Disto decorre também a necessidade de se ter implementado leis restritivas para a

exploração e o comércio deste produto.

Atualmente é urgente a domesticação de algumas espécies para a produção de madeira

para diversas finalidades. Assim é que nos últimos anos o país teve um avanço na

tecnologia para produção de sementes florestais. Também estudos fitossociológicos

permitiram aprofundar o conhecimento da flora brasileira.

Ainda tem-se muito a pesquisar neste sentido, mas as bases do conhecimento estão

razoavelmente identificadas. Tais como as considerações sobre as tecnologias

silviculturais de grupos ecológicos e os respectivos comportamentos na produção de

sementes, ou questões relacionadas a fenologia de espécies em relação a periodicidade

10 Professor – CCA- UFRR; Dr. Engenharia Florestal – E-mail: [email protected] 11 Pesquisador da Embrapa Roraima; Dr. Fitotecnia – [email protected]

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29 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

da floração/frutificação, maturação, deiscência do fruto. Também em relação a

recalcitrância e dormência de sementes.

O desafio não se restringe apenas aquelas situações que hoje são clamorosas. É

necessário que sejam estimulados os estudos com espécies florestais promissoras para

produção de madeira de rápido crescimento e para laminação em que quase não se tem

pesquisas e conhecimentos acumulados.

O desafio da preservação das florestas tropicais reside em grande parte na condição de

se tornar possível a domesticação de espécies para atender a demanda de mercado, e

neste sentido, o conhecimento acerca das sementes torna-se passo inicial do processo.

A estas informações, adicione-se que a conservação e o armazenamento de sementes de

espécies arbóreas são importantes para assegurar o fornecimento de sementes para os

plantios e para suprir necessidades dos programas de pesquisa e produção. O objetivo

básico é manter a semente viva entre a colheita e a semeadura.

Alguns fatores como a umidade relativa do ar, afetam a viabilidade das sementes por

serem estas higroscópicas. Elevados teores de água nas sementes provocam aumento

de sua temperatura pelo aceleramento da atividade respiratória. Quanto maior for o

conteúdo de umidade das sementes, maiores serão, tanto a atividade respiratória, quanto

a deterioração. Maiores injúrias térmicas na secagem aumentam a ação dos

microrganismos e atividade de insetos no armazenamento. Quanto mais baixa for a

temperatura do ar, maior será a longevidade da semente.

As embalagens apresentam importantes funções na conservação das sementes a

caminho da comercialização e distribuição. Embalagens permeáveis para

armazenamentos curtos; semipermeáveis para quando a umidade não for muito alta e por

período não muito longo; e as impermeáveis para períodos longos de armazenamento. Há

embalagens de diferentes tamanhos para atender melhor o consumidor, desde gramas

até toneladas.

Na conservação pode-se dispor de métodos como temperaturas baixas, umidades baixas

e/ou prova de umidade, cada um com suas aplicações específicas. Sementes de muitas

espécies têm maior possibilidade de manter altos níveis de germinação e vigor, desde

que sejam maduras, sadias, com alta viabilidade inicial; secas adequadamente,

embaladas em recipientes apropriados, livres de insetos e microorganismos, sem

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30 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

danificações mecânicas e armazenadas em condições de umidade e temperatura

controladas.

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31 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

MELHORAMENTO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS NATIVASPaulo Emílio Kaminski 12

Amazônia Legal possui uma extensão aproximada de 5 milhões de km2 o que

corresponde a cerca de 59% da área territorial do Brasil. A maior parte da cobertura

vegetal é de florestas, cerca de 64%, os cerrados e campos representam 24% e os 12%

restante da Amazônia é de área alterada pela ação antrópica, principalmente

desmatamento (Lentini et al., 2003).

A floresta constitui a base da atividade econômica da região e possui em seu domínio um

número expressivo de espécies fornecedoras de recursos com grande potencial para

exploração. Dentre as mais importantes estão aquelas fornecedoras de madeira, como o

ipê (Tabebuia sp.), o cedro (Cedrela sp.), o freijó (Cordia sp.) entre outras. Juntas, as

espécies madeireiras da Amazônia fornecem cerca de 78% do total de madeira extraída

de florestas nativas no Brasil. No entanto, esses recursos são infinitamente maiores se

forem consideradas as espécies não-madeiras, como as produtoras de alimento, açaí

(Euterpe oleraceae), castanha (Bertholletia excelsa) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum);

as produtoras de óleos, andiroba (Carapa guianensis) e pau-rosa (Aniba rosaeodora); as

produtoras de resinas, as fornecedoras de fibras, as ornamentais e medicinais.

Essa diversidade de espécies e a variabilidade genética presente nas populações naturais

constituem riquezas de recursos que podem ser utilizadas nos programas de

melhoramento para ampliar a base genética de espécies já exploradas economicamente

ou para domesticar novas espécies.

As espécies tropicais encontram-se em diferentes estágios de domesticação e a utilização

desses recursos requer estratégias diversas que vão do extrativismo ao cultivo em

monocultura, passando pelo manejo da floresta. A estratégia de utilização e o grau de

domesticação da espécie provocam alterações na estrutura genética da população e na

paisagem em que a espécie ocorre.

Conforme Clements (2001) a domesticação de uma espécie é um processo de co-

evolução em que, através da seleção, tipos mais apropriados para as necessidades ou

interesses do homem são favorecidos. Paralelamente, o homem produz alterações na

paisagem visando torná-la mais produtiva. Este é um processo gradativo que vai desde as

populações naturais até a monocultura com um único genótipo, passando por várias

12 Pesquisador da Embrapa Roraima; M.Sc. Recursos Genéticos – [email protected]

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32 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

situações intermediárias ou diferentes intensidades de alterações genéticas e da

paisagem.

Na definição da estratégia adequada de exploração do recurso vegetal estes aspectos

são importantes por quê: (1) as espécies com histórico de usos pelos habitantes do local

podem ser empregadas com maior sucesso em cultivos solteiros (monocultura) e

introduzidas nos programas de melhoramento, pois as freqüências dos alelos que

regulam características de interesse são maiores, aumentando as chances de sucesso na

seleção de material superior; e (2) as espécies que ocorrem em floresta primária possuem

características que dificultam o cultivo de forma convencional: distribuição ampla,

desenvolvimento inicial sobre o dossel, estratégias reprodutivas e de dispersão

associadas à fauna. Para essas espécies, o manejo das populações naturais dentro do

ecossistema é a alternativa mais viável para obtenção dos seus produtos.

A silvicultura brasileira está amparada em espécies exóticas dos gêneros Eucalyptus,

Pinus e Acacia, as quais foram introduzidas com sucesso e constituem, atualmente, a

principal fonte de matéria prima na atividade madeireira. No entanto, os plantios florestais

de rápido crescimento suprem aproximadamente 26% da demanda de produtos

madeireiros no Brasil. O saldo (74%) ainda provém de florestas nativas. Mesmo

possuindo a maior diversidade de recursos florestais, um número limitado de espécies

produtoras de madeira é explorado, e de forma extrativista. Muitas vezes de forma não-

sustentável, o que tem causado alterações nos ecossistemas, diminuição da diversidade

das espécies e perda da variabilidade. Por causa disso, os programas que objetivam o

uso racional das espécies florestais nativas estão concentrados no resgate da

diversidade, caracterização da variabilidade genética e na formação de coleções bases

para uso futuro (Shimizu, 2001).

As espécies perenes tropicais, como as essências florestais, apresentam vários aspectos

biológicos peculiares, que têm reflexos nos programas de melhoramento genético: ciclo

de vida longo; diversificados modos de reprodução com predomínio da fecundação

cruzada; alto grau de heterozigose; polinização e dispersão pela fauna; ocorrem em

ambientes heterogêneos com grande diversidade de espécies e baixa densidade de

indivíduos da mesma espécie. Essas características exercem um papel importante na

manutenção do equilíbrio nos ecossistemas e devem ser consideradas na implantação de

um programa de melhoramento. Apesar disso, os plantios de espécies tropicais, via de

regra, desrespeitam estas características e acabam sendo mal sucedidos, principalmente

pelo ataque de pragas. De acordo com Paiva e Valois (2001) há melhores chances de

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33 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

obter sucesso no cultivo em monocultura de espécies tropicais nas áreas de escape da

espécie, citando como exemplo o caso da seringueira (Hevea brasiliensis).

Na implantação de um programa de melhoramento é necessário que a biologia

reprodutiva da espécie esteja determinada e a silvicultura e o fim a que se destina já

estejam definidos. As etapas seguintes devem ser: formação das coleções bases com

materiais de diferentes procedências (populações); instalação dos testes de procedência

em locais representativos da região potencial da espécie (permite a detecção de possíveis

interações de procedências por locais) e seleção dos melhores genótipos. Implantação

dos pomares de sementes com os genótipos selecionados; seleção dos melhores

genótipos, instalação dos testes de progênies e seleção de genótipos superiores. E por

fim, a implantação de plantios comerciais.

Os programas de melhoramento conduzidos com essências nativas que objetivam a

produção de madeira encontram-se ainda na fase de teste de procedências. As

características básicas a serem consideradas para seleção nos testes de procedência e

progênie de espécies madeireiras são: incremento volumétrico, forma do fuste, produção

de sementes e tolerância ou resistência às adversidades do meio (Shimizu, 2001).

