Download - A Cidade Compacta
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PROGRAMADEPSGRADUAOEMARQUITETURAEURBANISMO
MESTRADOEMARQUITETURAEURBANISMO
GUSTAVOLUIZMESTRINER
ACIDADECOMPACTAEOSPROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOSINVENTRIOANALTICODEESTUDOSDECASOEMVAZIOSURBANOSEMREASCENTRAIS
Orientador:ProfCarlosLeitedeSouza
SoPaulo2008
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GUSTAVOLUIZMESTRINER
ACIDADECOMPACTAEOSPROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS.INVENTRIOANALTICO
DEESTUDOSDECASOEMVAZIOSURBANOSEMREASCENTRAIS
DissertaoapresentadaCoordenaodoProgramadePsgraduaoem
ArquiteturaeUrbanismodaUniversidadePresbiterianaMackenziepara
obtenodottulodeMestreemArquiteturaeUrbanismo.
Orientador:Prof.Dr.CarlosLeitedeSouza
SoPaulo
2008
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Mestriner,GustavoLuiz.
ACidadeCompactaeosProjetosUrbanosContemporneos.InventrioAnalticodeEstudosdeCasosemVaziosUrbanosemreasCentrais/GustavoLuizMestriner.SoPaulo,2008.
119f.;30cm.
Dissertao(MestradoemArquiteturaeUrbanismo)UniversidadePresbiterianaMackenzie,2008.1.Cidadecompacta.2.Projetosurbanos.3.Desenvolvimentourbanosustentvel.
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GUSTAVOLUIZMESTRINER
ACIDADECOMPACTAEOSPROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS.INVENTRIOANALTICO
DEESTUDOSDECASOEMVAZIOSURBANOSEMREASCENTRAIS
DissertaoapresentadaCoordenaodoProgramadePsgraduaoem
ArquiteturaeUrbanismodaUniversidadePresbiterianaMackenziepara
obtenodottulodeMestreemArquiteturaeUrbanismo.
BANCAEXAMINADORA
Prof.Dr.CarlosLeitedeSouzaUniversidadePresbiterianaMackenzie
Prof.Dr.JosMagalhesJuniorUniversidadePresbiterianaMackenzie
Prof.Dr.BrunoRobertoPadovanoUniversidadedeSoPaulo
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minhaesposa
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AGRADECIMENTOS
MeusreaisagradecimentosaoMackenzie,pelaestruturadeseucorpodocenteeadministrativo,
paraaodesenvolvimentoslidodeseusalunosemsuaspesquisas.
ACAPES,pelabolsadeestudoparcialpropiciada,aoMackenziepelacomplementaoda
mesma,eaoMackpesquisa,peloapoionapublicaodomaterial.Semeles,estetrabalhono
teriasidorealizado.
AoProf.Dr.CarlosLeite,peloapoio,pelaclarezanadefiniodoscaminhosquepoderiamser
tomados,peloauxlionaconstruodoconhecimento,epelasuadedicaoparacomseus
orientandos.EaoGrupodePesquisaProjetosUrbanosContemporneos,pelariqueza
bibliogrficaofertada.
Prof.Dra.GildaColletBruna,peloincentivo,quandomeorientounagraduao,abuscara
psgraduao.
minhaesposanovamente,peloamorincondicional,peloincentivo,peloapoioepela
compreensonagraduao,naespecializao,eagoranomestrado.
Aosmeuspais,pelocarinhoepeloincentivosemprepresente.
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minhafamlia,emespecialsmestrandasVivianeLilian(minhaesposaeminhacunhada),por
compartilhardamesmaexperinciadeumapsgraduao.
Aosmeusamigosdesala,emespecial,CamilaOliveira,RechileneMaiaeRicardoCacoRamos.
sminhasirms,meusobrinho,eaosmeusamigoseparentesquetiverampacinciae
compreensopelaminhaausncia.
Eatodasaspessoasquecolaboraramparaaefetivaoerealizaodestemestrado,eporfim,
destapesquisa.
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RESUMO
Cidadespelomundointeiropassamporumprocessodemutaourbanajamaisvisto.Osdados
dodesenvolvimentosubstancialdemogrficonascidades,somadosaosxodosurbanos
oriundosdaszonasruraissoascausasdoinchao,eposteriorespraiamentourbanoexplosivo
causadonascidades.
Nesteprocesso,avalorizaodaterranoscentrosurbanoseoincentivofiscaledemodeobra
maisbaratanascidadesvizinhas,fezcomqueasgrandesindstriassedeslocassemdoscentros
urbanos,deixandograndesreasobsoletas.Poroutrolado,ascidades,inicialmentecriadaspara
acelebraodavida,eparacelebraroquetemosemcomum,hojesopoosdrenantesde
recursosenergticos,ediretaeindiretamente,amaiorfontepoluidoradoplaneta.
Destaforma,osnovosprojetosurbanosdevemlevaremconsideraoessarealidadecomplexa,
paraentoatendercertosprincpioscontemporneos,comoodesenvolvimentourbano
sustentvel,reestruturaoprodutivaeosambientesdepesquisaeinovaotecnolgicae
biotecnolgica.Paratanto,agnciasdedesenvolvimentoforamcriadasparaconciliaros
interessespblicoseprivadosenvolvidos.Nessecontexto,utilizamosoconceitodacidade
compacta,comobaseconceitualdestapesquisaluzdosprojetosurbanoscontemporneosem
vaziosurbanosemreascentrais.Paracontextualizar,buscamososestudosdecaso,
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construindouminventrioanalticodasobrasselecionadas,commaioresdetalhamentose
sempreosrelacionandonossarealidadeecontextolocais.
Palavraschave:Cidadecompacta.Projetosurbanoscontemporneos.Vaziosurbanos.
Desenvolvimentourbanosustentvel.
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ABSTRACT
Citiesallovertheworld,gothroughaprocessofurbanchangingneverseenbefore.Datafrom
greatdevelopingpopulationincities,addedwiththeurbanexodusfromruralareas,arethe
causesofswelling,andlater,anexplosiveurbansprawllingcausedincities.
Inthisprocess,thelandappreciationinurbancentersandtaxincentivesandthecheaperlabor
inneighboringtowns,madethatbigindustrieschangefromurbancenters,leavingtheobsolete
largeareas.Ontheotherhand,thecities,originallycreatedforthecelebrationoflife,andto
celebratewhatwehaveincommon,todayaredrainingenergyresources,andthemostpolluting
sourceoftheplanet.
Thenewurbanprojectsshouldconsiderthiscomplexreality,thenlookforsomecontemporaries
principles,suchassustainableurbandevelopment,productiverestructuring,theenvironments
ofresearchandtechnologicalinnovationandbiotechnology.Todoso,developmentagiencies
havebeencreatedtoconciliatethepublicandprivateinterests.Weexploretheconceptof
compactcity,inthelightofcontemporaryurbanprojectsinwastelandsincentralareas.To
context,weselectedsomecasestudies,buildingananalyticalinventoryandalwaysrelating
themtoourcontextandreality.
Keywords:Compactcity.Contemporariesurbanprojects.Wastelands.Sustainableurban
development.
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LISTADEILUSTRAES
Figura1ExposionoTateModern 22
Figura2Astrsmaioresrepresentaesfinanceirasnummapamundi
invertido,formandoyes 28
Tabela1Rankingeclassificaoquantoaondicedecompetitividade
entrenaes 29
Tabela2Distribuiosetorialdosinvestimentosestrangeirosdiretosrelativos
aospasesdeorigensedestinosdestesinvestimentos,19702003 30
Tabela3EstoquedeIEDnoBrasil,participaoestrangeiratotal,distribuio
poratividadeeconmicaprincipal,base2000 31
Figura3FotodesatlitedamanchaurbanadeSoPaulo 32
Figura4Ascidadescomopontosestratgicos 33
Figura5Cabosdefibrapticasubmarinosemuso 34
Figura6Ascidadesglobais,segundooGaWC 36
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Figura7SoPaulo 37
Figura8OterritriofragmentadodeSoPaulo 39
Figura9AntigasreasindustriaisdeBarcelona 40
Figura10PotsdamerPlatz 41
Figura11LondonDocklandsDevelopmentCorporation,primeiroprogramade
regeneraourbanaemvaziosurbanosdoReinoUnido,criadoem1981 42
Figura12ClusterurbanoemBarcelona 43
Figura13ClusterurbanoemSoFrancisco 44
Figura14Crescimentopopulacionalmundialnasreasurbanas 46
Figura15e16Oespraiamentourbanoamericano.CidadedeMiami 47
Figura17ApoluioatmosfricaemSoPaulomataindiretamenteoitopessoas
pordia,ereduzemdoisanosaexpectativadevidadoshabitantes 48
Figura18SistemadebicicletaspblicasemBarcelona,quevisaa
metadedespoluiodacidade 49
Figura19LaRambla,emBarcelona,modelodeespaopblico multifuncional
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queproporcionaariquezadoencontro,doinesperado 50
Figura20Usosmistoscompactoscriansdereduodejornadas,ecriam
vizinhanasmaisatraentesesustentveis 51
Figura21FotoexpostanoTateModern:SoPauloemSizeandDiversity.
ContrasteentreParaispoliseMorumbi.SoPaulo 52
Figura22SerradaCantareira,emSoPaulo.readeproteoambiental
invadidapeloespraiamentourbano 53
Figura23e24Amanchacentralmarcaaprojeoqueapopulaoda
metrpoleinteiraocupariaseadensidadefosseigualadaFavela
Paraispolis,queatingeemalgunspontos1.000hab/ha 54
Figura25FotoexpostanoTateModern.SoPauloemSizeandDiversity.
Copan,emSoPaulo 55
Figura26Docklandsantesdoprocessoderegeneraourbana 57
Figura27VaziosurbanosnobairroPlobenou,emBarcelona 58
Figura28VaziosurbanosemMontreal 59
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Figura29VaziosurbanosemParis(1989) 61
Figura30Docklandsemtransformao 63
Figura31DiscussosobreosprojetosemMissionBay 64
Figura32Prdioondeficainstaladaaagncia22@emBarcelona 65
Figura33CampusdebiotecnologiadaUniversidadedaCalifrnia,emMission
Bay,SoFrancisco 66
Figura34CampusdaUniversidadedeBarcelonaemumedifcioindustrial
reconvertido,nobairroPoblenou,emBarcelona 67
Tabela4Melhorescidadeseuropiasparaexpansodenegcioseinvestimento 68
Tabela5Melhorescidadeseuropiasemtermosdequalidadedevida
paraempregados 69
Tabela6Rankingdascidadesnoeuropiasondeasempresas investiriam 70
Grfico1Cidadeseuropiasquemaisinvestememsimesmas 71
Figura35BatteryParkCity,Manhatan,NovaIorque 72
Figura36PotsdamerPlatz,Berlim 73
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Figura37Euralille,emLille 74
Figura3822@,emBarcelona 75
Figura39ValedoSilcio,regiodaCalifrnia 77
Figura40reasderedesenvolvimentodeSoFrancisco. 78
Figura41LaboratriodaUCSFemMissionBay 79
Figura42ProjetodeDesenvolvimentodeMissionBay(geral) 80
Figura43Alinhaamarelademarcaareadeinterveno,ealinhavermelha
demarcaareadeimplantaodaUCSF 81
Figura44CentrodevisitaodaCatellusnareadeinterveno 81
Figura45Padresdeocupaoevolumetria 82
Figura46Usodasquadras.PlanodeRedesenvolvimentoMissionBayNorte 82
Tabela7Padresdeocupao,porzoneamento 83
Figura47ZoneamentodoPlanodeRedesenvolvimentoMisssionBaySul 83
Figura48ProjetourbanoparaoCampusdaUCSF 84
Figura49CentrodeTecnologiaGentica 85
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Figura50CentrodeTecnologiaGentica 85
Figura51,52,53e54CampusCentroComunitriodaUCSF 86
Figura55MetrdesuperfcieemMissionBay 87
Figura56LinhademetrqueligaMissionBayaocentrodeSoFrancisco 87
Figura57RotasdepedestreseCiclovias 88
Figura58EspaopbliconocampusdaUCSF 89
Figura59Montreal,emdestaqueCitMultimdia 90
Figura60LocalizaodasprincipaisreasdeMontreal 91
Figura61Vaziourbano,espaosdesutilizados 92
Figura62Espaoemtransformao 93
Figura63EdifcioconstrudoemCitMultimdia 94
Figura64EdifcioreconvertidoemCitMultimdia 94
Figura65Motorola,umadasempresasaseestabalecernarea 95
Figura66Implantaodareaediversosusos 96
Figura67VistaareadeMontreal 97
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Figura68e69VistaexternaeinternadeumdosedifciosdaCitMultimdia 98
Figura70CanalLachineapssuarevitalizao 99
Figura71e72ArevitalizaodoCanalLachineeacriaodeciclovias 100
Figura73TranformaodoterritriodePoblenou 101
Figura74VistaareadobairroPoblenou,emBarcelona 102
Figura75Projetoquedemarcaasquadrasdeintervenonareadobairro
Poblenou,emBarcelona 103
Figura76Projetodeumedifcioemumadasquadras 104
Figura77PrdiodaTsystems,construdoem22@ 105
Figura78Plantadeinfraestruturasasereminstaladas 106
Figura79Instalaodenovasinfraestruturas 107
Figura80e81Prdiosresidenciaiseparquelinear 109
Figura82e83AvenidaDiagonal 110
Figura84VistadoparquelinearedaorlamartimadeBarcelona,aotrminoda
AvenidaDiagonal 110
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Figura85CatlogodopatrimnioarquitetnicodePlobenou 111
Figura86SkylineformadopelasgruaseguindastesemPlobenou 112
Figura87e88Antigosprdiosindustriaisreconvertidos 113
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LISTADEABREVIATURASESIGLAS
LDDC LondonDocklandsDevelopmentCorporation(Agenciadedesenvolvimentodos
PortosdeLondres)
USFC UniversitySanFranciscoCampus(CampusdaUniversidadedeSoFrancisco)
TAV TremdeAltaVelocidade.
