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1 Dons Espirituais: Descubra seu lugar no Corpo de Cristo

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2 Dons Espirituais: Descubra seu lugar no Corpo de Cristo

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O ministério VIVA A IGREJA tem como:

MISSÃO COOPERAR PARA O CRESCIMENTO DE IGREJAS SAUDÁVEIS.

VISÃO

FUNDAMENTALMENTE BÍBLICOS, MODERNAMENTE RELEVANTES, ESPIRITUALMENTE INTELIGENTES E SINCERAMENTE AMOROSOS.

NOSSOS VALORES: 1. As Escrituras Sagradas - única regra de fé e prática; suficiente, inerrante e infalível; 2. Devoção sincera, pessoalmente e comunitariamente transformadora. 3. Amor à Igreja do Nosso Senhor - Sua noiva; 4. Reflexão sincera e profunda da realidade; 5. Dar de graça o que recebemos de graça. NOSSAS ESTRATÉGIAS: 1. Debate sobre a sociedade, a Igreja e o Reino com base nas Escrituras; 2. Valorização da teologia sadia e da excelência hermenêutica; 3. Criação e participação de encontros, seminários, mesas redondas e outros meios para pensar a Igreja na pós-modernidade, tendo como fundamento essencial as Escrituras; 4. Reflexão científica em benefício do Reino de Deus; 5. Fomento de treinamentos nas Igrejas locais para o desenvolvimento de uma espiritualidade e prática cristã fundamentadas nas Escrituras; 6. Preparação de material para treinamentos e capacitação das igrejas locais. DIREITOS AUTORAIS: Todos os materiais postados são gratuitos e você está autorizado a baixá-los, reproduzi-los, distribuí-los, divulgá-los ou postá-los em parte ou na íntegra desde que citada a fonte e mantida a autoria. AJUDE O VIVA A IGREJA: O ministério VIVA A IGREJA não cobra por seus materiais, mas você pode contribuir com qualquer valor através da conta: Banco do Brasil Conta corrente: 4.241-2 Agência: 3900-4 Favorecido: Handerson Xavier ACESSE: slideshare.net/vivaaigreja CONTATOS: [email protected] [email protected]

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3 Dons Espirituais: Descubra seu lugar no Corpo de Cristo

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Sumário Capítulo 1. Igreja: Corpo e Edifício de Cristo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 - A Igreja como um Corpo A biologia do Corpo de Cristo (1 Co 12:12-27) Doenças no Corpo de Cristo - A Igreja como um Edifício Problemas na construção Capítulo 2. Ministração: O projeto de Deus para a edificação da Igreja. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 - A ministração bíblica A ministração para a edificação da Igreja Equipando os santos (Ef 4:12-13) A dificuldade a ser vencida (Ef 4:14) O caminho a ser seguido (Ef 4:15, 16) Capítulo 3. O perfil do ministro: Ser ou não ser. Eis a questão! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 O não ser O ser Capítulo 4. Os passos da ministração: de olho no alvo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 - 1º Passo: Preparação - 2º Passo: Encontro - 3º Passo: Entrega - 4º Passo: Fortalecimento Capítulo 5. Formas da ministração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 - Ministração pelos dons espirituais - Ministração pelo serviço cristão - Ministração pelo evangelismo Capítulo 6. Conhecendo todos os dons espirituais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Questionário para descoberta dos dons espirituais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 Trilho de treinamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37

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Capítulo 1 Igreja: Corpo e Edifício de Cristo

São muitas as figuras utilizadas pela Bíblia para referir-se à Igreja. Dentre elas destacam-se o “cor-po” e o “edifício”, revelando-nos facetas da vida eclesiástica e do plano de Deus para ela.

A Igreja como um Corpo

São feitas duas afirmações básicas acerca do Corpo de Cristo:

1. O Corpo de Cristo é formado por todos os crentes: São os verdadeiramente salvos e não os que estão apenas afiliados à alguma instituição humana denominada “igreja”. Mais do que fazer parte do rol de membros de uma instituição eclesiástica, seus nomes estão escritos no Livro da Vida. Efésios 5:30 diz “por que somos membros do seu corpo”.

2. Este Corpo forma a Igreja Universal: Os salvos de todo mundo fazem parte de um mesmo Corpo, independente de lugar, língua ou nação. É chamado de Igreja Universal e não deve ser confundido com a Igreja Universal do Reino de Deus. Sempre que fazemos referência à Igreja como a união de todos os cristãos num único corpo o “i” é maiúsculo. A igreja, com “i” minúsculo, nos remete à igreja local ou ins-titucional. A Biologia do Corpo de Cristo (1 Co 12:12-27) A Diversidade dos Membros (vs. 12-19)

Isto implica dizer que todo cristão genuíno possui no mínimo um dom espiritual que deve ser usa-do no contexto de edificação espiritual da Igreja já que, figuradamente, cada membro num corpo orgâ-nico realiza determinada função. Mas também devemos lembrar que nenhum crente possui todos os dons, o que nos coloca numa relação de interdependência. Desta maneira estabelecida por Deus, o crescimento espiritual é algo alcançado somente no âmbito da coletividade e na relação de pessoas tão diferentes que só o Senhor para mantê-las unidas.

O nosso lugar no Corpo é determinado exclusivamente por Deus, que concede os dons conforme a Sua soberana vontade (1 Co 12:11). Somos tendenciosos a ver esta distribuição como formação de “hie-rarquia” ou “privilégio”, tornando alguns mais importantes ou espirituais do que outros. Este pensamen-to revela uma grande falácia, já que os dons são serviços prestados aos outros, como o exemplo de hu-mildade em Filipenses 2:3. Na verdade, a variedade dos dons nos mostram apenas a maneira como cada um deve participar da edificação.

O que precisamos descobrir é qual a nossa colocação neste processo, já que nenhum cristão está excluído dele. Nossa atitude de autossuficiência, isolacionismo ou indiferença são frutos da terrível na-tureza pecaminosa e os maiores empecilhos para que a Igreja cresça. Lutar contra esses pecados e ven-cê-los deve ser nossa prioridade. Tenho encontrado alguns cristãos que creem não precisar da Igreja, mas na verdade, são estes que mais precisam dela. São críticos e estão insatisfeitos, mas alguns fazem muito pouco para ajudar.

Devemos estar conscientes de que Deus criou a Igreja e que dependemos uns dos outros. Sendo assim, meus dons espirituais e talentos são instrumentos para que a graça dEle chegue até os corações mais sedentos e necessitados. Cristo é a cabeça e nós os membros do Seu Corpo. Ele nos conduz neste processo que tem como propósito a maturidade, mas para que alcancemos este alvo, todos devem estar trabalhando.

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A unidade do Corpo (vs. 20-27) Somos muitos membros em apenas um corpo. A diversidade se encaixa – como um quebra-

cabeça, formando uma unidade viva. Diversidade de dons não causa divisão. Orgulho e egoísmo, sim. Os dons são diferentes, assim como nossa personalidade e história de vida, mas nem de longe são respon-sáveis por uma igreja dividida. Muito pelo contrário, é neste ambiente diverso que trabalha a graça, unindo-nos em Cristo e tornando-nos um com Ele. Fazendo-nos perceber que o Senhor pode ministrar em nossa vida através de alguém tão diferente de mim. Aí está a beleza e a singularidade da Igreja.

Pense por um momento no amor de Deus por pessoas (nós) tão diferentes dEle. Se aplicarmos a Ele nosso pensamento sobre “unidade”, nunca seríamos amados, dadas tão grandes diferenças. Seria-mos desprezados, assim como desprezamos os que não se identificam conosco. Mas Ele nos amou e nos uniu em um Corpo e nos deu o mandamento de amar, assim como Ele nos amou (Jo 15:12).

O Senhor revestiu aos Seus filhos com honra, para que nos respeitássemos e valorizássemos, cui-dando igualmente uns dos outros em amor. Não é estranho que em um ambiente repleto do amor e da graça de Deus possamos entristecer-nos com os que choram e nos alegrar com os que estão felizes. Isto é a Igreja. Este é o plano de Deus para Seus filhos. Doenças no Corpo de Cristo

Tomando como analogia o corpo de Cristo, podemos descobrir 3 doenças que atacam a igreja e que precisam ser evitadas ou curadas: 1. Quebra da Unidade

Normalmente é causada por uma pessoa com os seguintes sintomas: 1ª. Acha que sempre tem razão e não gosta de assumir seus erros; 2ª. Quer que sua opinião prevaleça e gosta de formar seguidores; 3ª. Atém-se a detalhes irrelevantes (coam mosquitos e engolem camelos); 4ª. É uma pessoa maledicente; 5ª. Não se submete à liderança; Esta pessoa é conhecida como “antagonista”. A fórmula para se resolver a questão é a seguinte: A unidade deve ser reafirmada pelo arrependimento/perdão e pela submissão à liderança, e o

“antagonista” deve ser repreendido, pois o pecado de quebra de unidade tem graves consequências. Algumas das consequências da quebra da unidade são: 1º. Sofrimento ao Corpo de Cristo; 2º. Testemunho prejudicado e enfraquecimento espiritual; 3º. Mentiras e maledicências são portas abertas ao Diabo. Previna-se contra a quebra da unidade: 1º. Mantenha-se no serviço e estimule os outros (Hb 10:24); 2º. Tenha uma vida de oração e meditação na Palavra; 3º. Tome cuidado com as más influências (inveja, amargura, raiva); 4º. Tome as medidas necessárias caso haja problemas.

