A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de projetos específicos de iluminação para idosos Maio/2012
A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de
projetos específicos de iluminação para idosos
Rafael Augusto Venson, [email protected]
Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores – IPOG – Instituto de Pós Graduação
Resumo
A iluminação e o ambiente cotidiano se juntam, em especial quando neste ambiente transita o
idoso, para o qual se faz necessária iluminância coerente com as suas dificuldades e na
promoção de melhoria da qualidade de vida. O estudo tem como temática a importância da
boa iluminação para o idoso e questiona a percepção de arquitetos e engenheiros com
respeito à elaboração de projetos específicos de iluminação que atendam às necessidades de
idosos. Propõe como objetivos avaliar a percepção de profissionais da área da construção
civil quanto à preocupação e importância na elaboração de projetos específicos de
iluminação que atendam às necessidades de idosos, descrever a iluminação em sua história,
aspectos, fatores e características, investigar a importância da iluminação no contexto do
idoso e conhecer a opinião de arquitetos e engenheiros com relação a elaboração de projetos
de iluminação para idosos. Realiza pesquisa quali quantitativa com 15 (quinze) arquitetos e
engenheiros de vários Estados do país no período de 15 a 24 de fevereiro de 2011. Os
resultados indicam o pouco conhecimento de arquitetos e engenheiros sobre a importância
da iluminância quando elaborados projetos para ambientes nos quais os idosos transitam.
Palavras-chave: Arquitetura. Iluminação. Idosos.
1. Introdução
A luz está intrinsecamente associada a diversos setores do cotidiano moderno, inserida como
um elemento essencial em todas as características que detêm: capacidade de interpretação,
simbolismo, materialidade, visualidade, profissionalismo, conceitos e, de modo especial,
como linguagem com funções específicas para cada setor profissional (TORMANN, 2005,
p.40).
Desde os primeiros registros históricos sobre a iluminação, percebe-se que épocas diferentes
remetem a fases também diferentes das necessidades da vida prática humana. Saindo da
dominação do fogo, no período paleolítico e chegando a contemporaneidade, depara-se com a
tecnologia empregada para fins de iluminação e do estabelecimento de uma relação de troca
entre o mundo material e o imaterial com o ingresso da luz artificial produzida pelo homem
em sua cultura e de seu tratamento pelos profissionais da iluminação: arquitetos, engenheiros
e light designers (DERZE, 2010).
Especialmente com respeito à iluminação convoca-se como tema para estudo a importância da
boa iluminação para o idoso. Cabe considerar a opinião de Queiroz Neto (2011, p.1), de uma
população de 50 milhões de brasileiros com mais de 40 anos e de quase 17 milhões com 60
anos, com busca crescente por estas pessoas de um rendimento financeiro extra em seu
orçamento.
Ocorre que grande parte desta população apresenta fadiga visual, caracterizada como
alterações visuais relacionadas à idade e pelo fato da iluminação da maioria das empresas e
residências ser planejada para pessoas mais jovens. Por falta de iluminação adequada tais
condições refletem resultados expressados em queda na produtividade com índices mais
significativos entre as pessoas que decidem o destino dos negócios (QUEIROZ NETO, 2011,
p.1).
Aos 40 anos de idade o cristalino do olho humano perde o poder de acomodação, ou seja, a
capacidade de focar, reduzindo a visão de perto; aos 50 anos a lente natural dos olhos começa
a amarelar, reduzindo a visão da luz azul e na capacidade de discriminar cores; aos 60 anos a
pupila se torna menor, inibindo a quantidade de luz que chega à retina, que processa as
imagens. Neste caso, necessitamos de “[...] três vezes mais iluminação que uma pessoa de 20
anos” (QUEIROZ NETO, 2011, p.1).
Estimando que o Brasil do ano 2020 comporte 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos e,
que isto lhes dará a chance de viver mais 25 ou 28 anos, a expectativa de vida cresce à medida
em que a medicina faz progressos e a qualidade de vida do brasileiro melhora, fato que remete
à preocupação com a adequada iluminação para essas pessoas (GOBBI, 2010, p.1).
Concernente à qualidade de vida, optou-se em apresentar o conceito ditado por Lawton (1991)
compondo um modelo de qualidade na velhice dotado de quatro dimensões: bem-estar
subjetivo; qualidade de vida percebida; competência comportamental; e, condições ambientais
(apud FERREIRA, 2008, p.101; CONTE; LOPES, 2005, p.62).
Acredita-se firmemente que, nesta qualidade, a iluminação conta como um fator relevante no
interior dos ambientes nos quais o idoso vive e atua (GOBBI, 2010, p.1), tanto que, ao
apresentar a proposta para a elaboração deste artigo importante registrar a percepção de
Tormann acerca de alterações visuais que acometem pessoas idosas:
Se olharmos para o trajeto de luz num olho que possui o defeito da miopia e num
que apresenta a vista cansada, ficaremos habilitados a compreender como qualquer
desses dois defeitos afeta a refração da luz na sua passagem através dos quatro
meios referidos, quando caminha do exterior até a retina (TORMANN, 2008, p.48).
Os quatro meios referidos por Tormann (2008) são a córnea, o humor aquoso, o cristalino e o
humor vítreo.
Considerando que uma iluminação deficitária pode promover inúmeras dificuldades ao idoso,
seja em sua residência ou em seu local de trabalho, entende-se que se trata de uma condição a
qual pode sofrer reversão mediante realização de projetos de arquitetura que prevejam as reais
necessidades de iluminação em cada ambiente; isto porque a "arquitetura é a apropriação, o
correto e grandioso jogo de massas conduzido juntamente com a luz", já dissera Le Corbusier
(GRAZIANO; PEREIRA, 1999, p.2).
Uma iluminação adequada pode facilitar a vida do idoso, influenciando em sua rotina e
favorecendo em sua qualidade de vida. Com esta convicção, apresenta-se atualmente um
quadro relacionado ao idoso e a inadequada iluminação de ambientes que vem se agravando
com o registro de que cerca de 60% das quedas ocorrem em casa, durante as atividades diárias
sendo 25% delas resultantes de perigos domésticos que incluem a pouca luminosidade e
disposição inadequada de móveis (MEZZALIRA, 2011, p.1).
Sinalizado por Costa (2005, p.62) “Os idosos precisam de mais luz, de maior iluminância que,
conforme as recomendações da Sociedade de Engenharia de Iluminação Norte Americana
(IESNA), emitidas a partir de 2000, se traduzem pelo dobro da necessidade usual”.
Trata-se do conceito de acessibilidade, que confere ao idoso maior qualidade de vida em seu
ambiente, e que “[...] passa a ser adotado nos maiores projetos arquitetônicos brasileiros.
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Detalhes como barra de apoio em banheiros, piso antiderrapante, iluminação em degraus e
outros itens permitem maior autonomia e segurança para essa clientela” (ABADE, 2011, p.1).
Compreendendo que o setor da construção civil, incluindo arquitetos e engenheiros, se depara
com um nicho de mercado que exige o atendimento às leis da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) na elaboração de projetos arquitetônicos e a adequada iluminância
de ambientes, é interessante questionar: qual é a percepção destes profissionais concernente a
elaboração de projetos específicos de iluminação que atendam às necessidades de idosos?
