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DOENÇAS OCUPACIONAIS Professor: Carlos Moreira

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DOENÇAS OCUPACIONAIS

Professor: Carlos Moreira

O Adoecimento dos Trabalhadores e sua O Adoecimento dos Trabalhadores e sua Relação com o TrabalhoRelação com o Trabalho

Os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população em geral, em função: idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo específico de risco.

Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por:

• Por causas relacionadas ao trabalho;• Como conseqüência da profissão que exercem ou exerceram;• Pelas condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado.

O Adoecimento dos Trabalhadores e sua O Adoecimento dos Trabalhadores e sua Relação com o TrabalhoRelação com o Trabalho

Assim, o perfil de adoecimento e morte dos trabalhadores resultará da separação desses fatores que podem ser sintetizados em quatro grupos de causas:

1. Doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o trabalho;2. Doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplásicas, traumáticas etc.) eventualmente modificada no aumento da frequência de sua ocorrência ou na precocidade de seu surgimento em trabalhadores, sob determinadas condições de trabalho. A hipertensão arterial em motoristas de ônibus urbanos, nas grandes cidades exemplifica esta possibilidade.

O Adoecimento dos Trabalhadores e sua O Adoecimento dos Trabalhadores e sua Relação com o TrabalhoRelação com o Trabalho

3. Doenças comuns que tem o espectro de sua etiologia ampliado ou tomado mais complexo pelo trabalho. A asma brônquica, a dermatite de contato alérgica, a perda auditiva induzida pelo ruído (ocupacional), doenças músculo-esquelético e alguns transtornos mentais exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do trabalho, somam-se (efeito aditivo) ou multiplicam-se (efeito sinérgico) às condições provocadoras ou desencadeadoras destes quadros nosológicos.

O Adoecimento dos Trabalhadores e sua O Adoecimento dos Trabalhadores e sua Relação com o TrabalhoRelação com o Trabalho

4. Agravos à saúde específicos, tipificados pelos acidentes do trabalho e pelas doenças profissionais. A silicose e a asbestose exemplificam este grupo de agravos específicos.

Os grupos 2, 3 e 4, constituem a família das Os grupos 2, 3 e 4, constituem a família das Doenças Relacionadas ao Trabalho (DRT)Doenças Relacionadas ao Trabalho (DRT)

O QUE É DOENÇA?

DOENÇA

“Condição física ou mental adversa, originária de e/ou piorada por uma atividade de trabalho e/ou situação relacionada ao trabalho.” 

(OHSAS 18001:2007)

SAÚDE/DOENÇA

“As condições de saúde ou doença são as expressões

dos sucessos ou falhas experimentadas pelo

organismo nos seus esforços para responder

adaptativamente aos desafios ambientais”.

Dubos, 1965

O QUE A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DIZ A RESPEITO?

LEGISLAÇÃO

Doença Ocupacional X

Doença ProfissionalX

Doença do Trabalho

LEGISLAÇÃO

Doença Ocupacional:

Lei acidentária de1919 – “moléstia contraída exclusivamente pelo exercício do trabalho”.

1967 – “doenças do trabalho” Lei 8231/91 >>

LEGISLAÇÃO

Lei 8231/91:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:

        I - doença profissional (...); II - doença do trabalho (...).

LEGISLAÇÃO

I – Doença Profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

Sinonímia: ergopatias, tecnopatias, doenças profissionais típicas.

 FATORES INERENTES À ATIVIDADE LABORAL

LEGISLAÇÃO

II - Doença do Trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

Sinonímia: mesopatias, doenças profissionais atípicas.

 CAUSADAS PELAS CIRCUNSTÂNCIAS DO TRABALHO

LEGISLAÇÃOANEXO II - Agentes Patogênicos Causadores de

Doenças Profissionais ou do Trabalho.LISTA A - Agentes ou Fatores de Riscos de

Natureza Ocupacional Relacionados com a Etiologia de Doenças profissionais e de outras Doenças Relacionadas com o Trabalho.