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2. Insensibilidade A pessoa quando se torna insensível, perde a sua ligação com os outros, pois quando o corpo so-

fre, ela não sofre com ele (1 Co 12:26). Como reconhecer alguém insensível: “O insensível é sensível somente às suas necessidades”; 1º. Pensa somente em si; 2º. Não executa seu serviço no Corpo de Cristo; 3º. Não cresce espiritualmente; 4º. É difícil de ouvir as pessoas; 5º. Não se entristece nem se alegra com o próximo. 6º. Quando uma decisão precisa ser tomada, nunca pensa no que é melhor para todos. Às vezes, pensar no que é melhor para os outros significa sacrifício pessoal. Não se torne insensível: 1º. Esteja perto das pessoas não como juiz, mas como servo; 2º. Lutamos contra a insensibilidade com sensibilidade; 3º. Esteja sempre perto de Deus; 4º. A sensibilidade como com a oração; 5º. Tenha um coração de servo. O insensível acaba caindo em vários pecados pela incapacidade de ouvir os outros, afastando-se

de Deus e da comunhão. Aliás, a primeira manifestação do pecado é a ausência na comunhão. 3. Inatividade

Outra doença é aquela que nos faz colocar sobre as costas de uns poucos a responsabilidade de

toda a igreja. É como num jogo de futebol, onde 22 jogam e 20 mil assistem. Característica do inativo: 1º. Para ele, ser cristão é ir aos cultos, e nada mais; 2º. Está sempre indisponível ou ocupado demais o tempo todo (crente celular); 3º. Está pronto para receber, mas não para dar; 4º. Fala demais e trabalha pouco. Ativando o inativo: 1º. Procure esclarecer-lhe a verdade acerca do serviço para conduzi-lo ao arrependimento; 2º. Mostre a benção de servir a Cristo (servir às pessoas é servir a Cristo); 3º. Ore muito por ele; 4º. Ajude-o a descobrir seu dom; 5º. Designe-o para algum serviço; 6º. Mantenha o diálogo aberto. Precisamos evitar estas doenças e outras que possam surgir para impedir o crescimento do Corpo

de Cristo. Muitas vezes, por “misericórdia” das pessoas, deixamos de admoestar e confrontar o pecador, e colocamos a perder toda a igreja. Não podemos temer esses casos em que precisamos confrontar, com amor. Pois sabemos quem está por trás destas doenças...

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A Igreja como um Edifício Outra figura ilustrativa para a Igreja de Cristo é a Casa ou Edifício. Possui algumas características

bem interessantes para elaborarmos uma relação. Algumas citaremos aqui:

A casa possui um alicerce “Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.” (Efésios 2:19-22)

A casa é edificada por Deus “Porque toda casa é edificada por alguém, mas quem edificou todas as coisas é Deus”. (Hebreus 3:4)

Todo edifício é feito para alguém Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. (1 Coríntios 3:9) O edifício pode ser um templo ou uma casa, mas nunca um banco ou teatro.

O compromisso da Casa de Deus é com a verdade “Escrevo-te estas coisas, embora esperando ir ver-te em breve, para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. (1 Timóteo 3:14, 15) Sem verdade a casa cai - A coluna era a sustentação da casa; o baluarte era um reforço na estrutura na coluna; - A verdade é uma clara referência à Palavra de Deus; - A verdadeira Igreja deve prezar pela Verdade e pela verdadeira Palavra de Deus; - Se uma igreja não segue a Verdade, não é Igreja.

O Objetivo para a Casa de Deus

“vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio san-to, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo.” (1 Pedro 2:5) O objetivo é duplo: 1º. Sermos sacerdotes (ou ministros), que pode ser encarado como a responsabilidade de levar-mos as pessoas até a presença de Deus; 2º. Sermos santos, ou seja, possuirmos uma vida reta diante do Senhor. Os sacrifícios espirituais: - Podem ser encarados como: 1º. Estão de acordo com a vontade e os padrões de Deus (Rm 12:1 e 2); 2º. Envolvem nossa decisão consciente e a verdade; 3º. Ser espiritual é ser conduzido (controlado) pelo Espírito; Fica uma pergunta: Quando oferecemos sacrifícios não-espirituais a Deus? Podemos oferecer um louvor não espiritual ou fazer uma oração carnal a Deus?

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Problemas na Construção Da mesma forma como no corpo podem haver doenças, no edifício de Deus também podem exis-

tir falhas na construção, não por parte de Deus, mas pela falha humana em não compreender o que é, sobre o que é fundamentada e como deve ser a igreja.

Devemos nos precaver de 2 problemas: 1. Fundamento Errado (1 Co 3:11; Ef 2:20): A Igreja está fundamentada em Cristo e na doutrina

dos apóstolos. Não podemos edificar a igreja, nem as nossas vidas, sobre outro fundamento que não seja este (Mt 7:24). O que a igreja é deve estar baseado na Bíblia.

2. Estrutura Errada (1 Co 5): A igreja deve funcionar de maneira Bíblica. O que a Igreja faz deve estar de acordo com os padrões de Deus. Suas programações, projetos, encontros, retiros, etc., devem estar biblicamente corretas. Precisamos avaliar sempre a estrutura da nossa igreja e seu funcionamento, pois muito do que fazemos pode não ser da vontade de Deus.

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Capítulo 2 Ministração - O Projeto de Deus para a Edificação da Igreja

A partir deste dia nos concentraremos no nosso tema: Ministração. Antes, precisamos avaliar esta palavra e suas implicações.

Servir ou Ministrar? Servir

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedi-car-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mateus 6:24) No texto acima há uma ocorrência da palavra “servir”. No original grego o verbo é “douleúein”, originada da palavra “doulos”, que significa “escravo”. Esta palavra aparece 126 vezes no Novo Testamento e é utilizada de 4 formas: 1ª. Refere-se aos escravos da época de Cristo e em várias parábolas (Mt 13:27); 2ª. Refere-se ao relacionamento entre Deus e o homem (Rm 1:1); 3ª. A relação homem-pecado (Rm 6:6); 4ª. A relação entre os crentes (Gl 5:13); - Devemos ser, portanto, servos de Deus e dos outros. Ministrar No Novo Testamento aparecem várias palavras para “ministrar” e normalmente são traduzidas

por “ministrar” ou “servir”. Tiramos daí a conclusão de que ministrar e servir são a mesma coisa. A única palavra grega que não pode ser traduzida para “ministro” e “servo” é doulos, que significa apenas “ser-vo”, no sentido de dependência e humildade.

A palavra mais usada no grego para “Ministro/servo” é “diákonos” e pode aparecer das seguintes

formas: 1ª. “diakonéô”, que significa “servir” no sentido de cuidar de outrem. É usada para: - o trabalho dos diáconos (1 Tm 3:10,13); - oferta para a igreja de Jerusalém (Rm 15:24,25; 2 Co 8:19); - proclamação do Evangelho (2 Co 3:3; 1 Pe 1:12); - o sofrimento de Cristo por nós (Mt 20:28); - a voluntária auto-humilhação do discípulo (Lc 22:26,27). 2ª. “diakonía”, que significa “serviço à mesa” e é usada para: - em geral, serviço amoroso (1 Co 16:15); - serviço amoroso mediante o levantamento de uma oferta (At 11:29; 12:25); - proclamação da palavra e missão cristã (2 Tm 4:11; 2 Co 11:8); - todos os serviços da comunidade cristã (Ef 4:12); - para o serviço dos anjos (Hb 1:14). 3ª. “diákonos”, que significa “aquele que serve”; usado no sentido de “ministro”. - ministro da nova aliança (2 Co 3:6); - ministro da justiça (2 Co 11:15); - ministro de Cristo (2 Co 11:23; Cl 1:7; 1 Tm 4:6);

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- ministro de Deus (2 Co 6:4); - ministro do evangelho (Ef 3:7; Cl 1:23); - ministro da igreja (Cl 1:25); - o cargo de diácono (Fp 1:1; 1 Tm 3:8-13; Rm 16:1); - outra palavra neste sentido é “huperétes”. Damos aqui uma definição sobre o que é ministrar/servir: “Quando falamos acerca do “servir” damos a entender o trabalho feito para outra pessoa, ou vo-

luntária ou compulsoriamente (escravo), o benefício do qual pertence à pessoa para quem foi feito. O serviço não exclui a recompensa... O serviço fiel pressupõe a humildade naquele que serve, como sendo o inferior, em contraste com o orgulho. Aquele que serve está em uma posição de dependência e sua liberdade é limitada.” (Dic. Inter. de Teologia do NT, vol. 4, pg. 448) A Ministração Bíblica Ministrar significa fazer algo, tocado pelo Espírito Santo, para edificação da Igreja e glorificar o nome de Deus. Perceba: 1) Somos ministro de Deus e fazemos o que o Espírito nos manda; Como pode ser isso? Deus nos manda andar no Espírito - Gl. 5:25: “Se vivemos no Espírito; andemos também no Espíri-

to.” 2) A ministração ocorre visando a edificação; A edificação recíproca - 1 Ts 5:11: “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente,

como também estais fazendo”. O limite da edificação - 1 Co 10:23: “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são

lícitas, mas nem todas edificam”. A edificação é mais importante que a nossa liberdade. A ministração está muito envolvida com o uso dos dons (1 Co 14:26) - “Que fazer, pois irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro doutrina, este traz revelação, aquele outro língua, e ainda outro inter-pretação. Seja tudo feito para a edificação”. Mas também está envolvida com a ajuda financeira às outras igrejas (2 Co 9:1-5) e auxílio às viúvas em At 6. Ministrar é dar assistência, cuidado, conforto, estímulo e outras coisas que sejam feitas pelo uso ou não dos dons pelo poder do Espírito Santo para a edificação da igreja. A Ministração para a Edificação da Igreja A ministração, de acordo com Efésios 4:11-16, é um processo que tem como alvo a maturidade da Igre-ja. Somente através deste processo a Igreja se torna madura. Ele é chamado de edificação e passamos a mostrá-lo agora:

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Equipando os Santos para o Ministério (Ef 4:12-13)

O objetivo de Deus ter concedido apóstolos, profetas, evangelistas e pastores-mestres à igreja é o de “colocar os santos em forma”; - a palavra utilizada é a mesma de Mt 4:21 (katartismós) e Hb. 13:21; - Estes homens não são responsáveis únicos pela edificação, mas capacitam a todos para se edifi-

carem mutuamente; - O objetivo é o aperfeiçoamento. Capacitar para o serviço; - Este princípio está corrompido e por isso a igreja não é edificada. O desempenho do ministério ou serviço; - A palavra (diakonias) é a mesma utilizada em Cl 1:7, traduzida por “ministro”; - Este ministério pertence a todos, não porque seja mais cômodo para o pastor, mas porque este é

o projeto de Deus para a Sua Igreja; A edificação do Corpo de Cristo; - Este é resultado do desempenho do serviço dos santos; - O corpo atua com cada um de seus membros; - Membros inativos impedem o crescimento;

O objetivo do treinamento (v. 13) 1. Unidade da fé: todos conseguem viver o cristianismo com seus valores e suas bases (oração,

comunhão, ministração). A unidade entre os que tem fé igual; 2. Unidade do pleno conhecimento do Filho de Deus: todos conseguem ter um relacionamento

sadio com Jesus. A Dificuldade a ser Vencida (Ef 4:14) 1. Imaturidade A palavra usada para descrever este tipo de crente no grego é “nêpios”, criança de peito; Características do Imaturo

1. Sem atuação, pois são totalmente dependentes; 2. Acham que estão bem e que são melhores do que os outros; 3. Não são capazes de compreender e se adequar a certas situações; 4. Tratam do que é superficial, como a crianças deseja receber proteção, alimento, etc.; 5. Esta fase é importante, mas ela tem o seu momento; 6. Alguns são crianças até hoje; 7. A carnalidade do bebê espiritual pode ser muito bem disfarçada.