MPGM ModificaodoPlanoGeralMetropolitano.
PGM PlanoGeralMetropolitano.
PEI PlanoEspecialdeInfraestruturas.
TIC TecnologiadaInformaoeComunicao.
CIAM CongressoInternacionaldeArquiteturaModerna
SFRA SanFranciscoRedevelopmentAgency(AgenciadeRedesenvolvimentodeSo
Francisco)
CDTI CentrodeDesenvolvimentodeTecnologiadaInformo
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SUMRIO
pag.
1 INTRODUO 22
2 CONCEITUAO
2.1 Cidadesesociedadesinformacionais 27
2.2 Regeneraourbanaereestruturaoprodutiva 39
2.3 Acidadecompactaeodesenvolvimentourbanosustentvel 46
3 PROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS:CONTEXTUALIZAO
3.1 Vaziosurbanosemreascentrais 57
3.2 Opapeldasagnciasdedesenvolvimentourbano 63
3.3 Projetosurbanoscontemporneos 72
4 ESTUDOSDECASO:INVENTRIOANALTICO
4.1 MissionBay,SoFrancisco,EUA
4.1.1 Introduo 77
4.1.2 Aagnciadedesenvolvimento 80
4.1.3 ProjetosUrbanos 82
4.1.4 Desenvolvimentourbanosustentvel 87
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4.2 Citmultimdia,Montreal,Canad
4.2.1 Introduo 90
4.2.2 Aagnciadedesenvolvimento 93
4.2.3 ProjetosUrbanos 96
4.2.4 Desenvolvimentourbanosustentvel 99
4.3 22@,Barcelona,Espanha
4.3.1 Introduo 101
4.3.2 Aagnciadedesenvolvimento 105
4.3.3 ProjetosUrbanos 108
4.3.4 Desenvolvimentourbanosustentvel 111
5 CONCLUSES 114
6 BIBLIOGRAFIA 115
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1.INTRODUO
EmLondres,nagaleriadeartemodernaecontemporneaTateModern,ondeseencontrava
umaexposiochamadaGlobalCitydiscutiuseeforamexpostososdadoseestatsticas
demogrficaseurbanasdasdezmaioresmetrpolesdomundo,entreelas,SoPaulo.Evrias
perguntasforamcolocadasdemodoarefletircomo
essasmetrpolesvosecomportarnosprximos
cinqentaanos,aoabsorververdadeirosxodosrurais,e
indiciesdemogrficossubstanciais.Naentradaprincipal,
aespeculaointrodutriaera:Hcemanos,apenas
10%dapopulaomundialviviamemcidades.
Atualmente,somosmaisde50%,eat2050,seremos
maisde75%.1
Somamosaisso,ocrescimentoabsurdodapopulao
mundialnosdoisltimossculos(de1bilhopara7
bilhesdehabitantes),ejvisualizamosoimpactoqueo
1 Emvisitafeitaemjulhode2007peloautor.Disponveltambmemwww.tate.org.uk
Figura1:ExposionoTateModernFonte:fotodoautor,emjulhode2007
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crescimentourbanoedemogrficocausouaomeioambiente.Naatualcriseambientalemque
viveoplaneta,vimosaimportnciadaconscientizaodetodososatoresenvolvidos,na
construodeumambienteurbanosustentvel,edamosoprimeiropasso,ns,arquitetos,
quandotransmitimosaessesatores,eatodos,osentimentosolidriodessabusca,emtentar
quebraressabarreiraqueimpedeamaioriadapopulao,deprojetarofuturoparaalmdasua
segundagerao.
Aatualreflexoemcomoserodesenhadasnossasmetrpolesnasprximasdcadas,desafiao
papeldoarquitetonessabuscapelodesenvolvimentourbanosustentvel,enosfazbuscar,uma
baseconceitual,umaconstruoinicialdoconhecimento,paraemestudosposteriores,
avanarmosnessetema.
Nessecontexto,buscamososprojetosurbanoscontemporneos,quecontemplamessabusca
porumdesenvolvimentourbanosustentvel.Paratanto,focamostaisprojetos,emreasquese
esvaziaram,porcontadasadadasindstriasdoscentrosurbanos,oupelatransformao
produtivaqueocorreunasltimasdcadas,dapassagemdofordismo,comsuasplantas
produtivasenormes,paraaatualfragmentaodaindstria,numsistemaprodutivomais
complexo,maiscompacto,maiseficiente,maisprodutivo,emaiscompetitivo.
Fechamosassim,ofocodessapesquisaemASCIDADESCOMPACTASEOSPROJETOSURBANOS
CONTEMPORNEOS,uminventrioanalticodeestudosdecasoemvaziosurbanosemreas
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centrais.Essasreasforamselecionadas,porcausadacontradioemaumentaroespraiamento
urbano,que,almdeinvadirreasverdesdestinadassreservas,aumentamofluxode
deslocamentodaspessoasemercadorias,opondoseaodesenvolvimentourbanosustentvelj
citado.Paraabordarmosestascontradiesejustificativas,nosreferenciamossemprena
conceituaodacidadecompacta.Ouseja,visaseoestudodecasosdeProjetosUrbanos
Contemporneosquetematuadonosentidodefazeracidadecompacta2.
TEMAEOBJETO
Otemadessapesquisasoosprojetosurbanoscontemporneos,luzdeseuobjeto,a
metrpole,eseusvaziosurbanosemreascentrais.Abordaremosestetemaeobjeto,levando
sempreemconsideraocomobackgroundoconceitodascidadescompactas.
Fazsenecessrioento,umabuscaporestudosdecasos,paraficarexplcitootemaeoobjeto
queestamosdissertando.Vriosestudosdecasosforamanalisados,masapenastrsdeles
foramselecionadosparaestadissertao,poislevamfundamentalmenteemconsideraoo
conceitodecidadecompacta,dedesenvolvimentourbanosustentvel,emvaziosurbanos,eem
reascentrais.Soeles:
2estainvestigaoinseresenoGrupodePesquisaProjetosUrbanosContemporneosemVaziosUrbanos,lideradopeloProfDr.CarlosLeite.
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I 25 I
1MissionBay,emSoFrancisco,EstadosUnidos;
2CidadeMultimdia,emMontreal,Canad;
322@,emBarcelona,Espanha;
Tratasedeprojetosurbanosqueestoemevidnciaeemdesenvolvimento,masque
estoemelevadoestgiodeeficienterealizao3.
OBJETIVOSEJUSTIFICATIVA
Buscaseuminventrioanalticodosprojetosurbanoscontemporneos,emvaziosurbanosem
reascentrais,afimdeconstituirumabaseconceitualeanalticadessesprojetos,eassim,trazer
paraSoPauloumaporteconceitualqueajudenapromoododesenvolvimentodeprojetos
urbanosfuturos.SoPaulo,nossamaiormetrpole,precisaurgentementepromovertais
polticaspblicasereceberprojetosurbanosquepromovamasuaregeneraodereas
centrais.Aintenosistematizaruminventrioquepossaservirdeinstrumentocrticode
pesquisasabordagenspossveisparaasnossasdemandaslocais:projetoseestudaese
pesquisaapartirdaquiloquejfoiproduzido,atravsdeumaanlisecrtica.Podemedevem
servirdesubsdiosnossascarnciaslocais.
3Idem.
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I 26 I
METODOLOGIA
Inicialmente,buscouseaconceituaodostemasenvolvidos,atravsdadefiniodoquadro
terico,logoaps,aleituradosautoresenvolvidos,parafinalmente,avanarmosnaconstruo
eseleodeumquadroanalticodeprojetosurbanoscontemporneos,emvaziosurbanosem
reascentrais.Foramselecionadosapenascasosinternacionais,peloaportedosprojetos
realizados.Enfatizamosquenosepodeimportloscomomodelos,masservemcomo
referencialnaconstruodeumacrticaconstrutivaarespeito.
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I 27 I
2.CONCEITUAO
2.1 CIDADESESOCIEDADESINFORMACIONAIS
Aeconomiacapitalistapassaporumprocessoconstantede reestruturao,ondeocorrecada
vezmaisumahierarquizaodasestruturaseconmicasemcadapas,mostrandooaltopoder
deadaptaodocapitalismocontemporneo.
Pasese sociedadesque seadaptarama reestruturaocapitalista,mesmocomaltooubaixo
poder de desenvolvimento tecnolgico e informacional, se incorporaram economia global
(Castells,2005).Aaodestasrealidadesseexpressanacidadeenoseutecidourbano.
Caracterizadapelarevoluotecnolgica4,pelaformaodeumaeconomiaglobalepelo
surgimentodeumaformainformacionaldeproduoeconmicaegesto,estemomento
docapitalismoprovocaprofundasmodificaesnaestruturadascidades,condicionando
suadinmicadecrescimento.(CarlosLeite,2007pg.2)
4ConformeManuelCastells(2005),arevoluotecnolgicacompostaporumconjuntodetecnologias,comotecnologiadainformao,dacomunicao,gentica,eletrnica,informtica,nanotecnologia,entreoutras.Porm,aassociaoentrerevoluoindustrialerevoluoinformacionaldevesercautelosa,porcausadadisparidadedeavanonaproduodebenseriquezas,quearevoluoindustrialproporcionou,sendoesta,muitomaiordoqueaproporcionadapelarevoluoinformacional.
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I 28 I
Vimosassim,queasgrandescorporaeseempresasmultinacionais,visandolucratividade,com
modeobramaisbarata,somadosaincentivosfiscais,exportamaproduodeseusprodutos,
gerandoassim,filiaisestabelecidasforadeseupasdeorigem.Porm,soapenasfiliaisde
produo,masnodeconcentraodograndecapital,apenasgeramadministraoe
gerenciamentonolocaldaproduo.Noentanto,paraaadministraoegerenciamento,as
movimentaesfinanceirasinternacionais,aproduoetransportedemercadoria,asempresas
determinamlugaresestratgicosparaimplantaodassuasfiliais,comozonadeprocessamento
dasexportaes,centrosbancriosoffshore,cidadesglobais,portos,eenormesdistritos
industriais(Sassen,2001).
SegundoCastells(2005),naeconomiaatual,a
tecnologiaoprincipalfatorgeradorde
produtividade,inclusive,atecnologia
organizacionaleadegerenciamento.A
produtividadeestligadafontederiquezadas
sociedades.Todavia,agenteseconmicostrazem
aperspectivadequeaprodutividadenoum
objetivoemsi,assimcomoinvestimentosem
tecnologianosofeitosporcausadainovaoFigura2:Astrsmaioresrepresentaesfinanceirasnummapamundiinvertido,formandoyes.Fonte:fotodoautornaexposiodoescritrioOMAdeRemKoolhaas,noTateModern,emLondres
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I 29 I
Tabela1Rankingeclassificaoquantoaondicede
competitividadeentrenaes.
Fonte:Fiesp.
tecnolgica.Asempresaseasociedadenobuscamtecnologia
ouaumentodaprodutividadeporcausadodesenvolvimento
dahumanidade,masseenquadramsregrasdosistema
econmicovigente,quetrarsucessooufracassonasua
escolha.
...as empresas estaro motivadas no pela
produtividade,esimpelalucratividadeepeloaumento
dovalordesuasaes,paraosquaisaprodutividade
eatecnologiapodemsermeiosimportantes,mascom
certeza,no soosnicos.Eas instituiespolticas,
moldadas por um conselho maior de valores e
maximizaodacompetitividadedesuaseconomias5.