Em regiões tropicais, os programas de melhoramento devem priorizar, além do produto

final, a manutenção de uma base genética adequada e a diversidade característica dos

ecossistemas. Em vista disso, a seleção pode ser direcionada para a produção de

sementes melhoradas e para os policultivos.

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34 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CLEMENT, R.C. Melhoramento genético de espécies nativas. In: NASS, L.L.; VALOIS,

A.C.C.; MELO, I.S.; VALADARES-INGLIS, M.C. (Ed.), Recursos genéticos e

melhoramento de plantas. Brasília. Embrapa. 2001. p.423-441.

LENTINI, M.; VERÍSSIMO, A.; SOBRAL, L.; Fatos florestais da Amazônia. 2003.

http://www.imazon.org.br, 2003. 110p.

PAIVA, J.R.; VALOIS, A.C.C. Espécies Selvagens e sua utilização no melhoramento. In:

NASS, L.L.; VALOIS, A.C.C.; MELO, I.S.; VALADARES-INGLIS, M.C. (Ed.), Recursos

genéticos e melhoramento de plantas. Brasília. Embrapa. 2001. p.79-100.

SHIMIZU, J.Y. Melhoramento de espécies florestais na Embrapa. In: RESENDE, M.D.V.;

(Ed.). “Workshop” sobre melhoramento de espécies florestais e palmáceas no Brasil.

Curitiba: Embrapa Florestas, 2001. p.41-47. (Embrapa Florestas. Documentos, 62).

SHIMIZU, J.Y. Memórias do “Workshop” sobre conservação e uso de recursos genéticos

florestais. Curitiba: Embrapa Florestas, 2001. 159p. (Embrapa Florestas. Documentos,

58).

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35 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

O CRESCIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS EM PLANTIOS HOMOGÊNEOSHelio Tonini 13

INTRODUÇÃO

Segundo dados do INPE, a superfície desmatada na Amazônia até o ano 2000 foi de 59

milhões de hectares (15% da área total), sendo que, na última década, o Brasil perdeu

cerca de dois milhões e trezentos mil hectares de florestas por ano, com uma redução de

2.187.500 ha/ano de florestas naturais e 121.800 ha/ano de florestas plantadas (IBAMA,

2003).

Portanto, apesar da extensão territorial e das condições climáticas favoráveis, se não

forem tomadas medidas urgentes, o Brasil passará de exportador a importador de

madeira.

O setor florestal tem uma participação expressiva no PIB (cerca de 4,5%) e representa

8% das exportações brasileiras (SBS, 1987). No entanto, a região amazônica possui

apenas 6% da área destinada à silvicultura no Brasil, tendo produzido no ano de 2001,

2,9 milhões de m3 de madeira oriunda de reflorestamento, principalmente com os gêneros

Pinus e Eucalyptus (Lentini et al., 2003).

O reflorestamento pode ser uma alternativa para aumentar a renda na propriedade rural

proporcionando benefícios ecológicos, sociais e econômico para os produtores. Entre os

benefícios dos plantios florestais pode-se citar: a conservação do solo e a qualidade da

água; aumento da oferta de emprego e distribuição da mão-de-obra ao longo do ano e

ainda a diversificação da produção e o aumento de renda.

As plantações florestais podem ser de produção e/ou de proteção. As plantações de

produção são constituídas basicamente de monocultivos ou consórcio simples de

espécies selecionadas (geralmente pioneiras de rápido crescimento). Possuem finalidade

industrial, o que requer grande quantidade de material lenhoso de qualidade homogênea

e baixo custo final. Já as plantações de proteção devem servir como estímulo à

regeneração natural e envolvem necessariamente plantios mistos e a aplicação da

sucessão, que é o mecanismo pelo qual a floresta se auto-renova (Kageiama & Castro,

1989).

13 Pesquisador da Embrapa Roraima; Dr. Manejo Florestal – [email protected]

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36 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Características importantes para a seleção de espécies florestais

Entre os principais critérios para a seleção de espécies para reflorestamentos estão a

aptidão em relação ao sítio e a elevada produtividade (Lamprecht, 2000). A escolha de

espécies é um sério problema em países tropicais e subtropicais, onde o uso de uma

espécie em local inadequado pode levar a problemas como: produtividade inferior ao

potencial da região; elevada suscetibilidade ao ataque de pragas e produção de madeira

com características inadequadas (Ferreira, 1987).

As principais características para a seleção e seus efeitos sobre a produção e os serviços,

podem ser observados na Tabela 1.

TABELA 1: Atributos das árvores e sua relação com a produção e serviços.

Atributos Efeitos

Distribuição do sexo na planta Importante para a produção de frutos

Altura da árvore Facilidade de coleta de frutos ou sementes; efeitos de sombra e produção de toras

Forma do tronco Aptidão para uso em serraria e postes

Forma e tamanho da copa Produção de folhas, sombra; espaço vital de crescimento, conservação do solo

Padrão radicular Competição com outras plantas; conservação do solo

Taxa de crescimento/qualidade da madeira Influência direta sobre a idade de rotação e retorno financeiro do investimento; uso em diversos produtos madeireiros

Fenologia Regulação e demanda de mão-de-obra

Resistência a doenças Requerimento principal por afetar todos os outros

Fixação de nitrogênio/adaptabilidade aos sítios

Adaptação a sítios extremos; recuperação de áreas degradadas

Fonte: Adaptado de Wood & Burley (1995).

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37 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Histórico de pesquisa

Entre os principais fatores limitantes para o reflorestamento com espécies nativas na

região amazônica estão a falta de conhecimento sobre o manejo, a silvicultura e a

ecofisiologia das espécies, bem como a pouca disponibilidade de material reprodutivo de

boa qualidade para o plantio em larga escala.

Com o objetivo de selecionar espécies florestais para plantios na região Amazônica;

implantar unidades de validação em diferentes regiões ecológicas e identificar áreas para

a coleta de sementes, a Embrapa desenvolveu o projeto “Zoneamento edafo-climático

para o plantio de espécies florestais de rápido crescimento na Amazônia” que teve início

no ano de 1998.

Neste projeto foi utilizada uma rede experimental com a participação de centros de

pesquisa da Embrapa nos estados do Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima. O

delineamento estatístico utilizado foi o de blocos ao acaso em parcelas com 81 plantas

(49 úteis). Foram instaladas 260 parcelas experimentais, sendo 70 no Amazonas, 40 no

Amapá, 30 no Pará, 65 em Rondônia e 55 em Roraima.

Como critério para a seleção de espécies utilizou-se, a boa adaptabilidade para o

crescimento a céu aberto; a existência de tecnologia disponível para a produção de

mudas e plantio e a demanda para a produção de madeira para laminação, serraria, óleos

essenciais, celulose, papel e energia.

RESULTADOS

As espécies que tiveram o melhor crescimento em todos os estados e regiões analisadas

foram a Acacia mangium, o taxi-branco (Sclerolobium paniculatum) o Paricá

(Schizolobium amazonicum) e o Eucalyptus urograndis.

Para o estado de Roraima, das 55 espécies plantadas foram selecionadas 17, em função

do crescimento inicial e forma do fuste, conforme a Figura 1.

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38 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0

C a r a p a g u i a n e n s i sA c a c i a m a n g i u m

B e r t h o l l e t i a e x c e l s aT a b e b u i a a v e l l a n e d a e

H y m e n a e a c o u r b a r i lA l b i z i a g u a c h a p e l e

C o l u b r i n a a c r e a n aD y p t e r i x o d o r a t a

G o u p i a g l a b r aE u c a l y p t u s c a m a l d u l e n s i s

G m e l i n a a r b o r e aT a b e b u i a i m p e t i g i n o s a

J a c a r a n d a c o p a i aB a g a s s a g u i a n e n s i s

S c l e r o l o b i u m p a n i c u l a t u mU r o g r a n d i s 1 2 7 0

S c h i z o l o b i u m a m a z o n i c u m

Fig. 1: Incremento médio anual em volume comercial (m3/ha/ano) para as espécies selecionadas.

Observa-se o maior incremento médio anual apresentado pelas especies Eucalyptus

urograndis com 57,2 m3/ha/ano, paricá (Schizolobium amazonicum) com 32,6 m3/ha/ano,

pará-pará (Jacaranda copaia) com 37,4 m3/ha/ano, Eucalyptus camaldulensis com 33,1

m3/ha/ano e Gmelina arborea com 29,5 m3/ha/ano.

Para descrever o crescimento em altura, volume comercial, fator de forma e o diâmetro da

copa foram selecionadas e ajustadas equações, conforme mostra a Tabela 2.

Tabela 2: Equações selecionadas e ajustadas para castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa) aos sete anos de idade.