2. Instabilidade A palavra usada no grego para descrever o crente instável é “kludônizómenoi”, que retrata alguém sen-do arrastado pelas ondas do mar. Esta pessoa ora está bem, ora está mal. Não tem determinação espiritual, pois ainda não tem uma men-te cristã totalmente formada, mesmo sendo velho convertido. Podemos chamá-las de imaturas.

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Características do Instável Espiritual 1. Vive sempre em uma “montanha russa” espiritual; 2. Não tem capacidade de resolver situações e problemas; 3. Procura os “ventos de doutrina”, ou seja, não quer se comprometer; procura experiências no-

vas, mas não produz edificação em sua igreja; 4. Acha que sabe mais do que os outros, pois não consegue se enxergar; 5. O instável busca as doutrinas da moda e aquelas que satisfaçam seus desejos, mas não conse-

gue lançar raízes.

Maturidade na Bíblia está relacionada com a capacidade de resolver situações; as crianças só apresen-tam os problemas: estou com fome; estou com frio; às vezes nem isso conseguem expressar. Maturidade também está ligada à vida transformada pelo conhecimento de Deus e da Sua Palavra, isto é, sermos mais parecidos com Jesus. Essas pessoas vivem na onda das doutrinas, sendo arrastadas por elas para todos os lados, mas nunca produzem nada de concreto por meio delas, pois levam ao erro; Diga não à imaturidade e instabilidade espiritual!

1. A maturidade não está ligada à idade, sexo, estado civil, grau de instrução, faculdade, profis-são, tempo de conversão, etc.

2. Está ligada, neste texto, com a unidade de fé, pleno conhecimento de Jesus e o amor; O Caminho a ser Seguido (Ef 4:15, 16) O caminho a ser seguido é o caminho da verdade

A. A verdade e o amor andam juntos (v. 15) 1. Crescemos à medida que seguimos à verdade e amamos; 2. Verdade sem amor é legalismo; e amor sem verdade é libertinagem; 3. Precisamos nos preocupar, e muito, com o que temos ouvido; pois pagaremos pelo erro de

darmos ouvidos às mentiras;

B. A auto-edificação da igreja (v. 16) 1. Jesus é o cabeça e Ele edifica a sua igreja por meio de seus membros; 2. Este é o grande projeto de Deus para a sua igreja: Que ela, ligada a cabeça que é Cristo, cresça

em meio à uma auto-edificação; 3. Este é o meio que o Senhor estabeleceu para a sua Igreja, portanto, quanto mais pessoas se

engajarem na edificação por meio do serviço da ministração, maior e mais rápido será o nosso crescimento.

4. A igreja se auto-edifica por meio de Cristo atuando em seus membros;

13 Dons Espirituais: Descubra seu lugar no Corpo de Cristo

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Capítulo 3 O Perfil do Ministro: Ser ou não Ser. Eis a Questão!

Na aula anterior vimos que todos somos ministros e qual era o processo de edificação que leva a igreja à maturidade. Hoje veremos o que um ministro precisa ser, mas antes vejamos o que ele NÃO precisa ser. Recordando o nosso objetivo: Todo crente um servo e todo servo um ministro. O Não Ser 1. Não é necessário ter formação teológica ou secular (Mt 11:25); A capacitação para ministrar não é humana, mas divina. Outras formações acadêmicas não definem co-mo deve, ou não, ser um ministro, por mais que sejam de ajudam em alguns casos. Um curso teológico pode aprimorar, mas não decide. 2. Possuir dotes pessoais como falar bem, liderar bem, muita inteligência, boa linguagem, ser educado, estar acima da média intelectual das pessoas, fazer parte de liderança e outras capacitações humanas, não definem o perfil do ministro (Jo 15:5). 3. O perfil do ministro não é definido pelo tempo de conversão, idade, sexo, estado civil, situação finan-ceira e cargo em igreja (Lc 4:22). Muitas vezes entendemos mal o que é um neófito, pois muitos velhos convertidos ainda são neófitos, e quando isto acontece passam a ser débeis na fé.

Algumas destas características podem nos auxiliar na ministração, mas não são determinantes do perfil do ministro, pois não vemos essas exigências na Bíblia. Muitas vezes queremos impor aquilo que somos, mas isto não passa de orgulho, soberba e falta de amor.

Nossos dons espirituais, talentos naturais e habilidades adquiridas são essenciais na ministração, mas não excluem qualquer crente do serviço.

O Ser

Após vermos o que não precisamos para sermos ministros, avaliaremos o que precisamos para ser

ministros. Partindo da certeza de que todos precisamos ministrar, chegamos à conclusão de que todos precisamos ter este perfil: É guiado pelo Espírito Santo (At 16:6-10 e Gl 5:16) I. O ministro é alguém que é guiado pelo Espírito Santo.

A. A experiência de Jesus: 1. A comunhão de Jesus com o Pai - Lc 6:12: “Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de

orar, e passou a noite orando a Deus.” 2. Jesus vivia na dinâmica do Espírito - Mt 4:1: “A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto

para ser tentado pelo diabo.” a. Vivia na agenda de Deus; b. Era um resultado da comunhão intensa com Deus por meio da oração;

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B. A Experiência dos discípulos: 1. A Igreja aprendeu com Jesus a importância da oração e dependência do Espírito - At. 12:5:

“Pedro, pois, estava aguardando no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da Igreja a favor deles”. Perceba a oração comunitária;

2. A oração fazia parte da vida de cada discípulo - Ef. 1:16: “não cesso de dar graças por vós, fa-zendo menção de vós nas minhas orações.”;

3. Os discípulos também viviam na dinâmica do Espírito - At 16:6-10; C. A nossa experiência:

1. Cada ministro precisa ter uma relação pessoal com Deus por meio da oração; 2. Quanto mais profundo for o nosso relacionamento com Deus, mas fácil será andarmos na di-

nâmica do Espírito; 3. São extremamente raros vermos movimentos e oração que envolvem grande parte da igreja

ou de grupos familiares; 4. A oração comunitária, hoje, não faz parte da vida da maioria dos crentes, e isto é uma lástima,

uma desgraça para a igreja; 5. Andar na dinâmica do Espírito não é só uma questão do quanto você ora a Deus, mas, tam-

bém, do quando você tem sua vida transformada por Ele; 6. Ser guiado pelo Espírito depende de: (1) o quanto nos relacionamento com Ele; (2) o quão

profundamente O conhecemos e (3) o quão grande é a Sua transformação em nós. Tem tempo para as pessoas (At 5:12-16) II. Ministro é alguém que tem tempo para as pessoas.

A. A experiência de Jesus: 1. Jesus teve 3 anos para preparar 12 homens, curar, evangelizar e cumprir todo o seu ministé-

rio; 2. Jesus tinha tempo para as pessoas - Mt 8:16: “Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos ende-

moninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que esta-vam doentes.” a. Tinha acabado o sermão do monte; b. Tinha curado um leproso; o criado do centurião e a sogra de Pedro;

3. Jesus tinha consciência da urgente necessidade de Sua mensagem.

B. A experiência na vida dos discípulos: 1. Aprenderam a dar tempo às pessoas - At 5:12-16; 2. Através do nosso ministério cristão Jesus continua seu ministério terreno; 3. Era muito comum o apóstolo Paulo passar alguns anos em algumas igrejas ensinando.

C. A nossa experiência:

1. Tudo concorre para a falta de tempo; a. Muito trabalho; muito estudo; família, etc. b. A nossa incapacidade de usar o tempo. A tecnologia não tem ajudado; c. Nossa falta de planejamento e prioridade; d. Muito tempo gasto com futilidades;

2. Precisamos aprender a usar e planejar o nosso tempo; a. Ao planejar o uso do tempo precisamos incluir momentos de oração; b. Muitas vezes fazemos com o tempo o que fazemos com o dinheiro: damos as “sobras” para

Deus; c. Precisamos incluir em nosso planejamento o tempo reservado às pessoas e à ministração;

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d. Mais que uma “agenda”, precisamos mudar nosso estilo de vida, pois não existem relacio-namentos saudáveis sem investimento de tempo.

Amanhã é sempre o dia mais ocupado da semana (Provérbio espanhol) É sensível às pessoas (1 Pe 3:8) III. O ministro é alguém sensível às pessoas.

A. A experiência de Jesus: 1. Não se mostrou insensível ao sofrimento humano - Lc 7:12-15: “Como se aproximasse da por-

ta de cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade ia com ela. Vendo-a, o Senhor se compadeceu e lhe disse: Não chores! Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te! Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe.”

2. Sentiu a necessidade de maior cuidado para as pessoas - Mt 9:36: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.”

3. Preocupou-se pelas necessidades dos outros - Mt 15:32: “E, chamando Jesus os seus discípu-los, disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho.”

4. A sensibilidade de Jesus (como Deus e como homem) o levou a ministrar aquelas pessoas o ensino, a cura, o consolo, etc.

B. A experiência na vida dos discípulos:

1. A sensibilidade e a compaixão eram marcas dos discípulos - Fp. 2:25: “Julguei, todavia, neces-sário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lu-tas; e, por outro, vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades.”

2. A compaixão e a misericórdia como parte do caráter cristão - 1 Pe 3:8: “Finalmente, sede to-dos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes,...”