Justifica-se a escolha por este tema compreendendo que, ao arquiteto, é possível promover
mudanças substanciais na qualidade de vida do idoso partindo da concepção de iluminação e
das características essenciais que devem ser projetadas para cada ambiente.
Entende-se que este trabalho remete a um cunho social na medida em que a incursão do
pesquisador em um ambiente que requer dimensões, divisões e aparatos específicos para o seu
trânsito e que exige alta eficiência em sua iluminação, permite a realização de análise e
avaliação quanto a alternativas para projetos e iluminação que revertam as condições hoje
estabelecidas em imóveis nos quais residem idosos, contribuindo para o incentivo a fatores
como ambiente saudável, seguro e de qualidade.
A justificativa se estende também para o âmbito acadêmico, quando se depara com o desafio
de conhecer e avaliar as possibilidades de iluminação de ambientes originalmente
inadequados, propiciando o conhecimento prático dos conceitos e leituras teóricas do
aprendizado.
Partindo deste texto propõe-se como objetivos do estudo, primeiramente, avaliar a percepção
de profissionais da área da construção civil quanto à preocupação e importância na elaboração
de projetos específicos de iluminação que atendam às necessidades de idosos.
Especificamente, objetiva-se descrever a iluminação em sua história, aspectos, fatores e
características; investigar a importância da iluminação no contexto do idoso; e, conhecer a
opinião de arquitetos e engenheiros com relação a elaboração de projetos de iluminação para
idosos.
2. A iluminação: conceitos, fatores e características
Falar de iluminação e seus conceitos implica em referir a luz, em sua história, servindo no
passado, apenas para tornar visível uma encenação em espaços fechados ou à noite, em
espaços abertos. É enaltecida com base em sua flexibilidade, por apresentar todos os graus de
claridade e possibilidades de cores, viabilizando a criação de sombras, a irradiação no espaço
da harmonia de suas vibrações e permitindo vislumbrar o poder expressivo do espaço
(TORMANN, 2005, p.41).
Explicitando-a em seu conceito, a luz, vista como objeto de prazer e transformando-se em
espetáculo, consiste em uma “Espécie de vivência sensorial-perceptiva-intelectual,
provocando uma experiência gratificante em que se encontram envolvidos o conhecimento
adquirido, a criatividade, a memória e a imaginação” (TORMANN, 2005, p.42). Outra
compreensão pertinente à luz a inclui como: “[...] radiação eletromagnética capaz de produzir
uma sensação visual e biológica” (RUSCHER, 2010, p.6).
Quanto à sensibilidade visual para a luz ocorrem variações conforme o comprimento de onda
da radiação, e com a luminosidade, sendo demonstrado na curva de sensibilidade do olho
humano radiações de menor comprimento de onda. Assim, as cores violeta e azul geram
maior intensidade de sensação luminosa quando há pouca luz, como no crepúsculo e à noite,
enquanto as radiações de maior comprimento de onda, nas cores laranja e vermelho, têm
comportamento contrário (OSRAM, 2007, p.2).
Em seus fundamentos e conceitos são citados, dentre outros, a reflexão, caracterizada pelo
movimento de novas ondas em uma superfície plana sobre a qual ondas já incidiram e, a
transmissão, definida como “Passagem de radiação através de um meio sem mudança na
frequência das radiações monocromáticas que a compõem (vidro, cristais, plásticos, água,
outros líquidos e do ar)” (RUSCHER, 2010, p.15).
Quanto aos fundamentos, o Índice de Reprodução de Cor - IRC (Ra) classifica a capacidade
de uma fonte de luz artificial reproduzir a cor do objeto iluminado com fidelidade (RIBEIRO,
2005, p.23). Cada fonte de luz proporciona uma determinada reprodução de cores conforme
sua distribuição espectral e o IRC é a medida em uma escala de 0 a 100, sendo que a luz
natural (solar) ou a luz emitida pela lâmpada incandescente e halógena tem o IRC máximo:
Ra = 100 (PHILIPS, 2009, p.4).
A quantidade total de luz emitida por segundo por uma fonte de luz é denominada de Fluxo
Luminoso = Lúmen e apresenta como símbolo Im (Ф). Já a Eficiência Luminosa, consiste na
quantidade total de luz emitida em lúmens dividida pela potência ou consumo de Watts, cuja
unidade é lumens/Watts e o símbolo é Im/W (PHILIPS, 2009).
De acordo com a Osram (2007, p.4):
A luz que uma lâmpada irradia, relacionada à superfície a qual incide, define uma
nova grandeza luminotécnica, denominada de Iluminamento ou Iluminância. [...]
Expressa em lux (lx), indica o fluxo luminoso de uma fonte de luz que incide sobre
uma superfície situada a uma certa distância desta fonte.
A unidade de medida é o lux, representada pelo símbolo E. A equivalência de um lux é de 1
lúmen por metro quadrado (lm/m2); os valores relativos à iluminância são encontrados na
norma NBR 5413 (ABNT), em seguimento à tendência das normas internacionais (PHILIPS,
2011, p.6).
Constante na NBR 5413/ABNT a Iluminância de Interiores é determinada segundo níveis de
iluminação média interna relativos às atividades desenvolvidas. “O nível de iluminância é
fundamental na qualidade da iluminação, sendo determinado em função da tarefa visual a ser
executada, respeitando-se suas especificidades”, com agrupamento de tarefas visuais, as
atividades, em três classes específicas (TORRES, 2007, p.8).
Conforme a NBR 5413, a iluminância adequada às faixas etárias é avaliada pelas
características da tarefa e do observador. Assim, é estabelecido um peso para avaliação
considerando fatores como a idade, a velocidade e a precisão da tarefa a ser executada e a
refletância do fundo da tarefa, conforme consta na Figura 1.
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Figura 1 - Fatores determinantes da iluminância adequada
Fonte: ABNT, 1992, p.2.
Para a avaliação da adequação de iluminância devem ser realizados os seguintes
procedimentos: a) analisar cada característica para determinar o seu peso (-1, 0 ou +1); b)
somar os três valores encontrados, algebricamente, considerando o sinal; c) usar a iluminância
inferior do grupo, quando o valor total for igual a -2 ou -3; a iluminância superior, quando a
soma for +2 ou +3; e a iluminância média, nos outros casos (ABNT, 1992, p.2).
Torres (2010), porém, salienta que a indústria da iluminação está caminhando para atender as
novas necessidades do mercado: economia de energia associada à maior eficiência - lâmpadas
que emitem cada vez mais luz, consumindo cada vez menos energia; durabilidade - lâmpadas
que têm vida útil cada vez maior; miniaturização - lâmpadas cada vez menores; eletrônica
integrada.
