A ARGUMENTAÇÃO
TEORIA, TÉCNICA, UTILIZAÇÃO E DOMÍNIO
DEFINIÇÃO DO DICIONÁRIO
•Servir-se de argumentos;
•Alegar, Discutir, Questionar.
DEFINIÇÃO DIDÁTICA (PRODUÇÃO TEXTUAL)
•Raciocínio por meio do
qual se chega a uma
conclusão.
TEORIA E DEFINIÇÃO
• Convencimento;
• Persuasão;
•Mudança de atitude;
• Transformação;
•Homogeneização do pensamento?
ARGUMENTOS
•ESSENCIAIS!
•Provas apresentadas para defesa da ideia e convencimento do leitor com relação à coerência do posicionamento do autor.
TIPOS DE ARGUMENTOS
1 Autoridade;2 Comprovação;3 Exemplificação ou Ilustração;4 Causa e Consequência;5 Baseado no Senso Comum;6 Raciocínio Lógico;7 Comparação;8 Princípio.
ARGUMENTO DE AUTORIDADE
CITAÇÃO: autoridade de prestígio no assuntoabordado:
1. Especialista;
2. Instituição credenciada e creditada;
3. Líder;
4. Pensador.
Se bem utilizado, é um argumento difícil
de ser refutado. Sempre que queremos
defender uma ideia, procuramos pessoas
‘consagradas’, que pensam como nós
acerca do tema em evidência.
Apresentamos no corpo de nosso texto a
menção de uma informação extraída de
outra fonte.
COMO SE CONSTRÓI O ARGUMENTO DE AUTORIDADE
A citação pode ser apresentada assim (se menor que trêslinhas):
Assim parece ser porque, para Piaget, “toda moral consiste numsistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procuradano respeito que o indivíduo adquire por essas regras” (PIAGET, 1994,p.11). A essência da moral é o respeito às regras. A capacidadeintelectual de compreender que a regra expressa uma racionalidadeem si mesma equilibrada.
Ou assim (se maior que três linhas):
A própria moral pressupõe inteligência, haja vista que as relaçõesentre moral e inteligência têm a mesma lógica atribuídas as relaçõesinteligência e linguagem. De acordo com Piaget (1994, p. 138):
A inteligência é uma condição necessária, porém não suficienteao desenvolvimento da moral. As relações interindividuais quesão regidas por regras envolvem, por sua vez, relações decoação, que corresponde à noção de dever, e de cooperação, quepressupõe a noção de articulação de operações de dois ou maissujeitos, envolvendo não apenas a noção de dever, mas a dequerer fazer (PIAGET, 1994, p. 138).
Uma das peculiaridades do modelo piagetiano consiste em que opapel das relações interindividuais no processo evolutivo do homem éfocalizado sob a perspectiva da ética. Isso implica entender que odesenvolvimento cognitivo é condição suficiente, pois uma posturaética deverá completar o quadro.
RESUMINDO O ARGUMENTO DE
AUTORIDADE
SE MENOR QUE TRÊS LINHAS: vai no corpo dotexto, entre aspas. Deve-se inserir a referência, o autordo texto, ano e página (se foi copiado);
SE MAIOR QUE TRÊS LINHAS: vai copiado semaspas fora do texto, com adentramento do parágrafototal de 4cm, com a devida referência do autor, ano epágina.
O ARGUMENTO DE AUTORIDADE
PODE NÃO SER COPIADO?
PODE SIM!
Quando usamos a ideia do autor, mas não a
copiamos ipsis litteris também fazemos uma citação,
chamada de indireta. Nesse caso, usamos apenas o
nome do autor e o ano da publicação do texto.
DICAS DE REFERÊNCIAS PARA
ARGUMENTO DE AUTORIDADE (no texto)
FORA DOS PARÊNTESES:
Piaget (1994, p. 138)
DENTRO DOS PARÊNTESES:
(PIAGET, 1994, p. 138)
E AS REFERÊNCIAS DO FIM DO
TEXTO??
Sempre que você utilizar o argumento de autoridade, será obrigatória a inserção de referência no fim do texto. Assim:
PIAGET, J. O juízo moral na criança. 2. ed. São Paulo: Summus, 1994.
