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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA P R É A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA
ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE
S E E D
ALUNO: _________________________________________
ANO BASE 2014
1. Definições
1.1. Escravidão
A escravidão humana é das práticas mais
antigas que existem. É a forma mais antigas de
exploração do homem pelo homem. A escravidão,
(escravismo, escravagismo e escravatura), é a prática social, onde um homem,
assume direitos de propriedade sobre outro chamado
de escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força.
Um indivíduo pode se transformar em escravo
basicamente de duas maneiras:
Prisioneiro de guerra;
Por dívida;
A escravidão, está presente nas mais diversas
civilizações ao longo da história. Desde tempos mais
remoto, em algumas sociedades ou civilizações, os
escravos eram legalmente definidos como
uma mercadoria.
Vale lembrar que, nem todas as sociedades o escravo era visto como mercadoria. Em Esparta, por
exemplo, os escravos - os Hilotas, não podiam ser
vendidos. Eram propriedade do Estado. No Egito dos faraós, na Grécia Clássica ou no
Império Romano, boa parte das atividades produtivas
era desenvolvida através do uso de escravos,
normalmente obtidos a partir da detenção de inimigos de guerra. Com o passar dos anos, o trabalho escravo
pôde ser observado em tantas outras sociedades,
adquirindo características específicas de seu tempo.
1.2. Escravidão na Grécia e Roma
No modo de produção escravista, a produção
baseava-se no trabalho escravo sob o domínio de uma elite de grandes proprietários de terras e escravos. No
escravismo antigo, a noção de propriedade privada já
se notabilizava e o escravo era considerado um objeto,
um “instrumento falante”. Tanto Grécia como Roma utilizaram do
trabalho escravo em larga escala e chegaram inclusive
a promover feiras de comercialização dos mesmos, os oferecendo para utilização em todos os fins possíveis
(gladiadores). Estes, foram os que mais se
assemelharam aos ocidentais ao desumanizarem, depreciarem de todas as formas e comercializarem
seres humanos.
Na antiguidade, a condição de escravo não
estava relacionada a cor da pele. A etnia ou posição social não eram fatores decisivos para a escravidão.
Estas civilizações não teriam tido tanto êxito em
sua ascendência se não fosse a utilização do trabalho escravo. O esplendor, a grandeza da Grécia e Roma
está ligada ao trabalho escravo.
Podia ser comprado e vendido livremente no
mercado e sobre o qual o proprietário exercia um
imenso poder, embora não ilimitado. A difusão da
escravidão mercadoria está diretamente ligada ao desenvolvimento do comércio e ao crescimento e
concentração de riquezas em algumas cidades-estados.
Na Grécia Antiga uma pessoa tornava-se escrava de diversas formas. A mais comum era através
da captura em guerras. Em algumas cidades-estados
gregas havia a escravidão por dívidas. Em Atenas, este
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tipo de escravidão foi extinto somente no século VI
a.c., após as reformas sociais promovidas pelo
legislador Sólon. Para os gregos, a escravidão era algo natural.
Alguns homens nasciam para serem senhores e outros
para serem escravos. A escravidão era uma condição
para que a liberdade pudesse ser gozada por um grupo de cidadãos.
Em Atenas, o escravo não era cidadão, logo, não
possuía nenhum direito, nem político e nem jurídico. No entanto, não poderiam ser maltratados e quando
mortos, os assassinos respondiam por homicídio
involuntário. Nem todo escravo era igual. Encontramos
escravo que trabalhava a terra nas mais terríveis
condições, escravo administrando e gerenciando os
negócios de seu senhor, escravos aptos a sucederem um médico, ou engenheiro.
A liberdade do cidadão só seria possível se
existissem outros que trabalhassem para ele e por ele. Os escravos tornaram-se a principal força de
trabalho dentro dessas comunidades, praticamente
monopolizando os serviços domésticos e tendo uma importância crescente na produção artesanal e na
produção agrícola destinada ao mercado.
Em Roma, os escravos eram parte importante da
sociedade, ao mesmo tempo em que estavam excluídos da comunidade política. Os escravos
estavam presentes no mundo da produção, do trabalho.
Em Roma tínhamos os seguintes tipos de escravo:
O escravo rural – aquele que fazia os trabalhos
agrícolas e vivia em condições penosas, sobretudo nas grandes propriedades agrícolas;
Os escravos nas minas - eles eram os mais
maltratados. O escravo de cidade - era geralmente o mais
favorecido. Nas casas modestas, alguns
escravos eram próximos do seu senhor e formavam parte aproximadamente da família.
O escravo público - pertencia ao Estado (a
cidade ou a Roma). Realizava tarefas de
interesse geral, e trabalha para os serviços de limpeza, nos serviço dos edifícios públicos, ou
nas tarefas da administração.
Todo trabalho era executado pelo escravo (nos
campos, nas minas de minérios, nas olarias, na
construção civil, serviços de limpeza, preparavam a alimentação e até cuidavam dos filhos de seu
proprietário). O trabalho manual era rejeitado pelo
cidadão grego. Como diz Platão: “É próprio de um
homem bem-nascido desprezar o trabalho”. Os gregos
valorizavam as atividades intelectuais, artísticas e
políticas.
O uso de escravos tinha uma importância social: conceder mais tempo para que os homens livres
tivessem tempo para participar das assembleias, dos
debates políticos, filosofar e produzir obras de arte.
Seu trabalho era decisivo para a produção de bens necessários para a sociedade.
Em Roma, os escravos trabalhavam nas
propriedades dos patrícios, grupo social romano que detinha o controle da maior parte das terras cultiváveis
do império. Os escravos podiam exercer diferentes
funções ou adquirir a sua própria liberdade. A única restrição jurídica contra um ex-escravo impedia-o de
exercer qualquer cargo público.
A expansão escravista impulsionou o
crescimento do comércio, que levou ao surgimento de uma classe intermediária formada por grandes
comerciantes, usurários, artesãos e armadores.
A decadência e o consequente desaparecimento do império romano extinguiu temporariamente este
“tipo de trabalho”. Com a expansão marítima, a
descoberta de novos continentes e consequentemente
de novas riquezas, tornava-se necessária mão de obra em maiores quantidades. Reinventa-se a escravidão:
negros africano e escravos da terra.
Encontramos formas de escravidão no Oriente, dentro dos haréns, onde as concubinas do grande
sultão, xeque ou xá, eram escravas e muitas delas eram
negociadas ou capturadas na região do Cáucaso (entre a Rússia e o Oriente Médio).
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Em plena Idade Média, na África, existiu uma
escravidão doméstica, e não uma escravidão
mercantil. Entre diversos povos africanos o escravo não era uma mercadoria, mas sim um braço a mais na
colheita, na pecuária, na mineração e na caça; um
guerreiro a mais nas campanhas militares.
Outros povos ou sociedades africanas viviam da
guerra para a captura de pessoas para serem vendidas
a outros povos que necessitavam de escravos. Estes escravos eram comprados e vendidos pelos árabes.
1.3. Escravidão na Idade Moderna
A escravidão da época moderna está vasada
num forte preconceito racial. O comerciante pertence a um grupo étnico considerado superior.
Os portugueses e o tráfico de escravos
africanos. É com a chegada dos europeus no continente africano que o tráfico escravista se
configurou na maior migração forçada de povos da
história. Acredita-se que entre 8 e 100 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar a sua terra natal,
atravessar o oceano Atlântico para ser escravo.
Navio negreiro
Os portugueses trocavam cavalos (um cavalo era trocado por 15 ou 20 escravos), armas de fogo por
escravos (os jalofos) e armas de fogo, o que aumentava
o seu poder de guerra e de conquista de mais escravos. Tendo chegado à Idade Moderna, a escravidão
se caracterizou como a base da economia de muitas
regiões. No continente africano, principal fornecedor de escravos do período, aprisionar os inimigos
derrotados e explorá-los no cativeiro era prática
amplamente utilizada pelas tribos vitoriosas em conflitos locais.
A partir de então, muitos desses cativos eram
vendidos a comerciantes estrangeiros, sobretudo
europeus, gerando um lucrativo tráfico de escravos entre a África e o resto do mundo.
Com a expansão marítima portuguesa e a
colonização lusitana sobre o litoral africano, boa parte desse vantajoso comércio de mão de obra escrava
passou a ser controlado por negociantes portugueses.
Levados sob péssimas condições nos porões dos “navios negreiros”, estes escravos tinham como
principal destino as colônias europeias, notadamente
aquelas de domínio português, e em que destaque o
Brasil.
1.4. Escravismo colonial
A montagem do sistema colonial no novo
mundo pela metrópoles europeias, impôs a reinvenção
da escravidão. No primeiro século da escravidão, optou-se
pelos escravos da terra. Assim, os índios
representaram a principal mão de obra nas atividades econômicas da América Ibérica. Gradativamente,
foram sendo substituídos pelos africanos, que se
tornaram, como disse um cronista da época, “as mãos
e os pés” dos senhores. Entre o final do século XVI e as últimas
décadas do século XIX, os escravos negros tornaram-
se a mão de obra por excelência da América colonial. A escravidão, como peça importante na
engrenagem colonial, atendeu as exigências do
sistema capitalista nascente e de sua efetivação na
periferia do Sistema Colonial. A escravidão foi
fundamental para a realização da acumulação do
capital.
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O trabalho escravo (compulsório) no Brasil
abrangeu dois tipos de escravidão: a indígena (o
escravismo vermelho) e a negra africana. A primeira vai ser praticada até 1759, quando
por decisão do Marques de Pombal, aboliu a
escravidão indígena.
A mão-de-obra negra era altamente lucrativa para a burguesia mercantil metropolitana. Quando o
grupo mercantil metropolitano descobriu que traficar
escravo era lucrativo, proíbe-se a escravidão do índio, adota-se o escravo africano.
Com o tráfico negreiro, obtinha-se altíssimos
lucros e fazia parte do mercado mundial que se
estruturava e cuja lógica também passava a estruturar a sociedade colonial.
Até o final do século XIX, a escravidão foi a
relação de trabalho dominante na América e, no Brasil,
mesmo após a independência.
1.5. Escravidão Branca
As diversas modalidades de trabalho forçado no
mundo têm sempre em comum duas características: o
uso da coação e a negação da liberdade. Contemporaneamente, o estatuto da escravidão
foi abolido. No entanto, isto não significa que não
existam formas modernas de escravidão. Não são raras as notícias, denuncias, da
existência de formas de trabalho escravo.
Trabalhadores recebendo baixa remuneração; jornadas
excessivas de trabalho, tratados como objetos de trabalho; trabalho infantil, são consideradas formas de
escravidão.
No Brasil de hoje, o trabalho escravo resulta da soma do trabalho degradante com a privação de
liberdade. O indivíduo fica preso a uma dívida. Seus
documentos retidos. É levado a um local isolado geograficamente, vigiado e impedido de retornar.
O termo empregado para este tipo de
recrutamento coercitivo e prática trabalhista em áreas
remotas é trabalho escravo. O termo trabalho escravo se refere à condições degradantes de trabalho aliadas à
impossibilidade de saída ou escape das fazendas em
razão a dividas fraudulentas ou guardas armados.
Nos últimos anos, a escravidão foi abolida por
lei, mas algumas pessoas ainda têm seus escravos
trabalhando em seus negócios, propriedades e até em suas próprias casas. Em outras palavras, a escravidão
não foi abolida, apenas trocou de roupa.
Segundo o estatuto jurídico brasileiro, o empresário é o responsável legal por todas as relações
trabalhistas de seu negócio. Está escrito na
Constituição Federal de 1988, é de responsabilidade
do proprietário da terra, tudo o que ocorrer nos domínios da sua propriedade. Dentro desta premissa,
em 2004, o governo federal decretou a desapropriação
de uma fazenda para fins de reforma agrária por não cumprir sua função social-trabalhista e degradar o
meio ambiente.