A luz está ligada, também, à biofísica, explicitada historicamente em sua ação sobre o humor
e a saúde humanos. Piazza esclarece sobre tais registros:
4.000 a.C. – Hipócrates estabeleceu uma ligação entre as estações do ano e o estado
doentio;
Idade Média – escuridão associada com o „humor negro‟, vinculado às doenças;
Holanda, séc. 20 – pacientes de tuberculose eram colocados em carros especiais e
eram levados para o banho de sol, que imaginava-se ser terapêutico;
1903 – Físico dinamarquês Niels Finsen recebeu o prêmio Nobel de Medicina por
desenvolver o tratamento fototerápico para as doenças da pele (lúpus);
1972 – descoberta do relógio biológico humano significou um grande avanço para o
estudo do homem e da luz;
Sono, temperatura do corpo, produção de hormônios, sistema digestivo e urinário,
absorção de proteínas e sais minerais, humor, estado de alerta, cansaço, entre outras,
são controlados pelo relógio biológico e seus ciclos (ciclo circadiano). (PIAZZA,
2005b, p.19-20).
Interessante observar que os estudos sobre a luz trazem inovações quanto ao seu uso, com
distinção com pesquisas e trabalhos desenvolvidos em biofotônica, com amplas
recomendações para a terapia fotodinâmica no tratamento de tumores, dotada de um princípio
capaz de ser utilizado no controle microbiológico, que atua da seguinte forma:
A terapia fotodinâmica envolve o uso de um agente fotossensibilizador com
afinidade com células malignas, de uma fonte de luz para excitação e do oxigênio.
As moléculas do fotossensibilizador são ativadas pela luz e começa um processo de
troca de energia com as moléculas de oxigênio, produzindo uma espécie de oxigênio
altamente reativa: o oxigênio singleto (BAGNATO, 2007, p.2).
Derze (2009, p.88), entende que o mundo produtivo de luz abrange o mundo material – dos
objetivos, e o mundo imaterial, dotado de ideias, crenças, valores e concepções, no qual
interagem pesquisas, disponibilidade geográfica de recursos energéticos, bem como a
capacidade de gestão dos interesses políticos, econômicos e sociais, que determinam o salto
tecnológico dos países europeus, relativamente à evolução da iluminação artificial. A este
salto é adicionada, também, a iluminação natural que, no verão europeu tem o pôr-do-sol às
22 horas, permitindo maior tempo para atividades na agricultura transportes e trocas de
informação, confirmando que o maior tempo de luz é também maior tempo para os negócios.
O conceito de iluminação, contudo, requer uma concepção para além de um elemento
simbólico, mas inclui a sua compreensão como produto cognitivo e estruturado, com sua
gênese em um conjunto de mecanismos de controle, regras e conceitos previamente
estabelecidos, que seguem de uma cultura a outra. Com este enfoque, a iluminação adquire
caráter público, saindo do particular e das restrições concebida pelo iluminador (TORMANN,
2005, p.42).
Torres (2010, p.58) situa a iluminação em sua dinâmica: “A Iluminação é definida em função
da orientação e distribuição do fluxo luminoso de acordo com a qualidade planejada no
espaço de arquitetura”.
De acordo com Sanzi (2010, p.35) “O uso da iluminação para criar atmosfera é indiscutível. A
luz pode ser empregada também para criar pontos de interesse, modificar imperfeições
arquitetônicas e alterar ou salientar as características dos materiais”. A iluminação
inadequada, em uma empresa, poderá prejudicá-la, com inibição nas vendas e mesmo
afastamento da clientela.
Vianna (2009, p.32) situa a iluminação no conceito de conforto quando a iluminação natural e
artificial objetiva a obtenção de boas condições de visão, proporcionando visibilidade,
segurança e orientação, em especial para as atividades laborativas e produtivas.
Com este intento, a iluminação deve adotar alguns critérios para obtenção de qualidade: níveis
mínimos de iluminância (lux) dados pela Norma NBR 5413/ABNT; boa distribuição destes
níveis pelo local, ou seja, boa uniformidade; não ofuscamento; mutabilidade/flexibilidade da
luz; boa reprodução de cor; boa aparência de cor; economia de energia; integração do projeto
de iluminação com o de arquitetura (VIANNA, 2009).
A iluminação deve atender a funções determinadas em um ambiente, quais sejam:
a) Iluminação geral, de fundo ou ambiente – não ressalta nenhuma superfície ou objeto
específico. Tem a função de auxiliar na percepção do ambiente como um todo.
b) Iluminação de efeito – é a iluminação utilizada para criar pontos de interesse no
ambiente. Pode ser utilizada para focar um determinado objeto ou realçar uma
superfície que se queira colocar em evidência.
c) Iluminação de tarefa – luz constante e direta que possui a função de auxiliar no
desenvolvimento de determinadas tarefas como cozinhar, estudar, ler, costurar.
d) Iluminação decorativa - cria efeitos decorativos sem, no entanto, ser utilizada como
fonte de luz no ambiente (lâmpadas de natal, velas, etc.) (CIANCIARDI, 2010, p.36).
A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de projetos específicos de iluminação para idosos Maio/2012
Na realização de iluminação dos ambientes devem ser observados objetivos como: atividades
e tarefas que serão desenvolvidas no ambiente, idade das pessoas que utilizaram o ambiente,
intensidade da luz natural do ambiente, elementos a serem destacados, atmosfera desejada,
cores e materiais utilizados nos revestimentos internos do espaço, posicionamento dos
interruptores e tomadas para maior funcionalidade do espaço e conforto de seus usuários, e,
design das luminárias (CIANCIARDI, 2010, p.36-7).
As luminárias são assim apresentadas, em sua finalidade: “Fixar e proteger as lâmpadas e
promover a adequada distribuição da luz emitida, proporcionando um máximo de
aproveitamento, no plano de trabalho e do fluxo luminoso produzido pela lâmpada”
(PIAZZA, 2005a, p.31).
Na verdade, pretende-se que a luz e seu objeto – a luminária – ofereçam conforto ambiental
ao usuário da melhor forma possível, na melhor qualidade e menor custo. Atinente ao
conforto luminoso, identifica-se como a resposta fisiológica do usuário (PIAZZA, 2005b,
p.3).
A distribuição de luz pelo ambiente deve obedecer a uma classificação ditada pela forma de
distribuição de luminárias; assim, uma iluminação geral implica em maior flexibilidade de
layout, grande consumo de energia, utilizada em escritórios, oficinas, salas de aula, entre
outros locais. Para a iluminação localizada a luminária é concentrada em locais cujo interesse
manifeste prioridade, ocasionando maior consumo de energia, inibindo grandes mudanças de
layout, como os utilizados em fábricas. Por fim, as luminárias de tarefa, colocadas próximas
ao plano de trabalho, em área bem pequena, com economia de energia (PIAZZA, 2005b,
p.26).
Neste contexto é importante destacar um dos fatores da iluminação: o Fator de Depreciação
(d) explicado em razão de que, “Com o tempo, paredes e teto ficarão sujos. Os equipamentos
de iluminação acumularão poeira. As lâmpadas fornecerão menor quantidade de luz. Alguns
desses fatores poderão ser eliminados por meio de manutenção” (PHILIPS, 2009, p.23).
3. O idoso e a iluminação
Falar do idoso e a necessidade de ambientes iluminados implica em descrever, sucintamente,
aspectos da visão do ser humano “[...] visto que a luz é um fenômeno físico e um atributo
indispensável a todas as percepções e sensações peculiares ao sistema visual” (RIBEIRO,
2006, p.17).