Variável dependente Equação selecionada AjusteR2aj Syx%

Altura 0,95 4,53Volume comercial 0,97 10,79

Fator de forma 0,62 7,27Diâmetro da copa 0,61 7,8

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39 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

CONCLUSÕES

Para desenvolver esta linha de pesquisa em Roraima seria necessário:

1. Reunir e disponibilizar aos produtores todas as informações disponíveis para a produção de mudas, plantio e manejo.

2. Implantar arboretos em diferentes regiões ecológicas do Estado.3. Na área de mata, implantar talhões experimentais (plantios comerciais) com as

espécies que tem se mostrado mais promissoras.4. Realização de experimentos de espaçamento e adubação em diferentes tipos de

solos.5. Determinação de áreas de coleta e estabelecimento de áreas de produção de

sementes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, M. Escolha de espécies arbóreas para a formação de maciços. Documentos

florestais. ESALQ: Piracicaba, 1987. 15p.

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS

RENOVÁVEIS. Geobrasil 2002. Brasília: Ibama, 2002. 447p.

KAGEIAMA, P.Y; CASTRO, C.F.A. Sucessão secundária, estrutura genética e plantações

de espécies arbóreas nativas. Piracicaba: IPEF, v.41/42, 1989.

LAMPRECHT, H. Silvicultura nos trópicos: ecossistemas florestais e respectivas espécies

arbóreas – possibilidades e métodos de aproveitamento sustentado. Dt.Ges.für

Techn.Zusammenarbeit, Rossdorf, República Federal da Alemanha, 2000. 343p.

LENTINI, M; VERÍSSIMO, A; SOBRAL, L. Fatos florestais da Amazônia 2003. Belém:

Imazon, 2003. 110p.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA. A conservação da natureza e o

patrimônio florestal Brasileiro. São Paulo: SBS, 1987. 14p.

WOOD, P.J; BURLEY, J. Un arbol para todo propósito: introducion y evalluación de

arboles de uso múltiple para agroforesteria. San José: Centro Internacional para

investigación y agroforesteria/Instituto Interamericano de cooperación para la Agricultura,

1995. 180p.

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40 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

CICLAGEM DE NUTRIENTES EM SISTEMAS AGROFLORESTAISPatricia da Costa 14

Marcelo da Cunha Amaral 15

INTRODUÇÃO

O processo de ciclagem de nutrientes refere-se ao movimento de elementos e compostos

inorgânicos entre dois compartimentos: o compartimento de reserva, ou “pool”

reservatório, e o componente de ciclagem, ou “pool” lábil.

Este processo é normalmente dividido em dois ciclos, que apresentam diferentes taxas de

ciclagem: o ciclo geoquímico que envolve processos de entrada e saída de nutrientes no

ecossistema; e o ciclo biológico, formado pelos processos de transferência de nutrientes

dentro do ecossistema. Por sua vez, o ciclo biológico também pode ser dividido em: (i)

ciclo biogeoquímico, que consiste no processo de transferência de nutrientes no sistema

solo-planta; e, (ii) ciclo bioquímico, que se refere à translocação de nutrientes entre

tecidos novos e senescentes das plantas.

As principais vias de entrada de nutrientes no ciclo biogeoquímico são: adições

atmosféricas (poeira, precipitação); intemperismo do material de origem; fixação biológica

de nitrogênio e adição de fertilizantes. Enquanto que as principais vias de saída de

nutrientes são: lixiviação; erosão; volatilização; denitrificação; e, exportação de produtos.

Como dito anteriormente, o ciclo biogeoquímico abrange a movimentação de nutrientes

entre o solo e a biomassa vegetal, ou seja, envolve a absorção de nutrientes pelas

plantas e sua alocação em seus diferentes componentes, a transferência dos elementos

para o solo através da produção e deposição de serapilheira e completa-se com a

decomposição da serapilheira e reabsorção dos nutrientes pelas plantas. O tempo em que

tal ciclo se completa depende de uma série de fatores ligados à planta, como: exigência

nutricional, alocação e capacidade de retranslocação, papel funcional do nutriente; e de

fatores ambientais, tais como: condições climáticas e edáficas, tratos agronômicos ou

silviculturais e atividade biológica dos organismos decompositores, apresentando,

portanto, grande significado nutricional e silvicultural.

Já o ciclo bioquímico, que envolve a translocação de nutrientes entre tecidos senescentes

e tecidos jovens das plantas, tem maior importância para os elementos de maior

14 Pesquisadora Embrapa Roraima – M.Sc. Solos – [email protected]

15 Biólogo – FEMACT.

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41 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

mobilidade dentro da planta, como: nitrogênio, fósforo, potássio e magnésio. Este ciclo

assume uma menor relevância para elementos como o cálcio e o enxofre, além dos

micronutrientes, que de um modo geral tem retranslocação bem menor. Sua intensidade é

maior quando a demanda por nutrientes para a produção de biomassa for menor do que a

capacidade de suprimento do solo. A intensidade do ciclo bioquímico pode ser avaliada

por variações nas concentrações de nutrientes entre as folhas e o material formador de

serapilheira (folhas senescentes).

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42 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

A ciclagem de nutrientes e os sistemas produtivos na Amazônia

Em sistemas naturais, todos os processos envolvidos na ciclagem de nutrientes mantém

um equilíbrio dinâmico, onde as entradas (adições) e saídas (perdas) de nutrientes são

relativamente pequenas apresentando valores similares. Por este motivo, a ciclagem de

nutrientes em sistemas naturais é dita fechada. Por sua vez, os sistemas agrícolas e

pecuários são considerados sistemas abertos, caracterizados por elevadas perdas, sendo

a principal delas resultado da exportação de nutrientes através da retirada e

comercialização dos produtos vegetais e/ou animais.

A Floresta Amazônica, considerada como um dos ecossistemas de maior biodiversidade

do planeta (Gentry, 1992), vem sofrendo os efeitos de uma crescente pressão antrópica,

que pode ser constatada a partir da observação do incremento das taxas médias de

desflorestamento bruto para fins agropastoris (INPE, 2002). Após a retirada da vegetação

original, verifica-se um rápido declínio da produtividade de pastagens alguns anos após

sua abertura (Brienza et al., 1998). Por sua vez, a agricultura tradicional, baseada na

derruba e queima de áreas de floresta e/ou capoeira, para a implantação de uma

atividade agropecuária geralmente de subsistência, sem o aporte de insumos, mostra-se

fortemente dependente da matéria orgânica proveniente da queima da floresta, que atua

como principal fonte de nutrientes minerais às plantas. Estas atividades prosperam por

apenas um ou dois anos e o que se observa após alguns anos é a completa degradação

e perda da fertilidade do solo, resultado de alterações na ciclagem de nutrientes.

Os Sistemas Agroflorestais (SAF) caracterizam-se pelo cultivo em uma mesma unidade

de uso da terra de espécies perenes (essências florestais, arbustos, frutíferas, etc.) e

cultivos agrícolas anuais e /ou animais, em alguma forma de arranjo espacial, ou em uma

seqüência temporal (Lundgren & Raintree, 1982 apud Nair, 1992). Nesta mesma definição

os autores ressaltam que os diferentes componentes dos sistemas apresentam tanto

interações ecológicas, quanto econômicas.

Os SAF mostram-se capazes de aportar grande quantidade de biomassa vegetal ao solo,

fato pelo qual contribuem para a manutenção de ciclos biogeoquímicos similares aos de

uma floresta (Fernandes & Matos, 1995), contribuindo para o uso contínuo da terra e

interrompendo o ciclo de derruba e queima de novas áreas de floresta primária. Desta

forma, os SAF surgem como uma alternativa de recuperação e inserção das áreas

degradadas ou abandonadas no contexto produtivo, contribuindo, assim, para a

diminuição da pressão antrópica sob as áreas de floresta primária.

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43 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Benefícios do uso de espécies arbóreas em agroecossistemas

Entre os sistemas naturais e os sistemas agrícolas e/ou pecuários existe um continuum

com variações na relação entre a sustentabilidade e as perdas de nutrientes. Os SAF se

inserem entre estes extremos, apresentando ciclagem de nutrientes comparativamente

mais fechada que a de sistemas agrícolas convencionais (Nair, 1992). Este efeito é

resultado da introdução do componente arbóreo, que se mostra capaz de alterar uma

série de processos e vias na ciclagem de nutrientes, com diferentes efeitos no solo

(Tabela 1). Entretanto, deve-se lembrar que as árvores também podem trazer efeitos

adversos sobre as culturas econômicas, resultado da competição por água e nutrientes,

produção de substâncias inibidoras do crescimento, perda de nutrientes com a colheita de

produtos florestais e ainda devido a possíveis efeitos adversos sobre aspectos físicos do

solo (Nair, 1992).

Tabela 1. Resumo dos efeitos das espécies arbóreas sobre o solo.

NATUREZA DO PROCESSO

PROCESSOS/VIAS PRINCIPAL EFEITO NO SOLO

ENTRADA Produção de biomassa (decomposição da serapilheira e das raízes)

Elevação ou manutenção de matéria orgânica

Fixação de nitrogênio Elevação das concentrações de NEfeitos sobre a chuva (quantidade e distribuição)

Influencia a adição de nutrientes através da chuva e poeira

SAÍDA Proteção contra erosão (água ou vento)

Reduz a perda de solo e nutrientes

CICLAGEM Translocação de nutrientes/ ciclagem/ liberação

Transloca das camadas inferiores e deposita na superfícieImobiliza nutrientes que poderiam ser perdidos por lixiviação“Timing” na liberação de nutrientes

INFLUÊNCIAS Físicas Melhora as propriedades físicas do soloINDIRETAS Químicas Efeitos sobre pH e salinidade

Microclimáticas Reduz os extremos de temperatura e umidadeBiológicas Efeito sobre biodiversidade de organismos do solo

(quantidade e qualidade da serapilheira, exudatos radiculares e etc)

FONTE: Modificado de Nair (1992).