C. A nossa experiência:

1. Estamos habituados a um cristianismo sem relacionamentos; 2. Relacionamentos demandam tempo e sofrimento; não estamos dispostos a sofrer e gastar

tempo com pessoas; 3. Precisamos abrir os olhos para as necessidades e sofrimentos dos outros; 4. A igreja precisa ser um ambiente acolhedor para as pessoas cansadas e exaustas; 5. Existem dois tipos de problemas em uma igreja: (1) as coisas que pela insensibilidade fazemos

e (2) as coisas que pela insensibilidade deixamos de fazer; 6. Pode ser que a pessoa que mais precise de ajuda esteja ao seu lado a maior parte do tempo; 7. Uma atitude essencial: IMPORTAR-SE! 8. Precisamos ir além do “tudo bem?”; 9. Existem várias formas de uma pessoa pedir ajuda, e mesmo que não peça, precisamos ser

sensíveis às suas necessidades. Está equipado (Hb 13:20, 21) IV. O ministro é alguém equipado.

A. A experiência de Jesus: 1. Jesus cresceu e adquiriu sabedoria - Lc 2:40: “Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se

de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele”.

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2. Começou o ministério aos 30 anos, já maduro - Lc 3:23: “Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos, ao começar o seu ministério...”

3. A última preparação veio com o jejum no deserto - Mt 4:1: “A seguir, foi Jesus levado pelo Es-pírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”.

4. Jesus estava totalmente preparado para o seu ministério;

B. A experiência na vida dos discípulos: 1. Todos precisam de alimento adequado para a infância espiritual - 1 Co 3:2: “Leite vos dei a

beber, não alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais”. a. No início, não receberam alimento sólido por causa da infância; b. Pelo fato de não terem crescido a infância se tornou em carnalidade;

2. O crescimento é natural do corpo e do espírito - 2 Pe 3:18: “antes, crescei na graça e no co-nhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.

3. O alvo é o aperfeiçoamento - Hb 13:20-21.

C. A nossa experiência: 1. Todos precisamos ter a oportunidade de crescimento:

a. O crescimento não poder ser adiantado ou pulado; b. O amadurecimento deve ser natural; c. Precisamos ter um tempo de receber conhecimento e ministração dos outros; d. Crescimento está ligado ao DESEJO (1 Pe 2:2);

2. Apesar de que para sermos ministros não necessitamos de formação teológica, precisamos de conhecimento acerca de Deus e da Sua palavra: a. O exemplo do novo convertido que quer exortar sem conhecimento; b. Muito falam coisas que não devem ou não sabem;

3. Os novos convertidos precisam aproveitar ao máximo o tempo da infância espiritual, pois em breve ele também deverá crescer e ajudar a outros;

a. Precisamos ser equipados, como um soldado recém-alistado que precisa do treinamento; b. Nada equipa melhor um crente do que a Palavra de Deus. Lembre-se: A oração é a chave do relacionamento com Deus e da ministração pela direção do Espírito Santo. Por meio dela conhecemos a agenda e os planos do Senhor e podemos nos encaixar neles. Domine seu tempo. Guarde na sua agenda um tempo para ministrar na vida de seus irmãos. A vitória é de todos nós. Uma igreja de servos e ministros é uma igreja madura, amorosa, cuidadosa e que marca o mundo com a presença real de Cristo. Nosso alvo é a maturidade. A edificação conduz a Igreja maturidade. Quanto mais maduros formos, mais parecidos com Jesus seremos. Edificação é cuidado: Deus cuida de Sua Igreja, usando a cada um de nós para isso.

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Capítulo 4 Os Passos da Ministração: De Olho no Alvo

Hoje vamos estudar um tema bem prático de nosso seminário: como faço para ministrar na vida de alguém.

É importante saber que não existe nenhum mistério na ministração, mas antes precisamos tomar alguns cuidados importantes:

1º. Ministração não é um programa da igreja: - Não existem culto nem dia especial para ministração; - Não se obriga ninguém a ministrar; - Ministração deve fazer parte da vida da igreja. 2º. A ministração não é o alvo: - O alvo da igreja não é a ministração; - A ministração é o meio pelo qual a igreja atinge seu objetivo; - Lembre-se: o alvo é a maturidade. 3º. Precisamos ter cuidado ao ministrar: - Lembre-se que você deve ser usado por Deus; - Se você não está em condições de ajudar, apenas ore. Obs.: Avalie porque você não pode ajudar: 1º. Falta de conhecimento: procure aprender mais para poder ajudar da próxima vez. Ca-

so você não saiba o que fazer, indique alguém que possa ajudar; 2º. Pecado: arrependa-se, pois você é um instrumento importante nas mãos de Deus,

mas se você for santo. Entretanto a verdade é sempre verdade mesmo quando dita por alguém que não a obedeça. Podemos não concordar com o que a pessoa faz, mas se o que ela diz for a verdade, precisamos acatar;

- As experiências adquiridas ajudam na ministração. 4º. Precisamos ter o perfil do ministro: - A edificação real só ocorre se você for um canal de Deus; - Ministração pela capacidade humana não edifica; - Caso você não tenha o perfil, busque-o em Deus; - O perfil do ministro não é algo facultativo, mas obrigatório; - Caso você tenha se decidido a não ser um ministro, medite em Jo 15:2. Vamos ver detalhadamente os passos da ministração: - Nem toda ministração envolve esses passos; - É apenas um direcionamento para lhe ajudar.

1º Passo: Preparação

O passo da preparação é o passo da oração e da leitura da Palavra. - Aqui é Deus quem prepara o nosso coração; - A oração é a chave, o princípio, pois por meio dela temos acesso ao coração de Deus e apreendemos o

que Ele quer fazer;

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- Pedro via o coração de Deus como um despensa cheia de Graça (1 Pe 4:10): “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”., e o minis-tro é aquele que tem a chave desta despensa. Como não será a Igreja se cada ministro decidir abrir a despensa do coração de Deus.

- Um ministro, por melhor, mais sábio e mais capacitado que seja, não tem nele mesmo a resposta para a angústia das pessoas, só Jesus tem a solução e a cura. O ministro é apenas um vaso, um canal da graça de Deus para os necessitados.

- A Bíblia fala que somos sacerdotes (1 Pe 2:5): “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edi-ficados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agra-dáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.”. A função do sacerdotes era ser um canal de Deus.

- Percebemos esse passo na vida de Jesus: 1. Jesus passa a noite orando para escolher os apóstolos (Lc 6:12); 2. Jesus ora se preparando para a cruz (Mc 14:32-42); 3. Jesus ora para preparar os discípulos antes de sua partida (Jo 17) Oração é importante não só por mim, mas também por quem quero alcançar; A oração abre o canal com Deus, Ele pode falar comigo; É um momento de ouvir e falar com Deus. - Precisamos estar preparados com o conhecimento da Palavra, pois é ela que deve ser ministrada a vida

das pessoas: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamen-te em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3:16).

- Conhecimento errado acerca da Palavra de Deus gera conselho errado: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimen-to, aptos para vos admoestardes uns aos outros” (Rm 15:14).

Precisamos, portanto, buscar no coração de Deus o que Ele deseja fazer na vida das pessoas, mas muitas dessas respostas estão reveladas na Bíblia. 2º Passo: Encontro

Após orarmos por nós mesmos e por quem vamos ajudar vem o segundo passo: o Encontro. O “encontro” é a palavra certa, dita da forma certa e com a motivação correta. Somos acostumados a esperar que as pessoas que necessitam de ajuda nos procurem, o que é,

muitas vezes, um erro. O próprio mandato do Senhor Jesus incluía o “ir” e não o “vir” (Mt 28:19): “Por-tanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.”

Outro texto muito interessante é o que fala sobre reconciliação (Mt 5:24): “Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.”

No entanto, precisamos tomar alguns cuidados na hora do encontro: 1. Lembre-se: Você é um servo; 2. Procure a palavra certa, pois o seu objetivo é edificar o irmão (Rm 14:19; Rm 15:2; 1 Co 14:26; 1

Co 14:12; 1 Ts 5:11); 3. A sua função não é acusar, pois esta é a função do diabo. A sua função é procurar ajudar de

acordo com a situação: a) Se a pessoa está em pecado, admoeste (confronto); b) Se a pessoa está desanimada, exorte (console, anime); c) Se ela está enganada, ensine; d) Se está perdida, ajude a encontrar o caminho;

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e) Qual a diferença entre ACUSAÇÃO e ADMOESTAÇÃO? - A acusação procura mostrar o pecado para conduzir ao desânimo. Envolve a raiva; - A admoestação procura mostrar o pecado para conduzir ao arrependimento. Envolve o

amor; - O resultado pode depender de quem ouve tanto uma acusação quanto uma admoesta-

ção; 4. Como saber a forma de ajudar? Mantenha um profundo relacionamento com Deus e busque

nas Escrituras as respostas; 5. Procure ouvir. Este é um ponto muito importante, mas tem sido esquecido por muitos minis-

tros. Muitos vezes o simples fato de ter alguém com quem conversar é motivo de alegria e alí-vio para quem precisa.

6. Preste muita atenção: Procure ouvir o que está por trás das palavras de quem fala. O que ela fala pode não ser o que sente. Se falar de alguém, tome muito cuidado para não julgar sem provas.

7. Seja um pacificador. Nunca “jogue mais lenha na fogueira”. E nunca alimente a raiva de alguém, mesmo que você não goste da pessoa sobre quem ela fala;

8. Procure ser bíblico nas suas palavras. É a sabedoria que precisamos. Não fale de forma antibíbli-ca, como maledicências, julgamentos, maldades, ou de outras formas que possam ir contra a Palavra de Deus.

O que fazer quando não sei ou não posso ajudar? Podem surgir alguns problemas sérios que não temos condições de ajudar. Outras vezes, podem

ser problemas que não estamos, naquele momento, em condições de ajudar. Quando isto acontecer, haja da seguinte maneira:

1. Diga a pessoa que não está pronto ou preparado para ajudar; 2. Pergunte se deseja que indique alguém que possa ajudá-la; 3. Caso a pessoa não queira, tente convencê-la, caso contrário, ore; 4. Se for algum caso sério, procure os pastores ou líderes da igreja; 5. Se a pessoa concordar, procure alguém que tenha possibilidades de ajudá-la. Mas lembre-se:

esta pessoa precisa ter o perfil do ministro; 6. Contar ao pastor sobre o problema, desde que motivado pelo amor e preocupação não é male-

dicência. A função do pastor é exatamente essa: cuidar das ovelhas 3º Passo: Entrega

O terceiro passo da ministração é a Entrega. Este é o momento em que as pessoas que foram aju-

dadas por nós aprendem a se aproximar de Deus. Relembrando os dois passos anteriores, aprendemos que, primeiramente, precisamos ouvir a Deus, interceder pela nossa vida e pela vida de quem vamos alcançar. Em seguida precisamos ir ao encontro da pessoa, e é bom que oremos com ela antes de inici-armos a conversa. Feito isso, é chegado o momento de dar o terceiro passo.

