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    SUMÁRIO

    HIS 01 A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPEIA 3

    HIS 02 O SISTEMA COLONIAL 18

    HIS 03 AS REFORMAS POMBALINAS, REBELIÕES COLONIAIS 51

    HIS 04 PERÍODO REGENCIAL 69

    HIS 05 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA 81

    HIS 06 BRASIL IMPERIAL - PRIMEIRO REINADO E PERÍODO REGENCIAL 94

    HIS 07 BRASIL IMPERIAL – SEGUNDO REINADO 109

    HIS 08 BRASIL REPÚBLICA 135

    HIS 09 A REPÚBLICA POPULISTA 167

    HIS 10 OS GOVERNOS MILITARES E A REPÚBLICA NOVA 183

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    A formação de Portugal

    Muitos povos invadiram e ocuparam a península Ibérica, devido à sua localização e con-figuração geográficas. Os iberos a ocuparam a partir do terceiro milênio a.C. Por volta do séculoVI a.C., houve a invasão dos celtas, originando a cultura celtibera.

    Comerciantes fenícios e gregos, também a partir dessa época, fundaram feitorias no litoralda península, para a troca de produtos (escambo). Interessavam a eles principalmente os minérios,abundantes na península. Durante as guerras entre Cartago e Roma (séculos III e II a.C.), a penín-sula foi invadida e dominada pelos romanos. A região que hoje corresponde a Portugal foi ocupa-da após duras lutas contra os lusitanos, um povo celtibero.

    Incorporada ao domínio romano como Província Hispânica, na península ocorreu um rá- pido e profundo processo de romanização (administração, comércio, língua, costumes, legislação,aparelhamento urbano etc.). A civilização romana deixou traços tão profundos que esta região é,ainda hoje, culturalmente latina.

    O enfraquecimento do Império Romano, a partir do século III, facilitou a penetração ini-cialmente pacífica e posteriormente violenta dos bárbaros.

    A península Ibérica foi invadida, a partir do século V, pelos vândalos, suevos, alanos e,finalmente, visigodos, tradicionalmente chamados de “bárbaros”, que submeteram os demais efundaram o Reino Visigótico. Paralelamente, consolidava-se a cristianização desses povos, pormeio do trabalho catequético dos missionários. Mas, em alguns casos, de forma herética.

    Finalmente ocorreu a grande invasão muçulmana, realizada através do estreito de Gibral-tar. Em 711, o general Tárik derrotou os visigodos e avançou pelo interior da península. A quasetotalidade dela ficou sob dominação islâmica. Mas a grande extensão do império muçulmano e asrivalidades políticas internas criaram condições para a fundação do califado independente de Cór-dova. Embora houvesse enorme arabização, a população europeia manteve-se predominantementecristã. E foi exatamente o antagonismo religioso um dos principais motivos da luta para a expul-são dos mouros (árabes que viviam na península).

    HIS 01 A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPEIA

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    O processo de expulsão dos árabes, chamado Reconquista, durou cerca de sete séculos.Foi um verdadeiro movimento cruzadista no ocidente. Muitos cristãos ibéricos não aceitaram

     pacificamente a dominação islâmica. Já no século VIII as lutas aconteciam. Refugiados nas mon-tanhas do norte peninsular, grupos cristãos organizaram o reino das Astúrias e, no século IX, juntocom outros reinos cristãos então formados, como Aragão, Castela, Navarra  e Leão, aceleraram aluta contra os “infiéis”.

     Nesse século, conseguiram significativas vitórias contra os mouros, contando com o auxí-lio de muitos nobres franceses, engajados na guerra santa, mas também desejosos de receber ter-ras em troca dessa ajuda. Eram, geralmente, os secundogênitos de muitas famílias feudais, princi-

     palmente da Borgonha, localizada no leste da França.

    Um deles, D. Henrique de Borgonha, recebeu terras que correspondiam ao Condado Por-tucalense, região compreendida entre os rios Minho e Douro. Em 1114, morreu D. Henrique deBorgonha. Seu herdeiro, D. Afonso Henriques, continuou a luta contra os mouros, mas tambémcontra o rei de Castela e Leão, de quem era vassalo, pela autonomia do Condado Portucalense.

    Em 1139, D. Afonso Henriques se proclamou rei de Portugal. Alguns anos depois a Igrejae os castelhanos reconheceram o nascimento do novo reino ibérico. A independência estava con-solidada, apesar de eventualmente os castelhanos tentarem unificar toda a península sob seu do-mínio político.

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    A Reconquista prosseguiu e o novo rei conseguiu expulsar os mouros de territórios ao sul,apossando-se de novas terras. Obteve a ajuda dos cruzados, que iam para o Oriente, na libertaçãode Lisboa. A monarquia portuguesa, recém-criada, possuía características próprias que a diferen-ciavam das demais. O rei mantinha os poderes políticos centralizados.

    Dinastia de Borgonha

    Os descendentes de Afonso Henriques governaram Portugal até o século XIV. Durante asua administração, foi organizada a administração do reino com a instituição das Cortes, assem-

     bleias às quais compareciam representantes do clero, da nobreza e do povo (na verdade, da bur-guesia). A região de Algarve, ao sul, até então sob domínio mouro, foi conquistada e incorporada.

    A centralização monárquica ocorrida em Portugal possibilitou o desenvolvimento econô-mico, político e cultural do reino. Nessa época foi fundada a Universidade de Coimbra, colabo-rando para a identidade nacional. A população continuou crescendo e consolidando a posse doterritório. O comércio foi intensificado através dos contatos com os comerciantes do norte da Eu-ropa e da Itália.

    A dinastia borgonhesa governou até a década de 1380, quando então foi substituída pelaDinastia de Avis, vinculada à expansão marítimo-comercial.

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    Dinastia de Avis

    A segunda dinastia portuguesa é a dinastia de Avis. Ela era apoiada pela burguesia mer-cantil, pois o último rei da dinastia de Borgonha (D. Fernando I) faleceu sem deixar herdeiro. Paranão perder sua independência para o reino de Castela, pois a sua filha D. Beatriz, herdeira únicado trono português, era casada com o Rei de Castela, comerciantes portugueses das cidades doPorto e de Lisboa financiam o Mestre da Ordem Militar de Avis, D. João I, para armar um exérci-to, enfrentar as pretensões de Castela e assumir o trono. A Batalha de Aljubarrota em 1385 marcao fim da crise de sucessão do trono português dando início à dinas- tia de Avis que durou até1580. Esta data também marca a centralização do Estado Português.