Alucratividadeeacompetitividadesoosverdadeiros
determinantes da inovao tecnolgica e do
crescimento da produtividade. (Castells, 2005 pg.
136).
5Conformeatabela1,oBrasilocupaa39colocao,poisestendiceestformuladocombasenarendapercapita(PIB),nodesenvolvimentohumano,taxadecrescimento,eoutrosfatoresqueconstituemoconceitodecompetitividadeentreasnaes.
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I 30 I
Fonte:Fiesp.
Masumfatorqueincidiubruscamente
nocapitalismoglobalnasltimas
dcadas,foioInvestimento
EstrangeiroDireto.OInvestimento
EstrangeiroDiretoacausade
mudanasradicaisemdiversas
sociedades,enassuasestruturas
econmicas.OIEDsecaracterizou,
quandooprocessodeexportaesde
mercadoriassetransformou,eos
pasescomearamaexportarcapital,
gerandoassim,instituiesfinanceiras
diferenciadas,refinadase
especializadasnumanovaformade
gerarcapitalnomercadofinanceiro
internacional(Sassen,2001).
Natabela2,vimososinvestimentos
estrangeirosemdiversossetores,e
Tabela2Distribuiosetorialdosinvestimentosestrangeirosdiretosrelativosaos
pasesdeorigensedestinosdestesinvestimentos,19702003.
Grupodepases
esetores
1970 1990 2003 1970 1990 2003
Bilhesdedlares Participao
(porcentagem)
A.OrigemdosfluxosdeIED
Pasesdesenvolvidos
Primrio 29 160 400 22,7 11,2 5,3
Secundrio 58 556 2117 45,2 38,7 27,9
Tercirio 41 720 5058 32,1 50,1 66,8
Total 129 1436 7575 100 100 100
B.DestinodosfluxosdeIED
Pasesdesenvolvidos
Primrio 12 94 428 16,2 9,1 6,5
Secundrio 44 439 2081 60,2 42,5 31,9
Tercirio 17 499 4015 23,6 48,4 61,5
Total 73 1032 6524 100 100 100
Pasesemdesenvolvimento
Primrio 46 144 21,9 7,1
Secundrio 102 779 48,6 38,3
Tercirio 62 1110* 29,5 54,6
Total 210 2033 100 100
Fonte:UNCTAD*Dentrodestesetor,emAtividadesdeNegcios,umaparteconsiderveldoinvestimentoestnaChina,oqualrespondepor60%daseconomiasemdesenvolvimentoe21%dototalmundial.
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comoaexportaodocapitalalternousenessessetores,masnadasecomparaaevoluodo
setortercirioentrepasesdesenvolvidosnasltimas3dcadas.
SegundodadosdaFundaoSistemaEstadualdeAnlisedeDadosSEADE(2003),soEstado
deSoPaulorepresenta31,8%doProdutoInternoBrutonacional(PIB),eainda,aRegio
MetropolitanadeSoPaulo,representa49,4%doestado.SesomarmosoPIBdas12cidadesdo
EstadodeSoPaulomaisbemcolocadasnorankingdaproduodoPIBnacional,teremos
17,14%domontantenacional,sendoquesacapitaldoEstado,respondepor9,44%detudo
queproduzidonopas.Issonosmostraumahierarquiaradiocntrica,umadistribuio
organizadaepolarizadadascidadesdentrodoEstado,demonstrandoqueacapitalagrande
representantenocenrioeconmicointernacional,conformemostraatabela3.Seusrecursos
somaioresdoquetodososoutrosestados
somados.
SegundoSassen(2001),oInvestimento
EstrangeiroDiretoexigedecidadesque
representamseupasnomercadofinanceiro
internacionaleglobalizado,umainfra
estruturadeserviosetelecomunicaes,
Tabela3EstoquedeIEDnoBrasil,participaoestrangeiratotal,
distribuioporatividadeeconmicaprincipal,base2000.
Setores U$em
bilhes
Estado
deS.P.
(U$bi)
%do
total
Primrio 2,4 1,4 58,3
Secundrio 34,7 23,3 67,1
Tercirio 65,9 43,3 65,7
Total 103,0 68,0 63,7
Fonte:BancoCentraldoBrasil
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I 32 I
caracterizandoassim,oquevriosautoreschamamdecidadeglobal6.
Porcausadadescentralizaoindustrial,achousequeascidadesficariamobsoletas,eque,com
acriaodetecnologiaquelevassecomandosde
operaesaqualquerlugardoplaneta,ascidades
grandesfaleceriam.Mas,umanovaestruturaode
controlecentralizadoeaexpansodas
telecomunicaesemlargaescalanascidades
centralizadas,trariamumadensificao,gerandouma
estruturainformacionaldensa,comgeraoda
economiadiversificadaeglobalizada(Sassen,2001).
Antes,ondecostumavahaverdoisprincipais
parceiroseconmicosempresasegovernos
federaishagoraumterceiro:acidadeglobal.
6Astransformaesnaeconomiamundialteriamconduzidoaumacrisedacentralidadeeconmicadasmetrpolesqueperderamo controle sobreasatividades industriais,porqueasempresasporelas responsveis, favorecidaspelo desenvolvimento das novas tecnologias de comunicao e informao, passaram a dispor de maiorflexibilidadeparaescolheros lugaresdemenorcustopara suas sedes.Se,porum lado,asmetrpolespareciamcaminharparaumfuturo incerto,poroutro,readquiriam importnciaestratgicacomo locaisdestinadosaosetortercirio,acompanhandoamudanadedireodaeconomiamundial.Nosetratava,portanto,daperdadesuacentralidade econmica, mas de sua resignificao no interior do sistema produtivo internacional (Carvalho,2000)."
Figura3:FotodesatlitedamanchaurbanadeSoPauloFonte:http://en.wikipedia.org
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I 33 I
Atecnologiadeinformao,quetornoupossvelaeconomiaglobal,criouintensasredes
decomunicaocentradasnacidade.Empresasqueoperamglobalmentedependemde
umainfraestruturadeservioserecursoshumanoscapacitados,existentesapenasnas
cidades.(Rogers,2001pg.161)
Apartirdoquadrodaeconomiamundial,Sassen(2001)definiuascidadesglobaiscomoos
lugaresmaispropciosaodesenvolvimentodeestruturaschavedasociedadeinformacional,
identificandoNovaIorque,LondreseTquiocomoseustrsprincipaisplos.Essasmetrpoles
cobrem,seminterrupo,todasaszonashorriasdeumdia,oquepermitequeomercado
financeiroestejasempreaberto.ParaSassen,soquatroasprincipaisdeterminantesque
definemascidadesglobais:empresasfinanceirasqueoperamnosmercadosglobais,
conseqentementepontosdecomandodaeconomiamundial;centrodeinovaodeproduo
tecnolgica;eenfim,ummercadoparatais
inovaes.
Acidadeglobalestnocentrodestanovaordem
econmicaeespacial,quepropeumanova
interaoentrepessoas,conhecimentoemeio
ambiente.Almdisso,ascidadesglobaisso
locaisdeimensaconcentraodopoderFigura4:AscidadescomopontosestratgicosFonte:http://www.businessinnovationinsider.com
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I 34 I
econmico.Osserviosfinanceirosproporcionamenormeslucros.Noinciode2000,conforme
informativodaBolsadeValoresdeSoPaulo,aBovespa,todasasoperaesnomercadode
rendavariveldopasseconcentraramapenasnaBovespa,quehojerealizadaexclusivamente
pormeiodeseusistemaeletrnico.AindasegundodadosdaBovespa,omercadodeaesno
Brasilmovimentoumaisde200bilhesdedlaresem20057.
Figura5:CabosdefibrapticasubmarinosemusoFonte:TeleGeographyResearch
7Noinciode2000,aBovesparespondiapor95%dasoperaesnomercadoderendavariveldopas,oqueculminou,nomesmoano,comaintegraodetodasasbolsasdevaloresdopas,passandoassim,aconcentrartodaanegociaodeaesapenasnaBovespa.
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I 35 I
SegundooBancoMundial,sabolsadeNovaYorkrespondepor2/3detodasasaesnorte
americanas,eabolsadeTquio,por90%dasaesjaponesas,oquenosmostraumaalta
concentraodemovimentaofinanceiranummercadointernacionalglobalizado.
Porm,segundooGaWC(GlobalizationandWorldCitiesStudyGroup&Network),umgrupode
estudosfundadosporPeterHall,SaskiaSasseneNigelThrift,SoPauloseenquadranum
segundoquadrodecidadesglobais.Elesdividemesserankingemtrsgruposprincipais:A
Alphaworldcities(Londres,NovaIorque,Paris,Tquio,Chicago,Frankfurt,HongKong,Los
Angeles,MiloeSingapura);BBetaworldcities(SoFrancisco,Sydney,Toronto,Zurich,
Bruxelas,Madri,CidadedoMxico,SoPaulo,MoscoweSeul);CGammaworldcities(outras
35cidades).
Eainda,Ferreira(2003),emsuatesededoutorado,afirmaqueacidadedeSoPaulopouco
correspondeessaimagemdecidadeglobal:Maisdoqueglobais,asdinmicasquedirigema
produodacidadedeSoPaulosoarepresentaodomaisarcaicopatrimonialismo.
Hcasosemqueimportamaisdemonstrarquedeterminadasmetrpolespossuemosatributos
necessriosaalcanarcondiodecidadeglobaldoqueanalisarsuasespecificidadeshistricas
quepoderiamataelasecontrapor.Aleituratotaldoconceitodecidadeglobalrevelasuas
diversasformase,emboraapropriedadedaanlisesejaespecificarcadaumadelas,asua
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I 36 I
compreensosserealizaquandotodassopercebidascomoexpressodeumnicoprocesso:
atransformaodasmetrpolesemcidadesglobais.
Figura6:Ascidadesglobais,segundooGaWCFonte:www.lboro.ac.uk/gawc/
Nessabuscapeloseulugarnomercadoglobal,ascidadespromoveramaimplementaode
polticaspblicaseurbanas,almdeprojetosurbanosbemdefinidos,nosvaziosurbanosem
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I 37 I
Figura7:SoPauloFonte:www.wikipedia.org
reascentrais,paraprepararestasreasparaainstalaodeempresasvoltadassnovas
economiasbaseadasempesquisas,emtecnologia,embiotecnologia,eoutros.Masparatanto,
vrioscritriosforamconsiderados,comoasquestesderegenaraourbana,reestruturao
produtivaeodesenvolvimentourbanosustentvel.
Essescritrios,querecolocamemdestaquecertascidadeseprincipiamarearticulaode
outras,foramcriadasemdeterminadoslugares,necessitandoummeiocultural,financeiroe
socialdiversododascidadesindustriais.Porm,ascidadesguardamseupapelfundamental,
poisformamdiversidade,atraemedispersamvaloresquenelassetransformam(Carvalho,
2000;Duarte,2002).
Nessemeiocultural,financeiroesocialdiverso,a
conscientizaoambientalfundamentalpara
constatarquenossomeioambienteum
patrimniofrgilelimitado,edestaforma,a
tecnologiadainformaotrazconsigoumnovo
conhecimentoqueestforandoacriaodeuma
sociedadeglobalumasociedadequereconheaa
necessidadedeserabsolutamentecuidadosano
tocantesconseqnciasambientaisesociaisde
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I 38 I
suasaes.
Anovatecnologiaestlibertandooaprendizadodasatividadesdeontemasfbricas,o
escritrio,auniversidadeeestosendosubstitudosporconexesflexveisligadasem
redesfontesdeinformao.Aspessoas,cadavezmais,iroutilizaroconhecimento
quandoquiseremenoapenasondeeleinstitucionalizado:aspessoasserocapazesde
conectararedemundialdecomputadoresecomunicarseemcasa,numcafouno
parque.Oaprendizado,amoradiaeotrabalhoirosesobreporcontinuamente.(Rogers,
2001pg.162)
Paraestassobreposiesacontecerem,asnovastecnologiasatuarocomorecursos
indispensveis.Arapidezeaescaladastransformaessofatoresimportantesnesta
discusso,poisatuamsobreosprocessosdereestruturaoprodutiva.
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I 39 I
Figura8:oterritriofragmentadodeSoPaulo.Foto:NelsonKonFonte:Leite,2002
Figura8:OterritriofragmentadodeSoPaulo.Foto:NelsonKonFonte:Leite,2002
2.2 REGENERAOURBANAEREESTRUTURAOPRODUTIVA
Regeneraourbanaumprocessoderecuperaodereasemtransformao,quepriorizaa
reestruturaoprodutiva.Umnovoconjuntodeaesqueprogramamnovasfunesao
territriodeteriorado,emumprocessochamadoderefuncionalizaourbana.