Neste passo, cinco questões estão envolvidas: SE, QUAL, QUANDO, COMO E QUEM. 1. SE Deus vai resolver: alguns problemas são colocados ou permitidos por Deus para o nosso

crescimento. Deus realmente quer resolver esse problema? 2. QUAL problema Deus vai resolver: O problema pode não ser aquele que declaramos. Pode ha-

ver pecados ocultos ou feridas muito profundas. Qual problema realmente precisa de solução? 3. QUANDO Deus vai resolver: Mesmo desejando uma cura rápida, alguns problemas e pecados

demandam grande tempo e sacrifício. Deus pode estar provando e aprimorando nosso caráter e determinadas dores só serão tiradas quando completarem todo propósito neste sentido.

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4. COMO Deus vai resolver: Ansiamos por uma restauração indolor. Queremos cura sem qualquer tipo de sofrimento, mas às vezes isto é impossível. Uma libertação, cura ou restauração pode envolver boa dose de humilhação e sofrimento, mas isto pode fazer parte da forma como Deus vai resolver o problema.

5. QUEM Deus vai usar para resolver: Talvez não seja você o instrumento que Deus vai usar para que o problema seja resolvido. Inclusive pode ser alguém que a pessoa não goste. É preciso ter muita humildade para aceitar que Deus usa quem ele quiser.

O momento da entrega é um momento de ensino e exemplo. 1º. Dou exemplo ao enfatizar a comunhão que necessito ter com Deus e que devemos depender

dEle em todas as situações. Isto é demonstrado com a minha vida; 2º. Ensino que a pessoa deve fazer isto também, pois apesar de eu estar disposto a ajudá-la, ela

precisa, antes e acima de tudo, orar e confiar em Deus; 3º. As respostas nem sempre são como queremos. Deus vai decidir sobre tudo. O apóstolo Paulo demonstra o seu objetivo de levar todo pensamento cativo à obediência a Cristo

(2 Co 10:5): “derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e le-vando cativo todo pensamento à obediência a Cristo.” O objetivo de Paulo não era se tornar um homem com muitos seguidores, mas tornar os homens seguidores de Cristo.

Da mesma forma, há uma ênfase de Paulo -- que deve estar presente em nossas vidas, de que de-vemos confiar e levar os outros a confiarem em Deus (1 Co 1:9): “portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos.”

O que acontece muitas vezes é que gostamos do assédio das pessoas e nos achamos altamente capacitados para ajudar. O orgulho, no entanto, acaba com toda e qualquer possibilidade de edificarmos alguém.

Precisamos, neste passo, ter alguns cuidados: 1. Em momentos de dificuldades as pessoas ficam fragilizadas e carentes, e este é um momento

aonde se confunde muito as coisas; 2. Tome muito cuidado, pois o diabo gosta de aproveitar estas situações para semear discórdias,

maledicências e confusão na igreja; 3. Nunca seja conivente com o pecado dos outros. Seja duro, mas com amor; 4. Não permita que a pessoa se torne dependente de você; 5. Deixe bem claro que a sua posição é a que Deus tomar; 6. Torne a pessoa dependente de Deus; 7. Não deixe de falar a verdade – por mais dura que seja- em nome da amizade.

4º Passo: Fortalecimento O 4º e último passo da ministração é o fortalecimento. Este passo visa consolidar e cuidar do que

foi plantado. Por meio dele mostramos o nosso interesse nos passos dados pela pessoa, procuramos avaliar seu crescimento e dar mais ânimo na sua caminhada. Neste momento o ministro precisa ter uma boa vontade para estimular a pessoa.

Sem este quarto passo algumas coisas podem acontecer: 1º. A pessoa se sente esquecida e abandonada; 2º. Pode ficar sem jeito de procurar você uma segunda vez; 3º. Pode achar que você não está, de fato, interessado na vida dela. O fortalecimento é algo demonstrado na vida dos apóstolos (Lc 22:32): “Mas eu roguei por ti, para

que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos.”

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Também fazia parte do ministério de Paulo (RM 1:11): “Porque desejo muito ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais fortalecidos.”

Paulo diz que o objetivo é o crescimento (1 Ts 3:12): “E o Senhor vos faça crescer e abundar em amor uns para com os outros e para com todos, como também nós abundamos para convosco.”

Este passo é o complemento de uma obra que começa com a oração, passa pelo encontro, se es-tende pela entrega e termina com a afirmação de um cuidado de quem ama e se importa: o fortaleci-mento.

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Capítulo 5 Formas da Ministração

Quando falamos de servir, normalmente lembramos de qualquer atividade física, como limpar, carregar cadeiras, etc. Quando falamos em ministrar, por outro lado, lembramos de ensino, louvor, aconselhamento, etc. No entanto, precisamos olhar para a Bíblia e aprender quais as formas da minis-tração. Lembrando que a ministração ocorre visando a maturidade.

A ministração não é apenas humana, mas também sobrenatural. Ao ministrarmos na vida das pes-soas, coisas grandiosas acontecem. A nossa oração, o nosso amor, o nosso sacrifício, nosso louvor, etc., são marcas da presença real de Cristo na Terra e uma afronta aos poderes das trevas. Quando você se decide a ministrar, a única pessoa que sai perdendo é o Diabo, por isso uma igreja de ministros é um importante alvo do inimigo.

Ao demonstrar o amor de Deus, o perdão, a paz, a graça do Senhor, evangelizar, ajudar, abençoar pessoas não convertidas, você está se edificando e edificando a igreja, pois muitas coisas acontecem no Corpo de Cristo com esta sua atitude.

Portanto, é ora de arregaçarmos as mangas e deixar a preguiça, a vergonha e o medo de lado, e iniciarmos a ministração. O que torna uma igreja viva não é o dom de línguas, o grande número de pes-soas, o louvor animado, a contribuição alta, mas o amor que é demonstrado pelas pessoas que se preo-cupam umas com as outras, se importam ao ponto de vencer o orgulho, amargura, preguiça, medo, ti-midez e ministrar na vida uma das outras.

Ministração pelas responsabilidades cristãs

Apesar de a Bíblia citar muito a ministração pelos dons espirituais, não é apenas por meio dele que devemos ministrar. Ela também inclui muitas responsabilidades que devemos ter uns com os outros e que não podem ser negligenciadas. Vejamos alguns exemplos:

1º. A Bíblia fala do dom de servir, mas exorta para que todos venhamos a servir uns aos outros (Gl

5:13): “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo amor servi-vos uns aos outros.”

2º. A Bíblia fala do dom de contribuir, mas exorta para que todos contribuam (2 Co 8). Outros tex-tos: 2 Co 9:7 e Ef 4:28.

3º. A Bíblia fala do dom de evangelista, mas exorta para que todos façam discípulos por meio do evangelismo (Mt 28:19): “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Todo evangelismo deve incluir o discipulado.

4º. A Bíblia fala do dom de exortar, mas ensina que todos exortemos uns aos outros (1 Ts 5:11) “Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como na verdade o estais fazendo.”

5º. A Bíblia fala do dom de profetizar, que repreende o pecador, mas exorta para que todos ve-nhamos a admoestar o irmão em falta (Rm 15:14): “Eu, da minha parte, irmãos meus, estou persuadido a vosso respeito, que vós já estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento e capazes, vós mesmos, de admoestar-vos uns aos outros”. Perceba que repreensão (admoestação) se faz com conhe-cimento e amor.

Ou seja, não podemos negligenciar nossas responsabilidades cristãs pelo simples fato de não ter-mos o dom, pois algumas coisas precisamos fazer pelos outros, mesmo sem tê-lo.

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Ministração Pelo Evangelismo Este é, sem dúvida alguma, um ministério de todos nós. A Palavra de Deus é clara ao falar que to-

dos recebemos o ministério da reconciliação (2 Co 5:18) “Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação.”

Em Efésios 6:15 , a pregação do evangelho faz parte da armadura de todo o cristão: “E calçando os pés com a preparação do evangelho da paz.”

A Grande Comissão em Mateus 28:19 nos lembra que a responsabilidade de fazer discípulos não é do pastor, líder ou mestre, mas de todos os crentes: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

A ministração do evangelismo é uma luta acirrada contra o Diabo. Contra ele nos brigamos, mas para as pessoas devemos levar a paz, mesmo para as que são tão usadas por ele.

A igreja evangélica tem trocado o “ide” pelo “vinde”. Nem mesmo a nossa oração pelos incrédulos deve substituir a nossa pregação. Deus age sobrenaturalmente para conduzir as pessoas à salvação, mas nossa responsabilidade é pregar o Evangelho.

Ministração pelos Talentos naturais e habilidades adquiridas

Alguns perguntam se o conhecimento musical é um dom, ou possuir grandes habilidades manuais

também. Entretanto, não encontramos talentos como música, dança, representação, pintura, eloqüên-cia entre tantas outras formas de expressão artísticas como dons. Tanto aqueles talentos que temos – ou nascemos com eles, não são dons do Espírito, assim como habilidades que adquirimos.

Podemos ministrar, é verdade, por intermédios de nossos talentos. Na verdade, é imprescindível que eles estejam à disposição do Corpo de Cristo para a edificação de seus membros. Conheço irmãos que possuem um talento nato para a música e são ótimos ministros de louvor. Existem aqueles que são desinibidos, gostam de representar e executam com muita qualidade a parte teatral da igreja. Mas ape-sar de serem usados no serviço da Igreja, não são os dons espirituais.

Não apenas os talentos são importantes para a Igreja, mas as habilidades que adquirimos tam-bém. Nem todos nascem com um talento musical, mas podem desenvolver uma grande habilidade du-rante a vida. Assim, o conhecimento que desenvolvemos nas mais diversas áreas devem, de igual forma, estar disponível para a edificação.

Talvez você nunca tenha ouvido falar sobre Tim Berners-Lee, mas ele é um exemplo de grandes habilidades na informática. Construiu seu primeiro computador com sobras de aparelhos eletrônicos e uma televisão. Sempre que alguém utilizar a internet irá se deparar com sua mais famosa invenção: o www.