    Sobre a dinastia de Avis é que vai ser elabora- da a expansão marítima portuguesa. Sobo controle do Infante D. Henrique de Avis - “O NAVEGADOR”, grandes sábios, cartógrafos e na-vegadores se reuniram na Escola de Sagres, não uma escola, mas sim um centro de pesquisa.

    A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPEIA

    Chamamos de expansão marítima ao processo de saída do homem europeu em busca deriquezas em outros continentes via Oceano Atlântico, conhecido à época como Mar Tenebroso.Cabe aqui ressaltar que este foi um processo lento, fruto da união de diversos fatores e interesses.Portugal foi o primeiro país da Europa a se atirar na aventura atlântica concorrendo para isso di-versos fatores. Vamos agora estudá-los.

    Ocupou sempre lugar de destaque na economia lusa a atividade pesqueira, sendo esta aorigem da experiência portuguesa em navegação, mas o projeto expansionista português data do

    início do século XV. O comércio foi o grande motor da expansão marítima portuguesa, pois asfamosas especiarias (pimenta, canela, gengibre, noz moscada, etc.), para serem distribuídas para o Norte da Europa, passavam pelos portos portugueses estimulando o comércio. No entanto, as es- peciarias atingiam preços absurdos quando chegavam a Portugal devido à distância dos centros

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     produtores e ao monopólio exercido pelas cidades italianas de Gênova e Veneza na compra dos produtos em Constantinopla. A situação piorou de- pois de 1453, devido à tomada de Constanti-nopla pelos turcos, dificultando o comércio de especiarias pelo Mar Mediterrâneo.

    A solução encontrada foi buscar um novo caminho para se chegar à origem das especiari-as: o Oriente. O problema era como chegar.

    A Escola da Sagres

    O Infante D. Henrique, filho do Rei D. João I, estabeleceu no seu castelo na Ponta de Sa-gres em Portugal, um centro náutico conhecido como Escola de Sagres, que coletava infor-mações de mapas e instrumentos de navegações. Em Sagres, com apoio e a proteção do Infante,reuniam-se cartógrafos, matemáticos e peritos náuticos. A fundação deste centro de estudos estáinserida no contexto das transformações sociais pelas quais a Europa passava naquele mo-mento, com a propagação dos ideais humanistas que buscavam explicações racionais e científicas

     para a compreensão do mundo, fugindo das teorias religiosas.

    Mantinha-se, no entanto, segredo das principais descobertas principalmente na divulgação

    de mapas, os famosos portulanos, nome dado aos documentos nos quais estavam descritos os iti-nerários marítimos com distâncias e ilustrações dos principais portos marítimos e lugares costei-ros de atracação.

    A centralização do Estado português ainda no século XIV, a obtenção de informaçõestécnicas, os interesses da burguesia mercantil, da igreja, e da nobreza, principalmente a partir doInfante D. Henrique, em busca de novas possessões territoriais, possibilitaram a Portugal, entre1415 e 1500, diversas viagens e descobertas náuticas. Estas ações eram assim motivadas, aomesmo tempo, pelo espírito de cruzada e cavalaria e por considerações políticas e econômicas.

    Novas tecnologias

    A Escola de Sagres também foi responsável por aperfeiçoar várias tecnologias na área danavegação, o sextante (peça árabe utilizada na localização de meridianos através de estrelas), a

     bússola (invenção chinesa utilizada pelos árabes para localizar o norte verdadeiro através de umaagulha magnética).

    Uma das invenções mais importante foi a caravela com vela triangular que permitia a na-vegação em mar oceânico. A caravela navegava contra o vento e tornava as viagens bem maisrápidas que as antigas embarcações utilizadas no Mediterrâneo.

    A primeira conquista portuguesa foi a cidade de Ceuta (1415), grande entreposto comer-cial no norte da África. Em 1420, foram atingidas as Ilhas de Madeira e Açores. Seguindo a polí-tica de contornar a costa africana para poder chegar às Índias (Périplo Africano), o Navegador Gil

    Eanes, em 1434, dobra o cabo Bojador. Em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu dobrar o cabo dasTormentas (que passou a ser chamado de cabo da Boa Esperança). Coroando o projeto português,em 1498, Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para as Índias, chegando a Calicute.

    Enquanto a costa ocidental da África era explorada, a navegação no Atlântico era um se-gredo de estado, só quebrado por Colombo que pretendia alcançar o Oriente pelo Ocidente nave-gando para a coroa espanhola. Sua teoria teria dado certo se não houvesse em seu caminho umcontinente desconhecido pelos europeus: a América. Sua descoberta acirrou as relações entre Por-tugal e Espanha como verá a seguir.

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    Causas da expansão Marítima

    Econômicas: Cobiça de lucros, o comércio Oriente-Ocidente era o mais rentável da IdadeMédia; Busca de ouro e prata; O interesse em acabar com o monopólio italiano na venda de espe-

    ciarias; Interesses em novas terras a serem descobertas.Políticas: A tomada de Constantinopla pelos turcos; Atuação da burguesia, que passou a

    financiar parte das viagens marítimas; Formação dos Estados nacionais absolutos capazes de fi-nanciar o empreendimento.

    Religiosas: Levar a fé católica a outros povos; Busca do paraíso Terrestre.

    Tecnológicas: Os grandes progressos náuticos, muitas vezes copiados dos árabes, como:Bússola, Astrolábio, Caravela, Portulanos; Mudança da mentalidade europeia com o movimentohumanista que buscava explicações racionais para compreensão do mundo.

    Os Tratados feitos com a Espanha

     No ano de 1492, a Espanha iniciou sua expansão marítima. Os reis espanhóis, Fernando IIe Isabel I, financiaram o projeto do navegador genovês Cristóvão Colombo, que pretendia chegaràs Índias navegando para o Ocidente, acreditando que a terra era redonda. Colombo chega à Amé-rica em outubro de 1492, pensando ter chegado às Índias.

    A descoberta da América por Colombo, em 1492, abriu uma etapa de negociações entrePortugal e Espanha sobre as descobertas, tendo a Igreja o papel de mediadora. O primeiro tratadoentre os dois países foi a Bula “Inter Coetera”, de 1493, na qual o Papa Alexandre VI estabeleciaum meridiano a 100 léguas a Oeste do arquipélago de Cabo Verde, concedendo à Espanha todasas possessões a Oeste deste meridiano cabendo a Portugal tudo a Leste. Portanto os resultados da

     primeira expedição de Colombo iniciaram uma disputa pela partilha do mundo.