Osprocessosderegeneraourbanaeosnovosequipamentosurbanosoperamcomoagentes
transformadoresdametrpole,enquantoovaziourbanoserevelanoprocessodereorganizao
doterritriofragmentadoedesarticulado,
ilustrandoaimensadificuldadedospases
perifricosemresolverosproblemasespaciaisde
suasmetrpolessuperpopulosas(CarlosLeite,
2002).
Analisarodesenvolvimentourbanoapartirdo
processodereestruturaoprodutiva,contempla
asmudanasdemercadodetrabalhoea
redefiniodopapeldascidades.O
desenvolvimentodeprojetosderegenerao
urbanadecentroshistricos,oreaproveitamento
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I 40 I
Figura9:antigasreasindustriaisdeBarcelonaFonte:www.22barcelona.com
dosvaziosurbanoseodesenvolvimentodeinfraestruturas,soalgumasdascondies
contemporneasparaosurgimentodoconceitodeplanejamentoestratgico.
Porm,estratgiaseprojetosurbanosemvaziosurbanos,dosquaisabordamosnestetrabalho,
devemoperarnovasfuneseprogramasprodutivosdiferentemente,portanto,dos
programasderevitalizaodereascentraistradicionais,normalmentedeviscultural,turstico
ecenogrfico.Poroutrolado,noatualquadrode
competioglobaldascidades,osprogramasde
reestruturaoprodutivadevembuscaraliar
competitividadeeinovaoatravsdasvrias
oportunidadesgeradaspelosnovossistemasprodutivos.
Essesnovossistemasprodutivosestorelacionadosaum
intensomovimentodedesindustrializaonospases
centrais,tornandoasantigasreasindustriaisemreas
decadenteseaomesmotempo,emespaospotenciaispara
aimplantaodegrandescomplexosimobilirios
elaboradospararegenerarerecuperaressasreas.
Dentrodestanovadinmicaterritorial,estasimensasreas
emprocessodereestruturaoprodutiva,devemservirde
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I 41 I
Figura10:PotsdamerPlatzFonte:Powell,2000
subsdiofundamentalnaregeneraourbanadenossasmetrpoles.Osprojetosatuaisde
refuncionalizaodoterritrioapontamnovosparmetrosdeatuao:arefuncionalizaodo
espaodeterioradoaalternativaqueoprojetourbanocontemporneodeveoferecer.
Programasurbanosregeneradoresdoterritriodevocaoprodutiva:atividadesscio
econmicasespecficasparacadareaquedefatoimpulsionemoseucrescimentoatravsde
atividades,funeseprogramasclaros.
Nopodemosconfundiraqui,aperdadaprodutividadeeconmicacomadescaracterizaode
umarea.ProjetoseprogramasjrealizadosnaEuropamostramaimportnciadasantigas
reasprodutivasaobuscarnovospapis,novasfunesenovosprogramasprodutivos,masque
conservamsuacaractersticafundamental,sua
vocaoprodutiva.Nessecontexto,a
regeneraourbanadeveestarenvolvidanum
processodedesenvolvimentobalanceado,
ondeprojetospilotosdevematraire
estabelecernovosusosenovosprogramas
produtivos.
Emboracadarearequerumaestratgiaeum
programaderegeneraoprpria,os
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I 42 I
Figura11:LondonDocklandsDevelopmentCorporation,primeiroprogramaderegeneraourbanaemvaziosurbanosdoReinoUnido,criadoem1981,quegerougrandegentrificao.Fonte:www.dockland.co.uk
princpiosgeraisdevembuscarcombinar:umavisocompartilhada;promoverresultadosomais
rpidopossvel;responderaumademandapotencial;buscarobjetivossociaiseambientaisque
beneficiamasnecessidadescomerciaisedeinvestimento;capitalhumanoparanovasatividades;
sensodeparceriaecooperativismoentreinteressespblicoseprivados.
Noentanto,existemaindaalgumaspreocupaes.Primeiro,oproblemadaespeculao
imobiliria,quepodetrazergentrificao8.
Segundo,oproblemadospacotesde
financiamentosparaostiposdeprojetos
complexosquesonecessrios,equepodem
levaranosparaseremrealizados.Eainda,a
descontinuidadepoltica,queemlongos
contratosdegerenciamento,principalmenteem
parceriaspblicoprivado,podemsofrer
alteraesemseusmecanismos,advindade
possvelalteraodasprioridadespolticas.
8Derivadodotermogentrification,agentrificaoumprocessodeenobrecimentodeumadeterminadarea,ondeocorreaexpulsodemoradores,quandoavalorizaodeumareadegradadaanteriormente,formaumaespeculao,tornandoocustodevidaeopreodosaluguisinviveisaospadresdosmoradoresoriginais,forandosuamudanaparareasmaisdistantesouigualmentedegradadas.
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I 43 I
Figura12:ClusterurbanoemBarcelona.Fonte:www.22barcelona.com
Recentementeestudado,umadasferramentaseficientescontemporneasparaaregenerao
urbanaatravsdeprogramasurbanosregeneradores,oclusterurbano.Responsvelpor
transformaesnoespaourbanoreutilizado,oclusterurbanoseapresentacomoum
instrumentodedesenvolvimentolocaleumindutordeprocessosinovativosaliadosnovas
demandasindustriaiseaosnovosservios
tecnolgicos.Oterritriosereorganiza,atuando
comnovasfunesedemandas.
Nosclustersdealtatecnologia,ambientescom
altaconcentraodepessoascriativascrescem
maisrapidamenteeatraemmaispessoasde
talento.Asmetrpolessediferenciam,pois
algumascontmmaiornmerodepessoasde
talentodoqueoutras.OtrabalhodeRichard
Floridaemsistematizarumrankingdascidades
criativas,demonstrouquetalento,tolernciae
diversidadesoosingredientesindissociveisno
crescimentodestasmetrpolesquelideramesse
ranking(CarlosLeite,2005).
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I 44 I
Figura13:ClusterurbanoemSoFrancisco.Fonte:www.sfgov.org
Ocapitalhumanoachaveparaodesenvolvimentoeconmicolocaldestanovaeconomia:
empresasepesquisasinovadorasedealtatecnologia.Idiascriativassoomaioringrediente
nasempresasligadasaessetipodeeconomiaquepredominarnestesculo.Nestanova
economiabaseadanoconhecimento,estaremambientecriativofundamental.
JamiesSimmie(2001)corelacionadensidadeeinovao,espaosinovativoseospadresda
indstriadealtatecnologia,mostrandoquedensidade,diversidadeeconhecimento,so
aspectosinseparveisno
processodecriaodeum
ambienteinovadorecriativo.
Anovageografiaindustrial
temmostradoalgumas
hiptesesinteressantespara
explicarasrazespelosquais
novaseconomias
aglomerativasafetam
diretamenteasescolhasde
suasinstalaespelas
empresasinovativas.Isto
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I 45 I
estassociadoaumcooperativismoecompetitivismoentreasempresas,emumambienteque
permitetrocarexperincias,fundamentadasempesquisas.Paratanto,unirespacialmentereas
deestudo,trabalhoemoradia,essencialparaentenderasinovaescomoumprocesso
econmicoesocial,eparaacriaodeumambienteprsperoeinovador.
Nosprximoscaptulos,veremosquediversidade,tolernciaeambienteinovador,so
ingredientesfundamentaisparaocrescimentoeconmico,eparaodesenvolvimentourbano
sustentvel.
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I 46 I
Figura14:CrescimentopopulacionalmundialnasreasurbanasFonte:UrbanAge,emwww.urbanage.net
2.3ACIDADECOMPACTAEODESENVOLVIMENTOURBANOSUSTENTVEL
Ascidades,comosoconcebidasatualmenterepresentamumaenormeameaaprpria
sobrevivnciadahumanidadeasreasurbanasgeram75%dapoluio,eoimpulsoao
crescimentourbanoultrapassamoslimitesconsideradospelasinstituiesdeproteoaomeio
ambiente.
Emapenasumsculo,apopulaomundial
quadriplicou.Ofuturodacivilizaoser
determinadopelascidadesedentrodascidades.
Ofuturodascidadesofuturodoplaneta.Desta
forma,ovolumederecursosconsumidose
poluiogeradaaumentarosubstancialmente.
Porm,pelomenosmetadedestapopulao
urbanaemcrescimentoestarmorandoem
favelassemasmnimascondiesde
salubridade.Enospasesdesenvolvidos,a
migraodaspessoaseatividadesdoscentros
urbanostradicionaisparaosonhadomundodos
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I 47 I
Figura15e16:Oespraiamentourbanoamericano.CidadedeMiami.Fonte:www.transitmiami.com
bairrosresidenciaisdistanteslevaramaumenorme
desenvolvimentodossubrbios,construodeestradas,
aumentosubstancialdousodeautomveis,
congestionamentoepoluiodoar.
Ascidadessoantesdetudo,olugardeencontrodaspessoas.Noentanto,umagrandeparceladosespaospblicosdacidade,incluindoquaseatotalidadedasruasepraas,agoradominadapelosveculosautomotivos:solugarespensadosparaatendersnecessidadesdotrnsito.(Rogers,2001pg.126)
Odeslocamentodoscentrosurbanostevesuaorigemno
modelodecidadejardimingls,lideradoporEbenezer
Howard,queem1898produziuolivroTomorrow:A
PeacefulPathtoRealReform,produzindozonasdeusoe
baixasdensidades,vistocomoarespostaparaosproblemas
dapoca,desdeatuberculoseatospreconceitosraciais.
Hoje,essedeslocamentodoscentrosurbanosparabairros
residenciaisafastadosgeramapobrezacrescentenarea
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I 48 I
Figura17:ApoluioatmosfricaemSoPaulomataindiretamenteoitopessoaspordia,ereduzemdoisanosaexpectativadevidadoshabitantes.Fonte:NcleodeEstudosparaoMeioAmbientedaUSP
urbanacentral,porcausadaprocuraporseguranaprivada,pelotransporteindividualea
proliferaodeespaosmonofuncionais.
Omodeloamericanodeespraiamentourbanopassoudolimitedecentrourbanoesubrbio,
paracentrourbano,subrbioeexrbio(subrbiodosubrbio),exponenciandoaconurbao,e
trazendotrgicosdesastresambientais,almdoaumentosubstancialdeemissodeCOpelos
automveis,poisostransportespblicosdemassasopoucopromovidos.
Acadahora,20hectaresdeterrenocultivvelsesubmetemaodesenvolvimentoimobilirio
desenfreado.Entre1970e1990,apopulaodareametropolitanadeChicagocresceu4%,
enquantoqueoterrenoedificvelaumentou
46%9
Ascomunidadesdevemseorganizarcomusos
mistosquedevamseragrupadosemtornode
ncleosdetransportepblicodemassa,coma
comunidadeplanejadaemtornodedistncias
capazesdeseremvencidasapoudebicicleta.
9 conf. Kw inter e F abricius, em M utations (2001)
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I 49 I
Figura18:SistemadebicicletaspblicasemBarcelona,quevisaametadedespoluiodacidadeFonte:doautor,emvisitafeitaemjulhode2007
Umfatorclaroquetemmudadosignificamenteoprocessodedesenvolvimentodacidade,a
acessibilidadeaotransporte.Aexpansodarededetransportepblicoiniciouumprocessode
dispersoeexpansonascidades,desuadensidadeeusosmistostradicionais,parao
desenvolvimentodesubrbiosprovidosdasestaesdetransportespblicos.Opreobaixodas
terrasemsubrbios,oexpansivousodocarrocomomeiodetransporteindividual,ea
construomassivaderodovias,fizeramcomqueoscentrosdascidadesficassemmaisdistantes
aindadeseussubrbios,Essesfatoressoosresponsveispelograndeincrementode
congestionamentos,barulho,poluioepobrezaambiental,econtribuemparaesseprocesso
dedescentralizao.
Hoje,odesenvolvimentourbanosustentvelobjetiva,alongoprazo,acriaodeumaestrutura
flexvelparaumacomunidadeforte,dentrode
umambientesaudvelelimpo.Quando
propiciamosocontatoolhoaolho,propiciamos
tambmummomentosaudveldeconvvio,com
maisrotasparacaminhadaseciclovias,reduzindo
ousodosautomveis,ediminuindoapoluio
gerada.Paraacriaodessacomunidade,fazse
necessriotrazerdevoltaosmoradoresao
centrodacidade,poisestefatoressencialpara
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I 50 I
Figura19:LaRambla,emBarcelona,modelodeespaopblicomultifuncionalqueproporcionaariquezadoencontro,doinesperado.Fonte:doautor,emvisitafeitaemjulhode2007
umplanejamentosustentvel.