Assim, ao se tratar de luminotécnica devem ser observadas as radiações eletromagnéticas
causadoras da sensação visual, ou seja, as radiações visíveis. No espectro eletromagnético
contam radiações de diferentes frequências e comprimentos de onda, mas o olho humano
percebe apenas como energia visível ou luz visível uma pequena faixa deste espectro. Neste
sentido,
A retina do olho humano é estimulada e produz sensações luminosas entre os
comprimentos de onda de aproximadamente 380 nm a 760 nm e está limitado pelas
radiações infravermelhas (de maior comprimento de onda) e ultravioletas (de menor
comprimento de onda). Para que ocorra o fenômeno da visão, essas radiações
eletromagnéticas devem chegar até o fundo do olho e este irá transmitir ao cérebro
as informações captadas (RIBEIRO, 2006, p.17-18).
Piazza (2005b, p.11) mostra a variação de sensibilidade conforme as intensidades luminosas e
os estímulos de cor, na Figura 2:
Figura 2 – Sensibilidade relativa na percepção da luminosidade
Fonte: Piazza, 2005b, p.11.
A recomendação é de que os arquitetos e projetistas compreendam aspectos inerentes ao olho
humano quando elaboram projetos: a adaptação, a acomodação, a acuidade visual e a
persistência visual. Sobre a acomodação, especialmente, caracteriza-se como “[...] o conjunto
do sistema visual para propiciar a visão nítida de objetos a distâncias diferentes”, pois aos 60
anos de idade é preciso 5 vezes mais luz do que aos 10 anos de idade, para enxergar um
determinado objeto (PIAZZA, 2005b, p.13).
Neste processo de acomodação, o olho humano se ajusta a diferentes distâncias entre objetos,
gerando imagens nítidas na retina, independentemente da diferença de luminosidade presente
entre os objetos. A focalização de um objeto que esteja distante de outro que está sendo
focado, requer um ajuste do olho de aproximadamente 3 graus. A Figura 3, a seguir, mostra o
processo de visão com destaque para a anatomia do olho e o processo de acomodação.
Figura 3 – O processo da visão
A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de projetos específicos de iluminação para idosos Maio/2012
Fonte: Ribeiro, 2005, p.21.
De acordo com Costa (2005, p.61), próximo aos 60 anos de idade a pessoa sente necessidade
do uso de óculos que visam corrigir a acuidade visual; seguem-se as alterações nos índices de
refração e em sua coloração, nos líquidos ou humores aquoso e vítreo, presentes no interior do
globo ocular, o cristalino e a córnea. O idoso dos 70 anos é, portanto, “Uma pessoa que
enxerga de forma amarelada, resultando daí uma necessidade de mais luz”.
Com respeito à iluminação, segundo Piazza (2005b, p.24), propõe como objetivos os
seguintes:
a) Primeiro objetivo: obtenção de boas condições de visão associadas à visibilidade,
segurança e orientação no interior de um determinado ambiente, consistindo nas
atividades laborativas que a classificam como a luz da razão;
b) Segundo objetivo: trata-se da utilização da luz como principal instrumento de
ambientação do espaço, representando as atividades não laborativas e de lazer, mas
significando a luz da emoção.
A emoção decorrente da iluminação também é referida por Gasper (2008, p.78) quanto aos
cuidados e a atenção a este fator ainda no projeto estrutural:
Um projeto de iluminação arquitetural deve considerar dois aspectos: o objetivo e o
subjetivo. O primeiro trata da quantidade de luz, custos, manutenção, características
técnicas. O segundo se preocupa com o homem em seu ambiente, envolvido pela luz
e por ela cativado. Aí, não existem cálculos. O que existe é a emoção.
Com respeito ao idoso, quando a visão se deteriora e se torna mais difícil para os olhos se
adaptarem do meio escuro para rápidas mudanças para a claridade (TORRES, 2007, p.37), é
ainda mais importante a atenção dada à iluminação no projeto arquitetônico.
Para Gasperini (2010, p.1), uma questão em particular, sobre a qual há pouca divulgação,
refere-se à iluminação, considerando que, na maioria das vezes, a casa do idoso está às
escuras, vigorando a mentalidade de que é preciso economizar, sem ter a correta informação
de que existem lâmpadas que iluminam bem e não aumentam o gasto. “A iluminação
adequada seria a oriunda da luz natural, mas o idoso fecha a cortina; não abre a janela; se
esconde”, um fato definido como cunho social.
A preocupação com o idoso vem abrangendo diferentes setores e, dentre eles, o setor da
engenharia e da arquitetura, a exemplo do que relata Felix (2010, p.1), de que as famílias
devem se preparar para cuidar de seus idosos, especialmente quando diagnosticados casos de
acometimento de Alzheimer e de outras doenças degenerativas.
De acordo com o arquiteto norte-americano John Zeisel, visto como um pesquisador de
referência mundial em arquitetura voltada aos portadores de Alzheimer, o meio ambiente tem
influência decisiva no desenrolar da doença; assim a arquiteta Luana Radesco afirma como
primeiro aspecto a pensar, a iluminação da casa. "Idosos são sensíveis à luz, por isso, é bom
ter controle sobre ela" (FELIX, 2010, p.1).
Pensando na iluminação da casa de idosos, associações e conselhos de idosos vêm sugerindo
medidas simples e práticas que reduzem os riscos de acidentes e traumas como, por exemplo,
manter escadas e corredores sempre bem iluminados; manter o banheiro iluminado à noite;
instalar uma lâmpada, um telefone e manter uma lanterna perto da cama do idoso; instalar
interruptores de luz na entrada das dependências para que o idoso não precise andar no escuro
para acender a luz (CONSELHO ESTADUAL DO IDOSO DE MINAS GERAIS, 2011).
Felix (2010, p.1) sugere iluminar o trajeto do quarto para o banheiro tido como local de maior
risco na moradia, com registros de ocorrência de acidentes com consequentes fraturas
domiciliares, em cerca de 46%; interruptores iluminados ou luzes de emergência nos
caminhos ajudaria a diminuir o número de acidentes.
“Dimmer no hall de entrada regula a intensidade de luz evitando ofuscamento quando se
passa do exterior escuro para o interior iluminado; luminárias acionadas por sensor de
presença no trajeto do dormitório para o banheiro. [...] Instalação de corrimão iluminado,
acionado por sensor de presença, facilita a visualização dos degraus” (PERITO, 2005, p.1).
Costa (2005, p.62), no entanto, compreende que uma maior iluminação no ambiente de
trânsito do idoso não é suficiente, mas deve-se prevenir as fontes ofuscantes, confirmando que
após os 60 anos de idade o olho humano se torna mais sensível às fontes de luz, fato que
identifica dois tipos básicos de distribuição luminosa, caracterizados na literatura técnica
como iluminação indireta ou semi-indireta.
A recomendação de Costa (2005, p.62) é de que:
Um projeto de iluminação deve sempre iniciar com a tarefa visual. Esta tarefa é
própria do ambiente e está integralmente inserida dentro do aspecto da percepção
visual e do seu desempenho. Assim, um projeto de iluminação deve atender
inicialmente dois condicionantes básicos como quantidade de luz (definida através
de iluminância) e qualidade da luz (definida por luminância, temperatura e índice de
reprodução de cor).