A sanção penal tem sido insuficiente para pôr fim a escravidão. O fim da escravidão e de práticas
análogas à escravidão é um princípio reconhecido por
toda a comunidade internacional.
1.6. Servidão
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A servidão, para alguns historiadores, era uma
espécie de escravidão mais branda. Podemos definir “servos” como “trabalhadores das grandes terras
comandadas pelos 'senhores' e viviam nas redondezas
da propriedade. Estavam vinculados à terra pelo
trabalho e não tinham direito de salário ou benefícios; trabalhavam para morar no local e recebiam os
suprimentos necessários para se alimentarem e
sobreviverem” (http://www.infoescola.com/idade-media/servos/).
A servidão é o status legal e econômico dos
camponeses ("servos") no feudalismo, especialmente no âmbito do sistema econômico da "senhoria"
(direitos feudais sobre a terra).
Os servos, diferenciam dos escravos pelo fato
de não poder ser vendidos pelos senhores feudais. Estavam obrigados por toda a vida a
entregarem produtos e prestarem serviços a seus
senhores. Não eram proprietários das terras em que trabalhavam, pois estas lhes eram "emprestadas" pelos
senhores. Era a mão-de-obra da propriedade.
A servidão era transmitida dos pais para os filhos, assim como os títulos de nobreza Os servos
formaram o alicerce principal da ascensão fundiária.
Eles possuíam diversas obrigações com os senhores
feudais: Corveia – obrigação paga em trabalho.
Trabalhavam sem remuneração por alguns
dias da semana em troca de proteção; Banalidades - taxas pagas pelos servos por
utilizar instalações pertencentes ao senhor
feudal como o moinho, o forno, o celeiro,
entre outros; Talha – consistia na entrega de parte da
produção servil ao senhor feudal;
Formirage - Quando havia um casamento entre camponeses de diferentes senhores, o
camponês pagava esta taxa para o proprietário
de sua esposa; Mão-morta – taxa paga pelos familiares do
servo que havia falecido, para que eles
continuassem ocupando as terras do senhor.
Os servos são trabalhadores rurais que estão
vinculados à terra, formando a classe social mais baixa da sociedade feudal. A relação de servidão baseava
nas relações entre camponeses (servos) e os
proprietários de terras (senhor feudal). Dentre as
características da servidão estão: os servos não podiam deixar o manso servil sem autorização do senhor (sem
liberdade) e eram cobrados impostos dos servos.
A servidão implica o trabalho forçado dos servos nos campos dos senhores de terras, em troca de
proteção e do direito arrendar terras para subsistência.
Na idade média ocidental feudal, esse sistema
(servidão) se caracteriza pela exploração do trabalho
servil, responsável por toda a produção. O servo não é considerado um escravo, porém não é um trabalhados
livre. O que determina a condição servil é seu vínculo
com a terra, ou seja, o servo está preso a terra. Ao receber um lote de terra para viver e
trabalhar, e ao receber (teoricamente) proteção, o
servo esta forçado a trabalhar sempre para o mesmo senhor feudal, não podendo abandonar a terra.
A servidão disseminou-se na Europa no século
X e tornou-se a forma predominante de organização
do trabalho agrário europeu durante toda a Idade Média.
Os servos é "uma raça de infelizes que nada
podem obter sem sofrimento".
1.7. Mão de Obra Livre
Não se pode falar de mão de obra livre e assalariada sem falar de capitalismo. Não se fala de
capitalismo sem falar de Revolução Industrial. O
regime capitalista é um sistema econômico, social e político que começou a surgir com o declínio do
sistema feudal. O capitalismo se consolida com a
Revolução industrial.
A mão-de-obra assalariada consiste no recebimento de "recompensa" (no mais comum
exemplo, dinheiro) pelo serviço prestado no trabalho.
Na Idade Moderna, com o "nascimento" do capitalismo, o trabalho livre e o assalariado se
tornaram mais comuns.
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Nas fábricas dos primeiros tempos da
Revolução Industrial, os operários trabalhavam em
precárias condições, devido às longas jornadas de trabalho em ambiente em insalubre, sujeitos a
acidentes e a castigos físicos e em troca de salários
insignificantes.
A máquina ditava o ritmo de trabalho. Os empregos tornaram-se mais especializados, e o
trabalho, monótono.
Os salários nas fábricas eram baixos. As mulheres e as crianças trabalhavam como empregados
não especializados e recebiam apenas uma parte
insignificante dos baixos salários dos homens. A maioria dos trabalhadores das fábricas era
terrivelmente pobre e não sabia ler ou escrever. Nas
cidades (inchadas), o número de habitações eram
insuficientes. As pessoas viviam em péssimas condições higiênicas e, portanto, sujeitas a surtos de
doenças.
As condições de trabalho. Os trabalhadores nas indústrias e minas viviam em condições de
superexploração. Não havia qualquer regulamentação
por parte do governo, o que levava ao trabalho infantil, o trabalho com alta periculosidade, sem férias, nos sete
dias por semana, por mais de dez horas diárias, com
salários irrisórios etc. Alguns presos e ‘vagabundos’ –
entenda-se, desempregados – eram obrigados a trabalhar nas fábricas.
Os trabalhadores não votavam e pouco podiam
fazer para melhorar sua situação. As leis inglesas proibiam o funcionamento dos sindicatos. Os que
aderissem, podiam ir presos.
Trabalho nas primeiras fábricas
Os operários não aceitaram quietos essa
situação. Reuniram-se e organizaram-se. Primeiramente, puseram a culpa nas máquinas, eram
os luditas que quebravam máquinas e eram duramente
perseguidos pela polícia. Para estes, as máquinas eram as culpadas por suas péssimas situações.
Depois, houve uma mudança de estratégia e
decidiu-se pela paralisação do trabalho, as greves, com uma ‘carta’ com reivindicações trabalhistas e
políticas, já que essas classes não tinham nenhum
direito político. Eram os cartistas, que mostraram mais
sucesso, apesar das sucessivas repressões patronais e da polícia. Este deu origem ao moderno sindicalismo.
Com a terceira Revolução Industrial, a mão de
obra humana são substituídas por novas máquinas e computadores. Postos de trabalho são eliminados e,
em diferentes ramos da economia, o trabalhador
tradicional desaparece. Cresce o desemprego.
2. Comparativo entre a escravidão Antiga e Nova no Brasil
Antiga Escravidão
(Mercantilismo)
Nova Escravidão
(Neoliberalismo)
Estatuto Jurídico Permitida Proibida
Custo de aquisição Elevado. A riqueza, o poder, o
prestígio de um senhor era medida
pela quantidade de escravo que possuía
Muito baixo. Não há compra e,
muitas vezes, gasta-se apenas o
transporte.
Lucratividade Muito baixa. Haviam custos com a
compra e manutenção dos escravos. Muitos morriam ou fugiam
Alta. Quando alguém fica doente é
dispensado, mandado embora, sem nenhum direito. Não se respeita os
direitos sociais e trabalhistas.
Mão de obra Pouca oferta. Escassa. A oferta
dependia de tráfico negreiro; captura e prisão de índios ou
reprodução.
Abundante e descartável. O país
possuí um grande contingente de trabalhadores desempregados.
Relacionamento Longo período. A vida inteira do
escravo e até de seus descendentes
Curto período. Terminado o serviço,
não é mais necessário prover o sustento
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Diferenças étnicas Relevantes para a escravização Irrelevantes. Qualquer pessoa pobre
e miserável são os que se tornam
escravos, independentemente da cor da pele.
Manutenção da ordem Ameaças, violência psicológica,
coerção física, punições exemplares
e até assassinatos.
Ameaças, violência psicológica,
coerção física, punições exemplares
e até assassinatos
3. Os Imigrantes – transição para o trabalho livre no Brasil
No século XIX, a imagem do Brasil na Europa
e na Ásia (principalmente Japão) era de um país das
oportunidades. Pessoas que passavam por dificuldades
econômicas enxergaram uma ótima chance de prosperarem no Brasil. A chegada dos primeiros
grupos de imigrantes no Brasil aconteceu a partir de
1808, alguns anos antes da independência, a convite
do Príncipe Regente D. João VI. Fica uma pergunta: por que importar europeus?
Afirma alguns historiadores que, grande parte
dos trabalhadores nacionais livres se recusavam ao trabalho nas lavouras porque possuíam uma ideia
extremamente negativa a respeito do mesmo. Havia
um preconceito do trabalho manual. No início do século XIX, grande levas de
imigrantes, principalmente europeus, vieram para o
Brasil em busca de melhores oportunidades de
trabalho. Compravam terras e começam a plantar para sobreviver e também vender em pequenas
quantidades.
A importação de trabalhadores livres se fez basicamente sob duas modalidades:
Sistema de parceria – nele, os trabalhadores imigrantes eram, em sua maioria,
camponeses empobrecidos, artesãos e operários
que esperavam no outro lado do Atlântico (no
Brasil) o que na Europa estavam impossibilitados de obter: acesso à terra, bens
materiais e condições dignas de vida. Pelo
contrato de parceria, os colonos tinham todas as despesas de viagem pagas e transporte até a
fazenda. Os gastos com manutenção e
instalação da família, efetuados logo após a
chegada dos mesmos corriam também por conta
do fazendeiro. Quando ocorresse a colheita
fazia-se o acerto de contas;
Sistema de imigração subvencionada ou
subsidiada. Pelo sistema o governo brasileiro
assumia a responsabilidade de arcar com as despesas de viagem dos trabalhadores
imigrantes e de suas famílias e os fazendeiros
arcavam com os gastos do colono durante o seu
primeiro ano de vida no país. Além disso, os colonos receberiam um salário fixo anual e mais
um salário de acordo com o volume da colheita,
fixado por alqueire de café produzido.
O pioneiro em recrutar imigrantes europeus foi
um grande fazendeiro da região de Limeira, em São Paulo, o senador Nicolau de Campos Vergueiro, que
trouxe para a sua fazenda famílias da Suíça e da
Alemanha.
O grande empecilho para o sucesso da
imigração, pesar de autorizada a concessão de terras a
estrangeiros, era o latifúndio, impedia a implantação da pequena propriedade rural e a escravidão
obstaculizava o trabalho livre assalariado.
Durante o século XX, muitos imigrantes que
aqui chegaram, vieram fugindo do perigo provocado pelas duas grandes guerras mundiais que atingiram o
continente europeu.
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A entrada de imigrantes europeus no Brasil
integrou uma política chamada de engenharia social ou
seja, tentando copiar a sociedade europeia, os intelectuais brasileiros visavam ao embranquecimento
do povo brasileiro através do processo de imigração.
A consolidação do trabalho livre e assalariado
fortaleceu o mercado interno brasileiro e criou
condições para o desenvolvimento industrial.
4. A democracia racial
No pós-abolição da escravatura são lançadas as bases teóricas do mito da democracia racial e se
consolidaram no imaginário social. da abolição da
escravatura, que mergulha o negro em uma condição completamente nova com relação a todas as
experiências anteriormente por ele vividas.
O mito se transformou em ideologia oficial das
relações raciais no Brasil. A ideia de um Brasil formado por uma 'mistura de raças', miscigenação
cultural, diferentes etnias e culturas fizeram
subentender a ideia de um Brasil sem preconceito e racismo.
A miscigenação não exclui os preconceitos.
Nossa última constituição coloca a discriminação racial como um crime inafiançável. Nosso racismo é
velado e, nem por isso, pulsante. Os sistemas de cotas
e a criação de um ministério voltado para essa única
questão demonstram o tamanho do nosso problema. Um dos primeiros a discutir as “questões étnicas
no Brasil, foi Gilberto Freire que, influenciado pelos
estudos relativistas (Estados Unidos, Escola de Franz Boas), publica a célebre obra Casa Grande e
Senzala. Com ela começa a se escrever a fábula do
“Mito da democracia racial no Brasil”. (O Mito da
Democracia Racial no Brasil. http://lllsociologialll.blogspot.com.br).