Oencontrodasfunessociaisdoscidados(moradia,trabalhoelazer)deveserexpressona
condiourbanaqueocentropropicia.Osusosmistoseasdensidadestradicionaisdoscentros
urbanosdevemtrazerdevoltaavivnciaquefoiperdidaapsaimplementaodousodocarro
comotransporteindividual,eque,emalgumassociedades,ondeessamentalidadepobreto
exacerbada,queocarroacabasetransformandoemstatussocial,parademonstraodopoder
decompradecadaindivduo,mostrandoclaramente,afaltadecidadaniaedoespritode
coletividadenecessriosparaseviveremcomunidade.
Acomposiodeatividadessobrepostas,permite
maiorconvivnciaereduzasnecessidadesde
deslocamentosemautomveis,reduzindo
drasticamenteaenergiautilizadapara
transporte,reduzindotambmo
congestionamentoemelhorandoaqualidadedo
ar,fatoqueestimulaocidadoacaminharou
andardebicicletaemsubstituioaocarro.
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I 51 I
Figura20:usosmistoscompactoscriamnsdereduodejornadas,ecriamvizinhanasmaisatraentesesustentveis.Fonte:Rogers,2001
Ascidadesgarantemestruturafsicaparaoportunidadesdeempregoeriqueza,almde
habitaodequalidadeparaaformaodeumacomunidadeurbana.Odomniopbliconas
cidadestemsidonegligenciadoaoscidados.Ascidadescrescerametransformaramseem
estruturastocomplexasedifceisdeadministrar,quequasenonoslembramosqueelas
existiamemprimeirolugar,eacimadetudo,parasatisfazerasnecessidadeshumanasesociais
dascomunidades.Ascidadesforamoriginalmentecriadasparacelebraroquetemosem
comum.Agora,soprojetadasparamanternosafastadosunsdosoutros.
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I 52 I
Figura21:FotoexpostanoTateModern:SoPauloemSizeandDiversity.ContrasteentreParaispoliseMorumbi.SoPauloFonte:TucaVieira.FolhaImagem
Ascidadesestodestruindooequilbrioecolgicodoplanetaporquenossospadresde
comportamentoeconmicoesocialsoascausasprincipaisdoseudesenvolvimento,
acarretandodesequilbrioambiental.
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I 53 I
Figura22:SerradaCantareira,emSoPaulo.readeproteoambientalenvadidapeloespraiamentourbano.Fonte: Leite,2002
Nessesentido,umacidademaisdensaepoucoespraiadaevitariaainvasodasreasrurais,ou,
comonocasodeSoPaulopioraindaanoinvasodasreservasambientais.Istotraz
benefciosecolgicosmaiores.Atravsdeumplanejamentointegrado,ascidadespodemser
pensadastendoemvistaumaumentodesuaeficinciaenergtica,menorconsumoderecursos,
menornveldepoluio.Umacidadedensaesocialmentediversificadaondeasatividades
econmicasesociaissesobreponhameondeascomunidadessejamconcentradasemtornodas
unidadesdevizinhana(Rogers,2001)
Podemosimaginaracidadeocupandomenosseuentorno,densificandoseucentro.Podemos
compararaocupaoqueacidadedeSoPauloteria,sesuadensidadefossecomparadaa
outroscentrosurbanos,ououtrasdensidadesde
seusprpriosbairros.
AregiometropolitanadeSoPaulopossuihoje
20milhesdehabitantes,numareade
8.500km2,eumadensidadede23,5hab/haa
25cidademaisdensadomundo,porm,a2
maispopulosa10.Seaplicssemosadensidade
10 conf. C ity M ayors em w ww .citym ayors.com
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I 54 I
mdiadaFavelaParaispolis(1000hab/ha11),todaessapopulaoocupariaapenasestamancha
quadradamaisclara(figura23),quepossui15kmemcadalado,eocupariaapenasessafaixado
centroexpandidodacidade.
Figura23e24:amanchacentralmarcaaprojeoqueapopulaodametrpoleinteiraocupariaseadensidadefosseigualadaFavelaParaispolis,queatingeemalgunspontos1.000hab/ha.Fonte:doautor,emtrabalhoapresentadonoMackenzie
Claro,queestadensidadeestarialongedeseradotadaeaceita,mastratasedeumasimulao
paravisualizarmosessasdensidadesqueestamosnosreferindo.Esteconceito,difere
radicalmentedoatualmodelourbanodominante,aqueledosEstadosUnidos:umacidade
divididaemzonasporfunes,comreasdeescritrioscentrais,shoppingcentersereasde 11 conf. estudo realizado pela Sehab / D iagonal U rbana (2002)
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I 55 I
Figura25:FotoexpostanoTateModern.SoPauloemSizeandDiversity.Copan,emSoPaulo.Fonte:MontagemdeAndreasGursky.Disponvelemwww.tate.org.uk
lazerforadacidade,bairrosresidenciaisdistanteseviasexpressas.Topoderosaestaimagem
etointensasasforasquemotivaramsuacriao(estabelecidaspeloscritrioscomerciaisde
mercado),queospasesmenosdesenvolvidosestoaindafocadosemumatrajetriaquej
fracassounospasesdesenvolvidos.
Seomodelodecidadecompactaesobrepostaincluiacomplexidade,omodelodedivisopor
zonasarejeita,reduzindoacidadeadivisessimplistasepacoteseconmicoseadministrativos
facilmentemanejveis.Os
edifciosurbanos,nosquais
encontramosconsultrios,
residncias,escritriose
lojas,dovitalidadesruase
reduzemanecessidadedo
indivduosairdecarropara
satisfazersuasnecessidades
cotidianas.Umbomexemplo
dessetipodeedifcio,o
Copan,emSoPaulo.
-
I 56 I
ProjetadoporOscarNiemeyerem1951,oedifciofoiconcludoem1966,eamaiorestrutura
deconcretoarmadodopas.Oprdiotem115metrosdealtura,120milmetrosquadradosde
reaconstruda,1.160apartamentosquevariamde26a350metrosquadradosecercadecinco
milmoradoresdistribudosemseisblocos.Notrreodistribuemsecercade70lojas,sendo
algumasdelas:igreja(antigocinema),alfaiate,fastfoodchins,restaurantes,lavanderia,
lanchonetes,lojasderoupaeacessriosdemoda,cabeleireiros,imobiliria,relojoaria,cafs,
vdeolocadora,telefonespblicos,doceria,agnciadeturismo,papelariaedespachante.Esse
usomisto,permiteaosmoradoresaaquisiodesuasnecessidadesnoprprioprdio.Neste
sentido,oedifcioumexemplodecidadesustentvel,poissetratadeumacidadedentrode
outracidade.
Porm,oconceitodecidadesustentvelreconhecequeacidadeprecisaatenderaosnossos
objetivossociais,ambientais,polticoseculturais,bemcomoaosobjetivoseconmicosefsicos.
umorganismodinmicotocomplexoquantoprpriasociedadeesuficientementegilpara
reagirrapidamentessuasmudanas.
Paraampliaresseconceito,recorreremosaosprojetosurbanoscontemporneos,queatuamnos
vaziosurbanosemreascentrais.
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I 57 I
Figura26:Docklandsantesdoprocessoderegeneraourbana,em1982.Fonte:www.lddchistory.org.uk
3.PROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS:CONTEXTUALIZAO
3.1 VAZIOSURBANOSEMREASCENTRAIS
Entreasdiferentesdimensesdacriseurbanaprovocadapeloprocessoglobaldereestruturao
econmicaquesetemidentificadoaolongodosltimos25anos,destacaseosurgimentode
grandesreasociosasousubutilizadas,particularmentenascidadesesetoresurbanos,cujo
crescimentohaviaseamparadonaindstriadetransformao.Naltimadcadaemergiramas
metrpolespsindustriaise,comelas,asoportunidadesedesafiosoferecidasaosnovos
projetosurbanosenquantoinstrumentode
regeneraoterritorialdasreasprodutivas
deterioradasouemtransformao.
Terrenosbaldiosegalpesdesocupadosjunto
aosantigoseixosindustriais,antigasreas
produtivas,hojeinoperantes.Amaiorparte
dessasgrandesreasabandonadas,geralmente
estlocalizadaaolongodasprincipaisviasde
transporte,aolongoderios,canaisejuntoao
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I 58 I
Figura27:VaziosurbanosnobairroPlobenou,emBarcelona.reascentraisdesutilizadascomgrandesexpectativasdetransformao.Fonte:www.22barcelona.com
mar.Odeclnioindustrialgerouoesvaziamentodereasurbanasinteiras,transformaesque
osterritriosmetropolitanosvmsofrendoaopassar
decidadeindustrialparapsindustrialedeservios,
abandonandoimensasreasdeatividades
produtivas.
Oterritriometropolitanotornousedepositriode
enormestransformaesaomesmotempoemqueo
abandonoedesperdciourbanostornaramse
evidentes:zonasindustriaissubtilizadas,armaznse
depsitosindustriaisdesocupados,edifcioscentrais
abandonados,corredoreseptiosferrovirios
desativados,oschamadosvaziosurbanos12.
12Adefiniodesseespaoresidualemsuaorigemfrancesa,terrainvague,estsobumcontextocultural:umarea
semlimitesclaros,semusoatual,vaga,emvacncia,dedifcilcompreensonapercepocoletivadoscidados,
constituindonormalmenteumrompimentonatramaurbana.Mastambmumareadisponvel,cheiade
expectativas,defortememriaurbana,compotencialoriginal:oespaodopossvel,dofuturo.(SOLMORALES,
2002pag.186)
-
I 59 I
Figura28:VaziosurbanosemMontreal.reascentraisdesutilizadascomgrandesexpectativasdetransformao.Fonte:www.citemultimedia.com
Amaiorpartedascidadessofreramumagudoprocessodediminuiodafuno
industrialnosltimos20anos,deixandograndesreasabandonadas,geralmente
localizadasaolongodasprincipaisviasdetransporte,aolongoderios,canaisejuntoao
mar.Noimportaacausaquelevoudecadnciadessasreas,seguerraouperdada
funoindustrial,taisreasaseremrecuperadassoumaimportanteoportunidadepara
melhorarograudesustentabilidadedascidades.(ROGERS,2001pg.56)
Cadacidadetemsuahistria,
seuspontosdereferncia.Locais
quepertencemmemriada
cidadeequesopontos
fundamentaisdaidentidade,do
sentimentodepertencerauma
cidade.Quandoumaindstriade
porteabandonaoseustio
original,oestragocausadona
reagigantesco.Ultrapassa,em
muito,ojgrandevaziodeixado
noseuterritrioindustrial
-
I 60 I
desativado.Mascomojnomaispossvelrecuperaressasreasereviverasantigas
atividades,temosqueencontrarnovosusos,novasatividadesquetragamvidaaessarea.
Assimcomoosdemaisrecursos,osambientesexistentesnopodemdeixardeserrecicladoe
transformado.maisinteligenteatransformaodosespaosexistentesesubutilizadosdoque
asuanegaoesubstituio.
Muitosdosgrandesproblemasurbanosocorremporfaltadecontinuidade.Ovaziodeuma
regiosematividadeousemmoradiapodesesomaraovaziodosterrenosbaldios.Asreas
residuaismetropolitanasdevemsuportarosnovosprojetosurbanosearticularasnovas
territorialidades.Ovaziourbanoeoterrenovagocomoinstrumentopotencialparaaconstruo
donovoespaopblico.
Asreasresiduaissotambmapresenavivadeumpotencialimenso.Dareconstruo,
renovao,revitalizao,mudana.Aconstruodonovoterritrio.Danovavida
coletiva.Danovametrpolequeestespreita.Acrisetrazaangstiadaausnciaclara
dousoatual,mastambmaesperanadealgonovo,indeterminadoepromissor.(Carlos
Leite,2002pg.113)
Noatualquadrodecompetitividadeentreascidades,somadoscriseambientaltodivulgada,
fazsenecessriooreaproveitamentodessasreasabandonadas,espaosurbanoscom
potencialidade,preparadosparareceberaimplantaodeprojetosurbanosquecontemplem
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I 61 I
Figura29:VaziosurbanosemParis(1989).reascentraisdesutilizadascomgrandesexpectativasdetransformao.Fonte:www.cabe.org
suaregeneraourbana,esuareestruturaoprodutiva.Taisprojetossocasosdesucessoem
diversascidades.
Nessanovaanlisedodesenvolvimentourbano,apartirdoprocessodereestruturao
produtivaemvaziosurbanosemreascentrais,devemoscontemplararedefiniodopapeldas
cidadesnummercadoglobalizadoecompetitivo,ondeasnovasformasdeplanejamentoede
gestourbanos,atendemosquesitosconceituaisdeumanovaordem,daimplantaodenovas
formasdeproduodocapital,doconhecimento,edasnovastecnologias.Espaosurbanosque
perderamboapartedesuas
funesprodutivas,se
reconverteramembairros
especializadosnasindstrias
baseadasnasnovastecnologiasda
informaoecomunicao,
biotecnologia,nanotecnologia,e
outrasdemandasdessemercado
que,sodiretamente
impulsionadosaumanovaforma
deproduo.Aprodutividadede
-
I 62 I
ummercadoinovadorecriativo,atreladopesquisa,comcooperaoecompetitividadeentre
empresaseinstituiesdeensinoepesquisa.