    O rei de Portugal, D João II, não ficou satisfeito com a bula papal, pois a linha imaginária passaria no meio do Atlântico, ameaçando as conquistas portuguesas nas rotas do Atlântico Sul.Em 1494, foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que seria o definitivo entre portugueses e espa-nhóis. Foi traçado um novo meridiano, agora a 370 léguas do arquipélago de Cabo Verde, ficandoas terras a leste do mesmo meridiano para Portugal. O novo tratado garantia a Portugal não apenasas rotas do Atlântico, como também uma parte da América, onde mais tarde Cabral fundaria oBrasil. Observe o mapa:

    A Viagem de Cabral

    Com o objetivo de fundar feitorias na Índia e deforçar o Marajá de Calicute a aceitar em comercializarcom Portugal, o rei D.Manuel I, O Venturoso, preparouuma grande esquadra composta de 13 caravelas, a mais

     poderosa das expedições até então organizada. Em arti-lharia, munições e mantimentos a esquadra levava o me-lhor possível. Transportava 1.500 homens de armas, en-tre os quais 20 degredados que deviam ser deixados emterra para aprender a língua. Esta esquadra estava sob ocomando do Fidalgo Pedro Álvares Cabral, embaixador

    de Portugal perante o Marajá de Calicute (cidade da Índia). Cabral não era navegador, mas por ser

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    a figura mais importante da frota, assumiu o comando.Tinha os melhores comandantes de navios na suaesquadra.

     No dia 9 de março de 1500 a frota parte do porto do Tejo em direção à Índia, contornando a costa

    africana, como era o projeto português, mas a viagemtinha objetivos secretos, e se afasta muito da costaafricana. No dia 21 de abril de 1500, foram avistadosos primeiros sinais de terra.

    Em 22 de abril foi avistado o monte Pascoal,no litoral da Bahia. Após encontrar abrigo para a es-quadra fundear, explorar parte do litoral baiano, des-cer na terra firme, celebrar duas missas, alguns diasdepois (2 de maio), a esquadra prosseguiu em direçãoàs Índias. Alguns degredados foram deixados na novaterra e um navio comandado por Gaspar de Lemos foi

    enviado a Portugal levando a carta redigida pelo es-crivão da armada, Pero Vaz de Caminha

    A INTENCIONALIDADE DO DESCOBRIMENTO:

    Muitos historiadores admitem que houvesse intencionalidade no descobrimento, isto é, julgam que os portugueses já sabiam ou suspeitavam da existência de terras ao Oeste

    do Atlântico Sul. Entre os argumentos podemos citar os seguintes:A carta de Pero Vaz de Caminha não demonstra surpresa com a nova descoberta.

    D João II não aceitou a primeira demarcação estabelecida pelo papa Alexandre VI,através da Bula Inter Coetera.

    A política de segredo dos governantes portugueses.

    Mestre João, físico e cirurgião do rei de Portugal, alemão de nascimento, era dos maiscategorizados astrônomos da época. Muito entendido na arte de determinar a longitudede leste e oeste, não haveria ele, sendo um dos componentes da esquadra cabralina, decorrigir com presteza a rota do Cabo da Boa Esperança a Calicute?

    Causas do pioneirismo português nas navegações

     posição geográfica estratégica, próximo à África e debruçado sobre o Atlântico;

    litoral extenso e recortado, apresentando bons portos naturais;

    Estado nacional centralizado, associado aos interesses mercantis;

    existência de uma burguesia dinâmica, ambiciosa de novas riquezas e mercados;

     paz interna, contrastando com França e Inglaterra, envolvidas na Guerra dos CemAnos (1327-1453) e Espanha (ainda em luta contra os mouros);

    apoio governamental à navegação, por meio da Escola de Sagres.

    Existência de escolas de navegação;

    No dia 26, é rezada a primeira

    missa, na localidade chamada Coroa Verme-

    lha por frei Henrique de Coimbra , francisca-

    no; o escrivão Pero Vaz de Caminha escreve

    notícia do descobrimento para que o nave-

    gador Gaspar de Lemos a leve a Portugal e

    noticie ao Rei e a Europa das novas posses-

    sões portuguesas. O Brasil teve vários nomes

    além de Pindorama como os índios a chama-

    vam, foi batizada pelos portugueses como:

    Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz e

    Brasil.

    O local chamado por Cabral como

    um porto seguro é hoje identificado como

    Baía Cabrália, ao sul da Bahia. Não se conhe-

    cem as cartas de Cabral e as dos demais

    comandantes. As únicas que nos restam são

    a de Pedro Vaz de Caminha e as do Astrô-

    nomo Mestre João. 

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    O rei e a burguesia mercantil de Portugal uniram-se com o objetivo de expandir o co-mércio marítimo;

    Tradição naval.

    As consequências da expansão marítima

    As grandes navegações representam um dos mais significativos acontecimentos da IdadeModerna. Entre as principais transformações trazidas por este processo podemos citar:

    a mudança do eixo econômico europeu do Mar Mediterrâneo para os Oceanos Atlânti-co e Índico;

    decadência econômica das cidades italianas; duas novas potências ascenderam, Portu-gal e Espanha;

    europeização do mundo.

    As outras consequências da expansão marítima foram: a comprovação da esfericidade daterra; a ampliação do mundo conhecido com a descoberta de novos continentes; alta dos preços naEuropa devido à entrada de metal precioso na Europa; o fortalecimento da burguesia; o restabele-cimento do escravismo; a formação de impérios coloniais; propagação da fé católica para Améri-ca, África e Ásia; comércio de proporções mundiais que agora uniam diversos continentes; dizi-mação de civilizações americanas e da cultura indígena presente na América.

    A consequência principal para Portugal foi que, como um reino pequeno, se deparou comum grande Império para conquistar, não tendo de imediato a força para poder dominá-lo por intei-ro.

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    LINHA DO TEMPO DO DESCOBRIMENTO

    1139

    Início do reino Português, com a dinastia de Borgonha — Dom Afonso Henriques de Borgo-nha vence os mouros e é proclamado Rei.