O emprego de luminárias modernas, indiretas ou semi-indiretas, que apresentam alto
rendimento, atenderá aos requisitos da eficácia energética, estreitamente ligada com a tarefa
visual, complementa Costa (2005, p.62).
A efetividade da iluminação para idosos comporta alguns ajustes: os níveis de luz devem ser
aumentados nos ambientes utilizados pelos idosos em pelo menos duas a três vezes;
minimizar o brilho das lâmpadas; aumentar o contraste; balancear os níveis de luz; e,
melhorar a percepção de cores (RIBEIRO, 2006, p.31-2).
4. Procedimentos metodológicos
Foi realizada pesquisa quali quantitativa junto a arquitetos e engenheiros abrangendo os
profissionais do setor da construção civil que atuam em diferentes localidades do país. Para a
obtenção dos dados foi utilizado como instrumento de coleta um questionário com questões
abertas e fechadas, inibindo-se a identificação do respondente. (Apêndice A).
A seleção dos entrevistados foi por acessibilidade e comportou, inicialmente, solicitação para
participação na pesquisa por profissionais que atuam em diversos municípios da região
Sudoeste do Estado do Paraná. A coleta de dados compreendeu a abordagem aos profissionais
por meio de contato telefônico e pelo correio eletrônico, com apresentação do estudo,
solicitação de participação na pesquisa e envio do instrumento de coleta.
A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de projetos específicos de iluminação para idosos Maio/2012
Não tendo obtido retorno de todos os profissionais com os quais foi realizado contato
telefônico, foi solicitada a participação junto a colegas de faculdade e de estudos do autor
visando expansão do universo para obter uma amostra significativa. Nesta tentativa foram
contatados os seguintes profissionais: 15 arquitetos de Curitiba; 19 arquitetos de Blumenau; 1
arquiteto de Brasília; 2 arquitetos de Londrina. Sua realização deu-se no período de 15 a 24 de
fevereiro de 2011.
Os entrevistados são denominados de A1; A2; A...n., para designar os arquitetos; e, como E1;
E2 e E3, para designar os engenheiros.
Os dados coletados foram ordenados e processados e são apresentados em forma de gráficos,
tabelas e quadros, quando caracterizados como quantitativos; e, descritas as respostas na
íntegra, quando fornecidas de modo espontâneas pelos respondentes.
5. Resultados do estudo de caso
Dos dados coletados são apresentadas as características dos entrevistados: a amostra foi
composta de 12 (doze) arquitetos e de 03 (três) engenheiros, totalizando 15 (quinze)
profissionais.
Da amostra, 09 (nove) pertencem ao sexo feminino e 06 (seis) ao sexo masculino. As faixas
etárias assinaladas indicam 13 (treze) profissionais com idade entre 25 a 34 anos; 01 (um)
profissional com idade entre 35 a 44 anos e 01 (um) acima de 45 anos.
Os municípios de atuação dos profissionais correspondem aos seguintes: municípios da região
Sudoeste e Oeste do Estado do Paraná – Francisco Beltrão, Coronel Vivida, Dois Vizinhos,
Apucarana, e em Curitiba; Caeté, no Estado de Minas Gerais; São Paulo, no Estado de São
Paulo; Blumenau, São Carlos e Itapema, no Estado de Santa Catarina.
Quanto à categoria, 14 (quatorze) profissionais se definiram como liberal; 1 (um) é
funcionário público e 01 (um) acrescentou a categoria de funcionário de empresa privada.
Quanto às questões foi perguntado quais são os pontos pensados quanto o profissional elabora
um projeto arquitetônico. As repostas são mostradas no Gráfico 1.
13%1%
8%
15%
7%14%
8%
4%
6%
1%5%
2%1%
12%1% 2%
es tilo/des ign materiais utilizadosconforto acús tico iluminação naturalviabilidade do projeto es trutural viabilidade de execução (cus tos)segurança desenho técnico das pranchas
iluminação artificial otimização de espaçoslayout de pontos de interruptores /tomadas nos ambientes funcionalidadenecess idade do cliente conforto térmicoacess ibilidade relação espaço, funcionalidade e conforto
Gráfico 1 – Incidência quanto aos pontos mais pensados na elaboracao de um projeto arquitetônico
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
Analisando os resultados mais incidentes constata-se que a maioria dos profissionais
considera com mais atenção a iluminação natural, seguida da viabilidade de execução,
conforto térmico e estilo/design. Foi considerada a segurança, bem como a necessidade do
cliente, em 8% de respostas e, a viabilidade do projeto estrutural, com 7%. A iluminação
artificial foi citada em 6% e o layout de pontos de interruptores/tomadas nos ambientes, em
5%.
Segundo o E1: “Conforto térmico e acústico é pouco solicitado, se faz e executa o
convencional. Já é uma briga pedir ao proprietário que se utilize tijolo deitado nas paredes”.
Perguntado se é costume despender o mesmo tempo e dedicação para cada um dos pontos ou
fatores relacionados na questão anterior ou se há preferência a algum item em especial, as
respostas indicam que 04 (quatro) profissionais não têm o hábito de dedicar-se
preferencialmente a algum item em especial. No entanto, 11 (onze) entrevistados confirmam
este dispêndio de tempo e alguns citam, preferencialmente, itens como: viabilidade do projeto
estrutura (E2; A7); “O item layout de interruptores/tomadas tem menos prioridade” (A4); “No
desenvolvimento do projeto, inicialmente me atenho à parte plástica e funcional, depois de
tudo resolvido vem a preocupação com o detalhamento, envolvendo principalmente o
conforto termo-acústico do ambiente” (A6); necessidade do cliente; estilo e design e relação
espaço, funcionalidade e conforto (A9; A10; A11); “Varia de acordo com o tipo de projeto e
as necessidades de cada cliente” (A12).
Foi solicitado ao entrevistado uma estimativa percentual de quanto tempo dedicado na
elaboração do projeto foi direcionado aos projetos de iluminação para a obra. Dos percentuais
citados constam valores que iniciam em 3%, passam por 10%, 15% e 20% chegando ao
máximo de 30%, percentual este citado por um engenheiro entrevistado. Somados os índices
em sua frequência e calculada a média, tem-se um tempo estimado dedicado aos projetos de
iluminação de 14,3%.
Na questão seguinte foi comentada a NBR 5413 acerca da adequada iluminância para pessoa
com idade acima de 55 anos e perguntada a percepção do entrevistado quanto às necessidades
desse tipo de iluminação. As respostas obtidas foram espontâneas e são registradas no Quadro
1, a seguir:
A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de projetos específicos de iluminação para idosos Maio/2012
Quadro 1 – Percepção dos entrevistados quanto à adequada iluminância para idosos
Entrevistado Percepção quanto às necessidades de iluminação para pessoas com mais de 55 anos
A1* Depende muito da atividade a ser desenvolvida no ambiente projetado, mas, em geral,
pessoas idosas necessitam de uma iluminação maior e mais clara.