LISTA B - Doenças Relacionadas com o Trabalho.LISTA C - Intervalos de CID-10 em que se

reconhece Nexo Técnico Epidemiológico, na forma do § 3º do art. 337, entre a entidade mórbida e as classes de CNAE indicadas.

LEGISLAÇÃO

(ainda no Art. 20. da Lei 8231/91) § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica >>

LEGISLAÇÃO

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

RISCO DE FEBRE AMARELA

DOENÇAS OCUPACIONAIS MAIS COMUNS

Doenças das vias aéreas:

Alguns exemplos são as pneumoconioses causadas pela poeira da sílica (silicose) e do asbesto (asbestose), além da asma ocupacional. Substâncias agressivas inaladas no ambiente de trabalho se depositam nos pulmões, provocando falta de ar, tosse, chiadeira no peito, espirros e lacrimejamento.

Ex: sílica, asbesto, carvão mineral.Conseqüências:  silicose  (quartzo), asbestose  (amianto), pneumoconiose dos minérios de carvão (mineral).

 Depois de  inaladas. as  fibras de amianto fixam-se  profundamente  nos  pulmões, causando cicatrizes. A inalação de amianto pode  também  produzir  o  espessamento dos  dois  folhetos  da  membrana  que reveste os pulmões (a pleura).

Perda auditiva relacionada ao trabalho (PAIR)Diminuição gradual da audição decorrente da exposição contínua a níveis elevados de ruídos. Além da perda auditiva, outra alterações importantes podem prejudicar a qualidade de vida do trabalhador.

A perda auditiva típica observada com as pessoas que possuem uma longa história de exposição a ruído no trabalho é caracterizada por perda de audição na faixa entre 3000 e 6000 Hz . Na fase precoce à exposição uma perda de audição temporária é observada ao fim de um período de trabalho, mas desaparece após várias horas. A exposição contínua ao ruído resultará em perda auditiva permanente que será de natureza progressiva e se tornará notável subjetivamente ao trabalhador no decorrer do tempo.

INTOXICAÇÕES EXÓGENAS- Agrotóxicos: os pesticidas (defensivos agrícolas) provocam

grandes danos à saúde e ao meio ambiente;- - Chumbo (saturnismo): a exposição contínua ao chumbo,

presente em fundições e refinarias, provoca, a longo prazo, um tipo de intoxicação que varia de intensidade de acordo com as condições do ambiente (umidade e ventilação), tempo de exposição e fatores individuais (idade e condições físicas).

- Mercúrio (hidrargirismo): o contato com a substância se dá por meio da inalação, absorção cutânea ou via oral da substância; ocorre com trabalhadores que lidam com extração do mineral ou fabricação de tintas- Solventes orgânicos (benzenismo): por serem tóxicos e agressivos, podem contaminar trabalhadores de refinarias de petróleo e indústrias de transformação

LER E DORT

Conjunto de doenças que atingem principalmente os músculos, tendões e nervos. O problema é decorrente do trabalho com movimentos repetitivos, esforço excessivo, má postura e estresse, entre outros.

DERMATOSES OCUPACIONAIS 

São alterações da pele e das mucosas causadas, mantidas ou agravadas, direta ou indiretamente, por determinadas atividades profissionais. São provocadas por agentes químicos e podem ocasionar irritação ou até mesmo alergia.

Ex: Indústria de corantes, cimenteiras, indústrias que processam aços inoxidáveis e outras ligas metálicas.

Alergia provocada pelo uso de luvas de látex

O QUE É RISCO?

RISCO

“Risco pode ser definido como a variação relativa dos resultados reais em relação aos resultados esperados.”

(Bernstein, 1996 e Philips, 1998)

FATORES DE RISCO PARA A SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES

Físicos

Ruído contínuoRuído de impactoCalor Radiações IonizantesTrabalho sob condições hiperbáricasRadiações não-ionizantes (microondas, laser e ultra violetas)VibraçõesFrioUmidade

FATORES DE RISCO PARA A SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES

Químicos

Poeiras

Neblinas (é a condensação que ocorre junto à superfície)

Névoas (quando há a condensação de vapor d`água, porém

em associação com a poeira, fumaça e outros poluentes)

Fumos metálicos

Vapor

Produtos químicos em geral

FATORES DE RISCO PARA A SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES

Biológicos

Vírus, bactérias, parasitas, geralmente associados ao trabalho em hospitais, laboratórios e na agricultura e pecuária.