    1385

    D. João, mestre da ordem de Avis, funda a 2ª Dinastia — a de AVIS.

    1415

    Conquista de Ceuta (norte da África) pelos portugueses. Início da expansão marítima portu-guesa.

    1421

    Fundação da Escola de Sagres, pelo Infante D. Henrique, o navegador.

    1434

    Gil Eanes dobra o Cabo Bojador, na África.

    1492

    Colombo descobre a América.

    1493

    O papa Alexandre VI decreta a Bula Inter Coetera dividindo o mundo em dois, por um meridi-ano que passava a cem léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.

    1494

    Tratado de Tordesilhas: Portugal e Espanha mudam o meridiano que dividia o mundo para 370Léguas — oeste das ilhas de Cabo-Verde.

    1498

    Vasco da Gama chega a Calicute na Índia, inaugurando o comércio com a Índia. (Na base docanhão).

    1500

    Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral (22 de abril). Cabral deixa o Brasil em 1.ode maio.

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    ANOTAÇÕES

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    EXERCÍCIOS

    1. Durante o século XV, o comércio europeu com o Oriente foi ameaçado pelo avanço dos turcosotomanos no Mediterrâneo. Neste sentido, podemos afirmar que a expedição de Cabral represen-tou:

    a) O coroamento dos esforços dos monarcas portugueses para reprimir militarmente os avançosdos turcos.

     b) O empenho da Igreja em cristianizar o maior número possível de infiéis.

    c) A busca de metais preciosos no litoral americano, necessários à continuidade do comércio comas especiarias.

    d) A possibilidade de controle exclusivo da rota marítima pelo Cabo da Boa Esperança, porta parao oriente.

    e) A tentativa de obtenção de novas terras para os nobres portugueses, empobrecidos desde a crisefeudal do século XIV.

    2. Qual a primeira ordem religiosa que chegou ao Brasil?

    a) Jesuítas.

     b) Beneditinos.

    c) Franciscanos.

    d) Vincentinos.

    e) Calvinistas.

    3. O Brasil foi descoberto em 1500, portanto no século:

    a) XVI b) XIV c) XV

    d) XIII e) XIX

    4. Todos os fatores abaixo são causas da expansão marítima de Portugal, exceto:

    a) a conquista de Ceuta aos mouros.

     b) a descentralização.

    c) a expulsão dos árabes da península.

    d) a fundação da Escola de Sagres.

    e) a posição geográfica de Portugal.

    5. A expansão marítima e comercial empreendida pelos portugueses nos séculos XV e XVI estáligada:

    a) aos interesses mercantis voltados para as “especiarias” do Oriente;

     b) à tradição marítima lusitana, direcionada para o “Mar Oceano” (Mediterrâneo) em busca deilhas fabulosas e grandes tesouros;

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    c) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola de Sagres, que previam po-der alcançar o oriente pelo ocidente;

    d) a diversas casualidades, aliadas aos conhecimentos geográficos muçulmanos.

    6. Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetiva-va:

    a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o de-senvolvimento da expansão comercial marítima.

     b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africana eda formação do exército nacional.

    c) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopóliosque atingia todas as riquezas coloniais.

    d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico,depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.

    e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial após a destruição da inven-cível Armada de Filipe II, da Espanha.

    7. A Escola de Sagres era:

    a) Uma escola propriamente dita.

     b) Um centro náutico com reunião de cartógrafos, cosmógrafos, marinheiros.

    c) Uma instituição de caráter religioso.

    d) Uma organização derivada da cavalaria.

    e) Um castelo de veraneio para o infante D. Henrique.

    8. A expansão marítima ibérica é significativa, dentro do contexto das relações comerciais doséculo XVI, por que:

    a) Revitaliza o comércio com o Oriente, que estava em decadência devido à ruralização feudal doscentros orientais.

     b) Possibilita a ocupação da América pelos índios, que recebem a concessão definitiva de posseda terra do Brasil.

    c) Possibilita a União Ibérica, colocando assim um ponto final nas hostilidades existentes entre

    Portugal e Espanha.d) Favorece a descentralização política dos Estados absolutistas influenciados pelos ideais ilumi-nistas.

    e) Desloca o eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, articulando Europa e América.

    9. Acerca da expansão marítima comercial implementada por Portugal, podemos afirmar que:

    a) a conquista de Ceuta marcou o início da expansão, ao possibilitar a acumulação de riquezas para a manutenção do empreendimento;

     b) a conquista da Baía de Argüim permitiu à Portugal montar uma feitoria e manter o controle

    sobre importantíssima rota comercial intra-africana.c) a instalação da feitoria de São Paulo de Luanda possibilitou a montagem de grande rede deabastecimento de escravos para o mercado europeu.

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    d) o domínio português de Tiro e Sidon e o consequente monopólio de especiarias do Oriente próximo tornaram desinteressante à conquista da Índia.

    e) a expansão da lavoura açucareira escravista na Ilha da Madeira, após 1510, aumentou o preçodos escravos, tanto nos portos africanos, quanto nas praças brasileiras.

    10. A expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI permitiu:

    a) a formação de domínios coloniais que dinamizaram o comércio europeu.

     b) o crescimento do comércio de especiarias pelas rotas do mediterrâneo.

    c) a implantação de impérios coloniais na Ásia, para extração de metais preciosos.

    d) o fortalecimento do feudalismo e da servidão da Europa Ocidental.

    e) a colonização do tipo mercantilista, sem a interferência do Estado e da Igreja.

    11. Assinale a alternativa correta:a) Sob a proteção dos reis espanhóis, Cristóvão Colombo chegou à América, pensando que tinhaatingido às Índias.

     b) Depois de retornar várias vezes à América, Colombo terminou seus dias em plena glória dedescobridor.

    c) Quem realizou a primeira viagem de circunavegação foi Martin Afonso de Souza.

    d) O afluxo de metais americanos para a Europa provocou uma tremenda baixa de preços.

    e) A tomada de Ceuta em 1415, pelos espanhóis, é o início do ciclo ocidental dos descobrimentos.

    12. A expansão comercial e marítima europeia iniciada a partir do século XV foi favorecida porvários fatores. Assinale a alternativa correta:

    a) A ascensão da burguesia e a centralização

    do poder nas mãos dos reis.

     b) A existência de grande quantidade de metais preciosos na Europa, favorecendo a compra deespeciarias ocidentais e a cunhagem de moedas.

    c) A necessidade de descobrir novos mercados de produtos manufaturados para abastecer o co-mércio europeu.

    d) A aplicação da teoria do liberalismo econômico pelos soberanos com o objetivo de fortalecer o

    Estado moderno.e) A mudança da rota marítima do Oceano Atlântico para o mar Mediterrâneo.