ÚLTIMA DICA DO ARGUMENTO DE
AUTORIDADE!
O trecho citado deve estar deacordo com as ideias do texto,assim, tal estratégia poderáfuncionar bem.
ARGUMENTO DE
COMPROVAÇÃO• Dados;
• Estatísticas;
• Percentuais;
• Junto com uma boa articulação dessas informações ao texto.
Esse recurso pode ser explorado quando o objetivo é contestar umponto de vista equivocado.
EXEMPLO!
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o Mapa da ExclusãoEducacional. O estudo do Inep, feito a partir de dados do IBGE e do CensoEducacional do Ministério da Educação, mostra o número de crianças de sete acatorze anos que estão fora das escolas em cada estado. Segundo o mapa, no Brasil, 1,4milhão de crianças, ou 5,5 % da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), paraa qual o ensino é obrigatório, não frequentam as salas de aula. O pior índice é doAmazonas: 16,8% das crianças do estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor,o Distrito Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas, seguido por RioGrande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com 3,2% (168,7 mil).
(Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003)
DICA SOBRE O ARGUMENTO DE
COMPROVAÇÃO
ELE SEGUE AS MESMAS REGRAS DO ARGUMENTO DEAUTORIDADE AO QUE DIZ RESPEITO ÀS FONTES DOS DADOS!
Também não é possível usar termos como “a maioria” para se referir aargumentos de comprovação, pois os dados devem ser exatos.
CUIDADO COM A RELATIVIDADE DOS DADOS ESTATÍSTICOS!
RELATIVIDADE DOS DADOS
ESTATÍSTICOSNa escola XYZ, 50% dos professores atesta utilizar a
noite para corrigir redações.
1. Quantos professores que fazem redação há na escola?
2. Quantos professores há nessa escola?
Se for um número pequeno (2, 10), não há como utilizar
esse dado para realizar generalizações, pois o dado é
pequeno, insignificante.
ARGUMENTO DE
EXEMPLIFICAÇÃO
•EXEMPLOS REPRESENTATIVOS;
•FATO REAL;
•FATO FICTÍCIO.
ARGUMENTO DE EXEMPLIFICAÇÃO
Esse recurso argumentativo é amplamente
usado quando a tese defendida é muito
teórica e carece de esclarecimentos com
mais dados concretos.
EXEMPLO!“Agosto de 1945: a bomba explode e arrasta consigo milhares
de vidas. Os campos, antes arados e férteis, tornam-se secos e sóresta na terra o sabor amargo do sal da dor e da morte. casas nochão, crianças órfãs, miséria, fome. Era o Japão após a guerra.
Mas é da morte da semente que brota o novo fruto. Anatureza é pródiga em lições desse tipo. A fênix é um exemplo domilagre da vida. E o homem não haveria de ser diferente. A naçãojaponesa, assim como a conhecida ave, ressurge das cinzas e hojeocupa lugar de destaque entre as potências do mundo.”
ARGUMENTO DE CAUSA E
CONSEQUÊNCIA
•Relação entre as causas (motivos, os
porquês) e as consequências (efeitos).
EXPRESSÕES INDICADORAS DE CAUSA X CONSEQUÊNCIA•CAUSA: por causa de, graças a, em virtude de, em
vista de, devido a, por motivo de.
• CONSEQUÊNCIA: consequentemente, emdecorrência, como resultado, efeito de.
•DIVERGÊNCIA DE OPINIÕES: em contrapartida; se porum lado..., por outro... ; enquanto uns afirmam...,outros dizem que...
EXEMPLOS!
Em consequência da grande extensão territorial,da posição geográfica e da configuração do seuterritório, o Brasil é abrangido por 3 (três) fusoshorários.
O Brasil é abrangido por três fusos horários devidoà grande extensão territorial, da posição geográfica eda configuração do seu território.
ARGUMENTO BASEADO NO SENSO
COMUM
•“Não se faz um grande país sem
investimentos em educação.“
•“A destruição de meio ambiente causará
sérios problemas às gerações futuras."
•VERDADES INQUESTIONÁVEIS!!
CUIDADO!!!!
•Opiniões sem validade científica;
•Opiniões preconceituosas;
•Opiniões etnocêntricas.