Ministração Pelos Dons Espirituais

A forma mais clara de ministração na bíblia é pela utilização dos dons espirituais. Devemos partir

do pressuposto de que os dons são dados a pessoas crentes. Todos os convertidos têm aos menos um dom. O texto mais importante sobre o assunto é 1 Co 12, e aconselho uma leitura atenciosa.

Uma observação a ser feita é que a palavra “dom” é muitas vezes usada como “dádiva da salvação pela graça”

Primeiro eu gostaria de dar algumas indicações para sabermos o dom espiritual: 1º. É algo que você gosta de fazer; 2º. As pessoas são abençoadas e edificadas quando você faz; 3º. As pessoas vêem em você; 4º. Determinados dons só funcionam se você os possuir (cura, profecia, ensino, etc).

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A bíblia é bem clara em 1 Pe 4:10 sobre o uso dos dons: “Servi uns aos outros conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” A palavra “servir” aqui é a mesma para “ministrar”.

Os textos que revelam os dons espirituais são Rm 12; 1 Co 12; Ef 4:11; 1 Pe 4:11.

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Capítulo 6 Conhecendo os dons espirituais

1. O dom espiritual de serviço (Rm 12:7; do grego diakonia - servir).

Ao perceber que determinada tarefa precisa ser realizada, toma a iniciativa e a executa, liderando ou sendo liderado. Para isto pode utilizar os talentos e habilidades que possui.

Suas características demonstram que consegue diferenciar entre o que seria a atividade mais urgen-te, além mobilizar outras pessoas que possam ajudar e até mesmo substituí-lo no serviço. Naquilo a que se dispõe a fazer é confiável, não se importando com o cansaço ou falta de ajuda por parte dos outros. Manifesta frustração quando a tarefa não é concluída e evita burocracias que atrasem a solução do pro-blema.

Entretanto, não deve esquecer-se de outras responsabilidades, como trabalho e família, além de ter o cuidado de delegar tarefas e recusar as que não têm condições de executar. Deve tomar cuidado para não confiar demais em sua capacidade e fechar-se à sugestão dos outros.

Quem possui o dom de serviço pode ser visto como intrometido, pouco interessado em questões es-pirituais e autossuficiente.

2. O dom espiritual de ajuda ou socorro (1 Co 12:28; do grego antilepsis - cooperar).

Não devemos confundir com o dom de serviço, pois o dom de socorro prefere receber orientação pa-

ra realizar a tarefa, além de se adaptar bem às necessidades da pessoa que deseja ajuda. Sente satisfação espiritual quando utiliza seus talentos e habilidades auxiliando outros a realizarem

algum trabalho de forma a tornar o tempo melhor aproveitado desde que sejam solicitados a isso. Dian-te daquilo que o dom de servir toma a iniciativa, o dom de socorro pergunta: “O que posso fazer”?

Da mesma maneira que o dom de serviço, sente prazer em ajudar e se entristece quando as pessoas se esquivam de algum serviço. Dedica-se primeiro aos outros, e só depois pensa em si, não fazendo a mínima questão de aparecer.

Quem possui o dom de socorro deve tomar cuidado para não se desvalorizar, achando que seu dom é inferior ou sentir ciúmes de alguém que tenha um dom mais elogiado. Isto pode causar ressentimento por não receber reconhecimento. Deve evitar julgar os que não servem como ele.

Deve tomar cuidado por não envolver-se em muitas tarefas ao mesmo tempo ou abandonar ativida-des puramente espirituais. 3. O dom espiritual de misericórdia (Rm 12:8; do grego eleos – manifestação eficaz e compaixão).

O sentido básico deste dom é compadecer-se do sofrimento de outra pessoa. É curioso que em Rm

12:8 lemos que este dom deve ser exercido com alegria. A pessoa acompanhada sente-se compreendida e consolada, principalmente através de atos motivados pelo amor.

Há uma identificação com os que sofrem, sejam crentes ou não. Isto leva agir de forma prática em fa-vor deles, sendo uma pessoa muito sensível àquilo que machuca os outros. É um canal de Deus transmi-tindo o bálsamo de sua presença.

Quem tem o dom de misericórdia não se sente à vontade para corrigir, repreender ou disciplinar, o que pode representar um problema para situações em que isto se faça necessário.

Deve tomar cuidado para não menosprezar os que não são tão sensíveis quanto ele ou envolver-se em situações constrangedoras ou delicadas

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4. O dom espiritual de contribuir (Rm 12:8; do grego metadidomi - compartilhar). Quem tem este dom toma a iniciativa de suprir necessidades financeiras e materiais ou coopera para

que outros possam fazê-lo, independente de seu nível econômico. Sua maior alegria é poder contribuir. Em Rm 12:8 lemos que quem contribui, deve fazer com liberalidade, pois é motivado a repartir com ale-gria e generosidade aquilo que tiver com pessoas necessitadas, dentro ou fora do Corpo de Cristo. Ao saber de uma necessidade material, seu primeiro desejo é contribuir, mesmo que não sejam feitos ape-los financeiros.

Procura ser sensato com seus gastos pessoais para ter com que contribuir para as válidas necessida-des materiais que outros podem ignorar. Demonstra ter pouco interesse por coisas materiais compre-endendo que o dinheiro deve estar á disposição de Deus para suprir as necessidades dos outros.

O possuidor deste dom deve tomar cuidado para não medir os outros pela forma como ele mesmo contribui ou ser liberal demais, contribuindo por ceder ás pressões e ficando em situação financeira difí-cil. Precisa evita situações constrangedoras ao comprometer-se financeiramente com alguém e não sa-ber quanto tempo levará.

Este dom precisa ser exercido em consenso com o cônjuge. 5. O dom espiritual de profecia (Rm 12:6; do grego propheteia).

Existe uma grande diferença entre a profecia no V.T. e no N.T. Basicamente, a partir do surgimento

da Igreja em Atos, as profecias eram utilizadas no ensino público da Palavra, já que não se dispunha dos livros que hoje constam em nossas Bíblias. Esta é a maneira comum da manifestação da profecia na vida da igreja: a exposição da Palavra de Deus (1 Co 14:1-12).

A profecia é a proclamação do pensamento e conselho de Deus expostos nas Escrituras para apontar o pecado, edificar e animar. O profeta aplica princípios bíblicos ao contexto de seus ouvintes com o pro-pósito de persuadi-los a tomar certas atitudes e decisões.

Ao colocar ordem no culto, Paulo dá especial atenção aos dons de profecia e línguas (1 Co 14:26-39) dizendo, inclusive, que o profeta deve ser julgado pelos demais. Seria difícil “julgar” uma profecia sobre algum evento futuro. Em Rm 12:6 diz que o profeta deve desenvolver o dom de acordo com a fé.

No que diz respeito ao uso não público da profecia, ela parece ser utilizada para conduzir pecadores ao arrependimento de maneira drástica e rápida, bem como consolar e animar. Pode também ajudar a identificar as raízes de problemas espirituais por meio da Palavra de Deus. Mas o profeta, de maneira alguma, sente-se acuado ou acovardado diante da necessidade de pregar a Palavra.

Um dos cuidados que o profeta deve tomar é de julgar a si mesmo perante a Bíblia e evitar julgamen-tos precipitados naquilo que parece ser uma “profecia”. Também é preciso que seja amoroso e paciente com os erros dos outros, pois alguns demoram certo tempo para apresentar mudança de vida. E, acima de tudo, evitar utilizar o reconhecimento do dom para inventar profecias ou colocar-se como “superes-piritual”. Os correspondentes modernos dos profetas são os pregadores da Bíblia. 6. O dom espiritual de exortação (Rm 12:8; do grego paraklesis – chamar ao lado).

Quem possui o dom de exortação está ao lado de quem precisa de encorajamento, fortalecimento e

incentivo. Mesmo que para isso seja necessário fazer sacrifícios pessoais. Procura, por meio de suas pa-lavras e conselhos, levar pessoas a apoiarem-se em Deus em situações de desânimo. Demonstra ter grande otimismo mesmo que os problemas sejam graves e não tem muita disposição em confrontar e repreender. É o tipo de pessoa que gostamos de procurar quando precisamos de ânimo.

O resultado visível da exortação é o fortalecimento através de conselhos amorosos, visando mostrar o lado positivo de situações difíceis e que a tribulação pode produzir uma vida cristã mais madura.

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Quem tem este dom deve ter cuidado para não gastar muito tempo com pessoas que não estão dis-postas a seguir seus conselhos ou apenas exortar quando, na verdade, deve repreender, pois a situação difícil pode ter sido causada por algum pecado. Tratar superficialmente de problemas e feridades deve ser evitado, assim como ser enganado por um arrependimento insincero.

Deve ter sabedoria para não colocar-se em situações constrangedoras ao exortar pessoas do sexo oposto. 7. O dom espiritual do ensino (Rm 12:7, do grego didaskalia – ensino).

É a habilidade dada por Deus para o ensino da Palavra. Apesar de existirem pessoas com habilidades

para o ensino, nem todas têm este dom. A grande preocupação de quem o possui é aprender a Bíblia por meio do estudo sistemático e pessoal; transforma-los em aulas, estudos ou pregações com o propó-sito de repassar este conhecimento e aplicar o conteúdo à vida de seus ouvintes.

Outra característica é que sente fascinação pelo estudo demorado e detalhado das Escrituras e o que a ela se relaciona. Tem prazer em pesquisar para validar a verdade daquilo que se ensina, mesmo que leve muitas horas para isso, o que faz com que tenha certa dificuldade em ensinar sem estar preparado.

O possuidor deste dom deve ter o cuidado para não se perder em detalhes desnecessários e enfado-nhos no seu ensino nem se tornar antissocial, deixando de manter comunhão com as pessoas. Deve evi-tar ser tão técnico e acadêmico a ponto de esquecer-se da dependência a Deus ou tornar-se orgulhoso, fechando-se em seu ponto de vista. Deve estar aberto a momentos em que será necessário ensinar sem o devido preparo 8. O dom espiritual de liderança ou presidir (Rm 12:8, no grego proistemi – atender cuidadosamente).

O possuidor deste dom deve desenvolver algumas qualidades fundamentais para o seu exercício: pa-

ciência, sabedoria, humildade e mansidão. Liderar não é apontar: “O caminho está aí. Podem Segui-lo”. É dizer: “Venham comigo”, pois motiva os outros a caminharem com ele.