A2 Não era do meu conhecimento que existia dentro da NBR, uma norma exclusiva à
iluminação para ambientes voltados a idosos, se o projeto de iluminação fosse sempre
pensado para o máximo do bem estar de qualquer que seja o usuário, tal norma não
precisaria existir.
A3 É uma necessidade real, porém, não desenvolvo projeto especial sobre isto.
A5 Conforto luminoso é essencial para todas as idades e atividades, as condições sociais dos
idosos já é difícil, se pudermos atender as necessidades específicas deste público que tem
acuidade visual reduzida, também seremos beneficiados, afinal, um dia seremos idosos
também.
A6 Acredito que devido ao fato da perda parcial da visão e da percepção do espaço, devido ao
fator idade.
A7 Nunca fiz projeto de ambientes para idosos... a maioria são casais jovens, mas que irão se
tornar idosos! Mas tenho pensado na iluminação para eles... deveria me preocupar mais com
essa possibilidade do mercado e necessidade.
A8 Importante, visto que, com o passar dos anos a visão torna-se mais deficiente.
A9 Principalmente no que diz respeito à segurança do idoso durante a circulação dentro dos
ambientes, percepção de desníveis ou obstáculos.
A10 Acho muito importante respeitar as normas, pois qualquer atividade terá um retorno
satisfatório, porém, muitas vezes os próprios clientes acham desnecessários cálculos e
estudos de iluminação ou não executam.
A11 Os idosos possuem várias necessidades a serem atendidas em um projeto arquitetônico, de
locomoção, acessibilidade, iluminação, isolamento acústico, segurança, entre outros, porém,
os pontos que mais devem atenção do profissional que fará o projeto são os quesitos de
segurança, que englobam fatores como no caso, a iluminância. É fato que, com o passar dos
anos as pessoas vão perdendo a capacidade de visão e orientação, e estes são fatores cruciais
quando se pensa em um projeto desenvolvido para a habitação de um idoso. Deve-se levar
em conta aberturas maiores, para entrada de ventilação e iluminação naturais e também
quantidades maiores de pontos de luz para iluminação artificial, a fim de que não se tenham
ambientes com pouca iluminação ou ofuscamento.
A12 Ao projetar um ambiente para pessoas de terceira idade, a iluminação é um fator de suma
importância que deve ser analisado, deve-se fornecer uma boa iluminação natural quanto
artificial, pois o aumento de iluminação melhora a acuidade visual. Em contrapartida, não
podemos esquecer que se a iluminação artificial for muito direta, de certa forma, pode criar
brilhos e o ideal seria reduzir os mesmos através de iluminação indireta e distribuídos
adequadamente no ambiente. Outro fator importante é a instalação dos interruptores em
locais acessíveis ao entrar no cômodo, o que reduz o risco de cair ao andar em um cômodo
escuro.
E1* Normalmente as obras não são focadas para um determinado público. Segue-se as normas
exigidas através do plano diretor, onde nos diz as dimensões mínimas das esquadrias e
determinamos em projeto o mínimo ou mais. Iluminação artificial eu não projeto e, sim, o
engenheiro eletricista.
E2 Para um maior conforto e mobilidade do idoso.
E3 Necessária. Não penso muito nisso, na elaboração do projeto arquitetônico.
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
* Legenda: A designa os arquitetos; E designa os engenheiros.
Analisando-se as respostas obtidas constata-se que há a percepção quanto a importância da
iluminação para ambientes nos quais transitam idosos, porém, não se verifica iniciativas ou
práticas profissionais neste sentido. Razões como o desconhecimento da NBR 5413/ABNT ou
a falta de interesse do cliente são referidas.
Com respeito ao lux ideal em ambientes no qual transitam idosos, perguntou-se a opinião dos
profissionais entrevistados. As respostas são mostradas na Tabela 1, a seguir:
Alternativas Áreas de
circulação
Atividades de
cunho geral
Atividades específicas
de cunho localizado
Não detenho muito conhecimento
ou informação sobre lux
75 lux 750 lux 5000 lux 9
200 lux 200 lux 400 lu -
200 lux 1000 lux 2000 lux -
350 lux 500 lux 750 lux -
200 lux 300 lux 500 lux -
500 lux 1000 lux 2000 lux -
Tabela 1 – Opinião dos entrevistados quanto à necessidade de luz em ambiente no qual transitam idosos
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
Os dados da Tabela 1 mostram diferentes valores de lux citados para cada situação/condição.
Analisando o lux para áreas de circulação encontra-se um valor inicial de 75 lux e chegando
ao máximo de 500 lux. Para as atividades em geral, os valores iniciam com 200 lux e chegam
a 1000 lux. Por fim, para as atividades específicas de cunho localizado foi citado um inicial
necessário de 400 lux e chegando a 5000 lux.
Importante analisar que 09 (nove) do total de entrevistados admitiram não possuir muito
conhecimento ou informações sobre lux. Por conta disso, as diferentes citações quanto às
quantidades de lux pode significar também o desconhecimento da quantidade ditada pela
norma, de acordo com os dados da Figura 1.
Na norma NBR 5413/ABNT, portanto, consta a quantidade de Iluminâncias por classe de
tarefas visuais, conforme Tabela 2.
Classe Iluminância (lux) Tipo de atividade
A – Iluminação em geral para áreas
usadas ininterruptamente ou com
tarefas visuais simples
20 – 30 - 50 Áreas públicas com corredores escuros
50 – 75 – 100 Orientação simples para permanência curta
100 – 150 - 200 Recintos não usados para trabalho contínuo;
depósitos
200 – 300 - 500 Tarefas com requisitos visuais limitados,
trabalho bruto de maquinaria, auditórios
B – Iluminação geral para área de
trabalho
500 – 750 - 1000 Tarefas com requisitos normais, trabalho
médio de maquinaria, escritórios
1000 – 1500 - 2000 Tarefas com requisitos especiais, gravação
manual, inspeção, indústria de roupas
2000 – 3000 - 5000 Tarefas visuais exatas e prolongadas,
eletrônica de tamanho pequeno
C – Iluminação adicional para
tarefas visuais difíceis
5000 – 7000 - 10000 Tarefas visuais muitos exatas, montagem de
microeletrônica
10000 – 15000 - 20000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia
Tabela 2 - Iluminâncias por classe de tarefas visuais
Fonte: ABNT, 1992, p.2.
A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de projetos específicos de iluminação para idosos Maio/2012
Ainda com relação às necessidades de iluminação em ambientes nos quais transitam idosos,
perguntou-se em que percentuais os projetos elaborados têm atendido a essas necessidades.
Os resultados encontrados confirmam maior incidência em percentuais de 36% a 70%, com
04 (quatro) respostas e 01 (um) deles confirma o atendimento acima de 71%. Já 10 (dez)
entrevistados confirmam não possuir esta informação.
Perguntado se o entrevistado explica a importância de uma boa iluminação para o público
idoso ou dono da obra na qual irá residir o idoso, as respostas constam no Gráfico 2.