Joaquim Nabuco
A cunhagem da expressão “democracia étnica”, por Gilberto Freyre, surge no contexto da sua
militância contra o integralismo.
Na década de 1910 surge, defendido principalmente pelo antropólogo João Batista de
Lacerda, o denominado “mito do embranquecimento”.
Segundo esse pensamento, “a mistura no Brasil se realizaria de forma tão acentuada que as diferenças
étnicas tenderiam a desaparecer em aproximadamente
um século”. Afirmava que o Brasil iria se uniformizar
etnicamente em um curto espaço de tempo.
Na década de 1930, O médico Nina publica o
livro Os Africanos no Brasil, “salienta na obra o
pessimismo com relação à mistura de grupos étnicos
no Brasil, afirmando que desse fato decorreria inclusive a tendência brasileira ao atraso econômico”.
Esta postura é seguida por autores como Euclides da
Cunha. (O Mito da Democracia Racial no Brasil. http://lllsociologialll.blogspot.com.br)
Segundo Petrônio Domingues, “Democracia
racial, a rigor, significa um sistema racial desprovido de qualquer barreira legal ou institucional para a
igualdade racial, e, em certa medida, um sistema
racial desprovido de qualquer manifestação de
preconceito ou discriminação.” (O mito da democracia racial e a mestiçagem no Brasil (1889-
1930).
Alguns teóricos “entendem a democracia racial como uma ideia, um ideário tipicamente brasileiro
ou ainda como um mito social que, de acordo
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com alguns, não deve ser descartado porque
carregaria em si a potencialidade de unir as pessoas e
de mobilizá-las em torno de um ideal nobre.” O termo denota a crença de que o Brasil escapou do racismo e
da discriminação racial vista em outros países.
Outros intelectuais criticam veementemente tal
conceito. Para estes, “a ideia da democracia racial dificulta o reconhecimento das discriminações reais
e contribui, em última análise, para retardar
mudanças estruturais necessárias.” Segundo o “discurso legal”, todos os cidadãos
negros poderia usufruir de uma igualdade de direitos e
oportunidades em relação aos brancos em todas as áreas da vida pública. No entanto, a própria
constituição de 1891, excluir da participação política,
os analfabetos, que em sua maioria eram negros. A cor
não deixou de ser um fator restritivo ao sucesso individual.
No discurso da elite, o fracasso negro na vida
passa a ser interpretado como uma consequência das suas próprias deficiências, pois, na “prática”, o sistema
oferecia igualdade de oportunidades a todos. A vítima
é a culpada – “A culpa não é dos brancos - é nossa”.
As deficiências
eram vista como legado da
escravidão. Nesta perspectiva, o negro
passaria a conceber a
liberdade como o oposto ao trabalho, à
responsabilidade e à
disciplina.
O racismo científico referendava as
deficiências como sendo
biológicas, naturais e não culturais. O mito da democracia racial gerava uma
sensação de alívio entre os brancos no seu conjunto,
a ponto de se sentirem eximidos de qualquer obrigação pelo drama da população negra. (Petrônio
Domingues. O mito da democracia racial e a
mestiçagem no Brasil (1889-1930).
O mito da democracia racial era uma distorção do padrão das relações raciais no Brasil, construído
para maquiar a opressiva realidade de desigualdade
entre negros e brancos. O mito da democracia racial se construiu e se
perpetuou graças a literatura produzida pelos viajantes
que visitaram o país; pela produção da elite intelectual e política; pela direção do movimento abolicionista
institucionalizado; pelo processo de mestiçagem.
Quando a imprensa procura negar o preconceito
racial, ela contribuía para desarticular a luta política
antirracista, pois não se combate o que não existe. O
que se fazia era forjar o fetiche da integração simbólica
do negro no seio da nacionalidade. O mito da democracia racial "fabricou" a figura
do "mulato" como uma categoria independente. Ele,
passava a ter maiores chances de ascensão e aceitação
social. Era saída encontrada pela ideologia da democracia racial para difundir a ilusão de que no
Brasil não existiam distinções de “raça”
No discurso, na construção do imaginário do brasileiro, “as incursões sexuais do português sobre a
escrava eram reconhecidas como prova da ausência de
preconceito do branco. A mestiçagem era representada como expressão do estreitamento nas relações
raciais.”
O mito da democracia racial, na prática, reforça
o "complexo de superioridade" no branco, ao mesmo tempo desenvolve no negro o "complexo de
inferioridade". Ou seja, transfere para o negro a culpa
por todas as mazelas que o afetavam. Os que conseguiam ascensão, negam suas
origens, tornavam-se "negro de alma branca”,
abandonando sua identificação com a luta do
seu grupo racial de origem.
Reforçava o mito da
democracia racial. A exceção vira regra.
Falta às pessoas a
consciência real do que é o racismo e de como este mito
cresce a cada dia
promovendo mais
desigualdades na nossa sociedade.
Nas décadas de 1960
e 1970, Florestan Fernandes, Roberto DaMatta e Fernando Henrique
Cardoso, “desenvolveram a chamada crítica ao mito
da democracia racial, apresentando como acrítica uma concepção antropológica que se recusava a tratar
cientificamente todos os conflitos inter-étnicos
existentes no passado brasileiro e no seu próprio
presente”. (O Mito da Democracia Racial no Brasil. http://lllsociologialll.blogspot.com.br).
O golpe militar de 1964, que destrói o pacto
populista, estremece também os elos do protesto negro com o sistema político. O movimento negro brasileiro,
influenciado, internacionalmente, pela negritude,
enfatizava as suas raízes africanas. A partir de 1968, os principais líderes negros brasileiros vão para o
exílio.
Na década de 1980, o “mito da democracia
racial” será denunciado sistematicamente como um
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dogma da “supremacia branca” no Brasil. O
movimento queria transformar a imagem do Brasil de
paraíso em inferno racial. (Democracia racial, Antônio Sérgio Alfredo Guimarães).
Com a redemocratização do país, grupos sociais
farão dos direitos civis, individuais e universais o
principal objetivo das lutas sociais. A partir da década de 1990, não é mais a
democracia que será adjetivada para explicar a
especificidade brasileira, mas o racismo.
5. Exercícios
1) Em relação ao sistema produtivo das cidades-estados gregas, podemos dizer que predominava:
a) O trabalho dos camponeses livres, rendeiros dependentes e artesãos urbanos.
b) O trabalho comunal nas aldeias agrícolas, sendo
a escravidão secundária. c) A escravidão, então convertida em um modo de
produção sistemático.
d) O trabalho livre junto às propriedades rurais e
pequenas unidades artesanais. e) A vassalagem originária dos comitatus
germânico e do colonato romano.
2) A escravidão foi conhecida pela maioria dos
povos e cultura do mundo. Originalmente
representou a necessidade do emprego de uma mão-de-obra complementar, que aumentasse a
produtividade do trabalho familiar e doméstico.
Gradativamente o escravo passou a ser
empregado em todos setores da economia.
Sobre a utilização da mão-de-obra escrava ao longo da
história, podemos afirmar que:
I. Os gregos e romanos utilizaram como mão-de-
obra escrava os prisioneiros de guerra e de
dívidas; II. O período medieval assistiu à redução
progressiva do número de escravos na Europa
cristã ocidental pela utilização da mão-de-obra servil;
III. A mão-de-obra africana utilizada na
colonização do Brasil foi justificada pela rentabilidade do tráfico negreiro;
IV. A mão-de-obra assalariada foi empregada em
toda a colonização da América, impedindo a
utilização da mão-de-obra escrava. É correto afirmar que estão corretas as afirmativas...
a) I, II e IV b) II, III e IV
c) I, II e III
d) I e II
e) Todas as alternativas
3) (FGV) Analise o gráfico abaixo:
O tráfico negreiro foi um dos mais importantes
elementos do domínio colonial entre os séculos XVI e
XVIII. A mão de obra escrava proveniente da África foi empregada nas principais atividades desenvolvidas
nas colônias americanas, por iniciativa dos Estados
europeus.
Considerando os dados fornecidos pelo gráfico, é
possível afirmar sobre a economia colonial nesse
período:
a) A utilização de escravos africanos na América
espanhola cresceu em escala progressiva e acompanhou o aumento da extração de prata e
ouro até o final do século XVIII.
b) A introdução de escravos africanos nas Antilhas
Francesas está associada à produção canavieira desenvolvida por holandeses após a sua expulsão
de Pernambuco na metade do século XVII.
c) Os governantes ingleses impediram o tráfico de escravos em suas colônias e estimularam, em
contrapartida, o desenvolvimento do povoamento
europeu nos territórios americanos sob o seu controle.
d) A utilização de escravos africanos no Brasil
ocorreu, apenas, com a descoberta de ouro e
pedras preciosas na região das Minas Gerais, no século XVIII.
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11
e) O número de escravos africanos trazido ao Brasil
foi sempre superior ao volume de escravos
destinados às demais áreas coloniais referidas no gráfico.
4) (UNESP) Sobre o emprego da mão de obra
escrava no Brasil colonial, é possível afirmar que
a) Apenas africanos foram escravizados, porque a
Igreja Católica impedia a escravização dos índios.
b) As chamadas “guerras justas” dos portugueses
contra tribos rebeldes legitimavam a escravização de índios.
c) Interesses ligados ao tráfico negreiro controlado
pelos holandeses forçavam a escravização do
africano. d) Os engenhos de açúcar do Nordeste brasileiro
empregavam exclusivamente indígenas
escravizados. e) Apenas indígenas eram escravizados nas áreas
em que a pecuária e o extrativismo
predominavam.
5) (UFSC)
Os instrumentos são de vários tipos; alguns são vivos, outros inanimados; o capitão de um navio usa um
leme sem vida, mas um homem vivo como observador;
pois o trabalhador num ofício é, do ponto de vista do ofício, um de seus instrumentos. Assim, qualquer parte
da propriedade pode ser considerada um instrumento
destinado a tornar o homem capaz de viver; e sua
propriedade é a reunião desse tipo de instrumentos, incluindo os escravos; e um
escravo, sendo uma criatura viva, como qualquer
outro servo, é uma ferramenta equivalente às outras. Ele é em si uma ferramenta para manejar ferramentas
(Aristóteles (século IV a.C.). Política)
A escravidão era comum na Grécia Antiga. Em
Atenas, Corinto e Mileto, quase toda a vida econômica
dependia do trabalho escravo. Era frequente encontrar
o escravo trabalhando na agricultura, nas oficinas de artesanato, em serviços domésticos e nas minas. O
modo como os gregos encaravam a escravidão ficou
registrado em textos de filósofos da época, como o de Aristóteles, do qual podemos depreender que o
escravo era visto como um
(a) Ser vivo e humano, antes de tudo.
(b) Instrumento de trabalho vivo e uma propriedade.
(c) Cidadão com direitos, por ser uma criatura viva.
(d) Servo para qualquer trabalho, que não podia ser
vendido.
(e) Trabalhador assalariado, explorado como ferramenta viva de trabalho.
6) A escravidão foi característica básica das relações
de produção na Grécia. O trabalho escravo sustentou essa sociedade cuja elite desprezava o
trabalho manual.
Aristóteles, filósofo grego, faz várias considerações
sobre a situação do escravo na Grécia Antiga, nas
alternativas que se segue, com exceção de:
A) Os que nada tem a oferecer além do seu corpo
como força de trabalho estão condenados à
escravidão. B) A sujeição ao trabalho escravo é melhor do que
ficar abandonado.