EXEMPLO!
“Por ocasião da copa do mundo, o país inteiroexala um clima de ufanismo: as janelas ficamrepletas de bandeiras nacionais e o asfalto se cobrede figuras, logotipos e frases sugestivas – ‘prafrente, Brasil!’ Todo brasileiro se torna técnico daSeleção. A equipe só será campeã se os ídolos decada um forem escalados.”
ARGUMENTO DE RACIOCÍNIO
LÓGICO
Construção de relações lógicas que não
podem ser fruto de opiniões pessoais,
ou de ocorrências ao acaso.
EXEMPLO!
“Um fenômeno comum que ocorre em centros urbanos como SãoPaulo e Rio de Janeiro é a chegada de migrantes. Sua origem não é somente dosestados do nordeste, como supõem os leigos, mas, principalmente, das cidadesinterioranas do mesmo estado desses grandes núcleos capitalizados. Atraídospela ilusão do progresso e do enriquecimento, sem uma suficiente escolaridade,sequer profissão e consequentemente sem condições financeiras, acabammarginalizados debaixo de pontes e viadutos, nas esquinas e favelasengrossando o número de indigentes e sujeitando-se, não raro, à exploração e àviolência.”
“Um fenômeno comum que ocorre em centros urbanoscomo São Paulo e Rio de Janeiro é a chegada de migrantes.Sua origem não é somente dos estados do nordeste, comosupõem os leigos, mas, principalmente, das cidadesinterioranas do mesmo estado desses grandes núcleoscapitalizados. Atraídos pela ilusão do progresso e doenriquecimento, sem uma suficiente escolaridade, sequerprofissão e consequentemente sem condições financeiras,acabam marginalizados debaixo de pontes e viadutos, nasesquinas e favelas engrossando o número de indigentes esujeitando-se, não raro, à exploração e à violência.”
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Silogismos dedutivos;
• Silogismos indutivos;
• Falácias.
ARGUMENTO DE
COMPARAÇÃO (a simili)
Fatores de semelhança ou analogia
evidenciados pelos dados apresentados.
EXEMPLO!
“Os soldados de um batalhão são decididos,corajosos e cooperantes. Uma equipe de futebol écomo um batalhão. Um batalhão tem de obedecerao comandante. Logo, os jogadores de uma equipede futebol têm de obedecer às decisões dotreinador para poderem atingir os seus objetivos.”
ARGUMENTO DE
PRINCÍPIO
Princípio: crença pessoal baseada numa
constatação (lógica, científica, ética, estética
etc.);
Verdadeira;
Validade universal.
PRINCÍPIO (muito parecido com a exemplificação ou
consenso)
Os dados apresentados dizem respeito a um
fato isolado, mas, aparentemente, relacionado
ao princípio em que se acredita. Ambos
ajudam o leitor a chegar a uma tese, ou
conclusão, por meio de dedução.
EXEMPLO!“A condescendência com que os brasileiros têm
convivido com a corrupção não é propriamente algoque fale bem de nosso caráter. Conviver econdescender com a corrupção não é, contudo, praticá-la, como queria um líder empresarial que asseguravasermos todos corruptos. Somos mesmo? Um rápidoolhar sobre nossas práticas cotidianas registra aamplitude e a profundidade da corrupção, em váriasintensidades.
Há a pequena corrupção, cotidiana e muito difundida. É,por exemplo, a da secretária da repartição pública queengorda seu salário datilografando trabalhos “para fora”,utilizando máquina, papel e tempo que deveriam servir àinstituição. Os chefes justificam esses pequenos desvios com aalegação de que os salários públicos são baixos. Assim,estabelece-se um pacto: o chefe não luta por melhoressalários de seus funcionários, enquanto estes, por sua vez, não‘funcionam’. O outro exemplo é o do policial que entra napadaria do bairro em que faz ronda e toma de graça um cafécom coxinha. Em troca, garante proteção extra aoestabelecimento comercial, o que inclui, eventualmente, aliquidação física de algum ladrão pé-de-chinelo”.
(Jaime PINKSKY, J.; ELUF, L. N. Brasileiro(a) é Assim Mesmo. Ed.Contexto)