    13. Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento daexpansão marítima europeia da época moderna.

    a) a descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o rom- pimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole.

     b) o caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setoresde subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção.

    c) a lavoura dos produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender aosinteresses da política mercantilista europeia.

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    d) a implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiênciaanterior dos portugueses nas suas colônias orientais.

    e) a produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumu-lação da economia colonial.

    14. O Rei de Portugal quando do descobrimento do Brasil, foi:

    a) D. Henrique

     b) D. Antonio

    c) D. Manoel

    d) D. Matheus

    e) D. José

    15. Podemos citar como inovações tecnológicas, que facilitaram as grandes navegações:

    a) Caravela, bússola, Dakkar.

     b) Bússola, Dakkar, binóculo.

    c) Barca, bússola, sextante.

    d) Caravela, bússola, sextante.

    e) Bússola, sextante, barca.

    16. (EsSA 2011) O Tratado de Tordesilhas, celebrado em 1494 entre as Coroas de Portugal eEspanha, pretendeu resolver as disputas por colônias ultramarinas entre esses dois países, estabe-

    lecia quea) os espanhóis ficariam com todas as terras descobertas até a data de assinatura do Tratado, e asterras descobertas depois ficariam com os portugueses.

     b) os domínios espanhóis e portugueses seriam separados por um meridiano estabelecido a 370léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.

    c) a Igreja Católica, como patrocinadora do Tratado, arrendaria as terras descobertas pelos portu-gueses e espanhóis nos quinze anos seguintes.

    d) Portugal e Espanha administrariam juntos as terras descobertas, para fazerem frente à ameaçacolonialista da Inglaterra, da Holanda e da França.

    e) portugueses e espanhóis seriam tolerantes com os costumes e as religiões dos povos que habi-tassem as terras descobertas.

    17. (EsSA 2011) No século XV, o lucrativo comércio das especiarias - artigos de luxo - era prati-camente monopolizado pelas cidades europeias de

    a) Paris e Flandres.

     b) Londres e Hamburgo.

    c) Gênova e Veneza.

    d) Constantinopla e Berlim.

    e) Lisboa e Madri.

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    1. D 2. C 3. C 4. B

    5. A 6. A 7. B 8. E

    9. A 10. A 11. A 12. A

    13. C 14. C 15. D 16. B

    17. C

    GABARITO

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    BRASIL PRÉ-COLONIAL (1500 — 1530)

    A preocupação com a acumulação de capitais e a enorme potencialidade mercantil domercado asiático, onde havia sociedades bastante organizadas e produtos de grande interesse co-mercial, mantiveram as atenções de Portugal voltadas ao Oriente. No Brasil, as comunidades nati-vas praticavam uma economia de subsistência, não geradora de excedentes, não necessitando de

     produtos importados. Consequentemente, o nosso país permaneceu em plano secundário, pratica-mente abandonado pelos portugueses.

    A carta de Caminha não indicara a existência de qualquer grande riqueza na terrarecentemente descoberta. Ademais, a metrópole tinha uma pequena população (cerca de 1 milhãode habitantes) e não suportaria uma grande emigração para as regiões descobertas. A florestalitorânea e a rudimentar civilização indígena, bem como os perigos e os custos da navegaçãoatlântica, desestimulavam qualquer interesse e esforço maior da metrópole.

     No Brasil, de imediato, os portuguesesnão encontraram coisa alguma que fosse objetode comercialização, exceção feita ao pau-brasil,madeira utilizada para tingir roupas. Por isso ocomércio com as Índias era, sem dúvida, maisrentável aos cofres portugueses. Além disso,

    Portugal não dispunha de pessoal, dinheiro enavios suficientes para manter duas linhas decomércio ao mesmo tempo, com o Oriente e oBrasil. Devido a isso, até 1530, Portugal não seinteressou muito pelo Brasil.

    Expedições Exploradoras

    Este reconhecimento se processou nos anos seguintes à descoberta. A primeira expedição 

    exploradora, comandada por Gaspar de Lemos, saiu de Portugal em 1501 e trazia o ilustre venezi-ano Américo Vespúcio. Foi feito o levantamento geográfico dos mais importantes acidentes, sen-do identificados de acordo com o santo do dia (cabo de São Roque, baía de Todos os Santos, rioSão Francisco). Confirmada a existência do pau-brasil, madeira tintórea utilizada como corante detecidos, o rei de Portugal decretou sua exploração um monopólio do governo.

    Gonçalo Coelho comandou a segunda expedição exploradora ao litoral brasileiro, que, em1503, fundou uma feitoria na região de Cabo Frio. As feitorias, depósitos fortificados, eram a

     presença física portuguesa na colônia, ainda que temporária.

    Expedições guarda-costas

    As expedições conhecidas como guardacosta tinham o objetivo de combater os corsáriosfranceses e ingleses que infestavam o litoral brasileiro. Foram duas expedições desse tipo nos

    HIS 02 O SISTEMA COLONIAL

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    anos de 1516 e 1526 e tinham como comandante Cristóvão Jacques. Mostraram-se muito poucoeficientes no combate aos corsários e na defesa do litoral brasileiro.

    Os corsários franceses (piratas que contavam com a proteção do governo francês) povoavam nosso litoral na busca de pau-brasil e graças ao relativo abandono do mesmo, o reifrancês Francisco I faz uma declaração onde diz que não sabia “onde estava no testamento de

    Adão a parte que deixava o mundo para Espanha e Portugal”. Tanto os franceses como os portugueses utilizavam mão-de-obra indígena nos trabalhos de exploração do pau-brasil.Utilizavam as desavenças internas entre os índios sendo os tupiniquins aliados dos portugueses eos tupinambás, dos franceses.

    A presença francesa no litoral brasileiro foi precoce. Uma nova expedição de CristóvãoJacques conseguiu prender alguns navios franceses, porém a grande extensão do litoral e oconhecimento que os comerciantes franceses já tinham dos indígenas fizeram das expedições deCristovão Jacques uma medida de caráter meramente paliativo. Por volta de 1528, à presençafrancesa era muito forte havia sério risco dos franceses ocuparem definitivamente nosso litoral.