C) A guerra e as conquistas são indispensáveis para a criação de uma sociedade escrava.
D) O uso dos escravos e dos homens é
aproximadamente o mesmo.
7) (UEPG) O escravismo antigo foi uma invenção
do mundo greco-romano que forneceu a base
última tanto das suas realizações como do seu eclipse.
Sobre esse sistema, assinale o que for correto.
1. Nas duas grandes épocas clássicas da
Antiguidade, a Grécia dos séculos V e IV a.C. e
Roma do século II a.C. ao II d.C., a escravatura foi massiva.
2. A liberdade e a escravatura helênicas eram
indivisíveis: cada uma delas era condição estrutural da outra.
3. As cidades-estados gregas tornaram a escravatura
pela primeira vez absoluta na forma e dominante na extensão, transformando-a de recurso
subsidiário em modo de produção sistemático.
4. Instituição solidamente enraizada na abolição:
mesmo nas grandes rebeliões de escravos, os revoltosos em geral almejavam a liberdade
individual e não a supressão do sistema.
5. A manumissão, concessão de liberdade ao escravo, foi uma prática generalizada na Roma
escravista.
[a] Se apenas 1 for incorreta;
[b] Se apenas 1 e 3 forem incorretas;
[c] Se apenas 3, 4 e 5 forem incorretas
[d] Se todas forem incorretas;
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[e] Se rodas forem corretas.
8) (ULBRA/RS) A escravidão e a servidão fazem parte de um divisor de águas para a diferenciação
de períodos históricos característicos da Europa.
Embora exista uma certa utilização equivocada,
envolvendo os conceitos, podemos dizer que em essência e em lógica de perpetuação dos sistemas
socioeconômicos:
[a] A escravidão possuía uma prática comum em
todas as regiões da Europa, da Ásia e da América
ligada ao feudalismo; [b] A servidão era componente fundamental para a
definição da ação dos pretores e do
desenvolvimento das áreas de plantation;
[c] A escravidão na idade média era fonte principal do abastecimento de mão-de-obra qualificada
para o comércio;
[d] A servidão vinculava o trabalhador à terra e determinava a abrangência do poder do senhor
feudal;
[e] A escravidão em Roma caracterizava-se unicamente pela exploração de negros vindos da
África que eram, diretamente, exportados para as
áreas de plantation na América.
9) (PUC-PR) Textos de todos os povos falam do
excesso e do peso do pagamento de tributos,
incluindo os camponeses ou servos de gleba medievais no Ocidente da Europa. Para estes, das
várias obrigações, cita-se o pagamento de tributo
em espécie e fornecimento de mão-de-obra
gratuita para reparo de pontes, estradas, canais, etc., respectivamente com os nomes de:
[a] Corveia – talha; [b] Talha – corveia;
[c] Taxa de casamento – mão morta.
[d] Censo – capitação; [e] Banalidades – talha;
10) (ESPM/SP) A sociedade feudal era
essencialmente agrária, sendo a terra principal fonte de riquezas. Além de criar o produto
necessário à própria subsistência e à de suas
famílias, os camponeses eram obrigados a realizar tarefas suplementares para o senhor.
Entre os tributos que os servos pagavam ao
senhor feudal estava a corveia, que consistia em:
[a] Trabalho gratuito nas terras do senhor, ou seja, no
manso senhorial, em alguns dias da semana;
[b] Porcentagem da produção da tenência, ou seja,
uma parte do que tivesse sido produzido no
manso servil. [c] Tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens
do senhor, como o moinho, o forno, o celeiro, as
pontes;
[d] Imposto pago por cada membro da família servil, por cabeça;
[e] Imposto pago à Igreja, utilizado para a
manutenção da capela local;
11) (UFPEL) Ilustração do século XV que representa
os servos prestando serviços sob a fiscalização de um agente do senhor.
Durante o feudalismo europeu, este tipo de obrigação,
que era cumprida através de trabalho gratuito nas terras senhoriais, era denominada de
a) Talha.
b) Banalidades. c) Mão-morta.
d) Comitatus.
e) Corveia.
12) (GVRJ)
A palavra servo vem de servus (latim), que significa
“escravo”. No período medieval, esse termo adquiriu
um novo sentido, passando a designar a categoria
social dos homens não livres, ou seja, dependentes de um senhor. (...) A condição servil era marcada por um
conjunto de direitos senhoriais ou, do ponto de vista
dos servos, de obrigações servis. (Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e
processos)
Assinale a alternativa que caracterize corretamente
uma dessas obrigações servis.
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a) Dízimo era um imposto pago por todos os servos
para o senhor feudal custear as despesas de proteção do feudo.
b) Talha era a cobrança pelo uso da terra e dos
equipamentos do feudo e não podia ser paga com
mercadorias e sim com moeda. c) Mão morta era um tributo anual e per capita, que
recaía apenas sobre o baixo clero, os vilões e os
cavaleiros. d) Corveia foi um tributo aplicado apenas no
período decadente do feudalismo e que recaía
sobre os servos mais velhos. e) Banalidades eram o pagamento de taxas pelo uso
das instalações pertencentes ao senhor feudal,
como o moinho e o forno.
13)
Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus, os
senhores banqueteando, os escravos perecendo à
fome...
Estas palavras, do padre Antônio Vieira, descrevem
bem a situação da sociedade colonial à época do
apogeu açucareiro. A respeito, considere as afirmativas:
I. Os senhores eram os donos dos engenhos e da riqueza neles gerada; logo, podiam comer bem
e vestir-se luxuosamente.
II. Os escravos eram uma propriedade dos
senhores, como qualquer outro objeto de sua lavoura e de seu engenho, não precisando de
roupas e comendo apenas o mínimo necessário.
III. A Igreja Católica, inclusive os padres da Companhia de Jesus, admitiu em geral a
escravidão africana, embora tenha combatido
com coragem e tenacidade a escravização do indígena.
IV. A minoria dos senhores de terras e escravos
temia as ações dos jesuítas, tal como haviam
feito os holandeses em Pernambuco, em prol da libertação dos escravos dos engenhos e
plantações.
Assinale:
a) Se somente as alternativas I e II estão corretas. b) Se somente as alternativas II e III estão corretas.
c) Se somente as alternativas I, II e II estão corretas.
d) Se somente as alternativas II, III e IV estão
corretas.
e) Se todas as alternativas estão corretas.
14) As leis portuguesas do século XVI são dúbias com relação aos indígenas, proíbem a
escravização do indígena, mas ao mesmo tempo
abrem essa possibilidade em caso de “guerra
justa”. Para os portugueses “guerra justa” significava:
a) A utilização da força para que esses povos pudessem participar do reino dos céus.
b) Aquela no qual o indígena tomava a iniciativa de
agressão contra o branco. c) O aprisionamento devido à necessidade vital de
mão-de-obra.
d) A ação missionária do jesuíta para ensinar os
valores da sociedade branca. e) O uso da violência na formação dos aldeamentos,
evitando a ação dos jesuítas.
15) A organização do engenho exigia a utilização de
numerosos trabalhadores na produção açucareira,
estimulando a escravidão, já adotada por Portugal nas Ilhas Atlânticas, e que representava:
a) A efetivação do sistema capitalista na periferia do
sistema colonial, fundamental para a acumulação de riquezas.
b) Um grande retrocesso para Portugal, que desde o
Renascimento Humanista havia abolido a escravidão de seus territórios.
c) Uma contradição, pois nos países europeus
desenvolvia-se a mentalidade liberal,
antiescravista. d) Um choque com a Igreja Católica, contrária
qualquer forma de escravidão, por considerar que
todos são filhos de Deus. e) A retomada do escravismo antigo, tal como no
Império Romano, em que o escravo era utilizado
em atividades variadas.
16) (UFSC)
Os africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo de intensidade
variável. Os cálculos sobre o número de pessoas
transportadas como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos portos
brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande
maioria jovens do sexo masculino. (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed.
da Universidade de São Paulo,1995. p. 51.)
Sobre a escravidão no Brasil, é correto afirmar que:
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14
1. Eram chamados quilombos os espaços
determinados para alojar os escravos destinados ao comércio e foram fundamentais na estrutura
produtiva dos engenhos de açúcar.
2. O dia da consciência negra celebra a assinatura da
Lei Áurea no século XIX, que proclamou a liberdade dos escravos.
3. Aos escravos só restava a rebeldia como forma de
reação, a qual se manifestava através do assassinato de feitores, das fugas e até do
suicídio. Não havia qualquer forma de
negociação com vistas a melhores condições de vida por parte dos negros.
4. O Quilombo dos Palmares, organizado no interior
do atual Estado de Alagoas, é considerado o mais
importante do período colonial e foi liderado por Zumbi.
5. No continente africano os vários povos estavam
divididos em etnias organizadas em tribos, clãs e reinos. Apesar desta divisão, a unidade desses
povos foi uma forma de resistirem à escravidão e
não serem transformados em mercadoria.
[A] Se apenas 3 e 4 forem corretas
[B] Se apenas 1 e 2 forem corretas;
[C] Se apenas 2 e 4 forem corretas
[D] Se apenas 4 e 5 forem corretas
[E] Se apenas 1 e 4 forem corretas
17) (PUC-RIO) Sobre as características da sociedade
escravista colonial da América portuguesa estão
corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de
uma. Indique-a.
A) O início do processo de colonização na América
portuguesa foi marcado pela utilização dos índios - denominados “negros da terra” - como mão-de-
obra.
B) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão-de-obra escrava africana seja
em áreas ligadas à agro exportação, como o
nordeste açucareiro a partir do final do século
XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII.
C) A partir do século XVI, com a introdução da mão-
de-obra escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da
América portuguesa.
D) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que alguns de seus escravos
pudessem realizar uma lavoura de subsistência
dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os
historiadores denominam de “brecha
camponesa”.
E) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo
mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo
conhecidos como “escravos de ganho”.
18) (PUC-RIO)
Cartazes, como o acima, registram algumas das características da escravidão na sociedade brasileira,
durante o século XIX.
Com base nas informações contidas no documento e
no seu conhecimento acerca da escravidão, assinale a
única opção que NÃO apresenta uma característica correta.
A) Os escravos especializados em algum ofício
usufruíam de melhores condições de trabalho; viviam, nas cidades, como homens livres, e
evitavam fugas ou revoltas.
B) O costume de andar calçado era um símbolo de status social que permitia estabelecer critérios de
distinção entre trabalhadores libertos (forros) e
escravos.
C) A identificação do escravo como “crioulo” apontava para sua condição de nascido no Brasil,
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15
distinguindo-o, do “africano”, o recém-chegado,
trazido pelo tráfico.
D) As diferenças entre escravos e “forros”, isto é, cativos que haviam conseguido sua alforria, em
áreas urbanas, eram pouco expressivas em termos
de matizes raciais.
E) As fugas de escravos, a despeito de sua recorrência, eram compreendidas pelos
proprietários como a perda de um bem
constituído, o que justificava o pagamento de recompensa pela captura.
19) (FUVEST)
Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma
forma de escravidão que consiste na privação da
liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o
empregador alega ter sido contraída no momento da
contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de
negros africanos que os transformava legalmente em
propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na
atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal
Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à
condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de
jornadas de trabalho excessivas.
(Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.)
Com base no texto, considere as afirmações abaixo:
II. O escravo africano era propriedade de seus
senhores no período anterior à Abolição.
III. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.
IV. A escravidão de negros africanos não é a única
modalidade de trabalho escravo na história do Brasil.
V. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a
alegação de dívida contraída no momento do
contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.
VI. As jornadas excessivas e a situação degradante de
trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual.