Quem tem o dom de liderança assume a responsabilidade de tarefas e pessoas. Tem habilidade para atrair cooperadores que aceitem sua posição de maneira espontânea. É uma pessoa de visão, estabele-cendo metas, cronogramas e delegando responsabilidades. Tem alvos claros e possui grande habilidade de transmiti-los de maneira confiante. Consegue trabalhar num ambiente desafiador oferecendo solu-ções para os problemas que surgirem. Entretanto, nem todo líder é um administrador, apesar de poder ser treinado para isto quando for necessário.

Nem sempre o líder concretiza suas ideias, e delegar responsabilidades pode deixar a impressão de que seja acomodado, o que não é verdade.

O líder deve evitar: a precipitação; assumir responsabilidades que não são suas por medo de delegar partes importantes do projeto; manipular seus liderados; tornar seus líderes mais fieis a si do que ao Senhor; esquecer-se das pessoas; confundir a vontade de Deus com ambição pessoal, perseverança com teimosia e determinação com obstinação; esquecer-se de sua família.

O líder deve preocupar-se em conhecer mais sobre a liderança bíblica. 9. O dom espiritual de administração ou governos (1 Co 12:28, no grego kubernao – pilotar).

O dom de administração colabora com o líder (ou líderes) na compreensão e execução dos alvos. Se o

líder tem o alvo, o administrador permite que este seja alcançado. Planeja e organiza o trabalho pelo qual é responsável, com entusiasmo e motivação e faz o mesmo ao colaborar com o trabalho dos ou-tros. Realiza-se ao cumprir os objetivos de maneira organizada e planejada.

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É muito prático. Reconhece e quer adotar as ideias realizáveis, rejeitando as inviáveis, sejam dele próprio ou de terceiros. Por isso gosta de trabalhar com alvos nítidos e realistas. Na falta destes, sente que está perdendo tempo, pois, sem objetivos, é impossível controlar o desenvolvimento do trabalho.

Tem capacidade para organizar ideias e planejar o uso de recursos, pessoas e tempo para alcançar um alvo previamente estabelecido.

Mas deve tomar cuidado para não ser desnecessariamente minucioso e inflexível no planejamento, aceitando mudanças de percurso, críticas e sugestões. Uma igreja cujos líderes e administradores cami-nham em sintonia sabe para onde vai e como chegará lá. 10. O dom espiritual do evangelista (Ef 4:11; no grego euangelistes – proclamar as boas novas).

Quem possui o dom de evangelista comunica o Evangelho de forma clara, atraente e persuasiva, ape-

sar de que algumas características podem variar de acordo com o conhecimento e a personalidade. Há aqueles evangelistas que se dão melhor em determinado grupo, apesar de falarem de Cristo a qualquer pessoa.

O possuidor deste dom tem profunda compaixão pelos perdidos e grande habilidade de compartilhar o evangelho com quem quer que seja; em qualquer lugar, hora ou situação. Não só aproveita as oportu-nidades, mas as cria, pois sente que o seu grande dever diante de Deus é conduzir pecadores à Cristo. Poderá, inclusive, chorar pela situação dos perdidos e ainda exortar a Igreja a se preocupar mais com missões.

O evangelista é paciente, insistente e perseverante. Tanto no ato quanto nas orações. Não deve, entretanto, negligenciar outras atividades da igreja, como culto, estudo bíblico ou comu-

nhão. Alguns podem ser tentados a pregar um evangelho mais fácil para atrair o incrédulo, o que é con-denável.

Deve tomar cuidado para não ser relapso com a família ou evangelizar em momentos impróprios, até mesmo dando mau testemunho. Outro perigo é envolver-se em situações constrangedoras ao evangeli-zar pessoas do sexo oposto.

É preciso lembrar que mesmo tendo alguns com o dom de evangelismo, esta é obrigação de todos.

11. O dom espiritual da hospitalidade (1 Pe 4:9, 10; no grego philoxenia – amor aos de fora). A hospitalidade como um dom é praticado não só com amigos, mas até com pessoas desconhecidas,

pois quem o possui sente-se privilegiado em abrir seu lar para as pessoas, independente do que tem ou de como seja sua casa, com alegria e não com murmuração.

Faz o hóspede sentir-se à vontade e preocupa-se mais com o ele do que consigo mesmo. Caso não tenha como receber pessoas em sua casa, procura meios para tratar bem das pessoas. Isso se aplica também à igreja. No N.T. era comum que os pregadores itinerantes se hospedassem na casa dos cristãos por algum tempo (3 Jo 5-8 e At 16:15).

Deve, contudo, tomar cuidado para não ser explorado por aqueles que aproveitam de sua bondade. No Didaquê, instrumento de ensino da igreja cristã do século II, estava determinado que um pregador itinerante poderia passar, no máximo, dois dias na casa de um irmão (Didaquê 11:5). Se ele ficasse mais tempo, deveria ser considerado falso profeta.

Há de se ter o cuidado com quem está recebendo ou ser hospitaleiro sem a compreensão da família. E ainda, preocupar-se se existe um ambiente favorável para que o visitante seja recebido. 12. O dom espiritual de palavra de sabedoria (1 Co 12:8; no grego sophia - sabedoria).

Tanto este dom quanto o de palavra de conhecimento são de difícil entendimento. Não há plena cer-

teza sobre eles. Provavelmente, palavra de sabedoria é o conhecimento aplicado às situações específi-

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cas, para resolver conflitos ou tomar decisões. Pensa sobre o que deve ser feito, analisa pontos que ain-da não foram pensados, vê possibilidades novas e chega à conclusões que trazem paz e segurança aos seus ouvintes. Busca fazer isto de maneira bíblica.

Onde o dom de palavra de conhecimento pensa “O que?”, o dom de palavra de sabedoria pensa “Como”? Sendo assim, quando as pessoas compartilham dificuldades com o possuidor deste dom sen-tem-se confortadas e seguras para tomar determinadas decisões.

Deve-se ter em mente que não há infalibilidade neste dom, pois além das limitações do conhecimen-to e sabedoria humana, ainda podemos confundir sobre o que é sábio diante de Deus com o que é sábio diante dos homens. Em determinados momentos, o que a pessoa precisa é de arrependimento e não de dicas para resolver problemas.

13. O dom espiritual de palavra de conhecimento (1 Co 12:8; no grego gnosis - conhecimento).

Como dissemos anteriormente, este dom é de difícil explicação. Alguns sustentam que seu possuidor

apresente, sobre iluminação espiritual, conhecimento de fatos que de outra maneira não seriam conhe-cidos. Sendo assim, o possuidor deste dom demonstra uma habilidade de expor a vontade de Deus de uma maneira incomum. O que causa certa confusão são as características mais comumente aplicadas à profecia, mas este também deve ser colocado em debate.

Outros relacionam este dom à sistematização do ensino bíblico, aproximando-o do dom de ensino. Sugerem eruditos capazes de expor de maneira altamente compreensível as Escrituras. É difícil optar por um posicionamento e não há meio termo. Ficamos aqui, por convicção de que este tipo de revela-ção terminou no Novo Testamento, com a ideia mais ligada ao ensino.

Sendo assim, o seu possuidor consegue apreender muita informação por meio de um estudo apro-fundado das Escrituras. Enquanto o dom de palavra de sabedoria procuraria mostrar o que deve ser fei-to, o dom de palavra do conhecimento buscaria esclarecer melhor o assunto.

Assim como o dom de ensino, deve evitar gastar tempo demais com o estudo a ponto de deixar de manter comunhão. 14. O dom espiritual da fé (1 Co 12:9; no grego pistis – fé).

A palavra pistis vem de um radical grego que quer dizer “persuasão”. Então, ter fé é deixar-se persu-

adir por Deus acerca de algo que Ele vai fazer. Este dom dá ao seu possuidor uma profunda confiança no Senhor, não para si mesmo, mas para a comunidade. Também leva a desenvolver uma constante vida de oração, estimulando os outros a fazerem o mesmo.

É uma pessoa procurada por aqueles que carecem de oração, mas não sabemos ao certo como funci-ona na edificação da igreja. Provavelmente deve servir de estímulo àqueles que passam por lutas espiri-tuais, ajudando os outros a enfrentarem grandes impossibilidades. Não quer dizer que esta fé concretize algum milagre, mas que a pessoa aceite a vontade de Deus.

Entretanto, não significa que o possuidor seja um supercrente. Há também o risco de julgar a fé dos outros e confundir o seu desejo por algo com a vontade de Deus e orar na direção errada.

15. Os dons espirituais de curar (1 Co 12:9; no grego iama – cura).

Ao que parece, este é um dom raro. Alguns sustentam que ele não é dado mais à igreja, resumindo-

se aos apóstolos no Novo Testamento. O termo “dons de curar” parece mostrar algumas doenças são curadas por dons de cura específicos. Outros consideram o exorcismo com uma espécie de cura.

Existe uma diferença entre ter o dom de curar e a cura eventual. O dom de curar dá ao seu possuidor um certo domínio sobre a enfermidade, dando-lhe a capacidade

sobrenatural de curar qualquer pessoa em qualquer momento. Esta era a realidade dos apóstolos. Não

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queremos entrar em certos detalhes neste momento, mas perceba que no N.T. eram instantâneas, completas e permanentes (At 3:1-11; 9:32-34 e 14:4); eram não apenas de ordem psicossomática, mas de ordem orgânica (At 3:1-11); quem tinha o dom podia curar qualquer pessoa (At 5:14-16); não era preciso que a pessoa que desejava a cura tivesse fé (At 3:1-11); eram secundárias à pregação (Lc 9:6), pois certificavam a mensagem dos apóstolos; eram realizadas de vários modos: pelo toque (Atos 3:6); por ser tocado (Atos 5:15); geralmente sem contato físico de qualquer espécie (Atos 5:14-16; 9:32-34); pelo falar (Atos 14:10); com o uso de lenços e aventais (Atos 19:11-12); com oração (Atos 9:38-41); ge-ralmente sem oração (Atos 3:1-11; 28:8-9); e algumas vezes até em ausência (Atos 19:11-12).

Apesar de que alguém possa ser soberanamente usado por Deus para curar alguém, não quer dizer que tal pessoa tenha dom de curar. Se tiver, o sinal claro é a cura imediata e completa de maneira corri-queira. Não é acidental, mas intencional.