    Claro que na presença francesa havia interesses privados muito fortes em relação aoBrasil, principalmente dos comerciantes ligados ao mercado de tinturaria e aos mercadores dos

     portos de Dieppe, Honfleur e Rouen.

    Somado o interesse comercial tinha a política governamental francesa de rejeição aoTratado de Tordesilhas. O rei Francisco I, até 1528, apoiava a ação dos comerciantes franceses noBrasil, principalmente após a ação repressiva da segunda expedição de Cristóvão Jacques. Em1529, concedeu “carta de corso” a um comerciante francês a fim de minimizar os prejuízos quetivera com o apresamento de seus navios por Cristóvão Jacques. Para Portugal fazia-se necessárioiniciar um projeto de colonização e de defesa da costa, este projeto era uma forma de manutençãodas terras do novo mundo sobre domínio Português.

    Os habitantes do Brasil antes de Cabral

     No Brasil foram encontrados muitos sítios arqueológicos (conjuntos de vestígios encon-trados em uma determinada região) e seu estudo tem contribuído muito para elucidar o modo devida dos povos que aqui viveram nos primeiros tempos.

    Os sítios arqueológicos encontrados no litoral brasileiro são conhecidos como sambaquis,ou seja, montes de conchas e esqueletos de peixes associados a artefatos de pedra que atingem de2 a 30 metros de altura, resultantes das sucessivas ocupações de comunidades que se alimentavamde animais marinhos, deixando os restos dos alimentos (cascas de moluscos e esqueletos de pei-xes) na própria área de habitação. Alguns sambaquis datam de 10 mil anos atrás.

    São comuns também as pinturas rupestres, encontradas nas paredes rochosas das caver-nas, em lajes de pedras e em fragmentos de rochas. Trata-se de desenhos de figuras humanas e deanimais, cenas de caça e pesca. No Brasil, já foram catalogados mais de 220 abrigos usados poresses grupos pré-históricos, com cerca de 9 mil figuras pintadas. As mais famosas estão em ca-vernas de Minas Gerais e do Piauí.

    Ao chegar ao novo mundo os portugueses se depararam com habitantes que eles identifi-caram como gentio. Eram índios, em sua maioria do grupo étnico Tupi-guarani. Inicialmente tive-ram contato com duas grandes macro famílias, os Tupinambás e os Tupiniquins, que viviam emconstante luta entre si e praticavam a antropofagia ritual.

    Os outros grupos indígenas brasileiros além do tupi eram: Jê, Aruaque e Caraíba. Estes

     por sua vez se subdividiam em diversas outras famílias de línguas.O grupo tupi ocupava a área referente ao litoral brasileiro, desde o Ceará até São Paulo.

    Desta região até ao Rio Grande do Sul, os Guaranis dominavam. O grupo Jê ocupava a região do

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    Sertão se estendendo desde o Maranhão e Piauí até o Mato Grosso. Os Aruaques e Caraíbas ocu- pavam a região Norte que inclui o Amapá, Pará e parte do Amazonas.

    Os índios brasileiros praticavam a caça, a pesca, a coleta de alimentos das matas e a agri-cultura, sendo os principais produtos a mandioca, milho, amendoim e feijão, seu método agrícola

     baseava-se na coivara, cujo princípio básico era a queimada realizada após as colheitas. Este mé-

    todo levava ao cansaço do solo e obrigava as aldeias a se deslocarem em busca de melhores regi-ões que os alimentasse. Por isso, afirmamos que a maioria dos índios brasileiros eraseminômades. Neste percurso, eram comuns os choques e guerras com outras tribos na disputa

     pelo território.

    O sistema colonial português na América

    Como vimos anteriormente, a partir de 1530, surgiu um verdadeiro dilema para a coroa portuguesa: ou ocupava as terras brasileiras ou as perdia, para os franceses que constantemente

    vinham ao nosso litoral em busca de pau-brasil. Também devemos mencionar que o comércio dos portugueses com o Oriente sofreu uma baixa devido à concorrência de outras nações quechegavam às Índias para comercializar. Logo, a coroa portuguesa associada à burguesia mercantil,iniciou pioneiramente entre os Estados modernos, uma nova forma de exploração econômica dasterras americanas, que não se assemelhava ao simples escambo nem se baseava na extração

     predatória de metais preciosos.

    A primeira expedição colonizadora foi comandada por Martim Afonso de Souza, quechegou em 1530 e trazia cerca de quatrocentas pessoas, entre elas trabalhadores, padres esoldados. Martim Afonso de Souza veio de Portugal com a missão de expulsar os estrangeiros quecontrabandeavam pau-brasil, de procurar ouro e de iniciar a colonização. Tem início o

     povoamento português em terras brasileiras.

    Em 1532 foi fundada a vila de São Vicente, primeiro núcleo de povoamento do Brasil. Láse fixaram quatrocentos colonos, que se dedicavam ao plantio da cana. E lá surgiu o primeiroengenho produtor de açúcar.

    A colonização do Brasil estava, como não poderia deixar de ser, dentro do sistemamercantilista mundial. Nossa economia, graças ao Pacto Colonial, era transformada em umaeconomia periférica, cuja função, era gerar riquezas para a metrópole. Por isso, durante todo o

     período colonial, tivemos muitas vezes uma economia de produto único. O nosso país, portanto,tem ciclos econômicos, que moldaram a nossa sociedade.

    O Mercantilismo tem um conjunto de ideias que formam o corpo de sua doutrina. Sãoelas:

    Balança Comercial Favorável - Maior exportação e menor importação.Metalismo - Quantidade de metais preciosos que possui, o torna mais rico.

    Protecionismo  - Ideia da balança favorável, garante o mercado interno às indústriasnacionais.

    Industrialismo  - Satisfação do mercado interno e fornecer manufaturados aosconsumidores.

    Colonialismo  - Procura de produtos e mão-de-obra, desenvolvimento do comérciomundial. (Revolução Comercial).

    Podemos ainda acrescentar: política de incentivo ao crescimento populacional, incentivo à

    construção naval e os monopólios.

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    Tipos de Mercantilismos

    Existiram vários tipos de Mercantilismos, mas, basicamente, eles estavam ligados às ri-

    quezas que cada nação poderia extrair de suas colônias.Eram eles:

    Espanha: Seu tipo de Mercantilismo foi chamado de Bulionista ou metalista, ou seja, seu propósito era acumular metais preciosos, isto se explica, pois teve contato precocemente comtribos que conheciam o ouro e a metalurgia na América.