São corretas apenas as afirmações:
A) I, II e IV
B) I, III e V
C) I, IV e V
D) II, III e IV
E) III, IV e V
20) (UDESC)
Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de
escravos liderados pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário
da Casa de Comissões (lojas de venda e compra de
escravos) em que se encontravam, e lhe meteram a lenha. Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo
assim justificou o ataque: Tendo ido anteontem para
a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno e outros para se associar com eles para
matarem Veludo para não irem para a fazenda de café
para onde tinham sido vendidos.
(Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31)
Com base no caso citado acima e considerando o fato
e a historiografia recente sobre os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos
e a forma como se relacionavam com a escravidão da
seguinte forma:
I. O escravo era uma coisa, ou seja, estava
sujeito ao poder e ao domínio de seu
proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o
escravo era politicamente inexpressivo,
expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor.
II. Nem passivos e nem rebeldes valorosos e
indomáveis, estudos recentes informam que
os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens
àquilo que não consideravam justo, mesmo
dentro do sistema escravista. III. Incidentes, como no texto acima, denotam
rebeldia e violência por parte dos escravos. O
ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinquência dos escravos, só
permite uma única interpretação: barbárie
social.
IV. O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na
iminência de serem subitamente arrancados
de seus locais de origem, da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual
estavam acostumados, muitos reagiram
agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc.
V. Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil
trazem uma série de exemplos, como o texto
citado acima, que se contrapõem e
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desconstroem mitos célebres da historiografia
tradicional: que os escravos eram apenas
peças econômicas, sem vontades que orientassem suas próprias ações.
Assinale a alternativa correta.
[a] Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
[b] Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
[c] Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.
[d] Somente as afirmativas II, IV e V são
verdadeiras. [e] Todas as afirmativas são verdadeiras.
21) (FUVEST) O Brasil ainda não conseguiu
extinguir o trabalho em condições de escravidão, pois ainda existem muitos trabalhadores nessa
situação.
Com relação a tal modalidade de exploração do ser
humano, analise as afirmações abaixo.
I. As relações entre os trabalhadores e seus
empregadores marcam-se pela informalidade e
pelas crescentes dívidas feitas pelos
trabalhadores nos armazéns dos empregadores, aumentando a dependência financeira para com
eles.
II. Geralmente, os trabalhadores são atraídos de regiões distantes do local de trabalho, com a
promessa de bons salários, mas as situações de
trabalho envolvem condições insalubres e
extenuantes. III. A persistência do trabalho escravo ou
semiescravo no Brasil, não obstante a legislação
que o proíbe, explicasse pela intensa competitividade do mercado globalizado.
Está correto o que se afirmar em:
[a] I, somente.
[b] II, somente.
[c] I e II, somente. [d] II e III, somente.
[e] I, II e III.
22) A escravidão negra no Brasil teve várias facetas.
Dentre as assertivas a seguir, qual não pode ser
considerada uma marca do escravismo brasileiro?
A) A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a
expectativa de vida dos escravos era muito
pequena.
B) Todos os escravos se reconheciam como iguais e
lutaram juntos pelo fim da infame escravidão.
C) O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando, quase
quarenta anos (1850-1888).
D) Era relativamente comum ao “preto forro”, caso
tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo. E) Os escravos que conseguiam, ao longo de muitos
anos de trabalho duro, juntar algum cabedal
compravam a sua liberdade.
23) (UFPB 2008) O texto, a seguir, retrata uma das
mais tristes páginas da história do Brasil: a escravidão.
“O bojo dos navios da danação e da morte era o
ventre da besta mercantilista: uma máquina de moer carne humana, funcionando incessantemente para
alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as
mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens.”
(Fonte: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a in-
crível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003. p. 112).
Sobre a escravidão como atividade econômica no
Brasil Colônia, é correto afirmar:
A) As pressões inglesas, para que o tráfico de
escravos continuasse, aumentaram após 1850. Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de
Queiróz, ocorreu o fim do tráfico intercontinental
e, praticamente, desapareceu o tráfico interno
entre as regiões. B) A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de
outros lugares, não era permitida em atividades
econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente às
plantações de cana-de-açúcar, às minas e à
produção do café. C) A compra e posse de escravos, durante todo o
período em que perdurou a escravidão, só foi
permitida para quem pudesse manter um número
de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição justificava-se, devido aos altos custos para se ter
escravos.
D) Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta
de alforria. Isso explica o grande número de ex-
escravos que, na Paraíba, conseguiram tornar-se grandes proprietários de terras.
E) Os escravos, amontoados e em condições
desumanas, eram transportados da África para o
Brasil, nos porões dos navios negreiros, como
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forma de diminuição de custos. Com isso, muitos
cativos morriam antes de chegarem ao destino.
24) (UFSC)
A Anti-Slavery Internacional, organização não-
governamental que atua no combate à escravidão no mundo contemporâneo, considerava que cerca de 25
milhões de pessoas eram vítimas do trabalho escravo
em 2003. Dentre essas pessoas haveria trabalho infantil, exploração sexual e trabalhadores
escravizados por dívida. Nesse mesmo ano, conforme
a Comissão Pastoral da Terra (CPT), aproximadamente 25 mil pessoas estariam vivendo
nessas condições no Brasil.
CATELLI JUNIOR, Roberto. História – Texto e
Contexto. São Paulo: Editora Scipione, 2007. p. 268.
Sobre o tema escravidão, é CORRETO afirmar que:
1. A partir de 1888, com a Lei Áurea, foram criadas
condições especiais para que os libertos
pudessem ingressar no mercado de trabalho, especialmente no meio rural com a distribuição
de terra a ex-escravos.
2. Dada à tradição de liberdade, a população
indígena no Brasil nunca pode ser submetida à escravidão, optando-se, então, pela compra de
negros da África.
3. No Brasil do século XXI ainda existem pessoas que vivem em condições de escravidão, tanto em
grandes fazendas quanto no meio urbano.
4. Em função das políticas de inclusão adotadas no
Brasil nos últimos anos, as diferenças salariais desapareceram quando comparados os salários
entre brancos e negros.
5. Conflitos entre as várias tribos no continente africano fizeram com que negros escravizassem
outros negros, vendendo-os como mercadorias.
[a] Se apenas 3 e 4 forem corretas
[b] Se apenas 1 e 2 forem corretas;
[c] Se apenas 2 e 4 forem corretas
[d] Se apenas 3 e 5 forem corretas [e] Se apenas 1 e 4 forem corretas
25) A Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, provocou
inúmeras mudanças, não somente na forma de
produzir mercadorias como também nas relações de trabalho. Milhares de trabalhadores foram
submetidos a até 16 horas de trabalho por dia,
baixos salários e péssimas condições de vida.
Para contrapor a esta situação, eles resistiram de todas
as formas e um destes “movimentos” ficou conhecido
como “ludismo”.
Assinale a alternativa correta, que define este
movimento.
[a] Era uma organização clandestina que tinha como
objetivo assassinar patrões e altos funcionários do
governo. [b] Era um sindicato que tinha como proposta
conscientizar a burguesia e o governo sobre a
miséria da classe operária. [c] Era um grupo formado, em sua maioria, por
artesãos que quebravam as máquinas porque
acreditavam que elas os estavam substituindo.
[d] Era uma associação que visava formar e educar os futuros trabalhadores, tornando os mais
competitivos no mercado de trabalho.
[e] Era um partido operário que defendia a supressão do capitalismo, substituindo-o por uma sociedade
igualitária.
26) (UDESC) As questões abaixo referem-se aos
movimentos operários, no contexto da Revolução
Industrial do século XIX.
I. Ao longo do século XIX a consolidação do
capitalismo tornaria as condições de vida e de
trabalho do nascente proletariado extremamente precárias.
II. O ludismo traduz as primeiras manifestações de
resistência da nascente classe operária que
ocupou os últimos anos do século XVIII e os primeiros do século XIX.
III. Em meados do século XIX a greve geral dos
trabalhadores na Europa, organizada pelo sindicato que representava a classe operária,
provocou importantes mudanças na legislação
trabalhista da época. IV. O movimento cartista, movimento operário que
surgiu na primeira metade do século XIX, não se
constituiu um fato isolado, pois foi precedido de
greves, motins, insurreições e outras manifestações da classe operária.
V. Na segunda metade do século XIX, e
principalmente com a formação das associações internacionais dos trabalhadores, percebeu-se
uma estreita relação entre o marxismo e o
movimento operário europeu.
Assinale a alternativa correta.
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
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[a] Somente as afirmativas I, II, III e IV são
verdadeiras.
[b] Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.
[c] Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras.
[d] Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
[e] Todas as afirmativas são verdadeiras
27) (UNIMONTES/MG)
Afinal, nem todos os homens se renderam diante das
forças irresistíveis do novo mundo fabril, e a
experiência do movimento de quebradores de máquinas demonstra uma inequívoca capacidade dos
trabalhadores para desencadear uma luta aberta
contra o sistema de fábrica. (...) Se, por um lado, esse
movimento de resistência visava investir contra as novas relações hierárquicas e autoritárias
introduzidas no interior do processo de trabalho
fabril, e nessa medida a destruição das máquinas funcionava como mecanismo de pressão contra a nova
direção organizativa das empresas, de outro lado,
inúmeras atividades de destruição carregavam implicitamente uma profunda hostilidade contra as
novas máquinas e contra o marco organizador da
produção que essa tecnologia impunha.”
(DE DECCA, Edgar. O nascimento das fábricas. 3.ed. São Paulo: Brasiliense, 1985, p.30–31. Citado
por FARIA, Ricardo de Moura. História. Belo
Horizonte: Lê, 1993, vol. 3, p. 157)
O texto acima se refere à/ao(s)
[a] Movimento conhecido como Ludismo que, segundo o autor, caracterizou-se pela
ingenuidade dos trabalhadores que enxergavam,
nas novas máquinas, o inimigo a ser enfrentado. [b] Cartismo e às Trade-Unions, estratégias de luta
que representam, conforme interpretação do
autor, as correntes políticas do movimento de destruição das máquinas.
[c] Primórdios da organização e resistência dos
trabalhadores à nova ordem social, marcada pelo
uso das máquinas na rotina de trabalho, configurando a chamada Revolução Industrial.
[d] Influência anarquista junto aos operários fabris,
aspecto evidenciado na recusa da ação parlamentar e na opção por uma luta direta contra
as máquinas e seus proprietários.
28) A entrada de imigrantes europeus no Brasil
integrou uma política chamada de engenharia
social. Sobre isso é correto dizer que:
a) Tentando copiar a sociedade europeia, os
intelectuais brasileiros visavam ao
embranquecimento do povo brasileiro através do processo de imigração.
b) A engenharia social fez parte da política de
aumentar o processo de miscigenação do Brasil,
valorizando a identidade afrodescendente da população.
c) A engenharia social foi uma estratégia de copiar
a sociedade africana como o modelo ideal de civilização para a sociedade brasileira.
d) O objetivo de muitos intelectuais era de romper
com o estereótipo de que no Brasil só havia escravos, índios e mulatos.
29) (UFPA) Observe a figura abaixo.
O “ludismo”, um movimento social ocorrido na Inglaterra da época da Revolução Industrial, pode ser
corretamente descrito como uma manifestação de:
[a] Trabalhadores livres desempregados que desejavam acabar com as indústrias e voltar para
o campo, visando tornarem-se pequenos
agricultores. [b] Jovens artistas e pintores que, com a invenção das
máquinas de pintura de tecido, foram demitidos
das modernas indústrias de tecelagem inglesas. [c] Operários grevistas que se opunham ao
desenvolvimento tecnológico ou industrial,
atacando as indústrias e fazendo greves por
aumento de salário. [d] Operários grevistas que se opunham ao
desenvolvimento tecnológico ou industrial,
atacando as indústrias e fazendo greves por aumento de salário.