Vaziosurbanoseterrenosvagos,regeneraourbanaereestruturaoprodutiva,mercado
inovativoeinformacional,trabalhoepesquisa,ambientecriativoesustentvel.Ingredientesna
expectativadeumanovaformadeplanejamento,quetemconseguidosuaefetividadeatravs
dasagnciasdedesenvolvimentourbano.
-
I 63 I
Figura30:Docklandsemtransformao.Fonte:www.lddchistory.org.uk
3.2 OPAPELDASAGNCIASDEDESENVOLVIMENTOURBANO
EmLondres,quandoasreascentraisjsofriamcomamigraodapopulaoparaosbairros
jardins(emtornodosanos60),ogovernobritnicoiniciouoUrbanProgramme,porm,focado
somentenosproblemassociais.Nosanos70,esseprogramaganhounfaseeconmica,e
culminoucomoInnerUrbanAreasAct,em1978.Emsetembrode1979,foipropostao
estabelecimentodasagnciasdedesenvolvimentourbano(UrbanDevelopmentCorporations),
emumarevisodaspolticaspblicas,pararegeneraoerenovaourbanadereas
degradadas,sendoaprimeiradelasasercriada,aLondonDocklandsDevelopmentCorporation.
Nosanosposteriores,dezenasdeagnciasforam
criadaspeloReinoUnido.
Porm,essemodelodeagnciade
desenvolvimentoestimulouumempreendimento
queatendeuapenasdemandademercado,eo
resultadofoiumaabundnciadeespaospara
escritrios,umamisturaacidentalde
desenvolvimentocomercial,unindogruposde
escritrioscomgruposdehabitaes.um
-
I 64 I
Figura31:DiscussosobreosplanosurbansticosparaMissionBay.Fonte:www.sfgov.org
empreendimentoinsustentvel,semqualidadecvicaefetivaoubenefcioscomunsduradouros.
Odinheiroqueogovernogastouindiretamenteparaencorajaresteempreendimento
transformouoemumcarssimofiascoparaocontribuinte,quesubsidiougrandesnegcios,mas
notevevozemrelaoformadegastaraqueledinheiro.Ogovernogarantiagrandesisenes
deimpostoseaindapagavaoscustosdeinfraestrutura.Emvezdeumnovobairrovibrantee
humano,queassumiriaseulugarnaestruturametropolitana,eenriqueceriaascomunidades
maispobresemseuentorno,oslondrinosganharamumcaosdeedifcioscomerciaiseacidade
bancouumadasmaisespetacularesfalnciasdadcadade1990(Berry,1995;Copans,2001;
Rogers,2001).
Destaforma,aagnciaficousujeitauma
considervelcontrovrsia.Emboraa
agnciasejadiretamenteresponsvele
representantepblicapeloprograma,ela
nolevouemconsideraoascondies
sociaiseeconmicasdaspessoasque
viviamnarea,tornandoseumprocesso
semdemocracia,ecompoderesde
iniciativasdeimposionalocalidade,sem
-
I 65 I
Figura32:Prdioondeficainstaladaaagncia22@emBarcelona.Oedifciofazpartedoprojetodetransformaodobairro.Fonte:doautor,emvisitafeitaemjulhode2007
participaoesemconsultapblicas.Apsessaexperincia,osplanejamentosestratgicos
iniciaramumtrabalhodeinseropopular,desdeosdebatessobreopapeldasagnciasedos
projetosaseremimplementadosatosoramentosparticipativos,democratizandooprocesso,
ebuscandoumaparceriacomosetorprivado,poisoscustoselevadosdeinstalaodenovas
infraestruturasnopoderiamserpagossomentecomisenesdetaxaseincentivosfiscais.
Oscorrentesprojetosdeparceriapblicoprivadoinseriramseemumclimadealtaexpectativa
enumconsensosobreanecessidadeparaumdesenvolvimentourbanodealtaqualidade.
Acordosdecooperaoeaparticipaomtuasofatoresimportantesnaformaodeuma
parceriapblicoprivado,porm,a
trocadeconhecimento,abuscapor
novaspossibilidades,eacimade
tudo,clarezasobreascapacidadese
restriesdecadaparte,so
ingredientesvitais.
Asagnciasdedesenvolvimento
urbanoatuamcomoferramentas
importantesnessaparceriaentreo
governoeaindstria,eque,
-
I 66 I
Figura33:CampusdebiotenologiadaUniversidadedaCalifornia,emMissionBay,SoFrancisco.queimpulsionouainstalaodeempresasdosetor,prximoaocampus,interessadasnoscontratosdecooperativismo,pesquisaeparceria.Fonte:www.sfgov.org
somadosaosistemadeplanejamentoparticipativo,estabelecemumainstituioonde
diferentesinteressesenvolvidossatisfazemtodasaspartes.Ariquezadoconhecimentoedas
idiascontidasnoconceitodecidadaniaachavepararesolverosproblemasurbanos.O
aproveitamentodestariquezanosimpulsionaosurbanistasavisitaremidiasantes
impensveis,masatendeaoobjetivoessencialdegarantiraoscidadosquesuasidiase
conhecimentoconstituamparteintegraldasoluo.Nestesentido,deixandodeladoaretrica
daideologiapoltica,arealizaodedesenvolvimentopromovidopelasagnciasde
desenvolvimentorefletemosucessodaparceriapblicoprivadonarenovaoenaregenerao
doscentrosurbanos.(Berry,
1995;Rogers,2001)
Vimosagora,aimportnciados
projetosurbanos,todiscutido
entreurbanistas,masquecom
aatualcriseambientaleo
desperdciodereasurbanas
centrais,tornouseferramenta
essencialnumadiscussomais
ampla,comaparticipaoe
-
I 67 I
Figura34:CampusdaUniversidadedeBarcelonaemumedifcioindustrialreconvertido,nobairroPoblenou,emBarcelona.Fonte:doautor,emvisitafeitaemjulhode2007
envolvimentodosdemaisfatoresqueformamumconjuntodeaes.Projetosurbanosque
envolvamasobreposiodeatividades,integrandomoradia,trabalho,pesquisa,mobilidade,em
umambienteprspero,criativo,inovador,
participativo.
Nessecontexto,asagnciasde
desenvolvimentourbanotrabalhamcomo
conciliadoras,poisdevematenderinteresses
diversos,comoosinteressespblicos
(planejamentoestratgico,planosdiretores
eparticipaodosatoressociaisenvolvidos)
eosinteressesprivados(espaoprodutivo
inovativo,qualidadedevidaparaos
funcionrios,ambientedecooperaoe
competitividadeentrecamposdepesquisa,
estudoeproduo).
Oresultadodestasimplementaes,
caracterizadoporplanejamentoestratgico
eacriaodeumaagnciade
-
I 68 I
desenvolvimentoconciliadora,ficaexplcitonosinteressesdasempresaseminstalarfiliaise
unidadesprodutivasedepesquisa,nessasreasondesedesenvolvemtaisprocessosinovativos,
enosinteressesdaspessoasemestaremtaisambientescomsobreposiodediversas
atividades.
Pesquisasfeitascomas500maioresempresasdaEuropa,desde1990,revelamosinteressesde
investimentosnascidadeseuropias.ACushman&WakefieldGlobalRealStateSolutions13foi
contratadaparaesseestudo,paraqueas
empresasconseguissemenxergarseus
interessesemcomum.Poressetrabalho,
conseguimosvercomoascidadeseuropiasse
empenhamparaconquistarumaboaimagem
parainvestidores.
Paracomporessetrabalho,asempresasforam
questionadassobrecidadeseuropiasquanto
a:disponibilidadedeequipequalificada;
facilidadedeacessoamercado,clientese
consumidores;qualidadeem
13 d isponvel em w ww .cushm anwakefield.com
Tabela4 Melhorescidadeseuropiasparaexpansodenegcioseinvestimentos.Fonte:www.cushmanwakefield.com
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I 69 I
telecomunicaes;transportesqueligamaoutrascidadesinternacionais;custodeequipe;
lnguasfaladas;qualidadedevidadosempregados;disponibilidadedeespao;facilidadede
acessodentrodacidade;poluio;climagovernamentalcriadoparaasempresasporpolticasde
impostoseincentivosfiscais.
Natabela4vimoscomoosinteressesdeinvestimentosdasempresassealteraramnosltimos
anos.DestaqueparacidadescomoBarcelona,MadrieBerlinqueavanaramemuitoneste
ranking.Essatabelaqualificaascidadeseuropias
comasomatriadaspontuaesdasdemais
tabelas.
Natabela5,asempresasforamquestionadas
quantoimagemquecadaempresatemdas
cidadeseuropias,equaiscidadesqueoferecem
melhorqualidadedevidaparaseusempregados.
DestaqueparaBarcelonaeGenova,que
receberamvultososinvestimentosemprogramas
deregeneraourbanaereestruturaoprodutiva
emseusvaziosurbanoseportos. Tabela5 Melhorescidadeseuropiasemtermosdequalidadedevidaparaempregados.Fonte:www.cushmanwakefield.com
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I 70 I
Natabela6,asempresasforamquestionadasquantoaosinvestimentosemexpansoforada
Europa.ShanghaieBeijingsedestacamcomolderesdesseranking,quepodeserexplicadopela
grandeexpansodemercadodeproduoqueaChinavemdesenvolvendoaolongodosltimos
anos.Mascidadesdepasesemdesenvolvimento,comoSoPauloeCidadedoMxicoj
aparecemfrentedepasesdesenvolvidos,mostrandoointeresseemempresasemexportar
suaproduoparaessespases.
Essasinformaesnosmostramcomoascidades
europiasestosediferenciandonummercado
cadavezmaisglobalizadoecompetitivo,enos
mostracomoascidadesbuscamumaimagem
acolhedoraparaosinvestimentosparaexpanso
dasempresas.
Nessecontexto,vimosaimportnciadeum
planejamentoestratgicocomacriaodeuma
agnciadedesenvolvimentoparaqueosanseios
destasempresaseminvestireexpandirsuarede
deproduoeatendimento,vaideencontroaos
anseiosdedesenvolvimentourbanodeumaTabela6 Rankingdecidadesnoeuropiasondeasempresasinvestiriam.Fonte:www.cushmanwakefield.com
-
I 71 I
determinadarea,afimdegerarjuntos,umambienteinovativo,criativoeprsperopara
pesquisaeprodutividade.
Nogrfico1,asempresasforamquestionadasquantoimagemqueascidadeseuropias
transmitemquantoaosinvestimentosqueelasfazememsimesmasparaseuprprio
desenvolvimento.
Devemosbuscarento,experincias
internacionaisquesocasosdesucesso,
construindoparatanto,uminventrioanaltico
dessasagnciasdedesenvolvimentourbanoque
criaramprojetosurbanosefizeramcomque
grandesreascentraisobsoletasse
transformassemempotenciaisplosde
investimento.Expansoprodutivadessesnovos
mercadosinovativos,queestoatreladosao
cooperativismoecompetitividadeexistentena
trocadeexperinciasepesquisaentreempresas
einstituiesdeensinoepesquisa. Grfico1 Cidades europiasquemaisinvestememsimesmas.Fonte:www.cushmanwakefield.com
-
I 72 I
3.3 PROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS
AlgumascidadesdaAmricaedaEuropaestosendoestudadaseentendidasnumdespertarda
mudanasocialeeconmica,que,temproduzidoetransformadoantigasreasporturias,
espaosresiduais,bairrosindustriaisabandonadosporcausadaexpansodacidade,lugaresde
imensapotencialidade,emreasnovamente
produtivasedensificadas,poissoservidasdeboa
infraestrutura,boalocalizaoetrazemdiversos
benefciosjdescritosnestetrabalho.Essesprojetos
urbanosquecontemplamareutilizaodessasreas,
estoemfrancaevidncia,poisdespertamnos
cidadosumasadaparaaatualcriseambiental,to
enfatizadaporONGs,instituieseformadoresde
opinio.
Entreeles,BatteryParkCity,emManhattan,Canary
Wharf,emLondres,KopvanZuid,emRoterd,Seine
RiveGaucheeParqueLaVillete,emParis,Puerto
Madero,emBuenosAires,22@,emBarcelona,Mission Figura35 BatteryParkCity,Manhattan,NovaIorque.Fonte:Powell,2000
-
I 73 I
Bay,emSoFrancisco,PotsdamerPlatzeAlexanderPlatz,emBerlim,Euralille,emLille,Cit
Multimdia,emMontreal,eoutros.