    Portugal: em princípio Portugal adotou o comercialismo, ou seja, valorização das trocascomerciais, mas a partir do século XVIII, com a descoberta de ouro no Brasil se tornou metalista.

    França: desenvolveu o Industrialismo ou Colbertismo devido ao seu ministro Colbert, queoptou pelo desenvolvimento das manufaturas têxteis com amplo incentivo do governo.

    Inglaterra: chamado de comercialismo valorizava a troca de produtos.Holanda: seu Mercantilismo baseava-se na sua ampla frota naval, sendo responsáveis pela

    maioria dos fretes marítimos. Também buscou a implementação das Cias. privilegiadas de Co-mércio. É importante lembrar que na Holanda estavam concentrados os maiores bancos da Euro-

     pa.

    Pacto colonial

    Pacto colonial era, na verdade, a forma com que as metrópoles dominavam suas colônias.As colônias só poderiam fazer comércio com a metrópole. A colônia fornecia produtos tropicais e

    matéria-prima para a metrópole e esta vendia manufaturas à colônia.

    A Expedição de 1530 de Martim Afonso de Souza

    Em 1530 foi enviada uma expedição sob o comando de Martim Afonso de Souza.

    Como a ameaça estrangeira era grande, a Coroa portuguesa foi forçada a efetivar a possedas terras, ocupando-as. Todavia, o momento era difícil para Portugal, financeiramente enfraque-cido pela concorrência de outros países europeus no Oriente e o ataque de piratas. Os gastos coma realeza e com a nobreza parasitária, importando produtos de luxo e não fundamentais, tornavam

    a balança comercial deficitária. A perseguição contra os judeus provocou a saída do país de capi-tais e pessoas altamente experientes. Além disso, os capitalistas de outros países europeus cobra-vam juros elevados sobre os empréstimos concedidos.

    Apesar das dificuldades, o rei D. João III. O Colonizador, iniciou a colonização do Brasil.Enviou a missão de Martim Afonso de Souza para explorar o litoral, atacar os estrangeiros e mon-tar os primeiros povoados no Brasil. Tinha o comandante amplos poderes jurídicos, militares eadministrativos. Além disso, podia nomear autoridades e distribuir sesmarias, isto é, lotes de ter-ras aos colonos.

    Seus principais feitos foram:

    a) 

    apreensão de navios franceses no litoral de Pernambuco, em 1531;

     b) 

    contatos com o náufrago Diogo Álvares, o Caramuru, na baía de Todos os Santos;c)

     

    exploração de todo o litoral sul, chegando até o Rio da Prata;

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    d) 

    envio de uma expedição ao sertão para verificar a existência de riquezas. Os oitenta ho-mens que a constituíam desapareceram;

    e)  fundação de São Vicente, em 1532, a primeira vila do Brasil, com a ajuda de João Rama-lho.

    Os colonos foram distribuídos entre São Vicente e a vila de Piratininga, fundada no pla-nalto. Os primeiros administradores foram nomeados, e instalados os primeiros órgãos judiciais efiscais. Terras foram distribuídas aos colonos e construída uma fortaleza para sua proteção. Plan-tou-se cana-de-açúcar na região litorânea vicentina, com bons resultados e construiu-se, em 1533,o primeiro engenho no Brasil, o “Engenho São Jorge dos Erasmos”. Após o regresso de MartimAfonso, Brás Cubas fundou Santos, em 1545.

    AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

    Portugal percebeu que não conseguiria por muito tempo manter o território que havia to-mado posse nas terras americanas, enviando apenas expedições, pois a colônia era bastante exten-sa e a presença de navios estrangeiros no que hoje é o litoral brasileiro era muito comum. Além

    disso, havia falta de recursos do Estado português para colonizar o Brasil e um grande interesse namanutenção do lucrativo comércio com o Oriente.

    O Reino Português vai optar pela divisão da colônia em grandes faixas de terras que seri-am doadas a nobres, fidalgos e mercadores, para que esses realizassem a colonização no Brasil.Assim a colônia foi dividida em grandes lotes de terras, as Capitanias Hereditárias.

    Algumas capitanias e seus donatários:

    Primeira Capitania do Maranhão: donatário João de Barros

    Itamaracá: Donatário Pero Lopes

    Ilhéus: Jorge de Figueiredo Correia

    Porto Seguro: Pero Tourinho

    Bahia de todos os Santos: Francisco Pereira Coutinho

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    São Vicente: Martim Afonso de Souza

    Pernambuco: Duarte Coelho

    Documentos que normatizavam o sistema de Capitanias:

    Carta de Doação : Título de posse dado pelo Rei, e a propriedade de 10 léguas de terra aolongo da costa, dividida em quatro ou cinco lotes, isentos de qualquer tributo, exceto o dí-zimo. Concedia, ainda, o privilégio de fabricar e possuir engenhos d’água e moendas.

    Foral: Dizia os direitos e deveres do donatário - Direitos: cobrar impostos, distribuir ses-marias (lotes doados a outros colonos), explorar a capitania, administrar a justiça, escravi-zar os índios. Deveres: pagar imposto ao rei de Portugal, principalmente na extração do

     pau-brasil, cuidar da terra, não vender, trocar ou dividir a capitania.

    Como vimos pelo fato da coroa não ter condições financeiras de bancar a colonização doBrasil, entregou esta responsabilidade aos donatários. No entanto, o rei mantinha uma série de

     privilégios sobre a exploração da terra, tais como:

    Monopólio sobre o comércio da capitania;

    Direito exclusivo de cunhagem de moedas;

    Direito de 1/5 sobre a produção e metais preciosos encontrados e

    1/10 (a dízima) sobre produtos exportados.

    Contudo, o projeto das capitanias não deu muito certo, só prosperando as capitanias dePernambuco e São Vicente. As razões desse fracasso foram: área muito grande das Capitanias, o

    que dificultava o controle do território; poucos recursos dos donatários, ataques indígenas e es-trangeiros; dificuldades de comunicação com a Europa e entre as capitanias.

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    Devido principalmente à falta de recursos, muitos donatários sequer vieram tomar possede suas terras na colônia. Era preciso que o rei tomasse novas providências para viabilizar a colo-nização.