Eficiência no manejo da ciclagem de nutrientes em SAF

Atualmente os estudos de ciclagem de nutrientes em SAF vêm tentando identificar:

espécies capazes de translocar nutrientes do sub-solo, disponibilizando-os para o

sistema; e, espécies capazes de aportar quantidades relevantes de matéria orgânica e de

nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo.

A busca pela sincronia entre os eventos de aporte de biomassa vegetal, decomposição da

matéria orgânica e mineralização de nutrientes de acordo com a necessidade dos cultivos

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44 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

(qualidade, quantidade, tempo, método de aplicação) é um dos principais desafios para a

definição de interações entre espécies e modelos de SAF. Assim, estudos com

leguminosas arbóreas vêm tentando identificar: a) a quantidade de N fixado por uma

árvore em diferentes modelos de SAF e quanto deste N é eventualmente usado pelos

cultivos; b) a forma como este componente aumenta a eficiência com a qual o nitrogênio

contido no solo é disponibilizado para as plantas (Nair, 1992).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos de ciclagem de nutrientes devem sempre buscar uma atuação complementar

envolvendo equipes multidisciplinares, cujo foco principal deve ser sempre a busca por

sistemas sustentáveis capazes de contribuir para o desenvolvimento sócioeconômico dos

produtores.

Um maior número de estudos devem ser conduzidos visando identificar espécies nativas,

em diferentes biomas e ecossistemas, com potencial de uso em SAF, e dentre estas,

aquelas capazes de aportar matéria orgânica, nitrogênio e fósforo ao solo.

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45 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

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46 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

UTILIZAÇÃO DE LEGUMINOSAS ARBÓREAS COMO COMPONENTES DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS

Jane Maria Franco de Oliveira16

O objetivo deste estudo foi avaliar sete espécies leguminosas quanto aos seus aspectos

botânicos e agronômicos em área de capoeira no Estado de Roraima. O experimento foi

conduzido no Campo Experimental Confiança, pertencente a Embrapa Roraima, no

Município do Cantá, em Roraima. As espécies estudadas foram Inga edulis, Flemingia

macrophylla, Desmodium tortuosum, Gliricidia sepium, Acacia auriculiformis, Acacia

holosericea e Tephrosia candida. O plantio das mudas ocorreu em junho de 2000 e os

tratamentos foram constituídos por espécies e aplicação ou não de adubação fosfatada (0

e 20 kg de P ha-1), no plantio das mudas, configurados num delineamento em blocos

casualizados, em esquema fatorial de 7 X 2. Foram feitas avaliações de altura da planta,

diâmetro do caule, produção de fitomassa, teores de nutrientes na parte aérea das

plantas e análises químicas do solo, para N e P, antes e aos 15, 30 e 60 dias, após a

deposição dos materiais vegetais na superfície do solo. Os resultados revelaram que a

aplicação de P no plantio, influenciou nas variações da altura da planta, diâmetro do caule

e produção de matéria seca. A produção de matéria seca pelas leguminosas, não se

refletiu na quantidade de nutrientes, acumulados por uma mesma espécie. A G. sepium

destacou-se quanto ao acúmulo de nutrientes estocados na parte área e, as folhas,

responderam por 55% do material formador da biomassa. Os níveis de N total, variaram

em função das épocas e profundidades e para o P, o efeito foi para a adição de P no

plantio, profundidades e épocas. As maiores concentrações destes elementos foram

determinadas na camada de 0-10 cm do solo.

16 Pesquisadora da Embrapa Roraima – Dr. Botânica – [email protected]

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47 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

EXPERIÊNCIAS COM SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM RORAIMA.Carlos Eugênio Vitoriano Lopes 17

As experiências da Embrapa Roraima com Sistemas Agroflorestais (SAF) estão sendo

conduzidas em propriedades rurais localizadas na vicinal 7 da Vila do Apiaú, no município

de Mucajaí. O tamanho dos lotes está compreendido entre 15 e 60 ha. O clima da região

está classificado como tropical úmido, do tipo Awi, com temperaturas médias oscilando

entre 28º e 38º C. O período chuvoso inicia-se a partir da segunda quinzena de abril até a

primeira quinzena de agosto, com precipitação média anual de 2.000 mm.

No ano de 1999 foram selecionados 20 produtores rurais da Associação de Preservação

Ambiental do Apiaú (APAA) para iniciar a implantação de sistemas agroflorestais. A

seleção dos produtores foi realizada utilizando uma combinação das metodologias

descritas no diagnóstico rápido rural, Diagnóstico Rápido Participativo e Sondagem, neste

diagnóstico foram abordados os seguintes pontos: avaliação das condições

edafoclimáticas, incluindo análises de solos, conhecimento da origem e grau de

organização da comunidade, problemas e êxitos encontrados nas propriedades, definição

de objetivos comuns através de uma seqüência de reuniões com as famílias e seleção

das espécies de diferentes funções e dos modelos agroflorestais.

Atualmente participam 10 agricultores familiares realizando os trabalhos de

implementação e avaliação dos sistemas agroflorestais, sendo semanalmente visitados

para acompanhamento de inúmeras atividades, como o preparo das áreas, plantio,

preparo das mudas e das sementes, tratos culturais, colheita, comercialização e outras

inerentes à cadeia produtiva. Aliado ao trabalho de implementação dos SAF tem-se

capacitação continuada dos agricultores, desde treinamentos de associativismo, até

comercialização e outros assuntos dependendo dos interesses dos agricultores.

No ano de 2002 foi realizado diagnóstico sócio-econômico dos agricultores, utilizando

questionários elaborados com ênfase em dados sobre a família, propriedade e

expectativas dos produtores em relação ao projeto implantado. O preenchimento de cada

questionário levou aproximadamente duas horas e meia. Participaram da pesquisa 10

agricultores familiares onde o perfil de cada entrevistado foi evidenciado através de

freqüência nas seguintes categorias: a) origem, b) faixa etária, c) tempo de permanência

no lote, d) tempo de ocupação mensal do lote, e) composição familiar, f) tipo de mão-de-

17 Engenheiro Agrônomo – Embrapa Roraima – [email protected]

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48 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

obra utilizada, g) área cultivada, h) área com potencial para expansão dos plantios, i) área

de preservação permanente, j) recursos hídricos e l) renda familiar.

De acordo com o diagnóstico, constatou-se que a maioria dos produtores é procedente do

nordeste, principalmente do estado do Maranhão. A faixa etária está situada entre 37 a 62

anos. Os fluxos migratórios indicam na maioria dos casos, uma parada em outro estado e

depois migração para o estado de Roraima. Em cada família, o número médio de filhos foi

3,3, podendo chegar até 8 filhos. Neste caso o produtor poderia utilizar seus filhos como

mão de obra familiar uma vez que a faixa etária variou de 15 a 25 anos.

A ocupação dos lotes pelas famílias tem um período de 2 a 11 anos. No caso das famílias

que chegaram mais recentemente em suas propriedades, entre 2 e 4 anos, ainda há uma

grande possibilidade de abandono das mesmas. Devido às dificuldades de

comercialização de seus produtos na região, os produtores necessitam viajar

aproximadamente 100 km até a capital do estado, Boa Vista, para vender seus produtos,

podendo permanecer em torno de 25% do mês, ausentes das atividades na propriedade.

Os sistemas de produção ocupam cerca de 3 a 30 hectares do total da área. Devido ao

baixo índice de desmatamento das propriedades, onde as áreas de preservação

permanente continuam intocadas, há a possibilidade de expandir os plantios de 2 a 10

hectares em cada lote, com interesse em implantar espécies perenes como açaí, pupunha

e cupuaçu.

Basicamente a mão-de-obra utilizada na propriedade é de natureza familiar, constituída

pelo pai, mãe, filhos e agregados. Eventualmente ocorre a troca de serviços, através do

mutirão entre os produtores, nos períodos de preparo do solo, plantio, conservação e

colheita quando há maior necessidade de mão de obra.

Os recursos hídricos naturais existentes nas propriedades geralmente são os igarapés e

as cachoeiras sendo que existe a construção de reservatórios de água e açudes utilizados

para o consumo familiar, irrigação e manutenção de pequenos animais, estes recursos

hídricos são temporários, sendo utilizáveis durante oito meses do ano.

No processo de adoção de tecnologia, os produtores que apresentaram adoção imediata

às tecnologias propostas, apresentaram maior renda mensal que os produtores mais

reticentes à adoção (Figura 1). Uma ressalva é feita ao fato de que a disponibilidade dos

produtores, com relação à adoção de tecnologia foi fortemente influenciada pela

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49 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

credibilidade e confiança na equipe de trabalho, o que é devido especialmente a maior

constância da assistência disponibilizada por esta para com a comunidade de trabalho.

. Adoção tecnológica

Ren

da m

ensa

l (R

$)

80

120

160

200

240

280

Imediata Não imediata

Para sucesso do empreendimento agrícola é necessário um bom planejamento, em todas

as fases da cadeia produtiva, tendo uma organização formal dos agricultores familiares,

consolidada e forte, para enfrentar os desafios do processo produtivo.