Tratasedecidadesquereceberamprojetosurbanosdeporte,equeconsideraraminicialmente,
queacidadeumaestruturadevidaetrabalho,a
integraodasfunessociais.
Essaconsideraoveiocomorespostaaos
problemasquetrouxeaseparaoentretrabalho
emoradia.Separousetrabalhoevida.Planejava
seacidadecomprescriespolticas,sociaise
econmicas,monitorando,regulandoeajustando
acomoumamquina,enocomoumorganismo
vivoemutante,interativaehumana,comsuas
funesurbanasintegradasederivadasda
complexidadedeummundoglobalizado.
Estamospresenciandoarealizaoterica
eprticadaarquiteturametropolitana.
EmummomentoondeasinformaessoFigura36 PotsdamerPlatz,Berlim.Fonte:Powell,2000
-
I 74 I
fragmentadaseefmeras,nospareceurgentefazeradiscussodessasabordagense
fazeraanlisereflexivadessesestudosdecaso,soboriscodevermonos,noBrasil,
novamente,margemdaarquiteturaglobal.HqueseretomarnoBrasil,urgentemente,
oimportantepapeldoprojetourbanonasnossascidades.(CarlosLeite,2002pg.19)
Nessecontexto,devitalimportnciaentenderasubstituiodeplanosgeraisporprocessos
estratgicos,quesejamexpressosporprojetosurbanoscomcapacidadeexecutiva,quefaama
cidademovimentaretervida,econmicaesocial.Paratanto,investimentoemnovasinfra
estruturasurbanas,ouamodernizao
daexistente,atuamcomoagente
estimuladoraoestabelecimentode
novasempresaseresidncias.Melhor
ainda,reaproveitandooespaofsico
construdo,enfrentandoacidade
existente,semnegla.Procurar
refletiracomplexidadedametrpole
contempornea.Buscaralternativas
deintervenesquerespondams
demandasgeradaspelanovalgicaFigura37 Euralille,emLille.Fonte:www.euralille.com
-
I 75 I
territorial,pelarededefluxosdeinformao,demercadoria,edepessoas.(CASTELLS,2005;
DUARTE,2002;LEITE,2002)
Ourbanismoatualdebruaseentosobreaquestonovadacidadesobreacidade.No
hmaismodelosrgidosoufixos.Tratasesempredeverificarquaisasestratgias
dominantesna
reconfiguraodas
cidadesexistentespara
entendlasetornarse
umposicionamento
crtico.(CarlosLeite,
2002pg.127)
Precisamosvoltaracrescerpara
dentrodametrpoleepararde
expandila.Reforamosque
reciclaroterritriomais
inteligentedoquesubstitulo.
Reestruturloprodutivamente
possveledevemosbuscar Figura38 22@,emBarcelona.Fonte:www.22barcelona.com
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I 76 I
exemplosqueconseguiramatrairnovossetoresprodutivos,baseadosnatecnologiada
informaoecomunicao,masvinculadasvocaodoterritrio,comnovosvalores
locacionais,aliadosspolticasdedesenvolvimentoeconmicoeurbanolocaleagestourbana
eficiente.Destaforma,podemoscontribuirparaareduodoesvaziamentoprodutivodereas
centraisapartirdareutilizaodosespaosvagos,combatendoaperdadevitalidadedotecido
urbano.
-
I 77 I
4.ESTUDOSDECASO:INVENTRIOANALTICO
4.1 MISSIONBAY,SOFRANCISCO,EUA
4.1.1 Introduo
Desde1948,anodecriaodaAgnciadeRedesenvolvimentodeSoFrancisco,vriosprojetos
urbanosforamcriadosemSoFranciscoparaodesenvolvimentoeconmicoeurbansticoda
cidade(figura40).MissionBay,antigareaporturia,prximoaocentrofinanceirodeSo
Francisco,eantigareaindustrial
produtiva,teveseudeclnioa
partirdosanos70,apartirda
reestruturaodoprocesso
produtivodocapitalismo.
Comareestruturaoprodutiva
nareadetecnologiadetodoo
ValedoSilcio14,SoFrancisco
entrounacorridapelo
14 R egio da C alifrnia, que se extende desde San Jose a O akland, um conglom erado de cidades conurbadas que, em franca expanso h 30 anos, form am o poderoso V ale do S ilcio.
Figura39 ValedoSilcio,regiodaCalifrnia.Fonte:www.corbis.com.br
-
I 78 I
desenvolvimentodeclustersdealtatecnologia,cinciasdavidaebiotecnologia.
Figura40reasderedesenvolvimentodeSoFrancisco.IndicaodalocalizaodeMissionBayFonte:www.sfgov.org
-
I 79 I
Paratanto,aimplementaodaUCSFcomoinstrumentopropulsordessasnovasatividades
econmicas,foifundamentalparaosucessodaimplementaodesseprojetourbano.Essas
novasatividades,dedesenvolvimentoepesquisasembiotecnologia,exigemaconcentrao
nicaefundamentalemcapitalhumanodeespecialtalento,esoelementosdeterminantes
nessesnovosformatosdedesenvolvimentoeconmicoeurbano.NessaregiodaCalifrnia,
estimasecercade250milpessoasonmerodepesquisadoresetcnicosligadosaessesetor,e
investimentosanuaisde2bilhesdedlares.
Veremosquenessecaso,oreaproveitamentodessasreasdesutilizadas,dessesvaziosurbanos
emreacentral,parareestruturaprodutivamentecomessasnovasatividadeseconmicas,vai
deencontronossabuscaportaisprojetos
urbanos.Odestaquedesseestudodecaso,
ototalinvestimentoporpartedainiciativa
privada,ondeasempresasparticipam
ativamentedesdeodesenvolvimentodo
projeto,umacaractersticanorteamericana.
Paraainstalaodetodoocomplexode
MissionBayestprevistoumcustode4
bilhesdedlares,aserexecutadoat2020.Figura41 LaboratriodaUCSFemMissionBay.Fonte:www.ucsf.edu
-
I 80 I
4.1.2AAgnciadeDesenvolvimento
AAgnciadeRedesenvolvimento
deSoFranciscoumaentidade
pblica,quegerenciadiversos
programasdedesenvolvimento
urbanoeeconmico,e
responsvelpeloserviode
recolocaoimobiliriadeSo
Francisco.Em1998,aSFRAcriou
doisprogramasparaMissionBay:
oPlanodeRedesenvolvimento
MissionBayNorteeoPlanode
RedesenvolvimentoMissionBay
Sul,resultantedoplano
preliminarformadopela
comissodeplanejamentoem
dezembrode1996.
Figura42 ProjetodeDesenvolvimentodeMissionBay(geral).Fonte:www.sfgov.org
-
I 81 I
Proprietriadarea,aCatellusDevelopment,emparceriacomaSFRAeaUCSF,desenvolveum
projetourbanoparagerenciarumempreendimentoqueagregasseocampusbiotecnolgicoda
UCSF,areutilizaodovaziourbanodarea,acessibilidade,espaosempresariaisparaas
empresasfiliadasaosetoreUCSF,equepromovesseousomistodaregio,commoradia,
trabalho,estudoepesquisa,prestaodeservioselazer,comojconstavanosprogramas
criadospelaAgncia.ACatelluscriouumcentrodevisitao,paraqueacomunidadelocal
pudesseparticipareopinarsobreoprojetodesenvolvido.Porm,aUCSFeasempresasfiliadas
contrataramarquitetosparaosprojetosdecadaedifcio,eosprogramaselaboradospelaSFRA
jpossuamespecificaesclarasdendicesurbansticosparaarea.
Figura43Alinhaamarelademarcaareade Figura44CentrodevisitaodaCatellusnainterveno,ealinhavermelhademarcaareade readeintervenoimplantaodaUCSF Fonte:www.sfgov.orgFonte:www.sfgov.org
-
I 82 I
4.1.3ProjetosUrbanos
Os projetos de desenvolvimento paraMission Bay foram inicialmente, prdeterminados nos
PlanosdeRedesenvolvimentoMissionBayNorteeSul,edeterminavamosndicesurbansticos,
comoocupao,volumetriaspossveis,alturas,eseususos.
Figura45Padresdeocupaoevolumetria Figura46Usodasquadras.PlanodeRedensev.MBNorteFonte:www.sfgov.org Fonte:www.sfgov.org
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I 83 I
Tabela7Padresdeocupao,porzoneamento.Figura47ZoneamentodoPlanodeRedensev.MBSul.Fonte:www.sfgov.org Fonte:www.sfgov.org
Apropostafinalfoiefetivamenteconcludaem1998,sendodesenvolvidapeloescritrio
JohnsonFain,deLosAngeles,comacolaboraodospaisagistasSimonMartinVegue,
Winkelstein&Moris,deSoFrancisco.
-
I 84 I
TodaareadeMissionBayequivalea122ha,sendo23hasparaoCampusbiotecnolgicoda
UCSF.Inauguradorecentemente(em2003),oCampusbiotecnolgicodaUCSFogrande
propulsornodesenvolvimentoeconmicolocaldestareatradicionalmenteindustrial.At2030,
oscomplexosresidenciais(algunscomusomisto)prevemaconstruode6000unidades
habitacionais.Atualmente,h6projetosresidenciaisconcludos,totalizando1224unidades
(75%paralocao,eorestantepara
venda)construdaspelaCatellus,
MissionHousingDevelopment
Corporation,AvalonBayCommunities,
MercyHousing,SignatureProperties,
completosem2002,2003e2004.Para
osprdioscomerciais,jest
construdo70.000mparalaboratrios
depesquisaemcinciadavidae
biotecnologia,todosafiliadoscoma
UCSF.
Foramcontratadosvriosescritrios
dearquiteturaparaaelaboraode Figura48 ProjetoUrbanoparaoCampusdaUCSF.Fonte:www.sfgov.org
-
I 85 I
projetoseexecuodosedifcios,destaqueparaoescritriodeSkidmoreOwings&MerrilLLP,
responsvelpeloCentrodeTecnologiaGenticadaUCSF,suaconstruocustouU$223milhes
dedlaresparaumareaconstrudade36.500m,eparaoescritriodeRicardoLegoretta,
responsvelpeloCampusCentroComunitriodaUCFS,custodaconstruoemU$70milhes
dedlaresparaareaconstrudade15.000m2.
Figura49 CentrodeTecnologiaGentica.Fonte:www.usfc.org
Figura50 CentrodeTecnologiaGentica.Fonte:www.ucsfc.org
-
I 86 I
Figuras 51,52,53e54 CampusCentroComunitriodaUSCFFonte:www.ucsfc.org
-
I 87 I
4.1.4 DesenvolvimentoUrbanoSustentvel
Oplanejamentopermitiuainstalaoprviadeinfraestruturasdealtatecnologianasprincipais
ruasdeacesso,comocabeamentodefibrapticaetratamentodegua,almdeparques,
estacionamentos,extensodalinhadometrdesuperfcie(MUNI),quepassaaconectara
regiocomodistritofinanceirodacidade,almdaCalTrainStation,queintegratodooValedo
Silcio.Todavia,foireaproveitadooleito
ferroviriooriginalquecruzatodooterritriode
MissionBay.Almdisso,aUCSFse
responsabilizouemimplantarumanovalinhade
nibusparaatenderaregio.
Figura56 LinhademetroqueligaMissionBayaoCentrodeSoFrancisco.Fonte:www.ucsfc.org
Figura55 MetrdesuperfcieemMissionBay.Fonte:www.ucsfc.org
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I 88 I
MissionBayumprojetourbanocomestratgiasdeinovaourbanaqueestabeleceo
desejvelprocessodereestruturaoprodutivadeumvaziourbanoemumareacentral.
Podemospontuarasquestesdesustentabilidadeaqui
discutidas:
Elefazametrpolecrescerparadentro,reabilitando
funcionalmenteessareacentral,emcontraposioao
espraiamentourbanoperifricotpicodaurbanizao
americana.
Acriaodeumplodeambientesinovativos,com
usomisto,oferecendohabitao,trabalho,estudoe
pesquisa,lazerequalidadedevidaparaseus
habitantes.
Acriaodecicloviasecaladaslargas,permitequeas
atividadesfsicastornemseagradveis,tirandoos
automveisdasruas,diminuindodrasticamenteonvel
depoluioerudocausadopeloautomvel.
Comainstalaodometrdesuperfcie,os
habitantespodemselocomoveremaocentrodacidade, Figuras 57 RotasdePedestreseCicloviasFonte:www.ucsfc.org
-
I 89 I
edemaispontosdeacessointegrado,comotodasascidadesdoValedoSilcio.
Missionbayatualmente,umbairroprsperoecheiodevida,poisproporcionouumaalta
densidade,eacumuloupontosvitaisdesustentabilidadeaodesprezaroespraiamentourbanoe
ousodotransporteindividualcomocondicionantes
davidaurbana.Trouxeariquezadoencontro,do
inesperado,docontatoolhonoolhoentreas
pessoas.