7
8
6
6,5
7
7,5
8
Sim Não
Gráfico 2 – Incidência quanto à explicação para o cliente sobre a importância da boa iluminação
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
Aos 07 (sete) entrevistados que responderam “sim” foi perguntado se o cliente entende a boa
iluminação. Destes, 05 (cinco) confirmam que ocorre tal entendimento; 01 (um) que isso
depende de cada cliente e, 01 (um), que eventualmente pode entender. Para aqueles que
confirmaram o entendimento, perguntou-se se ele faz uso da quantidade de
luminárias/lâmpadas de acordo com o projeto, obtendo-se apenas 02 (duas) respostas
afirmativas, ou seja, mesmo que entendam, os clientes não utilizam as indicações de
iluminação ou quantidade de luminárias constantes no projeto.
Na última questão da pesquisa foi apresentada a nova tendência de mercado – o mercado de
imóveis para idosos, com o seguinte texto: produtos e serviços para o atendimento das
necessidades de idosos têm representado um mercado potencial para diferentes setores
profissionais. Tem sido adotado o conceito de acessibilidade para as edificações a fim de
promover facilidade no trânsito de idosos em seu domicílio e minimizar riscos de quedas. Na
elaboração de projetos que promovam acessibilidade ao idoso, a iluminação tem sido um dos
fatores de referência a ser pensado.
Diante disto, perguntou-se qual é a percepção como engenheiro ou arquiteto sobre a
elaboração de projetos específicos de iluminação que atendam as necessidades de idosos. As
respostas obtidas são mostradas no Quadro 2:
Quadro 2 – Percepção dos entrevistados quanto a elaboração de projetos específicos para a
boa iluminação de ambientes para idosos
Entrevistado Percepção do entrevistado sobre projetos específicos de iluminação para idosos
A1 Acredito que num projeto específico para idosos, sem dúvida, deve se dar uma atenção
maior para a iluminação adequada e outros pontos do projeto arquitetônico que se adeque às
necessidades do perfil deste público. De qualquer forma, procuro sempre dar preferência à
iluminação natural durante o dia em todos os meus projetos, independentemente da idade do
cliente.
A2 Dentro de nossa empresa, os projetos são rigorosamente pensados para que se obtenha o
máximo da iluminação, tanto natural como artificial, pois como alguns mestres costumam
dizer: Arquitetura é luz.
A3 Facilitar o dia a dia de pessoas com algum grau de deficiência, seja ela motora, visual ou
outras, promove uma melhor qualidade de vida. Elaborar espaços onde esses idosos
consigam realizar trabalhos ou leitura trará um bem estar maior, principalmente a quem
permanece grande parte do dia nestes ambientes.
A5 Precisa-se entender as dificuldades dos idosos e buscar soluções adequadas em quantidade
de iluminação, qualidade das fontes de luz e além da quantidade e qualidade, deve-se cuidar
com boa iluminação dos pisos, luzes direcionais, iluminação noturna nas circulações, pontos
de interruptores e emergência dispostos com maior cuidado.
A6 Acho importante e necessário haver essa preocupação em relação a uma iluminação especial
para idosos, caminhando junto à acessibilidade, que hoje em dia são itens cruciais para o
desenvolvimento de um bom projeto arquitetônico. Mas, apesar disso, acredito que seja
ainda muito específica essa preocupação, levando ainda algum tempo para a idéia ser
aprovada, principalmente em relação a custos pelo mercado.
A7 Não tenho feito projetos para idosos. Mas entendo da acessibilidade que é necessária, mas
não havia pensado na iluminação de uma casa voltada para esse nicho de mercado.
A8 Acredito que a preocupação com esses itens ainda não é 100%.
A9 Projetos complementares específicos, seja iluminação, reaproveitamento de AP, fontes
alternativas de aquecimento e energia, entre tantos outros, são de crucial importância para
qualquer obra, que atenda a qualquer público, a fim de se obter um edifício que cumpra de
forma plena (ou o mais perto disso) as funções em favor dos seus usuários.
A10 Acho imprescindível, porém, como citei anteriormente, os clientes em sua maioria acham
desperdício a quantidade de luminárias que os projetos pedem; isso aconteceu comigo num
projeto de biblioteca, que exige atenção, concentração; o valor pedido em cálculo foi
totalmente ignorado pelo cliente. Como profissional, fico completamente desgostosa em
saber que as normas e referências não estão sendo levadas em conta.
A11 Diante do nicho de mercado que os idosos representam deve ser analisada, por parte do
arquiteto, a especialização no atendimento a esta classe consumidora; vemos hoje em dia
uma população que vive cada dia mais, população esta que continua a consumir e possui um
poder econômico cada vez maior. Portanto, o projeto como um todo, voltado para o
consumidor idoso deve ser pensado e analisado a fim de promover uma melhora na
qualidade de vida dessas pessoas, tanto a nível de projeto arquitetônico, como
luminotécnico, de acessibilidade, entre outros.
E1 Particularmente não faço projetos específicos de iluminação. Na prática, obedecemos às leis
vigentes do plano diretor, o qual determina as dimensões mínimas das esquadrias para cada
ambiente específico e partimos dali para cima ao dimensionarmos, por exemplo, a entrada de
luz natural no ambiente. Mas, sem dúvida, é uma questão a ser levantada através de uma
compatibilização de projetos mais específicas nesse caso, ou seja, os engenheiros eletricistas
sugerindo que se amplie uma janela ou o engenheiro civil/arquiteto sugiram que se
acrescentem algumas lâmpadas a mais, entre outros.
E2 Hoje, mais do nunca, têm-se pensado em fatores com reaproveitamento de água de chuva,
energia solar e, cada vez mais, tem-se pensado na acessibilidade como um todo, seja para
idosos, seja para portadores de necessidades especiais. Compatibilizar projetos a fim de que
forneçam maior conforto e segurança, como é o caso da iluminação, é, sem dúvida nenhuma,
um grande diferencial e uma grande percepção de futuro.
A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de projetos específicos de iluminação para idosos Maio/2012
E3 Vejo que os projetos estão cada vez mais segmentados, então, é necessário sim, projetos
específicos.
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
Os relatos espontâneos dos entrevistados indicam a importância de ser pensado um projeto
específico para a iluminação de ambientes para idosos, mas admitem que este procedimento
não faz parte de seu cotidiano profissional, seja em razão da relutância dos clientes, seja por
se tratar de um nicho novo no mercado, o qual ainda não é suficientemente conhecido pelos
arquitetos e engenheiros.
Questões como a acessibilidade, o bem estar e a sustentabilidade do projeto são referidas, bem
como a conscientização dos profissionais entrevistados sobre a segmentação dos projetos, fato
que conduz à especificidade.
Por fim, foi solicitado ao entrevistado que deixasse o seu comentário acerca deste trabalho e
pesquisa. Assim, foram registrados:
“Observado o fato de que as edificações são feitas para durarem muitos anos, desde o
princípio o projeto deveria ser pensado para atender necessidades dos idosos ou que possam
ser adaptáveis para idosos e portadores de necessidades especiais, pois mesmo que o
proprietário seja jovem, ele vai envelhecer, além de que, qualquer um está sujeito à perda de
acuidade visual por doença ou acidente. Muitas decisões, se foram tomadas na concepção do
espaço, evitarão problemas (estruturais, elétricos, espaciais, estéticos) na necessidade de
adaptação futura” (A5).