O importante é lembrar que o cerne não é a cura, mas a mensagem de salvação do Evangelho. Neste caso, a cura é sempre secundária à pregação da Palavra.

16. O dom espiritual de operar milagres (1 Co 12:10; no grego dunamis – poder).

Assim como os dons de curar, o de operar milagres é raro e, ao que parece, ficou restrito ao Novo

Testamento. Devemos como no caso anterior, diferenciar entre o que é dom e operação especial. O dom torna o milagre comum. Deus pode, eventualmente, fazer uso de alguém para operar um milagre sem, necessariamente, dar-lhe um dom.

Milagre é uma operação sobrenatural que não envolve cura. Este faz com que o curso natural das coisas seja alterado. Leis físicas e biológicas são quebradas. Milagre é algo impossível. Entram nessa ca-tegoria: ressurreição, criação de matéria, alteração da ordem cosmológica, domínio sobre leis da física, domínio sobre a natureza, entre outros acontecimentos espetaculares.

Operar milagres, caso ainda exista, deve ser utilizado para a edificação da igreja e nunca devem se sobrepor à pregação da Palavra.

17. O dom espiritual de discernimento de espíritos (1 Co 12:10; no grego diakrisis – julgar através de).

Ao que parece, este dom lida com o julgamento que é feito sobre os “espíritos”. Mas que espíritos

seriam esses? Existem três possibilidades: Espírito Santo, espírito demoníaco ou espírito humano. O dis-cernimento, então, serviria para discernir ou julgar qual dos espíritos estaria se manifestando.

Deve ter sido um dom muito importante na igreja primitiva, pois não tinham um Novo Testamento à disposição para julgar os profetas e mestres que entravam nas igrejas. Este poderia ser usado para dis-cernir motivações, doutrinas, comportamentos e pessoas. Circunstâncias também poderiam ser avalia-das por aquele que tivesse este dom.

A Bíblia afirma que todo cristão deve ser capaz de exercer discernimento (Hb 5:14). Alguns, entretan-to possuem mais habilidade, visto terem recebido o dom. Parece estar implícito que o discernimento deveria apresentar razões e não meros sentimentos, pois quando julgamos, o fazemos mediante pa-drões ou princípios. Consegue ter uma noção das reais intenções e motivações que levam as pessoas a realizarem determinadas tarefas ou se envolverem em alguns ministérios. Tem condições de perceber o que está por trás de certos comportamentos e palavras.

Nestes juízos não existem infalibilidades. Todos estão suscetíveis ao erro ou pré-julgamento. 18. O dom espiritual de variedade de línguas (1 Co 12:10; no grego glossa - idioma).

O nome correto do dom não é “línguas estranhas”, já que a palavra “estranha” não aparece em ne-

nhum texto bíblico. O nome correto do dom é “variedade de línguas”. Este dom, apesar de muito co-nhecido, não está isento de questionamentos e dúvidas.

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Os textos de Atos nos mostram que este dom não era de línguas estranhas, mas estrangeiras (At 2:5-13). Foram compreendidas pelos estrangeiros que estavam em Jerusalém. A palavra no v. 6 é dialektos, traduzido como idioma. Não há como defender que as outras experiências no próprio livro de Atos te-nham sido de natureza diferente. As línguas estranhas de Mc 16:9-20 dizem respeito à universalização do Evangelho. Os textos de 1 Coríntios não deixam claro sobre o dom de línguas ter sido exercido da mesma maneira que hoje.

A experiência da glossolalia em êxtase, ao que parece, não tem respaldo bíblico. O dom de variedade de línguas dá ao seu possuidor a capacidade sobrenatural de falar em idioma

humano estrangeiro que não era previamente conhecido ou estudado pelo locutor. Por não ter inter-pretação é considerado por Paulo o menor dos dons.

Seu propósito é transmitir a graça de Deus para pessoas de outro idioma, o que pode ainda ser feito. Entretanto, no culto público devemos seguir as recomendações bíblicas para seu uso. 19. O dom espiritual de interpretação de línguas (1 Co 12:10; no grego diermeneuo – tradução).

Seu possuidor é capacitado para traduzir o que está sendo dito através do dom de línguas. Nem sem-

pre quem possui o dom de línguas recebe o dom de interpretá-las. No culto público, o natural é que a interpretação seja feita por uma pessoa diferente da que fala em línguas.

Já que seu uso é limitado a utilização com outro dom, seu possuidor deve ter ainda outros que mais corriqueiramente possam ser utilizados na edificação da Igreja. 20. O dom espiritual de celibato (1 Co 7:7; no grego eunuchos)

Este é um dom fácil de ser identificado, pois quem o possui não tem desejo de contrair casamento.

Ele vem acompanhado com outros dons, já que o não ser casado é apenas um motivo para ter mais condições de servir a Deus. Seu possuidor permanece solteiro para servir integralmente ao Senhor.

Infelizmente ele tem sido tratado de forma desrespeitosa. É um dom como outro qualquer e não se deve fazer piada daqueles que dizem possuir. Devemos lembrar que o casamento é projeto de Deus, e que o jovem que não tem o dom de celibato não deve permanecer solteiro. Se tiver oportunidade deve casar-se.

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Questionário para descoberta dos dons espirituais Observações

Tenho visto muitos questionários que tentam nos auxiliar a descobrir quais dons espirituais possu-ímos. Entretanto, a minha própria experiência ensinou que de todos os meios possíveis de descobrir quais eram eles, os questionários sempre foram os menos importantes nessa busca. Veja estas razões:

1. Nem sempre dizemos a verdade quando respondemos o questionário. Nossa resposta é basea-da em algo que fomos um dia ou que desejamos ser;

2. Algumas perguntas são muito parecidas em alguns dons (dom de profecia e dom de línguas, p. ex.) e isto dificulta as respostas;

3. Outro problema diz respeito aos dons apresentados como os mais prováveis. O questionário mostra apenas possibilidades entre uma lista de dons. Se sua lista apresenta 4 dons com núme-ro elevado de pontos, não quer dizer que tenha todos eles;

4. Temos a tendência de negligenciar outros indícios importantes na descoberta de nossos dons. Apesar disto, pareceu-me útil acrescentar um questionário ao final de nosso estudo, mas sobre ele

faço as seguintes observações: 1. Refaça este questionário em vários momentos de sua vida. Talvez você não esteja bem espiri-

tualmente, e isto influenciará suas respostas; 2. Com o tempo, o amadurecimento surgirá em sua vida espiritual, e seria importante refazer este

questionário; 3. Suas respostas não serão vistas por nenhum avaliador. A nós importa apenas o resultado final.

Fique a vontade para ser sincero; 4. Lembre-se, este questionário indica apenas possibilidades. Se você tem ou não o dom apresen-

tado por ele, dependerá de outros indícios. Responda o questionário da seguinte forma: 1. Parte A:

a. Cada grupo de dons possui 10 perguntas essenciais sobre eles. b. Responda com uma nota de 0 a 4 (0=nunca, 1=raramente, 2=às vezes, 3=constantemente,

4=sempre). c. Some o total de pontos de cada grupo e coloque o valor na coluna “Total”.

2. Parte B: a. Na parte B do questionário, ordene os 5 grupos que tiveram maior pontuação. b. Coloque o nome do grupo na linha com o número correspondente. c. Quanto maior a nota, maior a probabilidade de ser esse seu dom. d. Coloque o nome do dom de acordo com o grupo.

3. Parte C: a. Marque um “X” nas atividades ou ministérios que você tem habilidade de trabalhar. b. Marque um “X” nas atividades ou ministérios que você tem desejo de trabalhar. c. Pode ser que duas colunas sejam marcadas em algum momento. d. O que não tiver habilidade ou desejo, deixe em branco. e. Marque quantos quiser. f. No final, deixamos alguns espaços em branco. Fique à vontade para completa-los.

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Parte A Lembre-se: 0=nunca, 1=raramente, 2=às vezes, 3=constantemente, 4=sempre

Grupo R 1 R 2 R 3 R 4 R 5 R 6 R 7 R 8 R 9 R 10 Total

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

M

N

O

P

Q

R

S

T

U

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Parte B Enumere os 5 grupos que tiveram maior pontuação.

Nº Pontos Grupo Dom

01

02

03

04

05

Meus dons Certeza: ______________________________________________________________________________ Possibilidade: _________________________________________________________________________

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Parte C Marque com um “X” suas habilidades e desejos.

Áreas de atuação Tenho habilidade Tenho desejo

Crianças

Jovens

Adultos

Idosos

Casais

Adolescentes

Ensino bíblico

Visitas familiares

Visitas em hospitais

Discipulado

Artes (dança, teatro, música, canto, poesia, outros)

Limpeza

Organização

Secretaria

Informática

Comunicação

Saúde

Ensino secular

Finanças/tesouraria

Sonorização

Evangelismo

Hospitalidade

Recepção na igreja

Organização de eventos

Liderança de célula

Manutenção/conserto

Aconselhamento

Intercessão/oração

Pessoas carentes

Programa AMO

Espaço infantil

Cozinha/gastronomia

Missões

Evangelismo

Pregação

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Trilho de treinamento

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Referências BÍBLIA ON-LINE, v. 3.0. Barueri: Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 2002. CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, Vol IV. São Paulo: Candeia, 1 ed. DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO, Vol I. São Paulo: Mundo Cristão, 1 ed. IRONS, Lee. Profecias e Línguas: uma compilação dos melhores argumentos cessacionistas. In: www.monergismo.com, acesso dia 14/07/2007. KNIGHT, Lida E. Quem é você no corpo de Cristo. Campinas: Luz Para o Caminho, 2 ed. MORRIS, Leon. 1 Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1 ed. NOVO COMENTÁRIO DA BÍBLIA, O. São Paulo: Mundo Cristão, 3 ed. NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA, O. São Paulo: Vida Nova, 2 ed. NOVO TESTAMENTO INTERLINEAR GREGO-PORTUGUÊS. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1 ed. STEDMAN, Ray C. Igreja: corpo vivo de Cristo. São Paulo: Mundo Cristão, 6 ed. WAGNER, C. Peter. Descubra seus dons espirituais. São Paulo: Abba Press, 2 ed. ZASPEL, Fred G. Dons espirituais. In: www.monergismo.com, acesso dia 10/06/2007. Além de material da própria Comunidade Evangélica Bara e sermões.