[e] Donos de pequenas tecelagens que percebiam,
nas grandes fábricas e em suas modernas
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
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máquinas, o fim de seu pequeno negócio, já que
a nova tecnologia barateava o processo produtivo
30) (UDESC) Assinale a alternativa incorreta, sobre
o processo de imigração no Brasil, nos séculos
XIX e XX.
A) Pressionados pelos vários relatos de maus tratos
sofridos pelos imigrantes no território brasileiro,
governos europeus, como o italiano e o espanhol - no início do século XX -, restringiriam a
emigração para o Brasil.
B) Depois de 1822 o novo governo imperial procurou trazer imigrantes europeus para
colonizar o vasto território brasileiro. A
imigração de alemães, suíços e de outros
germânicos dominaria a primeira metade do século XIX.
C) A partir, mais ou menos, de 1880, o problema da
mão-de-obra para manter as lavouras de café, base da economia nacional, provocaria uma
explosão da imigração no Brasil.
D) Dentro da questão da imigração, também havia outras motivações claramente racistas:
"branquear o Brasil", para "civilizá-lo".
E) O processo de imigração no Brasil foi bastante
uniforme, principalmente se compararmos os imigrantes instalados em Santa Catarina com
aqueles instalados em São Paulo, no final do
século XIX.
31) (UNISA)
A história da imigração para as zonas cafeeiras de São Paulo começa no Segundo Reinado, mas tem
maior impacto nos anos posteriores à proclamação da
República. O incentivo à vinda de imigrantes passou por alguns ensaios e erros. Em 1847, Nicolau de
Campos Vergueiro, antigo regente do Império e
fazendeiro, cuja fortuna provinha em boa parte do comércio de importação de escravos, tentou uma
primeira experiência.
BORIS, Fausto. História do Brasil.
Essa primeira experiência foi o “sistema de parceria”
que não prosperou. Como razão para o fracasso desse
sistema pode-se destacar:
a) Os colonos imigrantes não se adaptaram ao
trabalho nas lavouras de café, que exigia alto nível técnico;
b) A impossibilidade de convivência, em uma
mesma fazenda, de colonos imigrantes com
escravos negros;
c) Os colonos imigrantes não se adaptaram às novas
condições de vida e ao clima do Brasil, preferindo
retornar ao país de origem; d) Não era de interesse do governo imperial
incentivar a vinda de imigrantes, devido ao alto
custo da viagem;
e) Os colonos imigrantes foram forçados a enfrentar um regime de semiescravidão, devido às
condições contratuais firmadas com os
fazendeiros.
32) (UFPE) As razões que fizeram com que no Brasil
colonial e mesmo durante o império a escravidão africana predominasse em lugar da escravidão
dos povos indígenas podem ser atribuídas a (à):
[a] Setores da Igreja e da Coroa que se opunham à escravização indígena; fugas, epidemias e
legislação antiescravista indígena que a tornaram
menos atraente e lucrativa. [b] Religião dos povos indígenas, que proibia o
trabalho escravo. Preferiam morrer a ter que se se
submeterem às agruras da escravidão que lhes era imposta nos engenhos de açúcar ou mesmo em
outros trabalhos.
[c] Reação dos povos indígenas, que, por serem
bastante organizados e unidos, toda vez que se tentou capturá-los, eles encontravam alguma
forma de escapar ao cerco dos portugueses.
[d] Ausência de comunicação entre os portugueses e os povos indígenas e à dificuldade de acesso ao
interior do continente, face ao pouco
conhecimento que se tinha do território e das
línguas indígenas. [e] Um enorme preconceito que existia do europeu
em relação ao indígena, e não em relação ao
africano, o que dificultava enormemente o aproveitamento do indígena em qualquer
atividade.
33) Leia a letra da música abaixo:
Todo Camburão Tem Um Pouco De Navio Negreiro
Marcelo Yuka e O Rappa Tudo começou quando a gente conversava
Naquela esquina alí
De frente àquela praça Veio os homens
E nos pararam
Documento por favor Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? qual é negão?
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
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O que que tá pegando?
Qual é negão? qual é negão?
É mole de ver Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda Engatilha a macaca
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista Pra passar na revista
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro É mole de ver
Que para o negro
Mesmo a aids possui hierarquia
Na África a doença corre solta E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Comparado, comparado Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
A letra acima retrata a permanência do preconceito sofrido pelos negros africanos em decorrência de mais
de trezentos anos de escravidão em terras brasileiras.
A partir da letra da música e de seus conhecimentos
sobre a escravização no Brasil, indique a alternativa incorreta.
[a] O fim da escravidão no Brasil não foi acompanhado de medidas para inserir os
africanos escravizados na sociedade, já que não
eles tiveram acesso a terra e, quanto à adoção do trabalho assalariado, foi dado um estímulo maior
aos imigrantes europeus.
[b] Os africanos exerciam uma série de atividades,
dentre as quais podem ser destacadas as domésticas, quando trabalhavam nas casas, e
também quando eram escravos de ganho,
administrando pequenos comércios, praticando o artesanato ou prestando pequenos serviços para
seus senhores.
[c] Após a Independência do Brasil, em 1822, houve uma intensa campanha pelo fim da escravidão do
Brasil, organizada principalmente por
abolicionistas que se adiantaram às pressões dos
ingleses pelo fim do Tráfico no Atlântico. Em
razão da ação dos abolicionistas, a Lei Eusébio de
Queirós foi promulgada em 1850.
[d] Um dos principais exemplos da permanência do preconceito contra os negros no Brasil após o fim
da escravidão pode ser encontrado na violência
policial, que durante todo o século XX incidiu
muito mais nos descendentes de africanos que sobre a população branca.
34) Analise a ilustração abaixo:
Quadro do pintor J. B. Debret. Disponível em
http://www.reporterbrasil.org.br/exibe. php?id=1346. Acesso em 10/11/2010.
Com base na imagem apresentada e nos
conhecimentos acerca do período escravocrata no Brasil, é possível concluir que:
[a] Após a promulgação da Lei Áurea, os escravos foram inseridos como mão de obra fundamental
nas plantações de cana-de- açúcar, de tabaco e de
algodão. [b] O Ceará foi a primeira província do Brasil a abolir
a escravidão. Este ato serviu como exemplo para
as demais províncias, já que o Ceará era a
província com maior número de escravos. [c] Em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, os
escravos obtiveram a liberdade total no Brasil.
Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil e previa políticas
públicas para a inserção dos negros como
cidadãos plenos à sociedade brasileira.
[d] O governo brasileiro sempre adotou ações eficazes para coibir o tráfico transatlântico de
escravos.
[e] O fim da escravidão legal no Brasil não foi acompanhado de políticas públicas e mudanças
estruturais para a inclusão dos trabalhadores
recém-libertos.
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
21
35) Leia abaixo um trecho de uma entrevista de
Abdias do Nascimento, escritor, político e
militante do movimento negro:
“Os cultos afro-brasileiros eram uma questão de
polícia. Dava cadeia. Até hoje, nos museus da polícia
do Rio de Janeiro ou da Bahia, podemos encontrar artefatos cultuais retidos. São peças que provavam a
suposta delinquência ou anormalidade mental da
comunidade negra. Na Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era
um camarada doente da cabeça por ter sua própria
crença, seus próprios valores, sua liturgia e seu culto. Eles não podiam aceitar isso.”
Retirado do Portal Afro:
<http://www.portalafro.com.br/entrevistas/abdias/inte
rnet/abdias.htm> acessado em 25/09/2013.
A partir do trecho acima citado, é possível afirmar
que:
[a] Apesar da escravidão a que estavam sujeitos, os
africanos sempre tiveram autonomia para praticar seus cultos religiosos.
[b] Ao chegarem ao Brasil e passarem a conviver
com os europeus, os africanos escravizados
foram paulatinamente perdendo seus traços culturais originais, adotando ao final
integralmente a cultura europeia.
[c] Mesmo com todo o tipo de repressão a que estavam sujeitos, os africanos escravizados ainda
buscaram manter vivas suas tradições culturais
religiosas.
[d] Nina Rodrigues e seus seguidores estavam certos ao afirmarem que os africanos eram degenerados
por não aceitarem a cultura europeia como
superior às suas.
36) O ‘13 de Maio’ foi o coroamento da primeira
mobilização nacional da opinião pública,
mobilização a que aderiram escravos, libertos,
estudantes, jornalistas, advogados, intelectuais, empregados públicos, setores do operariado. Como
tal, sua importância não pode ser ignorada. Mas,
como vimos, em termos dos resultados, a abolição aboliu muito pouco. A distância que separava o ex-
escravo da condição de cidadão era enorme, como
continua enorme até hoje a distância que separa a população negra da mesma condição.
JOSÉ MURILO DE CARVALHO. A abolição
aboliu o quê? Folha de S. Paulo, 13 de maio de
1988.
Sobre a abolição da escravidão no Brasil, assinale a
alternativa correta.
a) Nos anos 1880, o abolicionismo representava um
amplo movimento social, com clubes, jornais e
comícios, onde atuavam lideranças políticas, jornalistas e advogados. Muitos negros e
mestiços, como Francisco de Paula Brito, Luiz
Gama, André Rebouças e José do Patrocínio, faziam parte da elite intelectual e das lutas
abolicionistas.
b) Pouco tempo após a abolição, a mentalidade escravista e os preconceitos raciais foram se
dissolvendo no Brasil. O país se tornou um dos
grandes exemplos de democracia racial com o
estabelecimento da igualdade social entre brancos, negros e índios.
c) A Lei Áurea foi aprovada pela princesa Isabel e
previa medidas de reparação aos ex-escravos, como acesso à posse da terra e aos demais bens
de produção.
d) A abolição da escravidão foi obra exclusiva da elite branca que, pressionada pela Inglaterra,
visava implantar o trabalho assalariado,
garantindo, assim, um mercado consumidor para
os produtos industrializados. A população negra, reprimida e submissa, não teve influência na
conquista de sua liberdade.
e) A elite brasileira estava tão arraigada ao trabalho escravo, que o considerava indispensável à
prosperidade econômica do país. Praticamente
não houve contestação à escravidão no Brasil
durante o século XIX.
37) (...) “O Treze de Maio redimiu 700 mil escravos, que
representavam, a essa altura, um número pequeno no
total da população estimada em 15 milhões de pessoas. Como se vê, a libertação tardou demais, e
representava o fim do último apoio da Monarquia: os
fazendeiros cariocas da região do Vale do Paraíba, as
quais se divorciavam do seu antigo aliado.” (Schwarcz, Lilia Moritz. As barbas do Imperador –
D. Pedro II um monarca nos trópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998)
Com o crescimento do movimento abolicionista, o
Império Brasileiro foi colocado em xeque. Sobre a conjuntura histórica em que foi abolida a escravidão,
é correto afirmar sobre a condição do negro na
sociedade:
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
22
[A] Os problemas ligados à escravidão se
atenuaram, quando o crescimento das revoltas
dos ex-escravos suprimiu os conflitos com as elites rurais.
[B] As sociedades libertadoras alcançaram o seu
objetivo principal que era de promover a
integração do ex-escravo na sociedade. [C] O fim da escravidão possibilitou ao negro
liberto o livre acesso à terra, garantindo à
sociedade brasileira a implementação de uma dinâmica mobilidade social.
[D] O negro livre permaneceu à margem do
universo cultural estabelecido por uma sociedade regida pelo branco e continuou
sujeito ao preconceito e novos mecanismos de
controle social durante muito tempo.
[E] O debate sobre a abolição trouxe à tona os problemas com a Igreja Católica, que acabou
impondo aos fiéis uma estratégia radical de
controle dos recém-libertos. 38) Considere as seguintes afirmativas sobre
semelhanças e diferenças da escravidão na Antiguidade e na Idade Moderna.