A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e a iniciativa privada assessoram

na implementação, acompanhamento e avaliação dos trabalhos.

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50 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

CARBONO EM ECOSSISTEMAS NÃO-FLORESTAIS DE RORAIMA18

Reinaldo Imbrozio Barbosa19

INTRODUÇÃO

O acelerado ritmo das mudanças do uso da terra na região amazônica, verificado

principalmente a partir do início dos anos 1970, vem contribuindo com adições

significativas de carbono na atmosfera terrestre (Fearnside, 1997a; 2000; Houghton et al.,

2001). O carbono é o elemento químico de maior peso participativo nos principais gases

do efeito estufa (dióxido de carbono - CO2, metano - CH4) que são liberados a partir da

queima e da decomposição da biomassa resultante dos desmatamentos nas regiões

tropicais (Myers, 1989).

Embora os ecossistemas florestais (alta biomassa) sejam os mais impactados pela troca

do uso da terra e, portanto, os que mais contribuem para a emissão de carbono para a

atmosfera, os ecossistemas não-florestais (savanas, campinas, etc) também vêm sendo

afetados nos últimos anos por causa das maiores restrições legais impostas nos sistemas

florestais, e pela maior facilidade de alicerçar grandes projetos de desenvolvimento

agrossilvipastoris em sistemas caracterizados por possuírem pouca quantidade de

biomassa por unidade de área.

Além da mudança brusca do uso da terra, a maioria destes sistemas sofre com a alta

freqüência de fogos, o que faz destas paisagens constantes emissoras de gases para a

atmosfera pela queima antropogênica. Neste sentido, Roraima se transforma em um

excelente palco de estudos por possuir a maior área contínua de savanas (“lavrado”) do

Bioma Amazônia, além de ecossistemas de campinas e relíquias (“tepuy”) de média e alta

altitudes. Somados, representam mais de 20% da área física total do Estado (Barbosa &

Fearnside, sd).

As savanas de Roraima, em particular, vêm se destacando desde o final dos anos 1990

por causa do aceleramento das mudanças do uso da terra em seus sistemas naturais.

Portanto, implementar informações sobre a quantificação do estoque de carbono na

paisagem original e sua dinâmica ao longo do tempo nestes sistemas de vegetação

18 Desmembrado da tese de doutoramento de R. I. Barbosa (Barbosa, 2001). Financiamento: (1) Convênio INPA/GERR (1o Termo Aditivo - 1993 e 2o Termo Aditivo - 06/1995), projeto "Capacidade de Suporte Humano em Agroecossistemas Amazônicos - Roraima" e (2) Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Programa Natureza e Sociedade, projeto "Savanas da Amazônia: Emissão de gases do efeito estufa (CO2 e gases-traço) pela e queima e decomposição da biomassa vegetal em Roraima, Brasil" (CSR 131-99).

19 Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA-RR, [email protected]

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51 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

aberta são de grande importância científica, pois fazem parte do inventário nacional de

emissão de gases do efeito estufa, firmado por acordos internacionais dentro da

Convenção do Clima, e subsidiada pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (ver

IPCC/OECD, 1994 e IPCC, 1997; 2000).

OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi o de estimar preliminarmente, o estoque de carbono acima do

solo presente nos ecossistemas não-florestais do Estado de Roraima, usando como base

o ano de 1990, como sugerido pelo IPCC (1997).

MATERIAL E MÉTODOS

Para realização do estudo, levou-se em consideração que o estoque de carbono em

qualquer ecossistema terrestre pode ser avaliado a partir da identificação e da

quantificação dos seguintes parâmetros básicos de cálculo: (a) área total do ecossistema

original (ou na data base requerida), (b) biomassa (peso seco) acima (viva e morta) e

abaixo do solo por cada subdivisão ecossistêmica e (c) concentração (%) de carbono

(média) contido nas diferentes frações da biomassa. Assim sendo, e tomando os sistemas

não-florestais de Roraima como exercício, estimou-se a área total original destes sistemas

para o ano de 1990 (ano base de cálculo do IPCC) a partir dos “Mapas Fisionômicos-

ecológicos” (1: 250.000), reduzidos, contidos nos livros de texto do Projeto

RADAMBRASIL, volumes 8 (Brasil, 1975a), 9 (Brasil, 1975b), 11 (Brasil, 1976) e 18

(Brasil, 1978).

A biomassa acima do solo de cada uma das divisões ecossistêmicas foi estimada a partir

dos trabalhos de campo em Roraima de Barbosa (2001) e Barbosa & Ferreira (sd), além

da revisão para todos os ambientes não-florestais da Amazônia brasileira realizada por

Barbosa & Fearnside (sd). Isto foi importante para cobrir lacunas de dados faltantes em

algumas paisagens locais, e para aumentar a consistência dos valores utilizados nos

cálculos gerais com a complementação de estudos de outros autores que trabalharam

com ecossistemas não-florestais no Brasil Central e na Venezuela. A falta de estudos

consistentes para biomassa abaixo do solo não permitiu o aprofundamento desta

estimativa nesta investigação. A concentração de carbono para todos os sistemas foi

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52 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

aproveitada de Barbosa (2001). Para quantificar o estoque de carbono total para cada um

dos ecossistemas terrestres não-florestais em Roraima, foi usada a seguinte sistemática:

Onde:EtC = estoque total de carbono em “t” (toneladas), A = área de cada um dos sistemas em “ha” (hectare), B = biomassa (viva + morta) acima do solo distinta por unidade de vegetação em kg.ha-1

(x 1.000), e, C = concentração de carbono transformado de porcentagem em valores centesimais.

RESULTADOSA Tabela 1 apresenta os resultados resumidos dos estudos que formaram a base de

referência para esta investigação. A área total identificada para os ecossistemas não-

florestais de Roraima soma 4.629.818 ha (± 20,6% da área total do Estado). Levando em

consideração a seqüência de cálculo orientada na metodologia, estimou-se um total de

24,3 x 106 t de C estocado na vegetação acima do solo nas tipologias não-florestais

regionais para o ano base de 1990.

EtC = A x B x C

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53 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Tabela 1 – Área, biomassa acima do solo (viva + morta), concentração e estoque total de

carbono dos ecossistemas não-florestais de Roraima, para o ano base de 1990.

Ecossistemas Área Biomassa C Estoque CAcima do Solo Acima do Solo

(*) (ha) (kg.ha-1) (t = kg x 1.000)SavanasSa 54.709 43.198 0,455 1.075.313Sg 1.368.809 3.286 0,465 2.091.485Sp 1.135.038 6.051 0,463 3.179.747Ta 66.608 43.198 0,455 1.309.200Tg 54.093 9.805 0,455 241.326Tp 735.034 6.586 0,436 2.110.785

CampinasLa 910.376 31.765 0,455 13.157.734Lg 232.504 9.500 0,455 1.004.997

Relíquiasrl 72.457 3.351 0,455 110.464rm 190 3.351 0,455 290Total 4.629.818 - - 24.281.341

(*) Para savanas (S), savanas estépicas (T) e campinas (L), a terminação “a” indica sistemas arbóreos, a “g” gramíneo-lenhosa e “p” parque. Para as relíquias (r), a terminação “l” indica sistemas montanos acima de 1.000m de altitude, e a “m” sistemas submontanos, abaixo de 1.000m.

CONCLUSÃO

Os resultados aqui obtidos, embora preliminares e indicando a necessidade de uma

revisão mais adequada sobre os dados utilizados nos cálculos gerais, sugerem que os

sistemas não-florestais de Roraima possuem um estoque de carbono acima do solo

superior a 24 milhões de toneladas de carbono. Este valor é aproximadamente seis vezes

superior à estimativa do total de carbono emitido na forma de CO2 para todo o Estado de

Roraima no ano de 1990, levando em consideração os resultados de Fearnside (1997b).

Nesta ordem de magnitude (milhões de toneladas), toda esta paisagem de vegetação

aberta deveria receber maior grau de atenção no sentido de aproveitar seu potencial

natural de estocagem regional.

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54 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

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56 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

CARBONO EM ECOSSISTEMAS FLORESTAIS DE RORAIMAHaron Abrahim Magalhães Xaud 20

1-INTRODUÇÃO

Tendo em vista a preocupação mundial a respeito das medidas para controle das

emissões de carbono, é necessário que sejam conhecidas as quantidades de carbono

estocadas nos ecossistemas naturais amazônicos, pois, uma vez alterada a cobertura

natural, o estoque presente sofre uma dinâmica diferenciada de liberação e retenção de

carbono que pode afetar o clima global devido a magnitude da região.

Ao se tratar desta questão no Brasil, as florestas tropicais têm um papel muito bem

marcado: a) pelo fato deste tipo de sistema ocupar uma área ampla ainda intacta; b) pela

alta concentração de biomassa por unidade de área e, portanto, de carbono estocado e;

c) pelos altos índices de desmatamento que vêm sendo medidos ano a ano.