Conclumosassim,queoprojetodedesenvolvimento
urbanoMissionBaynosproporcionouumarica
experinciaemnossotrabalhodepesquisa.Nose
tratadeimportarparanossarealidade,poisainda
nodispormosdetamanhosrecursos,masservepara
nosdespertarquantopotencialidadedosambientes
inovativosnoprocessodereestruturaoprodutiva
dereascentraisociosas,queestonaexpectativade
projetosqueregenereseutecidourbano.
Figuras 58 EspaopbliconocampusdaUCFS.Fonte:www.ucsfc.org
-
I 90 I
4.2 CITMULTIMDIA,MONTREAL,CANAD15
4.2.1 Introduo
CitMultimdiaumprojetoderegenerao
urbanaereestruturaoprodutivadeum
vaziourbanoemumareacentralde
Montreal,capitaldeQuebec,quesofreucom
oesvaziamentoindustrialdessareana
dcadade70.Nadcadade90,quando
Montrealassistiaagrandesadadecapital
humano,epessoasdetalentoecapacitadas
paraosEstadosUnidos,ogovernodeQuebec
criouosProgramasdeAssistnciaCorporativa,
paraincentivaracriaoeapermannciade
empresasvoltadasaosetortecnolgicoe
informacional.
15Todasasinformaesforamobtidasdositeoficialdasentidadespblicaseprivadasenvolvidas,edosartigosdo
ProfCarlosLeiteedoProfFbioDuartedisponveisemwww.vitruvius.com.br
Figuras 59 Montreal,emdestaqueCitMultimdia.Fonte:www.citemultimedia.com
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I 91 I
Noinciode1997,foicriadooprogramaCDTI(Centresdedveloppementdestechnologiesde
l'information,CentrosdeDesenvolvimentodeTecnologiadaInformao),eemmenosdeum
ano,jhaviamaisde200empresasinteressadasnessesprogramas,poisbuscavaminicialmente,
oreagrupamentoespacialdasempresasdosetor,desconsiderandoassim,oquevriosautores
pensavamarespeitodonovogerenciamentodescentralizado,quenoexigiriauma
concentraoespacialparaocontroleegerenciamentodasatividadesprodutivas.
Asempresasdosetor
tecnolgico,informacionale
demultimdiabuscavamalm
detudo,aconcentrao
espacialdeempresasdo
mesmosetor,ondepudessem
concentrareestabilizara
aquisioedesenvolvimento
decapitalhumano,pessoas
detalentoquebuscam
crescimentointelectual.
Dentrodessecontexto,a
Figuras60 LocalizaodasprincipaisreasdeMontreal.Fonte:www.citemultimedia.com
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I 92 I
interatividadeentreasesferasgovernamentaisfoiessencialparaumentendimentomaiorsobre
aspolticaspblicaspossveisatraireconcentrarespacialmenteessasempresas.
Incentivosfiscaisalongoprazo(at10anos)foramcedidossempresasdessesetorque,ao
demonstrarseusinteresses,osCDTIstratavamdeorganizarespacialmenteasinstalaesdetais
empresas.CitMultimdiareconhecidahojecomoumaimportanteferramentade
reordenamentourbanododistritodeFaubourgdesRcollets,localizadooestedoOldCentre
dacidade,eaonortedoagorarestauradoCanalLachine.
Nesseestudodecaso,umaagnciaconciliouosinteressesdeinvestimentospblicoseprivados,
queconsolidouaparceriaeregenerouotecidourbanodeumareaquehapenas10anos,era
umareadegradadaesuja,malvistapela
populao.Todavia,umespaocentralizado,
dotadodeinfraestruturas,acessibilidade,e
potencialconstrudo.
Figuras 61 Vaziourbano,espaosdesutilizado.Fonte:www.citemultimedia.com
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I 93 I
4.2.2AAgnciadeDesenvolvimento
Comoclaroobjetivodeconciliarosinteresses,em1998,fundouseaPublicLandDevelopment
Corporation,PLDC,corporaoformadaporumaparceriaentreoFundodeInvestimento
PblicodoGovernodeQuebeceoQemfenLabourUnions'EconomicDevelopmentFundpara
reconversodareacomoumclusterdeempresasaltatecnologiaemdias.
Comumareadeummilhodemetrosquadradoscomercializveis,at2006,oitoedifcios
foramrealizadosdentrodeummasterplandesenvolvidopeloGroupeCardinalHardycomapoio
deProvencherRoyandAssociates,quemantmobairrohistricodeedifciosindustriais
(recuperaoerevitalizaodopatrimnio)deFaubourgeinserenovasedificaesdentrodo
mesmopadrodeescala.At
muitorecentemente,osetorfoiquase
completamentetomadoporusosde
escritrioseincubadoras,masnosltimos
anosalgunsedifciosforamconvertidospara
usoresidencial.
Figuras 62 EspaoemtransformaoFonte:www.citemultimedia.com
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I 94 I
Aparceriapblicoprivadaprevia:
9 Estabelecer uma parceria diversificada e produtiva, alinhando recursos das esferaspblicasedosetorprivado
9 RepresentaregerenciaruminvestimentodemaisdeCAN$400milhesdedlarescanadensesparaarevitalizaodareaeconstruodeumparquetecnolgico
Destemontante,asentidadesparticiparamdaseguinteforma:62,5%deinvestimentospblicos
naconstruoenareconversode8edifciosparaparquetecnolgicos,eminfraestrutura
urbana,subsdiosdeisenesdetaxasparaasempresas,emprogramasdeincentivoss
Figuras 64 EdifcioreconvertidoemCitMultimdiaFonte:www.citemultimedia.com
Figuras 63 EdifcioconstrudoemCitMultimdiaFonte:www.citemultimedia.com
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I 95 I
empresas,e37,5%deinvestimentosprivadosnarenovaodosespaosconstrudos,tantoem
espaoscomerciaiscomoespaosresidenciais(maisde500unidadeshabitacionais),eem
investimentosderenovaodosespaospblicos.
Oprogramadaagnciabuscavaainda:
6000empregosdiretos(15%estrangeiros)
Idademdiade32anos
RendafamiliaranualmdiadeCAN$73.00050%maiorqueamdiageraldeMontreal
Estabelecimentode100
empresasnaCit
Multimdia,voltadaspara
aindstriadatecnologia
dainformao,entreelas:
multimdia desenvolvimento
desoftwares
comrcioeletrnico telecomunicaes
Figuras 65 Motorola,umadasempresasseestabelernareaFonte:www.citemultimedia.com
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I 96 I
4.2.3ProjetosUrbanos
CitMultimdiaocupaumareade
20ha,epossuiummilhodemetros
quadradoscomercializveis,eat2006,
oitoedifciosforamrealizadosdentro
deummasterplandesenvolvidopelo
GroupeCardinalHardycomapoiode
ProvencherRoyandAssociates,que
mantmobairrohistricodeedifcios
industriais(recuperaoerevitalizao
dopatrimnio)deFaubourgeinsere
novasedificaesdentrodomesmo
padrodeescala.Atmuito
recentemente,osetorfoiquase
completamentetomadoporusosde
escritrioseincubadoras,masnos
ltimosanosalgunsedifciosforam
convertidosparausoresidencial.Figuras 66 ImplantaodareaediversosusosFonte:www.citemultimedia.com
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I 97 I
Odesenhourbanoprocurarespeitarevalorizarotecidourbanoexistentederuasestreitase
edifciosrelativamentebaixos,enquantofornecenovosespaoscomercializveis,deusosmistos
eflexveisnecessriossdiversasempresasqueadentramaCitMultimdia.
Figuras 67 VistaareadeMontrealFonte:www.citemultimedia.com
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I 98 I
AconstruodaCidadeMultimdiateveumclaroimpactosocial.Antesde1997,obairroeraum
lugarparaovandalismogeneralizado:edifciosqueimados,terraarrasada,espaosvagos,
fechados.Aimagemdopblicoemrelaoaestesetordacidadeeradedeterioraoe
abandono.Agora,acidadetemagoraumpersonagemnovo,deimagemurbanadevidasegurae
hightech,eostrabalhadoresdaliinseremsenestaimagemdeurbanismodevanguarda.
Umclusterquepromoveuodesenvolvimentocombinadodeatividadescomonovastecnologias
dainformaoemdias,concentraodetalento,bemcomomoradiaparaumaclassemdia
crescente,egerousinergiasinovadorasemoperaesdereabilitaourbananoCanad.
Figuras 68e69 VistaexternaeinternadeumdosedifciosdaCitMultimdia.Fonte:www.citemultimedia.com
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I 99 I
4.2.4 DesenvolvimentoUrbanoSustentvel
Apesardesuareaserrelativamentebemmenorqueosoutrosestudosdecaso,vimosnesse
projetourbanoaimportnciadopapelconciliadorqueaagnciateveaopromovera
reestruturaoprodutivadeumareadeteriorada,esquecidapelasociedadelocal,equese
tornounumambienteinovadoreprspero,etrouxenovasatividadesprodutivas,atuando
espacialmentesobreotecidourbano.
Sobreasquestesde
sustentabilidade,novamente
areconversodeumarea
trazbenefciosambientais
essenciais,poisevitao
espraiamentourbano,
agregavaloresaregio
centraldacidade,ecomos
usosmistos,propiciaa
populaoresidenteum
ambientedeconvvio
agradvel.Somadoao Figuras70CanalLachineapssuarevitalizao.Fonte:www.citemultimedia.com
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I 100 I
processoderevitalizaodoCanalLachine,prximodaCitMultimdia,eacriaodeciclovias,
areanasuatotalidadeestabeleceumambienteagradvel,produtivoeinovador.
Asnovasformasdeproduoinovadoras,detentorasdevaloragregado,clamamportais
ambientes,comfunessobrepostaseespaosmultifuncionais.
CitMultimdiaumexemploprticodosbenefciospropiciadosporumaparceriapblico
privada,comobjetivosclarosecomumaagnciaregulamentadoraeconciliadora.
Figuras 71e72 ArevitalizaodoCanalLachineeacriaodeciclovias.Fonte:www.citemultimedia.com
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I 101 I
4.3 22@,BARCELONA,ESPANHA16
4.3.1 Introduo
Entreosprojetosurbanosdiscutidosnessetrabalho,comcaracterderegeneraourbanae
reestruturaoprodutiva,emvaziosurbanosdereascentrais,combaseconceiptualem
sustentabilidadeeambientesinovativos,oprojetourbanode22@emBarcelonaodemaior
expresso,desdesua
readeabrangnciaat
asuaefetivao.
ObairrodePoblenou,
antigareaindustrialda
cidade,acompanhou
seudeclnionadcada
de70,comasadadas
indstriasdeseu
territrio,apartirdo
16Todoomaterialdestapartedotrabalhofoicoletadonaagncia22@,emvisitafeitapeloautoremjulhode2007,pelossiteoficiaisdasentidadesenvolvidas,epeloartigodoProf.Dr.CarlosLeite,publicadoem2007.
Figura73TransformaodoterritriodePoblenou.Fonte:www.22barcelona.com
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I 102 I
processodereestruturaoprodutivajdescritosnestetrabalho.Apartirda,iniciouuma
discussointensasobreofuturodePlobenou.Porfim,em2000foicriadopelaprefeituraa
agncia22@,responsvelpelaregeneraourbanadobairro,atravsdeimplementaesde
empresasdosetordeTIC(TecnologiadaInformaoeComunicao),dosetordebiotecnologia
edemaissetoresinovativos,queseriamnegociadaspelaprpriaagncia.
Ainstalaodeinstituiesdeensinovoltadasaessesnovossetores,oaumentodopotencial
construtivoeadeterminaodosusomistoforamfatoresessencialnoplanejamentodaagncia,
poisagregavalores,e
contribuiparaasinergia
noscontratosde
cooperaoentre
empresaseinstituies
voltadasparapesquisae
desenvolvimento.
Noentanto,devemos
ressaltaro
desenvolvimentoFigura74VistaareadobairroPlobenou,emBarcelonaFonte:www.22barcelona.com
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I 103 I
Figura75 ProjetoquedemarcaasquadrasdeintervenonaareadobairroPlobenou,emBarcelonaFonte:www.22barcelona.com
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econmicoespanholnasltimasdcadas,eespecificamente,acidadedeBarcelonaquedesde
asOlmpiadasde1992vemrealizandoumtrabalhobastantepremiadonotocanteao
desenvolvimentourbanoqueacidadetemcontemplado.
Nesteestudodecaso,
comaltos
investimentosoriundos
dosetorpblicona
implementaodas
infraestruturas
urbanas,vimos
novamentea
importnciadaparceria
pblicoprivadanesse
processode
desenvolvimento
urbanopromovid