“Agora, com esse questionário, irei repensar os valores de uma boa iluminação dedicada aos
idosos e também aos moradores da casa, como um todo. Sendo que muitos problemas de
visão ou péssima visão, dores de cabeça, acredito estarem relacionados pela falta de
iluminação, ou seja, uma boa iluminação dentro das casas e ambientes” (A7).
“Porém, nas obras „domésticas‟ ou de pequeno porte, a questão de „custos‟ ainda é
determinante quando da implantação destes projetos, juntamente com uma cultura que ainda
não confere o devido valor de um bom projeto específico” (A9).
Nestes comentários não se pode furtar do registro de A1, quando relaciona o tema selecionado
para o estudo, fato que justifica mais amplamente a escolha: “Parabéns pelo tema, bem
escolhido. Poucos profissionais focalizam seus projetos através dessa linha de raciocínio”
(A1).
“No Brasil, o cliente, na sua grande maioria, ainda acha um custo alto e sem necessidade,
certos projetos específicos, como paisagismo, iluminação, etc. ainda há a necessidade de se
mudar a cultura do povo para essas inovações/melhorias” (A2).
Solicitado que o entrevistado deixasse uma recomendação ao estudo, obteve-se o seguinte:
“A persistência do profissional junto aos clientes, quanto aos benefícios e resultados de se
pagar e executar por bons projetos” (A9).
“Acho que, em alguns casos, principalmente obras públicas ou institucionais, deveria existir
um rigor maior, como por exemplo, visitas técnicas, ou então documentos onde o profissional
fosse isentado da responsabilidade mediante apresentação de cálculos e projetos dentro da
norma e não execução por parte do cliente” (A10).
“No caso de projeto de iluminação artificial, peque sempre pelo excesso, nunca pela falta.
Utilize o máximo de iluminação solar, sempre, é uma luz com efeitos bactericidas, e o
melhor, é de graça” (A2).
6. Conclusão
Iniciativas que privilegiam o idoso em suas condições de acessibilidade e bem estar têm sido
premiadas pela sociedade com a adesão aos meios e instrumentos que indiquem um modo
melhor de vida.
Avaliada a percepção de arquitetos e engenheiros com respeito à preocupação e importância
na elaboração de projetos específicos de iluminação que atendam às necessidades de idosos,
foi diagnosticado o seguinte:
- há pouco conhecimento sobre a importância da iluminância quando elaborados projetos para
ambientes nos quais os idosos transitam.
- ainda que haja a percepção da importância de um ambiente iluminado e dotado de recursos
de acessibilidade e bem estar para o idoso, é possível que nem todos os profissionais da
aquitetura e da engenharia civil tenham como objetivo em sua agenda a promoção de projetos
específicos destinados a melhoria das condições de iluminação de ambientes para idosos.
- fica evidente que este tema despertou a atenção e o interesse de seus participantes, ao
reconhecerem que as mudanças geográficas, espaciais e sociais alcançam todos os indivíduos,
que passam a requerer maior dedicação quanto ao plástico e ao estético na estrutura
arquitetônica e, com isto, obter conforto, segurança e estilo/design.
- entende-se que este estudo pode se reverter em uma proposta de mudança e de
encorajamento para que a arquitetura e a engenharia abram espaço para modelos específicos
de produções, pois se lhes cabe propor uma nova cultura de moradia, é agora o momento.
Além disso, a possibilidade de implementar uma nova visão e percepção do idoso como
cliente potencial vem acompanhada das referências sociais e de direitos que norteiam as
políticas nacionais de proteção, e converge para um ambiente no qual a eficácia do trabalho
da arquitetura e da engenharia tem poder de modificar as condições vigentes de moradia.
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Aula.
Apêndice
Apêndice A - Questionário de pesquisa com arquitetos e engenheiros
A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de projetos específicos de iluminação para idosos Maio/2012
Este instrumento de coleta de dados tem como objetivo atender aos propósitos de um
Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores pelo
Instituto de Pós-Graduação (IPOG). Agradeço a colaboração. Rafael Augusto Venson.
1. Características do entrevistado:
Sexo: [ ] masculino [ ] feminino
Faixa etária: [ ] de 25 a 34 anos [ ] de 35 a 44 anos [ ] acima de 45 anos
Formação: [ ] Arquiteto [ ] Engenheiro
Local de atuação: Município de _______________________________________________
Categoria: [ ] profissional liberal [ ] funcionário de empresa privada
2. Questões:
a. Quais são os pontos mais pensados quando elabora um projeto arquitetônico?
[ ] estilo/design
[ ] conforto térmico
[ ] conforto acústico
[ ] iluminação natural
[ ] iluminação artificial
[ ] layout de pontos de interruptores/tomadas nos ambientes
[ ] segurança
[ ] desenho técnico das pranchas
[ ] viabilidade do projeto estrutural
[ ] viabilidade de execução (custos)
b. É de praxe/costuma despender o mesmo tempo/dedicação para cada um dos pontos/fatores
relacionados anteriormente ou dá preferência para algum item especial?
[ ] sim. Preferência: ___________________________________________
[ ] Não.
c. Estime quanto de tempo/dedicação na elaboração de um projeto são direcionados aos
projetos de iluminação para a obra?
___________%
d. Segundo a NBR 5413 é necessária uma iluminância adequada para pessoas com idade
acima de 55 anos. Qual a sua percepção com relação às necessidades de iluminação adequada
para idosos?
___________________________________________________________________________
e. Em sua opinião, quantos lux (medida técnica de iluminação) seriam ideais nos casos
abaixo, com referência a um ambiente no qual transitam idosos?
[ ] áreas de circulação: ____ lux [ ] atividades de cunho geral: ____ lux
[ ] atividades específicas de cunho localizado: ____ lux.
[ ] não detenho muito conhecimento ou informação sobre lux
f. Seus projetos têm atendido a essas necessidades, em que dimensão?
[ ] 10 a 35% [ ] 36 a 70% [ ] acima de 71% [ ] não tenho esta informação
g. Você explica para o cliente a importância de uma boa iluminação para o público idoso ou
para o dono da obra onde vai residir um idoso?
[ ] Sim [ ] Não
g1.Caso sim, o cliente entende que é necessário a boa iluminação?
[ ] Sim [ ] Não
g2. Caso o cliente entenda, ele faz o uso adequado da quantidade de luminárias/lâmpadas de
acordo com o projeto?
[ ] Sim [ ] Não
h. Produtos e serviços para o atendimento das necessidades de idosos têm representado um
mercado potencial para diferentes setores profissionais. Tem sido adotado o conceito de
acessibilidade para as edificações a fim de promover facilidade no trânsito de idosos em seu
domicílio e minimizar riscos de quedas. Na elaboração de projetos que promovam
acessibilidade ao idoso, a iluminação tem sido um dos fatores de referência a ser pensado.
Diante disto, qual é a sua percepção como engenheiro ou arquiteto sobre a elaboração de
projetos específicos de iluminação que atendam as necessidades de idosos?
___________________________________________________________________________
i. Seu comentário_____________________________________________________________
j. Recomendações: ___________________________________________________________