2- AMAZÔNIA LEGAL BRASILEIRA

A Amazônia Legal Brasileira ocupa uma área de cerca de 5 milhões de km2,

representando aproximadamente 66% do território nacional, abrangendo os estados do

Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e parte dos estados de

Tocantins Goiás e Maranhão. Segundo Fearnside et al. (1990), sua superfície florestada

original a ser considerada representa aproximadamente 4,2 milhões de km2 e a cobertura

de cerrados, cerca de 800.000 km2 (Tabela 1).

20 Pesquisador da Embrapa Roraima; M.Sc. Sensoriamento Remoto – [email protected]

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57 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Tabela 1. Área ocupada pela vegetação original na Amazônia Legal por Estado.

FONTE: Adaptado de Fearnside et al. (1990)

Utilizando o mapa do IBGE/IBDF (1988), Fearnside e Ferraz (1995), dentre 28 classes de

vegetação, interpretaram 19 delas como florestais, o restante (9) foi enquadrado como

“não-florestais”. Ecótonos, áreas de tensão ecológica e contatos, com exceção do

conjunto formado por Savana + Savana Estépica, foram todos enquadrados na categoria

"florestas".

Já Barbosa (2001) procedeu separação diferente. Este último autor incluiu alguns

ecossistemas, considerados "florestais" por Fearnside (1995; 1997), como abertos ou

"não-florestais". Foi o caso de campinas, campinaranas e formações pioneiras. O

somatório destas áreas diferentemente classificadas, calculado com base nos trabalhos

acima citados, é da ordem de 91.000 km2. Os trabalhos isoladamente não estão

incorretos. Mas é necessário observar estas nuances caso se pretenda realizar a

integração destes dados.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) vem analisando dados de

desflorestamento na Amazônia a partir de imagens de satélites da série Landsat, desde

1974. A partir de 1988 os levantamentos passaram a ser gerados anualmente.

Segundo INPE (2000), a extensão do desflorestamento bruto até agosto de 1998 era de

551.782 km2, cerca de 13,8 % da área de floresta original e 11,04 % da área total da

Amazônia Legal. A taxa média anual de desflorestamento bruto de 1977 até 1988 foi de

21.130 km2. Esta taxa só foi superada nos anos 1994/1995, com 29.059 km2 ao ano.

Área ocupada pela vegetação original (km2)

Área do Estado (km2)

Estado

Floresta Cerrado Total Acre 152.589 - 152.589 Amapá 99.525 42.834 142.359 Amazonas 1.562.488 5.465 1.567.953 Maranhão 139.215 121,017 139.336 Mato Grosso 572.669 308.332 881.001 Pará 1.180.004 66.829 1.246.833 Rondônia 215.259 27.785 243.044 Roraima 173.282 51.735 225.017 Tocantins/Goiás 100.629 169.282 269.911 TOTAL 4.195.660 793.279 4.988.939

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58 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Os Estados que tiveram os maiores somatórios nas contribuições em área bruta

desflorestada até 1999 foram: 1º- Pará (188.372 km2), 2º- Mato Grosso (131.808 km2), 3º-

Maranhão (100.590 km2), 4º- Rondônia (53.275 km2), 5º- Amazonas (28.866 km2). Em

termos percentuais, com base nas áreas florestadas de Fearnside et al. (1990) e áreas

brutas desflorestadas expostas em INPE (2000), os Estados que mais alteraram sua

cobertura florestal foram: 1º- Maranhão (72 %), 2º- Tocantins/Goiás (26 %), 3º- Rondônia

(25 %), 4º- Mato Grosso (23 %), 5º-Pará (16 %).

No ano de 1990 (89/90), tomado como referência para os cálculos de emissões de gases

do efeito estufa (GEE's) na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças de

Clima – UN-FCCC, a área desflorestada na Amazônia Legal foi de 13.810 km2 (INPE,

2000; Fearnside, 2001).

3 – BIOMASSA DA VEGETAÇÃO: AMAZÔNIA E RORAIMA

Biomassa é definida como a quantidade total de matéria-orgânica viva em árvores, acima

do solo, expressa como toneladas de matéria seca por unidade de área (Brown, 1997).

Na realidade esta definição está muito voltada para os casos de estudo de florestas.

O mais comum na literatura é encontrar o termo “biomassa” associado a uma ou mais

especificações para uma definição mais clara: biomassa verde acima do solo; biomassa

seca acima do solo; biomassa seca de raízes; biomassa seca morta acima do solo, etc.

Estas variações e qualificações do termo são necessárias para uma melhor compreensão

e dimensionamento dos componentes que integram “biomassa”. Assim, a definição do

termo conforme exposta em Brown (1997) para utilização em estudos de mudanças

globais, parece inadequada.

A variação fisionômica e estrutural da vegetação é acompanhada de uma variação em

sua biomassa. Santos et al. (1998) determinaram que a média de biomassa seca em

amostras de savana de Roraima (região de Alto Alegre) variou de 4,86 t/ha para

fisionomias com domínio de estrato herbáceo de gramíneas, até 20,15 t/ha para aquelas

com domínio de árvores. Xaud (1998), determinou valores entre 2,5 t/ha e 21,88 t/ha para

os mesmos ecossistemas.

Barbosa (2001) apresentou uma revisão de trabalhos que avaliaram biomassa seca pré e

pós-queima de formações savânicas em diversas regiões do mundo, reinterpretando o

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59 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

método adotado pelos diferentes autores e, tentando expressar o melhor caminho para o

cálculo de emissão de GEE provenientes da queima e decomposição da biomassa de

savanas no norte amazônico. A menor biomassa observada pela revisão do referido autor

foi para savanas graminosas na Zâmbia (2,4 t/ha) e o maior valor (36,7 t/ha) foi obtido

para o cerrado “stricto sensu” do Brasil central.

Santos et al. (1998) citam para a área de floresta primária na região de Comodoro (MT) –

Vilhena (RO), para indivíduos com DAP igual ou maior que 10 cm, uma biomassa viva

seca acima do solo no valor de 207 57,78 t/ha. Pardi Lacruz e Santos (1997) em

Caxiuanã (PA) determinaram para os mesmos parâmetros de inventário em floresta

primária, 368,97 t/ha.

Xaud (1998) determinou em inventários na região de Alto-Alegre (RR), valores entre 143,7

t/ha e 247,8 t/ha de biomassa em florestas primárias de contato (média de 194,7 t/ha),

medindo árvores com DAP a partir de 10 cm. Segundo Brasil (1975) estas florestas foram

classificadas como Estacionais Semideciduais Submontanas; às vezes, formando contato

com Floresta Ombrófila Densa Submontana e Floresta Ombrófila Aberta Submontana

com palmeiras. Por estarem localizadas em região de contato, vizinhas a áreas

savânicas, sujeitas a um clima com períodos secos extensos (4-6 meses), era de se

esperar que estas formações apresentassem uma biomassa menor que florestas densas

da região mais central da Amazônia.

A partir de ajustes21 nos cálculos de biomassa para florestas da Amazônia Brasileira,

Fearnside (2001) conclui sobre os seguintes valores:

a) florestas maduras não exploradas para madeira apresentam em média 463 t/ha

(biomassa total média, incluindo biomassa morta acima do solo (28 t/ha) e biomassa

abaixo do solo (109 t/ha);

b) a biomassa média de florestas não exploradas para madeira, originalmente presentes

nas áreas desmatadas em 1990, ficou em 433 t/ha; variação devido à concentração do

desmatamento nos limites sul e oriental da Amazônia onde a biomassa é mais baixa

que na parte central;

c) ajustando este valor e considerando a exploração madeireira, as áreas desmatadas

em 1990 apresentaram uma biomassa total média de 406 t/ha (249 t/ha = biomassa

21 Maior número de pontos amostrados (2.954), provenientes de FAO (10%) e RADAMBRASIL (90 %); ajustes em relação à densidade de madeira e biomassa abaixo do solo; ajustes em relação à área ocupada por cada ecossistema; e, valores de desflorestamento gerados por ecossistema.

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60 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

viva acima do solo; 59 t/ha = biomassa morta acima do solo; e, 98 t/ha = biomassa

debaixo do solo.)

Ainda carecem de melhor discussão os seguintes pontos relacionados à biomassa da

vegetação contida na Amazônia Legal:

Distribuição espacial dos pontos amostrais: seguindo a linha de raciocínio utilizada em

Nelson (1994) quanto à distribuição dos pontos de coleta botânica na Amazônia,

averiguar a hipótese de o mesmo fato estar acontecendo em relação aos inventários

básicos (FAO e RADAMBRASIL) utilizados nas últimas estimativas de Fearnside.

A maioria dos inventários utilizados para as estimativas de biomassa não contém dados

para biomassa de árvores abaixo de 10 cm de DAP, biomassa morta acima do solo e

biomassa no solo. A extrapolação de dados para estes aspectos ainda é um ponto crítico

devido à variação da biomassa dos ecossistemas florestais amazônicos e de suas

condições edafo-climatológicas.

Área ocupada por cada ecossistema: IBAMA, INPE e INPA devem tentar chegar a um

consenso sobre as áreas de cada ecossistema. Este é um dado crítico para ponderação

da biomassa para toda a Amazônia Legal, bem como análises sobre os impactos do

desmatamento.