I. Tanto na Antiguidade como na Idade Moderna, a escravidão era uma forma de trabalho
compulsório; o proprietário de um escravo
podia dele dispor como se fosse um objeto que poderia ser comprado, vendido e mesmo
destruído. Foi uma forma de trabalho
largamente utilizada para tarefas pesadas e para
os trabalhos que, de uma maneira geral, os homens livres se recusavam a realizar.
II. Tanto na Antiguidade como na Idade Moderna,
foi comum a escravidão por dívidas e a submissão de povos derrotados em guerra.
III. Na Idade Moderna, a escravidão esteve
associada aos desdobramentos das Grandes
Navegações, que levaram à ocupação e à valorização econômica de terras recém
descobertas. Em muitas dessas áreas, os nativos
foram submetidos à escravidão, e as populações negras da África entraram nesse circuito.
Das afirmativas acima, pode-se dizer que
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) I e III estão corretas. d) II e III estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.
39) As civilizações da antiguidade clássica – Grécia
e Roma – desenvolveram uma estrutura
socioeconômica alicerçada no escravismo. Sobre essa temática, pode-se afirmar que
I. A escravidão foi indispensável para a
manutenção do ideal democrático em Atenas, uma vez que os cidadãos ficavam desincumbidos
dos trabalhos manuais e das tarefas ligadas à
sobrevivência. II. A escravidão foi abolida em Atenas quando
Péricles estabeleceu o direito político a todos os
cidadãos, reconhecendo, dessa forma, a igualdade jurídica e social da população da Grécia.
III. Os escravos romanos, por terem pequenas
propriedades e direitos políticos, conviveram
pacificamente com os cidadãos romanos, como forma de evitar conflitos e a perda de direitos.
IV. Os escravos romanos, que se multiplicavam com
o expansionismo de Roma, estavam submetidos à autoridade de seu senhor, e sua condição
obedecia mais ao direito privado do que ao direito
público.
É correto apenas o que se apresenta em
(A) I e II. (B) I e IV.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) III e IV.
40) (UNESP) Entre as formas de resistência negra à
escravidão, durante o período colonial brasileiro,
podemos citar
(A) A organização de quilombos, nos quais, sob
supervisão de autoridades brancas, os negros
podiam viver livremente. (B) As sabotagens realizadas nas plantações de café,
com a introdução de pragas oriundas da África.
(C) A preservação de crenças e rituais religiosos de origem africana, que eram condenados pela Igreja
Católica.
(D) As revoltas e fugas em massa dos engenhos, seguidas de embarques clandestinos em navios
que rumavam para a África.
(E) A adoção da fé católica pelos negros, que lhes
proporcionava imediata alforria concedida pela Igreja.
41) Leia este trecho
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
23
“A nação brasileira é resultado de um projeto político
esboçado no Império, que consolidou a integridade
territorial e alimento o sentimento de identidade entre os brasileiros. Mas é fato que indígenas, brancos e
negros continuam se inserindo de forma diferenciada
na sociedade nacional.
A valorização da mestiçagem conferiu uma carteira de identidade para a imensa parcela da população
que tinha nas veias o “sangue negro”. O problema é
que essa carteira vaio embalada na teoria da democracia racial.”
Fonte: Conexões: estudos de geografia geral e do
Brasil: volume único/Lygia Terra, Regina Araújo, Raul Borges Guimarães. – 1.ed. – São Paulo:
Moderna, 2008, páginas 354/355
Após a leitura do trecho, analise as afirmativas em relação a situação da população negra no Brasil.
I – O negro, antes da abolição, era visto apenas como mão-de-obra, sem direitos políticos, desconsiderado
como cidadão.
II – O fim da escravidão tornou o negro cidadão, mas a exclusão social impediu o exercício de sua cidadania.
III – A taxa de analfabetismo da população branca era
de 9,3%, enquanto entre os negros e pardos era de
22%. IV - A discriminação racial no mercado de trabalho
tem diminuído ao longo do tempo, porque os negros
têm tido mais acesso à escola ou mesmo à universidade.
São corretas as afirmativas:
[a] Apenas I e IV são corretas;
[b] Apenas I, II e IV são corretas;
[c] Apenas I, II e III são corretas; [d] Apenas II e III são corretas;
[e] Apenas I, II, III e IV são corretas;
42) (UFPI)
"... todos os brasileiros, e sobretudo os brancos, não
percebem suficientemente que é tempo de se fechar a porta aos debates políticos (...). Se se continua a falar
dos direitos dos homens, da igualdade, terminar-se-á
por pronunciar a palavra fatal: liberdade, palavra terrível e que tem muito mais força num País de
escravos que em qualquer outra parte ..."
(MOTA, Carlos Guilherme (org.). "1822: dimensões". São Paulo: Perspectiva, 1972. p. 482.)
O texto acima, escrito provavelmente por volta de
1823/1824, é parte de uma carta sobre a independência
do Brasil, enviada por um observador europeu a D.
João VI. Leia com atenção o texto e, a seguir, assinale
a alternativa que expressa a configuração social do processo brasileiro de independência.
[a] A democracia racial, decorrente de uma intensa
miscigenação durante o período colonial, contribuiu para conciliar, logo nos primeiros anos
do Império, os interesses dos distintos grupos
sociais. [b] A "solução monárquica", através da qual a jovem
nação optava por afastar-se de seus vizinhos
americanos e adotar modelos políticos europeus, foi historicamente necessária como instrumento
de conciliação das raças no Brasil.
[c] O "haitianismo", temor da elite branca brasileira
de que se repetisse no Brasil uma revolução negra, tal qual ocorrera no Haiti, limitou as bases
sociais da independência e justificou
manifestações como essa da carta transcrita. [d] Em razão de temores como aquele expresso na
carta citada, a independência fez-se acompanhar
de um processo crescente de enfraquecimento da escravidão. Os mesmos grupos que lideraram o
processo de independência liderariam, anos
depois, a abolição da escravatura.
[e] O temor expresso na carta é infundado, pois além de contar com um número pequeno de escravos à
época da independência, as relações entre os
escravos e seus senhores, no Brasil, sempre foram cordiais, decorrendo justamente disso a noção de
"democracia racial".
43) (UEMA)
Costumo dizer que nenhuma nação passa
impunemente por quase quatro séculos de escravidão. E se o modo de produção escravista perdurou no
Brasil até o final do século XIX, não há possibilidade
de as marcas se apagarem com facilidade. As marcas materiais e as simbólicas. As duas imbricadas. A
cultura da Casa Grande sobrevive solidamente na
sociedade brasileira, por menos que o queiramos. O
preconceito e a discriminação contra os negros são heranças presentes da escravidão. Claro que temos
avançado. Há hoje um forte movimento negro no País.
Há mais consciência da sociedade brasileira contra o racismo. Mas, ainda temos uma longa estrada pela
frente.
Carta Capital. Seção: Diálogos. Disponível em: Acesso em: 08 maio 2008.
Indique a alternativa que interpreta corretamente o
texto acima.
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
24
a) A situação do(a) negro(a) no Brasil mudou
radicalmente na atualidade pois não existe mais o racismo.
b) As relações raciais no Brasil são fruto da situação
histórica de formação desigual dessa sociedade.
c) A desigualdade entre as classes sociais no Brasil se sobrepõe às diferenças raciais, pois o país é
racionalmente democrático.
d) A sociedade brasileira é exemplo de democracia racial, pois no Brasil o racismo é combatido.
e) O movimento negro propõe a superação da
desigualdade social em detrimento da igualdade racial.
44) (UNIOESTE)
“Na segunda metade do século XX, a tendência à
superação das ideias racistas permitiu que diferentes
povos e culturas fossem percebidos a partir de suas especificidades. Grupos de negros pressionaram pela
adoção de medidas legais que garantissem a eles
igualdade de condições e combatessem a segregação racial. Chegamos então ao ponto em que nos
encontramos, tendo que tirar o atraso de décadas de
descaso por assuntos referentes à África”.
Marina de Mello e Souza. A descoberta da África. RHBN, ano 4, n. 38, novembro de 2008, p.72-75.
A partir deste texto e do conhecimento da sociologia a respeito da questão racial em nosso país, é possível
afirma que
a) autores como Gilberto Freyre, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Darcy
Ribeiro, entre outros tantos autores, são
importantes por chamarem a atenção do país para o papel dos negros na construção do Brasil e da
brasilidade, e as formas de exclusão explícitas e
implícitas que sofreram. b) apesar de relevante a luta contra o preconceito
racial, o estudo da África só diria respeito ao
conhecimento do passado, do período do
Descobrimento do Brasil até a abolição da escravidão entre nós.
c) estudar a África só nos indicaria a captura e a
escravidão de diferentes povos africanos, tendo em vista que raça e o racismo são categorias
ideológicas as quais servem para encobrir as
fortes tensões sociais existentes entre a imensa classe de pobres e o seu oposto a dos ricos.
d) a autora quer dizer que devemos hoje operar cada
vez mais com categorias tais como a
especificidade da raça negra, da raça branca, da
raça amarela e outras mais.
e) nenhuma das alternativas está correta.
45) (PITÁGORAS) Uma das demandas de
movimentos contemporâneos por igualdade de
direitos é a superação de preconceitos inscritos em expressões de fala do nosso cotidiano.
Assinale, dentre as frases a seguir, aquela que NÃO expressa a naturalização de preconceitos ou
subordinação de pessoas de acordo com sua cor/raça,
gênero ou classe.
a) "Mulher no volante, perigo constante".
b) "O homem veio do macaco".
c) "Bom dia para todos e para todas". d) "A mulher foi feita a partir da costela do homem".
e) "Aquele lugar só é frequentado por gente 'feia'".
46) (PITÁGORAS) Leia o texto e identifique a
alternativa que melhor responde à questão que o
segue:
Um Brasil de cotas raciais?
[...]
“A maneira mais efetiva de reduzir as desigualdades sociais é pela generalização da educação basica de
qualidade e pela abertura de bons postos de trabalho.
Cotas raciais, mesmo se eficazmente implementadas, promoverão somente a ascensão social de um
reduzido número de pessoas, não alterando os fatores
mais profundos que determinam as iniquidades
sociais. [...]
Que Brasil queremos? Um país no qual as escolas
eduquem as crianças pobres, independentemente da cor ou raça, dando-lhes oportunidade de ascensão
social e econômica; no qual as universidades se
preocupem em usar bem os recursos e formar bem os alunos. No caso do ensino superior, o melhor caminho
é aumentar o número de vagas nas instituições
públicas, ampliar os cursos noturnos, difundir os
cursos de pré-vestibular para alunos carentes, implantar campus em áreas mais pobres, entre outras
medidas. Devemos almejar um Brasil no qual ninguém
seja discriminado, de forma positiva ou negativa, pelo cor ou raça: que se valorize a diversidade como um
processo vivaz que deve permanecer livre de normas
impostas pelo Estado a indivíduos que não necessariamente querem se definir segundo critérios
raciais”
(publicado em 14 de abril de 2006 no Correio
Braziliense, de autoria de Marcos Chor Maio e
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
25
Ricardo Ventura Santos – reproduzido na página 291
do livro Divisões perigosas, de Peter Fry e outros,
editora Civilização brasileira, 2007).
Segundo a perspectiva dos autores, QUAL seria o
provável efeito da utilização de cotas raciais para o
enfrentamento das desigualdades sociais?
a) O rebaixamento da qualidade do ensino superior, assim como a racialização das identidades
sociais.
b) A superação das desigualdades raciais, tal qual o abandono gradual de práticas de preconceito
racial.
c) A continuidade das desigualdades sociais, apesar
da diminuição das tensões racial-identitárias. d) A superação das desigualdades raciais, assim
como um aumento na escolaridade média do
brasileiro. e) A continuidade das desigualdades sociais, bem
como a fixação arbitrária de identidades raciais.
47) (UEM) Leia o texto a seguir e assinale o que for
correto sobre o tema da diversidade étnica.