    OS GOVERNOS GERAIS

    Em 1548, foi criado o sistema de Governo Geral, mas as capitanias continuaram existin-do. Porém, aos poucos, as donatarias iam sendo confiscadas por abandono ou comprados os direi-tos dos herdeiros. Assim, elas eram paulatinamente transformadas em capitanias reais. Em 1759, oMarquês de Pombal, ministro do rei, extinguiu as últimas capitanias hereditárias.

    O governo português foi levado a criar o Governo Geral porque a grande maioria das ca- pitanias havia fracassado. Também porque havia a necessidade de melhor defender o território deataques de navios estrangeiros e proteger os colonos dos ataques indígenas. Finalmente, se emPortugal havia um sistema administrativo centralizado, na colônia não podia ser diferente.

    Para instalar a sede do Governo Geral, a Coroa desapropriou a capitania da Bahia, indeni-zando seu proprietário.

    O instrumento legal que criou o novo sistema foi o Regimento de 1548, também chamadoRegimento de Tomé de Souza, nome do primeiro governador. Ele continha os direitos e deveresdos governadores, e pouca modificação sofreu ao longo do período colonial. Cabia a ele coorde-nar a defesa interna e externa do território, incentivar a economia, organizar a administração pú-

     blica e a justiça e cobrar os impostos e taxas devidos ao governo metropolitano.

    Primeiro governo geral (1549/1553):

    Em 1549, chegou ao Brasil o primeiro governador geral, Tomé de Souza, trazendo consi-go funcionários, soldados, artesãos e padres jesuítas.

    O regimento Geral era a carta que dava autoridade ao governador, suas obrigações e de-veres. As funções do Governo Geral eram: Exercer a justiça na colônia; Comandar a defesa dacosta brasileira; Dar apoio ao processo colonizador incentivando a montagem de engenhos e auxi-liando o combate aos índios; Zelar e fiscalizar a arrecadação dos impostos que cabiam ao rei; Im-

     plantar novos cargos administrativos na colônia.

    O governo-geral se estabeleceu na capitania da Bahia, onde Tomé de Souza fundou a ci-dade de Salvador, primeira capital da colônia. As capitanias continuaram existindo governadas

     pelos donatários, que ficavam agora subordinados ao governador-geral. Tomé de Souza vem comautorização Papal para criar no Brasil o Primeiro Bispado. O primeiro Bispo do Brasil é Frei Sar-dinha.

    Para auxiliar o governador vieram alguns funcionários reais:

    Ouvidor-mor  — encarregado da Justiça.

    Provedor-mor  — encarregado dos impostos.

    Capitão-mor  — encarregado da defesa das costas do Brasil.

    Alcaide-mor  — responsável pela segurança.

    Fatos importantes ocorreram durante a sua administração, como a fundação de Salvador,em 1549, para ser a capital do governo; a chegada dos primeiros jesuítas, liderados por Manoel da

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    Nóbrega; a introdução de gado no Nordeste; fundação de vilas como Santo André, na região pla-naltina da capitania de São Vicente; criação do primeiro bispado, na Bahia.

    Segundo governo geral (1553/1558):

    O segundo governador geral do Brasil foi Duarte da Costa. O seu governo é tido comofraco, pois ocorreu a invasão francesa na Guanabara, onde foi fundada a França Antártica, em1555, (tentativa de estabelecer uma colônia francesa de povoamento no Brasil, de caráter protes-tante). Também é fundado em 25 de janeiro de 1554, o colégio São Paulo de Piratininga, por Joséde Anchieta, onde hoje é a cidade de São Paulo.

    Porém, no seu governo, os índios se organizam na Confederação dos Tamoios. A tribodos Tamoios (quer dizer mais antigo do lugar), organizados, impôs resistência ao domínio lusita-no, não só no Rio de Janeiro, mas em todo o litoral sul, até São Vicente. Em 1575, Antônio deSalema, com uma força de 400 portugueses e de 700 índios aliados, provenientes do Espírito San-to, derrota a confederação dos Tamoios, pondo fim à primeira resistência organizada contra o

    domínio português.

    Cunhambebe

     Foi o chefe da confederação dos grupos tupinambás, chamada Confederação dos Ta-

    moios, contra os portugueses e seus aliados os tupiniquins. Consta que era um homem notável

     pela capacidade de controlar todos os recôncavos e angras através de canoas, atacando São

    Vicente e Santos, por mar, bem como pela abordagem às caravelas que passavam por aqueles

     portos ou neles fundeavam. Seu nome seria conhecido e temido por todos os navegantes da costa,

    que lhe atribuíam os mais espetaculares feitos. Considerado guerreiro excessivamente ousado,

    não respeitava peças de artilharia e gabava-se de ter comido mais de “dez mil” de seus inimigos.  

    Fatos mais importantes do governo de Duarte da Costa: a chegada de outro grupo de je-suítas, entre eles José de Anchieta; estímulo à imigração de mulheres órfãs para se casarem comcolonos; fundação do Colégio de São Paulo, por Nóbrega e Anchieta, em 1554, origem da cidadedo mesmo nome; invasão francesa da baía de Guanabara.

    As Câmaras Municipais

    O poder local era exercido nas câmaras municipais e os vereadores eram escolhidos entreos homens-bons, que eram os grandes proprietários de terra. As Câmaras Municipais sempre de-fendiam seus interesses. O poder político estava, portanto nas mãos dos senhores de engenho. As

    Câmaras Municipais eram presididas por um juiz ordinário, também escolhido pelos “homens bons”, e acumulavam vários poderes: abastecimento de mão-de-obra escrava de acordo com asnecessidades da região, cobrança de impostos, catequese, guerras contra os índios.

    Embora o sistema de Governo Geral tenha sido criado para centralizar o poder político,dando aos governadores gerais amplos poderes, eles não conseguiam, porém, impor totalmentesua autoridade aos senhores de engenho. A classe que dominava econômica, social e politicamen-te no Brasil colonial era a dos grandes proprietários de terras, chamada a aristocracia rural. 

    Terceiro Governo Geral (1558/1572):

    O Governo de Mem de Sá, terceiro governador geral, é de pacificação da colônia, segue-se a proibição de escravizar indígenas. Durante seu governo, seu sobrinho, Estácio de Sá fundou oForte de São Sebastião do Rio de Janeiro, para servir de base para os ataques aos franceses. Os


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