4 – EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA

A forma como são calculadas as emissões pode ter grande efeito sobre o impacto

atribuído ao desmatamento (Fearnside, 2001). Um exemplo claro desta afirmação pode

ser visto em Victória et al. (1991). Na revisão apresentada sobre o tema, os autores

encontraram variações de até 60 vezes para alguns parâmetros em algumas referências

citadas. Foram mencionados também trabalhos de Brown e Lugo (1982) e Fearnside

(1987) que obtiveram valores discrepantes trabalhando sobre “praticamente a mesma

base de dados”. Neste caso, Victória et al. (1991) apontam como inapropriada a

metodologia de cálculo utilizada por Brown e Lugo (1982) para a determinação de

biomassa, concordando com os resultados de Fearnside (1987).

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61 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

Visando gerar estimativas para emissões de carbono com um menor erro, Fearnside

(1995; 1997a; 1997b; 2000; 2001) vem introduzindo nos cálculos, parâmetros de grande

relevância, conforme visto no item anterior sobre biomassa.

Fearnside (2001) atualiza estimativas anteriores (Emissões Líquidas Comprometida e

Balanço Anual) e incorpora ajustes para: densidade de madeira, biomassa debaixo do

solo, biomassa do cerrado (considerando desflorestamento de 5.000 km2), liberação de

carbono do solo, eficiência de queimadas, formação de carvão, e estimativas de emissões

por outros usos do solo (hidrelétricas, pastagens, etc.). Para o ano base de 1990, suas

conclusões são as seguintes:

a) Para Emissão Líquida Comprometida, que representa "as quantias líquidas de gases

de efeito estufa que serão emitidos ao longo prazo como resultado do desmatamento feito

em um determinado ano", os valores foram: 934 milhões de t CO2; 1,3-1,5 t de CH4; 30-37

milhões de t de CO e 0,07-0,018 milhão de t de N2O. Isto equivale a 267-278 milhões de t

de carbono equivalente a carbono de CO2 (para Global Warming Potential de 100 anos –

do IPCC).

b) Para Balanço Anual de emissões Líquidas em 1990, que representa os fluxos líquidos

em um único ano na região como um todo, os valores foram: 1189-1204 milhões de t de

CO2; 2,1-2,4 milhões de CH4; 37,4-45,7 milhões de t CO e 0,16-0,25 milhão de t de N2O.

Para o Estado de Roraima Fearnside (1997a) apresenta valores de estimativa de

biomassa, usando como ano-base 1990: estimativa de biomassa total média em áreas

florestais de Roraima: 427 t/ha; onde 295 t/ha = biomassa viva acima do solo, 31 t/ha =

biomassa morta acima do solo, 101 t/ha biomassa subterrânea.

Com base no desmatamento em 1990 e uma série de fatores detalhados de calibração

utilizados em seu modelo, Fearnside (1997a) conclui pelos seguintes valores de emissões

líquidas de gases do efeito estufa por Roraima em milhares de toneladas de gás: CO2,

14.815-14.836; CH4, 18,5-23,2; CO, 40,7-51,2; N2O, 1,5-3,0; NOx, até 21,0; NMHC, 13,9.

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62 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

O produto de incertezas embutidas nos cálculos de biomassa acumula as incertezas

primárias gerando um resultado que pode estar comprometido em termos de

confiabilidade.

O estado da arte da quantificação de biomassa na Amazônia Legal e de emissões de

carbono está bem sintetizado em Fearnside (2000; 2001).

Uma exploração mais rigorosa de bancos de dados já montados, transferidos para

ambiente de Sistema de Informação Geográfica, manipulado por equipe multidisciplinar

interagências, poderia alavancar rapidamente os resultados já alcançados, visando a

geração de estimativas ainda mais precisas.

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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particulado pela queima e decomposição da biomassa acima do solo, sem a troca do uso

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1975. 428p. (Levantamento dos Recursos Naturais, 8).

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63 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

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64 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

XAUD, M.R. Avaliação de dados TM/Landsat e SAR/JERS na caracterização da cobertura

vegetal e distribuição de fitomassa em áreas de contato floresta/savana no Estado de

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65 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

PLANTIOS FLORESTAIS COMERCIAIS DE Acácia mangium EM RORAIMA

Joachim Meier-Dörnberg 22

1. Classificação Botânica

Família: Mimosaceae

Espécie: Acacia mangium WILLD.Outros nomes comuns. Acácia das molucas, acácia mangium; black wattle, brown

salwood, coast salwood, coast myall, Forest mangrove, hickory wattle, maber, mange,

mangium, mountain brigalow, Sabah salwood, sally wattle, silkleaf acacia (Inglaterra);

akasia (Alemanha).

1.1 Origem e distribuição.

Originária do Nordeste da Austrália, Papua Nova Guiné, Irián Ocidental e Ilhas Molucas;

distribuída em plantios na África, Ásia, América Central e América do Sul.

2. Descrição da árvore

Espécie sempre verde, de porte variável, até 30m de altura, em lugares desfavoráveis

com 10m ou menos. Fuste normalmente reto e limpo de galhos até a metade de sua

altura ou mais, com poucos sulcos na base de até 90 cm de diâmetro. A casca das

árvores adultas é grossa, áspera, e fortemente fissurada longitudinalmente, de cor

marrom clara a marrom escura. Copa aberta, globular, quando isolada e colunar em

plantios. Folhas compostas pinadas nas plantas recém-germinadas, que em poucas

semanas depois se transformam em filódios que se formam a partir do desenvolvimento e

expansão dos pecíolos. Filódios de até aproximadamente 25 cm de comprimento e de 5 a

10 cm de largura, simples, verdes escuros, coriáceos quando secos, com 3 ou 4 nervuras

principais longitudinais as quais se unem na margem dorsal até a base, nervuras

secundárias finas e inconspícuas. Pequenos galhos, filódios e pecíolos lisos ou

ligeiramente escamosos.

22 Eng. Florestal. Ouro-Verde Agrosilvopastoril Ltda. (OVA). [email protected]; [email protected]

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66 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

3. Amplitude ecológica

Clima: Adapta-se a precipitação média anual de 1000 a 4500 mm/ ano; verão uniforme

com uma estação seca de 2 a 4 meses; temperatura média anual: 22 a 29ºC.

Solos: A Acacia mangium pode crescer quase em qualquer tipo de solo, independente de

suas condições, sempre e quando se conservem úmidos durante grande parte do ano.

Cresce bem em solos arenosos ou francos de origem aluvial, em solos minerais, e de

forma satisfatória em solos pobres e erosivos. Prospera bem tanto em solos fortemente

ácidos com pH baixo de 4,2 e com altos índices de alumínio (Al) e ferro (Fe), como em

solos de reação neutra com pH 7,5 e ligeiramente salinos. A capacidade da Acacia

mangium crescer em solos muito ácidos é notável e é um atributo de grande valor se

levarmos em conta que esse tipo de solo se encontra amplamente distribuídos nos

trópicos, e são poucas as espécies, especialmente leguminosas, que podem se adaptar

com êxito neles.

A Acacia mangium tolera solos muito pobres, argilosos, lateríticos, compactados, rochoso,

erosivos,e em áreas de planalto. Em Queensland (Austrália) as árvores geralmente se

encontram sobre latossolos ácidos e raras vezes em solos derivados de rocha básica. Em

Seram (Indonésia) a espécie é encontrada em podzol vermelho-amarelado com um

substrato calcáreo. Em Sabah foi plantada tanto em latossolos como em litossolos, em

sua grande maioria de reação muito ácida.

Esta leguminosa foi encontrada em solos com níveis de fósforo tão baixos como 0,2 ppm,

mas uma rápida taxa de crescimento não se pode esperar em tais solos. Cresce

espontaneamente em lugares úmidos, nas margens de córregos e vales, nas margens de

zonas pantanosas, e nas margens de regiões de Melaleuca ou zonas de manglar, em

áreas abertas e de potreiro.

4. Características

A Acacia mangium é uma espécie pioneira, de germinação rápida e uma alta necessidade

de luz solar. Se há a bactéria Rhizobium associada aos nódulos da raíz acontece uma

fixação de nitrógeno (N). A Acacia mangium tem a capacidade de estabelecimento em

áreas degradadas. O crecimento rápido (IMA ~20m³/hectare/ano) permite a colheita de

madeira em curto prazo.

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67 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

5. Situação no nordeste de Roraima

Consolidação de plantios com Acacia mangium no Estado de Roraima pela Empresa

Ouro Verde Agrosilvopastoril LTDA.

As várias etapas são os seguintes: Preparação do terreno, plantio (densidade de 3,30m

por 3,00m = 1000 plantas por hectare), adubação periódica, roçada na fase juvenil,

desrama baixa e alta periodicamente, desbaste periódico e o corte final com

aproximadamente 15 anos de cerca de 360 árvores por hectare.

Fig. 01 – Cátions disponíveis em solos de diversos países.

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

LA típico,Roraima,Brasil

LE típico,Roraima,Brasil

Sabah, Matanativa

ITCI, Indonesia Malaysia Oeste Sabah, Baldio Planosol,Austrália

Acrisol, PapuaNova Guiné

Sítio

MgKCa

Nutrientes disponíveis

(kg/ha)

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68 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

6 - Precipitação anual

Fig. 02 – Precipitação pluviométrica em Boa Vista.