“[...] Na verdade, raça, no Brasil jamais foi um termo neutro; ao contrário, associou-se com frequência a
uma imagem particular do país. Muitas vezes, na
vertente mais negativa de finais do século XIX, a mestiçagem existente no país parecia atestar a
falência da nação [...]”
(SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco,
muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: NOVAIS, Fernando & SCHWARCZ, Lilia
Moritz (orgs.) História da Vida Privada no Brasil.
Contrastes da intimidade contemporânea,. São Paulo: Companhia dasLetras, 1998, p. 177).
1. Vigorou no Brasil, do século XIX, uma visão elitista que privilegiava a cor branca e via na
mistura de raças a causa de seu atraso.
2. Os termos raça e etnia se equivalem. Ambos
fazem referência à composição de grupos de pessoas com características fisiológicas e
biológicas comuns.
3. Os estudos centrados na noção de raça classificam a humanidade por meio da seleção
natural e da organização genética.
4. Por ser o Brasil o país com o maior número de negros e afrodescendentes depois do continente
africano, não é pertinente discutir no Brasil o
racismo.
5. Nas décadas seguintes à abolição da escravatura,
a integração dos negros à sociedade brasileira foi
marcada pela adoção de mecanismos de inclusão que resultaram, recentemente, na implantação das
chamadas políticas de ação afirmativa.
[A] Se apenas 1 e 3 forem corretas; [B] Se apenas 2 e 4 forem corretas;
[C] Se apenas 4 e 5 forem corretas
[D] Se todas forem corretas; [E] Se todas forem incorretas
48) (UNICENTRO)
“Quando se menciona o trabalho escravo no Brasil,
a primeira lembrança é a da escravidão negra.
Realmente, foi ela a mais marcante, a mais longa e terrível; mas o trabalho escravo se inicia no Brasil
com a escravidão indígena”
(Tomazi, Nelson Dácio (coordenador). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000, p.62).
Considerando a realidade estabelecida pela implantação do trabalho escravo dos negros africanos
trazidos ao Brasil, assinale a alternativa incorreta.
a) As condições de vida dos escravos africanos eram terríveis, razão pela qual a média de vida útil
deles não ultrapassava os quinze anos.
b) Os negros africanos reagiram à escravidão das mais diversas formas: através das fugas, dos
quilombos, da luta armada, da preservação dos
cultos religiosos, da dança, da música.
c) O negro é parte integrante da história brasileira, apesar dos muitos preconceitos que ainda
persistem contra eles.
d) O Brasil figura entre os primeiros países latino-americanos a declarar por meio de muitas leis, até
a promulgação da lei áurea, a libertação de seus
escravos. e) O fim do tráfico de escravos, no Brasil, ocorre em
meados do século XIX, quando começam
algumas experiências com a mão de obra
assalariada de estrangeiros.
49) (UFU) O movimento negro no Brasil, embora
exista de fato desde a Colônia, teve seus avanços reais constituídos em políticas públicas a partir
dos anos 1990.
Sobre as bandeiras, ações afirmativas e conquistas
deste movimento, é incorreto afirmar que:
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos
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a) tornaram possível a obrigatoriedade do ensino da
história e da cultura afro-brasileira nas escolas de
ensino fundamental e médio. b) pretendem contribuir para diminuir a distância
socioeconômica entre negros e brancos no Brasil
e um dos mecanismos para que isso ocorra é a
instituição de cotas para negros na universidade.
c) relacionam-se a um movimento de políticas de
identidade étnico-racial que denuncia a
democracia racial brasileira como um mito. d) pretendem indenizar economicamente os
descendentes de escravos negros no Brasil.
50) (PUCMG) No PNAD (Pesquisa Nacional de Análise por Domicílio) do IBGE, realizada em 1976, foram
registradas 136 cores que os brasileiros atribuíram a si mesmos numa verdadeira “aquarela do Brasil”, algumas apresentadas a seguir.
Observando o quadro de cores e considerando seus conhecimentos históricos, assinale a afirmar CORRETA.
[a] A percepção de um senso comum sobre cor reforça a noção da miscigenação entre os grupos, voltada para um aspirado branqueamento.
[b] A indefinição de cor indica que o brasileiro não carrega a cor como um elemento de identidade étnica
ou categoria social. [c] O uso de expressões como pálida e retinta indica os extremos demonstrando uma ausência de preconceito em
relação à cor.
[d] Laranja, lilás, vermelha e verde, que aparecem na listagem, registram o desconhecimento da população
com relação às cores.
51) (UENP) Do ponto de vista sociológico, no Brasil
se constituiu sobre o mito da democracia racial principalmente depois da publicação de Casa
grande e senzala de Gilberto Freyre (2003). De
acordo com Florestan Fernandes (1965) o ideal de miscigenação fora difundido como mecanismo de
absorção do mestiço não para a ascensão social
do negro, mas para a hegemonia da classe
dominante. O mito da democracia racial assentou-se sobre dois fundamentos: 1) o mito do
bom senhor; 2) o mito do escravo submisso.
Analise as afirmações:
I. A crença no bom senhor exalta a vulgaridade
das elites modernas, como diria Contardo Calligaris, e juntamente com uma espécie de
pseudocordialidade seriam responsáveis pela
manutenção e o aprofundamento das diferenças sociais.
II. O mito do escravo submisso fez com que a
sociedade de um modo geral não encarasse de frente a violência da escravidão, fez com que os
ouvidos se ensurdecessem aos clamores do
movimento negro, por direitos e por justiça.
III. As proposições legislativas sobre a inclusão de negros vão desde o Projeto de Lei que reserva
aos negros um percentual fixo de cargos da
administração publica, aos que instituem cotas para negros nas universidades publicas e nos
meios de comunicação.
Assinale a alternativa correta:
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a) todas as afirmações são verdadeiras.
b) apenas a afirmação II e verdadeira.
c) as afirmações I e III são verdadeiras. d) as afirmações I e II são falsas.
e) todas as afirmações são falsas.
INSTRUÇÃO: O texto a seguir é referência para a questão de número 52.
No romance de Monteiro Lobato O Presidente Negro (1926), livro de ficção sobre os EUA, o
personagem principal vê o futuro, o século XXI, ano
de 2228, através de um porviroscópio, e tece algumas considerações sobre o estágio do choque das “raças”
naquele contexto.
[...] Até essa época a população negra
representava um sexto da população total do país. A predominância do branco era pois esmagadora e de
molde a não arrastar o americano a ver no negro um
perigo sério. Mas com o proibicionismo coincidiu o surto
das ideias eugenísticas de Francis Galton. As elites
pensantes convenceram-se de que a restrição da natalidade se impunha por 1001 razões, resumíveis no
velho truísmo: qualidade vale mais que quantidade.
[...] Os brancos entraram a primar em qualidade,
enquanto os negros persistiam em avultar em quantidade. [...] Mais tarde, quando a eugenia venceu
em toda a linha e se criou o Ministério da Seleção
Artificial, o surto negro já era imenso. [...] (Felizmente), muito cedo chegou o americano à
conclusão de que os males do mundo vinham dos três
pesos mortos que sobrecarregam a sociedade – o
vadio, o doente e o pobre. Em vez de combater esses pesos mortos por meio do castigo, do remédio e da
esmola, como se faz hoje, adotou solução mais
inteligente: suprimi-los. A eugenia deu cabo do primeiro, a higiene do segundo e a eficiência do
último.
(LOBATO, M. O Presidente Negro. São Paulo: Globo, 2008, p.97 e p.117, grifos do autor)
52) (UEL) Assinale a alternativa que contém a figura
que representa o ideal de branqueamento no Brasil do final do século XIX.
a)
Augustus Earle. Negros lutando. C. 1824, aquarela sb/papel 16,5 X
25 cm. b)
José Maria de Medeiros. Iracema, 1884, óleo sb/tela 168 X 255 cm.
c)
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Modesto Brocos. A redenção de Can, 1895, óleo sb/tela 199 X 166 cm.
d)
Jean Baptiste Debret. O Jantar, 1835, litografia.
e)
Senhora na liteira com dois escravos. Fotógrafo não identificado.
Acervo Instituto Moreira Salles.
NOTA: Imagens extraídas de: ALMEIDA, H. B.; SZWAKO, J. E. Diferenças, Igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009, pp. 73, 76, 78, 86, 95.
53) Analise:
O perfil racial da Fundação Unipalmares é único na
América do Sul e há poucas como ela no mundo. O projeto excita e atrai muita gente, como Jairo Abud,
professor titular da Fundação Getulio Vargas, que se
apresentou à Unipalmares no início de 2005. A diretora, acanhada, disse que não teria como pagá-lo.
Ele respondeu: "Não estou perguntando quanto ou
como a senhora vai me pagar, estou dizendo que vou
dar aula aqui". Inevitável provocar a diretora sobre o tema da democracia racial: "Minhas opiniões sobre
isso se aprofundaram. Hoje eu posso falar a partir de
um conhecimento empírico. Eu discordava da democracia racial de Gilberto Freyre, sacava as
dificuldades do negro. A importância disto aqui é que
nossos alunos têm uma melhoria macro: observo
mudanças no modo de eles falarem, de se comportar,
a postura, as roupas, o padrão de consumo. Eles
começam a ler e selecionar o que leem. Não importa o que aconteça daqui pra frente, nós já conseguimos
fazer nosso aluno entender que aqui ele pode, e
alguém da família dele pode também. Olha, estou
vivendo a democracia racial pela primeira vez". ZIBORDI, 2007, p. 8.
A questão racial no Brasil tem suas origens históricas na escravidão e na situação do negro após a Abolição.
Ações políticas, como a da Unipalmares, representam,
no contexto da sociedade brasileira:
[A] uma comprovação da existência da democracia
racial no país, fruto da miscigenação étnica que
deu origem ao povo brasileiro. [B] uma política de ação afirmativa, que, por meio de
mecanismos compensatórios, busca corrigir uma
injustiça social no país. [C] o reforço do preconceito racial, pois prova a
incapacidade intelectual dos negros para
ingressarem na universidade sem mecanismos facilitadores.
[D] a tese de que a diferenciação ocorre por critérios
sociais e não de cor, na medida em que não
existem manifestações de racismo na sociedade brasileira.
[E] um retrocesso, ao permitir o ingresso na
universidade de pessoas desqualificadas, utilizando-se apenas do critério racial e nenhum
mecanismo de aferição de conhecimento.
54) Há muita polêmica em torno do mito da democracia racial no Brasil. Dentre os diversos
argumentos utilizados sobre tal questão, assinale
a alternativa INCORRETA.
A) O preconceito racial como característica do
sistema de classes expressaria as desigualdades decorrentes do escravismo assim como do
patrimonialismo brasileiro.
B) O aspecto mítico da democracia racial relacionar-
se-ia à construção cultural de um conjunto de valores que tem efeito concreto para os
indivíduos.
C) A conjuntura do Estado Novo e uma ideologia de integração produziriam a consolidação da nação.
D) No pós-guerra, a inclusão de todos os
trabalhadores do meio urbano garantiria a participação no sistema político de grupos
étnicos-raciais, justificando a democracia racial.
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E) No pós-guerra, apenas aos trabalhadores rurais
era garantida a participação no sistema político.
Gabaritos
1. C
2. C
3. B
4. B
5. B
6. A
7. E
8. D
9. B
10. A
11. E
12. E
13. E
14. B
15. A
16. A
17. C
18. A
19. B
20. D
21. C
22. B
23. E
24. D
25. C
26. E
27. A
28. A
29. B
30. E
31. E
32. A
33. C
34. E
35. C
36. A
37. D
38. C
39. B
40. C
41. D
42. C
43. B
44. D
45. C
46. E
47. A
48. D
49. D
50. A
51. A
52. C
53. B
54. E