FATORES DE RISCO PARA A SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES

Ergonômicos e Psicossociais

Decorrem da organização e gestão do trabalho, como, por exemplo: da utilização de equipamentos, maquinas e mobiliários inadequados, levando a posturas e posições incorretas; locais adaptados com más condições de iluminações, ventilação e de conforto para os trabalhadores; trabalho em turnos e noturnos; monotonia ou ritmo de trabalho excessivo, exigências de produtividade, relações de trabalho autoritárias, falhas no treinamento e supervisão dos trabalhadores.

FATORES DE RISCO PARA A SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES

Mecânicos e de Acidentes

Ligados à proteção das máquinas, arranjo físico, ordem e limpeza do ambiente de trabalho, sinalização, rotulagem de produtos e outros que podem levar a acidente de trabalho

Uma doença ocupacional normalmente é adquirida quando um trabalhador é exposto acima do limite de tolerância permitido por lei aos riscos ambientais  em proteção compatível com o agente envolvido. Essa proteção pode ser na forma de equipamento de proteção coletiva (EPC) ou equipamento de proteção individual (EPI). Existem também medidas administrativas/organizacionais capazes de reduzir os riscos. As principais vias de absorção de agentes nocivos são a pele e os pulmões.

INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇÕES SAÚDE-TRABALHO-DOENÇA

Natureza Nível de Aplicação Abordagem / Instrumentos

Dano ou Doença

Individual

Clínica História clínica / Anamnese Ocupacional

Complementar: Laboratoriais Toxicológicos provas funcionais

Exames laboratoriais, provas funcionais

Coletivo Estudos epidemiológicos

• Estudos descritivos de morbidade e mortalidade;• Estudos analíticos, tipo caso-controle, de “coorte” prospectivos e retrospectivos

Fatores ou Condição de Risco

Individual

•Estudo do posto ou estação de trabalho, por meio da análise ergonômica do atividade;• Avaliação ambiental qualitativa ou quantitativa, de acordo com as ferramentas da Higiene do Trabalho

Coletivo

• Estudo do posto ou estação de trabalho, por meio da análise ergonômica da atividade;• Avaliação ambiental quantitativa e qualitativa;• Elaboração do mapa risco da atividade;• Inquéritos coletivos

CONTROLE DAS CAUSAS

CONTROLE DOS RI SCOS

DET

ERM

INAN

TES

SOCI

O-

AMBI

ENTA

IS

NEC

ESSI

DAD

ESRiscos Exposição Indícios

ExposiçãoIndíciosDanos Casos Seqüela

Intervenção Social Organizada

PROMOÇÃO DE SAÚDE

PROTEÇÃO DA SAÚDE, "Screening" /Mapeamento de Saúde

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

PRECOCES

LIMITAÇÃO DO DANO

REABILITAÇÃO

SEQÜELASI NESPECÍ FI CA ESPECÍ FI CA PRECOCE AVANÇADA

Condições gerais do indivíduo ou do ambiente que predispôe a uma ou várias doenças.

A presença de uma constelação de fatores causais num instante dado, favorece o aparecimento de uma dada doença.

Da situação anterior resultou uma doença cujos primeiros sinais e sintomas se tornaram aparentes.

A doença segue sua evolução própria, terminando com a morte, com a cura completa ou deixando sequelas.

As sequelas ou consequencias da doença podem ser reparadas, com maior ou menor eficiência, permitindo a reabilitação do indivíduo.

PREVENÇÃO TERCI ÁRI APREVENÇÃO PRI MÁRI A PREVENÇÃO SECUNDÁRI A

CONTROLE DE DANOS

Ações de Saúde Organizada

PRE PATOGÊNESE FASE CLÍ NI CA

Grupos de Risco

Pessoas Expostas Suspeitos

Cura

Assintomáticos

Obito