7. Monitoramento e ferramentas

O monitoramento de incremento IMA dos povoamentos, a nutrição das árvores e a

situação dos solos obtido por meio de inventários sistematicos em pontos permanentes.

Doenças e pragas são avaliadas por inventários temáticos. Todos os resultados são

integrados em um sistema de mapeamento das áreas.

8. Riscos no plantio e controle

Os riscos biológicos são de vários tipos: fungos (evitar fraquezas, desbaste sanitário,

poda adequada), insetos (monitoramento e tratamento direcionado) e gado na fase juvenil

(Cercas e controle). Os riscos não biológicos são o vento (quebra vento), a seca (quebra

vento) e fogo (Prevenção e combate de incêndios).

9. Características da madeira

A densidade básica é entre 0,40 a 0,65g/cm³ (seca). A durabilidade natural é moderada. A

trabalhabilidade é moderadamente fácil. A impregnação é fácil. A madeira é

moderadamente dura, densa e resistente.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

JANFEB

MARAPR

MAYJUN

JULAUG

SEPOCT

NOVDEC

Meses

[mm

]

Precipitação (1973-1995)Precipitação (1970-1982)

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69 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

10. Usos da Acacia mangium

A madeira serrada pode ser aproveitada para produção de móveis maciços, construção

pesada e leve, chapas e embalagens. A lenha e o carvão têm um alto valor calorífico de

4800 a 4900 kcal/kg. As fibras da Acacia mangium são aproveitadas para processamento

de celulose. Produtos alternativos de Acacia mangium são, o mel, a folhagem (contém

42% de proteína) e casca (taninos).

11. Conclusões

A falta de nutrientes nos solos do lavrado no nordeste de Roraima são um dos fatores

limitantes para cultivos florestais. O período de seca e a situação da terra sem proteção

contra insolação, dificultam o estabelecimento de plantios com espécies nativas florestais

para uma produção de madeira de alto valor.

A Acacia mangium, ainda que uma espécie exótica em plantios de forma monocultura, é

atualmente a única opção de escolha. O rendimento de curto prazo e a amplitude

ecológica dessa espécie permite retorno econômico e serve como uso alternativo de

áreas degradadas.

Futuramente com a alteração dos solos nos plantios da Acácia, pode ser estabelecido um

sistema florestal com varias outras espécies nativas.

O abastecimento do mercado madeireiro mundial exige madeira em quantidades

crescentes. Plantios artificiais podem ajudar a minimizar o grau da destruição nas

florestas nativas tropicais e participar no processo da proteção dessas áreas.

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70 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

FLORESTAS RIBEIRINHASJosé Beethoven 23

Os diques formados nas margens dos rios representam o principal suporte para o

desenvolvimento de florestas beiradeiras. Os períodos de cheias é que são formadores

das condições necessárias ao estabelecimento da vegetação ribeirinha. O transborde é

essencial para gerar áreas de empréstimos e deposições, principalmente sobre os diques.

Porém, este evento não acontece de forma imediata, pois a cada 2 ou 3 mil anos de

deposições clásticas sobre o dorso de um dique, os estratos representam apenas

algumas centenas de períodos de ultrapassagem do transborde. O efeito contínuo dos

fatores naturais e as eventualidades a mais ou a menos destes efeitos são o que tornam a

dinâmica de cada local, de cada situação, em um caso particular da obra da natureza.

Existe um paralelo entre o soerguimento do dique e a implantação de florestas ciliares,

adaptadas às condições edáficas (solos aluviais), de microclima, e eventuais

transbordamentos das águas fluviais. Assim, o povoamento com espécies vegetais

acontece pelo carregamento de propágulos (sementes e outras estruturas) a jusante e a

montante, bem como na direção da rampa descendente que se inclina para as várzeas.

Os estudos a respeito de ambientes ribeirinhos que se têm desenvolvidos no Brasil estão

cada vez mais aprimorados, necessitando ainda de estudos mais regionalizados para o

entendimento detalhado destes ambientes, tais como em diques marginais, cinturões

meândricos, várzeas, lago em ferradura, lagoas circulares, paranás.

Em relação à dinâmica dos processos hidrológicos dos rios amazônicos, tem-se que

devido à ocorrência de baixas declividades no perfil longitudinal, rios perenes são

forçados a meandrar, o que implica em peculiaridades e modificações na sistemática

sedimentária e hidrológica.

Enquanto item do temário geral, a vegetação ribeirinha se apresenta bastante variada em

função das condições de gênese do rio, clima local e outros fatores intervenientes. Para

condições de Roraima, tem-se a ocorrência dos seguintes tipos de floresta: ciliar, ripária,

várzea e galeria. Cada uma delas guarda uma determinada heterogeneidade florística.

As várzeas têm sido substituídas por áreas de plantio de arroz porque costumeiramente

ocupam solos adequados para tal atividade. Isto é especialmente verificado às margens 23 Professor – CCA- UFRR; Dr. Engenharia Florestal – E-mail: [email protected]

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71 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

do rio Uraricoera. As florestas ciliares, ripárias e de galeria tem sido alvo de ações

antrópicas pontuais, como o corte seletivo, o que não é menos danoso, considerando-se a

pressão excessiva sobre determinadas espécies endêmicas. A conservação destas áreas

florestais é importante também porque elas são elementos da preservação da qualidade

da água, desde o manancial até a foz.

Sob a ótica da florística, pode-se estimar que as florestas ribeirinhas dos rios de Roraima

representam corredores ecológicos de relevância para conectar os diversificados tipos de

vegetações que ali residem, permitindo que haja fluxo de espécies e de material genético

de várias plantas, não somente das arbóreas, posto que a montante tem-se a profusão de

ervas em bordadura.

Pelo exposto pode-se perceber a importância da preservação destes recursos tão

abundantes na região amazônica, mas que fazem parte de um tênue equilíbrio ambiental.

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72 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

PROGRAMAÇÃO DE CURSOS OFERECIDOS DURANTE A SEMANA DO ESTUDANTE: FLORESTAS E MEIO AMBIENTE

1. PRODUÇÃO DE MUDAS FLORESTAIS

Instrutor: NILTON BARTH FILHO – Engenheiro florestal (M.Sc.)

Viveiro florestal Escolha de sementes Escolha do local adequado Cuidados na implantação Formação e desenvolvimento de mudas Irrigação e adubação Doenças, pragas e ervas daninhas Poda de copa e de raízes Controle do crescimento Moveção Seleção Tamanho adequado Cuidados na expedição

2. INVENTÁRIO DE FLORESTAS NATURAIS

Instrutores: HARON ABRAHIM MAGALHÃES XAUD – Eng. Agrônomo (M.Sc.)MOISÉS MOURÃO JR. – Biólogo (M.Sc.)

Introdução Conceitos e metodologia básica de inventários florestais em florestas

nativas Métodos de amostragem Procedimentos de coleta de dados em campo Fundamentos para execução de análises dos dados Análise de dados Exemplo de aplicações para Roraima

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73 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

3) COLETA E BENEFICIAMENTO DE SEMENTES FLORESTAIS

Instrutores: JOSÉ BEETHOVEN – Eng. Agrônomo (Dr.); OSCAR JOSÉ SMIDERLE – Eng. Agrônomo (Dr.)

Seleção de matrizes Fenologia reprodutiva Maturação de frutos e sementes Coleta de sementes Beneficiamento de sementes Secagem e dormência Seleção de sementes Teste de germinação

4) INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS

Instrutores: LIANE MARISE MOREIRA FERREIRA - Eng. Florestal (M.Sc.); CARLOS EUGÊNIO VITORIANO LOPES - Eng. Agrônomo

Conceitos Elementos básicos de um sistema Objetivos dos SAF Vantagens e Desvantagens dos SAF Classificação dos Sistemas Agroflorestais Sistemas Agroflorestais Sequenciais Sistemas Agroflorestais Simultâneos Desenho de Sistemas Agroflorestais Diagnóstico em SAF - fatores a serem considerados Prática no Campo Experimental Confiança com observação dos sistemas implantados: Agrossilvicultural e Agrosilvipastoril

5) BIOMETRIA E MANEJO DE POVOAMENTOS HOMOGÊNEOS

Instrutor: HÉLIO TONINI - Eng. Florestal (Dr.)

1. Definição e histórico2. Unidades de medida3. Erros de medição4. Padronização dos simbolos florestais5. O diâmetro das árvores6. Instrumentos para a medição do diâmetro7. Principais erros de medição do diâmetro

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74 Resumos da Semana do Estudante: Florestas e Meio Ambiente

8. A altura9. Tipos de altura10.Medição da altura11.Aparelhos utilizados na medição da altura12.Principais erros na medição da altura13.área basal (conceito e determinação)14.Determinação do volume das árvores15.Fator de forma (conceito e determinação)

Prática:1. parâmetros utilizados na avaliação do crescimento2. desrama e desbastes

6. PRODUÇÃO DE ORQUÍDEAS

Instrutor: BRUNO DE CAMPOS SOUZA – Biólogo

a) Família ORCHIDACEAEb) Diversidadec) Distribuiçãod) Orquídeas da Amazônia brasileirae) Hábitos vegetativosf) Formas de crescimentog) Local adequado para cultivoh) Substratosi) Plantio, poda, adubação e combate a pragas

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